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Perfil	dos	alunos	à	saída	da	
Escolaridade	Obrigatória	
	
	
	
	
	
	
Documento	elaborado	pelo	Grupo	de	Trabalho	criado	nos	termos	
do	Despacho	n.º	9311/2016,	de	21	de	julho
1	
	
	
	
	
Índice	
Prefácio	 2	
1.	Nota	Introdutória	 4	
2.	Princípios	 6	
3.Visão	 8	
4.	Valores	 9	
5.	Competências	chave	 10	
6.	Implicações	Práticas	 16
2	
	
Prefácio	
A	 educação	 para	 todos,	 consagrada	 como	 primeiro	 objetivo	 mundial	 da	
UNESCO,	obriga	à	consideração	da	diversidade	e	da	complexidade	como	fatores	a	ter	
em	conta	ao	definir	o	que	se	pretende	para	a	aprendizagem	dos	alunos	à	saída	dos	12	
anos	da	escolaridade	obrigatória.	A	referência	a	um	perfil	não	visa,	porém,	qualquer	
tentativa	uniformizadora,	mas	sim	criar	um	quadro	de	referência	que	pressuponha	a	
liberdade,	a	responsabilidade,	a	valorização	do	trabalho,	a	consciência	de	si	próprio,	a	
inserção	familiar	e	comunitária	e	a	participação	na	sociedade	que	nos	rodeia.	
Perante	os	outros	e	a	diversidade	do	mundo,	a	mudança	e	a	incerteza,	importa	
criar	condições	de	equilíbrio	entre	o	conhecimento,	a	compreensão,	a	criatividade	e	o	
sentido	 crítico.	 Trata-se	 de	 formar	 pessoas	 autónomas	 e	 responsáveis	 e	 cidadãos	
ativos.	
Não	falamos	de	um	mínimo	nem	de	um	ideal	–	mas	do	que	se	pode	considerar	
desejável,	 com	 necessária	 flexibilidade.	 Daí	 a	 preocupação	 de	 definir	 um	 perfil	 que	
todos	possam	partilhar	e	que	incentive	e	cultive	a	qualidade.	Havendo	desigualdades	e	
sendo	a	sociedade	humana	imperfeita,	não	se	adota	uma	fórmula	única,	mas	favorece-
se	a	complementaridade	e	o	enriquecimento	mútuo	entre	os	cidadãos.		
O	que	distingue	o	desenvolvimento	do	atraso	é	a	aprendizagem.	O	aprender	a	
conhecer,	o	aprender	a	fazer,	o	aprender	a	viver	juntos	e	a	viver	com	os	outros	e	o	
aprender	a	ser	constituem	elementos	que	devem	ser	vistos	nas	suas	diversas	relações	
e	implicações.	Isto	mesmo	obriga	a	colocar	a	educação	durante	toda	a	vida	no	coração	
da	sociedade	–	pela	compreensão	das	múltiplas	tensões	que	condicionam	a	evolução	
humana.	O	global	e	o	local,	o	universal	e	o	singular,	a	tradição	e	a	modernidade,	o	
curto	e	o	longo	prazos,	a	concorrência	e	a	igual	consideração	e	respeito	por	todos,	a	
rotina	e	o	progresso,	as	ideias	e	a	realidade	–	tudo	nos	obriga	à	recusa	de	receitas	ou	
da	 rigidez	 e	 a	 um	 apelo	 a	 pensar	 e	 a	 criar	 um	 destino	 comum	 humanamente	
emancipador.	
Devemos,	assim,	compreender	os	sete	pilares	que	Edgar	Morin	considera	numa	
cultura	de	autonomia	e	responsabilidade:	prevenção	do	conhecimento	contra	o	erro	e	
a	ilusão;	ensino	de	métodos	que	permitam	ver	o	contexto	e	o	conjunto,	em	lugar	do	
conhecimento	 fragmentado;	 o	 reconhecimento	 do	 elo	 indissolúvel	 entre	 unidade	 e
3	
	
diversidade	 da	 condição	 humana;	 aprendizagem	 duma	 identidade	 planetária	
considerando	 a	 humanidade	 como	 comunidade	 de	 destino;	 exigência	 de	 apontar	 o	
inesperado	e	o	incerto	como	marcas	do	nosso	tempo;	educação	para	a	compreensão	
mútua	 entre	 as	 pessoas,	 de	 pertenças	 e	 culturas	 diferentes;	 e	 desenvolvimento	 de	
uma	ética	do	género	humano,	de	acordo	com	uma	cidadania	inclusiva.	
As	humanidades	hoje	têm	de	ligar	educação,	cultura	e	ciência,	saber	e	saber	
fazer.	O	processo	da	criação	e	da	inovação	tem	de	ser	visto	relativamente	ao	poeta,	ao	
artista,	 ao	 artesão,	 ao	 cientista,	 ao	 desportista,	 ao	 técnico	 –	 em	 suma	 à	 pessoa	
concreta	que	todos	somos.	
	Um	 perfil	 de	 base	 humanista	 significa	 a	 consideração	 de	 uma	 sociedade	
centrada	 na	 pessoa	 e	 na	 dignidade	 humana	 como	 valores	 fundamentais.	 Daí	
considerarmos	as	aprendizagens	como	centro	do	processo	educativo,	a	inclusão	como	
exigência,	 a	 contribuição	 para	 o	 desenvolvimento	 sustentável	 como	 desafio,	 já	 que	
temos	 de	 criar	 condições	 de	 adaptabilidade	 e	 de	 estabilidade,	 visando	 valorizar	 o	
saber.	 E	 a	 compreensão	 da	 realidade	 obriga	 a	 uma	 referência	 comum	 de	 rigor	 e	
atenção	às	diferenças.	
	
	
	 	 	 	 	 	 	 Guilherme	d’Oliveira	Martins
4	
	
	
	
1. Nota	Introdutória		
	
O	século	XXI	coloca	desafios	fundamentais	aos	sistemas	educativos.	Atravessamos	um	
período	 em	 que	 o	 conhecimento	 científico	 e	 tecnológico	 se	 desenvolve	 a	 um	 ritmo	 de	 tal	
forma	intenso	que	a	quantidade	de	informação	disponível	cresce	exponencialmente	todos	os	
dias.	Apesar	de	tantos	avanços	científicos,	este	século	tem	vindo	a	ser	marcado	pela	incerteza,	
por	debates	sobre	identidade	e	segurança	e	por	uma	maior	proximidade	dos	riscos	colocados	à	
sustentabilidade	do	planeta	e	da	humanidade.	
A	educação	permite	fazer	conexões	entre	o	passado	e	o	futuro,	entre	o	indivíduo	e	a	
sociedade,	entre	o	desenvolvimento	de	competências	e	a	formação	de	identidades.	A	escola	é,	
assim,	 um	 lugar	 privilegiado	 para	 os	 jovens	 adquirirem	 as	 aprendizagens	 essenciais,	
equacionadas	em	função	da	evolução	do	conhecimento	e	dos	contextos	histórico-sociais.		
Ao	longo	dos	últimos	30	anos,	os	planos	de	estudo	para	os	ensinos	básico	e	secundário	e	
os	 programas	 das	 disciplinas	 foram	 sofrendo	 alterações	 individualizadas	 e	 desiguais.	 Este	
trabalho	atomizado	e	sectorial	sacrificou	uma	visão	integrada	dos	documentos	curriculares	e,	
consequentemente,	das	aprendizagens	a	desenvolver	ao	longo	da	escolaridade.	
Desde	 a	 aprovação	 da	 Lei	 de	 Bases	 do	 Sistema	 Educativo	 Português,	 em	 1986,	 as	
medidas	 de	 política	 educativa	 foram	 sendo	 tomadas	 com	 um	 duplo	 objetivo:	 (i)	 alargar	 o	
número	de	anos	da	escolaridade	obrigatória,	assegurando	a	equidade	no	acesso	à	escola	de	
todas	 as	 crianças	 e	 jovens	 em	 idade	 escolar;	 (ii)	 garantir	 uma	 educação	 de	 qualidade,	
assegurando	 as	 melhores	 oportunidades	 educativas	 para	 todos.	 Em	 2009,	 a	 escolaridade	
obrigatória	alargou-se	para	todas	as	crianças	e	jovens	com	idades	compreendidas	entre	os	seis	
e	os	dezoito	anos.	Uma	escolaridade	obrigatória	de	doze	anos	constitui	um	desafio	na	medida	
em	que	implica	a	consideração	de	percursos	educativos	diversificados,	atendendo	à	variedade	
de	 públicos	 e	 respetivos	 objetivos	 formativos.	 Por	 esta	 razão,	 constitui	 um	 imperativo	
estabelecer	 um	 perfil	 de	 aluno	 à	 saída	 da	 escolaridade	 obrigatória,	 de	 modo	 a	 explicitar	 o	
referencial	educativo	que	oriente	todas	as	decisões	inerentes	ao	processo	educativo.	
Ao	explicitar	princípios,	visão,	valores,	competências	e	as	decorrentes	aprendizagens	dos	
alunos	 ao	 longo	 de	 doze	 anos	 de	 escolaridade,	 este	 referencial1
	convoca	 os	 esforços	 e	 a	
																																																													
1
European	Union’s	Recommendation	on	Key	Competences	for	Lifelong	Learning:	http://eur-lex.europa.eu/legal-
content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:32006H0962&from=EN
5	
	
convergência	 da	 sociedade	 –	 pais,	 encarregados	 de	 educação,	 famílias,	 professores,	
educadores	e	restante	comunidade	educativa	–	para	o	desenvolvimento	de	iniciativas	e	ações	
orientadas	 para	 assegurar	 o	 acesso	 a	 uma	 educação	 de	 qualidade	 para	 todas	 as	 crianças	 e	
jovens.		
O	perfil	dos	alunos	no	final	da	escolaridade	obrigatória	estabelece	uma	visão	de	escola	e	
um	 compromisso	 da	 escola,	 constituindo-se	 para	 a	 sociedade	 em	 geral	 como	 um	 guia	 que	
enuncia	 os	 princípios	 fundamentais	 em	 que	 assenta	 uma	 educação	 que	 se	 quer	 inclusiva.	
Apresenta	 uma	 visão	 daquilo	 que	 se	 pretende	 que	 os	 jovens	 alcancem,	 sendo,	 para	 tal,	
determinante	o	compromisso	da	escola,	a	ação	dos	professores	e	o	empenho	das	famílias	e	
encarregados	de	educação.	Professores,	educadores,	gestores,	decisores	políticos	e	também	
todos	os	que	direta	ou	indiretamente	têm	responsabilidades	na	educação	encontram	neste	
documento	a	matriz	para	a	tomada	de	decisão	sobre	as	opções	de	desenvolvimento	curricular,	
consistentes	com	a	visão	de	futuro	definida	como	relevante	para	os	jovens	portugueses	do	
nosso	tempo.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
																																																																																																																																																																																			
OECD,	Future	of	Education	and	Skills:	Education2030.	http://www.oecd.org/edu/school/education-2030.htm	
UNESCO,	Education	2030	Framework	for	Action,	http://www.unesco.org/new/en/education/themes/leading-the-international-
agenda/education-for-all/sdg4-education-2030/
6	
	
	
	
	
2.	Princípios	
A	melhor	educação	é	a	que	se	desenvolve	como	construtora	de	postura	no	mundo.	Hoje	
mais	 do	 que	 nunca	 a	 escola	 deve	 preparar	 para	 o	 imprevisto,	 o	 novo,	 a	 complexidade	 e,	
sobretudo,	desenvolver	em	cada	indivíduo	a	vontade,	a	capacidade	e	o	conhecimento	que	lhe	
permitirá	 aprender	 ao	 longo	 da	 vida.	 Aquele	 que	 reconhece	 o	 valor	 da	 educação	 estuda	
sempre	e	quer	sempre	aprender	mais.	
	
Estes	 são	 os	 princípios	 que	 subjazem	 ao	 trabalho	 de	 natureza	 curricular	 que	 aqui	 se	
apresenta.	
	
A. Um	perfil	de	base	humanista	–	a	ciência	evolui,	cabendo	à	escola	o	dever	de	dotar	os	
jovens	de	conhecimento	para	a	construção	de	uma	sociedade	mais	justa	e	para	agirem	sobre	o	
mundo	enquanto	bem	a	preservar.	Entende-se	o	conhecimento	como	fundamental	para	uma	
sociedade	centrada	na	pessoa	e	na	dignidade	humana	como	valores	inestimáveis.		
	
B. Educar	ensinando	para	a	consecução	efetiva	das	aprendizagens	–	as	aprendizagens	
são	 o	 centro	 do	 processo	 educativo.	 Sem	 boas	 aprendizagens,	 não	 há	 bons	 resultados.	 A	
educação	 deve	 promover	 intencionalmente	 o	 desenvolvimento	 da	 capacidade	 de	 aprender,	
base	da	aprendizagem	ao	longo	da	vida.	O	perfil	do	aluno	prevê	domínio	de	competências	e	
saberes	 que	 sustentem	 o	 desenvolvimento	 da	 sua	 capacidade	 de	 aprender	 e	 valorizar	 a	
educação	ao	longo	da	sua	vida.		
	
C. Incluir	 como	 requisito	 de	 educação	 –	 a	 escolaridade	 obrigatória	 é	 de	 todos	 e	 para	
todos.	 A	 escola	 contemporânea	 agrega	 uma	 diversidade	 de	 alunos	 tanto	 do	 ponto	 de	 vista	
socioeconómico	e	cultural	como	também	do	ponto	de	vista	cognitivo	e	motivacional.	A	adoção	
do	perfil	é	crítica	para	que	todos	possam	ser	incluídos	e	para	que	todos	possam	entender	que	
a	exclusão	é	incompatível	com	o	conceito	de	equidade	e	democracia.
7	
	
D. Contribuir	 para	 o	 desenvolvimento	 sustentável	 –	há	riscos	de	sustentabilidade	que	
afetam	o	planeta	e	o	ser	humano.	O	cidadão	do	século	XXI	age	num	contexto	de	emergência	
da	ação	para	o	desenvolvimento,	numa	perspetiva	globalizante,	mas	assente	numa	ação	local.	
	
E. Educar	ensinando	com	coerência	e	flexibilidade	–	a	flexibilidade	é	instrumental	para	
se	dar	a	oportunidade	a	cada	um	de	atingir	o	perfil	proposto,	de	forma	coerente,	garantindo	a	
todos	 o	 acesso	 às	 aprendizagens.	 É	 através	 da	 gestão	 flexível	 do	 currículo,	 do	 trabalho	
conjunto	dos	professores	sobre	o	currículo,	do	acesso	e	participação	dos	alunos	no	seu	próprio	
processo	 de	 formação	 e	 construção	 de	 vida,	 que	 é	 possível	 explorar	 temas	 diferenciados,	
trazer	a	realidade	para	o	centro	das	aprendizagens	visadas.	
	
F. Agir	com	adaptabilidade	e	ousadia–	a	incerteza	do	século	XXI	passa	pela	perceção	de	
que,	 hoje,	 é	 fundamental	 conseguir	 moldar-se	 a	 novos	 contextos	 e	 novas	 estruturas,	
mobilizando	 as	 competências	 chave,	 mas	 também	 estando	 preparado	 para	 atualizar	
conhecimento	e	desempenhar	novas	funções.	
	
G. Garantir	 a	 estabilidade	 –	 educar	 para	 um	 perfil	 de	 competências	 alargado	 requer	
tempo	 e	 persistência.	 Um	 perfil	 de	 competências	 assente	 numa	 matriz	 de	 conhecimentos,	
capacidades	e	atitudes	deve	ter	as	características	que	permitam	fazer	face	a	uma	revolução	
numa	qualquer	área	do	saber	e	ter	estabilidade	para	que	o	sistema	se	adeque	e	as	orientações	
introduzidas	produzam	efeito.	
	
H. Valorizar	 o	 saber	 –	 toda	 a	 ação,	 de	 forma	 reflexiva,	 deve	 ser	 sustentada	 num	
conhecimento	 efetivo.	 A	 escola	 tem	 como	 missão	 despertar	 e	 promover	 a	 curiosidade	
intelectual	e	criar	cidadãos	que,	ao	longo	da	sua	vida,	valorizam	o	saber.
8	
	
	
	
	
	
3.	Visão		
	
	
Pretende-se	que	o	jovem,	à	saída	da	escolaridade	obrigatória,	seja	um	cidadão:	
	
• dotado	 de	 literacia	 cultural,	 científica	 e	 tecnológica	 que	 lhe	 permita	 analisar	 e	
questionar	 criticamente	 a	 realidade,	 avaliar	 e	 selecionar	 a	 informação,	 formular	
hipóteses	e	tomar	decisões	fundamentadas	no	seu	dia	a	dia;	
• livre,	autónomo,	responsável	e	consciente	de	si	próprio	e	do	mundo	que	o	rodeia;	
• capaz	de	lidar	com	a	mudança	e	a	incerteza	num	mundo	em	rápida	transformação;	
• que	 reconheça	 a	 importância	 e	 o	 desafio	 oferecidos	 conjuntamente	 pelas	 Artes,	 as	
Humanidades,	 a	 Ciência	 e	Tecnologia	 para	 a	 sustentabilidade	 social,	 cultural,	
económica	e	ambiental	de	Portugal	e	do	mundo;	
• capaz	 de	 pensar	 critica	 e	 autonomamente,	 criativo,	 com	 competência	 de	 trabalho	
colaborativo	e	capacidade	de	comunicação;		
• apto	 a	 continuar	 a	 sua	 aprendizagem	 ao	 longo	 da	 vida,	 como	 fator	 decisivo	 do	 seu	
desenvolvimento	pessoal	e	da	sua	intervenção	social;	
• que	 conheça	 e	 respeite	 os	 princípios	 fundamentais	 da	 sociedade	 democrática	 e	 os	
direitos,	garantias	e	liberdades	em	que	esta	assenta;	
• que	valorize	o	respeito	pela	dignidade	humana,	pelo	exercício	da		cidadania	plena,	pela	
solidariedade	 para	 com	 os	 outros,	 pela	 diversidade	 cultural	 e	 pelo	 debate	
democrático;	
• que	rejeite	todas	as	formas	de	discriminação	e	de	exclusão	social.	
	
Estes	desígnios	complementam-se,	interpenetram-se	e	reforçam-se	entre	si	num	modelo	
de	 escolaridade	 orientado	 para	 a	 aprendizagem	 dos	 alunos,	 que	 visa,	 simultaneamente,	 a	
qualificação	individual	e	a	cidadania	democrática.
9	
	
4.	Valores	
	
Entende-se	 por	 valores	 as	 orientações	 segundo	 as	 quais	 determinadas	 crenças,	
comportamentos	e	ações	são	definidos	como	adequados	e	desejáveis.	Os	valores	são,	assim,	
entendidos	como	os	elementos	e	as	características	éticas,	expressos	através	da	forma	como	as	
pessoas	atuam	e	justificam	o	seu	modo	de	estar	e	agir.	
Os	 valores	 não	 são	 o	 resultado	 de	 uma	 compreensão,	 e	 ainda	 menos	 de	 uma	
compreensão	passiva	de	informações,	 nem	de	atitudes	apreendidas,	sem	significado	para	o	
próprio	 sujeito.	 O	 processo	 é	 mais	 complexo	 e	 multilateral.	 Trata-se	 da	 relação	 construída	
entre	a	realidade	objetiva,	os	componentes	da	personalidade	e	os	fatores	de	contexto,	relação	
essa	que	se	exprime	através	de	atitudes,	condutas	e	comportamentos.	
Todas	as	crianças	e	jovens	devem	ser	encorajados	a	pôr	em	prática,	nas	suas	atividades	
de	 aprendizagem,	 os	 valores	 que	 devem	 pautar	 a	 cultura	 de	 escola,	 mais	 ainda	 o	ethos	 da	
escola.	
	
• Responsabilidade	 e	 integridade	 –	 Respeitar-se	 a	 si	 mesmo	 e	 aos	 outros;	 saber	
agir	 eticamente,	 consciente	 da	 obrigação	 de	 responder	 pelas	 próprias	 ações;	
ponderar	as	ações	próprias	e	alheias	em	função	do	bem	comum.	
• Excelência	e	exigência	–	Aspirar	ao	trabalho	bem	feito,	ao	rigor	e	à	superação;	ser	
perseverante	 perante	 as	 dificuldades;	 ter	 consciência	 de	 si	 e	 dos	 outros;	 ter	
sensibilidade	e	ser	solidário	para	com	os	outros.	
• Curiosidade,	 reflexão	 e	 inovação	 –	 Querer	 aprender	 mais;	 desenvolver	 o	
pensamento	reflexivo,	crítico	e	criativo;	procurar	novas	soluções	e	aplicações.	
• Cidadania	 e	 participação	 –	 Demonstrar	 respeito	 pela	 diversidade	 humana	 e	
cultural	 e	 agir	 de	 acordo	 com	 os	 princípios	 dos	 direitos	 humanos;	 negociar	 a	
solução	de	conflitos	em	prol	da	solidariedade	e	da	sustentabilidade	ecológica;	ser	
interventivo,	tomando	a	iniciativa	e	sendo	empreendedor.	
• Liberdade	–	Manifestar	a	autonomia	pessoal	centrada	nos	direitos	humanos,	na	
democracia,	na	cidadania,	na	equidade,	no	respeito	mútuo,	na	livre	escolha	e	no	
bem	comum.	
	
Ao	 longo	 da	 sua	 escolarização,	 e	 em	 todas	 as	 áreas	 do	 saber,	 deverão	 ser	
proporcionadas	aos	alunos	oportunidades	que	permitam	desenvolver	competências	e	exprimir
10	
	
valores,	analisando	criticamente	as	ações	que	deles	derivam,	e	tomar	decisões	com	base	em	
critérios	éticos.		
5.	Competências	chave	
	
A	 evolução	 social	 e	 tecnológica	 da	 sociedade	 do	 século	 XXI	 apela	 à	 necessidade	 de	
preparar	 os	 jovens	 para	 uma	 vida	 em	 constante	 e	 rápida	 mudança.	 Os	 sistemas	 educativos	
têm,	por	isso,	vindo	a	mudar	de	paradigmas	centrados	exclusivamente	no	conhecimento	para	
outros	que	se	focam	no	desenvolvimento	de	competências	¾	mobilizadoras	de	conhecimentos,	
de	 capacidades	 e	 de	 atitudes	 ¾	 adequadas	 aos	 exigentes	 desafios	 destes	 tempos,	 que	
requerem	 cidadãos	 educados	 e	 socialmente	 integrados:	 jovens	 adultos	 capazes	 de	 pensar	
crítica	e	criativamente,	adaptados	a	uma	sociedade	das	multiliteracias,	habilitados	para	a	ação	
quer	 autónoma	 quer	 em	 colaboração	 com	 os	 outros,	 num	 mundo	 global	 e	 que	 se	 quer	
sustentável2
.		
Competências	são	combinações	complexas	de	conhecimentos,	capacidades	e	atitudes	
que	permitem	uma	efetiva	ação	humana	em	contextos	diversificados.	As	competências	são	de	
natureza	 cognitiva	 e	 metacognitiva,	 social	 e	 emocional,	 física	 e	 prática.	 Podem	 ser	
representadas	em	termos	visuais	como	uma	construção	integrada,	de	acordo	com	o	esquema	
seguinte:	
	
Figura	1:	Esquema	conceptual	de	definição	de	competência	(Adaptado	de:	Progress	report	on	
the	Draft	OECD	EDUCATION	2030	Conceptual	Framework	-	3rd	Informal	Working	Group	(IWG)	
on	the	Future	of	Education	and	Skills:	OECD	Education	2030)	
	
As	 competências	 são	 determinantes	 no	 perfil	 dos	 alunos,	 numa	 perspetiva	 de	
construção	 coletiva	 que	 lhes	 permitirá	 apropriarem-se	 da	 vida,	 nas	 dimensões	 do	 belo,	 da	
verdade,	do	bem,	do	justo	e	do	sustentável,	no	final	de	12	anos	de	escolaridade	obrigatória.	
Consideram-se	as	seguintes	áreas	de	desenvolvimento	e	aquisição	das	competências	chave:		
																																																													
2
European Union’s Recommendation on Key Competences for Lifelong Learning: http://eur-lex.europa.eu/legal-
content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:32006H0962&from=EN
11	
	
- Linguagens	e	textos.	
- Informação	e	comunicação.	
- Raciocínio	e	resolução	de	problemas.	
- Pensamento	crítico	e	pensamento	criativo.	
- Relacionamento	interpessoal.	
- Autonomia	e	desenvolvimento	pessoal.	
- Bem-estar	e	saúde.	
- Sensibilidade	estética	e	artística.		
- Saber	técnico	e	tecnologias.	
- Consciência	e	domínio	do	corpo.	
	
Estas	competências	são	complementares	e	a	sua	enumeração	não	pressupõe	qualquer	
hierarquia	interna	entre	as	mesmas.	Nenhuma	delas,	por	outro	lado,	corresponde	a	uma	área	
curricular	 específica.	 Sendo	 que	 em	 cada	 área	 curricular	 estão	 necessariamente	 envolvidas	
múltiplas	 competências,	 teóricas	 e	 práticas.	 Pressupõem	 o	 desenvolvimento	 de	 literacias	
múltiplas,	 tais	 como	 a	 leitura	 e	 a	 escrita,	 a	 numeracia	 e	 a	 utilização	 das	 tecnologias	 de	
informação	e	comunicação,	que	são	alicerces	para	aprender	e	continuar	a	aprender	ao	longo	
da	vida.	
	
Linguagens	e	textos			
As	competências	na	área	de	linguagens	e	textos	remetem	para	a	utilização	eficaz	dos	
códigos	 que	 permitem	 exprimir	 e	 representar	 conhecimento	 em	 várias	 áreas	 do	 saber,	
conduzindo	 a	 produtos	 linguísticos,	 musicais,	 artísticos,	 tecnológicos,	 matemáticos	 e	
científicos.	
As	 competências	 associadas	 às	 linguagens	 e	 textos	 implicam	 que	 os	 alunos	 sejam	
capazes	de:	
-	 utilizar	 de	 modo	 proficiente	 diferentes	 linguagens	 simbólicas	 associadas	 às	 línguas	
(língua	 materna	 e	 línguas	 estrangeiras),	 à	 literatura,	 à	 música,	 às	 artes,	 às	 tecnologias,	 à	
matemática	e	à	ciência;	
-	 aplicar	 estas	 linguagens	 de	 modo	 adequado	 aos	 diferentes	 contextos	 de	
comunicação,	em	ambientes	analógico	e	digital;	
-	 dominar	 capacidades	 nucleares	 de	 compreensão	 e	 de	 expressão	 nas	 modalidades	
oral,	escrita,	visual	e	multimodal.
12	
	
Informação	e	comunicação	
As	 competências	 na	 área	 de	 informação	 e	 comunicação	 dizem	 respeito	 à	 seleção,	
análise	 produção	 e	 divulgação	 de	 produtos,	 experiências	 e	 conhecimento	 em	 diferentes	
formatos.		
As	 competências	 associadas	 à	 informação	 e	 comunicação	 implicam	 que	 os	 alunos	
sejam	capazes	de:	
-	 utilizar	 e	 dominar	 instrumentos	 diversificados	 para	 pesquisar,	 descrever,	 avaliar,	
validar	 e	 mobilizar	 informação	 de	 forma	 crítica	 e	 autónoma,	 verificando	 diferentes	 fontes	
documentais	e	a	sua	credibilidade;	
-	transformar	a	informação	em	conhecimento;	
-	comunicar	e	colaborar	de	forma	adequada	e	segura,	utilizando	diferentes	tipos	de	
ferramentas	(analógicas	e	digitais),	seguindo	as	regras	de	conduta	próprias	de	cada	ambiente.	
	
Raciocínio	e	resolução	de	problemas	
As	competências	na	área	de	raciocínio	dizem	respeito	ao	processo	lógico	que	permite	
aceder	à	informação,	interpretar	experiências	e	produzir	conhecimento.	As	competências	na	
área	de	resolução	de	problemas	dizem	respeito	à	capacidade	de	encontrar	respostas	para	uma	
nova	 situação,	 mobilizando	 o	 raciocínio	 com	 vista	 à	 tomada	 de	 decisão	 e	 à	 eventual	
formulação	de	novas	questões.		
As	competências	associadas	ao	raciocínio	e	resolução	de	problemas	implicam	que	os	
alunos	sejam	capazes	de:	
-	planear	e	conduzir	pesquisas;	
-	gerir	projetos	e	tomar	decisões	para	resolver	problemas;	
-	desenvolver	processos	conducentes	à	construção	de	produtos	e	de	conhecimento,	
usando	recursos	diversificados.	
	
Pensamento	crítico	e	pensamento	criativo	
As	 competências	 na	 área	 de	 Pensamento	 crítico	 requerem	 observar,	 identificar,	
analisar	 e	 dar	 sentido	 à	 informação,	 às	 experiências	 e	 às	 ideias	 e	 argumentar	 a	 partir	 de	
diferentes	 premissas	 e	 variáveis.	 Exigem	 o	 desenho	 de	 algoritmos	 e	 de	 cenários	 que	
considerem	 várias	 opções,	 assim	 como	 o	 estabelecimento	 de	 critérios	 de	 análise	 para	 tirar
13	
	
conclusões	fundamentadas	e	proceder	à	avaliação	de	resultados.	O	processo	de	construção	do	
pensamento	ou	da	ação	pode	implicar	a	revisão	do	racional	desenhado.	
As	competências	na	área	de	Pensamento	criativo	envolvem	gerar	e	aplicar	novas	ideias	
em	 contextos	 específicos,	 abordando	 as	 situações	 a	 partir	 de	 diferentes	 perspetivas,	
identificando	soluções	alternativas	e	estabelecendo	novos	cenários.	
As	competências	associadas	ao	Pensamento	crítico	Pensamento	criativo	implicam	que	
os	alunos	sejam	capazes	de:	
-	 pensar	 de	 modo	 abrangente	 e	 em	 profundidade,	 de	 forma	 lógica,	 observando,	
analisando	 informação,	 experiências	 ou	 ideias,	 argumentando	 com	 recurso	 a	 critérios	
implícitos	ou	explícitos,	com	vista	à	tomada	de	posição	fundamentada;	
-	 convocar	 diferentes	 conhecimentos,	 utilizando	 diferentes	 metodologias	 e	
ferramentas	para	pensarem	criticamente;	
-	prever	e	avaliar	o	impacto	das	suas	decisões;	
-desenvolver	 novas	 ideias	 e	 soluções,	 de	 forma	 imaginativa	 e	 inovadora,	 como	
resultado	da	interação	com	outros	ou	da	reflexão	pessoal,	aplicando-as	a	diferentes	contextos	
e	áreas	de	aprendizagem.	
	
		
Relacionamento	interpessoal		
As	competências	na	área	de	relacionamento	interpessoal	dizem	respeito	à	interação	
com	 os	 outros,	 que	 ocorre	 em	 diferentes	 contextos	 sociais	 e	 emocionais.	 Permitem	
reconhecer,	 expressar	 e	 gerir	 emoções,	 construir	 relações,	 estabelecer	 objetivos	 e	 dar	
resposta	a	necessidades	pessoais	e	sociais.	
As	 competências	 associadas	ao	relacionamento	 interpessoal	implicam	 que	 os	 alunos	
sejam	capazes	de:	
-	 adequar	 comportamentos	 em	 contextos	 de	 cooperação,	 partilha,	 colaboração	 e	
competição;	
-	 trabalhar	 em	 equipa	 e	 usar	 diferentes	 meios	 para	 comunicar	 e	 trabalhar	
presencialmente	e	em	rede;	
-	ouvir,	interagir,	argumentar,	negociar	e	aceitar	diferentes	pontos	de	vista,	ganhando	
novas	formas	de	estar,	olhar	e	participar	na	sociedade.
14	
	
	
	
	
	
	
	
Desenvolvimento	pessoal	e	autonomia		
As	competências	na	área	de	desenvolvimento	pessoal	e	autonomia	dizem	respeito	ao	
processo	 através	 do	 qual	 o	 aluno	 desenvolve	 a	 sua	 capacidade	 de	 integrar	 pensamento,	
emoção	e	comportamento,	construindo	a	confiança	em	si	próprio,	a	motivação	para	aprender,	
a	 autorregulação,	 a	 capacidade	 de	 iniciativa	 e	 tomada	 de	 decisões	 fundamentadas,	 que	
possibilitam	uma	autonomia	crescente	nas	diversas	dimensões	do	saber,	do	saber	fazer,	do	
saber	ser	e	do	agir.		
As	competências	associadas	ao	desenvolvimento	pessoal	e	autonomia	implicam	que	os	
alunos	sejam	capazes	de:	
-	identificar	áreas	de	interesse	e	de	necessidade	de	aquisição	de	novas	competências;	
-	consolidar	e	aprofundar	as	que	já	possuem,	numa	perspetiva	de	aprendizagem	ao	
longo	da	vida;	
-	 estabelecer	 objetivos,	 traçar	 planos	 e	 projetos	 e	 serem	 autónomos	 na	 sua	
concretização.		
	
	
Bem-estar	e	saúde	
As	competências	na	área	de	bem-estar	e	saúde	dizem	respeito	à	qualidade	de	vida	do	
indivíduo	e	da	comunidade.	
As	 competências	 associadas	 ao	 bem-estar	 e	 saúde	 implicam	 que	 os	 alunos	 sejam	
capazes	de:	
-	adotar	comportamentos	que	promovem	a	saúde	e	o	bem-estar,	designadamente	nos	
hábitos	quotidianos,	na	alimentação,	na	prática	de	exercício	físico,	na	sexualidade	e	nas	suas	
relações	com	o	ambiente	e	a	sociedade;
15	
	
-	 manifestar	 consciência	 e	 responsabilidade	 ambiental	 e	 social,	 trabalhando	
colaborativamente	para	o	bem	comum,	com	vista	à	construção	de	um	futuro	sustentável.	
	
	
	
	
Sensibilidade	estética	e	artística		
As	competências	na	área	de	sensibilidade	estética	e	artística	dizem	respeito	à	fruição	
das	diferentes	realidades	culturais	e	ao	desenvolvimento	da	expressividade	de	cada	indivíduo.	
Integram	 um	 conjunto	 de	 capacidades	 relativas	 à	 formação	 do	 gosto	 individual	 e	 do	 juízo	
crítico,	 bem	 como	 ao	 domínio	 de	 processos	 técnicos	 e	 performativos	 envolvidos	 na	 criação	
artística,	 possibilitando	 o	 desenvolvimento	 de	 critérios	 estéticos	 para	 uma	 vivência	 cultural	
informada.		
As	competências	associadas	à	sensibilidade	estética	e	artística	implicam	que	os	alunos	
sejam	capazes	de:	
-	 apreciar	 criticamente	 as	 realidades	 artísticas	 e	 tecnológicas,	 pelo	 contacto	 com	 os	
diferentes	universos	culturais;	
-	entender	a	importância	da	integração	das	várias	formas	de	arte	nas	comunidades	e	
na	cultura;	
-	compreender	os	processos	próprios	à	experimentação,	à	improvisação	e	à	criação	nas	
diferentes	artes,	tanto	em	relação	ao	património	cultural	material	e	imaterial,	como	à	criação	
contemporânea.	
	
Saber	técnico	e	tecnologias	
As	competências	na	área	de	saber	técnico	e	tecnologias	dizem	respeito	à	mobilização	
da	compreensão	de	fenómenos	técnicos	e	científicos	e	da	sua	aplicação	para	dar	resposta	aos	
desejos	 e	 necessidades	 humanas,	 com	 consciência	 das	 consequências	 éticas,	 sociais,	
económicas	e	ecológicas.	
As	 competências	 associadas	 ao	 saber	 técnico	 e	 tecnologias	 implicam	 que	 os	 alunos	
sejam	capazes	de:
16	
	
-	manipular	e	manusear	materiais	e	instrumentos	diversificados	para	controlar,	utilizar,	
transformar,	imaginar	e	criar	produtos	e	sistemas;	
-	executar	operações	técnicas,	segundo	uma	metodologia	de	trabalho	adequada,	para	
atingir	 um	 objetivo	 ou	 chegar	 a	 uma	 decisão	 ou	 conclusão	 fundamentada,	 adequando	 os	
meios	materiais	e	técnicos	à	ideia	ou	intenção	expressa;		
-	 adequar	 a	 ação	 de	 transformação	 e	 criação	 de	 produtos	 aos	 diferentes	 contextos	
naturais,	tecnológicos	e	socioculturais,	em	atividades	experimentais	e	aplicações	práticas	em	
projetos	desenvolvidos	em	ambientes	físicos	e	digitais.	
	
Consciência	e	domínio	do	corpo	
As	 competências	 na	 área	 de	 consciência	 e	 domínio	 do	 corpo,	 dizem	 respeito	 à	
capacidade	 de	 perceber	 e	 mobilizar	 o	 corpo	 de	 múltiplas	 formas	 para	 a	 realização	 de	
atividades	 motoras,	 de	 modo	 ajustado	 à	 finalidade	 das	 ações	 a	 realizar,	 em	 diferentes	
contextos.	
As	competências	associadas	à	consciência	e	domínio	do	corpo	implicam	que	os	alunos	
sejam	capazes	de:	
-	ter	consciência	do	seu	próprio	corpo;		
-	ajustar	o	tipo	de	comportamento	motor	a	adotar,	face	à	ação	desejada;	
-	controlar	e	dominar	o	corpo	segundo	a	natureza	da	atividade	e	os	contextos	em	que	
ocorrem.	
	
	
6.Implicações	Práticas	
	
A	assunção	de	princípios,	valores	e	competências	chave	para	o	perfil	dos	alunos	à	saída	
da	escolaridade	obrigatória	implica	alterações	de	práticas	pedagógicas	e	didáticas	de	forma	a	
adequar	a	globalidade	da	ação	educativa	às	finalidades	do	perfil	de	competências	dos	alunos.	
Apresentam-se,	de	seguida,	um	conjunto	de	ações	relacionadas	com	a	prática	docente	
e	que	são	determinantes	para	o	desenvolvimento	do	perfil	dos	alunos.
17	
	
•	 Abordar	os	conteúdos	de	cada	área	do	saber	associando-os	a	situações	e	problemas	
presentes	no	quotidiano	da	vida	do	aluno	ou	presentes	no	meio	sociocultural	e	geográfico	em	
que	se	insere,	recorrendo	a	materiais	e	recursos	diversificados.	
•	 Organizar	o	ensino	prevendo	a	experimentação	de	técnicas,	instrumentos	e	formas	
de	 trabalho	 diversificados,	 promovendo	 intencionalmente,	 na	 sala	 de	 aula	 ou	 fora	 dela,	
atividades	de	observação,	questionamento	da	realidade	e	integração	de	saberes.	
•	 Organizar	e	desenvolver	atividades	cooperativas	de	aprendizagem,	orientadas	para	
a	 integração	 e	 troca	 de	 saberes,	 a	 tomada	 de	 consciência	 de	 si,	 dos	 outros	 e	 do	 meio	 e	 a	
realização	de	projetos	intra	ou	extraescolares.	
•	 Organizar	o	ensino	prevendo	a	utilização	crítica	de	fontes	de	informação	diversas	e	
das	tecnologias	da	informação	e	comunicação.	
•	 Promover	de	modo	sistemático	e	intencional,	na	sala	de	aula	e	fora	dela,	atividades	
que	permitam	ao	aluno	fazer	escolhas,	confrontar	pontos	de	vista,	resolver	problemas	e	tomar	
decisões	com	base	em	valores.	
•	 	Criar	 na	 escola	 espaços	 e	 tempos	 para	 que	 os	 alunos	 intervenham	 livre	 e	
responsavelmente.	
•	 	Valorizar,	na	avaliação	das	aprendizagens	do	aluno,	o	trabalho	de	livre	iniciativa,	
incentivando	a	intervenção	positiva	no	meio	escolar	e	na	comunidade.	
A	 ação	 educativa	 é,	 pois,	 compreendida	 como	 uma	 ação	 formativa	 especializada,	
fundada	no	ensino,	que	implica	a	adoção	de	princípios	e	estratégias	pedagógicas	e	didáticas	
que	 visam	 a	 concretização	 da	 aprendizagem.	 Trata-se	 de	 encontrar	 a	 melhor	 forma	 e	 os	
recursos	 mais	 eficazes	 para	 todos	 os	 alunos	 aprenderem,	 isto	 é,	 para	 que	 se	 produza	 uma	
apropriação	 efetiva	 dos	 conhecimentos,	 capacidades	 e	 atitudes	 que	 se	 trabalharam,	 em	
conjunto	e	individualmente,	e	que	permitem	desenvolver	as	competências	chave	ao	longo	da	
escolaridade	obrigatória.
18	
	
Descritores	operativos	
Descritores	 operativos	 que	 enunciam	 e	 ilustram,	 sem	 se	 esgotarem,	 o	 desenvolvimento	 do	 aluno	 no	
final	dos	12	anos	de	escolaridade	obrigatória.	
	
	 	
	 Descritores	operativos	
Competências	na	área	de	linguagens	e	
textos	
	
Os	 alunos	 usam	 linguagens	 verbais	 e	 não-verbais	 para	
significar	e	comunicar,	recorrendo	a	gestos,	sons,	palavras,	
números	 e	 imagens.	 Usam-nas	 para	 construir	
conhecimento,	compartilhar	sentidos	nas	diferentes	áreas	
do	saber	e	exprimir	mundividências.	
	
Os	alunos	reconhecem	e	usam	linguagens	simbólicas	como	
elementos	 representativos	 do	 real	 e	 do	 imaginário,	
essenciais	aos	processos	de	expressão	e	comunicação	em	
diferentes	contextos,	pessoais,	sociais,	de	aprendizagem	e	
pré-profissionais.	
	
Os	 alunos	 dominam	 os	 códigos	 que	 os	 capacitam	 para	 a	
leitura	 e	 para	 a	 escrita	 (da	 língua	 materna	 e	 de	 línguas	
estrangeiras).	 Compreendem,	 interpretam	 e	 expressam	
factos,	 opiniões,	 conceitos,	 pensamentos	 e	 sentimentos,	
quer	oralmente,	quer	por	escrito,	quer	através	de	outras	
codificações.	 Identificam,	 utilizam	 e	 criam	 diversos	
produtos	 linguísticos,	 literários,	 musicais,	 artísticos,	
tecnológicos,	matemáticos	e	científicos,	reconhecendo	os	
significados	neles	contidos	e	gerando	novos	sentidos.
19	
	
	
	
	
	 Descritores	operativos	
Competências	na	área	de	raciocínio	e	
resolução	de	problemas	
	
Os	 alunos	 colocam	 e	 analisam	 questões	 a	 investigar,	
distinguindo	 o	 que	 se	 sabe	 do	 que	 se	 pretende	 descobrir.	
Estabelecem	 estratégias	 adequadas	 para	 investigar	 e	
responder	 às	 questões	 iniciais.	 Analisam	 criticamente	 as	
conclusões	a	que	chegam,	reformulando,	se	necessário,	as	
estratégias	adotadas.	
		
	
Generalizam	 as	 conclusões	 de	 uma	 pesquisa,	 criando	
modelos	e	produtos	para	representar	situações	hipotéticas	
ou	 da	 vida	 real.	 Testam	 a	 consistência	 dos	 modelos,	
analisando	 diferentes	 referenciais	 e	 condicionantes.	 Usam	
modelos	 para	 explicar	 um	 determinado	 sistema,	 para	
estudar	os	efeitos	das	variáveis	e	para	fazer	previsões	acerca	
do	 comportamento	 do	 sistema	 em	 estudo.	 Avaliam	
diferentes	produtos	de	acordo	com	critérios	de	qualidade	e	
utilidade	em	diversos	contextos	significativos	para	o	aluno.	
	
	
	
	
	 Descritores	operativos	
	
	
Competências		na	área	de	informação	e	
comunicação	
	
Os	alunos	pesquisam	sobre	matérias	escolares	e	temas	do	
seu	 interesse.	 Recorrem	 à	 informação	 disponível	 em	
fontes	documentais	físicas	e	digitais	-	em	redes	sociais,	na	
Internet,	 nos	 media,	 livros,	 revistas,	 jornais.	 Avaliam	 e	
validam	 a	 informação	 recolhida,	 cruzando	 diferentes	
fontes,	 para	 testar	 a	 sua	 credibilidade.	 Organizam	 a	
informação	recolhida	de	acordo	com	um	plano,	com	vista	
à	 elaboração	 e	 à	 apresentação	 de	 um	 novo	 produto	 ou	
experiência.	Desenvolvem	estes	procedimentos	de	forma	
crítica	e	autónoma.	
	
Apresentam	 e	 explicam	 conceitos	 em	 grupos,	
apresentam	ideias	e	projetos	diante	de	audiências	reais,	
presencialmente	 ou	 a	 distância.	 Expõem	 o	 trabalho	
resultante	 das	 pesquisas	 feitas,	 de	 acordo	 com	 os	
objetivos	 definidos,	 junto	 de	 diferentes	 públicos,	
concretizados	 em	 produtos	 discursivos,	 textuais,	
audiovisuais	 e/ou	 multimédia,	 respeitando	 as	 regras	
próprias	de	cada	ambiente.
20	
	
	 Descritores	operativos	
Competências	na	área	de	pensamento	
crítico	e	pensamento	criativo	
	
Os	alunos	observam,	analisam	e	discutem	ideias,	processos	
ou	 produtos	 centrando-se	 em	 evidências.	 Usam	 critérios	
para	 apreciar	 essas	 ideias,	 processos	 ou	 produtos,	
construindo	 argumentos	 para	 a	 fundamentação	 das	
tomadas	de	posição.	
Os	 alunos	 conceptualizam	 cenários	 de	 aplicação	 das	 suas	
ideias	 e	 testam	 e	 decidem	 sobre	 a	 sua	 exequibilidade.	
Avaliam	o	impacto	das	decisões	adotadas.	
	
Os	 alunos	 desenvolvem	 ideias	 e	 projetos	 criativos	 com	
sentido	 no	 contexto	 a	 que	 dizem	 respeito,	 recorrendo	 à	
imaginação,	 inventividade,	 desenvoltura	 e	 flexibilidade	 e	
estão	 dispostos	 a	 assumir	 riscos	 para	 imaginar	 além	 do	
conhecimento	 existente,	 com	 o	 objetivo	 de	 promover	 a	
criatividade	e	a	inovação.		
	
	
	 Descritores	operativos	
Competências	na	área	de	relacionamento	
interpessoal	
	
Os	 alunos	 juntam	 esforços	 para	 atingir	 objetivos,	
valorizando	a	diversidade	de	perspetivas	sobre	as	questões	
em	causa,	tanto	lado	a	lado	como	através	de	meios	digitais.	
Desenvolvem	e	mantêm	relações	diversas	e	positivas	entre	
si	 e	 com	 os	 outros	 (comunidade,	 escola	 e	 família)	 em	
contextos	 de	 colaboração,	 de	 cooperação	 e	 interajuda.	
Resolvem	 problemas	 de	 natureza	 relacional	 de	 forma	
pacífica,	com	empatia	e	com	sentido	crítico.		
	
Envolvem-se	em	conversas,	trabalhos	e	experiências	formais	
e	 informais:	 debatem,	 negoceiam,	 acordam,	 colaboram.	
Aprendem	 a	 considerar	 diversas	 perspetivas	 e	 a	 construir	
consensos.	 Relacionam-se	 em	 grupos	 lúdicos,	 desportivos,	
musicais,	artísticos,	literários,	políticos	e	outros,	em	espaços	
de	discussão	e	partilha,	presenciais	ou	a	distância.
21	
	
	 Descritores	operativos	
Competências	na	área	de	desenvolvimento	
pessoal	e	autonomia	
	
Os	 alunos	 reconhecem	 os	 seus	 pontos	 fracos	 e	 fortes	 e	
consideram	 estes	 últimos	 como	 ativos	 em	 diferentes	
aspetos	 da	 vida.	 Têm	 consciência	 da	 importância	 de	
crescerem	 e	 evoluírem.	 São	 capazes	 de	 expressar	 as	 suas	
necessidades	e	de	procurar	as	ajudas	e	apoios	mais	eficazes	
para	alcançarem	os	seus	objetivos.		
	
Os	 alunos	 desenham,	 implementam	 e	 avaliam,	 com	
autonomia,	estratégias	para	conseguir	as	metas	e	desafios	
que	 estabelecem	 para	 si	 próprios.	 São	 confiantes,	
resilientes	 e	 persistentes,	 construindo	 caminhos	
personalizados	de	aprendizagem,	com	base	nas	vivências	e	
em	liberdade.	
	
	
	
	 Descritores	operativos	
	 Os	alunos	são	responsáveis	e	estão	conscientes	de	que	os	
seus	atos	e	as	suas	decisões	afetam	a	sua	saúde	e	o	seu	
bem-estar.	 Assumem	 uma	 crescente	 responsabilidade	
para	cuidarem	de	si,	dos	outros	e	do	ambiente	e	para	se	
integrarem	ativamente	na	sociedade.	
	
Fazem	escolhas	que	contribuem	para	a	sua	segurança	e	a	
das	comunidades	onde	estão	inseridos.	Estão	conscientes	
da	importância	da	construção	de	um	futuro	sustentável	e	
envolvem-se	em	projetos	de	cidadania	ativa.	
Competências	na	área	de	bem-estar	e	
saúde		
	
	 Descritores	operativos	
Competências	na	área	Sensibilidade	
estética	e	artística	
Os	alunos	desenvolvem	o	sentido	estético,	mobilizando	os	
processos	de	reflexão,	comparação,	argumentação	em	
relação	às	produções	artísticas	e	tecnológicas,	integradas	
nos	contextos	sociais,	geográficos,	históricos	e	políticos.			
Os	alunos	valorizam	as	manifestações	culturais	das	
comunidades	e	participam	autonomamente	em	
atividades	artísticas	e	culturais,	como	público,	criador	ou	
intérprete,	consciencializando-se	das	possibilidades	
criativas.	
Os	alunos	percebem	o	valor	estético	das	experimentações	
e	criações,	a	partir	de	intencionalidades	artísticas	e	
tecnológicas,	mobilizando	técnicas	e	recursos	de	acordo	
com	diferentes	finalidades	e	contextos	socioculturais.
22	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	 Descritores	operativos	
Competências	na	área	de	saberes	
técnicos	e	tecnologias	
	
Os	 alunos	 trabalham	 com	 recurso	 a	 materiais,	
instrumentos,	 ferramentas,	 máquinas	 e	 equipamentos	
tecnológicos,	 relacionando	 conhecimentos	 técnicos,	
científicos	e	socioculturais.	
	
Os	alunos	consolidam	hábitos	de	planeamento	das	etapas	
do	 trabalho,	 identificando	 os	 requisitos	 técnicos,	
condicionalismos	 e	 recursos	 para	 a	 concretização	 de	
projetos.	 Identificam	 necessidades	 e	 oportunidades	
tecnológicas	 numa	 diversidade	 de	 propostas	 e	 fazem	
escolhas	fundamentadas.	
	 Descritores	operativos	
Competências	na	área	de	consciência	e	
domínio	do	corpo	
	
Os	alunos	realizam	atividades	motoras	integradas	nas	
diferentes	circunstâncias	por	eles	vivenciadas	na	relação	
do	seu	próprio	corpo	com	o	espaço.	
	
Os	alunos	reconhecem	a	importância	das	atividades	
motoras	para	o	seu	desenvolvimento	físico,	psicossocial,	
estético	e	emocional.			
	
Os	alunos	aproveitam	e	exploram	a	oportunidade	de	
realização	de	experiências	motoras	que,	
independentemente	do	nível	de	habilidade	de	cada	um,	
favorece	aprendizagens	globais	e	integradas.

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Perfil dos alunos para o século XXI

  • 2. 1 Índice Prefácio 2 1. Nota Introdutória 4 2. Princípios 6 3.Visão 8 4. Valores 9 5. Competências chave 10 6. Implicações Práticas 16
  • 3. 2 Prefácio A educação para todos, consagrada como primeiro objetivo mundial da UNESCO, obriga à consideração da diversidade e da complexidade como fatores a ter em conta ao definir o que se pretende para a aprendizagem dos alunos à saída dos 12 anos da escolaridade obrigatória. A referência a um perfil não visa, porém, qualquer tentativa uniformizadora, mas sim criar um quadro de referência que pressuponha a liberdade, a responsabilidade, a valorização do trabalho, a consciência de si próprio, a inserção familiar e comunitária e a participação na sociedade que nos rodeia. Perante os outros e a diversidade do mundo, a mudança e a incerteza, importa criar condições de equilíbrio entre o conhecimento, a compreensão, a criatividade e o sentido crítico. Trata-se de formar pessoas autónomas e responsáveis e cidadãos ativos. Não falamos de um mínimo nem de um ideal – mas do que se pode considerar desejável, com necessária flexibilidade. Daí a preocupação de definir um perfil que todos possam partilhar e que incentive e cultive a qualidade. Havendo desigualdades e sendo a sociedade humana imperfeita, não se adota uma fórmula única, mas favorece- se a complementaridade e o enriquecimento mútuo entre os cidadãos. O que distingue o desenvolvimento do atraso é a aprendizagem. O aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a viver juntos e a viver com os outros e o aprender a ser constituem elementos que devem ser vistos nas suas diversas relações e implicações. Isto mesmo obriga a colocar a educação durante toda a vida no coração da sociedade – pela compreensão das múltiplas tensões que condicionam a evolução humana. O global e o local, o universal e o singular, a tradição e a modernidade, o curto e o longo prazos, a concorrência e a igual consideração e respeito por todos, a rotina e o progresso, as ideias e a realidade – tudo nos obriga à recusa de receitas ou da rigidez e a um apelo a pensar e a criar um destino comum humanamente emancipador. Devemos, assim, compreender os sete pilares que Edgar Morin considera numa cultura de autonomia e responsabilidade: prevenção do conhecimento contra o erro e a ilusão; ensino de métodos que permitam ver o contexto e o conjunto, em lugar do conhecimento fragmentado; o reconhecimento do elo indissolúvel entre unidade e
  • 4. 3 diversidade da condição humana; aprendizagem duma identidade planetária considerando a humanidade como comunidade de destino; exigência de apontar o inesperado e o incerto como marcas do nosso tempo; educação para a compreensão mútua entre as pessoas, de pertenças e culturas diferentes; e desenvolvimento de uma ética do género humano, de acordo com uma cidadania inclusiva. As humanidades hoje têm de ligar educação, cultura e ciência, saber e saber fazer. O processo da criação e da inovação tem de ser visto relativamente ao poeta, ao artista, ao artesão, ao cientista, ao desportista, ao técnico – em suma à pessoa concreta que todos somos. Um perfil de base humanista significa a consideração de uma sociedade centrada na pessoa e na dignidade humana como valores fundamentais. Daí considerarmos as aprendizagens como centro do processo educativo, a inclusão como exigência, a contribuição para o desenvolvimento sustentável como desafio, já que temos de criar condições de adaptabilidade e de estabilidade, visando valorizar o saber. E a compreensão da realidade obriga a uma referência comum de rigor e atenção às diferenças. Guilherme d’Oliveira Martins
  • 5. 4 1. Nota Introdutória O século XXI coloca desafios fundamentais aos sistemas educativos. Atravessamos um período em que o conhecimento científico e tecnológico se desenvolve a um ritmo de tal forma intenso que a quantidade de informação disponível cresce exponencialmente todos os dias. Apesar de tantos avanços científicos, este século tem vindo a ser marcado pela incerteza, por debates sobre identidade e segurança e por uma maior proximidade dos riscos colocados à sustentabilidade do planeta e da humanidade. A educação permite fazer conexões entre o passado e o futuro, entre o indivíduo e a sociedade, entre o desenvolvimento de competências e a formação de identidades. A escola é, assim, um lugar privilegiado para os jovens adquirirem as aprendizagens essenciais, equacionadas em função da evolução do conhecimento e dos contextos histórico-sociais. Ao longo dos últimos 30 anos, os planos de estudo para os ensinos básico e secundário e os programas das disciplinas foram sofrendo alterações individualizadas e desiguais. Este trabalho atomizado e sectorial sacrificou uma visão integrada dos documentos curriculares e, consequentemente, das aprendizagens a desenvolver ao longo da escolaridade. Desde a aprovação da Lei de Bases do Sistema Educativo Português, em 1986, as medidas de política educativa foram sendo tomadas com um duplo objetivo: (i) alargar o número de anos da escolaridade obrigatória, assegurando a equidade no acesso à escola de todas as crianças e jovens em idade escolar; (ii) garantir uma educação de qualidade, assegurando as melhores oportunidades educativas para todos. Em 2009, a escolaridade obrigatória alargou-se para todas as crianças e jovens com idades compreendidas entre os seis e os dezoito anos. Uma escolaridade obrigatória de doze anos constitui um desafio na medida em que implica a consideração de percursos educativos diversificados, atendendo à variedade de públicos e respetivos objetivos formativos. Por esta razão, constitui um imperativo estabelecer um perfil de aluno à saída da escolaridade obrigatória, de modo a explicitar o referencial educativo que oriente todas as decisões inerentes ao processo educativo. Ao explicitar princípios, visão, valores, competências e as decorrentes aprendizagens dos alunos ao longo de doze anos de escolaridade, este referencial1 convoca os esforços e a 1 European Union’s Recommendation on Key Competences for Lifelong Learning: http://eur-lex.europa.eu/legal- content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:32006H0962&from=EN
  • 6. 5 convergência da sociedade – pais, encarregados de educação, famílias, professores, educadores e restante comunidade educativa – para o desenvolvimento de iniciativas e ações orientadas para assegurar o acesso a uma educação de qualidade para todas as crianças e jovens. O perfil dos alunos no final da escolaridade obrigatória estabelece uma visão de escola e um compromisso da escola, constituindo-se para a sociedade em geral como um guia que enuncia os princípios fundamentais em que assenta uma educação que se quer inclusiva. Apresenta uma visão daquilo que se pretende que os jovens alcancem, sendo, para tal, determinante o compromisso da escola, a ação dos professores e o empenho das famílias e encarregados de educação. Professores, educadores, gestores, decisores políticos e também todos os que direta ou indiretamente têm responsabilidades na educação encontram neste documento a matriz para a tomada de decisão sobre as opções de desenvolvimento curricular, consistentes com a visão de futuro definida como relevante para os jovens portugueses do nosso tempo. OECD, Future of Education and Skills: Education2030. http://www.oecd.org/edu/school/education-2030.htm UNESCO, Education 2030 Framework for Action, http://www.unesco.org/new/en/education/themes/leading-the-international- agenda/education-for-all/sdg4-education-2030/
  • 7. 6 2. Princípios A melhor educação é a que se desenvolve como construtora de postura no mundo. Hoje mais do que nunca a escola deve preparar para o imprevisto, o novo, a complexidade e, sobretudo, desenvolver em cada indivíduo a vontade, a capacidade e o conhecimento que lhe permitirá aprender ao longo da vida. Aquele que reconhece o valor da educação estuda sempre e quer sempre aprender mais. Estes são os princípios que subjazem ao trabalho de natureza curricular que aqui se apresenta. A. Um perfil de base humanista – a ciência evolui, cabendo à escola o dever de dotar os jovens de conhecimento para a construção de uma sociedade mais justa e para agirem sobre o mundo enquanto bem a preservar. Entende-se o conhecimento como fundamental para uma sociedade centrada na pessoa e na dignidade humana como valores inestimáveis. B. Educar ensinando para a consecução efetiva das aprendizagens – as aprendizagens são o centro do processo educativo. Sem boas aprendizagens, não há bons resultados. A educação deve promover intencionalmente o desenvolvimento da capacidade de aprender, base da aprendizagem ao longo da vida. O perfil do aluno prevê domínio de competências e saberes que sustentem o desenvolvimento da sua capacidade de aprender e valorizar a educação ao longo da sua vida. C. Incluir como requisito de educação – a escolaridade obrigatória é de todos e para todos. A escola contemporânea agrega uma diversidade de alunos tanto do ponto de vista socioeconómico e cultural como também do ponto de vista cognitivo e motivacional. A adoção do perfil é crítica para que todos possam ser incluídos e para que todos possam entender que a exclusão é incompatível com o conceito de equidade e democracia.
  • 8. 7 D. Contribuir para o desenvolvimento sustentável – há riscos de sustentabilidade que afetam o planeta e o ser humano. O cidadão do século XXI age num contexto de emergência da ação para o desenvolvimento, numa perspetiva globalizante, mas assente numa ação local. E. Educar ensinando com coerência e flexibilidade – a flexibilidade é instrumental para se dar a oportunidade a cada um de atingir o perfil proposto, de forma coerente, garantindo a todos o acesso às aprendizagens. É através da gestão flexível do currículo, do trabalho conjunto dos professores sobre o currículo, do acesso e participação dos alunos no seu próprio processo de formação e construção de vida, que é possível explorar temas diferenciados, trazer a realidade para o centro das aprendizagens visadas. F. Agir com adaptabilidade e ousadia– a incerteza do século XXI passa pela perceção de que, hoje, é fundamental conseguir moldar-se a novos contextos e novas estruturas, mobilizando as competências chave, mas também estando preparado para atualizar conhecimento e desempenhar novas funções. G. Garantir a estabilidade – educar para um perfil de competências alargado requer tempo e persistência. Um perfil de competências assente numa matriz de conhecimentos, capacidades e atitudes deve ter as características que permitam fazer face a uma revolução numa qualquer área do saber e ter estabilidade para que o sistema se adeque e as orientações introduzidas produzam efeito. H. Valorizar o saber – toda a ação, de forma reflexiva, deve ser sustentada num conhecimento efetivo. A escola tem como missão despertar e promover a curiosidade intelectual e criar cidadãos que, ao longo da sua vida, valorizam o saber.
  • 9. 8 3. Visão Pretende-se que o jovem, à saída da escolaridade obrigatória, seja um cidadão: • dotado de literacia cultural, científica e tecnológica que lhe permita analisar e questionar criticamente a realidade, avaliar e selecionar a informação, formular hipóteses e tomar decisões fundamentadas no seu dia a dia; • livre, autónomo, responsável e consciente de si próprio e do mundo que o rodeia; • capaz de lidar com a mudança e a incerteza num mundo em rápida transformação; • que reconheça a importância e o desafio oferecidos conjuntamente pelas Artes, as Humanidades, a Ciência e Tecnologia para a sustentabilidade social, cultural, económica e ambiental de Portugal e do mundo; • capaz de pensar critica e autonomamente, criativo, com competência de trabalho colaborativo e capacidade de comunicação; • apto a continuar a sua aprendizagem ao longo da vida, como fator decisivo do seu desenvolvimento pessoal e da sua intervenção social; • que conheça e respeite os princípios fundamentais da sociedade democrática e os direitos, garantias e liberdades em que esta assenta; • que valorize o respeito pela dignidade humana, pelo exercício da cidadania plena, pela solidariedade para com os outros, pela diversidade cultural e pelo debate democrático; • que rejeite todas as formas de discriminação e de exclusão social. Estes desígnios complementam-se, interpenetram-se e reforçam-se entre si num modelo de escolaridade orientado para a aprendizagem dos alunos, que visa, simultaneamente, a qualificação individual e a cidadania democrática.
  • 10. 9 4. Valores Entende-se por valores as orientações segundo as quais determinadas crenças, comportamentos e ações são definidos como adequados e desejáveis. Os valores são, assim, entendidos como os elementos e as características éticas, expressos através da forma como as pessoas atuam e justificam o seu modo de estar e agir. Os valores não são o resultado de uma compreensão, e ainda menos de uma compreensão passiva de informações, nem de atitudes apreendidas, sem significado para o próprio sujeito. O processo é mais complexo e multilateral. Trata-se da relação construída entre a realidade objetiva, os componentes da personalidade e os fatores de contexto, relação essa que se exprime através de atitudes, condutas e comportamentos. Todas as crianças e jovens devem ser encorajados a pôr em prática, nas suas atividades de aprendizagem, os valores que devem pautar a cultura de escola, mais ainda o ethos da escola. • Responsabilidade e integridade – Respeitar-se a si mesmo e aos outros; saber agir eticamente, consciente da obrigação de responder pelas próprias ações; ponderar as ações próprias e alheias em função do bem comum. • Excelência e exigência – Aspirar ao trabalho bem feito, ao rigor e à superação; ser perseverante perante as dificuldades; ter consciência de si e dos outros; ter sensibilidade e ser solidário para com os outros. • Curiosidade, reflexão e inovação – Querer aprender mais; desenvolver o pensamento reflexivo, crítico e criativo; procurar novas soluções e aplicações. • Cidadania e participação – Demonstrar respeito pela diversidade humana e cultural e agir de acordo com os princípios dos direitos humanos; negociar a solução de conflitos em prol da solidariedade e da sustentabilidade ecológica; ser interventivo, tomando a iniciativa e sendo empreendedor. • Liberdade – Manifestar a autonomia pessoal centrada nos direitos humanos, na democracia, na cidadania, na equidade, no respeito mútuo, na livre escolha e no bem comum. Ao longo da sua escolarização, e em todas as áreas do saber, deverão ser proporcionadas aos alunos oportunidades que permitam desenvolver competências e exprimir
  • 11. 10 valores, analisando criticamente as ações que deles derivam, e tomar decisões com base em critérios éticos. 5. Competências chave A evolução social e tecnológica da sociedade do século XXI apela à necessidade de preparar os jovens para uma vida em constante e rápida mudança. Os sistemas educativos têm, por isso, vindo a mudar de paradigmas centrados exclusivamente no conhecimento para outros que se focam no desenvolvimento de competências ¾ mobilizadoras de conhecimentos, de capacidades e de atitudes ¾ adequadas aos exigentes desafios destes tempos, que requerem cidadãos educados e socialmente integrados: jovens adultos capazes de pensar crítica e criativamente, adaptados a uma sociedade das multiliteracias, habilitados para a ação quer autónoma quer em colaboração com os outros, num mundo global e que se quer sustentável2 . Competências são combinações complexas de conhecimentos, capacidades e atitudes que permitem uma efetiva ação humana em contextos diversificados. As competências são de natureza cognitiva e metacognitiva, social e emocional, física e prática. Podem ser representadas em termos visuais como uma construção integrada, de acordo com o esquema seguinte: Figura 1: Esquema conceptual de definição de competência (Adaptado de: Progress report on the Draft OECD EDUCATION 2030 Conceptual Framework - 3rd Informal Working Group (IWG) on the Future of Education and Skills: OECD Education 2030) As competências são determinantes no perfil dos alunos, numa perspetiva de construção coletiva que lhes permitirá apropriarem-se da vida, nas dimensões do belo, da verdade, do bem, do justo e do sustentável, no final de 12 anos de escolaridade obrigatória. Consideram-se as seguintes áreas de desenvolvimento e aquisição das competências chave: 2 European Union’s Recommendation on Key Competences for Lifelong Learning: http://eur-lex.europa.eu/legal- content/EN/TXT/PDF/?uri=CELEX:32006H0962&from=EN
  • 12. 11 - Linguagens e textos. - Informação e comunicação. - Raciocínio e resolução de problemas. - Pensamento crítico e pensamento criativo. - Relacionamento interpessoal. - Autonomia e desenvolvimento pessoal. - Bem-estar e saúde. - Sensibilidade estética e artística. - Saber técnico e tecnologias. - Consciência e domínio do corpo. Estas competências são complementares e a sua enumeração não pressupõe qualquer hierarquia interna entre as mesmas. Nenhuma delas, por outro lado, corresponde a uma área curricular específica. Sendo que em cada área curricular estão necessariamente envolvidas múltiplas competências, teóricas e práticas. Pressupõem o desenvolvimento de literacias múltiplas, tais como a leitura e a escrita, a numeracia e a utilização das tecnologias de informação e comunicação, que são alicerces para aprender e continuar a aprender ao longo da vida. Linguagens e textos As competências na área de linguagens e textos remetem para a utilização eficaz dos códigos que permitem exprimir e representar conhecimento em várias áreas do saber, conduzindo a produtos linguísticos, musicais, artísticos, tecnológicos, matemáticos e científicos. As competências associadas às linguagens e textos implicam que os alunos sejam capazes de: - utilizar de modo proficiente diferentes linguagens simbólicas associadas às línguas (língua materna e línguas estrangeiras), à literatura, à música, às artes, às tecnologias, à matemática e à ciência; - aplicar estas linguagens de modo adequado aos diferentes contextos de comunicação, em ambientes analógico e digital; - dominar capacidades nucleares de compreensão e de expressão nas modalidades oral, escrita, visual e multimodal.
  • 13. 12 Informação e comunicação As competências na área de informação e comunicação dizem respeito à seleção, análise produção e divulgação de produtos, experiências e conhecimento em diferentes formatos. As competências associadas à informação e comunicação implicam que os alunos sejam capazes de: - utilizar e dominar instrumentos diversificados para pesquisar, descrever, avaliar, validar e mobilizar informação de forma crítica e autónoma, verificando diferentes fontes documentais e a sua credibilidade; - transformar a informação em conhecimento; - comunicar e colaborar de forma adequada e segura, utilizando diferentes tipos de ferramentas (analógicas e digitais), seguindo as regras de conduta próprias de cada ambiente. Raciocínio e resolução de problemas As competências na área de raciocínio dizem respeito ao processo lógico que permite aceder à informação, interpretar experiências e produzir conhecimento. As competências na área de resolução de problemas dizem respeito à capacidade de encontrar respostas para uma nova situação, mobilizando o raciocínio com vista à tomada de decisão e à eventual formulação de novas questões. As competências associadas ao raciocínio e resolução de problemas implicam que os alunos sejam capazes de: - planear e conduzir pesquisas; - gerir projetos e tomar decisões para resolver problemas; - desenvolver processos conducentes à construção de produtos e de conhecimento, usando recursos diversificados. Pensamento crítico e pensamento criativo As competências na área de Pensamento crítico requerem observar, identificar, analisar e dar sentido à informação, às experiências e às ideias e argumentar a partir de diferentes premissas e variáveis. Exigem o desenho de algoritmos e de cenários que considerem várias opções, assim como o estabelecimento de critérios de análise para tirar
  • 14. 13 conclusões fundamentadas e proceder à avaliação de resultados. O processo de construção do pensamento ou da ação pode implicar a revisão do racional desenhado. As competências na área de Pensamento criativo envolvem gerar e aplicar novas ideias em contextos específicos, abordando as situações a partir de diferentes perspetivas, identificando soluções alternativas e estabelecendo novos cenários. As competências associadas ao Pensamento crítico Pensamento criativo implicam que os alunos sejam capazes de: - pensar de modo abrangente e em profundidade, de forma lógica, observando, analisando informação, experiências ou ideias, argumentando com recurso a critérios implícitos ou explícitos, com vista à tomada de posição fundamentada; - convocar diferentes conhecimentos, utilizando diferentes metodologias e ferramentas para pensarem criticamente; - prever e avaliar o impacto das suas decisões; -desenvolver novas ideias e soluções, de forma imaginativa e inovadora, como resultado da interação com outros ou da reflexão pessoal, aplicando-as a diferentes contextos e áreas de aprendizagem. Relacionamento interpessoal As competências na área de relacionamento interpessoal dizem respeito à interação com os outros, que ocorre em diferentes contextos sociais e emocionais. Permitem reconhecer, expressar e gerir emoções, construir relações, estabelecer objetivos e dar resposta a necessidades pessoais e sociais. As competências associadas ao relacionamento interpessoal implicam que os alunos sejam capazes de: - adequar comportamentos em contextos de cooperação, partilha, colaboração e competição; - trabalhar em equipa e usar diferentes meios para comunicar e trabalhar presencialmente e em rede; - ouvir, interagir, argumentar, negociar e aceitar diferentes pontos de vista, ganhando novas formas de estar, olhar e participar na sociedade.
  • 15. 14 Desenvolvimento pessoal e autonomia As competências na área de desenvolvimento pessoal e autonomia dizem respeito ao processo através do qual o aluno desenvolve a sua capacidade de integrar pensamento, emoção e comportamento, construindo a confiança em si próprio, a motivação para aprender, a autorregulação, a capacidade de iniciativa e tomada de decisões fundamentadas, que possibilitam uma autonomia crescente nas diversas dimensões do saber, do saber fazer, do saber ser e do agir. As competências associadas ao desenvolvimento pessoal e autonomia implicam que os alunos sejam capazes de: - identificar áreas de interesse e de necessidade de aquisição de novas competências; - consolidar e aprofundar as que já possuem, numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida; - estabelecer objetivos, traçar planos e projetos e serem autónomos na sua concretização. Bem-estar e saúde As competências na área de bem-estar e saúde dizem respeito à qualidade de vida do indivíduo e da comunidade. As competências associadas ao bem-estar e saúde implicam que os alunos sejam capazes de: - adotar comportamentos que promovem a saúde e o bem-estar, designadamente nos hábitos quotidianos, na alimentação, na prática de exercício físico, na sexualidade e nas suas relações com o ambiente e a sociedade;
  • 16. 15 - manifestar consciência e responsabilidade ambiental e social, trabalhando colaborativamente para o bem comum, com vista à construção de um futuro sustentável. Sensibilidade estética e artística As competências na área de sensibilidade estética e artística dizem respeito à fruição das diferentes realidades culturais e ao desenvolvimento da expressividade de cada indivíduo. Integram um conjunto de capacidades relativas à formação do gosto individual e do juízo crítico, bem como ao domínio de processos técnicos e performativos envolvidos na criação artística, possibilitando o desenvolvimento de critérios estéticos para uma vivência cultural informada. As competências associadas à sensibilidade estética e artística implicam que os alunos sejam capazes de: - apreciar criticamente as realidades artísticas e tecnológicas, pelo contacto com os diferentes universos culturais; - entender a importância da integração das várias formas de arte nas comunidades e na cultura; - compreender os processos próprios à experimentação, à improvisação e à criação nas diferentes artes, tanto em relação ao património cultural material e imaterial, como à criação contemporânea. Saber técnico e tecnologias As competências na área de saber técnico e tecnologias dizem respeito à mobilização da compreensão de fenómenos técnicos e científicos e da sua aplicação para dar resposta aos desejos e necessidades humanas, com consciência das consequências éticas, sociais, económicas e ecológicas. As competências associadas ao saber técnico e tecnologias implicam que os alunos sejam capazes de:
  • 17. 16 - manipular e manusear materiais e instrumentos diversificados para controlar, utilizar, transformar, imaginar e criar produtos e sistemas; - executar operações técnicas, segundo uma metodologia de trabalho adequada, para atingir um objetivo ou chegar a uma decisão ou conclusão fundamentada, adequando os meios materiais e técnicos à ideia ou intenção expressa; - adequar a ação de transformação e criação de produtos aos diferentes contextos naturais, tecnológicos e socioculturais, em atividades experimentais e aplicações práticas em projetos desenvolvidos em ambientes físicos e digitais. Consciência e domínio do corpo As competências na área de consciência e domínio do corpo, dizem respeito à capacidade de perceber e mobilizar o corpo de múltiplas formas para a realização de atividades motoras, de modo ajustado à finalidade das ações a realizar, em diferentes contextos. As competências associadas à consciência e domínio do corpo implicam que os alunos sejam capazes de: - ter consciência do seu próprio corpo; - ajustar o tipo de comportamento motor a adotar, face à ação desejada; - controlar e dominar o corpo segundo a natureza da atividade e os contextos em que ocorrem. 6.Implicações Práticas A assunção de princípios, valores e competências chave para o perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória implica alterações de práticas pedagógicas e didáticas de forma a adequar a globalidade da ação educativa às finalidades do perfil de competências dos alunos. Apresentam-se, de seguida, um conjunto de ações relacionadas com a prática docente e que são determinantes para o desenvolvimento do perfil dos alunos.
  • 18. 17 • Abordar os conteúdos de cada área do saber associando-os a situações e problemas presentes no quotidiano da vida do aluno ou presentes no meio sociocultural e geográfico em que se insere, recorrendo a materiais e recursos diversificados. • Organizar o ensino prevendo a experimentação de técnicas, instrumentos e formas de trabalho diversificados, promovendo intencionalmente, na sala de aula ou fora dela, atividades de observação, questionamento da realidade e integração de saberes. • Organizar e desenvolver atividades cooperativas de aprendizagem, orientadas para a integração e troca de saberes, a tomada de consciência de si, dos outros e do meio e a realização de projetos intra ou extraescolares. • Organizar o ensino prevendo a utilização crítica de fontes de informação diversas e das tecnologias da informação e comunicação. • Promover de modo sistemático e intencional, na sala de aula e fora dela, atividades que permitam ao aluno fazer escolhas, confrontar pontos de vista, resolver problemas e tomar decisões com base em valores. • Criar na escola espaços e tempos para que os alunos intervenham livre e responsavelmente. • Valorizar, na avaliação das aprendizagens do aluno, o trabalho de livre iniciativa, incentivando a intervenção positiva no meio escolar e na comunidade. A ação educativa é, pois, compreendida como uma ação formativa especializada, fundada no ensino, que implica a adoção de princípios e estratégias pedagógicas e didáticas que visam a concretização da aprendizagem. Trata-se de encontrar a melhor forma e os recursos mais eficazes para todos os alunos aprenderem, isto é, para que se produza uma apropriação efetiva dos conhecimentos, capacidades e atitudes que se trabalharam, em conjunto e individualmente, e que permitem desenvolver as competências chave ao longo da escolaridade obrigatória.
  • 19. 18 Descritores operativos Descritores operativos que enunciam e ilustram, sem se esgotarem, o desenvolvimento do aluno no final dos 12 anos de escolaridade obrigatória. Descritores operativos Competências na área de linguagens e textos Os alunos usam linguagens verbais e não-verbais para significar e comunicar, recorrendo a gestos, sons, palavras, números e imagens. Usam-nas para construir conhecimento, compartilhar sentidos nas diferentes áreas do saber e exprimir mundividências. Os alunos reconhecem e usam linguagens simbólicas como elementos representativos do real e do imaginário, essenciais aos processos de expressão e comunicação em diferentes contextos, pessoais, sociais, de aprendizagem e pré-profissionais. Os alunos dominam os códigos que os capacitam para a leitura e para a escrita (da língua materna e de línguas estrangeiras). Compreendem, interpretam e expressam factos, opiniões, conceitos, pensamentos e sentimentos, quer oralmente, quer por escrito, quer através de outras codificações. Identificam, utilizam e criam diversos produtos linguísticos, literários, musicais, artísticos, tecnológicos, matemáticos e científicos, reconhecendo os significados neles contidos e gerando novos sentidos.
  • 20. 19 Descritores operativos Competências na área de raciocínio e resolução de problemas Os alunos colocam e analisam questões a investigar, distinguindo o que se sabe do que se pretende descobrir. Estabelecem estratégias adequadas para investigar e responder às questões iniciais. Analisam criticamente as conclusões a que chegam, reformulando, se necessário, as estratégias adotadas. Generalizam as conclusões de uma pesquisa, criando modelos e produtos para representar situações hipotéticas ou da vida real. Testam a consistência dos modelos, analisando diferentes referenciais e condicionantes. Usam modelos para explicar um determinado sistema, para estudar os efeitos das variáveis e para fazer previsões acerca do comportamento do sistema em estudo. Avaliam diferentes produtos de acordo com critérios de qualidade e utilidade em diversos contextos significativos para o aluno. Descritores operativos Competências na área de informação e comunicação Os alunos pesquisam sobre matérias escolares e temas do seu interesse. Recorrem à informação disponível em fontes documentais físicas e digitais - em redes sociais, na Internet, nos media, livros, revistas, jornais. Avaliam e validam a informação recolhida, cruzando diferentes fontes, para testar a sua credibilidade. Organizam a informação recolhida de acordo com um plano, com vista à elaboração e à apresentação de um novo produto ou experiência. Desenvolvem estes procedimentos de forma crítica e autónoma. Apresentam e explicam conceitos em grupos, apresentam ideias e projetos diante de audiências reais, presencialmente ou a distância. Expõem o trabalho resultante das pesquisas feitas, de acordo com os objetivos definidos, junto de diferentes públicos, concretizados em produtos discursivos, textuais, audiovisuais e/ou multimédia, respeitando as regras próprias de cada ambiente.
  • 21. 20 Descritores operativos Competências na área de pensamento crítico e pensamento criativo Os alunos observam, analisam e discutem ideias, processos ou produtos centrando-se em evidências. Usam critérios para apreciar essas ideias, processos ou produtos, construindo argumentos para a fundamentação das tomadas de posição. Os alunos conceptualizam cenários de aplicação das suas ideias e testam e decidem sobre a sua exequibilidade. Avaliam o impacto das decisões adotadas. Os alunos desenvolvem ideias e projetos criativos com sentido no contexto a que dizem respeito, recorrendo à imaginação, inventividade, desenvoltura e flexibilidade e estão dispostos a assumir riscos para imaginar além do conhecimento existente, com o objetivo de promover a criatividade e a inovação. Descritores operativos Competências na área de relacionamento interpessoal Os alunos juntam esforços para atingir objetivos, valorizando a diversidade de perspetivas sobre as questões em causa, tanto lado a lado como através de meios digitais. Desenvolvem e mantêm relações diversas e positivas entre si e com os outros (comunidade, escola e família) em contextos de colaboração, de cooperação e interajuda. Resolvem problemas de natureza relacional de forma pacífica, com empatia e com sentido crítico. Envolvem-se em conversas, trabalhos e experiências formais e informais: debatem, negoceiam, acordam, colaboram. Aprendem a considerar diversas perspetivas e a construir consensos. Relacionam-se em grupos lúdicos, desportivos, musicais, artísticos, literários, políticos e outros, em espaços de discussão e partilha, presenciais ou a distância.
  • 22. 21 Descritores operativos Competências na área de desenvolvimento pessoal e autonomia Os alunos reconhecem os seus pontos fracos e fortes e consideram estes últimos como ativos em diferentes aspetos da vida. Têm consciência da importância de crescerem e evoluírem. São capazes de expressar as suas necessidades e de procurar as ajudas e apoios mais eficazes para alcançarem os seus objetivos. Os alunos desenham, implementam e avaliam, com autonomia, estratégias para conseguir as metas e desafios que estabelecem para si próprios. São confiantes, resilientes e persistentes, construindo caminhos personalizados de aprendizagem, com base nas vivências e em liberdade. Descritores operativos Os alunos são responsáveis e estão conscientes de que os seus atos e as suas decisões afetam a sua saúde e o seu bem-estar. Assumem uma crescente responsabilidade para cuidarem de si, dos outros e do ambiente e para se integrarem ativamente na sociedade. Fazem escolhas que contribuem para a sua segurança e a das comunidades onde estão inseridos. Estão conscientes da importância da construção de um futuro sustentável e envolvem-se em projetos de cidadania ativa. Competências na área de bem-estar e saúde Descritores operativos Competências na área Sensibilidade estética e artística Os alunos desenvolvem o sentido estético, mobilizando os processos de reflexão, comparação, argumentação em relação às produções artísticas e tecnológicas, integradas nos contextos sociais, geográficos, históricos e políticos. Os alunos valorizam as manifestações culturais das comunidades e participam autonomamente em atividades artísticas e culturais, como público, criador ou intérprete, consciencializando-se das possibilidades criativas. Os alunos percebem o valor estético das experimentações e criações, a partir de intencionalidades artísticas e tecnológicas, mobilizando técnicas e recursos de acordo com diferentes finalidades e contextos socioculturais.
  • 23. 22 Descritores operativos Competências na área de saberes técnicos e tecnologias Os alunos trabalham com recurso a materiais, instrumentos, ferramentas, máquinas e equipamentos tecnológicos, relacionando conhecimentos técnicos, científicos e socioculturais. Os alunos consolidam hábitos de planeamento das etapas do trabalho, identificando os requisitos técnicos, condicionalismos e recursos para a concretização de projetos. Identificam necessidades e oportunidades tecnológicas numa diversidade de propostas e fazem escolhas fundamentadas. Descritores operativos Competências na área de consciência e domínio do corpo Os alunos realizam atividades motoras integradas nas diferentes circunstâncias por eles vivenciadas na relação do seu próprio corpo com o espaço. Os alunos reconhecem a importância das atividades motoras para o seu desenvolvimento físico, psicossocial, estético e emocional. Os alunos aproveitam e exploram a oportunidade de realização de experiências motoras que, independentemente do nível de habilidade de cada um, favorece aprendizagens globais e integradas.