O Cabido de Cardeais da Universidade do Minho responde ao comunicado do Reitor sobre praxes acadêmicas. Defendem que as praxes não podem colocar em risco a integridade ou dignidade, e que trabalham para minimizar barulho nos campi. Afirma que as praxes não estão proibidas de acordo com o comunicado, e que incentivam os caloiros a frequentarem aulas.
1. Tendo em vista o comunicado do Sr.º Reitor António Cunha, relativamente à questão das
praxes académicas, nada ostenta perante a proibição das mesmas nos campi da Universidade do
Minho.
Tendo em conta o primeiro ponto do comunicado, passando a citar “Não são permitidas,
nos campi, acções, habitualmente designadas por "praxe académica", que configurem ofensas à
integridade e dignidade humanas;”, todo ele vai de encontro ao que o Cabido de Cardeais e todos
os praxantes da Universidade do Minho defendem e, sempre foi defendido, que nenhuma praxe
poderá pôr em causa a integridade e dignidade física, psicológica e humana! Essas práticas não
poderão ser intituladas de praxes mas sim de actos marginais, que terão de ser reportados e
levados às devidas instâncias com competências para poder punir tais actos. O Cabido de
Cardeais cita e frisa que a Praxe na Universidade do Minho tem como bases o Bom Senso, a
Palavra de Honra e o Respeito, alicerçados no Código de Praxe da Academia Minhota no qual,
através dele, se rege a praxe na nossa Casa. É de frisar que o Código de Praxe nunca, leia-se
NUNCA, se sobrepõe ao Código Civil e à Constituição da República Portuguesa, sendo que,
todos os abusos e acções de má fé são completamente condenados pelo Cabido de Cardeais, não
podendo esses serem intitulados de praxe, mas sim de actos marginais e de puro vandalismo.
O Cabido de Cardeais tem vindo a trabalhar durante os anos transactos e, inclusive, no
presente ano lectivo, para que o barulho junto aos complexos e edifícios da Universidade do
Minho, seja o mínimo possível. Sempre foi da nossa intenção que as praxes não incomodem,
nem perturbem, o bom funcionamento das actividades curriculares, das investigações, em suma,
do trabalho realizado nos campi da Universidade do Minho, aos quais o barulho também a nós
nos afecta pois, para além de praxistas, também somos estudantes da Universidade do Minho.
Este empenho realizado para o bom funcionamento, poderá ser “se for necessário”, provado
através das postagens no blog oficial do Cabido de Cardeais e através das várias reuniões com as
Comissões de Praxe, nas quais é constantemente dito para não se fazer barulho junto às
instalações dos campi da Universidade do Minho, de forma a não interferir com o bom
funcionamento da mesma!
Faz parte da nossa identidade praxística motivar e incentivar os caloiros a irem às aulas e
a nunca faltar! Eles são orientados pelos próprios praxistas para as aulas e para qualquer
actividade académica. Denota-se que são as Comissões de Praxe que levam os caloiros para a
sessão de Boas Vindas do Reitor, Direcções de Curso e Institutos/Escolas.
Na leitura do Comunicado, as praxes NÃO se encontram proibidas e, na análise dos 3
pontos referidos, o Reitor vai de encontro ao que é defendido no seio Praxista da Mui Nobre
Universidade do Minho! Relembramos o lema da Academia - Res ipsas examinare: versus est
sciendi modus («o verdadeiro método de saber está em examinar as coisas em si mesmas»).
Cordiais Saudações Académicas
P'lo Cabido de Cardeais