Tecnicas de estudo_para_pessoas_irrequietas_1.6-libre

Rute Almeida
Rute AlmeidaVoluntária - organização de eventos em ATACA - Associação de Tutores e Amigos da Criança Africana
Área de Ciências Sociais e Humanas 
Helena Martins 2009 
1 
Técnicas de Estudo para pessoas 
irrequietas 
Cá estamos naquela altura do ano que todos adoram de paixão: os exames. 
Nesta fase, a ESTSP esvazia-se, os cafés perdem clientela e os donos dos bares na Ribeira 
fazem as contas à vida com a ausência dos seus habituais clientes estudantis que estão 
praticamente hibernados, num esforço de compensar todo o estudo que não foi sendo feito ao 
longo do ano. 
Há pessoas com uma admirável capacidade de se sentarem em frente a uma pilha de papel e a 
“devorarem”, decorando conceitos e definições horas a fio. E há as que têm mais dificuldades 
com este esquema. 
Existem vários motivos que fazem com que “pessoas irrequietas” tenham mais dificuldades em 
gerir esta época do ano que as outras: 
• Expectativas demasiado elevadas face aos resultados que o estudo da época de 
exames por si só pode atingir 
• Planos de estudo demasiado ambiciosos (tu NÃO consegues estudar 16 horas por dia, 
não adianta – na maior parte das vezes mesmo 8 horas é muito difícil conseguir fazer-se) 
• Estudar não é apenas marrar, isto é, ler indiscriminadamente todos os materiais 
distribuídos pelos profes por ordem cronológica. 
Assim, vamos apresentar-te algumas técnicas de recurso para que esta época seja menos 
dolorosa e para que consigas atingir um pouco melhor os teus objectivos. 
Este documento está organizado da seguinte forma: 
1. Conhece-te a ti mesmo: qual o teu estilo de aprendizagem predominante? Quais 
os melhores ambientes e as melhores horas do dia para tu estudares? Conhece-te a ti mesmo 
para identificares as técnicas mais eficazes para ti mesmo. 
2. Mãos à obra! 
3. SOS – Técnicas de Salvamento especial 
4. Hora H – Técnicas de apoio ao momento do exame. 
A autora agradece a revisão, ajuda e contributos dos colegas e alunos, nomeadamente, Marta Gonçalves, Andreia 
Magalhães, Sílvia Assis, João Barreto, José Ribeiro, Maria João Martins e Ana Sucena.
Área de Ciências Sociais e Humanas 
Helena Martins 2009 
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1. Conhece-te a ti mesmo(a) 
Hábitos de Estudo 
• O melhor ambiente de estudo para ti implica 
– Silêncio, música ambiente, pouco barulho ou muito ruído? 
– Luz intensa, média ou fraca? 
– Estar sentado numa mesa ou secretária, deitado na cama ou a andar? 
– De manhã, à tarde, noite ou madrugada? 
– Parado ou a movimentar-se? 
– Sozinho ou acompanhado? 
Estilos de Aprendizagem 
Com qual destes estilos te identificas mais? 
Visual Auditivo Cinestésico 
– Tenho dificuldade em 
concentrar-me em discursos 
orais; 
– Prefiro observar a falar ou fazer; 
– Organizado(a) perante as tarefas; 
– Gosto de ler; 
– Memorizo com gráficos e figuras; 
– Não me distraio com facilidade, 
quando me concentro; 
– Boa letra; 
– Lembro-me das caras; 
– Meticuloso(a) e cuidadoso(a) 
com a aparência; 
– Reparo nos detalhes. 
– Falo sozinho(a); 
– Gosto de falar; 
– Distraio-me com 
facilidade; 
– Memorizo 
sequencialmente os 
conceitos; 
– Gosto de música; 
– Gosto de ler baixinho os 
textos; 
– Lembro-me dos nomes; 
– Gosto de estar sempre em 
movimento; 
– Toco nas pessoas quando 
fala com elas; 
– Bato com o lápis ou papel 
quandpo estuda; 
– Gosto de actividades físicas; 
– Gosto de resolver problemas 
de forma prática; 
– Aberto(a) a novas 
experiências; 
– Gesticulo quando fala; 
– Vesti-me de forma 
confortável; 
– Gosto de manipular objectos. 
Identifica o teu estilo de aprendizagem dominante para poderes decidir quais as técnicas de 
estudo que mais se adequam a ti. No estudo como em quase tudo na vida, a qualidade é mais 
importante que a quantidade (e é por isso que há pessoas que “só estudaram” dois dias e 
tiraram boas notas e outras que estudaram uma semana e reprovaram).
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2. Mãos à obra 
Bons hábitos de concentração 
A parte mais difícil de um plano de estudo é muitas vezes o começar. Nem sempre 
conseguimos motivar-nos o suficiente para começar e por isso adiamos e adiamos e adiamos o 
que temos de fazer. 
A nossa proposta inclui: 
• Interessa-te pelo tema 
• Estabelece objectivos claros e realistas 
• Exclui distracções 
• Varia a rotina dentro do bloco de estudo 
• Sumariza com frequência 
• Recompensa-te por estudares como planeaste 
Se achas que nada disto funciona, faz como diria alguém e começa sem a motivação: mais 
cedo ou mais tarde, ela aparece (também chamada “técnica da cadeira”: quando tens de 
estudar sentas-te a uma mesa só com os materiais de estudo. Mais cedo ou mais tarde 
começas a estudar porque não te permites sair da cadeira nesse período de tempo). 
Não me apetece estudar... Mas tem mesmo de ser! 
Já percebemos. Estudar não é a tua actividade favorita. Tem em mente, no entanto que 
estudar não é apenas “marrar”. Há uma série de coisas que podes fazer que são quase tão 
importantes como estares a ler um grande e denso texto, amarrado(a) à cadeira. 
Define um horário de trabalho para ti em época de exames e cinge-te a ele. Faz de conta que 
estás a trabalhar (embora tenhas um patrão que não te aborrece demasiado e liberdade de 
decidir o teu horário) e dedica esse tempo apenas à tua formação. 
Isto não significa que tenhas de passar 8 horas por dia a “marrar” (até porque se bem te 
conheces, já sabes que no primeiro dia só estudas 2 horas e depois andas a redistribuir as 
horas que não conseguiste estudar pelos restantes dias até teres um plano de estudo com 16h 
para leres tudo). Significa que o número de horas por dia que decidires é dedicado a 
actividades relacionadas com a tua formação. Isto inclui organizares capas de diferentes 
disciplinas (a nossa sugestão é colocares os materiais que os professores distribuíram nas aulas 
– slides, etc. – primeiro, os teus apontamentos depois e por fim o material de leitura 
obrigatória e facultativa), conversares com colegas sobre a matéria (a matéria, não o 
professor…), procurares materiais na internet, ou assinalares nas fotocópias onde estão as 
coisas mais importantes ou os títulos dos materiais da disciplina.
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4 
Uma dica importante é gostares do aspecto visual daquilo com que estás a trabalhar. Investe 
numas canetas novas, nuns marcadores XPTO, nuns cadernos à maneira, numas capas 
coloridas, etc. 
Pondo as mãos à obra, sugerimos: 
• Aquecimento mental 
– Rever material familiar primeiro 
– Aproveita o teu estilo de aprendizagem para aprender 
• Faz intervalos! 
– 5-10 mins. por cada 30-45 mins. de estudo 
– Um breve intervalo quando trocares de tópicos (não vale trocar de tópicos de 
5 em 5 minutos só pelo intervalo!) 
Técnicas de Estudo, de acordo com os Estilos de Aprendizagem 
VISUAL AUDITIVO CINETÉSICO 
• Tirar apontamentos 
• Usar palavras chave 
• Usar códigos de cores 
• Usar cartões de 
estudo 
• Usar fotografias 
• Ver documentários e 
filmes sobre os 
tópicos 
• Usar mapas, gráficos e 
figuras 
Mnemónicas: 
• Acrónimos 
• Cadeias visuais 
• Mapas mentais 
Etc. 
• Usar gravações 
• Falar sobre/ouvir a 
matéria 
• Usar rimas 
• Ler alto 
• Falar sozinho 
• Usar formas ritmicas 
de dizer os conceitos 
• Discutir os assuntos 
Mnemónicas: 
• Ligações de palavras 
• Rimas 
• Poemas 
• Letras de Música 
Etc. 
• Andar/movimentar-se 
enquanto estuda 
• Fazer as coisas 
• Role play 
• Escrever 
• Tirar notas 
• Associar sentimentos 
a 
conceitos/informação 
• Escrever listas 
repetidamente 
Mnemónicas: 
• Rimas 
• Poemas 
• Letras de Música 
Etc. 
Apesar de os diferentes estilos de aprendizagem terem alguma “simpatia” por diferentes 
técnicas e formas de memorização, ninguém está 100% em nenhum destes estilos, e se 
conseguires diversificar as tuas técnicas de estudo, aumentas a probabilidade de te lembrares 
dos conceitos mais importantes no exame.
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Técnicas de Leitura 
1. Determinar o tipo de material 
2. Definir o objectivo da leitura 
3. Decidir o ritmo de leitura 
4. LER (claro...) 
RITMO OBJECTIVO MATERIAIS 
Scanning Ter uma ideia dos tópicos e ideias 
principais; ideia global ou pormenores 
específicos. 
Dicionário, listas, jornais, artigos de 
revistas. 
Skimming Para encontrar as ideias principais, ou 
causa e efeito; identificar as ideias 
principais; perceber a estrutura do texto 
ou matéria. Usar como pré-leitura de 
matérias mais difíceis. 
Materiais esquemáticos, revistas 
ficção, pré-leitura de textos. 
Leitura 
Rápida 
Ler as palavras todas rapidamente para 
procurar informação específica. 
O mesmo que o anterior – mas para as 
ideias principais e seus detalhes. 
Leitura 
Lenta 
Encontrar toda a informação disponível. 
Tirar apontamentos ou sublinhar. 
Manuais para ler em detalhe, artigos 
técnicos. 
Leitura 
Cuidadosa 
Para compreender procedimentos ou 
seguir instruções passo a passo. Tirar notas 
detalhadas ou fazer um sumário. 
Ideias ou conceitos complexos; 
relatórios sequenciais, poesia, dados 
ou textos científicos. 
Técnicas de leitura para preguiçosos 
• Antes de ler um livro: ver o índice! 
• Os capítulos têm sumários? 
• Se não vais ter tempo/não interessa muito ler tudo: 
– Ler os títulos e subtítulos; procurar no texto nomes e pormenores (datas, 
listas, etc) específicos; 
– Ter em conta gráficos e ilustrações, etc. 
– Ler as perguntas ou conclusões no final de cada capítulo. 
• Procurar indicadores 
• Em materiais difíceis: usar marcadores de cores (com os tópicos, com o grau de 
compreensão, etc!)
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Mnemónicas 
Lembra-te que a melhor forma de recordar é usar tantos sentidos quanto possível. De 
qualquer forma, e de acordo com o teu estilo predominante de aprendizagem poderás ter 
mais ou menos afinidades com diferentes tipos de mnemónicas, tais como: 
• Mapas mentais 
• Correntes visuais (esquemas) 
• Acrónimos (Bons objectivos são SMART – Specific, Measurable, Attainable, Realistic, 
Timely, ou seja, Simples, Mensuráveis, Atingíveis, Realistas e Temporalmente 
constrangidos) 
• Ligações de palavras (dipétala, simpétala [“di” é a primeira sílaba de divórcio, “sim” é o 
que se diz quando se está a casar, logo dipétala é separada e simpetala é junta]“Benz’ó 
dia! Zé, pinas?” – Benzodiazepinas) 
• Poemas, rimas, versos sem sentido, letras de música (“A caminho de Siracusa disse 
Pitágoras aos seus netos, que o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado 
dos catetos”) 
• Acrósticos – Frases em que as primeiras letras de cada palavra têm uma significação 
diferente (Exemplo: para os ossos da mão: “Strange Lovers Try Positions That They 
Can’t Handle” – Scafoid, Lunatum, Triquetum, Pisiforme, Trapézio, Trapezóide, 
Capitatum, Hamatum) 
• Visualizações 
• Agrupamentos 
• Fazer gravações 
• Escrever antes de dormir 
• Números 
• Criar uma experiência, arranjar um exemplo prático 
ou associar o que estás a estudar à vida prática. 
O Histórico! 
Fala com colegas de outros anos, tenta perceber como é que 
os docentes fazem os exames, como os avaliam e as dicas 
que te podem dar relativamente aos exames e à melhor 
forma de estudares para a disciplina. 
Se, enfim, te baldaste o semestre inteiro, arranja rapidamente um grupo de colegas que te 
ceda os apontamentos e que esteja disposto a não só partilhar algumas dicas de estudo, mas 
também a responder a algumas questões básicas que possas ter. Lembra-te de retribuir o 
favor! Faz bolinhos, arranja filmes ou outra coisa qualquer como moeda de troca – acredita, 
não queres ficar conotado como o/a chato/a que se cola na época de exames e só pede.
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Helena Martins 2009 
7 
3. SOS 
Ou como marrar, ainda que não devesses… 
Coisas a saber sobre o “marranço” 
– A usar como o último recurso 
– A retenção de informação está seriamente limitada a 1-2 dias 
– A aprendizagem e cobertura da matéria estão seriamente limitadas dado o pouco tempo 
– A compreensão da matéria é muito limitada 
– É mais dificil apreender informação sob pressão. 
Se tem mesmo de ser... 
1. Percebe o objectivo da disciplina 
2. Dar uma vista de olhos por todo o material para uma visão global 
3. Usar skimming pelos apontamentos e manual 
4. Determinar algumas (poucas) matérias a focar – normalmente aquelas que o docente 
referiu como mais importantes ou acerca das quais deu mais material. 
5. Prestar atenção a apontamentos das aulas e slides, definições, listas, itálicos, datas, 
fórmulas e nomes; 
6. Fazer organizadores gráficos (mapas mentais, esquemas, etc.) 
7. Usar tantas mnemónicas quanto possível 
8. Atitude positiva 
9. Não perder tempo com as perguntas que não se sabe no teste e “adivinhar 
inteligentemente”. 
Adivinhação inteligente – uma técnica MUITO FALÍVEL… 
TIPO DE FORMULAÇÃO DA FRASE PROVAVELMENTE 
Mais geral Verdadeira 
Absoluta Falsa 
Com palavras ou frases pouco familiares Falsa 
Alternativas humorísticas, anedóticas ou insultuosas Falsa 
Afirmações mais completas Verdadeira 
Quando as alternativas variam em valor, os extremos Falsa 
Todas as anteriores Verdadeira 
Afirmações com as razões ou que quantificam as respostas Falsa 
A resposta mais comprida Verdadeira 
Quando há dois opostos, um deles Verdadeira 
Quando duas respostas são praticamente a mesma coisa Falsa 
A resposta do meio, especialmente se for a mais longa Verdadeira
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Helena Martins 2009 
8 
4. Hora H 
O que é um exame? Uma radiografia do teu conhecimento? Quem dera! 
Um exame é uma prova académica que procura aferir os teus conhecimentos e competências 
numa determinada matéria, mas tal como precisas de saber que para te pesares tens estar 
quieto(a) na balança (por muito que não apeteça...), tens de saber que para fazer um exame 
com sucesso não basta saber: tens de ser capaz de demonstrar que sabes. 
Há coisas que te podem atrapalhar nesta tarefa algo ingrata, nomeadamente, a ansiedade, 
dificuldades de gestão de tempo e dificuldades de expressão. Nesta secção, propomo-nos 
ajudar-te com os dois primeiros itens. 
A ansiedade 
“Eu não vou conseguir.” “Eu já não sei nada” “Isto é muito difícil” “Se eu sair agora ainda 
apanho o autocarro para a praia”... Pára. Quando deres conta que estás a ter vários 
pensamentos negativos e que te causam ansiedade, pára. Não deixes a ansiedade controlar a 
tua capacidade de fazer seja o que for e suspende os pensamentos. 
Como atacar o problema? 
• Visualiza um bom resultado para a tua tarefa (the secret!) 
• Sonhar acordado que estás noutro sítio a fazer outra coisa 
• Pensa no pior cenário possível das últimas consequências de as coisas 
não correrem tão bem. Não é “ai que ia ser chato”, é mesmo o pior 
cenário possível “se não fizer esta cadeira, chumbo o ano, e depois 
isso faz com que não arranje emprego por que sou mais velho que os 
colegas, o que faz com que eu não tenha com que me sustentar e por 
isso vou ser um sem abrigo e morar para debaixo da ponte” (ou coisa 
parecida: explora bem as consequências de as coisas correrem menos 
bem). Os teus receios são fundamentados? Qual o nível de ansiedade 
que a situação em causa justifica? 
• Recorda a matéria pelas mnemónicas ou esquemas criados 
• Respirar pela barriga (faz respiração abdominal) 
• Relaxamento muscular (se não conheceres técnicas de relaxamento 
muscular, faz alongamentos – e se tiveres vergonha “dos maus 
aspectos” alonga os dedos, o pescoço, o pé, o que for mais discreto, 
mas que contribua para uma melhoria do teu bem estar e redução da 
tensão física).
Área de Ciências Sociais e Humanas 
Helena Martins 2009 
9 
Gestão de tempo em Exame 
Para perderes o mínimo de tempo possível em exame: 
• Coloca os nomes em todas as folhas de teste logo ao princípio 
• Pensa positivamente 
• Relaxa os músculos 
• Escreve breves apontamentos das indicações verbais dos professores (no princípio dos 
exames explicam-se coisas fundamentais sobre como funciona a avaliação!) 
• Não começar a escrever imediatamente: primeiro ler todo o teste (às vezes há 
respostas a perguntas diferentes no mesmo teste, disfarçadas de perguntas!) 
• Divide o tempo pelas questões/secções 
• Lê todas as instruções duas vezes e sublinha o mais importante (não queres responder 
a 3 perguntas e depois descobrir que era só para responder a 2 de 3, à escolha, pois 
não?!) 
• Ignora o ritmo dos teus colegas – tens o teu tempo controlado e é tudo o que importa 
• Usa esquemas para formular respostas (para não te esqueceres de mencionar 
conceitos importantes, agora que a escrita te levou para outros campos...) 
• Responde a todas as questões (mesmo aquelas a que não se sabes a resposta – se não 
comprares um bilhete, nunca te sai a lotaria!) 
• Nunca mudes uma resposta a menos que esteja CLARAMENTE errada. 
Após o Exame 
Sempre que possível, procura rever o teste com o docente, mesmo que tenha corrido 
embaraçosamente mal. Poucas coisas te ajudarão a perceber o que é pedido em exame e a 
melhor forma de estudares para obteres bons resultados académicos como a análise a 
posteriori de um exame teu.
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Helena Martins 2009 
10 
Conclusão 
A época de exames é sempre uma época de algum stress, e ainda bem que assim é: nunca te 
obrigarias a estudar 100 páginas de uma matéria que detestas sem o arrepio na espinha que te 
causa o ar dos teus pais quando lhes disseres que chumbaste ou a ideia de teres de repetir 
tudo outra vez. 
O ideal é que não estejas nem tão relaxado que tanto te faz chumbar ou passar, nem tão 
stressado que tens taquicardia, de cada vez que pensas na palavra exame ou teste. 
As ideias e sugestões que te deixamos neste documento pretendem apenas facilitar-te a vida e 
dar-te algum apoio nesta fase, sendo que o ideal é que encontres a fórmula certa para ti, com 
tanta criatividade quanto for necessária ou possível, porque ninguém tem uma fórmula mágica 
do tipo “senta-te e estuda!”. 
Como é evidente, já sabemos de antemão a promessa que já fizeste a ti mesmo(a) que “para o 
ano vai ser diferente! Vou estudar um bocadinho todos os dias! E todas as semanas! E todos os 
meses!”… 
Para te assegurares dessa mesma diferença, podes ainda recorrer ao Gabinete de Apoio ao 
Aluno que além de consultas psicológicas (não, não são só para gente doida) tem também 
programas como “As cartas do Gervásio ao seu umbigo” para te apoiar na árdua tarefa que é 
não deixar tudo para a última da hora. Aproveita! 
Boa sorte para os exames! 
Referências Bibliográficas 
Frender, G. (2004). Learning to learn: strengthening study skills and brain power. Incentive 
Publications 
Palmarini, M. P. (1992) A vontade de estudar. Lisboa: Difusão Cultural. 
Rosário, P., Nunes, J. C. & Gonzáles-Pienda, J. (2006). Comprometer-se com o Estudar na 
Universidade: “Cartas do Gervásio ao seu Umbigo”. Coimbra: Almedina. 
Contactos 
Gabinete de Apoio ao Aluno – gaa@estsp.ipp.pt - 222061066 
João Barreto (Coordenador do GAA) jtb@estsp.ipp.pt 
Para quaisquer comentários e sugestões sobre este documento: Helena Martins 
helenagmartins@gmail.com

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  • 1. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 1 Técnicas de Estudo para pessoas irrequietas Cá estamos naquela altura do ano que todos adoram de paixão: os exames. Nesta fase, a ESTSP esvazia-se, os cafés perdem clientela e os donos dos bares na Ribeira fazem as contas à vida com a ausência dos seus habituais clientes estudantis que estão praticamente hibernados, num esforço de compensar todo o estudo que não foi sendo feito ao longo do ano. Há pessoas com uma admirável capacidade de se sentarem em frente a uma pilha de papel e a “devorarem”, decorando conceitos e definições horas a fio. E há as que têm mais dificuldades com este esquema. Existem vários motivos que fazem com que “pessoas irrequietas” tenham mais dificuldades em gerir esta época do ano que as outras: • Expectativas demasiado elevadas face aos resultados que o estudo da época de exames por si só pode atingir • Planos de estudo demasiado ambiciosos (tu NÃO consegues estudar 16 horas por dia, não adianta – na maior parte das vezes mesmo 8 horas é muito difícil conseguir fazer-se) • Estudar não é apenas marrar, isto é, ler indiscriminadamente todos os materiais distribuídos pelos profes por ordem cronológica. Assim, vamos apresentar-te algumas técnicas de recurso para que esta época seja menos dolorosa e para que consigas atingir um pouco melhor os teus objectivos. Este documento está organizado da seguinte forma: 1. Conhece-te a ti mesmo: qual o teu estilo de aprendizagem predominante? Quais os melhores ambientes e as melhores horas do dia para tu estudares? Conhece-te a ti mesmo para identificares as técnicas mais eficazes para ti mesmo. 2. Mãos à obra! 3. SOS – Técnicas de Salvamento especial 4. Hora H – Técnicas de apoio ao momento do exame. A autora agradece a revisão, ajuda e contributos dos colegas e alunos, nomeadamente, Marta Gonçalves, Andreia Magalhães, Sílvia Assis, João Barreto, José Ribeiro, Maria João Martins e Ana Sucena.
  • 2. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 2 1. Conhece-te a ti mesmo(a) Hábitos de Estudo • O melhor ambiente de estudo para ti implica – Silêncio, música ambiente, pouco barulho ou muito ruído? – Luz intensa, média ou fraca? – Estar sentado numa mesa ou secretária, deitado na cama ou a andar? – De manhã, à tarde, noite ou madrugada? – Parado ou a movimentar-se? – Sozinho ou acompanhado? Estilos de Aprendizagem Com qual destes estilos te identificas mais? Visual Auditivo Cinestésico – Tenho dificuldade em concentrar-me em discursos orais; – Prefiro observar a falar ou fazer; – Organizado(a) perante as tarefas; – Gosto de ler; – Memorizo com gráficos e figuras; – Não me distraio com facilidade, quando me concentro; – Boa letra; – Lembro-me das caras; – Meticuloso(a) e cuidadoso(a) com a aparência; – Reparo nos detalhes. – Falo sozinho(a); – Gosto de falar; – Distraio-me com facilidade; – Memorizo sequencialmente os conceitos; – Gosto de música; – Gosto de ler baixinho os textos; – Lembro-me dos nomes; – Gosto de estar sempre em movimento; – Toco nas pessoas quando fala com elas; – Bato com o lápis ou papel quandpo estuda; – Gosto de actividades físicas; – Gosto de resolver problemas de forma prática; – Aberto(a) a novas experiências; – Gesticulo quando fala; – Vesti-me de forma confortável; – Gosto de manipular objectos. Identifica o teu estilo de aprendizagem dominante para poderes decidir quais as técnicas de estudo que mais se adequam a ti. No estudo como em quase tudo na vida, a qualidade é mais importante que a quantidade (e é por isso que há pessoas que “só estudaram” dois dias e tiraram boas notas e outras que estudaram uma semana e reprovaram).
  • 3. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 3 2. Mãos à obra Bons hábitos de concentração A parte mais difícil de um plano de estudo é muitas vezes o começar. Nem sempre conseguimos motivar-nos o suficiente para começar e por isso adiamos e adiamos e adiamos o que temos de fazer. A nossa proposta inclui: • Interessa-te pelo tema • Estabelece objectivos claros e realistas • Exclui distracções • Varia a rotina dentro do bloco de estudo • Sumariza com frequência • Recompensa-te por estudares como planeaste Se achas que nada disto funciona, faz como diria alguém e começa sem a motivação: mais cedo ou mais tarde, ela aparece (também chamada “técnica da cadeira”: quando tens de estudar sentas-te a uma mesa só com os materiais de estudo. Mais cedo ou mais tarde começas a estudar porque não te permites sair da cadeira nesse período de tempo). Não me apetece estudar... Mas tem mesmo de ser! Já percebemos. Estudar não é a tua actividade favorita. Tem em mente, no entanto que estudar não é apenas “marrar”. Há uma série de coisas que podes fazer que são quase tão importantes como estares a ler um grande e denso texto, amarrado(a) à cadeira. Define um horário de trabalho para ti em época de exames e cinge-te a ele. Faz de conta que estás a trabalhar (embora tenhas um patrão que não te aborrece demasiado e liberdade de decidir o teu horário) e dedica esse tempo apenas à tua formação. Isto não significa que tenhas de passar 8 horas por dia a “marrar” (até porque se bem te conheces, já sabes que no primeiro dia só estudas 2 horas e depois andas a redistribuir as horas que não conseguiste estudar pelos restantes dias até teres um plano de estudo com 16h para leres tudo). Significa que o número de horas por dia que decidires é dedicado a actividades relacionadas com a tua formação. Isto inclui organizares capas de diferentes disciplinas (a nossa sugestão é colocares os materiais que os professores distribuíram nas aulas – slides, etc. – primeiro, os teus apontamentos depois e por fim o material de leitura obrigatória e facultativa), conversares com colegas sobre a matéria (a matéria, não o professor…), procurares materiais na internet, ou assinalares nas fotocópias onde estão as coisas mais importantes ou os títulos dos materiais da disciplina.
  • 4. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 4 Uma dica importante é gostares do aspecto visual daquilo com que estás a trabalhar. Investe numas canetas novas, nuns marcadores XPTO, nuns cadernos à maneira, numas capas coloridas, etc. Pondo as mãos à obra, sugerimos: • Aquecimento mental – Rever material familiar primeiro – Aproveita o teu estilo de aprendizagem para aprender • Faz intervalos! – 5-10 mins. por cada 30-45 mins. de estudo – Um breve intervalo quando trocares de tópicos (não vale trocar de tópicos de 5 em 5 minutos só pelo intervalo!) Técnicas de Estudo, de acordo com os Estilos de Aprendizagem VISUAL AUDITIVO CINETÉSICO • Tirar apontamentos • Usar palavras chave • Usar códigos de cores • Usar cartões de estudo • Usar fotografias • Ver documentários e filmes sobre os tópicos • Usar mapas, gráficos e figuras Mnemónicas: • Acrónimos • Cadeias visuais • Mapas mentais Etc. • Usar gravações • Falar sobre/ouvir a matéria • Usar rimas • Ler alto • Falar sozinho • Usar formas ritmicas de dizer os conceitos • Discutir os assuntos Mnemónicas: • Ligações de palavras • Rimas • Poemas • Letras de Música Etc. • Andar/movimentar-se enquanto estuda • Fazer as coisas • Role play • Escrever • Tirar notas • Associar sentimentos a conceitos/informação • Escrever listas repetidamente Mnemónicas: • Rimas • Poemas • Letras de Música Etc. Apesar de os diferentes estilos de aprendizagem terem alguma “simpatia” por diferentes técnicas e formas de memorização, ninguém está 100% em nenhum destes estilos, e se conseguires diversificar as tuas técnicas de estudo, aumentas a probabilidade de te lembrares dos conceitos mais importantes no exame.
  • 5. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 5 Técnicas de Leitura 1. Determinar o tipo de material 2. Definir o objectivo da leitura 3. Decidir o ritmo de leitura 4. LER (claro...) RITMO OBJECTIVO MATERIAIS Scanning Ter uma ideia dos tópicos e ideias principais; ideia global ou pormenores específicos. Dicionário, listas, jornais, artigos de revistas. Skimming Para encontrar as ideias principais, ou causa e efeito; identificar as ideias principais; perceber a estrutura do texto ou matéria. Usar como pré-leitura de matérias mais difíceis. Materiais esquemáticos, revistas ficção, pré-leitura de textos. Leitura Rápida Ler as palavras todas rapidamente para procurar informação específica. O mesmo que o anterior – mas para as ideias principais e seus detalhes. Leitura Lenta Encontrar toda a informação disponível. Tirar apontamentos ou sublinhar. Manuais para ler em detalhe, artigos técnicos. Leitura Cuidadosa Para compreender procedimentos ou seguir instruções passo a passo. Tirar notas detalhadas ou fazer um sumário. Ideias ou conceitos complexos; relatórios sequenciais, poesia, dados ou textos científicos. Técnicas de leitura para preguiçosos • Antes de ler um livro: ver o índice! • Os capítulos têm sumários? • Se não vais ter tempo/não interessa muito ler tudo: – Ler os títulos e subtítulos; procurar no texto nomes e pormenores (datas, listas, etc) específicos; – Ter em conta gráficos e ilustrações, etc. – Ler as perguntas ou conclusões no final de cada capítulo. • Procurar indicadores • Em materiais difíceis: usar marcadores de cores (com os tópicos, com o grau de compreensão, etc!)
  • 6. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 6 Mnemónicas Lembra-te que a melhor forma de recordar é usar tantos sentidos quanto possível. De qualquer forma, e de acordo com o teu estilo predominante de aprendizagem poderás ter mais ou menos afinidades com diferentes tipos de mnemónicas, tais como: • Mapas mentais • Correntes visuais (esquemas) • Acrónimos (Bons objectivos são SMART – Specific, Measurable, Attainable, Realistic, Timely, ou seja, Simples, Mensuráveis, Atingíveis, Realistas e Temporalmente constrangidos) • Ligações de palavras (dipétala, simpétala [“di” é a primeira sílaba de divórcio, “sim” é o que se diz quando se está a casar, logo dipétala é separada e simpetala é junta]“Benz’ó dia! Zé, pinas?” – Benzodiazepinas) • Poemas, rimas, versos sem sentido, letras de música (“A caminho de Siracusa disse Pitágoras aos seus netos, que o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos”) • Acrósticos – Frases em que as primeiras letras de cada palavra têm uma significação diferente (Exemplo: para os ossos da mão: “Strange Lovers Try Positions That They Can’t Handle” – Scafoid, Lunatum, Triquetum, Pisiforme, Trapézio, Trapezóide, Capitatum, Hamatum) • Visualizações • Agrupamentos • Fazer gravações • Escrever antes de dormir • Números • Criar uma experiência, arranjar um exemplo prático ou associar o que estás a estudar à vida prática. O Histórico! Fala com colegas de outros anos, tenta perceber como é que os docentes fazem os exames, como os avaliam e as dicas que te podem dar relativamente aos exames e à melhor forma de estudares para a disciplina. Se, enfim, te baldaste o semestre inteiro, arranja rapidamente um grupo de colegas que te ceda os apontamentos e que esteja disposto a não só partilhar algumas dicas de estudo, mas também a responder a algumas questões básicas que possas ter. Lembra-te de retribuir o favor! Faz bolinhos, arranja filmes ou outra coisa qualquer como moeda de troca – acredita, não queres ficar conotado como o/a chato/a que se cola na época de exames e só pede.
  • 7. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 7 3. SOS Ou como marrar, ainda que não devesses… Coisas a saber sobre o “marranço” – A usar como o último recurso – A retenção de informação está seriamente limitada a 1-2 dias – A aprendizagem e cobertura da matéria estão seriamente limitadas dado o pouco tempo – A compreensão da matéria é muito limitada – É mais dificil apreender informação sob pressão. Se tem mesmo de ser... 1. Percebe o objectivo da disciplina 2. Dar uma vista de olhos por todo o material para uma visão global 3. Usar skimming pelos apontamentos e manual 4. Determinar algumas (poucas) matérias a focar – normalmente aquelas que o docente referiu como mais importantes ou acerca das quais deu mais material. 5. Prestar atenção a apontamentos das aulas e slides, definições, listas, itálicos, datas, fórmulas e nomes; 6. Fazer organizadores gráficos (mapas mentais, esquemas, etc.) 7. Usar tantas mnemónicas quanto possível 8. Atitude positiva 9. Não perder tempo com as perguntas que não se sabe no teste e “adivinhar inteligentemente”. Adivinhação inteligente – uma técnica MUITO FALÍVEL… TIPO DE FORMULAÇÃO DA FRASE PROVAVELMENTE Mais geral Verdadeira Absoluta Falsa Com palavras ou frases pouco familiares Falsa Alternativas humorísticas, anedóticas ou insultuosas Falsa Afirmações mais completas Verdadeira Quando as alternativas variam em valor, os extremos Falsa Todas as anteriores Verdadeira Afirmações com as razões ou que quantificam as respostas Falsa A resposta mais comprida Verdadeira Quando há dois opostos, um deles Verdadeira Quando duas respostas são praticamente a mesma coisa Falsa A resposta do meio, especialmente se for a mais longa Verdadeira
  • 8. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 8 4. Hora H O que é um exame? Uma radiografia do teu conhecimento? Quem dera! Um exame é uma prova académica que procura aferir os teus conhecimentos e competências numa determinada matéria, mas tal como precisas de saber que para te pesares tens estar quieto(a) na balança (por muito que não apeteça...), tens de saber que para fazer um exame com sucesso não basta saber: tens de ser capaz de demonstrar que sabes. Há coisas que te podem atrapalhar nesta tarefa algo ingrata, nomeadamente, a ansiedade, dificuldades de gestão de tempo e dificuldades de expressão. Nesta secção, propomo-nos ajudar-te com os dois primeiros itens. A ansiedade “Eu não vou conseguir.” “Eu já não sei nada” “Isto é muito difícil” “Se eu sair agora ainda apanho o autocarro para a praia”... Pára. Quando deres conta que estás a ter vários pensamentos negativos e que te causam ansiedade, pára. Não deixes a ansiedade controlar a tua capacidade de fazer seja o que for e suspende os pensamentos. Como atacar o problema? • Visualiza um bom resultado para a tua tarefa (the secret!) • Sonhar acordado que estás noutro sítio a fazer outra coisa • Pensa no pior cenário possível das últimas consequências de as coisas não correrem tão bem. Não é “ai que ia ser chato”, é mesmo o pior cenário possível “se não fizer esta cadeira, chumbo o ano, e depois isso faz com que não arranje emprego por que sou mais velho que os colegas, o que faz com que eu não tenha com que me sustentar e por isso vou ser um sem abrigo e morar para debaixo da ponte” (ou coisa parecida: explora bem as consequências de as coisas correrem menos bem). Os teus receios são fundamentados? Qual o nível de ansiedade que a situação em causa justifica? • Recorda a matéria pelas mnemónicas ou esquemas criados • Respirar pela barriga (faz respiração abdominal) • Relaxamento muscular (se não conheceres técnicas de relaxamento muscular, faz alongamentos – e se tiveres vergonha “dos maus aspectos” alonga os dedos, o pescoço, o pé, o que for mais discreto, mas que contribua para uma melhoria do teu bem estar e redução da tensão física).
  • 9. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 9 Gestão de tempo em Exame Para perderes o mínimo de tempo possível em exame: • Coloca os nomes em todas as folhas de teste logo ao princípio • Pensa positivamente • Relaxa os músculos • Escreve breves apontamentos das indicações verbais dos professores (no princípio dos exames explicam-se coisas fundamentais sobre como funciona a avaliação!) • Não começar a escrever imediatamente: primeiro ler todo o teste (às vezes há respostas a perguntas diferentes no mesmo teste, disfarçadas de perguntas!) • Divide o tempo pelas questões/secções • Lê todas as instruções duas vezes e sublinha o mais importante (não queres responder a 3 perguntas e depois descobrir que era só para responder a 2 de 3, à escolha, pois não?!) • Ignora o ritmo dos teus colegas – tens o teu tempo controlado e é tudo o que importa • Usa esquemas para formular respostas (para não te esqueceres de mencionar conceitos importantes, agora que a escrita te levou para outros campos...) • Responde a todas as questões (mesmo aquelas a que não se sabes a resposta – se não comprares um bilhete, nunca te sai a lotaria!) • Nunca mudes uma resposta a menos que esteja CLARAMENTE errada. Após o Exame Sempre que possível, procura rever o teste com o docente, mesmo que tenha corrido embaraçosamente mal. Poucas coisas te ajudarão a perceber o que é pedido em exame e a melhor forma de estudares para obteres bons resultados académicos como a análise a posteriori de um exame teu.
  • 10. Área de Ciências Sociais e Humanas Helena Martins 2009 10 Conclusão A época de exames é sempre uma época de algum stress, e ainda bem que assim é: nunca te obrigarias a estudar 100 páginas de uma matéria que detestas sem o arrepio na espinha que te causa o ar dos teus pais quando lhes disseres que chumbaste ou a ideia de teres de repetir tudo outra vez. O ideal é que não estejas nem tão relaxado que tanto te faz chumbar ou passar, nem tão stressado que tens taquicardia, de cada vez que pensas na palavra exame ou teste. As ideias e sugestões que te deixamos neste documento pretendem apenas facilitar-te a vida e dar-te algum apoio nesta fase, sendo que o ideal é que encontres a fórmula certa para ti, com tanta criatividade quanto for necessária ou possível, porque ninguém tem uma fórmula mágica do tipo “senta-te e estuda!”. Como é evidente, já sabemos de antemão a promessa que já fizeste a ti mesmo(a) que “para o ano vai ser diferente! Vou estudar um bocadinho todos os dias! E todas as semanas! E todos os meses!”… Para te assegurares dessa mesma diferença, podes ainda recorrer ao Gabinete de Apoio ao Aluno que além de consultas psicológicas (não, não são só para gente doida) tem também programas como “As cartas do Gervásio ao seu umbigo” para te apoiar na árdua tarefa que é não deixar tudo para a última da hora. Aproveita! Boa sorte para os exames! Referências Bibliográficas Frender, G. (2004). Learning to learn: strengthening study skills and brain power. Incentive Publications Palmarini, M. P. (1992) A vontade de estudar. Lisboa: Difusão Cultural. Rosário, P., Nunes, J. C. & Gonzáles-Pienda, J. (2006). Comprometer-se com o Estudar na Universidade: “Cartas do Gervásio ao seu Umbigo”. Coimbra: Almedina. Contactos Gabinete de Apoio ao Aluno – gaa@estsp.ipp.pt - 222061066 João Barreto (Coordenador do GAA) jtb@estsp.ipp.pt Para quaisquer comentários e sugestões sobre este documento: Helena Martins helenagmartins@gmail.com