O documento apresenta um simulado de história geral sobre a Idade Média com 10 exercícios e suas respectivas respostas. Os exercícios abordam temas como a interpretação do período medieval ao longo dos séculos, a arquitetura da igreja de Santa Sofia em Bizâncio, as Cruzadas e suas consequências, a Peste Negra e seu impacto, a expansão do Islã na África, entre outros assuntos relevantes sobre a Idade Média.
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Simulado de História Geral Idade Média
1. Simulado de História Geral
Idade Média - Ano 2017
- COM GABARITO -
Pré-vestibular Comunitário Ganga Zumba
Prof: Ricardo Jorge
Exercício 1. (ENEM 2009) A Idade
Média é um extenso período da História
do Ocidente cuja memória é construída e
reconstruída segundo as circunstâncias
das épocas posteriores. Assim, desde o
Renascimento, esse período vem sendo
alvo de diversas interpretações que
dizem mais sobre o contexto histórico em
que são produzidas do que propriamente
sobre o medievo.
Um exemplo acerca do que está exposto
no texto acima é:
A. a associação que Hitler
estabeleceu entre o III Reich e o
Sacro Império
Romano-Germânico.
B. o retorno dos valores cristãos
medievais, presentes nos
documentos do Concílio Vaticano
II.
C. a luta dos negros sul-africanos
contra o apartheid inspirada por
valores dos primeiros cristãos.
D. o fortalecimento político de
Napoleão Bonaparte, que se
justificava na amplitude de
poderes que tivera Carlos Magno.
E. a tradição heroica da cavalaria
medieval, que foi afetada
negativamente pelas produções
cinematográficas de Hollywood.
Resposta: “A”.
Exercício 2. (UPE) Na Idade Média,
Bizâncio era um importante centro
comercial e político. Merecem destaques
seus feitos culturais, mostrando senso
estético apurado e uso das riquezas
existentes no Império. Na sua
arquitetura, a igreja de Santa Sofia
destacou-se pela:
A. sua afinação com o estilo gótico,
com exploração dos vitrais e o
uso de metais na construção dos
altares.
B. simplicidade das suas linhas
geométricas, negando a
grandiosidade como nas outras
obras existentes em Bizâncio.
C. grande riqueza da sua construção,
com uso de mosaicos coloridos e
colunas de mármore suntuosas.
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2. D. imitação que fazia dos templos
gregos, com altares dedicados aos
mitos mais conhecidos, revelando
paganismo.
E. consagração dos valores católicos
medievais, em que a riqueza
interior era importante em toda
cultura existente.
Resposta: “C”. Comentário: A igreja de
Santa Sofia é a obra arquitetônica mais
expressiva e emblemática do Império
Bizantino (vale lembrar que a antiga
colônia grega de Bizâncio passou a se
chamar Constantinopla desde os anos
330 da era cristã). Encimada por uma
enorme cúpula de 32 metros de diâmetro
e erguida a 50 metros de altura, seu
interior exibia colunas de mármore,
mosaicos coloridos e detalhes em ouro.
Exercício 4. (Concurso público para
Professor de História de Duque de
Caxias – 2002) O modo de produção
feudal era definido por uma economia
natural, na qual nem o trabalho nem o
produto do trabalho eram bens. O
produtor imediato estava unido ao meio
de produção – o solo – por uma
específica relação social. Os servos
juridicamente tinham mobilidade restrita,
eram ligados à terra: gleba adscripti.
Assinale a alternativa que, de acordo
com o exposto no texto, define a relação
servil.
A. A coerção sobre o camponês
medieval não era econômica,
porque era disfarçada tanto pela
obrigação religiosa de servir como
pela jurisdição do senhor sobre a
pessoa do servo, equivalente à
relação do senhor com o escravo.
B. Na servidão não ocorria a coerção
econômica, porque o servo
possuía os meios de produção –
terra e instrumentos – e a
ideologia da submissão anulava,
na prática e juridicamente, o
caráter coercitivo da relação.
C. A coerção era basicamente
econômica na sua origem, pois
era a posse da terra que garantia
a reprodução da força de trabalho,
garantindo a produção da sua
subsistência e da moradia familiar.
D. A adscrição do camponês à gleba,
em troca de proteção, resultou na
restrição jurídica da sua
mobilidade, uma coerção
extra-econômica que o obrigou ao
pagamento do excedente e à
prestação de serviço.
E. A longa estabilidade do modo de
produção feudal, que lhe permitiu
sobreviver séculos sob invasões
diversas, deveu-se ao fato de os
conflitos de classe serem raros,
pois a relação social do servo era
com a terra e não com o senhor
feudal.
Resposta: “D”
Exercício 5. (UFPE) Analise as
afirmativas abaixo, relacionadas com a
existência das Cruzadas.
1. As Cruzadas eram expedições
organizadas pelos senhores
feudais, com a finalidade de
reativar a vida nos feudos.
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3. 2. As Cruzadas, expedições
marcadas por interesses religiosos
e econômicos, contavam com a
participação da Igreja Católica.
3. As Cruzadas não trouxeram
contribuições para a economia no
Ocidente, pois criaram conflitos
inexpressivos e exacerbaram o
fanatismo religioso.
4. A participação da população pobre
nas Cruzadas foi significativa e
aponta para um dos momentos de
crise do sistema feudal.
5. Os lucros dos nobres nas
Cruzadas contribuíram para
revitalizar a economia feudal, com
a adoção do trabalho assalariado.
Está(ão) correta(s):
A. 5 apenas.
B. 2 e 3 apenas.
C. 1 apenas.
D. 1, 2, 3, 4 e 5.
E. 2 e 4 apenas.
Resposta: “E”. Comentário: A Igreja
católica foi a principal força instigadora
das Cruzadas, pois partiu do papa
Urbano II, em 1095, o chamado para que
os cristãos libertassem a Terra Santa do
que chamou de “bárbaros” e “raça
malvada”, numa referência aos
muçulmanos. Igualmente importante foi a
participação das camadas pobres da
população, que procuravam, assim,
escapar da crise do feudalismo. Em abril
de 1096, por exemplo, formou-se a
Cruzada Popular, ou Cruzada dos
Mendigos, que marchou em direção a
Jerusalém sob a liderança de Pedro, o
Eremita, mas que nunca chegou à Terra
Santa.
Exercício 6. (ENEM 2012) A figura
apresentada é de um mosaico, produzido
por volta do ano 300 d.C., encontrado na
cidade de Lod, atual Estado de Israel.
Nela, encontram-se elementos que
representam uma característica política
dos romanos no período, indicada em:
Disponível em: <www.metmuseum.org>.
Acesso em: 14 mar. 2013.
A. Cruzadismo – conquista da terra
santa.
B. Patriotismo – exaltação da cultura
local.
C. Helenismo – apropriação da
estética grega.
D. Imperialismo – selvageria dos
povos dominados.
E. Expansionismo – diversidade dos
territórios conquistados.
Resposta: “E”
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4. Exercício 7. (ENEM 2008) A Peste
Negra dizimou boa parte da população
europeia, com efeitos sobre o
crescimento das cidades. O
conhecimento médico da época não foi
suficiente para conter a epidemia. Na
cidade de Siena, Agnolo di Tura
escreveu: “As pessoas morriam às
centenas, de dia e de noite, e todas eram
jogadas em fossas cobertas com terra e,
assim que essas fossas ficavam cheias,
cavavam-se mais. E eu enterrei meus
cinco filhos com minhas próprias mãos.
(...)
E morreram tantos que todos achavam
que era o fim do mundo.” (Agnolo di
Tura. The Plague in Siena: An Italian
Chronicle. In: William M. Bowsky. The
Black Death: a turning point in history?
New York: HRW, 1971. Com
adaptações.)
O testemunho de Agnolo di Tura, um
sobrevivente da Peste Negra, que
assolou a Europa durante parte do
século XIV, sugere que:
A. o flagelo da Peste Negra foi
associado ao fim dos tempos.
B. a Igreja buscou conter o medo da
morte, disseminando o saber
médico.
C. a impressão causada pelo número
de mortos não foi tão forte, porque
as vítimas eram poucas e
identificáveis.
D. houve substancial queda
demográfica na Europa no período
anterior à Peste.
E. o drama vivido pelos
sobreviventes era causado pelo
fato de os cadáveres não serem
enterrados.
Resposta: “A”
Exercício 8. (Unicamp-SP 2012) A longa
presença de povos árabes no norte da
África, mesmo antes de Maomé,
possibilitou uma interação cultural, um
conhecimento das línguas e costumes, o
que facilitou posteriormente a expansão
do islamismo. Por outro lado, deve-se
considerar a superioridade bélica de
alguns povos africanos, como os
sudaneses, que efetivaram a conversão
e a conquista de vários grupos na região
da Núbia, promovendo uma expansão do
Islã que não se apoia na presença árabe.
Adaptado de Luiz Arnaut e Ana Mônica
Lopes, História da África: uma
introdução. Belo Horizonte: Crisálida,
2005, p. 29-30.
Sobre a presença islâmica na África, é
correto afirmar que:
A. O princípio religioso do esforço de
conversão, a jihad, foi marcado
pela violência no norte da África e
pela aceitação do islamismo em
todo o continente africano.
B. Os processos de interação cultural
entre árabes e africanos, como os
propiciados pelas relações
comerciais, são anteriores ao
surgimento do islamismo.
C. A expansão do islamismo na
África ocorreu pela ação dos
árabes, suprimindo as crenças
religiosas tradicionais do
continente.
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5. D. O islamismo é a principal religião
dos povos africanos e sua
expansão ocorreu durante a
corrida imperialista do século XIX.
Resposta: “B”
Exercício 9. (UPF-RS 2012) O Medievo
tem como marco inicial a migração de
povos chamados bárbaros para a Europa
Ocidental. Sobre esse processo de
migração, é incorreto afirmar:
A. Suas monarquias estavam
baseadas na força militar.
B. Os reis “bárbaros” eram
proprietários dos reinos
comandados por suas dinastias,
fracionando-os entre seus
herdeiros quando da morte do rei.
C. Muitos grupos foram conduzidos a
migrar devido à pressão do
avanço dos hunos às planícies da
Europa Oriental.
D. Os contatos anteriores com os
romanos haviam estabelecido
trocas culturais expressivas, como
a adoção do arianismo, forma de
cristianismo, e a adoção de
elementos do direito romano por
alguns dos grupos germânicos.
E. Sua noção de Estado era sólida,
mas a concepção territorial prévia
mobilidade contínua até o
esgotamento das riquezas de
cada região de migração.
Resposta: “E”
Exercício 10. (ENEM) Se a mania de
fechar, verdadeiro habitus da
mentalidade medieval nascido talvez de
um profundo sentimento de insegurança,
estava difundida no mundo rural, estava
do mesmo modo no meio urbano, pois
que uma das características da cidade
era de ser limitada por portas e por uma
muralha. Duby, G. et al. Séculos XIV-XV.
In: Ariès, P.; Duby, G. História da vida
privada da Europa Feudal à Renascença.
São Paulo: Cia. das Letras, 1990.
(Adaptado.)
As práticas e os usos das muralhas
sofreram importantes mudanças no final
da Idade Média, quando elas assumiram
a função de pontos de passagem ou
pórticos. Este processo está diretamente
relacionado com:
A. o crescimento das atividades
comerciais e urbanas.
B. a migração de camponeses e
artesãos.
C. a expansão dos parques
industriais e fabris.
D. o aumento do número de castelos
e feudos.
E. a contenção das epidemias e
doenças.
Resposta: “A”. Comentário: As cidades
medievais eram geralmente cercadas por
muralhas. Nos últimos séculos da Idade
Média, porém, a expansão das atividades
comerciais, a circulação mais rápida das
riquezas e as feiras provocaram
mudanças no espaço urbano, que já não
podia continuar tão fechado quanto
antes. Dessa forma, as muralhas se
tornaram pontos de passagem com seus
pórticos abertos para viajantes e
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6. mercadores. Sobre as demais
alternativas: embora a migração de
camponeses fosse importante, por si só
não teria exigido a abertura dos pórticos,
pois eles não eram tão bem-vindos às
cidades quanto os mercadores, que
faziam circular as riquezas (b); a
expansão dos parques industriais e fabris
só ocorreria a partir de meados do século
XVIII na Inglaterra, com a Revolução
Industrial (c); o aumento do número de
castelos e feudos, caso houvesse, não
levaria à abertura das muralhas urbanas,
pois eles constituíam propriedades
fechadas e auto suficientes; os senhores
feudais, portanto, não estavam tão
interessados no comércio quanto os
burgueses das cidades (d); ao contrário,
com a abertura das muralhas aumentava
o risco de propagação das epidemias,
devido ao aumento do contato entre as
pessoas (e).
Exercício 11. (Fuvest) A proliferação das
universidades medievais, no século XIII,
responsável por importantes
transformações culturais, está
relacionada:
A. ao Renascimento cultural
promovido por Carlos Magno e
pelos homens cultos que trouxe
para sua corte.
B. à invenção da imprensa que
possibilitou a reprodução dos
livros a serem consultados por
mestres e alunos.
C. à importância de se difundir o
ensino do latim, língua utilizada
pela Igreja para escrever tratados
teológicos, cartas e livros.
D. ao crescimento do comércio, ao
desenvolvimento das cidades e às
aspirações de conhecimentos da
burguesia.
E. à determinação de eliminar a
ignorância e o analfabetismo da
chamada Idade das Trevas.
Resposta: “D”
Exercício 12. (ENEM 2011). O café tem
origem na região onde hoje se encontra a
Etiópia, mas seu cultivo e consumo se
disseminaram a partir da Península
Árabe. Aportou à Europa por
Constantinopla e, finalmente, em 1615,
ganhou a cidade de Veneza. Quando o
café chegou à região europeia, alguns
clérigos sugeriram que o produto deveria
ser excomungado, por ser obra do diabo.
O Papa Clemente VIII (1592-1605),
contudo, resolveu provar a bebida. Tendo
gostado do sabor, decidiu que ela
deveria ser batizada para que se
tornasse uma “bebida verdadeiramente
cristã”. THORN, J. Guia do café. Lisboa:
Livros e livros, 1998 (adaptado).
A postura dos clérigos e do papa
Clemente VIII diante da introdução do
café na Europa Ocidental pode ser
explicada pela associação dessa bebida
ao
A. Ateísmo.
B. Judaísmo.
C. Hinduísmo.
D. Islamismo.
E. Protestantismo.
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7. Resposta: “D”. Comentário: O
surgimento do islã no século VII d.c. e
sua expansão pelo norte da África, se
espalhando pela Pérsia e chegando à
Europa através da Península Ibérica, fez
com que representassem a principal
ameaça a Igreja Católica na Europa
durante quase toda Idade Média. Os
muçulmanos só foram expulsos
definitivamente da Europa no final do
século XV com o fim do processo que
ficou conhecido como Reconquista.
Dessa maneira, a associação pejorativa
ao café está relacionada à sua
procedência árabe.
Fonte:
http://educacao.globo.com/provas/enem-
2011/questoes/40.html
Exercício 13. (UEM-PR) Desde fins do
Império Romano, as cidades vinham
sendo abandonadas. Sendo assim, entre
os séculos V e X, na alta Idade Média,
uma ruralização da vida foi se impondo e
tornou-se uma característica da Europa
medieval. A respeito desse período,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
A. ▢ No século VIII, Carlos Magno
assumiu o trono do Império
Carolíngio e, em troca de
lealdade, doou as terras obtidas
nas guerras de conquista ao clero
e à nobreza e dividiu o território
sob o seu controle em condados e
marcas.
B. ▢ Em razão da ruralização, as
cidades foram todas abandonadas
e deixaram de existir
completamente na Europa até o
início do século XV. Esse fato
explica a sobrevivência do império
romano do Oriente até o início da
modernidade.
C. ▢ O chamado renascimento
carolíngio, ao impor o primado da
razão sobre a fé e resgatar os
valores artísticos e filosóficos da
Antiguidade, antecipou em cinco
séculos o notável processo de
transformações culturais e
racionalização que ocorreu no
renascimento italiano do século
XV.
D. ▢ A ruralização propiciou o
desenvolvimento de uma
economia de subsistência e uma
grande diminuição das trocas
mercantis.
E. ▢ Durante a alta Idade Média, o
nobre cavaleiro El Cid liderou os
cristãos na luta contra os cristãos
ortodoxos, invasores da
Península Itálica.
Respostas: “A” e “D”. Comentário: A
ruralização da vida na Europa ocidental
teve início no período final do Império
Romano do Ocidente e prosseguiu
durante a transição para a sociedade
feudal e a Alta Idade Média. O Império
Carolíngio, que teve vigência entre 800 e
840, refletiu as contradições dessa
época. Do ponto de vista político,
manteve a centralização do poder, mas
as doações de terras à nobreza e à
Igreja, além da divisão do território em
condados e marcas, contribuíram não só
para a ruralização da sociedade, mas
também para o declínio da centralização
política, com a consequente
fragmentação do poder.
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8. Exercício 14. (PUC-SP) A sociedade
feudal era estamental e fragmentada
politicamente. O cerimonial a seguir
transcrito, representativo do
relacionamento estabelecido entre
nobres, determinava as condições para a
doação dos feudos, colocando até
mesmo o rei dentro desse sistema de
reciprocidade:
"Aos 7 dos idos de Abril, quinta-feira,
foram prestadas as homenagens ao
conde; o que foi cumprido segundo as
formas determinadas para prestação de
fé e de fidelidade, segundo a ordem
seguinte. Em primeiro lugar, eles fizeram
homenagem assim: o conde perguntou
ao futuro vassalo se queria tornar-se seu
homem sem reserva, e este respondeu:
- 'quero-o ',- depois, com as mãos
apertadas entre as do conde, aliaram-se
por um beijo. Em segundo lugar, aquele
que tinha feito homenagem empenhou a
sua fé (...) e, em terceiro lugar, ele jurou
isto sobre as relíquias dos santos.
Em seguida, com a vara que tinha na
mão, o conde deu-lhes investidura (a
posse simbólica do feudo), a todos que
acabavam de prestar-lhe homenagem,
de prometer-lhe fidelidade e de
prestar-lhe juramento." (Gilberto de
Bruges, "História da morte de Carlos o
Bom, conde de Flandres", in FREITAS,
Gustavo de. 900 TEXTOS E
DOCUMENTOS DE HISTÓRIA, vol. 4521
I, Lisboa, Plátano.)
O cerimonial descrito
A. estabelecia uma rede de lealdades
entre os diferentes estratos da
sociedade medieval, contribuindo
para a centralização monárquica.
B. delimitava direitos e obrigações
entre nobreza, clero e povo.
C. estabelecia as condições para o
ingresso na categoria de nobres,
possibilitando ascensão social.
D. prescrevia as condições de
doação dos feudos, estabelecendo
uma hierarquização do ponto de
vista econômico, contribuindo para
o fortalecimento do poder real.
E. estabelecia uma hierarquização do
ponto de vista militar, no interior
de um sistema de reciprocidade,
incluindo obrigações de fidelidade
e proteção, no qual constituía a
recompensa.
Resposta: “E”
Exercício 15. (Fuvest) A "Querela
[questão] das Investiduras" foi um conflito
instaurado entre
A. os Papas e os Imperadores do
Sacro Império
Romano-Germânico.
B. os senhores feudais e os
cavaleiros.
C. as ordens religiosas e os
Patriarcas de Constantinopla.
D. os monges de Cluny e o Papa
Gregório VII.
E. os gibelinos e o Imperador
Henrique IV.
Resposta: “A”
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9. Exercício 16. (Unesp) “Com a
ruralização, a tendência à auto
suficiência de cada latifúndio e as
crescentes dificuldades nas
comunicações, os representantes do
poder imperial foram perdendo
capacidade de ação sobre vastos
territórios. Mais do que isso, os próprios
latifundiários foram ganhando atribuições
anteriormente da alçada do Estado.”
Franco Jr., Hilário. O feudalismo. São
Paulo: Brasiliense, 1986. Adaptado.
A característica do feudalismo
mencionada no fragmento é:
A. o desaparecimento do poder
militar, provocado pelas invasões
bárbaras.
B. a fragmentação do poder político
central.
C. o aumento da influência política e
financeira da Igreja Católica.
D. a constituição das relações de
escravidão.
E. o estabelecimento de laços de
servidão e vassalagem.
Resposta: “B”. Comentário: O processo
de ruralização, verificado na transição da
sociedade romana para a sociedade
feudal na Europa ocidental, implicou no
deslocamento de uma parte da elite
patrícia para o campo. Afastados de
Roma, esses patrícios se sobrepuseram
aos representantes do poder imperial e
passaram a exercer um poder localizado,
mas forte, com funções anteriormente
atribuídas ao Estado. O resultado desse
processo foi a fragmentação do poder
político central.
Exercício 17. (Faap) As cruzadas no
Oriente Médio (séculos XI-XIII) tiveram
profunda repercussão sobre o feudalismo
porque, entre outros motivos,
A. diminuíram o prestígio da Santa
Sé, em virtude da separação das
Igrejas cristãs de Roma e de
Bizâncio.
B. impediram os contatos culturais
com civilizações refinadas como a
bizantina e a árabe.
C. aceleraram o comércio e o
desenvolvimento de manufaturas,
promovendo o crescimento de
uma nova camada social.
D. desintegraram o sistema de
comércio com o Oriente, gerando
a decadência dos portos de
Veneza, Gênova e Marselha.
E. estimularam a expansão da
economia agrária, que minou a
economia monetária dos centros
urbanos.
Resposta: “C”
Exercício 18. (UPE) O Islamismo –
religião pregada por Maomé e seus
seguidores – tem hoje mais de 1 bilhão
de fiéis espalhados pelo mundo, sendo
ainda predominante no Oriente Médio,
região onde surgiu. Um dos principais
fundamentos da expansão muçulmana é
a Guerra Santa. A respeito dos
muçulmanos, é correto afirmar que:
A. a expansão árabe-muçulmana
acabou por islamizar uma série
de povos, exclusivamente árabes.
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10. B. o povo árabe palestino, atuando
na revolução armada palestina,
rejeita qualquer solução que não a
libertação total do Estado de
Israel.
C. em Medina, a religião criada por
Maomé, embora tenha crescido
rapidamente e tenha criado a
Guerra Santa – Gihad –, não teve
caráter expansionista.
D. a história do Líbano
contemporâneo esteve sempre
ligada à busca de um certo
equilíbrio entre várias
comunidades que compõem o
país, especialmente as duas mais
importantes: xiitas e cristãos.
E. a facção dos fundamentalistas
islâmicos pertence à corrente xiita,
sendo que os mais radicais
repudiam os valores do mundo
ocidental moderno.
Resposta: “D”. Comentário: O Líbano é
um país do Oriente Médio cuja população
está dividida entre diversas facções
religiosas: muçulmanos xiitas (maioria),
muçulmanos sunitas, cristãos maronitas,
drusos (comunidade religiosa que se
identifica com o islamismo), cristãos
ortodoxos gregos e cristãos católicos. A
busca de um certo equilíbrio entre essas
comunidades nem sempre é pacífica.
Exercício 19. Leia o texto abaixo.
Entre meados do século XII e meados do
século XIII, a recrudescência das
condenações da usura é explicada pelo
temor da Igreja ao ver a sociedade
abalada pela proliferação das práticas
usurárias. O terceiro Concílio de Latrão
(1179) declara que muitos homens
abandonam sua condição social, sua
profissão para tornarem-se usurários. No
século XIII, o papa Inocêncio IV e o
grande canonista Hostiensis temem a
deserção dos campos, devido ao fato de
os camponeses terem se tornado
usurários ou estarem privados de gado e
de instrumentos de trabalho pelos
possuidores de terras, eles próprios
atraídos pelos ganhos da usura. A
atração pela usura faz aparecer a
ameaça de um recuo da ocupação dos
solos e da agricultura, e com ela o
espectro da fome. Le Goff, Jacques. A
bolsa e a vida: a usura na Idade Média.
2. ed. São Paulo: Brasiliense, 2004. p.
25.
Considerando as informações do texto, a
prática da usura, na Baixa Idade Média:
A. foi um fenômeno isolado, que não
podia abalar as estruturas da
sociedade feudal, mas que a
Igreja reprimiu por superstições e
preconceito.
B. era expressão de uma nova forma
de acumular riqueza que se
chocava com a visão de mundo
pregada pela Igreja católica e
abalava as tradicionais formas de
organização da sociedade
medieval.
C. enfraqueceu sobremaneira o
poder da Igreja, que reagiu
condenando-a e destruindo o
avanço da urbanização e do
comércio medievais.
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11. D. favoreceu o surgimento e o
enriquecimento de uma nova
classe social, a burguesia, que,
com a Igreja, apoiou a melhoria da
produção agrícola e a fixação do
camponês na terra.
E. impediu o pleno desenvolvimento
econômico da Europa Ocidental,
que continuou presa aos velhos
paradigmas tecnológicos do
período feudal.
Resposta: “B”. Comentário: O texto do
enunciado discute a reação da Igreja ao
aumento da prática da usura e as razões
alegadas pela instituição para
condená-la. A Igreja considerava que a
usura representava um perigo para a
estabilidade da ordem feudal. Essa forma
de acumular riqueza era algo imoral, que
se chocava com a visão de mundo
pregada por ela. Sobre as demais
alternativas: não foi um fenômeno
isolado, pois refletia profundas mudanças
em curso na sociedade feudal, como a
expansão do comércio e da urbanização
e o novo valor atribuído ao dinheiro (a); a
Igreja condenava a usura, mas não
conseguiu conter o avanço da
urbanização e do comércio durante a
Idade Média (c); a usura favoreceu sem
dúvida o enriquecimento da burguesia,
mas esta não apoiou a fixação dos
camponeses na terra (d); as novas
práticas econômicas, entre elas a usura,
permitiram o avanço do comércio, da
urbanização, das finanças e, portanto, a
superação do feudalismo na Europa (e).
Exercício 20. (UFPR) A presença
islâmica na Península Ibérica estende-se
desde 711, data da Batalha de
Guadalete, quando os visigodos são
vencidos pelos invasores árabes, até o
século XV, quando, em 1492, os reis
católicos da Espanha conquistam o reino
de Granada, último núcleo muçulmano
na Península.
Tal convivência entre as culturas
ocidental e árabe num mesmo espaço
geográfico, durante cerca de sete
séculos, teve como consequência
principal:
A. a realização de uma síntese
cultural que gera, nos séculos
medievais, uma cultura peninsular
mais pobre do que em qualquer
outra parte da cristandade
ocidental.
B. a interpretação e atualização da
cultura clássica na cristandade
ocidental através das
contribuições dos árabes.
C. uma simpatia permanente entre
cristãos e árabes que limitou o
movimento das Cruzadas na Terra
Santa.
D. o atraso da Península Ibérica nas
ciências ditas experimentais –
medicina, astronomia, matemática,
cartografia e geografia.
E. o desenvolvimento de um estilo
artístico nas mesquitas que
privilegia as representações de
figuras humanas.
Resposta: “B”. Comentário: Em suas
conquistas territoriais, os árabes
muçulmanos adotaram uma atitude de
tolerância em relação à cultura dos povos
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12. dominados. Ao conquistar a península
Ibérica, transmitiram aos europeus
conhecimentos científicos como os
algarismos arábicos (importados da
Índia), a álgebra e estudos de química.
Ao mesmo tempo, traduziram obras de
autores gregos e romanos, contribuindo
para a difusão da cultura clássica entre
os europeus.
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