O documento discute indicadores da educação no Brasil, mostrando fragilidades como baixo rendimento de estudantes, alta taxa de analfabetismo funcional e desigualdades regionais. Também apresenta ações governamentais para melhorar a qualidade do ensino, como mudanças curriculares, avaliações e investimentos em formação de professores e tecnologia educacional. Por fim, analisa indicadores sobre o crescimento da educação a distância no país.
1. Educomunicação em em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Educomunicação Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Educação no Brasil: indicadores,
recursos humanos, infra-
estrutura e o papel da EAD
Prof. Dr. Richard Romancini
2. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil
• Universalização recente do ensino fundamental (EF) – fim
do século XX (Europa e EUA: séc. XIX e início do XX);
• Fragilidades sistêmicas: a) baixo rendimento dos
estudantes (avaliações internas),
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2006.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
•Fragilidades sistêmicas: b) baixo rendimento dos
estudantes e do sistema (avaliações internas):
– IDEB (2007): EF1: média brasileira: 4,2
São Paulo: 4,3
EF2: média brasileira: 3,8
São Paulo: 3,9
O Ideb é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento
escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados
aplicados pelo Inep. Os índices de aprovação são obtidos a partir do
Censo Escolar, realizado anualmente, e as médias de desempenho
utilizadas são as do Saeb. Tem escala até 10.
Fonte: Mapa da Educação Brasileira, 2007.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Fragilidades sistêmicas: c) baixo rendimento dos estudantes
(avaliações entre países),
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2006.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Fragilidades sistêmicas: d) elevados índices de reprovação e
evasão escolar, que afetam sobretudo os mais pobres;
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2006.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Taxa de analfabetismo (pop. acima de 15 anos): 10,4%
(Chile: 4,3% e Argentina: 2,1%) (Brasil: o estado de uma
nação, 2007);
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2006.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Índices elevados de analfabetismo funcional:
– A maioria dos brasileiros (64%) entre 15 e 64 anos que
estudaram até a 4ª série atinge no máximo o grau rudimentar de
alfabetismo, ou seja, localizam somente informações explícitas
em textos curtos e efetuam operações matemáticas simples,
mas não compreendem textos mais longos nem definem
estratégias de cálculo para resolução de problemas
Fonte: Inaf, 2007.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Índices elevados de analfabetismo funcional:
– 47% dos que cursaram ou estão cursando o Ensino Médio atingem
o nível pleno de alfabetismo, esperado para este grau de
escolaridade, outros 45% ainda permanecem no nível básico.
– Somente entre aqueles que atingem ou completam o Ensino
Superior observa-se uma maioria (74%) com pleno domínio das
habilidades de leitura/escrita e das habilidades matemáticas.
Fonte: Inaf, 2007.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Média de anos de estudo da população: baixa, cerca
de 7 anos (contra 10 nos países industrializados);
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2006.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Significativo filtro interno: apenas 53% dos que
ingressam no ensino fundamental concluem-no, e
apenas 37% terminam o ensino médio (Brasil: o estado
de uma nação, 2007);
• Reflexos no ensino superior:
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2006.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Fortes desigualdades regionais;
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2007.
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Educação tem impacto nos níveis de renda;
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2006.
13. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil
• Montante não desprezível de investimentos
em educação: Brasil gasta na área algo
equivalente a 4,3% do PIB, próximo da média
da OCDE e superior aos gastos de países com
sistemas de educação mais bem-sucedidos,
como Uruguai, Chile e Argentina (Brasil: o
estado de uma nação, 2006);
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Gastos do MEC;
Fonte: Brasil: o estado de uma nação, 2007
15. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil: Docentes da
Rede Municipal com Ensino Superior (EF1)
Fonte: Mapa da Educação Brasileira, 2007.
16. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil: Docentes da
Rede Municipal com Ensino Superior (EF2)
Fonte: Mapa da Educação Brasileira, 2007.
17. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil: Escolas
municipais com internet
Fonte: Mapa da Educação Brasileira, 2007.
18. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil: Escolas
municipais com biblioteca
Fonte: Mapa da Educação Brasileira, 2007.
19. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil: Escolas
municipais com laboratórios de ciências
Fonte: Mapa da Educação Brasileira, 2007.
20. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil: comparação
entre Escolas municipais quanto à infra-estrutura
Brasil
Sim (%) Não (%)
Internet 13,1 86,9
Biblioteca 18,3 81,7
Laboratório 1,6 98,4
São Paulo
Sim (%) Não (%)
Internet 75,6 24,4
Biblioteca 46,6 53,4
Laboratório 9,2 90,8
Fonte: Mapa da Educação Brasileira, 2007.
21. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores gerais da educação no Brasil
• Ações governamentais para mudar o quadro
exposto:
– Mudança nos paradigmas educacionais e curriculares:
menor ênfase na memorização e busca de
aprendizagens significativas, com valorização de
propostas como a transversalidade, a
interdiscipliridade e o trabalho com projetos
pedagógicos (aspectos contemplados pelos próprios
PCNs);
– Desenvolvimento de um sistema de avaliação em
diferentes âmbitos e níveis (SARESP, SAEB, ENEM,
ENADE etc.);
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Ações governamentais para mudar o
quadro exposto:
– Criação do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educ. Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educ. (Fundeb);
– Políticas de manutenção da universalização do EF;
– Descentralização e focalização regional para
alocação de recursos;
– Incentivos e assistência técnica para correção dos
fluxos;
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Ações governamentais para mudar o quadro
exposto:
– Implemento de inovações tecnológicas, visando à melhoria
da qualidade dos processos de ensino e aprendizagem, como
o TV-Escola, o Programa de Apoio Tecnológico e o Programa
Nacional de Informática na Educação (Proinfo);
– Investimento na formação de professores, para assegurar
a todos os estudantes da educação básica a oferta de ensino
por professores com a formação mínima estipulada pela
legislação. Situação de 2006 (dados do Censo Escolar): cerca
de 15% dos docentes das últimas séries do ensino
fundamental (5ª a 8ª) e 5% dos docentes do ensino médio não
possuem escolaridade de nível superior, requisito obrigatório
para o magistério nesses níveis de ensino;
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Indicadores gerais da educação no Brasil
• Ações governamentais para mudar o quadro
exposto:
– Continuidade às ações de formação e capacitação de
docentes iniciadas na segunda metade dos anos 1990, a
exemplo do Proformação, que se destina aos professores
que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental;
– MEC instituiu em 2005 o Sistema Universidade Aberta
do Brasil (UAB), tendo como foco principal a capacitação
de professores que atuam na educação básica;
– Tendo em vista essas diretrizes, a EAD se fortalece e
passa a ser mais incentivada e pesquisada.
25. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• Qualidade: ENADE mostra que alunos podem obter
bons resultados
Desempenho dos ingressantes nas áreas
participantes do ENADE
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
26. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• Inclusão social: alunos de EAD possuem menores
rendas
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
27. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• Estudo: alunos de EAD versus presencial
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
28. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• Forte crescimento das matrículas em graduações
8,3% do
total de
matrículas
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
29. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• Crescimento também nos concluintes das graduações
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
30. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• Situação da oferta (graduações)
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
31. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• MEC: criação de redes que utilizam a EAD para
formação continuada
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
32. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• MEC: oferta atual (que será parcialmente
redesenhada)
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
33. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• MEC: preocupações no desenho do cursos de
formação dos professores
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
34. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Indicadores sobre a EAD no Brasil
• MEC: Sistema UAB
Fonte: Perspectivas para EAD no Brasil, 2009.
35. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Considerações finais
• A alfabetização digital que a EAD propicia poderá
diminuir o gap entre o mundo cultural dos estudantes
(“nativos digitais”) e os educadores;
• Nessa linha, poderá favorecer o desenvolvimento de
estratégias pedagógicas mais estimulantes e eficazes,
de modo a combater, em particular, a evasão escolar;
• Por outro lado, a EAD estimula o auto-estudo e a
reflexividade dos professores, propiciando diálogos e
debates com colegas e suprindo – de certo modo –
possíveis carências, em termos de materiais e de infra-
estrutura (em termos bibliográficos, por exemplo);
36. Educomunicação em Ambientes Virtuais Interativos – NCE/USP
Considerações finais
• Além do quadro visto (necessidade de capacitação e
formação de professores, com o objetivo de melhorar
na qualidade da educação no Brasil e as ações
governamentais nesse sentido), a EAD no país deve
continuar a crescer por fatores como:
– Demandas sociais por uma educação permanente, continuada
ou educação ao longo da vida (lifelong education, termo
surgido na Europa nos anos 1970); com possível incremento
em todos os âmbitos educativos: formal, informal ou não-
formal;
– Maior inclusão digital da população;
– Possibilidades de acolher pessoas sem acesso ao ensino
presencial, por questões diversas: geográficas, pessoais
(tempo, recursos etc.), especificidade da formação etc.
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Referências
• AMORIN, Ricardo L. C.; CAMPOS, André Gambier Campos, GARCIA, Ronaldo
Coutinho (eds.). Brasil: o estado de uma nação – estado, crescimento e
desenvolvimento: a eficiência do setor público no Brasil, 2007. Brasília: IPEA, 2008.
Disponível em http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/Livro_estadonacao2007.pdf
• BIELSCHOWSKY, Carlos. Perspectivas para Educação a Distância no Brasil.
Apresentação em PPT na UFSCar, março 2009. Disponível em
http://seminario.uab.ufscar.br/EAd%20no%20Brasil%20-%20carlos.pdf
• EDUCAR para Crescer/Abril. Mapa da Educação brasileira. 2007 (?). Disponível
em http://educarparacrescer.abril.com.br/hotsite-indicadores/index.shtml
• INSTITUTO Paulo Montenegro. INAF 2007. Disponível em
http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.02.01.00.00&ver=por
• TAFNER, Paulo (ed.). Brasil: o estado de uma nação – 2006: mercado de
trabalho, emprego e informalidade. Rio de Janeiro: IPEA, 2006. Disponível em
http://www.ipea.gov.br/005/00502001.jsp?ttCD_CHAVE=161