SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 5
Baixar para ler offline
PRODUÇÃO DE PÓLEN APÍCOLA
Maria Luisa Teles Marques Florêncio Alves
Zootecnista, Ms, PqC do Polo Regional Vale do Paraíba/APTA
marialuisa@apta.sp.gov.br
Os grãos de pólen ou simplesmente pólen, são estruturas microscópicas que representam o
gameta masculino das plantas. Tem importância na apicultura, além de ser o próprio objeto
da polinização, de duas outras formas: como principal fonte de proteínas, gorduras e
minerais para as abelhas e como um possível produto excedente do apiário. O apicultor
pode apropriar-se de uma parte do pólen coletado pelas abelhas e para tal são utilizados
aparelhos denominados de coletores de pólen, armadilhas de pólen ou ainda caça-pólen,
que retiram parte das bolotas presentes nas corbículas antes que as abelhas penetrem nas
colmeias.
Os coletores de pólen são constituídos essencialmente por uma barreira denominada grade
ou barreira de retenção, com perfurações bastante largas para permitir que as abelhas a
atravessem e suficientemente estreitas para reter as bolotas de pólen presas as suas
corbículas, que cairão em um recipiente (gaveta). Este recipiente encontra-se separado do
resto, por uma tela que impeça as abelhas de recolher o pólen em seu interior e o seu fundo
é constituído de um material que facilite a circulação de ar. Em geral são confeccionados em
madeira, com as barreiras de retenção em chapa de acrílico, com 2,0 a 3,0 mm de
espessura, perfuradas com orifícios redondos de 4,3 a 4,5 mm de diâmetro. Há três tipos
mais comuns, que recebem o nome de acordo com sua localização na colmeia (Figura 1).
1- tipo alvado ou frontal: o coletor é posicionado à frente do alvado, não provocando
modificação neste, permanecendo as bolotas de pólen externamente à colmeia, havendo
necessidade de fazer a retirada diária.
2 – tipo de fundo ou de piso: o coletor substitui o fundo e o alvado da colmeia, ficando o
pólen protegido em seu interior; havendo a possibilidade de fazer a retirada do pólen a cada
dois ou três dias.
www.aptaregional.sp.gov.br
ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
3 – tipo topo ou superior: o coletor é instalado sobre o ninho, por onde as abelhas penetram
na colmeia, ficando o alvado antigo fechado, mantendo o pólen protegido em seu interior;
havendo a possibilidade de fazer a retirada do pólen a cada dois ou três dias.
Figura 1. Tipos de coletores de pólen. Coletor frontal (a), coletor de fundo (b), coletor de topo (c), com o escape
de zangão (z). (Foto: Maria Luisa T. M. F. Alves)
Não existe um consenso quanto ao melhor tipo de coletor. A produtividade é semelhante em
todos, desde que sejam mantidas as características corretas, o manejo da colônia seja
adequado e haja disponibilidade de pólen na região. A atenção para certas características
permitem uma escolha adequada: facilidade na instalação, na remoção da grade de
retenção e da gaveta coletora; comodidade no manejo com as abelhas; presença de
aberturas laterais denominadas escape para zangão (Figura 1Z, permitem a saída dos
zangões, que por seu tamanho não passam pela grade de retenção), contudo devem ser
bem localizadas para que o alvado não se torne alternativo, permitindo a entrada de
campeiras com pólen. É importante ainda, que não provoque congestionamento de abelhas
no alvado, permitindo a ventilação da colmeia e que tenha proteção contra as intempéries.
Manejo para a produção de pólen
As colmeias coletoras de pólen devem ser instaladas sobre cavaletes individuais e distantes
de outras com alvado normal (Figura 2). É comum ocorrer transferência de campeiras
(drifting) para estas colmeias sem coletores, provocando diminuição progressiva da
população das colônias produtoras de pólen.
A
B
Z
Z
C
www.aptaregional.sp.gov.br
ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
Figura 2. Apiário com colmeias com coletores de pólen do tipo de fundo e o apicultor recolhendo a gaveta com
as bolotas de pólen. (Foto: Maria Luisa T. M. F. Alves)
Os coletores podem ser instalados sem a grade de retenção, com a finalidade de as abelhas
se acostumarem à nova entrada. Após três ou quatro dias, coloca-se a grade de retenção,
ao mesmo tempo em todas. No início a produção é pequena, mas cresce gradualmente
durante alguns dias, até estabilizar-se.
As colônias ideais para a produção de pólen devem estar em fase de crescimento com
população mediana (seis ou sete quadros com cria) e cerca de 60.000 abelhas. A rainha
deve ter menos de um ano de idade e ser prolífera. A presença de cria aberta (larvas) é
primordial para estimular a coleta de pólen, havendo uma estreita relação entre o aumento
da quantidade de cria aberta e o aumento no volume de coleta de pólen. Contudo, também
é necessária a existência de abelhas jovens (nutrizes) em quantidade suficiente para o
cuidado das larvas.
A colônia deve ficar durante todo o período de produção com três quadros de cria aberta
(larvas), três de cria fechada (operculada), um quadro de favo vazio (ou de cera alveolada)
para postura da rainha, um quadro de favo para depósito de alimento e um quadro com
alimento. Os quadros velhos ou escuros devem ser substituídos, e todo excesso de alimento
deve ser retirado. A manutenção de colônias neste status é obtida com revisões semanais.
Um apiário de apoio é útil para doação e/ou recebimento dos quadros, reposição de colônias
órfãs, etc.
As colmeias coletoras de pólen devem ainda receber alimentação energética (1,5 litros de
xarope de açúcar a 50%, em alimentador Boardman, três vezes por semana) e protéica
www.aptaregional.sp.gov.br
ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
(100g, uma vez por semana). A alimentação protéica pode ser elaborada com uma parte de
pólen e três partes de farinha de soja, umedecida com xarope de açúcar ou mel, sendo
oferecida sobre os cabeçotes dos quadros centrais, em forma de torta.
As abelhas em produção de pólen podem rapidamente adaptar-se à dimensão das barreiras
de retenção, formando cargas polínicas de menores dimensões. Por outro lado a coleta de
pólen não continuada, isto é, colocação da barreira coletora em dias alternados também
causa problemas. As abelhas vão ter sempre dificuldade para acessarem a colmeia com a
barreira coletora, pois será sempre uma peça nova, alem de permitir grande entrada de
pólen e não haver estímulo de coleta quando há as barreiras.
Por esse motivo é importante que o apicultor planeje como será o recolhimento de pólen em
seu apiário. É muito utilizado o esquema de coleta direta por uma ou duas semanas e um ou
dois dias sem a grade de retenção. Ou ainda, coleta direta durante três semanas, deixando
livre acesso na quarta semana. Nesses períodos de descanso, sem grade de retenção,
permite que as abelhas retirem sujidades que não puderam sair pela grade e o apicultor faça
higienização dos coletores principalmente os tipos de fundo e de topo, que tendem a
acumular pó de pólen em seu interior, oferecendo alimento para traças, formigas entre
outros invertebrados. Em dias chuvosos ou com umidade relativa do ar muito elevada, retira-
se a grade de retenção.
O pólen deve ser recolhido diariamente nos coletores do tipo frontal e a cada dois ou três
dias nos demais tipos, preferencialmente no período da tarde. Faz-se necessário o uso de
duas gavetas para cada coletor. No momento da colheita, troca-se a gaveta que contém o
pólen por outra higienizada (Figura 3).
Figura 3. Apicultor substituindo a gaveta ao final do dia por outra já higienizada. (Foto: Maria Luisa T. M. F.
Alves)
www.aptaregional.sp.gov.br
ISSN 2316-5146
Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013
É importante que os coletores sejam padronizados para que o apicultor não perca tempo no
apiário descobrindo qual gaveta pertence a qual.
A época de produção de pólen está relacionada aos períodos em que há abundância de
florada polinífera no campo. As abelhas não conseguem manter a sua criação saudável sem
pólen.
Referências Bibliográficas
ALVES, M.L.T.M.F.; MORETI, A.C.C.C.; MORAES, R. Produção de pólen. Instituto de
Zootecnia / Associação Modelo de Apicultura 1996, 39p.
ALVES, M.L.T.M.F.; MORETI, A.C.C.C.; SILVA, E.C.A.; SILVA, R.M.B. Efeito da
suplementação proteica sobre a quantidade de pólen coletado e o desenvolvimento
de colônias de abelhas africanizadas (Apis mellifera). Boletim da Indústria Animal, v. 54,
n.1, p.85-89, 1997.
ALVES, M.L.T.M.F.; MORETI, A.C.C.C.; SILVA, E.C.A.; SILVA, R.M.B.; TEIXEIRA, E.W.
Quantidade diária de pólen coletado por abelhas africanizadas (Apis mellifera L.)
usando diferentes modelos de coletores. Boletim da Indústria Animal, v. 54, n.1, p.97-
102, 1997.
BARRETO, L.M.R.; FUNARI, S.R.C.; ORSI, R.O. Pólen Apícola: perfil da Produção no
Brasil. Universidade de Taubaté, 2003, 21p.
PROST, J.P. Apicultura. Ediciones Mundi-Prensa, Espanha, 1985, p.306-315.
SALOMÉ, J.A.; SALOMÉ, L.G. Manual prático de produção de pólen apícola. Santa
Catarina: EPAGRI, 1998, 54 p.
WITHERELL, P.C. Otros productos de la colmena. In: DADANT E HIJOS, ed. La colmena y
la abeja melífera. Montevideo: Hemisferio Sur. 1975, p.683-707.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Vacinação
VacinaçãoVacinação
Vacinaçãomvezzone
 
Importância e desaparecimento dos polinizadores
Importância e desaparecimento dos polinizadoresImportância e desaparecimento dos polinizadores
Importância e desaparecimento dos polinizadoresTulio Malaspina
 
David De Jong - Efeito de nutrição sobre a saúde da abelha.
David De Jong - Efeito de nutrição sobre a saúde da abelha.David De Jong - Efeito de nutrição sobre a saúde da abelha.
David De Jong - Efeito de nutrição sobre a saúde da abelha.ApiculturaeAgricultura
 
Sorgo: Colheita e beneficiamento
Sorgo: Colheita e beneficiamento			 			Sorgo: Colheita e beneficiamento
Sorgo: Colheita e beneficiamento Geagra UFG
 
Plantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
Plantio e Nutrição do Sorgo e MilhetoPlantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
Plantio e Nutrição do Sorgo e MilhetoGeagra UFG
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Rural Pecuária
 
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasCalagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasRural Pecuária
 
Sorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaSorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaGeagra UFG
 
Controle alternativo de pragas e doenças nas plantas
Controle alternativo de pragas e doenças nas  plantasControle alternativo de pragas e doenças nas  plantas
Controle alternativo de pragas e doenças nas plantasJoão Siqueira da Mata
 
Banco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalBanco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalLenildo Araujo
 
Abelhas africanas e abelhas indígenas
Abelhas africanas e abelhas indígenasAbelhas africanas e abelhas indígenas
Abelhas africanas e abelhas indígenasIzoleteLazaroto
 
ABC Como produzir melancia
ABC Como produzir melanciaABC Como produzir melancia
ABC Como produzir melanciaLenildo Araujo
 
Manejo frangos corte
Manejo frangos corteManejo frangos corte
Manejo frangos cortemvezzone
 

Mais procurados (19)

Vacinação
VacinaçãoVacinação
Vacinação
 
Importância e desaparecimento dos polinizadores
Importância e desaparecimento dos polinizadoresImportância e desaparecimento dos polinizadores
Importância e desaparecimento dos polinizadores
 
David De Jong - Efeito de nutrição sobre a saúde da abelha.
David De Jong - Efeito de nutrição sobre a saúde da abelha.David De Jong - Efeito de nutrição sobre a saúde da abelha.
David De Jong - Efeito de nutrição sobre a saúde da abelha.
 
Coturnicultura
Coturnicultura Coturnicultura
Coturnicultura
 
Sorgo: Colheita e beneficiamento
Sorgo: Colheita e beneficiamento			 			Sorgo: Colheita e beneficiamento
Sorgo: Colheita e beneficiamento
 
Plantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
Plantio e Nutrição do Sorgo e MilhetoPlantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
Plantio e Nutrição do Sorgo e Milheto
 
Tudo sobre criação de codornas
Tudo sobre criação de codornasTudo sobre criação de codornas
Tudo sobre criação de codornas
 
Criação de codornas emater
Criação de codornas ematerCriação de codornas emater
Criação de codornas emater
 
Criar codornas
Criar codornasCriar codornas
Criar codornas
 
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
Calagem e adubação do feijão-vagem, feijão-fava (ou fava-italiana), feijão-de...
 
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóborasCalagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
Calagem e adubação para abobrinha italiana, moranga e outras abóboras
 
Minhocultura
MinhoculturaMinhocultura
Minhocultura
 
Avicultura
AviculturaAvicultura
Avicultura
 
Sorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaSorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologia
 
Controle alternativo de pragas e doenças nas plantas
Controle alternativo de pragas e doenças nas  plantasControle alternativo de pragas e doenças nas  plantas
Controle alternativo de pragas e doenças nas plantas
 
Banco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animalBanco de proteina para ração animal
Banco de proteina para ração animal
 
Abelhas africanas e abelhas indígenas
Abelhas africanas e abelhas indígenasAbelhas africanas e abelhas indígenas
Abelhas africanas e abelhas indígenas
 
ABC Como produzir melancia
ABC Como produzir melanciaABC Como produzir melancia
ABC Como produzir melancia
 
Manejo frangos corte
Manejo frangos corteManejo frangos corte
Manejo frangos corte
 

Semelhante a PRODUÇÃO DE PÓLEN APÍCOLA

Apostila de Lúcio Campos - ASF
Apostila de Lúcio Campos - ASFApostila de Lúcio Campos - ASF
Apostila de Lúcio Campos - ASFLuiz Carlos Rubim
 
Protocolo de implantação do banco de germoplasma de macaúba da universidade f...
Protocolo de implantação do banco de germoplasma de macaúba da universidade f...Protocolo de implantação do banco de germoplasma de macaúba da universidade f...
Protocolo de implantação do banco de germoplasma de macaúba da universidade f...AcessoMacauba
 
Manual criação de aves caipira
Manual criação de aves caipiraManual criação de aves caipira
Manual criação de aves caipiraR1Rosolem
 
Parecer técnico suinocultura
Parecer técnico suinoculturaParecer técnico suinocultura
Parecer técnico suinoculturaRogger Wins
 
Parecer técnico suinocultura
Parecer técnico suinoculturaParecer técnico suinocultura
Parecer técnico suinoculturaRogger Wins
 
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucessoProdução e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucessoRural Pecuária
 
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.Patrícia Oliver
 
Dia Mundial da Bolota.pdf
Dia Mundial da Bolota.pdfDia Mundial da Bolota.pdf
Dia Mundial da Bolota.pdfAndreMorais38
 
A Importância de se Chamar Abelha
A Importância de se Chamar AbelhaA Importância de se Chamar Abelha
A Importância de se Chamar Abelhafvpcampusexplorer
 
manual_de_atividade_apicula-paginas_versao_final_aprovado_pelo_autor.pdf
manual_de_atividade_apicula-paginas_versao_final_aprovado_pelo_autor.pdfmanual_de_atividade_apicula-paginas_versao_final_aprovado_pelo_autor.pdf
manual_de_atividade_apicula-paginas_versao_final_aprovado_pelo_autor.pdfMOEMAKELLYNOGUEIRADE
 
Criação de tenebrio molitor
Criação de tenebrio molitorCriação de tenebrio molitor
Criação de tenebrio molitormarciofdias
 
Avicultura
AviculturaAvicultura
Aviculturamatheush
 
Cultivo de cogumelos senai
Cultivo de cogumelos   senaiCultivo de cogumelos   senai
Cultivo de cogumelos senaiJorge Fernandez
 
Exercicios de Revisão - Briofitas e pteridofitas - 3º ano
Exercicios de Revisão - Briofitas e pteridofitas - 3º anoExercicios de Revisão - Briofitas e pteridofitas - 3º ano
Exercicios de Revisão - Briofitas e pteridofitas - 3º anoRosana Gouveia
 

Semelhante a PRODUÇÃO DE PÓLEN APÍCOLA (20)

Apostila de Lúcio Campos - ASF
Apostila de Lúcio Campos - ASFApostila de Lúcio Campos - ASF
Apostila de Lúcio Campos - ASF
 
Apostila asf lucio-campos
Apostila asf lucio-camposApostila asf lucio-campos
Apostila asf lucio-campos
 
Caixa padrão Embrapa
Caixa padrão EmbrapaCaixa padrão Embrapa
Caixa padrão Embrapa
 
Protocolo de implantação do banco de germoplasma de macaúba da universidade f...
Protocolo de implantação do banco de germoplasma de macaúba da universidade f...Protocolo de implantação do banco de germoplasma de macaúba da universidade f...
Protocolo de implantação do banco de germoplasma de macaúba da universidade f...
 
Manual criação de aves caipira
Manual criação de aves caipiraManual criação de aves caipira
Manual criação de aves caipira
 
Parecer técnico suinocultura
Parecer técnico suinoculturaParecer técnico suinocultura
Parecer técnico suinocultura
 
Parecer técnico suinocultura
Parecer técnico suinoculturaParecer técnico suinocultura
Parecer técnico suinocultura
 
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucessoProdução e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
Produção e reprodução de búfalas leiteiras : um modelo tecnológico de sucesso
 
Caderno silo
Caderno siloCaderno silo
Caderno silo
 
Abelha Dourinha
Abelha DourinhaAbelha Dourinha
Abelha Dourinha
 
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
Moura- Produção de alimento vivo,aquicultura.
 
Dia Mundial da Bolota.pdf
Dia Mundial da Bolota.pdfDia Mundial da Bolota.pdf
Dia Mundial da Bolota.pdf
 
Instalaçoes corte
Instalaçoes corteInstalaçoes corte
Instalaçoes corte
 
A Importância de se Chamar Abelha
A Importância de se Chamar AbelhaA Importância de se Chamar Abelha
A Importância de se Chamar Abelha
 
Coelho
CoelhoCoelho
Coelho
 
manual_de_atividade_apicula-paginas_versao_final_aprovado_pelo_autor.pdf
manual_de_atividade_apicula-paginas_versao_final_aprovado_pelo_autor.pdfmanual_de_atividade_apicula-paginas_versao_final_aprovado_pelo_autor.pdf
manual_de_atividade_apicula-paginas_versao_final_aprovado_pelo_autor.pdf
 
Criação de tenebrio molitor
Criação de tenebrio molitorCriação de tenebrio molitor
Criação de tenebrio molitor
 
Avicultura
AviculturaAvicultura
Avicultura
 
Cultivo de cogumelos senai
Cultivo de cogumelos   senaiCultivo de cogumelos   senai
Cultivo de cogumelos senai
 
Exercicios de Revisão - Briofitas e pteridofitas - 3º ano
Exercicios de Revisão - Briofitas e pteridofitas - 3º anoExercicios de Revisão - Briofitas e pteridofitas - 3º ano
Exercicios de Revisão - Briofitas e pteridofitas - 3º ano
 

Mais de Rural Pecuária

Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...Rural Pecuária
 
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).Rural Pecuária
 
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...Rural Pecuária
 
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...Rural Pecuária
 
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animalTecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animalRural Pecuária
 
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...Rural Pecuária
 
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...Rural Pecuária
 
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtorBoas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtorRural Pecuária
 
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaCatálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaRural Pecuária
 
Dez dicas para produção de milho
Dez dicas para produção de milhoDez dicas para produção de milho
Dez dicas para produção de milhoRural Pecuária
 
Criação de Bezerras Leiteiras
Criação de Bezerras LeiteirasCriação de Bezerras Leiteiras
Criação de Bezerras LeiteirasRural Pecuária
 
Como produzir-Goiaba Orgânica
Como produzir-Goiaba Orgânica Como produzir-Goiaba Orgânica
Como produzir-Goiaba Orgânica Rural Pecuária
 
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...Rural Pecuária
 
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...Rural Pecuária
 
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...Rural Pecuária
 
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais aprovado
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais  aprovadoSilício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais  aprovado
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais aprovadoRural Pecuária
 
Manual Técnico de Ranicultura está disponível
Manual Técnico de Ranicultura está disponívelManual Técnico de Ranicultura está disponível
Manual Técnico de Ranicultura está disponívelRural Pecuária
 
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixesInfiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixesRural Pecuária
 
A importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corteA importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corteRural Pecuária
 
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira Rural Pecuária
 

Mais de Rural Pecuária (20)

Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
Pecuária leiteira de precisão: uso de sensores para monitoramento e detecção ...
 
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
50 perguntas, 50 respostas sobre a Carne Carbono Neutro (CCN).
 
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
Soro de queijo tipo coalho de leite bovino: alternativa para a terminação de ...
 
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
Staphylococcus coagulase-negativos no leite de vacas com mastite tratadas com...
 
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animalTecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
Tecnologia e custo da cana-de-açúcar para a alimentação animal
 
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
 
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
Reaproveitamento de água residuária em sistemas de produção de leite em confi...
 
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtorBoas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
Boas práticas agropecuárias na produção de leite: da pesquisa para o produtor
 
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela EmbrapaCatálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
Catálogo de forrageiras recomendadas pela Embrapa
 
Dez dicas para produção de milho
Dez dicas para produção de milhoDez dicas para produção de milho
Dez dicas para produção de milho
 
Criação de Bezerras Leiteiras
Criação de Bezerras LeiteirasCriação de Bezerras Leiteiras
Criação de Bezerras Leiteiras
 
Como produzir-Goiaba Orgânica
Como produzir-Goiaba Orgânica Como produzir-Goiaba Orgânica
Como produzir-Goiaba Orgânica
 
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
Principais cogumelos comestíveis cultivados e nativos do estado de são paulo ...
 
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes”  ap...
Potencial de cultivo da planta alimentícia não convencional “major gomes” ap...
 
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
Horticultura de baixo carbono e segurança hídrica no cultivo de bananeira agr...
 
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais aprovado
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais  aprovadoSilício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais  aprovado
Silício auxilia as plantas na defesa contra os estresses ambientais aprovado
 
Manual Técnico de Ranicultura está disponível
Manual Técnico de Ranicultura está disponívelManual Técnico de Ranicultura está disponível
Manual Técnico de Ranicultura está disponível
 
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixesInfiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
Infiltração em viveiros escavados destinados à criação de peixes
 
A importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corteA importância da longevidade das vacas de corte
A importância da longevidade das vacas de corte
 
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
 

PRODUÇÃO DE PÓLEN APÍCOLA

  • 1. PRODUÇÃO DE PÓLEN APÍCOLA Maria Luisa Teles Marques Florêncio Alves Zootecnista, Ms, PqC do Polo Regional Vale do Paraíba/APTA marialuisa@apta.sp.gov.br Os grãos de pólen ou simplesmente pólen, são estruturas microscópicas que representam o gameta masculino das plantas. Tem importância na apicultura, além de ser o próprio objeto da polinização, de duas outras formas: como principal fonte de proteínas, gorduras e minerais para as abelhas e como um possível produto excedente do apiário. O apicultor pode apropriar-se de uma parte do pólen coletado pelas abelhas e para tal são utilizados aparelhos denominados de coletores de pólen, armadilhas de pólen ou ainda caça-pólen, que retiram parte das bolotas presentes nas corbículas antes que as abelhas penetrem nas colmeias. Os coletores de pólen são constituídos essencialmente por uma barreira denominada grade ou barreira de retenção, com perfurações bastante largas para permitir que as abelhas a atravessem e suficientemente estreitas para reter as bolotas de pólen presas as suas corbículas, que cairão em um recipiente (gaveta). Este recipiente encontra-se separado do resto, por uma tela que impeça as abelhas de recolher o pólen em seu interior e o seu fundo é constituído de um material que facilite a circulação de ar. Em geral são confeccionados em madeira, com as barreiras de retenção em chapa de acrílico, com 2,0 a 3,0 mm de espessura, perfuradas com orifícios redondos de 4,3 a 4,5 mm de diâmetro. Há três tipos mais comuns, que recebem o nome de acordo com sua localização na colmeia (Figura 1). 1- tipo alvado ou frontal: o coletor é posicionado à frente do alvado, não provocando modificação neste, permanecendo as bolotas de pólen externamente à colmeia, havendo necessidade de fazer a retirada diária. 2 – tipo de fundo ou de piso: o coletor substitui o fundo e o alvado da colmeia, ficando o pólen protegido em seu interior; havendo a possibilidade de fazer a retirada do pólen a cada dois ou três dias.
  • 2. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 3 – tipo topo ou superior: o coletor é instalado sobre o ninho, por onde as abelhas penetram na colmeia, ficando o alvado antigo fechado, mantendo o pólen protegido em seu interior; havendo a possibilidade de fazer a retirada do pólen a cada dois ou três dias. Figura 1. Tipos de coletores de pólen. Coletor frontal (a), coletor de fundo (b), coletor de topo (c), com o escape de zangão (z). (Foto: Maria Luisa T. M. F. Alves) Não existe um consenso quanto ao melhor tipo de coletor. A produtividade é semelhante em todos, desde que sejam mantidas as características corretas, o manejo da colônia seja adequado e haja disponibilidade de pólen na região. A atenção para certas características permitem uma escolha adequada: facilidade na instalação, na remoção da grade de retenção e da gaveta coletora; comodidade no manejo com as abelhas; presença de aberturas laterais denominadas escape para zangão (Figura 1Z, permitem a saída dos zangões, que por seu tamanho não passam pela grade de retenção), contudo devem ser bem localizadas para que o alvado não se torne alternativo, permitindo a entrada de campeiras com pólen. É importante ainda, que não provoque congestionamento de abelhas no alvado, permitindo a ventilação da colmeia e que tenha proteção contra as intempéries. Manejo para a produção de pólen As colmeias coletoras de pólen devem ser instaladas sobre cavaletes individuais e distantes de outras com alvado normal (Figura 2). É comum ocorrer transferência de campeiras (drifting) para estas colmeias sem coletores, provocando diminuição progressiva da população das colônias produtoras de pólen. A B Z Z C
  • 3. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 Figura 2. Apiário com colmeias com coletores de pólen do tipo de fundo e o apicultor recolhendo a gaveta com as bolotas de pólen. (Foto: Maria Luisa T. M. F. Alves) Os coletores podem ser instalados sem a grade de retenção, com a finalidade de as abelhas se acostumarem à nova entrada. Após três ou quatro dias, coloca-se a grade de retenção, ao mesmo tempo em todas. No início a produção é pequena, mas cresce gradualmente durante alguns dias, até estabilizar-se. As colônias ideais para a produção de pólen devem estar em fase de crescimento com população mediana (seis ou sete quadros com cria) e cerca de 60.000 abelhas. A rainha deve ter menos de um ano de idade e ser prolífera. A presença de cria aberta (larvas) é primordial para estimular a coleta de pólen, havendo uma estreita relação entre o aumento da quantidade de cria aberta e o aumento no volume de coleta de pólen. Contudo, também é necessária a existência de abelhas jovens (nutrizes) em quantidade suficiente para o cuidado das larvas. A colônia deve ficar durante todo o período de produção com três quadros de cria aberta (larvas), três de cria fechada (operculada), um quadro de favo vazio (ou de cera alveolada) para postura da rainha, um quadro de favo para depósito de alimento e um quadro com alimento. Os quadros velhos ou escuros devem ser substituídos, e todo excesso de alimento deve ser retirado. A manutenção de colônias neste status é obtida com revisões semanais. Um apiário de apoio é útil para doação e/ou recebimento dos quadros, reposição de colônias órfãs, etc. As colmeias coletoras de pólen devem ainda receber alimentação energética (1,5 litros de xarope de açúcar a 50%, em alimentador Boardman, três vezes por semana) e protéica
  • 4. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 (100g, uma vez por semana). A alimentação protéica pode ser elaborada com uma parte de pólen e três partes de farinha de soja, umedecida com xarope de açúcar ou mel, sendo oferecida sobre os cabeçotes dos quadros centrais, em forma de torta. As abelhas em produção de pólen podem rapidamente adaptar-se à dimensão das barreiras de retenção, formando cargas polínicas de menores dimensões. Por outro lado a coleta de pólen não continuada, isto é, colocação da barreira coletora em dias alternados também causa problemas. As abelhas vão ter sempre dificuldade para acessarem a colmeia com a barreira coletora, pois será sempre uma peça nova, alem de permitir grande entrada de pólen e não haver estímulo de coleta quando há as barreiras. Por esse motivo é importante que o apicultor planeje como será o recolhimento de pólen em seu apiário. É muito utilizado o esquema de coleta direta por uma ou duas semanas e um ou dois dias sem a grade de retenção. Ou ainda, coleta direta durante três semanas, deixando livre acesso na quarta semana. Nesses períodos de descanso, sem grade de retenção, permite que as abelhas retirem sujidades que não puderam sair pela grade e o apicultor faça higienização dos coletores principalmente os tipos de fundo e de topo, que tendem a acumular pó de pólen em seu interior, oferecendo alimento para traças, formigas entre outros invertebrados. Em dias chuvosos ou com umidade relativa do ar muito elevada, retira- se a grade de retenção. O pólen deve ser recolhido diariamente nos coletores do tipo frontal e a cada dois ou três dias nos demais tipos, preferencialmente no período da tarde. Faz-se necessário o uso de duas gavetas para cada coletor. No momento da colheita, troca-se a gaveta que contém o pólen por outra higienizada (Figura 3). Figura 3. Apicultor substituindo a gaveta ao final do dia por outra já higienizada. (Foto: Maria Luisa T. M. F. Alves)
  • 5. www.aptaregional.sp.gov.br ISSN 2316-5146 Pesquisa & Tecnologia, vol. 10, n. 2, Jul-Dez 2013 É importante que os coletores sejam padronizados para que o apicultor não perca tempo no apiário descobrindo qual gaveta pertence a qual. A época de produção de pólen está relacionada aos períodos em que há abundância de florada polinífera no campo. As abelhas não conseguem manter a sua criação saudável sem pólen. Referências Bibliográficas ALVES, M.L.T.M.F.; MORETI, A.C.C.C.; MORAES, R. Produção de pólen. Instituto de Zootecnia / Associação Modelo de Apicultura 1996, 39p. ALVES, M.L.T.M.F.; MORETI, A.C.C.C.; SILVA, E.C.A.; SILVA, R.M.B. Efeito da suplementação proteica sobre a quantidade de pólen coletado e o desenvolvimento de colônias de abelhas africanizadas (Apis mellifera). Boletim da Indústria Animal, v. 54, n.1, p.85-89, 1997. ALVES, M.L.T.M.F.; MORETI, A.C.C.C.; SILVA, E.C.A.; SILVA, R.M.B.; TEIXEIRA, E.W. Quantidade diária de pólen coletado por abelhas africanizadas (Apis mellifera L.) usando diferentes modelos de coletores. Boletim da Indústria Animal, v. 54, n.1, p.97- 102, 1997. BARRETO, L.M.R.; FUNARI, S.R.C.; ORSI, R.O. Pólen Apícola: perfil da Produção no Brasil. Universidade de Taubaté, 2003, 21p. PROST, J.P. Apicultura. Ediciones Mundi-Prensa, Espanha, 1985, p.306-315. SALOMÉ, J.A.; SALOMÉ, L.G. Manual prático de produção de pólen apícola. Santa Catarina: EPAGRI, 1998, 54 p. WITHERELL, P.C. Otros productos de la colmena. In: DADANT E HIJOS, ed. La colmena y la abeja melífera. Montevideo: Hemisferio Sur. 1975, p.683-707.