A instabilidade econômica e social no final do século XIX, juntamente com a humilhação do Ultimato Inglês e a corrupção do governo monárquico, levaram ao crescimento do movimento republicano. Após vários golpes frustrados, a República foi finalmente proclamada em 1910, introduzindo novas leis e reformas educacionais e sociais. No entanto, a instabilidade política e os problemas econômicos persistiram, levando ao fim da Primeira República com o golpe militar de 1926.
Queda da Monarquia e Implantação da República em Portugal
1.
2. Nos finais do século XIX, uma série
de circunstâncias provocaram o
descrédito do regime monárquico.
A instabilidade económico-social, a propaganda
republicana, o descontentamento face à resposta do
Governo português ao Ultimato Inglês foram algumas
das condições que favoreceram a implantação da
República.
3. Nos finais do século XIX, à semelhança do que se passava no
resto da Europa, Portugal viveu uma situação de crise
económica: desvalorização da moeda e consequente
inflação, aumento dos impostos e do desemprego, quebra nos
investimentos, falência de bancos e de empresas...
4. A população, descontente com a situação económica
do país, organizava manifestações e greves.
5. Esta situação foi ainda agravada pelo Ultimato Inglês
(1890), considerado por muitos uma humilhação para
Portugal.
6. Também a corrupção do Governo e os escândalos
financeiros, assim como os adiantamentos à Casa
Real (dinheiros públicos que eram gastos pela família
real), aumentaram o descrédito da população em
relação ao regime monárquico.
7. O Partido Republicano aproveitou este clima de
crise e descontentamento para intensificar a
propaganda republicana, tentando que a população
acreditasse que a solução para a crise estava num
novo regime político – a República.
8. Desde meados do século XIX, as ideias socialistas e
republicanas tiveram alguma difusão no nosso
país, circulando em revistas, jornais e folhetins. Estas ideias
contribuíram para a formação de um movimento a favor
do republicanismo, que surgiu em Portugal na década de
1870.
9. Foi neste contexto que se formaram em Portugal dois
partidos políticos: O Partido Republicano (1873), e o
Partido Socialista ou Operário (1875).
O Directório do Partido Republica
Português: António Luís Gomes,
Bernardino Machado,
Celestino de Almeida, António
José de Almeida e Afonso Costa Congresso do Partido
Socialista em 1878, com
Azedo Gneco
10. Os principais adeptos e difusores do republicanismo
foram...
Sampaio Bruno
Ramalho Ortigão
11. Teófilo Braga Guerra Junqueiro
Para estes, o regime republicano era garantia de
liberdade, de democracia e de felicidade.
12. O Partido Republicano soube aproveitar o clima de crise e
descontentamento para conseguir mais adeptos para o
regime que defendia. Para os adeptos do republicanismo a
monarquia era responsável pela crise, pelo agravamento das
condições de vida, em suma, pelos males do país.
13. Seguiram-se alguns acontecimentos que prenunciavam a
queda da monarquia.
A 1ª tentativa de implantação da República
Porto, 31 de Janeiro de 1891
16. Após a morte do rei D. Carlos e do príncipe herdeiro,
D. Manuel, sucedeu-lhe ao trono, o qual tinha apenas
18 anos e não fora educado para governar.
17. Este demitiu João Franco e exerceu um governo
marcado pela brandura, apesar de não ter conseguido
impedir o crescimento do republicanismo.
18. No dia 5 de Outubro de 1910 a revolução triunfou:
foi proclamada a República.
19. Após a proclamação da República, os dirigentes do Partido
Republicano tomaram conta da governação e formaram um
Governo Provisório, presidido por Teófilo Braga. Este
deveria governar até que o país tivesse uma nova
Constituição.
20. O Governo preparou as eleições para a Assembleia
Constituinte, a qual elaborou a Constituição de 1911, e
elegeu o primeiro Presidente Da República
constitucional: Manuel de Arriaga.
24. O Hino ( “A Portuguesa” )
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões
marchar, marchar!
25. Os Governos da 1ª República empenharam-se na
recuperação do país, empreendendo várias reformas..
Estas reformas visavam melhorar as condições de vida
da população.
26. • O êxito destas reformas deu-se sobretudo na educação e na
cultura, já que os aspectos económicos e sociais foram de
díficil resolução. A instabilidade governativa e os
problemas económicos levaram, em 1926, à instauração de
uma ditadura militar e, posteriormente, ao regime do
Estado Novo.
27. Lei da Separação da Igreja do Estado
Expulsão das Ordens Religiosas
Proibição do Ensino Religioso
Registo Civil Obrigatório
Legalização do Divórcio
28. Instrução obrigatória para todas as crianças dos 7 aos
10 anos
Fundação das Universidades do Porto e de Lisboa
Criação de Jardins-Escola
Criação de Escolas Primárias
Criação de Escolas Técnicas
Reforma de alguns liceus
Criação de Bibliotecas Itinerantes
Investimento na formação de professores
29. Autorização e Regulamentação da Greve
Descanso Semanal Obrigatório
Limitação dos Horários de Trabalho
Estabelecimento de um seguro social
Greve de operários nas fábricas de
moagem, no Terreiro do Paço.
30. A agricultura, apesar de alguma modernização (maior
utilização dos adubos e importação de máquinsas
agrícolas), manteve-se pouco produtiva;
31. A industrialização, os transportes e as
comunicações continuaram atrasados relativamente
aos países da Europa Ocidental;
32. A Balança Comercial continuou deficitária em
relação ao estrangeiro, situação que se agravou com a
entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial;
33. A Moeda teve uma acentuada desvalorização, o que
provocou um aumento da inflação.
34. Estes problemas eram agravados pela instabilidade
política que se vivia.
Em 15 anos houve 45 governos
Isto dificultava a realização das reformas e a resolução dos
problemas do país.
35. O descontentamento da população face ao regime da 1ª
República aumentou.
Durante a 1ª República as classes médias e os
assalariados registaram grande perda do poder de
compra, apesar de o operariado ter obtido importantes
benificios sociais.
36. As classes médias, que haviam
sido as grandes apoiantes da
Revolução, acabaram por ser as
mais afectadas pela
instabilidade política e pela
inflação.
Também as famílias nobres foram prejudicadas, já que
os seus títulos foram abolidos, assim como o clero, que
foi afectado pelas medidas anticlericais da 1ª
República.
37. A incapacidade por parte dos
sucessivos governos em
superarem a crise
económico-financeira, o
agravamento das condições
de vida das populações e a
instabilidade política
tomaram propícios os
movimentos de revolta
contra o regime da 1ª
República e acabariam por
conduzir ao seu derrube.
38. Assim, em 1917, um
golpe
militar, chefiado
pelo major Sidónio
Pais, instaurou um
regime autoritário.
Este regime
terminaria logo no
ano seguinte, com
um assassinato do
major.
39. De facto, em 28 de Maio de 1926 iniciou-se, em
Braga, um movimento militar chefiado pelo general
Gomes da Costa. Dirigindo-se para Lisboa, os
revoltosos foram conquistando o apoio de largos
sectores do exército e, chegados à capital, encerraram
o Parlamento.
Era o fim da 1ª República e a instauração de uma
Ditadura Militar (1926-1932)