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Trabalho em grupo avaliação
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Avaliação Pedagógica Digital em Contextos de Elearning
Unidade Curricular – Avaliação em Contextos de Elearning
Atividade 2
Aparecida Torres, Ana Toscano, Cláudio Pinto e Renata Duarte1
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Universidade Aberta, Portugal
INTRODUÇÃO
No contexto da sociedade atual a busca constante de aprendizagem ao longo da vida é uma
necessidade permanente, devido à constante mutação do conhecimento que se caracteriza atualmente
como algo com um curto ciclo de vida. O elearning surge desta forma como uma possibilidade de
qualificar pessoas que procuram formação à distância, permitindo-lhes uma melhor gestão e
flexibilidade do seu tempo e do seu ritmo de aprendizagem.
Diante desta nova realidade, o ato de avaliar tornou-se um ponto chave nos debates relativos à
educação, envolvendo desde as discussões sobre currículo até os objetivos e estratégias de avaliação.
Estas discussões transcorrem não só em relação à avaliação na educação a distância, mas no contexto
da educação em geral, pois a avalanche de transformações sociais ocorridas nas duas últimas décadas,
fortemente influenciadas pelo amplo desenvolvimento das tecnologias de informação e de
comunicação, processaram mudanças na forma como as pessoas aprendem e se relacionam. É notória
a ênfase dada pelas organizações à colaboração, nomeadamente nos processos produtivos, e os
reflexos desta nova mentalidade na educação, especialmente na educação corporativa, de onde
emergem procedimentos adaptados ao contexto de flexibilidade de tempo e de espaço.
Artigo 1 – “A Cultura de Avaliação: que dimensões?” (Pereira, A., Oliveira, I. & Tinoca, L)
AVALIAR POR COMPETÊNCIA
Realizando uma abordagem relativamente à educação utilizando o sistema em e-Learning,
Pereira, Oliveira & Tinoca, apresentam uma reflexão sobre o sistema de avaliação que até em então
utilizava apenas um formato de avaliação. Tal formato tem sido reconhecido como insuficiente quando
se trata de alterar um sistema de educação baseado “em objetivos para um novo paradigma centrado
no desenvolvimento de competências.” Contudo, embora haja um crescente número de
questionamentos quanto à sua eficácia, essa metodologia continua a ser amplamente utilizada.
Os Programas de Competências (PAC’s) tornam essenciail o recurso às novas formas de
avaliação, que visam complementar as já existentes. A avaliação de competências visa considerar não
só os conhecimentos do aluno, como também as suas capacidades e valores. Neste sentido podemos
considerar que a capacidade é uma competência a avaliar mediante as necessidades “individuais e da
sociedade”para que o aluno consiga “desempenhar com sucesso uma tarefa ou atividade que requer a
mobilização de conhecimentos, capacidades, atitudes, emoções e valores”.
No âmbito da avaliação digital, com base na metodologia em e-learning, o aluno adquire o papel
central do processo de aprendizagem, onde são geradas diferentes culturas, sendo estas essencialmente
colaborativas. O aluno deverá desenvolver competências para que consiga ser capaz de “identificar,
selecionar, argumentar e gerir informação”, de modo a criar, inovar e comunicar de forma
fundamentada.
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Fica desta forma evidenciada a importância da avaliação diagnóstica, na qual o aluno consegue
realizar uma reflexão da sua própria aprendizagem, verificando se de facto foram desenvolvidas as
competências desejadas. A utilização de fóruns de discussão, a criação de blogs, assim como a
construção de e-portfólios são algumas das formas que se pode ter em conta para avaliar, visto que a
aprendizagem através dos meios digitais tende a ocorrer cada vez mais de modo personalizado,
adaptando-se às necessidades do aluno. Para que a cultura da avaliação, tal qual a cultura da
aprendizagem possam ter o desenvolvimento efetivo das competências listadas pelos autores, é preciso
considerar as seguintes dimensões: autenticidade, consciência, transparência e praticabilidade.
A autenticidade está relacionada às semelhanças que existem entre aquelas competências
avaliadas e à vida real do sujeito avaliado. São definidos alguns parâmetros de referência
fundamentais para a autenticidade, sendo a similitude, a complexidade, a adequação e a
significância.A consistência é reconhecida pela fiabilidade e validade das diversas maneiras de avaliar,
tendo em conta quatro parâmetros (alinhamento instrução-avaliação; multiplicidade de indicadores;
adequação dos critérios e alinhamento competências-avaliação). A transparência pressupõe o
estabelecimento de critérios claros e justos, definidos de modo democrático, com o intuito de tornar a
avaliação num processo em que os alunos estejam envolvidos e comprometidos em todas as suas
etapas, enquanto a praticabilidade pode ser entendida como a perceção dos alunos de que as
atividades são relevantes e realizáveis.
Estas dimensões precisam estar articuladas entre si, de modo que, se aplicadas com êxito, tendem
a assegurar uma aprendizagem mais significativa, onde as competências sejam plenamente
desenvolvidas.Percebe-se que para garantir a qualidade da avaliação é preciso pensar nos métodos,
funções, formas e objetivos nos diferentes contextos do e-learning e o novo cenário que emerge do
desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, no qual a interação torna-se intensa e
os usuários assumem papel de protagonistas. Assim, a partir de uma nova cultura, a avaliação
considerar-se-á a mais justa possível, com critérios mais adequados e o aluno como um ser integrante
do seu processo de avaliação.
Artigo 2 – “Educação on-line :Perspectivas para a avaliação da aprendizagem na interface
Fórum”- (Kratochwill)
DIALOGICIDADE
Kratochwill (2007) tomando como principal referênca o conceito bakhtiniano de dialogicidade,
aponta na sua pesquisa sobre a utilização dos fóruns de discussão em cursos online que este
instrumento favorece o desenvolvimento de uma avaliação baseada na interlocução dos estudantes,
pois, segundo esta concepção, “tudo é diálogo e dele depende a compreensão”. Nesta perspectiva, a
autora associa o dialoginismo de Bakhtin ao socio-interacionismo de Vygotsky, no momento em que
afirma:
“No entrecruzar das falas de Bakhtin e Vygotsky pode-se vislumbrar uma educação que, apesar
de se basear nas interações, na coletividade, respeita o princípio de alteridade e de autonomia do
sujeito. Suas teorias evidenciam a linguagem enquanto mediadora do processo social e de
aprendizagem.” Kratochwill (2007).
A autora fundamenta-se também nos estudos de Harasim (1990, 1995) para defender a ideia de
que a educação on-line transcende o modelo de sala de aula presencial. Portanto afirma que reproduzir
o modelo tradicional no contexto do e-learning é subutilizar as potenciacildades de um AVA. Sendo
assim, com o novo olhar sobre a educação a distância, a mesma preocupação recai sobre os processos
“de ensino, aprendizagem e avalição”.
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Nesse contexto, Kratochwill esclarece que a avaliação dialógica não descarta a oferta de
informação inicial, mas o processo é mediado por um interlocutor e os alunos são estimulados a
produzir de forma colaborativa. Também o professor tem a oportunidade de acompanhar e participar
do diálogo fomentando com questionamentos de forma que “desenrola-se uma teia textual coletiva” .
O fórum de discussão é definido pela autora como um espaço assíncrono de colaboração, onde o
diálogo proporciona a construção do conhecimento, tornando-se meio e, ao mesmo tempo, mecanismo
de avaliação. Nessa perspectiva, ressalta-se o fato de a avaliação não ser realizada de forma estanque,
reservando-se um momento durante o qual é aplicado um determinado teste de conhecimentos, mas a
avaliação enquanto processo contínuo, exercido na interação com os demais membros da comunidade
de aprendizagem, o que implica em um complexo e eficiente processo de avaliação multidirecional, já
que o professor avalia as intervenções individuais, avalia o grupo como um todo e, por outro lado, os
estudantes avaliam a si próprios e a sua interação com o grupo, interação esta que é fundamental para
a construção do conhecimento, tendo em vista a dialogicidade ser exercida em larga escala e permitir a
cada participante colher as ideias e interpretações partilhadas pelos seus pares.
Através das características dialógicas e interativas que o fórum apresenta, passa a ser para além
de um espaço de perguntas e respostas, uma ferramenta de intervenção constante do professor, da qual
ele faz uso para mediar o processo e estimular o aprendente, desempenhando o papel de provocador de
ideias e de diálogo entre os alunos e o conhecimento.
“O fórum, com suas características dialógicas e interativas, vem justamente colaborar com essa
práxis, no processo de avaliação dialógica, o docente, mais do que o simples acompanhamento do
processo, também tem a possibilidade de interferência e de reflexão sobre a própria ação,
reconstruindo os próprios caminhos assim como possibilitando ao sujeito aprendiz a reconstrução dos
seus caminhos também. A dinâmica da dialógica, que pode ser potencializada pelo fórum, permite ao
docente a revisão dos conceitos, da metodologia e do próprio conteúdo e, por ser dialógica, também
permite ao aprendiz a auto-avaliação, ressignificando e reconstruindo a aprendizagem e o
conhecimento.” Kratochiwill, Susan (2007).
Tal processo de construção é abordado pela autora como ZPD (Zona Proximal de
Desenvolvimento) defendida por Vigotisky , uma vez que o aluno inicia a dinâmica dialógica com um
dado conhecimento e na interação dialógica vai ampliando esse campo. Essa dinâmica permite ao
professor acompanhar e interferir ao longo de todo o processo de forma dialógica.
Artigo 3 – Design: Formação Colaborativa e Avaliação Formativa (Mateo e Sangrá)
As novas abordagens de avaliação descritas por Mateo e Sangrá (2007) determinam uma cultura
baseada na avaliação por competências, colaborativa e formativa. Uma avaliação com foco no aluno,
no seu trabalho realizado, com clareza nas metodologias, formas colaborativas de aprendizagem e
critérios de avaliação adequados.
Nesta perspectiva,Mateo & Sangrá (2007) esclarecem que os ambientes virtuais de aprendizagem
oferecem uma gama ampliada de opções a desenvolver a aprendizagem colaborativa e por isso a
avaliação formativa se destaca. É nesse sentido que esses autores chamam a atenção para um novo
design de cursos de aprendizagem online, em que tratam uma nova forma de avaliar que contemple a
abordagem sociointeracionista. Os autores observam a adoção por parte das instituições de ensino que
atuam na educação a distância online de desenhos didáticos focados no conteúdo e na quantificação da
aprendizagem, à luz do paradigma psicométrico.
Em relação às plataformas investigadas, foram apontadas algumas exceções, a exemplo da
AulaNet e, com maior destaque, a plataforma Moodle, considerada por Mateo e Sangra uma das mais
bem estruturadas e capaz de proporcionar o desenvolvimento da aprendizagem baseada em projetos,
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pois permite acompanhar todo o processo de comunicação e de desenvolvimento da aprendizagem. Os
diversos recursos digitais que o Moodle pode abrigar também favorecem uma aprendizagem mais
ajustada ao novo paradigma da aprendizagem flexível da contemporaneidade, a exemplo da
comunicação interna através de fóruns, trabalhos em grupo, sessões síncronas, trabalhos individuais, o
registro do percurso formativo nos e-portifólios e da possibilidade de hiperligações. Entretanto, Mateo
& Sangrá entendem que as mudanças na avaliação em cursos online não podem acontecer de maneira
isolada, passando necessariamente, pela concepção mais geral do curso a ser ofertado, ou seja, não há
uma separação entre avaliação e os demais componentes: design, currículo, metodologia.
Embora haja referencia a outras abordagens de avaliação alternativas, os autores tomam o
portfolio como uma ferramenta crucial e brilhante de culminar na reflexão das suas aprendizagens
baseadas nas competencias adquiridas ao longo do processo. Esta ferramenta pode estar abrigada em
plataformas com base em Learning Management System (LMS), a exemplo do Moodle, ou ser
construída em várias outras plataformas de comunicação, como blogs, wikis e outras interfaces da
Web 2.0 / 3.0. Tratam o eportfólio como sendo uma carteira que “representa, possivelmente, a mais
importante ferramenta de gestão integrada que temos em contextos simeducativos em geral e,
particularmente, na educação a distância.”(Mateu & Sangra, 2007, tradução nnossa)
A partir do portfólio o estudante tem a possibilidade de refletir sobre as suas aprendizagens,
recorrendo a uma análise detalhada dos conteúdos e das temáticas abordadas, como forma de
reconhecimento do caminho percorrido durante todo o processo de aquisição do conhecimento.
Através desta ferramenta, o estudante atinge a consciencia de todo o seu percurso, conseguindo
desenhar uma reflexão clara e objetiva das competencias apreendidos, mostrando uma visão do seu
processo de desenvolvimento e aprendizagem.
Um eportfólio apresenta-se não só como umas das ferramentas mais completas de avaliação e
auto reflexão, que permite o armazenamento de uma panoplia consideravel de artefactos digitais
(texto, vídeos, audio, etc), o que o torna num “espaço de encontro dinâmico e abrangente para os
processos de desenvolvimento instrucional, avaliativo e pessoal do aluno” ( Barberà & Ahumada,
2007 apud Mateo e Sangrá).
CONCLUSÃO
Com base nos textos, aqui discutidos, percebe-se que muitos equívocos são cometidos em cursos
em contextos online, em primeiro lugar pela recorrente transposição das estratégias pedagógicas dos
cursos presenciais para as salas virtuais, incluindo-se conteúdos, metodologias, materiais e os
processos de avaliação; depois, porque a própria educação à distância vem passando por mudanças
substanciais, tendo como base o crescente desenvolvimento das tecnologias digitais e o aumento da
possibilidade de interação entre os indíviduos. Nos cursos à distância tradicionais, oferecidos em
ambientes virtuais, a comunicação síncrona era pouco favorecida, do mesmo modo que os materiais
disponíveis para pesquisa se restringiam, sendo os impressos digitalizados os mais utilizados para dar
subsídios teóricos aos estudantes.
A avaliação no contexto do e-learning enfrenta muitos desafios e requer muitas investigações.
Uma das reflexões mais contundentes deste tema ocorre entre as tendências pedagógicas tradicionais e
as mais inovadoras, as quais opõem-se frontalmente no tocante aos objetivos e às estratégias de
avaliação. Classificando-as de modo abrangente, podemos estabelecer duas grandes correntes: a
psicometria e a edumetria. Enquanto a primeira, considerada tradicional, busca quantificar, comparar,
julgar e padronizar os indivíduos em função de objetivos deterministas e de procedimentos
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metodológicos rígidos, a edumetria visa avaliar os aprendentes de modo mais aberto, considerando as
novas formas de ensinar e aprender. Esta concepção de avaliação é chamada de cultura da avaliação
ou ainda de avaliação de desempenho, avaliação de competências, avaliação autêntica e avaliação
contínua, em contraponto à cultura do teste.
Percebe-se assim, que a avaliação tradicional não atende as expectativas e necessidades da
sociedade atual, pois, sobretudo em função do surgimento e do desenvolvimento das tecnologias
digitais e do e-learning, despertou-se um repensar da maneira de ensinar e aprender. O ato de avaliar
deixa,progresivamente, um contexto onde a avaliação tradicional predominavae procurava
quantificar, comparar o desempenho dos indivíduos, julgar, padronizar as atividades e conceitos,
passando a ser mais flexível, de modo a considerar o aluno na sua totalidade.Uma avaliação, portanto,
que considera as diversas dimensões e tem como principal perspectiva o foco na dialogicidade, no
desenvolvimento das competências e a utilização dos diversos instrumentos de avaliação do mundo
virtual, notadamente o e-portifolio, em função da sua capacidade de dar ao estudante a oportunidade
de avaliar todo o seu percurso formativo.
Bibliografia
Mateo, J. Sangrá, A, (2007)- "Designing online learning assessment Throught alternative
approaches facing the concerns, in European Journal of Open, Distance and
elearning.Capturado de:
http://www.eurodl.org/materials/contrib/2007/Mateo_Sangra.htm. Acedido em abril
de 2015.
Kratochiwill, Susan (2007) - Educação on-Line: Perspectivas para a Avaliação aa Unesa.
Capturado de: http://30reuniao.anped.org.br/trabalhos/GT16-3066--Int.pdf. Acedido em
abril de 2015.
Pereira, A. Oliveira, I. & Tinoca, L. (2010) - A Cultura da Avaliação: que dimensões?, In Actas da
Conferência Internacional TICeduca2010, Instituto de Educação, Universidade de Lisboa.
Capturado de:
http://elearning.uab.pt/file.php/3567/TICeduca2010PereiraOliveiraeTinoca.pdf. Acedido
em Abril de 2015.