"Arquitetura é, antes de tudo, construção, mas,
construção concebida com o propósito
primordial de ordenar e organizar o espaço
para determinada finalidade e visando a
determinada intenção. E nesse processo
fundamental de ordenar e expressar-se ela se
revela igualmente e não deve se confundir com
arte plástica, porquanto nos inumeráveis
problemas com que se defronta o arquiteto,
desde a germinação do projeto, até a
conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada
caso específico, certa margem final de opção
entre os limites - máximo e mínimo -
determinados pelo cálculo, preconizados pela
técnica, condicionados pelo meio, reclamados
pela função ou impostos pelo programa, -
cabendo então ao sentimento individual do
arquiteto, no que ele tem de artista, portanto,
escolher na escala dos valores contidos entre
dois valores extremos, a forma plástica
apropriada a cada pormenor em função da
unidade última da obra idealizada.
A intenção plástica que semelhante escolha
subentende é precisamente o que distingue a
arquitetura da simples construção." (COSTA,
LÚCIO COSTA
2002). arquiteto, urbanista e professor brasileiro.
Trata-se da arquitetura praticada 4000 a.C a 30 a.C. e
mostra em sua forma peculiar de construção e em suas
arquitetura no ANTIGO
EGÍTO
manifestações artísticas um profundo senso de
religiosidade, dando um caráter monumental aos
templos e às construções mortuárias, deixando notável
as famosas pirâmides.
A primeira pirâmide “pirâmide de degraus” foi construída
pelo arquiteto Imhotep e abriga a tumba de Djoser –
fundador da terceira dinastia em Saggarah.
arquitetura no ANTIGO
EGÍTO
PIRÂMIDE DE QUEÓPS
Originalmente, a Grande
Pirâmide foi coberta por pedras
de revestimento que formam uma
superfície externa lisa. Em
algumas partes da estrutura
existente hoje ainda é possível
visualizar essas pedras. São
muitas as teorias cientícas sobre
as técnicas de construção
utilizadas na época para erguer
esse monumento. A hipótese que,
hoje, são mais aceitas é de que a
pirâmide foi erguida pela
movimentação de enormes pedras de uma pedreira e arrastando e
levantando outras no lugar. Estima-se que foi necessária a força de 100mil
pessoas ao longo de 20 anos.
arquitetura no ANTIGO
EGÍTO
PIRÂMIDE DE QUÉFREN
A Pirâmide de Quéfren mede 143
metros de altura e suas paredes se
erguem menos íngremes que as da
Grande Pirâmide (Pirâmide de Queóps).
O faraó Quéfren era lho do faraó
Queóps e quarto rei da IV dinastia e, em
seu período de governo durante os anos
de 2520 e 2494 a.C. ordenou que sua
pirâmide fosse erguida se congurando
como a segunda maior pirâmide do
antigo Egito. Majestosa e imponente
teve seu revestimento feito em calcária
e granito vermelho e foi chamada pelos
antigos egípcios de “A Grande Quéfren”. Próximo a sua construção havia um
conjunto rochoso aproveitado para a construção da Esnge de Gizé - Antiga
criatura mística usualmente tida como um leão estendido – representando
o Faraó em seu trono.
A sala do faraó é ricamente ornamentada. Toda a câmara mortuária
foi esculpida na rocha. A câmara mede catorze metros leste/oeste 5
metros de largura e quase 7 metros de altura. Existem cavidades
retangulares de quase 30 cm de profundidade junto ao topo das
arquitetura no ANTIGO
EGÍTO
paredes norte e sul.
Na entrada inferior há um corredor vertical cavado no substrato
rochoso que segue um trajeto reto até tornar-se horizontal,
proporcionando um caminho bem curto ascendendo abruptamente
até a seção plana. Neste corredor inferior as paredes não se
encontram revestidas de granito, no entanto há uma porta levadiça
de granito vermelho. Na seção horizontal, onde está localizada a
parede leste, se encontra uma reentrância; no lado oposto, uma
passagem em declive desemboca em uma câmara que mede 10 metros
e 43 centímetros de comprimento por 3 metros de largura e 2 metros e
56 centímetros de altura.
arquitetura no ANTIGO
EGÍTO
PIRÂMIDE DE MIQUERINOS
Em questão de tamanho, é a menor e
a terceira dentre as mais famosas
pirâmides do mundo antigo, as
Pirâmides de Gizé. Esse monumento foi
construído para ser a tumba do faraó
Miquerinos (em egípcio Men-Kau-Ra) –
quinto soberano da IV Dinastia e lho
de Quéfren.
O faraó reinou por pouco tempo, por
isso não teve tempo de terminar sua
pirâmide.
Com a sua morte, a construção foi terminada às pressas e, em
consequência, foi utilizado um material inferior, várias partes caram
inacabadas e seus revestimentos de granito não passaram da décima
sexta la de pedras. Em seu tamanho original ela media 66 metros e 44
centímetros, ocupando uma área de 11.807 metros quadrados, hoje se
sabe que esta dimensão está reduzida para 62 metros e 18 centímetros.
O período considerado o mais importante da arquitetura
grega é durante o primeiro e segundo milênios a.C., entre
os século VII a.C. e IV a.C. Seu grande marco são as
construções religiosas – templos – que usavam grande
rigor de dimensões com proporções matematicamente
precisas. Um traço marcante da arquitetura grega é o
uso de colunas estabelecendo características dórica,
jônica e coríntia, tendo como principio a racionalidade, a
ordem, a beleza e a geometria.
arquitetura nA GRÉCIA
ANTIGA
Os templos são construídos em
mármore, em sua maioria. O
Parthenon erguido entre 447 e
438 a.C. – construção dedicada a
Deusa Athena - na Acrópole de
Atenas é uma das mais
conhecidas e admiradas
construções do período.
arquitetura nA GRÉCIA
ANTIGA
Os templos são construídos em
mármore, em sua maioria. O
Parthenon erguido entre 447 e
438 a.C. – construção dedicada a
Deusa Athena - na Acrópole de
Atenas é uma das mais
conhecidas e admiradas
construções do período.
arquitetura nA GRÉCIA
ANTIGA
Inicialmente a arquitetura grega era executada em
madeira e posteriormente foi substituída pelo mármore.
Em paralelo a alteração dos materiais, a estrutura e as
proporções evoluíram. Foram estabelecidas normas e
regras construtivas, valores estéticos e modelos
duradouros, nos quais os aspectos decorativos tinham
de se sujeitar a harmonia do conjunto. O estudo
topográco do terreno, a adaptação do edifício ao relevo
e a escolha criteriosa da ordem, relativo ao tipo de
edifício, passaram a constar nos projetos. Produziam
maquetas, com o material mais apropriado, dependendo
do projeto, que eram submetidas à aprovação ocial. A
concretização da obra envolvia inúmeros prossionais
entre os quais estavam os arquitetos, os projetistas, os
pintores, escultores e outros artesãos.
arquitetura nA GRÉCIA
ANTIGA
ARQUITETURA ARCAÍCA
Distinguia-se consoante a
ordem arquitetônica. As
diferenças se
encontravam na coluna,
cujo aspecto formal era a
identidade estilística. O
tipo de edifício que mais contribuiu para essa evolução foi o
templo – concebido para ser a morada dos deuses. Era construído
por um telhado de duas águas, duas colunas na entrada e uma
parte inferior dividida em três secções. O objetivo nal desse tipo
de arquitetura era buscar beleza, unidade e harmonia, e foi um
modo que deixou explicito a relação do homem com o divino, o
mundo e sua origem, a vida e a morte. Hoje pode se denominar
essa forma de construção e valores de classicismo.
arquitetura nA GRÉCIA
ANTIGA
ORDEM DÓRICA
Teve sua origem no nal do século VII a.C.
Como característica as colunas do templo
eram de 4 a 6 vezes mais altas do que o
diâmetro do fuste. Cada uma dessas colunas
tinham diversos tambores sobrepostos com
20 caneluras ou entalhes verticais. Estes
elementos proporcionavam unidade visual,
além de uidez. Esse formato de templo é
chamado de carpintaria petricada, pois ao
utilizarem a pedra os gregos adaptaram a
técnicas antes usadas em construções com madeira. Os pilares eram
espessos e salientes no centro.
O formato básico de um templo dórico fundamenta-se numa
estrutura retangular de mármore, cercada por uma leira dupla de
colunas, com um pórtico na frente e outro atrás. Eram em geral
baixos e maciços.
arquitetura nA GRÉCIA
ANTIGA
ORDEM JÔNICA
A sua característica principal
encontra-se na voluta presente num
capitel jônico. O fuste de cada coluna é 8 a
9 vezes maior do que seu diâmetro. Os
templos jônicos parecem geralmente
mais delicados do que os robustos
templos dóricos. O Erectéion (421- 406 a.C.)
é uma obra prima iônica sobre a
acrópole.Foi construído em homenagem
aos deuses Atena e Posêidon. São famosas
suas cariátides, as seis estátuas de jovens mulheres esculpidas no
mármore que dão sustentação ao teto (pórtico das virgens). Entre os
elementos arquitetônicos que mais o caracterizam têm destaque os
frisos que adornam a parte superior das fachadas frontal e dos
fundos do prédio. Projeto em 2 níveis, com 4 pórticos separados e
colunas de diferentes alturas, e não uma colunata contínua
circundada por um peristilo.
GRÉCIA
ANTIGA
ORDEM CORÍNTIA
O Helenismo deu ao mundo antigo várias de
suas 7 maravilhas, o farol de Alexandria (279
a.C.), foi o mais alto jamais construído, uma
escultura de mármore de 4 andares
gradualmente afunilados (122m). O espetáculo,
a ostentação e as exageradas dimensões
substituíram a moderação da Grécia clássica.
Foi a época do desenvolvimento do
urbanismo: Os pórticos multiplicaram-se e as
ruas cruzaram-se em ângulo reto,
frequentemente anqueadas por colunatas. O plano das ágoras (praças)
tornou-se regular, com construções consagradas às reuniões populares.
Outras estruturas públicas, como o Bouleuterion (sala de reuniões com
acomodação coberta para 1200 pessoas, onde eram decididos assuntos de
estado), basílicas, termas públicas, ginásios, estádios. O anteatro em
Epidauro ainda está em uso. Consiste em 55 leiras semicirculares e
assento de pedra para 14 000 espectadores (350 a.C.).
GRÉCIA
ANTIGA
ARQUITETURA ISLÂMICA: TAJ MAHAL
Um estilo arquitetônico islâmico facilmente reconhecível
se desenvolveu pouco depois da morte do profeta Maomé,
formado a partir de modelos romanos, egípcios, persas e
bizantinos. A rapidez de seu surgimento teve como marco o
ano 691, com a nalização do Domo da Rocha (Qubbat
al-Sakhrah), em Jerusalém, que apresenta traços
abobadados, um domo circular, e o uso de estilizados e
repetitivos padrões decorativos (arabesco).
A Basílica de Santa Soa, em Istambul, também inuenciou
a arte islâmica, ao agregar elementos da arquitetura
bizantina. Quando os otomanos capturaram a cidade dos
bizantinos, converteram-na de basílica em mesquita, sendo
atualmente um museu. Essa igreja também serviu de modelo para muitas
outras mesquitas otomanas, como a Mesquita Sehzade e a Mesquita de
Süleymaniye.
arquitetura islâmicataj
mahal
O TAJ MAHAL
A obra foi feita entre 1632 e 16532 com a força de cerca de 20 mil homens,3
trazidos de várias cidades do Oriente, para trabalhar no sumptuoso
monumento de mármore branco que o imperador Shah Jahan mandou
construir em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a
quem chamava de Mumtaz Mahal (A jóia do palácio). Ela morreu após
dar à luz o 14º lho, tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo,
junto ao rio Yamuna.
Assim, o Taj Mahal é também conhecido como a maior prova de amor do
mundo, contendo inscrições retiradas do Corão. É incrustado com
pedras semipreciosas, tais como o lápis-lazúli entre outras. A sua cúpula
é costurada com os de ouro. O edifício é anqueado por duas
mesquitas e cercado por quatro minaretes.
Supõe-se que o imperador pretendesse fazer para ele próprio uma
réplica do Taj Mahal original na outra margem do rio, em mármore
preto, mas acabou deposto antes do início das obras por um de seus
lhos.
arquitetura islâmicataj
mahal
A maior parte dos princípios estruturais da arquitetura
chinesa permanecem inalterados, e as principais variações se
dando apenas nos detalhes decorativos. Desde a dinastia Tang
a arquitetura chinesa teve uma inuência decisiva nos estilos
arquitetônicos do Japão, da Coreia e do Vietnã.
Ao contrário de outros materiais de construção, as antigas
estruturas de madeira dicilmente sobreviveram, pois eram
mais vulneráveis às intempéries, incêndios e estavam sujeitas
naturalmente à decomposição ao longo do tempo.
CHINESA ARQUITETURA
O Pagode Songyue, construído em
523, é o mais antigo ainda em
existência na China; seu uso de
tijolos em vez de madeira teve muito
a ver com sua durabilidade ao longo
dos séculos. A partir da dinastia Tang
(618–907) a arquitetura com tijolo e
pedra gradualmente se tornou mais
comum e substituiu os antigos
edifícios de madeira. Um dos
primeiros exemplos desta transição pode ser visto em projetos
como a Ponte de Zhaozhou, completada em 605, ou o pagode de
Xumi, construído em 636; sabe-se, no entanto, que tijolos e
pedras já eram usados em edicações anteriores, como na
arquitetura das tumbas subterrâneas de dinastias anteriores
CHINESA ARQUITETURA
A arquitetura chinesa
enfatiza o impacto visual da
largura dos prédios. Os
salões e palácios da Cidade
Proibida, por exemplo, têm
tetos relativamente baixos
se comparados aos edifícios
equivalentes no Ocidente,
porém a sua aparência externa sugere a natureza
onicompreensiva da China imperial. Estas ideias aos poucos
também foram levadas à arquitetura ocidental moderna.
CHINESA ARQUITETURA
Outra característica importante é sua ênfase na articulação e
simetria bilateral, que indica equilíbrio. A simetria bilateral e a
articulação dos edifícios é onipresente na arquitetura chinesa,
de complexos palacianos à humildes casas de fazenda. Quando
possível, projetos de reformas e extensões de uma casa
procuram seguir e manter esta simetria, se o proprietário
CHINESA ARQUITETURA
puder custear esta manutenção.
Contrastando com seus edifícios, os jardins chineses são uma
exceção notável, tendendo a ser assimétricos. O princípio que
está sob a composição dos jardins é o de criar um uxo
duradouro e emular a natureza.
MURALHA DA CHINA
Por não se tratar de uma estrutura única, as características da Grande
Muralha variam de acordo com a região em que os diferentes trechos
estão construídos. Devido a diferenças de materiais, condições de relevo,
projetos e técnicas de construção, e mesmo da situação militar vivida por
cada dinastia, os trechos da muralha apresentam variações. Perto de
Pequim, por exemplo, os muros foram construídos com blocos de pedras
de calcário; em outras regiões, podem ser encontrados o granito ou
tijolos no aparelho das muralhas; nas regiões mais ocidentais, de
desertos, onde os materiais são mais escassos, os muros foram
construídos com vários elementos, entre os quais faxina (galhos de
plantas enfeixados). Em geral os muros apresentam uma largura média
de sete metros na base e de seis metros no topo, alçando-se a uma altura
média de sete metros e meio. Segundo anunciaram cientistas chineses
em abril de 2009, o comprimento total da muralha é de 8.850 km.5
CHINESA ARQUITETURA
A arquitetura do Brasil desenvolveu a maior parte de sua história sob a
inspiração europeia. Território conquistado a povos indígenas que
praticamente não possuíam arquitetura a não ser a habitacional, e
mesmo assim de caráter tradicional, mais ou menos imutável, ao
receber os conquistadores portugueses o Brasil passou a integrar uma
cultura nova. Apesar da estreita dependência do país para com
Portugal, a arquitetura civil foi sempre a expressão mais livre e
descompromissada, buscando antes a satisfação de necessidades
básicas do que o luxo e o conforto, abrindo-se ao improviso e a
materiais da terra, e mesmo a alguma inuência de hábitos indígenas,
e por isso é a parte mais diversicada do conjunto.
arquitetura no brasil
Esteticamente, os primeiros tempos foram marcados pela introdução
de uma arquitetura tardo-renascentista, de grande regularidade,
solidez e austeridade externa, mas que podia ser ricamente decorada
nos interiores.
Porém, a arquitetura do período colonial é de estudo complexo.
Circunstâncias peculiares no processo de formação do Brasil levaram a
um desenvolvimento arquitetônico pouco regular, com a duradoura
persistência de padrões que em Portugal caíam em desuso.
Grande parte dos edifícios antigos sofreu reformas ao longo do tempo,
que alteraram suas feições primitivas e os tornaram conjuntos
híbridos, com elementos de várias épocas e estilos diferentes. Por esses
motivos, os exemplares sobreviventes muitas vezes são de
caracterização e datação difíceis e controversas.
arquitetura no brasil
Esteticamente, os primeiros tempos foram marcados pela introdução
de uma arquitetura tardo-renascentista, de grande regularidade,
solidez e austeridade externa, mas que podia ser ricamente decorada
nos interiores.
Porém, a arquitetura do período colonial é de estudo complexo.
Circunstâncias peculiares no processo de formação do Brasil levaram a
um desenvolvimento arquitetônico pouco regular, com a duradoura
persistência de padrões que em Portugal caíam em desuso.
Grande parte dos edifícios antigos sofreu reformas ao longo do tempo,
que alteraram suas feições primitivas e os tornaram conjuntos
híbridos, com elementos de várias épocas e estilos diferentes. Por esses
motivos, os exemplares sobreviventes muitas vezes são de
caracterização e datação difíceis e controversas.
arquitetura no brasil
Forte Rei dos Magos (Natal) Real Forte Príncipe da Beira
(Margem do Rio Guaporé)
arquitetura no brasil
ARQUITETURA CIVIL
A arquitetura civil deixou relativamente poucos edifícios de maior
vulto, ainda que tenha se vericado grande variedade, em geral dentro
das linhas dominantes do Barroco.
As primeiras residências erguidas nas frentes de conquista do
território e expansão agrícola eram sumárias, não passavam de cabanas
ans às ocas indígenas, e se resumiam essencialmente a um aposento de
uso múltiplo, podendo contar com um menor anexo para a cozinha, um
modelo que nos séculos posteriores foi o único possível para a
população mais humilde, como os índios aculturados e os escravos, e até
hoje é encontrado em muitas regiões interioranas.
arquitetura no brasil
Essas residências urbanas se
caracterizavam por apresentar fachadas
com aberturas simples de vergas
frequentemente curvas, em madeira ou
mais raramente em pedra, às vezes
fechadas por gelosias ou gradeados, e
um telhado igualmente simples com
beiral, que pode ter alguma
ornamentação discreta como uma suave
curvatura e telhas em bico nos cantos do
telhado.
Em muitos locais do litoral são comuns as fachadas revestidas de
azulejos, particularmente abundantes em São Luís do Maranhão.
arquitetura no brasil
Em alguns centros urbanos maiores
como Salvador e São Luís, sobrevivem
muitos exemplares de até quatro pisos.
Algumas técnicas de construção e o uso
de materiais locais foram aprendidos
com os índios, especialmente nos
primeiros tempos.
Na categoria dos prédios ociais, os
exemplos coloniais mais típicos foram
as Casas de Câmara, mas poucas
sobreviveram sem alterações. Uma das
mais signicativas é a antiga Casa da
Câmara e Cadeia de Ouro Preto, hoje o
Museu da Incondência, com uma rica
fachada com um pórtico com colunas, escadaria, uma torre, estátuas
ornamentais e estrutura em cantaria.
arquitetura no brasil
Os primeiros templos construídos
no Brasil seguiam os parâmetros da
arquitetura chã, uma interpretação
tardia — também dita maneirista —
e tipicamente portuguesa do
modelo renascentista, inspirado
ultimamente no templo grego
clássico. Esta estética austera
caracteriza-se pelas fachadas
compostas por guras geométricas
básicas, frontões triangulares,
janelas que tendem ao formato
quadrado e paredes marcadas pelo contraste entre a pedra e as
superfícies brancas, com volumes pouco projetados.
arquitetura no brasil
Geralmente há pelo menos uma torre sineira lateral pegada ao corpo
do edifício. A decoração de fachada é escassa e circunscrita em geral
aos portais, ainda que os interiores dos exemplares mais majestosos
possam ser ricos em altares entalhados, com estatuária que pode
incluir anjos, atlantes e cariátides e profusa ornamentação to e
zoomórca, além de pinturas e azulejos.
Hoje em dia resta pouco da arquitetura quinhentista no Brasil, uma
vez que boa parte das edicações mais antigas foi ou destruída,
pilhada ou reformada, até mesmo em tempos recentes, como foi o caso
da importante igreja jesuítica do Morro do Castelo no Rio, de 1567, foi
demolida em 1922 na reurbanização da área.
arquitetura no brasil
ARQUITETURA PERNAMBUCANA
Até a chegada dos holandeses a Pernambuco (1630), as igrejas
permaneciam, pelo menos em seu aspecto exterior, com as mesmas
características do século XVI – frontão triangular suportado por um
entablamento clássico e este, por sua vez, suportado por cunhais de
pedra a guisa de colunas dóricas, com uma composição formada por
óculo, duas janelas e uma porta – o que leva, a princípio, à constatação
de que o barroco não foi utilizado até a época posterior à saída dos
holandeses do território brasileiro (1654).
arquitetura no brasil
A maioria das igrejas construídas antes do
período holandês foi remodelada ao nal
do século XVII e ao longo do século XVIII de
acordo com a estética barroca. Todavia, a
igrejas de Nossa Senhora do Desterro, ao
lado do convento de Santa Teresa, em
Olinda, e a de Nossa Senhora do Pilar, em
Recife, ambas erguidas no nal do século
XVII, mantiveram a feição quinhentista.
É importante salientar que as igrejas
levaram décadas para serem construídas, como foram os casos da
basílica de Nossa Senhora do Carmo (1687-1767) e da concatedral de São
Pedro dos Clérigos (1728-1782), incorporando modicações sucessivas de
estilo ao partirem de um barroco mais primitivo, simultaneamente
alcançando resultados mais rebuscados dentro do que se denominou
barroco-rococó.
arquitetura no brasil
Já a segunda fase – que se estende do nal da década
de 1720, com o início da construção da Concatedral
de São Pedro dos Clérigos, em 1728, até
aproximadamente a década de 1840 ( já fora,
portanto, da era colonial), com a conclusão do
frontispício da igreja de Nossa Senhora do Rosário
dos Pretos de Goiana, em 1836 –, revela uma maior
exuberância de formas nos frontispícios, torres e
altares. O frontão é progressivamente substituído
por um jogo de volutas cada vez mais altas, gerando
frontispícios esguios (Carmo do Recife, Rosário dos
Pretos do Recife, São Pedro dos Clérigos) ou as
formas características da arquitetura franciscana, com frontispícios
movimentados.
arquitetura no brasil
A ambientação decorativa das igrejas do rococó pernambucano
repetiu, de forma bem mais nítida do que em outras regiões brasileiras,
a típica associação portuguesa de talha, azulejos e pinturas.
As decorações do rococó pernambucano incluem pinturas de tetos com
perspectivas ilusionistas e pelo menos duas tipologias diferentes: a
primeira, empregada em tetos planos ou de fraca curvatura, composta
de painéis gurativos independentes, com molduras ornamentais
exuberantes; a segunda desenvolve composições unitárias de pinturas
perspectivistas como na fase barroca, deixando, porém, um amplo
espaço vazio na parte central, reservado à representação de
personagens celestiais. Na igreja do Rosário dos Pretos, no Recife, há
uma bela pintura deste tipo, do qual se conservam poucos exemplares
em Pernambuco, tanto pela falta de conservação adequada quanto
pelas remodelações efetuadas no decorrer do século XIX.
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