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Wallacy Albino
www.ufo.com.br
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Wallacy Albino
Ficha Técnica da Obra
Editor:  A. J. Gevaerd
Redação de texto: Fabrina Martinez e Danielle R. Oliveira
Revisão de texto: Fabiana Silvestre
Tradução de texto: Marcos e Martha Malvezzi Leal
Concepção de capa: A. J. Gevaerd
Projeto e artefinal: Equipe UFO
Elaboração de ilustrações: Daniel Fontoura Gevaerd
Arquivo de fotos: Wallacy Albino e CBPDV
Depósito legal na Biblioteca Nacional (Decreto n° 1.825 de 20/12/1.907).
Dados internacionais para catalogação na publicação do
Departamento Nacional do Livro:
A336 	 Albino, Wallacy,
		 O mistério dos círculos ingleses / Wallacy Albino. –
	 Campo Grande : CBPDV, 2002.
		 264p. ; 22cm.
		 ISBN 85-87362-13-5
		 1. Discos voadores. I. Centro Brasileiro de Pesquisas
	 de Discos Voadores. II. Título.
						CDD 001.942
Todos os direitos desta edição reservados ao:
Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV),
Caixa Postal 2182, 79008-970 Campo Grande (MS), www.ufo.com.br.
Nenhuma parte desta obra, incluindo suas artes e fotos, poderá ser reproduzida ou
transmitida através de quaisquer meios eletrônicos, mecânicos, digitais ou outros que venham
ainda a ser criados, sem a permissão expressa e conjunta do autor e do editor.
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Wallacy Albino
www.ufo.com.br
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Dedicatória
Dedico esse livro ao meu querido e inesquecível pai,
Rivaldo Fidalgo Albino (1936-1990), que deixou muitas saudades
após sua partida. E a todos os meus familiares e amigos,
que me incentivam a continuar com minhas pesquisas
na tentativa de desvendar os inúmeros mistérios
existentes em nosso Universo...
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Wallacy Albino
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O Mistério dos Círculos Ingleses
Quem é Wallacy Albino
allacy Albino nasceu em 08 de novembro de 1968, na cidade de
Santos (SP). Seu interesse por Ufologia começou com dois avista-
mentos no início da década de 80. Em 1985, fundou o Grupo de
Estudos Ufológicos de Santos (Geufos), que manteve intensas pesquisas
no litoral paulista e no Vale do Paraíba, encerrando suas atividades dois
anos mais tarde. Em 1994, foi diretor-geral do Grupo Ufológico do Guarujá
(GUG), exercendo o cargo até 1999. Dois anos depois, Wallacy participou das
investigações do Caso Varginha, no sul de Minas Gerais, ocorrido em 1996 e
considerado uma das principais ocorrências ufológicas do Brasil.
Em 1997, realizou diversas pesquisas no Caribe, considerado um local de
intensa atividade ufológica. Em seguida, foi o principal pesquisador dos casos
relacionados com os ataques do Chupacabras na região do litoral paulista.
Foi também o primeiro ufólogo brasileiro a pesquisar a intensa casuística no
arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Já em 1999, integrou o Instituto
Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), exercendo o
cargo de diretor de pesquisas. Atualmente, Wallacy faz parte do seleto grupo
de consultores da Revista UFO e é presidente do Grupo de Estudos Ufológicos
da Baixada Santista (GEUBS), fundado em 2000, hoje uma das entidades do
gênero mais atuantes no Brasil.
Durante este período, editou o informativo Hangar 18, produziu e
apresentou na cidade do Guarujá o programa semanal Contato UFO, de
rádio e tevê, além de ter realizado pesquisas
de campo e vigílias noturnas. É produtor, em
parceria com a empresa Zetek Software Ltda.,
do CD-ROM Contato UFO, o mais completo
sobre Ufologia já lançado em português, além
de criador do Prêmio Cindacta, que homena-
geia os melhores trabalhos ufológicos desen-
volvidos no Brasil. Desde 1998, é o diretor
regional da entidade norte-americana Mutual
UFO Network (MUFON) em toda a extensão
do litoral do Estado de São Paulo.
W
10
Wallacy Albino
Desde o início da década de 90, Wallacy desenvolve um importante tra-
balho sobre o misterioso fenômeno dos círculos ingleses, tema escolhido para
este livro e para as palestras que vem ministrando em diversos congressos
brasileiros. Já escreveu algumas matérias para revistas especializadas no Fenô-
meno UFO, além de ter produzido, juntamente com o ufólogo Marco Antonio
Petit, o documentário Círculos Ingleses: o Enigma Continua..., reunindo um
vasto acervo sobre o tema que resultou nesta obra.
Endereço do autor:
R. Manoel Fernandes Jr, 157
Vila Maia, Jardim Ideal
11410-110 Guarujá (SP)
wallacyalbino@uol.com.br
11
O Mistério dos Círculos Ingleses
ostaria de fazer inúmeros agradecimentos a pessoas e instituições que
me ajudaram a elaborar esta obra. Entre eles, o pesquisador e amigo
A. J. Gevaerd, pela publicação deste livro na Coleção Biblioteca UFO, e
à Revista UFO, pela coragem de manter esta árdua batalha em prol da
divulgação da Ufologia em nosso país.
Reconheço as contribuições recebidas e agradeço aos pesquisadores Aldo
Novak, Alexandre Gutierrez, Antonio Faleiro, Arismaris Dias, Atílio Coelho, Carlos
Machado, Carlos Reis, Claudeir Covo, Dino Nascimento, Edson Boaventura,
Eustáquio Patounas, Francisco Varanda, Jamil Vila Nova, Jefferson Martinho,
JoséEstevãodeMorais,JoséRicardoDutra,JosefDavid,JúlioGoudard,Luciano
Stancka e Silva, Marco Petit, Marco Túlio Chagas, Marcos Silva (†), Mario Rangel,
Philipe David, Rafael Cury, Renato Azevedo, Ricardo Varela, Roberto Beck,
Rodolfo Heltai, Thiago Ticchetti, Ubirajara Rodrigues, Vanderlei D’Agostino,
Walter de Oliveira. E a todos os incansáveis ufólogos brasileiros. Agradeço
também a Marcos e Martha Malvezzi Leal, pela laboriosa tradução de textos.
Entre os estudiosos internacionais que ajudaram e inspiraram minha
jornada, que resultou na presente obra, um merece especial citação: o brilhante
ufólogo britânico Colin Andrews, por continuar pesquisando e divulgando o
fenômeno dos círculos ingleses em todo o mundo.
Igualmente, também desejo agradecer toda a colaboração recebida do
Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), do
qual, com muita honra, faço parte, e a todos os grupos de Ufologia do Brasil,
que mesmo sem qualquer tipo de ajuda financeira continuam pesquisando
e divulgando o Fenômeno UFO. Continuem na luta!
Em especial, agradeço o apoio que recebi de toda equipe do Grupo de
Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS): André Albino, Cláudio
Beltrame Monteiro, Homero Juliano F­ilho, Jamil Vila Nova, Karina Batista,
Marcelo de Araújo Barros, Marcos Guimarães Salgado, Renato Martins,
Renato Oliveira, Roberto Luiz Rabelo, Rodrigo Branco e Tatiana Corrales.
Desejo a todos muito sucesso nessa nossa jornada.
Por fim, agradeço a minha querida Juliana Seito Menks, a melhor de
todas as minhas descobertas!
Agradecimentos do autor
G
12
Wallacy Albino
13
O Mistério dos Círculos Ingleses
O que é a Biblioteca UFO
coleção Biblioteca UFO é uma iniciativa inédita em nosso país, que
surgiu em 1998 com o objetivo primordial de ser uma série produzida
majoritariamente pelos ufólogos brasileiros que realmente constroem
esta disciplina e a mantêm firme no país, e por selecionados autores estran-
geiros. A coleção veicula obras que visam abastecer a Comunidade Ufológica
Brasileira com informações profundas e atuais, tão escassas hoje em dia,
sobre o chamado Fenômeno UFO. Para tanto, adota como principal critério
de seleção de seus autores não sua fama ou prestígio, mas a qualidade e im-
portância de sua pesquisa. São escolhidos aqueles cujos trabalhos constituem
verdadeira contribuição ao entendimento da questão ufológica, independente
de serem conhecidos ou renomados.
Osmaisvariadostemasufológicostêmsidotratadosregularmentenasobras
da série, desde o fenômeno das abduções até a casuística avançada, nacional e
mundial, e a presença de extraterrestres em nosso folclore. Este foi, a propósito,
seu livro inicial, O Povo do Espaço, de Paulo Carvalho Neto. Em 1998, ele já
mostrava que casos ufológicos mal interpretados foram incorporados por
nossos antepassados às suas crenças. Quatro anos depois, Antonio Faleiro
aprofundou tal debate ao publicar UFOs no Brasil: Misteriosos e Milenares.
Com uma diferença: Faleiro vai mais fundonaquestãocasuística,especialmente
por ter protagonizado vários contatos com nossos visitantes.
Temas exóticos, como a origem da raça humana, seu relacionamento com
seres espaciais e a captura de alienígenas em
nosso país, também já foram tratados em nos-
sos livros. No primeiro caso, Terra: Laboratório
Biológico Extraterrestre, de Marco Petit, tratou de
um dos maiores questionamentos da Ufologia:
somos descendentes de ETs? No segundo, O
Caso Varginha, de Ubirajara Franco Rodrigues,
apresentou-se em detalhes o caso de maior
repercussão de que se tem notícia atualmen-
te, envolvendo a captura de estranhas criaturas
em nosso país. Raptos de seres humanos e sua
A
14
Wallacy Albino
manipulação por aliens também foram abordados em outras obras, como em
Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose, de Mário
Rangel, que apresenta uma vasta miríade de casos do gênero, e Implantes
Alienígenas: Somos Cobaias de ETs?, do norte-americano Roger Leir.
Alguns títulos da coleção Biblioteca UFO fizeram tanto sucesso que hoje
estão esgotados. Verdades que Incomodam, em que Alberto Romero reuniu
os aspectos mais intrigantes e questionáveis da Ufologia, e Um Homem
Marcado por ETs, em que o abduzido Antonio Tasca narrou um episódio
ufológico surpreendente, são alguns deles. Outros de nossos títulos são
ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol, do escritor Reginaldo de Athayde,
que apresentou a surpreendente casuística ufológica nordestina, Quedas de
UFOs, de Thiago Luiz Ticchetti, que nos traz uma profunda pesquisa acerca
dos acidentes com discos voadores em nosso planeta, e Na Pista dos UFOs,
sobre a intensa casuística mineira.
A internacionalização da Biblioteca UFO aconteceu na última edição,
quando foi escolhido o livro de Roger Leir, Implantes Alienígenas, para inau-
gurar sua nova fase. Chegou-se a esse ponto para que fosse possível conferir
maior maturidade à série, além da constante melhoria de nossa qualidade
editorial e gráfica, como se constata nesta edição. A coleção passa neste mo-
mento por um fortalecimento que tende a regular sua periodicidade, sempre
com obras de caráter informativo inquestionável e procedentes de estudiosos
com reconhecida habilidade na pesquisa do Fenômeno UFO. Todas preten-
dem manter elevado o debate que se faz sobre Ufologia em nosso país, a que
nosso leitor já está habituado.
No presente trabalho, o ufólogo paulista Wallacy Albino nos mostra a
intimidade de um dos fenômenos mais intrigantes da atualidade: os círculos
nas plantações inglesas. Seu lançamento já estava previsto desde o início
desse ano, mas tomou mais corpo com a fantástica exposição que o filme
Sinais recebeu em nosso país. Os círculos ingleses são legítimos, e não uma
fraude, como mostrará Wallacy. E são a mais clara indicação de que nossos
visitantes extraterrestres tentam comunicar-se conosco, ainda que de maneira
tão inusitada quanto mensagens desenhadas em plantações.
15
O Mistério dos Círculos Ingleses
Nossos lançamentos anteriores
A Coleção Biblioteca UFO tem até o momento 12 obras editadas, incluindo
a presente. Sua aceitação pela Comunidade Ufológica Brasileira é tão
positiva que duas edições da série já estão esgotadas. As obras abaixo
compõem a coleção e podem ser obtidas através do site www.ufo.com.br,
do telefone (67) 341-5445 ou do fax (67) 341-0245.
Fevereiro de 2002 Maio de 2002
Março de 1998 Junho de 1998 Abril de 1999 Setembro de 1999
Maio de 2000 Agosto de 2000 Setembro de 2001Maio de 2001
Junho de 2002
Esgotado
Esgotado
16
Wallacy Albino
17
O Mistério dos Círculos Ingleses
Sumário
	Prefácio Convidado – Um Enigma a Ser Desvendado 	19
	Prefácio do Autor – Fenômeno que Ninguém Explica	 23
	Introdução – Incansável Busca por Respostas	 27
	Capítulo 01 – Supostos Autores dos Círculos	 35
	Capítulo 02 – Os Misteriosos Enigmas do Planeta	 53
	Capítulo 03 – A Ligação dos Círculos com UFOs	 67
	Capítulo 04 – Análise das Formações Inglesas	 79
	Capítulo 05 – Mistérios no Brasil e Mundo Afora	 101
	 Capítulo 06 – Uma Mensagem das Estrelas	 117
	 Capítulo 07 – Contagem Regressiva para o Contato?	 133
	 Capítulo 08 – A Opinião dos Ufólogos e Estudiosos 	 145
	 Capítulo 09 – As Incríveis Formações de 2002	 171	
	 Conclusão – Estamos Perto de uma Resposta	 193
	 Apêndice – Referências sobre os Círculos Ingleses	 199
18
Wallacy Albino
19
O Mistério dos Círculos Ingleses
“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem
perder o bem que poderíamos conquistar,
se não fosse o medo de tentar
”
— William Shakespeare
20
Wallacy Albino
21
O Mistério dos Círculos Ingleses
nicialmente, gostaria de parabenizar toda a Equipe UFO pela
grande contribuição que vem prestando à pesquisa ufoló-
gica brasileira e internacional. Através dos vários títulos pu-
blicados, temos a oportunidade de conhecer melhor o traba-
lho de importantes nomes da Ufologia, dentre eles Wallacy
Albino. Recebi com grande orgulho seu convite para prefaciar
este livro, já que tenho acompanhado sua trajetória nesta área
há muito tempo, através de suas inúmeras realizações. Fui,
inclusive, um dos incentivadores na criação do Grupo de Es-
tudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), um dos mais
expressivos da Comunidade Ufológica Brasileira. Após tantos
anos, fico feliz ao ver que Wallacy e sua equipe estão fazendo
história na Ufologia.
Destaco aqui os importantes eventos criados e reali-
zados pelo grupo, como o Simpósio Ufológico da Baixada
Santista, que está em sua terceira edição, o Encontro Ufo-
Prefácio Convidado
Um Enigma a ser
Desvendado
“Tente mover o mundo. O primeiro
passo será mover a si mesmo”.
— Platão
I
Rafael Cury
22
Wallacy Albino
lógico de Peruíbe, o Prêmio Cindacta, a realização do pro-
grama Contato UFO, transmitido todos os domingos pela
Rádio Sol Maior FM, na Baixada Santista, o vídeo Círculos
Ingleses: O Enigma Continua... e o CD-ROM Contato UFO,
além de textos publicados na Revista UFO e outras tantas
pesquisas importantes. Tudo isso faz do amigo Wallacy
um dos mais importantes ufólogos brasileiros. Ainda mais
agora, com a publicação deste livro, que nos levará a uma
profunda reflexão sobre um dos mais polêmicos enigmas
de todos os tempos, os círculos ingleses.
Quiseram os deuses que o palco principal desse fenômeno
fosse a Inglaterra. A Inglaterra de Stonehenge, dos druidas,
do mago Merlyn, do rei Arthur, dos Beatles, entre outros. Um
dos primeiros registros de aparições dos círculos ocorreu em
1991, na região de Barbury Castle, e representava a cópia exata
do famoso Diagrama de Mandelbrot, descoberto pelo matemá-
tico francês e professor da Universidade de Cambridge Benoit
Mandelbrot. Esse foi o início de uma série de marcas que se
renovam anualmente e que fazem com que novas perguntas
apareçam. Mas qual é o significado destes sinais? Que tipo de
tecnologia cria este fenômeno? Seriam os seres extraterrestres
os responsáveis por isso?
Wallacy Albino expõe o assunto em detalhes, mas ainda
há um mistério maior a desvendar. Com certeza, o leitor terá
um conjunto de informações para a melhor compreensão deste
enigma. A grande maioria dos círculos demonstra uma lingua-
gem conhecida. As simetrias são perfeitas, os desenhos atingem
centenas de metros e aparecem num piscar de olhos. Além
disso, não existem testemunhas. Já pudemos registrar figuras
que simbolizam os fractais, linguagens binárias, o Sistema Solar,
mandalas e desenhos geométricos complexos. Diante disso,
nos resta uma reflexão: estariam os alienígenas tentando se
comunicar com a Humanidade através dos círculos ingleses?
Para muitos pesquisadores, a resposta é sim. E você leitor, o
que pensará sobre isso após a leitura desse livro?
23
O Mistério dos Círculos Ingleses
O fenômeno dos
círculos espanta
até mesmo
os céticos,
devido a sua
complexidade e
geometria
Cortesia do Autor
Gostaria, por fim, de agradecer mais uma vez o autor
Wallacy Albino pela oportunidade de manifestar algumas pou-
cas palavras neste prefácio e deixar o mais importante para as
próximas páginas. A Ufologia Brasileira agradece. Parabéns a
Wallacy por nos presentear com mais este importante traba-
lho. Aos leitores, desejo sabedoria, responsabilidade e reflexão
em suas conclusões.
— Rafael Cury é coeditor de UFO,
presidente da Associação Nacional dos
Ufólogos do Brasil (ANUB) e
do Núcleo de Pesquisas
Ufológicas (NPU)
24
Wallacy Albino
25
O Mistério dos Círculos Ingleses
m meados de 1990, conheci o maravilhoso mistério que
estava ocorrendo na região sul da Inglaterra. Desde en-
tão, acompanhei e cataloguei as formações que vinham
surgindo a cada ano naquele país, colecionando materiais
através de revistas importadas ou de sites, criando um acervo
fotográfico das principais formações da última década. Tam-
bém reuni documentários lançados em vídeo e alguns livros.
Nos meus 15 anos de pesquisas ufológicas, esse mistério é o
que mais me intriga.
Quanto maior a ânsia por respostas, mais indecifrável
o fenômeno se torna. Acredito que se trate de mensagens
alienígenas, transcritas de maneira assustadoramente bela.
As imagens reproduzidas nos campos são construídas de
forma simetricamente perfeita, os caules são dobrados e
entrelaçados harmonicamente, sendo que algumas vezes
chegam a ter efeito tridimensional, quando observados de
grandes altitudes. Mas como não podia deixar de ser, este
fenômeno gera muitas perguntas e quase nenhuma resposta.
Prefácio do Autor
Um Fenômeno que
Ninguém Explica
“O pensamento só começa quando
há sinais de dúvidas”.
— Roger Martin
E
26
Wallacy Albino
São obras de arte criadas apenas para nos intrigar e talvez
não tenham significado algum ou seus autores estejam nos
ensinando algo ainda desconhecido.
É um dos poucos fenômenos, ou quem sabe o único,
que obedece a uma certa disciplina em relação ao período de
formação, ou seja, no verão europeu, que começa em abril e
vai até o início de setembro, com ápice nos meses de junho e
julho. Não há dúvidas de que as imagens vão surgir, mais belas
e complexas e que ficaremos mais uma vez na expectativa. Tudo
ocorrerá como antes: de forma silenciosa, noturna e misterio-
sa. Esta obra não tem como objetivo desvendar os círculos,
mas a intenção de gerar uma reflexão sobre o assunto, por
isso apresento as variações desse mistério – palavra que traduz
perfeitamente os símbolos.
As formações começaram de forma modesta e evoluíram
para complicadas imagens, com mensagens subliminares e co-
dificadas, respostas diretas a fraudes, rostos humanos e, por fim,
a face de um alienígena. De formações esporádicas aumentaram
para formações em massa, que crescem a cada verão. Mas esse
é um mistério que está além de nós, seres humanos. Na ausência
de uma resposta completa para tal enigma, ofereço a você, leitor,
todas as informações disponíveis sobre o assunto e peço que me
acompanhe nessa busca.
A melhor abordagem para a resolução desta charada é
a intensa pesquisa e a contínua reflexão. Amparado no vasto
banco de dados que me permitiu escrever esse livro, agora peço
a você que me siga, na tentativa de compreendermos, juntos,
esse impasse genuíno, emocionante, e, acima de tudo, científico.
Lembre-se de manter sua mente aberta para as possibilidades,
que são muitas, quando penetramos cada vez mais profunda-
mente no mistério dos círculos.
Alguém já disse, no passado, que não devemos nos deter
ante a incompreensão dos fenômenos que nos rodeiam. Mas,
em vez disso, vamos usar nossas limitações para buscar subsí-
dios que nos permitam ampliar nossos horizontes. Os círculos
27
O Mistério dos Círculos Ingleses
A complexidade
dos círculos tem
aumentado
a cada ano,
indicando
claramente
que se tratam
de sinais
inteligentes
Cortesia do Autor
ingleses são um excelente pretexto para isso: acontecem com
regularidade, não apenas esporadicamente, e podem ser medi-
dos, fotografados e examinados cuidadosamente. É até mesmo
possível andar dentro deles.
Mais que isso, os círculos podem ser estudados sob todos
os ângulos do conhecimento humano, quiçá como uma nova
forma de comunicação que, involuntariamente, estamos vendo
ser estabelecida entre seres extraterrestres e nós, humildes e
atônitos mortais terrestres.
28
Wallacy Albino
29
O Mistério dos Círculos Ingleses
aros foram os dias do verão europeu em que não surgi-
ram relatos de fazendeiros indignados, cujas plantações
tinham sido o alvo de um fenômeno inexplicável. À
noite, fileiras e mais fileiras de milho, trigo e outros cereais
cultivados ficavam achatados, revelando à luz do dia misterio-
sos desenhos. Alguns eram pequenos, outros maiores e mais
complexos. O mistério ganhou a atenção pública. Milhares de
pessoas vinham de todas as partes do planeta, cada uma es-
perando ver um círculo nas plantações. Ou, melhor ainda: ver
quando e como eram feitos. Nem o primeiro ministro escapou
ao furor do episódio.
Em um dos casos mais notáveis, uma formação circular
apareceu na plantação da casa de campo de John Major, surgida
dentro de uma área cercada contra terroristas, por medida de
segurança. A imprensa especulava. Numa manchete, afirmava:
“Agora explique isto”. Alienígenas tinham aterrissado na resi-
dência onde o ministro passava as férias? Ou brincalhões esper-
tos haviam burlado o esquema de segurança? Uma declaração
Introdução
Incansável Busca
por Respostas
“Se não existe vida fora da Terra, então o Universo
é um grande desperdício de espaço”.
— Carl Sagan
R
30
Wallacy Albino
oficial atribuiu o desenho a “condições de empobrecimento do
solo”. Diariamente, as notícias sobre o aparecimento de mais
formações se acumulavam, acompanhadas de avistamentos
de UFOs e abduções.
Mas o verão acabou. Chegou o mês de setembro e os fa-
zendeiros colheram a safra. O interesse da mídia foi diminuindo.
Ufólogos e pesquisadores sérios, no entanto, permaneceram
resolutos, nem a descrença do público os desanimava. Embo-
ra os jornais nacionais não estivessem mais trazendo matérias
sobre a ligação dos círculos com os UFOs, muitas pessoas
ainda sustentavam a ideia, explicando que o fenômeno esta-
va relacionado à visita de seres alienígenas. Um entusiasmado
turista norte-americano, apaixonado pela teoria extraterrestre,
fez sua própria formação num campo, soletrando: “Talk to us”
[Falem conosco].
Um fazendeiro ficou muito aflito quando, poucos dias
depois, sua plantação de milho foi novamente afetada pela res-
posta à mensagem, que ocupou um grande trecho do campo
e apareceu escrita em hebraico. Apesar das gozações e da im-
prensa hostil, os pesquisadores afirmavam que muitas perguntas
permaneciam sem resposta. Foi a partir dos anos 70 que os
fazendeiros começaram a descobrir formações circulares, que
vinham surgindo misteriosamente, durante a noite, nas plan-
tações de cereais, no interior da Inglaterra. As figuras eram
construídas em absoluto silêncio, durante poucas horas. Não
havia marcas visíveis ou qualquer indício de seus autores. Atu-
almente, os desenhos continuam aparecendo, cada vez mais
complexos, mas seus criadores não. O mundo começou a
tomar conhecimento dos círculos ingleses a partir da década
de 80, apesar de já existirem há séculos, como comprovam
relatos datados do século XVI.
As primeiras formações circulares eram extremamente
simples, reforçando a suspeita inicial dos fazendeiros locais
de que as estranhas circunferências fossem marcas causadas
pelos helicópteros da Royal Air Force (RAF), a Força Aérea
31
O Mistério dos Círculos Ingleses
Britânica, que realizava manobras sobre as plantações. Voando
com as hélices para baixo, eles desciam no meio das lavouras e
marcavam o lugar. Aproveitando-se dessa suposta explicação,
alguns fazendeiros ingleses – revoltados com o prejuízo em suas
colheitas – processaram o governo britânico, exigindo uma
indenização pelos prejuízos às suas colheitas.	
O governo britânico – que não se responsabilizou pelas
figuras –, por sua vez, tornou a questão pública, desmentiu vee-
mentemente os fazendeiros e se isentou da culpa. E, para provar
que não estava envolvido naquele incidente, ofereceu um prêmio
de cerca de um milhão de libras esterlinas, algo em torno de
R$ 4,8 milhões (de acordo com a taxa do dia 10 de setembro
de 2002), para quem encontrasse o responsável pelos círculos,
ou que ao menos apresentasse alguma pista. Décadas depois,
Os fazendeiros
das áreas
atingidas, ao
percorrerem
suas plantações
nas manhãs do
verão inglês,
quase sempre
se deparam
com estranhas
figuras,
produzidas de
forma misteriosa
na noite anterior
Cortesia Colin Andrews
32
Wallacy Albino
o prêmio continua engavetado, esperando pelos verdadeiros
autores do fenômeno, se é que irão atrás do dinheiro.
Diversos ufólogos e pesquisadores fizeram vigílias e acam-
pamentos nos locais de grande intensidade do fenômeno, em-
bora houvesse casos de círculos gigantescos que surgiram
sem que ninguém tivesse ouvido ou visto qualquer coisa. Sim-
plesmente apareceram. Nestes locais, ou em sua proximidade,
nunca foram encontrados quaisquer traços ou pistas que indi-
cassem como foram feitos ou por quem. Não há pegadas de
pessoas ou marcas de pneus de veículos, nem sinal de que as
plantas em seu interior tenham sido manipuladas por humanos.
Até hoje, é absolutamente certo que qualquer um que se dirija
para as regiões de maior incidência, principalmente nos meses
de abril até o começo de setembro, em especial nos meses
de junho e julho – ápice do fenômeno –, encontrará dezenas
dessas formações.
Consideradas verdadeiras obras de arte por estudiosos e
especialistas, estima-se que cerca de 12 mil figuras tenham sido
descobertas no mundo, sobretudo no sudoeste da Inglaterra
(próximo à região de Stonehenge), onde a porcentagem de in-
cidência destas figuras chega a 90% dos círculos já encontrados.
Os outros 10% foram descobertos na Austrália, Estados Unidos,
França e Canadá. De forma simplista, se poderia dizer que os
círculos ingleses são um emaranhado de formas geométricas de
diversos tamanhos, dispostas de maneira organizada. Em casos
extremos, trata-se de círculos compostos por mais de 400 figu-
ras geométricas perfeitamente dispostas, numa extensão além
de 500 m de comprimento. Assim como em outros casos, os
estudiosos – incluindo os do governo britânico –, ufólogos e pes-
quisadores não possuem a menor ideia de como foram criados.
Nem mesmo os investigadores que acompanham os apa-
recimentos desde o começo da década de 80 se atrevem a
esboçar alguma explicação para o fenômeno. Todavia, um dos
maiores pesquisadores da área, Colin Andrews, tem se dedicado
à elucidação desta questão, financiado pela Fundação Lawrence
33
O Mistério dos Círculos Ingleses
Rockfeller, que apoia pesquisas não convencionais com grandes
investimentos, mas sem resultados concretos sobre este fenô-
meno. Outras duas organizações vêm estudando as formações,
como o Center for Crop Circles Studies [Centro para o Estudo
dos Círculos Ingleses] e outra conhecida apenas como Adas
Ltd., que trabalha em parceria com o Ministério da Agricultura
inglês. Uma de suas descobertas foi a de que os solos adquiriram
uma quantidade anormal de hidrogênio, após cada formação, o
que só seria possível se o mesmo recebesse uma carga elétrica
extremamente alta.
Colin montou uma equipe interdisciplinar para investigar
profundamente os círculos, contratou ex-agentes policiais e dete-
tives britânicos para que vasculhassem o local, minuciosamente,
a fim de descobrir quem ou o que criou tal figura. Eles seguiam
o procedimento de averiguar a área detalhadamente a cada ima-
gem surgida. Este esforço acabou sendo um dos elementos que
mais reforçou a hipótese alienígena, pois não foi possível encontrar
omenorvestígiode ação humana. “Isso significa, simplesmente,
que se os círculos não são feitos pelo homem então temos que
aceitar que alguém que não é da Terra os está produzindo”,
afirmou Colin. Normalmente as figuras aparecem à noite. E
quem quer que seja o autor não tem apenas dotes artísticos,
mas também sobrenaturais, pois realiza o que quiser sem que
Círculos
simples foram
aos poucos
dando lugar a
figuras mais
complexas,
formadas por
vários objetos
simétricos
Cortesia Crop Circle Connector
34
Wallacy Albino
outras pessoas percebam. Talvez esse dado seja um dos grandes
indícios para este fenômeno ser associado à Ufologia. Afinal, já é
mais do que conhecido que durante as abduções os alienígenas
apagam a lembrança das pessoas. É bem provável que seja
dessa forma que consigam estar a uma pequena distância de
acampamentos de vigília, realizando enormes desenhos, sem
serem notados. Por mais fantástico que isso possa parecer, o
misterioso surgimento é um fato e não uma especulação.
Com o passar dos anos, as imagens foram se tornando
cada vez mais complexas e inexplicáveis. Primeiro surgiam ape-
nas círculos simples, logo depois circunferências duplas, triplas,
círculos com anéis interiores e externos, tangentes entre si ou
interligados, formações triangulares, figuras ovais, desenhos em
espirais e várias outras combinações. Algumas dessas figuras
eram imensas, comparadas ao tamanho de um campo de fu-
tebol. A região sul da Inglaterra é a área de maior incidência do
fenômeno, principalmente nos condados de Wiltshire e Hamp-
shire. Grande parte das figuras envolve formações circulares
e, como as primeiras imagens que surgiram nas plantações
eram apenas circunferências simples, decidiu-se que o nome
do fenômeno deveria ser crop circles, que significa círculos nas
plantações. Mas o nome do fenômeno não é suficiente para
defini-lo, uma vez que há uma enorme quantidade de figuras
geométricas complicadas, interpostas umas às outras, com in-
crível perfeição e simetria.
Osdesenhosparecemserespecíficosacadaano,quasecomo
capítulos num livro. Em 1994, por exemplo, houve uma prolifera-
ção de insetogramas, figuras em forma de escorpiões, aranhas,
teias de aranhas e outros insetos. Em 1993, houve a incidência
de padrões geométricos. Muitos tinham que ser observados do
alto, para que fosse possível colocar toda a figura no campo de
visão e, assim, ser notado o impressionante nível de elaboração
matemática de sua formação. Os fazendeiros, por conseguinte,
deixavam de relatar o surgimento das figuras para evitar que
centenas de curiosos invadissem suas propriedades, pois o
35
O Mistério dos Círculos Ingleses
excesso de visitas fazia com que boa parte da plantação aca-
basse sendo pisoteada pela multidão, que caminhava sobre
ela até chegar no centro dos círculos. Em razão disso, até hoje
não se tem uma estimativa exata de quantos desenhos já surgi-
ram. Em 1995, os padrões pareciam sugerir sistemas solares,
cinturões de asteroides e outras figuras planetárias. Em 1996,
predominaram as figuras espirais.
Recentemente, alguns proprietários começaram a tirar pro-
veito da situação e passaram a cobrar taxas das pessoas que
desejavam caminhar até o local das formações. Estudiosos garan-
tem que, ao investigar os novos círculos, se esforçam para não
destruir as plantas que estão intactas. “Lamentamos a perda dos
fazendeiros, mas o fenômeno deve ser investigado custe o que
custar”, ressaltou o britânico Robin Cole, presidente do grupo
Circular Forum Society e um dos mais experientes circólogos
do mundo. Alguns fazendeiros resolveram o problema cobrando
uma espécie de pedágio, que varia de R$ 1 a R$ 10 – depen-
dendo da complexidade da figura e da quantidade de pessoas
que desejasse vê-la. Com isso, é possível encontrar proprietários
que ganham mais dinheiro com os desenhos do que com suas
atividades habituais, até porque 90% dos círculos autênticos
aparecem quase sempre nas mesmas áreas, todos os anos. Um
desses proprietários chegou a dar a seguinte declaração para
Algumas figuras
causam espanto
pela composição
geométrica e por
sua inusitada
beleza
Cortesia Crop Circle Connector
36
Wallacy Albino
uma equipe de tevê da rede BBC: “Não faço a menor ideia de
quem fez isso na minha propriedade, mas estou extremamente
contente com o resultado e espero que eles continuem por muito
tempo com esse trabalho”.
As formações surgem, principalmente, nas plantações de
trigo, cevada, soja, centeio, milho e canola [Cereal usado para
extração de óleo, base para a produção de margarina]. Os cau-
les destas plantas, quando entortados, se quebram facilmente,
atingindo 90º. Isso ocorre entre 20 a 80% da altura total da
planta. Uma característica deste fenômeno é que, quando o
caule é entortado, não é possível desentortá-los, pois há o risco
de quebrá-los. Outro fator interessante é que esses caules tam-
bém permanecem com seu desenvolvimento normal, crescendo
rasteiros ao chão. Sabe-se hoje que cerca de 70% dos círculos
genuínos surgem quase sempre nas mesmas áreas, ano após
ano, e invariavelmente sobre ou muito perto de sítios arqueoló-
gicos de milhares de anos, que só são descobertos depois do
aparecimento de um círculo. Outro fator digno de menção diz
respeito às pessoas que alegam ter sido afetadas pelos desenhos,
depois de terem pisado no interior das formações.
Alguns estudiosos comprovam estas estórias, como o dou-
tor Collete M. Dowell, que disse ter ficado ansioso e agitado em
algumas formações, noutras, feliz. Há pelo menos um ponto
comum em todas as pesquisas já realizadas com os desenhos
nas plantações: os círculos possuem obrigatoriamente um
componente não terrestre, ou seja, não são construídos por
mãos humanas. Essa teoria é sustentada por testemunhas que
participaram de vigílias, fazendeiros, estudiosos e curiosos que
avistaram luzes não identificadas sobrevoando as colheitas pouco
antes de descobrir as formações. O fenômeno é um fato, mas
suas explicações pertencem ao reino das suposições.
37
O Mistério dos Círculos Ingleses
ara determinar o responsável pelos círculos é necessário
levar em conta as características das formações, bem
expostas no livro Circular Evidence, escrito pelos britâni-
cos Pat Delgado e Colin Andrews: “É uma força silenciosa,
de curta duração, forte, contra-rotativa, que amassa sem
danificar, em turbilhão, que forma circunvoluções e veias, ris-
cos interrompidos, faz deitar ramos, provoca o crescimento
das plantas na horizontal, não interfere no crescimento, abre
caminhos retos, extrai as plantas, opera na total escuridão,
fecha os vãos, sobrepõe, agrupa círculos, independente das
condições do tempo, não deixa marcas externas, não esti-
pula condições topográficas e opera em qualquer parte do
mundo”. Nessas 21 observações, os britânicos traçaram o
suposto perfil do criador das marcas.
Várias dessas características já foram contestadas e des-
mentidas. A formação nem sempre é silenciosa, algumas vezes
é acompanhada por um zumbido ou cricrilado, que é ouvido
logo após a produção dos desenhos. A escuridão total tam-
Capítulo 01
Supostos Autores
dos Círculos
“A Terra é o provável paraíso perdido”.
— Garcia Lorca
P
38
Wallacy Albino
bém não é uma condição invariável, pois já foram registrados
círculos ao amanhecer ou anoitecer. Além disso, ainda não é
possível estipular condições topográficas, pois a alta incidência
dos desenhos em áreas próximas a terrenos considerados sa-
cros, como Stonehenge, Avebury, Silbury Hill e as sepulturas de
Wessex, deixa evidente que as figuras se agrupam de maneira
extremamente clara.
Em 1989, a crença de que os anéis em volta de alguns
círculos tendem a ser contra-rotativos foi desfeita de forma
bastante dramática. Um dos maiores estudiosos do assunto,
o doutor Terence Meaden, publicou em seu livro The Circles
Effect and its Mysteries [Os Efeitos dos Círculos e seus Mistérios]
que uma causa meteorológica desconhecida, um vórtice
plasmático eletromagnético, seria o responsável pelas marcas.
Como evidência, ele mostrou que cada ocorrência envolvia
um ou mais anéis externos, que haviam sido produzidos por
redemoinhos em movimentos giratórios contrários, ou melhor
dizendo, em diferentes direções, o que seria necessário para
manter a estabilidade do vórtice plasmático. Entretanto, apenas
alguns dias depois da publicação do livro, e obviamente desta
teoria, na manhã de 18 de junho de 1989, um novo tipo de cír-
culo foi encontrado em Cheesefoot Head, perto de Winchester.
Parecia uma atitude de ridicularização premeditada à teoria de
Meaden, já que tanto o círculo quanto o anel foram formados
por redemoinhos inclinados na mesma direção.
Essa reação imediata às ideias humanas é típica dos auto-
res. A atitude pode soar como uma ironia que confunde os
investigadores e derruba teorias. Mas essa não foi a única
vez que os cientistas tiveram de abandonar suas hipóteses
ao ver que uma imagem inviabilizava sua teoria. Em 1988, os
que acreditavam que isso seria obra de uma nave espacial se
depararam com um desenho embaixo de uma linha de cabos
de alta-tensão, que impossibilitava a descida de qualquer ob-
jeto. Outro acontecimento muito comum é quando os feitores
reagem de acordo com a vontade dos pesquisadores. Um caso
39
O Mistério dos Círculos Ingleses
que se tornou clássico foi o do fotógrafo Busty Taylor, um dos
pioneiros no estudo dos círculos nas plantações, que numa tarde
de 1986, depois de passar o dia buscando formações, disse a
si mesmo que gostaria de encontrar um desenho que tivesse
satélites e anéis em volta do círculo principal. Como uma cruz
celta. Vinte e quatro horas mais tarde, quando voava sobre o
mesmo lugar, encontrou a figura que desejou. “Quase caí do
avião”, relatou. O fotógrafo olhou para o chão e lá estava a for-
mação: um anel externo passando por quatro círculos menores
e um círculo grande no meio, um padrão que foi imediatamente
batizado de cruz celta.
IMAGENS EM
FORMATO
DE FIGURAS
ASTRONÔMICAS
Ao lado,
uma figura
que contém
informações
astronômicas
diversas. Abaixo,
formação
surgida em
Bishop Sutton,
em 20 de junho
de 1995, mostra
representação
de um sistema
estelar composto
por um cinturão
de asteroides
Cortesia Colin Andrews
Cortesia Linda Howe
40
Wallacy Albino
Essa resposta aos pesquisadores é uma das razões que nos
leva a crer que os círculos sejam criados por um campo de força
ignorada, manipulado por uma inteligência desconhecida. O
argumento favorável a um propósito inteligente, seja ele humano
ou não, é reforçado por diversas outras características, como
a forte concentração nas áreas próximas a Wessex e a clara
associação com lugares primitivos, além da impressão de que
alguma coisa estaria deliberadamente apontada. Algo que parece
ter se tornado urgente depois de 1980, embora existam sinais
anteriores a essa data. Observações desse gênero não são bem
vistas entre os cientistas ortodoxos, que, de acordo com suas
crenças pessoais, repelem a ideia de vida inteligente desconhe-
cida. Assim, alguns meteorologistas chegaram a afirmar que as
formações concentradas em Wessex e a proximidade dos locais
primitivos seriam apenas fantasias de observação.
Esses argumentos passaram a ser menos convincentes
com o decorrer dos anos. O mecanismo de origem dos círcu-
los ainda é um mistério. Milhares de estudiosos se reúnem no
sudoeste da Inglaterra atrás de novas figuras e reviram o local
em busca de vestígios que possam esclarecer a questão. Boa
parte destes círculos é composta por fraudes. Estima-se que
pelo menos 30% sejam falsos. Muitos surgiram após o governo
britânico ter oferecido recompensa pela identidade dos supostos
autores do fenômeno ou para aqueles que explicassem como
os misteriosos círculos surgiam no meio das plantações. Porém,
nunca ninguém que tenha reivindicado a autoria das formações
mostrou-se capaz de reproduzir ou de explicar como elas foram
criadas.
Um desses primeiros grupos foi uma equipe de balonistas
que alegava sair em passeios noturnos com seus balões. No
momento em que desciam no meio das plantações, liberavam
o ar dos objetos que, expelido em contato com a vegetação,
formavam tais desenhos. O que justifica a fraude é a tentativa
de desmoralizar os estudiosos do fenômeno, pessoas que com-
petem para ver quem realiza a cópia mais bela ou mais próxima
41
O Mistério dos Círculos Ingleses
da realidade, ala dos oportunistas. Em todos esses casos, os
resultados são ridículos e facilmente identificáveis pelos estu-
diosos mais experientes: irregulares, assimétricos e repletos de
vestígios. O exemplo mais clássico de forjadores é o dos dois
sexagenários de Preston Highs, Doug Bower e David Chorley.
Eles se tornaram conhecidos ao afirmarem publicamente, em
1991, serem os responsáveis pela criação de todos os círculos
que tinham aparecido desde 1976.
A dupla descreveu à mídia internacional como tinha tapeado
o mundo durante os últimos 15 anos. Mas após todo esse tempo,
pulando cercas de arame farpado e intrigando os donos de terra,
Cortesia Colin Andrews
IMAGENS EM
FORMATO
DE SISTEMAS
ESTELARES
Ao lado,
uma óbvia
mas curiosa
representação
do Sistema Solar.
Onde estaria o
terceiro planeta?
A imagem
surgiu em junho
de 1995, em
Long Wood
Warren. Abaixo,
outra estranha
representação
de um sistema
estelar, com
planetas e
satélites
Cortesia Colin Andrews
42
Wallacy Albino
os dois já estavam ficando cansados. Já estava na hora de revelar
ao público suas brincadeiras noturnas. A ideia surgiu enquanto
tomavam cerveja no bar que frequentavam, o Percy Hobbs, mas
resolveram assumir a autoria do fenômeno somente uma década
depois da primeira brincadeira, pois estavam cansados de ver suas
obras sendo atribuídas a seres extraterrestres. Descobriu-se mais
tarde que os dois aposentados, para darem mais credibilidade
a suposta autoria para si dessas formações, caminhavam até as
figuras mais complexas que surgiam misteriosamente e incluíam
duas letras D, fazendo alusão as iniciais dos seus nomes, numa
tentativa de darem uma espécie de assinatura para assumirem
a autoria do trabalho para eles.
Mas quando tentaram fazer alguns desenhos perante a
imprensa e alguns curiosos, conseguiram apenas produzir
circunferências pequenas, visivelmente toscas, comprovando
que não eram os verdadeiros autores dos pictogramas. A dupla
não conseguiu manter a mentira por muito tempo e alterou
diversas vezes sua história. A imprensa testemunhou a farsa
e o público teve a explicação que queria. Aparentemente, a
festa tinha terminado. Este é o engano mais considerável que
já se imputou ao fenômeno dos círculos. No Brasil, várias pu-
blicações consideraram o testemunho dos fraudadores como
o ponto final nas discussões.
A revista semanal norte-americana Time [www.time.com],
aceitou essas alegações como verdadeiras, mesma atitude ado-
tada pela revista brasileira Veja [www.veja.com.br]. Em razão dis-
so, Doug e David são considerados por pessoas desinformadas
como os verdadeiros criadores dos círculos ingleses, até hoje.
Mesmo que eles pudessem, de uma forma ou de outra, produzir
os efeitos de um círculo, jamais explicaram como fizeram isso.
Tampouco se deram ao trabalho de discriminar como criaram
os desenhos mais complexos. Após a mais famosa formação de
1996, o modelo fractal triplo batizado de Júlia, foi solicitado a
uma empresa de engenharia que reproduzisse a figura. A reposta
foi que devido à complexa estrutura matemática do desenho, só
43
O Mistério dos Círculos Ingleses
o trabalho preliminar para mapeamento levaria 11 dias, com o
uso de varas metálicas. Além disso, o custo estimado seria de
cinco mil libras esterlinas, aproximadamente R$ 25 mil (de
acordo com a taxa cambial do dia 13 de setembro de 2002).
A falsidade das alegações dos senhores ficou ainda mais
clara numa entrevista na televisão com o sobrevivente da du-
pla, Doug Bower. Quando insistiram para que fornecesse dados
técnicos, ele não foi capaz e evitou o assunto. Um dos mais
importantes pesquisadores do assunto, Colin Andrews, fundador
do Circles Phenomena Research International (CPRI), também
presente ao programa, perguntou a Bower como ele poderia
Cortesia UFO Magazine UK
SÍMBOLOS
DE ANTIGAS
CIVILIZAÇÕES
Ao lado, figura
em forma de
‘hannukah’,
utensílio
sagrado dos
judeus. Abaixo,
desenho que
lembra um
calendário solar
maia ou asteca,
cuja precisão
até hoje intriga
estudiosos
Cortesia Colin Andrews
44
Wallacy Albino
explicar as 2.300 formações registradas, já que afirmava ser
o autor de apenas 200? A pergunta o obrigou a corrigir sua
afirmação original de que era o responsável por todas as for-
mações desde 1976. Conclusão: ainda havia muitas perguntas
que os dois homens não podiam responder, com seu pedaço
de corda e vara.
Natural de Wiltshire, Andrews sacrificou sua posição de
chefe de engenharia eletrônica no Test Valley Borough Council
para passar mais tempo estudando o fenômeno dos círculos.
Ele é um dos poucos pesquisadores no mundo que faz pes-
quisas em tempo integral. Também é coautor do best seller
Circular Evidence [Evidência Circular], obra presente na lista
de leitura da falecida rainha britânica. Tendo passado a maior
parte dos últimos 20 anos coletando informações, Andrews
possui o maior banco de dados que existe sobre os círculos.
Embora não seja cientista, é provavelmente a maior autoridade
no assunto, já tendo palestrado sobre o tema em todo o mundo.
Inclusive, foi convidado a apresentar o tema às Nações Unidas e
viajou a Moscou para expor suas descobertas a uma assembleia
internacional de cientistas.
Aturando o ceticismo da mídia no início dos anos 90, man-
teve-se firme em sua convicção de que o fenômeno é verdadeiro.
O CPRI, sediado em Connecticut (EUA), atraiu a atenção de pes-
soas famosas, como o bilionário do petróleo e ex-congressista
Lawrence Rockfeller, que admite se interessar por Ufologia e
fenômenos paranormais. O envolvimento de Rockfeller tem
sido expressivo. Suas verbas ajudaram na instalação de um novo
sistema computadorizado que explora tecnologia de posicio-
namento global por satélite, permitindo localizar formações de
círculos em todo o mundo. Os dólares de Rockfeller também
custearam voos regulares para pesquisa sobre Hampshire e
Wiltshire, na Inglaterra.
Além disso, investigadores particulares também foram con-
tratados na tentativa de esclarecer algo sobre o que Andrews
chama de “um problema em larga escala”. O estudioso quer
45
O Mistério dos Círculos Ingleses
aproveitar a experiência desses profissionais para descobrir se
há sinais da ação humana na criação dos círculos. “Estes ho-
mens sabem procurar detalhes que passariam despercebidos
a um ufólogo”, comentou. Ele acredita que o público britânico
está começando a se interessar pelo enigma dos círculos nas
plantações: “Entre 1990 e 1991, vimos o auge do interesse
público. Praticamente em todas as ruas do país havia alguém
conversando sobre o fenômeno”.
Circular Evidence chegou à lista de leitura da ex-rainha Elisa-
beth e o fenômeno dos círculos estava sendo mencionado até no
parlamento. Mas a atenção tinha diminuído após as histórias de
Cortesia Crop Circle Connector
SÍMBOLOS
QUE LEMBRAM
INSETOS
Estranhas
figuras entre os
círculos ingleses
parecem insetos.
Ao lado,
o esqueleto de
um aracnídeo,
formado a
partir de
simples círculos
entrelaçados.
Abaixo,
outro inseto,
observado numa
formação em
Barbury Castle,
em julho de
1994
Cortesia Crop Circle Connector
46
Wallacy Albino
Doug e Dave. “Agora estamos vendo o público voltar a atenção
para o fenômeno novamente. Estou recebendo e-mails de todas
as partes do mundo, convidando-me a dar palestras e divulgar
informações”, finalizou.
Estudiosos de outras disciplinas paracientíficas vêm se
debruçando sobre o fenômeno há muitos anos, em busca de
explicações racionais para seu aparecimento. Quase todos pro-
curaram o mesmo tipo de evidência que Andrews: que indicasse
um componente humano na fabricação dos círculos. Entre-
tanto, fracassaram, pois nenhum vestígio da ação humana foi
encontrado em mais de 70% dos círculos descobertos. Andrews
desabafa: “Isso significa simplesmente que, se os círculos não
são feitos pelo homem, então alguém que não é da Terra os
está produzindo”.
Apesar da imprensa, de um modo geral, ter dado o caso
por encerrado, acreditando na história dos velhinhos ceifado-
res, permitindo que a população cresse que o caso já estava
resolvido, o mistério foi se intensificando. Os círculos viraram
símbolos, figuras complexas e extraordinárias e a dupla de apo-
sentados ingleses continua recebendo o mérito. A quantidade
e a complexidade dessas figuras aumenta a cada ano, eviden-
ciando que as formações jamais nasceriam de mãos humanas,
mesmo que houvesse uma multidão de pessoas interessadas
em produzir tais desenhos. São formações com características
específicas, geometricamente perfeitas. Os caules ficam incli-
nados sem serem danificados, formando uma linha exata que
separa tais caules, que permanecem inclinados, daqueles que
continuam em pé, uma simetria extraordinária que os frauda-
dores não conseguem obter.
Atualmente têm surgido, em média, cerca de 300 figuras por
ano, somente em solo europeu, o que dá um total de mais de 12
mil figuras já listadas do início do fenômeno ao começo desse
século. Criar um círculo é algo extremamente difícil, demorado,
exaustivo, caro e, principalmente, ilegal. Mesmo assim, alguns
grupos continuam agindo e falsificando pequenas formações. O
47
O Mistério dos Círculos Ingleses
ato de se produzir uma dessas figuras numa plantação particular
é encarado como um crime de severas punições, apesar de que
até os dias de hoje nenhum grupo ainda foi preso por ter sido
flagrado forjando uma dessas figuras.
Tais grupos, autointitulados de circle makers, os fazedores
de círculos [www.circlemakers.org], afirmam que não agem assim
apenasporbrincadeiraouparaenganarospesquisadores,masque
encaramissocomoartesagrada, que se utiliza de uma linguagem
milenar. Todos os grupos dos supostos criadores de círculos que
foram entrevistados já relataram ter presenciado fenômenos
estranhos e acontecimentos inexplicáveis no meio das planta-
Cortesia Colin Andrews
SÍMBOLOS QUE
SE ASSEMELHAM
A MANDALAS
Não se sabe ao
certo porquê,
mas figuras
esotéricas
semelhantes a
mandalas são
abundantes nos
campos ingleses.
Como nesses
exemplos, sendo
o de cima
uma formação
descoberta em
Bythorne, em
setembro de
1993
Cortesia do Autor
48
Wallacy Albino
ções, como o surgimento de luzes misteriosas e bolas luminosas
que se movimentam pelo meio das plantas. Richardson Julia-
no, um dos fazedores de círculos de Northampton, contou que
numa noite, enquanto tentava produzir uma figura em forma
de pentagrama, perto de Cranford Andrews, observou uma
luz alaranjada surgir sobre uma colina existente no local. Isso
o fez concluir que os círculos que produzia estavam atraindo
UFOs que tentavam se comunicar. Esta versão apareceu após
casos em que figuras formadas por pessoas eram finalizadas
misteriosamente, na mesma noite.
Outro grupo relatou que, ao se dirigir para o interior das
plantações, com a intenção de criar alguns desenhos, foram
cercados por raios de luzes que os circundava, sem que pu-
dessem identificar a origem desses raios. Outros, por sua vez,
alegam ter a sensação de serem vigiados enquanto permanecem
na plantação. Desta forma, muitas pessoas acreditam que, ao
criar uma dessas figuras, ela se torna um imã, motivando a ocor-
rência de fenômenos psíquicos. Todos esses casos envolvendo
os circle makers aumentou o mistério sobre o significado dos
desenhos. Nos últimos anos, membros da comunidade científica
têm demonstrado um súbito interesse pelo fenômeno, colabo-
rando com a boa pesquisa que já está em andamento. Talvez
um dia encontremos a resposta para os círculos nas plantações
ou até mesmo ele já tenha sido respondido. Mas, a medida em
que esses círculos continuam aparecendo, em números cada
vez maiores e em várias partes do mundo, exibindo estranhas
características, uma coisa é certa: quem alega ser responsável
por eles, certamente deve ter muito trabalho a fazer.
Teorias que não convencem...
Diversas hipóteses foram levantadas para explicar a origem
das figuras. Alguns pesquisadores buscaram explicações naturais,
tais como fenômenos climáticos inusitados e casualidades me-
teorológicas. Uma dessas teorias defende que a Terra liberaria
49
O Mistério dos Círculos Ingleses
uma energia interna incomum, em forma de espiral, que, em
contato com nossa atmosfera, causaria estranho efeito nas plan-
tações, ocasionando formações circulares. Também foi levan-
tada a hipótese de que os círculos poderiam ser manifestações
do fenômeno poltergeist, expressão que denomina as ações de
espíritos brincalhões. Algumas pessoas relataram ter presencia-
do inusitados acontecimentos no meio das plantações, outras
ouviram sons intrigantes. Há também aqueles que viram luzes
nos locais das formações, manifestações supostamente geradas
por plasmavortex ou energias plasmáticas.
Nos anos 80, bem antes de surgirem Doug e Dave, o
cientista Terrence Meaden formulou a Teoria do Vórtice de
Plasma, numa tentativa de explicar o fenômeno. Meaden de-
fendia que vórtices até então desconhecidos se formavam
acima do solo e desciam subitamente, mais ou menos como
um raio, o que explicaria o padrão espiral de muitos dos cír-
culos nas plantações. Essa teoria ganhou considerável apoio.
Em um laboratório no Japão, o doutor Y. H. Ohtsuki e o
professor H. Ofuruton corroboraram as alegações de Meaden,
produzindo vórtices semelhantes com o uso de descargas
eletrostáticas e interferência de microondas e o professor H.
Hikuchi forneceu mais evidências do fenômeno, proporcio-
nando modelos teóricos dos vórtices de plasma. 	
Detalhe de como
ficam as plantas
após a ação
desconhecida
que provoca
a dobra dos
caules sem seu
rompimento
Arquivo UFO
50
Wallacy Albino
Por mais satisfatória que essa possibilidade parecesse, ra-
pidamente começou a perder crédito, pois não era capaz de
explicar os complexos pictogramas, que naquela época já co-
meçavam a aparecer. Eram figuras mais elaboradas do que as
circunferências isoladas dos anos 80. Grupos de círculos unidos
através de linhas e curvas começaram a aparecer com mais
frequência. Formavam imagens geometricamente complexas,
muitas das quais se assemelhavam a antigos símbolos religio-
sos, tais como a cruz celta e a estrela de Davi, do Judaísmo. A
ideia de simples vórtices criarem tão intrincados glifos parecia
absurda. De repente, a teoria do doutor Meaden já não era tão
boa e precisava ser reavaliada.
Muitas outras explicações surgiram tentando justificar aquilo
que Meaden não conseguira decifrar. Todos os tipos de proposi-
ções interessantes vieram à tona. Tudo, desde energia terrestre
até experimentos militares, foi explorado como possível causa.
O número de pesquisadores dos círculos ingleses, alguns dos
quais vinham estudando o fenômeno desde a década de 70, foi
aumentando diante dos olhos do público. Grandes operações de
vigília foram montadas em Alton Barnes e no Castelo Bratton,
duas das áreas inglesas em que as formações nas plantações
são mais frequentes. Nesses locais, os campos eram afetados
todos os anos. Câmeras e equipamentos de gravação foram
instalados, além de um sistema infravermelho de detecção.
A operação do Castelo Bratton logo começou a dar resul-
tados. Em um exercício de três semanas, foi possível notar uma
formaçãojánosegundodia,aospésdeumantigofortesobreuma
colina. Embora o surgimento do círculo não tenha sido filmado,
os entusiasmados pesquisadores correram até o local; entre eles
havia fotógrafos e jornalistas, ávidos por flagrar o fenômeno e,
principalmente, o responsável por ele. E o que encontraram foi
uma brincadeira de amadores. O desenho era simples. O milho
tinha sido pisado intencionalmente e deixaram no centro uma
bola de barbante e um jogo de horóscopo. Desapontada, a
mídia foi aos poucos abandonando o local, deixando as vigí-
51
O Mistério dos Círculos Ingleses
lias somente a cargo dos pesquisadores obstinados e alguns
observadores regulares.
Vários dias depois, e a 400 m dali, algo mais sério e promis-
sor aconteceu. Noutro incidente bem documentado, algo que
realizava movimentos circulares foi visto pelos pesquisadores
através de lentes de visão noturna. Esse movimento durou uns
15 segundos, definindo a forma de um ponto de interrogação.
Uma observação do campo foi feita no dia seguinte, mostrando
justamente o desenho de um ponto de interrogação firmemente
impresso na plantação de milho. Era uma das muitas alega-
das aparições, cada vez mais relatadas. O público em geral e
muitos pesquisadores vinham afirmando ter visto exibições de
luzes, horas antes do aparecimento de uma nova formação. Os
fazendeiros também costumavam contar histórias sobre uma
estranha agitação de seus animais, ou a recusa deles em entrar
numa certa parte do campo, onde apareceria um novo desenho
no dia seguinte.
Alguns relatos de testemunhas envolviam um grande nú-
mero de pessoas e atraíam a atenção da mídia internacional. Na
terça-feira, 10 de julho de 1990, os moradores de Alton Barnes,
Duas imagens
mostram o
ponto central
de figuras
circulares, onde
as plantas
apresentam
aspecto torcido,
semelhante a um
redemoinho
Arquivo UFO
52
Wallacy Albino
no Vale de Pewsey, foram repentinamente acordados quando
todos os cães do vilarejo começaram a latir incessantemente,
por causa de um forte zumbido que permeava o ar noturno.
Aqueles que conseguiram dormir perceberam, ao acordar, que
não podiam usar seus carros para ir ao trabalho. Muitos des-
cobriram que os veículos não davam a partida; alguma coisa
havia descarregado as baterias. Carros, peruas e tratores não se
moviam. Pouco tempo depois, os habitantes do vilarejo notaram
uma vasta formação, medindo quase 181 m de um extremo a
outro, e sem dúvida a mais sofisticada até hoje, materializada
em um campo adjacente. Enquanto isso, e a apenas alguns
quilômetros dali, apareceu outro desenho, quase idêntico em
tamanho e forma.
As primeiras testemunhas de que se tem registro nos tem-
pos modernos são de 1972, quatro anos antes da alegada fraude
de Doug e Dave ter começado. No dia 12 de agosto daquele
ano, Bruce Bond e Arthur Shuttlewood estavam sentados em
Star Hill, perto de Warminster, admirando o céu noturno. De lá,
os dois alegaram ter observado a formação de um círculo: “De
repente, ouvi um ruído. Parecia que alguma coisa pressionava o
trigo. O ar estava completamente parado naquela noite. Olhei ao
redor. A Lua tinha acabado de aparecer, muito brilhante. Diante
de meus olhos, via uma impressão tomando forma. O trigo
estava sendo empurrado para baixo, em movimento circular e
no sentido horário”. Apesar do catálogo de aparições desde os
anos 70, o fenômeno dos círculos nas plantações inglesas não
é exclusivo dos tempos modernos.
Relatos de círculos inexplicáveis nas plantações de milho
remontam ao século XVII. Robert Plot, professor de Química em
Oxford e, coincidentemente, o primeiro a descobrir e registrar
um fóssil de dinossauro, fala sobre os círculos das fadas em seu
livro Natural History of Stattfordshire, publicado em 1686.
Nele, Plot descreve sua análise de círculos que apareciam nos
campos cultivados ao redor do condado de Stattfordshire, às
vezes em grupos de três ou mais.
53
O Mistério dos Círculos Ingleses
As semelhanças entre a descrição desses círculos das fadas
e as características demonstradas pelo espetáculo de hoje são
difíceis de ignorar. Suas observações incluem diâmetro de 36,4
m ou mais, desidratação do solo e resíduo branco sulfuroso.
Todas essas características aparecem em muitos dos círculos
modernos. O fenômeno continua progredindo, alguns símbolos
se repetiram por diversas vezes em diferentes anos e em locais
distantes. Cientistas defendem, inclusive, a existência de uma
representação de equações matemáticas extremamente sofis-
ticadas. Desta forma, agrônomos, físicos, botânicos e ufólogos
tentam desvendar e compreender os mistérios dessas impres-
sionantes figuras. Ademais, um fenômeno que aparentemente
muitos supunham se tratar de algo apenas passageiro, com o
passar dos anos se tornou extraordinário e disciplinado. Isso
vem atormentando a vida dos fazendeiros daquela região e in-
trigando não só pesquisadores e ufólogos em todo mundo, que
continuam a pesquisar, mas também os grupos que tentaram
forjar os desenhos e se viram completamente envolvidos numa
situação para a qual não há a menor explicação.
Na edição de junho de 2001, a revista britânica UFO Ma-
gazine UK [www.ufomag.co.uk] publicou uma matéria sobre os
círculos ingleses. Entre as informações, entrevistas e descobertas
havia o relato de David Park, que conta como seus pais presen-
ciaram a criação de uma das figuras, numa noite em setembro
de 1984. “Meus pais viram uma luz branca e brilhante, forte como
um holofote, através da janela da sala de estar, nos fundos de
sua casa, em Orpington, Kent”. Ao saírem para verificar, o casal
viu uma enorme nave discoide, com aproximadamente 30 m de
diâmetro, pairando a alguns metros acima da propriedade rural
de Godington Park, Inglaterra. “Eles sentiram algo como uma
forte lufada de vento que parecia vir da nave, e se seguraram
para ficar de pé. O vento continuou, mas o tempo, eles disse-
ram, estava frio, porém calmo, no resto da área. Luzes brancas
brilhavam ao redor de toda a nave, piscando num sentido e
voltando no sentido contrário”.
54
Wallacy Albino
Eles notaram outra luz no alto da nave, enquanto o raio
brilhante vindo da parte de baixo iluminava as casas e as es-
tradas. “Depois, meu pai precisou ir de carro até as lojas da
vizinhança e, no caminho, notou que o objeto se movera e
agora parecia ter a forma de um charuto, com mais ou menos
uns 60 m de comprimento”. Parecia pairar sobre a propriedade
rural de St. Paul, ainda mostrando suas luzes. Quando volta-
ram para casa, os dois observaram a nave naquela área até a
meia-noite. Depois o vento parou e ela voou a uma velocidade
incrível, desaparecendo no céu noturno. Na semana seguinte,
um jornal local independente, o News Shopper, publicou uma
matéria sobre o incidente. Parece que muitas pessoas na área
tinham avistado a nave e forneceram descrições semelhantes
ao testemunho de Park.
55
O Mistério dos Círculos Ingleses
partir da década de 80, o enigma dos círculos foi am-
plamente noticiado na mídia, na televisão, revistas e
jornais. Todos queriam falar sobre o episódio e, assim
como os cientistas, as pessoas apenas desejavam entender o
que estava acontecendo. Ao contrário do que se imaginava ini-
cialmente, as ocorrências foram crescendo ano a ano, cada vez
mais complexas. Alguns estudiosos deixaram de se perguntar
até quando isto aconteceria e centralizaram suas pesquisas
numa das questões fundamentais que envolvem o assunto:
desde quando o fenômeno vem surgindo? O interessante é
que os pesquisadores têm a tendência de omitir informações
e agir com cautela diante de relatos de cunho duvidoso. Seja
como for, os primeiros círculos causaram espanto simplesmente
porque apareciam.
	 Atualmente, as formações assustam não somente pela
origem desconhecida, mas, sobretudo, pela complexidade dos
desenhos. Depois dessa exaustiva divulgação, surgiram histórias
de círculos anteriores à década de 70. No entanto, é necessá-
Capítulo 02
Os Misteriosos
Enigmas do Planeta
“Conhece-te a ti mesmo
e conhecerás o Universo”.
— Sócrates
A
56
Wallacy Albino
rio registrarquenunca,emhipótese
alguma, tinham sido encontrados
desenhosoureferênciasdecírculos
naquela época. Um exemplo foi o
caso de Jean Songhurst, uma se-
nhora que escreveu à revista Cou-
ntry Life [www.kountrylife.com], no
ano de 1992, dizendo que já tinha
observado diversas formações em
Donegal, Irlanda, há mais de 60
anos. Os círculos eram mantidos
em segredo, pois os fazendeiros temiam que se o fato se tor-
nasse público seriam prejudicados, já que cada grão vendido
era importante para eles. A senhora Songhurst acrescentou à
história que seu tio, residente na Escócia, também tinha visto
algumas formações em sua fazenda, perto da cidade de Thurso,
em 1890.
Histórias como essas, originadas de testemunhas idosas,
que sempre residiram no campo, tornaram-se comuns. Alguns
pesquisadores chegam a acreditar que essas manifestações po-
dem ter algo de concreto e que só se tornaram notórias devido
ao excesso de publicidade sobre as ocorrências dos últimos
20 anos. Enquanto o debate acerca do início das formações
se acirrava, os editores do Fortean Times [www.forteantimes.
com], jornal especializado em fenômenos estranhos, explora-
ram um achado que incendiou a polêmica em torno da origem
dos círculos. Por sua vez, Bob Skinner descobriu numa livraria
a reprodução de um panfleto datado de 22 de agosto de 1678,
com o título de O Demônio Ceifador, que narrava uma história
ligada aos círculos daquela época. O intrigante é que, quase no
mesmo período, diversas pessoas acharam figuras semelhan-
tes, em vários outros lugares, inclusive Jenny Randles, uma das
ufólogas mais ativas da Europa.
Pela primeira vez um panfletista do século XVII ilustrou
a capa de um jornal especializado de 1989, o The Journal of
57
O Mistério dos Círculos Ingleses
Meteorology [Volume 14, número 143]. Esse assunto ainda é
motivo de debate: os desenhos seriam ou não a representação
de um círculo? Mais que isso, podem ser o indício de que essas
formações estão acontecendo há muito tempo.
A lenda do demônio ceifador narra que um rico proprie-
tário de terras possuía uma área de cultivo com aproximada-
mente três acres e meio. Quando a plantação amadureceu,
ele procurou um pobre camponês, na tentativa de contratá-lo
A capa de
um tabloide
londrino de 22
de agosto de
1678, retratando
a lenda do
Demônio
Ceifador. Na
página anterior,
outro demônio
cuja lenda está
associada aos
círculos ingleses
em tempos
remotos
Cortesia do Autor
58
Wallacy Albino
para que colhesse o seu cereal. Entretanto, o empregado pe-
diu um preço muito alto para realizar a tarefa, o que levou o
fazendeiro a não aceitar a quantia. Depois de uma discussão
entre ambos, o proprietário, irritado com o camponês, disse
que o diabo colheria para ele, antes que tivesse que lhe dar o
serviço e pagar o preço que lhe foi pedido.
Naquela mesma noite, várias pessoas do vilarejo viram a
plantação brilhando,comoseestivesseemchamas,durantetodaa
madrugada.Namanhãseguinte,algunscamponesesforamcontar
ao proprietário o que observaram e constataram que a aveia havia
sido colhida pelo próprio demônio, que para mostrar sua destreza
na arte agrícola e o seu desdém pelo modo de colher empregado
na época, ceifou toda a plantação em círculos e depois dobrou os
caules com tamanha precisão que teria sido necessário o trabalho
deumavidainteira.Diantedaqueleepisódio,oproprietário,receoso,
teve medo de levar a aveia para ser comercializada. Desde então,
várias figuras começaram a surgir nas plantações durante a noite,
o que levou os camponeses a realizarem rituais de cantos e danças
na época da semeadura, para afastar o demônio.
Essa relutância por comercializar a colheita é muito parecida
com o receio que os fazendeiros de Hampshire têm em colher a
plantaçãoafetadapelasformações.Emboraahistóriadodemônio
ceifador seja apenas uma parábola para a disputa existente entre
os fazendeiros ricos e pobres, e para acirrar a relação de poder
entre eles, é necessário lembrar que no século XVII a ajuda que
necessitavam era vinculada à ação divina ou demoníaca. Os
panfletistas dessa época produziam suas melhores obras dentro
do tema das forças sobrenaturais, que sempre faziam justiça aos
desfavorecidos, pois essas entidades agiam contra os ganancio-
sos e esbanjadores. Diversos pesquisadores vêm tentando inter-
pretar o significado dos círculos, relacionando-os com símbolos
matemáticos, sistemas astronômicos e simbologia de civilizações
antigas. Em todo mundo celta, galês, teutônico ou escandinavo,
os cultos agrícolas eram extremamente semelhantes aos ritos
de adoração das forças da natureza.
59
O Mistério dos Círculos Ingleses
Por isso, não é difícil entender o fascínio que os ritos exer-
ciam sobre as sociedades arcaicas, que dependiam da terra
de maneira tão direta. A partir de todo o material colhido da
mitologia, folclore e dos costumes populares, surgem alguns
vínculos bastante curiosos. Os antecedentes científicos para as
tentativas atuais de compreender este fenômeno são bastante
claros e as teorias sobre os ventos e redemoinhos, antigas.
Quando se resolveu investigar as marcas circulares en-
contradas no chão, em 1680, Robert Plot – então pesquisador
do século XVII e professor de uma famosa universidade lon-
drina – comportou-se da mesma forma que um pesquisador
científico: foi para os campos, cavou a terra, provou-a, chei-
rou-a, observou a saúde e as cores da vegetação, analisou
o comportamento dos animais. Só assim pôde concluir que
as hastes da planta estavam apodrecidas, o solo infectado
de fungos e havia tubos ocos de relâmpago. Essa última ob-
servação foi denominada no capítulo anterior como a Teoria do
Vórtice Plasmático.
Contudo, os anéis estudados por Plot eram formados em
campos gramados, não havendo menções sobre áreas circulares
e plantas amassadas na terra cultivada. Se os círculos misterio-
sos fossem raros ou inexistentes, o que motivaria um aumento
tão significativo na frequência de aparições? Assim como Plot
A intersecção
de dois círculos
nesta belíssima
figura encontrada
em Ashbury,
região de
Oxfordshire, em
agosto de 1996
Cortesia Michael Hesemann
60
Wallacy Albino
ignorou a ideia do demônio ceifador – incidente ocorrido na
mesma época em que o estudioso pesquisava –, é necessário
descartar a possibilidade de que bruxas ou elfos dançarinos
sejam os autores dos círculos.
Stonehenge e o Corredor de Wessex
Os primeiros círculos apareceram perto de Westbury, Wilt-
shire, Inglaterra, em 1980. As formações posteriores ocorreram
em 1981, perto de Winchester. No ano seguinte, surgiram de-
senhos próximos a Warminster. Em 1983, por sua vez, novos
círculos aportaram na região de Wessex e, em 1984, em Sussex.
Esse último desenho, todavia, desqualificou uma nova teoria,
denominada Corredor de Wessex, em referência às regiões de
Westbury, Wiltshire e Warminster, pertencentes ao condado de
Wiltshire e Hampshire. Tal teoria defende a existência de uma
sugestiva linha imaginária que apontaria para a direção sudoeste,
perto da Grande Pirâmide de Gizé1
, no Egito. Na verdade, essa
ideia de localização exata dos círculos é refutada pela maioria
dos pesquisadores. Existem, inclusive, casos documentados de
fenômenos absolutamente idênticos, espalhados por lugares
distantes. Porém, ao contrário do fenômeno, o corredor tem
explicações plausíveis e extremamente terrenas. Inclusive, a im-
prensa londrina está próxima à área mais noticiada do condado
de Wessex, ignorando outras aparições e reforçando a tese do
corredor.
1
	 A Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, cobre uma área de
	 52.611 m² e cada lado mede, na base, 228 m. Tem 148 m
	 de altura e contém dois milhões e 300 mil blocos de
	 granito, pesando, em média, duas toneladas e meia cada
	 um. Alguns desses blocos são maiores e chegam a pesar
	 15 toneladas. Do outro lado do Rio Nilo, e a apenas 13 km
	 a oeste da atual cidade do Cairo, a Pirâmide de Quéops
	 ergue-se sobre o relativamente alto platô de Gizé,
	 juntamente com as pirâmides de Quéfren e Miquerinos.
61
O Mistério dos Círculos Ingleses
Examinando um mapa da distribui-
ção de todos os círculos notificados na
Grã-Bretanha, pode-se ver claramente
que o Corredor de Wessex é um conceito
artificial. Entretanto, muitos círculos con-
tinuam a aparecer próximo a Stonehen-
ge, Avebury, Silbury Hill e nas sepulturas
de Wessex, sítios arqueológicos muito
importantes. Dessa forma, associar o fenômeno às misteriosas
pedras soa irresistível para alguns pesquisadores, e ao se falar
sobre círculos ingleses é obrigatório que se comente também
sobre Stonehenge. A mais antiga referência ao monumento, su-
põe-se, foi a que fez o grego Hecateu de Abdera, na História dos
Hiperbóreos, datada de 350 a.C.: “... ergue-se um templo notável,
de forma circular, dedicado a Apolo, deus do Sol...”
Essas imagens, tão misteriosas quanto os círculos, foram
muito questionadas quanto à sua origem e utilidade. Assim, Sto-
nehenge continua com seus enigmas essenciais, em relação aos
métodos de transporte usados na locomoção das pedras azuis,
originárias das montanhas de Gales, que hoje se encontram na
Planície de Salisbury, sudoeste da Inglaterra [Isso significa um
deslocamentode400km,incluindoatravessiamarítimadepedra,
que pesa aproximadamente 12 toneladas cada].
A incrível
formação que
surgiu próxima a
Stonehenge, em
1996. Trata-se
de um complexo
de círculos numa
disposição
espiral perfeita,
conforme estudo
abaixo
Foto e croqui cortesia Michael Glickman
62
Wallacy Albino
Os pesquisa-
dores ainda ques-
tionam que civi-
lização construiu
Stonehenge e qual
a finalidade de um
círculo composto
por pedras eretas,
com aproximada-
mente três mil anos a.C., segundo alguns arqueólogos. Atra-
vés de marcas existentes no solo, calcula-se que pelo menos
metade das pedras originais desapareceu misteriosamente.
O nome vem de um termo inglês muito antigo, que significa
pedras suspensas. Supõe-se que sejam representações geo-
gráficas, mapas astronômicos, simples decorações ou uma
espécie de árvore genealógica, em que a figura central seria
o homem do grupo cercado por seus familiares. Algumas das
inúmeras lendas que atribuem poderes místicos às pedras de
Stonehenge, tal como se moverem sozinhas, transmitiram
energia às pessoas que permaneceram em seu interior por
algum tempo. Outros creem que o monumento pode fertilizar
mulheres estéreis, curar pessoas que estão enfermas e, às
vezes, sussurrar previsões para àqueles que encostarem seus
ouvidos nos blocos de pedra.
Sensitivos também relatam ter passado por algumas ex-
periências sobrenaturais quando permaneceram no interior
do monumento. Curiosamente, essas estranhas sensações
também são percebidas por diversas pessoas que caminham
no interior dos círculos, sendo que algumas chegam a sentir
náuseas e fortes dores de cabeça quando ficam por um
tempo muito prolongado no centro das figuras. Da mesma
forma, existem algumas lendas que fazem menção ao fenôme-
no dos círculos em épocas remotas, comprovando que esses
desenhos já vêm surgindo há muito tempo naquela região – o
que nos faz especular que supostamente o monumento pode
Cortesia UFO Magazine UK
63
O Mistério dos Círculos Ingleses
ter sido erguido por alguma civilização antiga, justamente com
o objetivo de imortalizar o fenômeno dos círculos, que ocorre
intensamente perto de algumas colinas pré-históricas como
Silbury, um morro artificial com cerca de 40 m de altura por
22 mil m² de base.
Oscírculosingleses–denominadosagroglifos – representam
a mais surpreendente mensagem enviada aos homens. Toda-
via, tal como as formações inglesas, os geoglifos demonstram
A famosa espiral
que surgiu ao
lado do histórico
monumento
de pedras
megalíticas
Stonehenge
[Veja detalhe na
página anterior].
Segundo
estudiosos, a
formação marcou
a predominância
por espirais em
1996, sem que
se conheçam as
razões para isso
Cortesia Lucy Pringle
64
Wallacy Albino
aos ufólogos a presença de seres extraterrestres. O primeiro é
feito nas imediações de sítios arqueológicos, tal como Avebury
e Stonehenge, que teria sido construída por seres humanos
que mantinham contato com extraterrestres – segundo a hi-
pótese mais aceita pela comunidade ufológica inglesa. Os
círculos, por conseguinte, seriam uma mensagem de adver-
tência, revelando que esse contato será restabelecido um dia.
Os geoglifos, porém, são desenhos grandes, representando
frequentemente figuras geométricas compostas por vários
círculos, triângulos, espirais e linhas retas localizadas uma ao
lado da outra. Ao redor e no interior destas linhas há grandes
zonas trapezoidais.
Mais antigos que os geoglifos, os biomorfos se asse-
melham mais aos círculos atuais, já que as quase 70 figuras
estilizadas formam animais como aranhas, pelicanos, entre
outros, que lembram as formações recentes. Estes desenhos
parecem ter sido criados cerca de mil anos antes do surgimento
dos geoglifos. Os animais não se alinham, nem sequer estão
na mesma direção das formas geométricas. Muitas linhas
de Nazca, no Peru, por exemplo, parecem não ter nenhum
padrão. Correm em todas as direções possíveis. Algumas
delas se estendem por oito até dez quilômetros, passando
por colinas e vales. Esses sinais só foram reconhecidos nos
anos 30, com os primeiros moradores da região. Uma das
últimas mensagens em pedras foi encontrada no Brasil, mais
precisamente no Estado do Acre.
Figuras geométricas gigantescas, com formas milimetri-
camente perfeitas, foram descobertas pelo paleontólogo Alceu
Ranzi, nas proximidades de Boca do Acre. O achado, ocorrido
no ano de 2001, quando Ranzi voltava de uma viagem a Brasília,
demonstrou que em pesquisas preliminares foram encontradas
seis figuras, localizadas a cerca de 10 km de Rio Branco. O
primeiro grupo de figuras encontra-se dentro da Fazenda Co-
lorado, pertencente ao comerciante conhecido como Alemão.
É composto de um círculo perfeito, com 80 m de diâmetro e
65
O Mistério dos Círculos Ingleses
40 m de raio, um quadrado perfeito, com 130 m de lado e em
formato de U. O segundo grupo localiza-se nas terras do sitiante
Jacó Sá, mostrando a figura de um quadrado com um círculo
dentro e mais uma figura octogonal.
“Era final de tarde e o primeiro geoglifo que vi foi um círculo,
que me chamou muita atenção pela sua perfeição. Passávamos
em cima do seringal Bagaço e busquei um ponto de referência
para que posteriormente pudesse ir ver in loco o que era aqui-
lo. Pouco tempo depois, peguei o fotógrafo Edson Caetano e
sobrevoei a área em busca do círculo. Para minha surpresa,
acabamos por encontrar outras figuras que só ficaram em des-
coberto devido aos desmates da região”, explicou Alceu Ranzi.
Assim como as formações nas plantações inglesas, os geoglifos
foram associados ao Fenômeno UFO.
Devido à proximidade do lugar e a similaridade entre as
figuras, Alceu defende que os geoglifos descobertos possuem
um fio de ligação com discos voadores. “Acredito que a ori-
gem das figuras tenha relação, com a diferença de que lá foi
escavada em rocha e aqui, na terra. Para provar isso, teremos
que fazer muitas pesquisas e buscar novas marcas do mesmo
tipo que estejam escondidas na floresta. É um novo desafio que
vale a pena ser pesquisado com profundidade”, comentou. Essa
descoberta coloca o Brasil entre os maiores sítios arqueológicos
Detalhe de um
dos círculos mais
incomuns, aquele
que mostra
uma espécie
de sistema
estelar. Vê-se os
montículos de
cereal ainda em
pé, em meio às
plantas dobradas
Cortesia Crop Circle Connector
66
Wallacy Albino
do mundo e se resolvido os mistérios que o envolvem, algumas
das perguntas mais simbólicas da História da Humanidade es-
tarão a um passo de serem respondidas. Desse modo, uma
das teorias diz que os retângulos e as linhas retas são algum
tipo de pista de aterrissagem para naves extraterrestre. Como
alguns deles terminam abruptamente em cima de montanhas
ou pedras, elas não poderiam ser estradas normais.
Outras figuras ficaram largamente conhecidas na década
de 70 através do livro Eram os Deuses Astronautas?, do autor
suíço Erich von Däniken, que defendia que as civilizações pré-
colombianas, assim como a astecas, teriam sido visitadas por
Fotos cortesia Universidade Federal do Acre
67
O Mistério dos Círculos Ingleses
Os geoglifos
descobertos
no Acre e
pesquisados pela
Universidade
Federal daquele
Estado. São
desenhos feitos
no solo, com
depressão da
terra. Estima-
se sua idade
em centenas
de anos e sua
origem como
sendo indígena.
Assemelham-
se aos círculos
ingleses, mas
sua natureza
é totalmente
diversa
Fotos cortesia Universidade Federal do Acre
alguma forma extraterrena inteligente, que teria deixado suas
marcas na região. Contudo, outra corrente defende que as fi-
guras foram escavadas nas pedras do vale como uma espécie
de santuário, onde se realizariam festas e oferendas para que
os deuses mandassem chuva e fartura na região, que é seca e
pedregosa.
Mas algumas perguntas importantes permanecem sem res-
postas satisfatórias: como todos estes desenhos foram feitos?
Por quem? Com que propósito? Como povos antigos puderam
utilizar o terreno do deserto para traçar sinais enormes e figuras
de dimensões tão perfeitas, sem qualquer possibilidade de se
68
Wallacy Albino
olhar para elas ou calcular a perfeição de seus desenhos? Como
poderiam estar seguros do que estavam fazendo sem apreciá-los
de uma grande altura? Seriam tais figuras dedicadas a um Deus
ou será que serviriam como algum sinal amável para visitantes
vindos do espaço? O porquê, quem e quando essas estruturas
foram criadas ainda é um mistério que a Ciência apenas come-
çou a estudar.
69
O Mistério dos Círculos Ingleses
nicialmente, os círculos eram considerados indícios de pou-
sos de naves espaciais. Muitos pesquisadores afirmavam
que tais marcas peculiares eram sinais deixados pelo que
conhecemos como trem de pouso, as supostas hastes de apoio,
ouseja,quatrocírculospequenossimetricamenteaoredordeuma
circunferência principal. No entanto, para alguns ufólogos e pes-
quisadores estava evidente que as formações eram de origem
alienígena, porém há diferenças entre as marcas de pouso e os
círculos, a plantação não fica queimada, fato bastante comum
nos chamados ninhos de UFOs. Alguns desenhos chegaram a
surgir embaixo de redes elétricas, sem que as fiações fossem
danificadas, condição que impossibilitava a aterrissagem.
A ligação com o Fenômeno UFO se intensificou e desper-
tou o interesse da maioria dos ufólogos, principalmente pela
quantidade de depoimentos de avistamentos nos locais de
maior incidência do fenômeno, frequentemente vistos nas pro-
ximidades em que os desenhos apareciam. Com isso, passou-
se a obter vários registros fotográficos, de sondas ufológicas
Capítulo 03
A Ligação dos
Círculos com UFOs
“Se o conhecimento pode criar problemas, não
será através da ignorância que iremos solucioná-los”.
— Isaac Asimov
I
70
Wallacy Albino
– objetos voadores minúsculos e não tripulados – sobrevoando
as plantações, antes e depois dos desenhos surgirem. Uma ca-
racterística dos círculos misteriosos é o seu indubitável vínculo
com o Fenômeno UFO.
As pessoas podem apresentar duas reações: dizer que os
discos voadores são tolices ou talvez encará-los como naves es-
paciais alienígenas, tripuladas por homenzinhos verdes (ou cin-
zentos), que representam uma imagem criada por Hollywood
e pelos tabloides sensacionalistas, incapazes de compreender
a complexidade do fenômeno. Mas os UFOs não são tolices
e sua natureza está além da ideia simplista de naves vindas de
outros planetas. Mais comumente, a visão de UFOs, associada
ao aparecimento de círculos nas plantações, tem ocorrido em
lugares onde as formações não tinham sido vistas anteriormen-
te; é como se os mistérios do céu estivessem semeando os
novos locais de pouso, criando círculos misteriosos! Em 1990,
registraram-se outros exemplos de visões de UFOs, antes do
aparecimento de figuras em Bickington, Devon e em Hopton,
Norfolk. Em Bickington, um objeto misterioso, com fortes
luzes coloridas que piscavam, foi visto no mesmo lugar onde
apareceu na manhã seguinte um círculo enigmático com sete
satélites ao seu redor.
O caso mais recente, em Norfolk, que ainda está sob inves-
tigação, parece estar associado à formação de outros círculos
com vários satélites. É interessante observar que essa ocorrência
foi registrada num lugar sem fatos similares. Uma formação
de vários UFOs, na região de Warminster, no final das décadas
de 60 e 70, com alguns círculos e sinais, foi notada na mesma
época. Por outro lado, deve-se observar que esses UFOs se
apresentaram na maioria das vezes como naves estruturadas e
luminosas, cujo desaparecimento ocorreu numa fração de se-
gundo, em pleno ar. Em determinados casos, testemunhas viram
formações semelhantes aos círculos quíntuplo, triplo alinhado e
triplo equilateral, que observamos durante a década de 80. Essas
visões ocorreram precisamente em lugares como Warmins-
71
O Mistério dos Círculos Ingleses
ter, Upton Scudamore e Westbury, onde hoje são encontrados
os círculos ingleses. O que nos faz chegar à conclusão de que
ou essas sondas realmente estão de alguma maneira formando
tais desenhos nas plantações ou então elas podem estar muito
interessadas nas mesmas e, em consequência, podem estar se
aproximando para observá-las cada vez mais de perto.
Apesar do governo britânico até hoje não ter se manifestado
sobre o mistério dos círculos, é público o fato de que houve
o investimento em diversas pesquisas que, inclusive tentavam
desvendar o fenômeno, que foi discutido no Parlamento
Foto rara de uma
suposta sonda
ufológica, que
geralmente é
um ponto de luz
com 20 cm a 1,2
m de diâmetro,
flagrada por
um cinegrafista
amador sobre
um círculo
recém-produzido
Cortesia Busty Taylor
72
Wallacy Albino
Britânico. A família real chamou para uma consulta especial
o lorde Solly Zuckerman, principal conselheiro científico do
Ministério da Defesa, mas se chegaram a alguma conclusão,
não foi divulgado. São comuns os relatos de moradores
das regiões em que o fenômeno ocorre com maior intensida-
de relatarem a presença de helicópteros negros, sem qualquer
tipo de identificação, sobrevoando as plantações onde surgiram
desenhos.
Supostamente, o príncipe Charles teria pedido ao De-
partamento de Ciência e Tecnologia britânico (MoCT) para
que fosse informado de todas as descobertas relacionadas
ao assunto. No entanto, o príncipe nunca veio a público se
manifestar a respeito e dizer se o dinheiro que investido surtiu
efeito de alguma maneira. Ademais, surgiram informações
de que algumas sociedades secretas, como os Cavaleiros
Templários de Malta, estariam envolvidas com o fenômeno
e que o Ministério da Defesa da Inglaterra (MoD) estaria en-
cobrindo o caso. Houve também indícios de que as próprias
forças armadas britânicas teriam forjado algumas figuras, na
tentativa de afastar o público da exata pista sobre o misté-
rio. A formação gigantesca de Wiltshire, registrada em 12 de
agosto de 2001, mais precisamente em Wansdyke, Milk Hill,
é composta de 409 círculos separados com um diâmetro total
de aproximadamente 300 m. Seu tamanho enorme, a precisão
e riqueza de detalhes eliminam toda e qualquer possibilidade
de participação humana em sua criação.
A ideia de que forças naturais poderiam ser responsá-
veis também é absurda. A pesquisadora de formações de
círculos e produtora de TV, a norte-americana Linda Moulton
Howe, realizou levantamentos profissionais que concluíram
que pelo menos dois dias seriam necessários para mapear
o solo para aquela formação, e isso se o trabalho fosse feito
à luz do dia! A tarefa essencial teria sido particularmente di-
fícil por causa das ondulações acentuadas do campo. John
Lundberg, porta-voz dos principais assumidos criadores de
73
O Mistério dos Círculos Ingleses
falsos círculos, admitiu que se eles tivessem apenas quatro
horas de escuridão, teriam de achatar a plantação para cada
círculo individual a cada 30 segundos, o que lhes daria pouco
tempo até o levantamento feito à luz do dia. A hipótese de
que essa formação teria sido feita em vários dias, sem ser
notada, é igualmente ridícula.
As pessoas que conhecem a localidade sabem que os pes-
quisadores mantêm um intenso escrutínio da área nos meses de
verão. Qualquer nova formação é detectada em poucas horas
pelos numerosos helicópteros e pequenos aviões que sobrevoam
a área durante o dia, e até por pessoas saltando de asa delta das
Acima, a famosa
formação de
Oliver’s Castle,
em Wiltshire,
descoberta em
agosto de 1996.
Sua origem
é atribuída à
ação de sondas
ufológicas.
Abaixo, uma
formação mais
recente, também
da mesma área,
encontrada pelos
estudiosos em
1997. Ela foi
apelidada de
Aranha
Fotos cortesia Crop Circle Connector
74
Wallacy Albino
colinas na vizinhança, um ponto turístico no alto da montanha
muito frequentado por andarilhos e excursionistas.
Alguns Casos Inexplicados
Existem vários casos inexplicados envolvendo os círculos
ingleses nas regiões onde surgem, tornando o fenômeno mais
enigmático. Pesquisadores e curiosos relataram que, em algumas
ocasiões, suas máquinas fotográficas deixavam de funcionar no
interior das formações, assim como as baterias de filmadoras
se descarregavam instantaneamente. É comum ouvir ruídos
estranhos e observar misteriosas luzes movimentando-se pela
plantação, além de relâmpagos no céu, mesmo quando a noite
está totalmente estrelada e sem nuvens. Esses acontecimen-
tos são registrados principalmente em vigílias noturnas. E algo
ainda mais assustador é o fato de algumas pessoas mudarem
sua personalidade após passarem a noite no meio da planta-
ção. Que estranho efeito alteraria a personalidade de alguém?
Seriam dispositivos capazes de usar o poder do planeta para
gerar e provocar efeitos paranormais e psíquicos em quem se
aproxima deles? Será que algum tipo de energia invisível causa
as formações? Isso também afetaria os animais?
Oprimeiroregistrodessassituaçõesocorreuem1986,quando
o pesquisador inglês Colin Andrews levou para sua casa algumas
amostras do solo de uma plantação próxima a Wantage, onde
havia surgido uma figura. Depois disso, ele e sua família passa-
ram a ser perturbados por uma série de manifestações típicas
de atividades vinculadas ao fenômeno poltergeist. A esposa do
pesquisador declarou ter sentido uma presença maligna dentro
de casa por diversos dias. Outro episódio semelhante aconte-
ceu em 21 de agosto de 1988. J. C. Belcher observou ovelhas
pastando num campo em Baildon Moor, próximo a Yorkshire,
onde havia dois círculos simétricos no meio do terreno. Con-
formeafirmouBelcher,“...pareciaquealgumaradiaçãomisteriosa
estava sendo emanada de cima ou debaixo da pastagem”. O
75
O Mistério dos Círculos Ingleses
circólogo Ralph Noyes comenta que os círculos eram formados
pelas próprias ovelhas que lá pastavam. Será que algum tipo de
energia invisível, que possivelmente estaria causando esse efeito
nas plantações, também poderia afetar animais?
No mês de junho de 1990, foi organizada uma expedição
para procurar novos círculos, que durou cerca de 10 dias e foi
realizada entre as localidades de Silbury Hill e Wansdyke. Durante
a operação, seus integrantes ouviram zumbidos inexplicados,
semelhantes ao som das abelhas, e vinha do interior das planta-
ções. Em 12 de julho do mesmo ano, surgiu um pictograma na
plantação de trigo abaixo de Adam’s Grave, em Alton Barnes. A
figura media 130 m de comprimento e um morador que reside
a menos de um quilômetro do local declarou ter ouvido um
estranho zumbido no meio da noite, no mesmo instante em
que todos os cães da aldeia começaram a latir.
Coincidentemente, alguns moradores afirmaram que vários
carros tiveram problemas elétricos pela manhã, embora não seja
possíveldeterminarse o que ocorreu durante aquela noite causou
o chamado efeito eletromagnético (EM) nos motores dos auto-
móveis. Outro acontecimento interessante, e que talvez prove
em definitivo a ligação dos desenhos com os UFOs, ocorreu
no Japão no dia 15 de abril de 1991, na vila de Akikawa-Cho, que
pertence ao município de Kanagawa. Nesse dia, dois garotos
A formação de 12
de junho de 1995,
encontrada em
Telegraph Hill,
em Hampshire,
também lembra
um sistema
estelar
Cortesia Lucy Pringle
76
Wallacy Albino
supostamente testemunharam a criação de um círculo, quando,
por volta das 16:30 h, Masamitsu Kikuchi, estudante de apenas
10 anos na época, estava andando de bicicleta numa estrada
próxima a sua casa e teria visto um objeto alaranjado e bastante
luminoso, voando lentamente em sua direção.
O garoto tentou correr, mas teria ficado paralisado. Mesmo
assim, observou o objeto, que descreveu como um pão inchado
e redondo no centro, de cor laranja intensa, e um pouco mais
amarelado nas bordas. Segundo o depoimento, “... o objeto
parou sobre a pastagem, diminuiu sua luminosidade e de repente
emitiu uma fumaça, como se fosse uma espécie de massa de
vapor branco, que permaneceu alguns metros abaixo do objeto”.
A fumaça era translúcida e aumentava constantemente,
girando em direção ao chão, formando um cone. Quando
tocou o solo, a testemunha sentiu uma desconfortável brisa,
além de gotas de vapor no rosto, enquanto escutava um
grunhido ao seu redor. O garoto presenciou quando a grama
estava se inclinando e ondulando do centro para a base e, em
questão de minutos, havia se formado um perfeito círculo.
Depois disso o cone de fumaça levantou-se vagarosamen-
te, foi reduzindo seu tamanho e desaparecendo na direção
do objeto. Quando o UFO sumiu entre as nuvens, Kikuchi
recuperou-se e chamou por seu amigo Tanaka, que estava
nas proximidades. Ao aproximar-se de Kikuchi, viu o objeto
aparecer parado, ao lado do primeiro círculo formado. Os
dois garotos foram imobilizados, enquanto presenciavam o
objeto, que estava transparente, quase imperceptível, expe-
lindo o vapor e formando um anel na vegetação. Em seguida,
um círculo concêntrico no interior do anel e logo depois um
terceiro círculo dentro do anterior.
As crianças afirmaram que o objeto não girava, somente o
cone de vapor agia assim. Ao sentirem-se livres, os garotos corre-
ramparadentrodocírculoepuderamsentiromatoaindaquentee
úmido.Avegetação,decercade50cm de altura, estava rebaixada,
formando ângulos retos e sem galhos quebrados.
77
O Mistério dos Círculos Ingleses
Quando tentaram reerguer alguns dos galhos que estavam
inclinados, estes se partiram. Numa madrugada de julho de
1991, a pesquisadora Rita Gold e outros investigadores do fe-
nômeno dos círculos, que lhe faziam companhia, durante vigília
em um campo próximo à pequena aldeia de Alton Barnes, na
Inglaterra – uma região de alta incidência – observaram, por
volta das 03:00 h, uma coluna branca luminosa que desceu
lentamente de uma nuvem em direção a uma colina próxima
daquele local. Aquela luminosidade envolveu todo o cume
da elevação, que tem cerca de 240 m de diâmetro, e depois
a coluna se desfez repentinamente. O episódio durou aproxi-
madamente oito segundos e não deixou nenhum vestígio que
pudesse ser descoberto durante o dia.
Isso ocorreu quando, na noite de 23 de julho de 1991, sur-
giu um pictograma na Alemanha. Dias após o aparecimento
do desenho, um jovem que estava equipado com detector de
metais encontrou três moedas bastante antigas, uma de ouro,
outra de prata, e uma terceira de bronze, enterradas na figura.
Mas o que chamou mais a atenção é que nessas moedas estava
esculpido o mesmo desenho que havia surgido na plantação.
Após análise foi possível constatar um elevadíssimo grau de
pureza nos metais, algo que seria praticamente impossível de se
obter na época em que aquelas moedas haviam sido cunhadas.
O objeto
encontrado
em Litchfield,
na região de
Hampshire, em
julho de 1995.
Sua complexidade
está sendo até
hoje investigada
Cortesia Steve Patterson
78
Wallacy Albino
No ano de 1993, por brincadeira,alguém forjou uma peque-
na figura composta por uma formação curva numa plantação em
Wiltshire. O interessante foi que naquela mesma noite apareceu
outra figura com as mesmas características, proporção e ângulo,
a cerca de oito quilômetros daquela, o que foi interpretado pelo
autor como sendo uma resposta pelos verdadeiros autores ao
seu desenho. A partir daquele ano, isso passou a se tornar algo
tão frequente que não seria possível se tratar apenas de uma
simples coincidência.
Em junho de 2000, um fazendeiro da vila de Yuzhnoye,
região do território russo de Stavropol, chamou os policiais lo-
cais quando encontrou estranhas marcas em seu campo de
cevada, semelhantes às descobertas na Inglaterra. Eles colheram
depoimentos dos proprietários da região, que afirmaram que na
noite em que os desenhos surgiram um objeto muito intrigante
pousou na plantação e voou segundos depois. Um exame mais
apurado no local revelou quatro círculos distintos, sendo que o
maior, localizado no centro da figura, media cerca de 20 m de
diâmetro e os outros três círculos externos variavam entre cinco
e sete metros de diâmetro. A plantação, curiosamente como
ocorre nas formações inglesas, tinha sido inclinada em sentido
horário. Vasily Belchenko, membro do Conselho de Segurança
de Stavropol, esteve no local investigando o caso e afirmou que
aquela figura jamais poderia ter sido feita por humanos. Certos
padrões de desenho vêm evoluindo ao longo dos tempos nos
locais onde houve casos em que até uma determinada formação
foi repetida em outra plantação, em apenas uma única noite.
A Estranha Teia de Aranha
Esta figura, que surgiu em Avebury e foi apelidada de Teia
de Aranha, se trata de uma das imagens mais impressionan-
tes entre todas as que surgiram nos últimos anos, na região
sul da Inglaterra. Foi produzida durante duas noites seguidas,
com detalhes que chamam a atenção, tal como os raios que
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  • 1.
  • 2.
  • 4. 4 Wallacy Albino Ficha Técnica da Obra Editor:  A. J. Gevaerd Redação de texto: Fabrina Martinez e Danielle R. Oliveira Revisão de texto: Fabiana Silvestre Tradução de texto: Marcos e Martha Malvezzi Leal Concepção de capa: A. J. Gevaerd Projeto e artefinal: Equipe UFO Elaboração de ilustrações: Daniel Fontoura Gevaerd Arquivo de fotos: Wallacy Albino e CBPDV Depósito legal na Biblioteca Nacional (Decreto n° 1.825 de 20/12/1.907). Dados internacionais para catalogação na publicação do Departamento Nacional do Livro: A336 Albino, Wallacy, O mistério dos círculos ingleses / Wallacy Albino. – Campo Grande : CBPDV, 2002. 264p. ; 22cm. ISBN 85-87362-13-5 1. Discos voadores. I. Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores. II. Título. CDD 001.942 Todos os direitos desta edição reservados ao: Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), Caixa Postal 2182, 79008-970 Campo Grande (MS), www.ufo.com.br. Nenhuma parte desta obra, incluindo suas artes e fotos, poderá ser reproduzida ou transmitida através de quaisquer meios eletrônicos, mecânicos, digitais ou outros que venham ainda a ser criados, sem a permissão expressa e conjunta do autor e do editor.
  • 5. 5 O Mistério dos Círculos Ingleses Wallacy Albino www.ufo.com.br
  • 7. 7 O Mistério dos Círculos Ingleses Dedicatória Dedico esse livro ao meu querido e inesquecível pai, Rivaldo Fidalgo Albino (1936-1990), que deixou muitas saudades após sua partida. E a todos os meus familiares e amigos, que me incentivam a continuar com minhas pesquisas na tentativa de desvendar os inúmeros mistérios existentes em nosso Universo...
  • 9. 9 O Mistério dos Círculos Ingleses Quem é Wallacy Albino allacy Albino nasceu em 08 de novembro de 1968, na cidade de Santos (SP). Seu interesse por Ufologia começou com dois avista- mentos no início da década de 80. Em 1985, fundou o Grupo de Estudos Ufológicos de Santos (Geufos), que manteve intensas pesquisas no litoral paulista e no Vale do Paraíba, encerrando suas atividades dois anos mais tarde. Em 1994, foi diretor-geral do Grupo Ufológico do Guarujá (GUG), exercendo o cargo até 1999. Dois anos depois, Wallacy participou das investigações do Caso Varginha, no sul de Minas Gerais, ocorrido em 1996 e considerado uma das principais ocorrências ufológicas do Brasil. Em 1997, realizou diversas pesquisas no Caribe, considerado um local de intensa atividade ufológica. Em seguida, foi o principal pesquisador dos casos relacionados com os ataques do Chupacabras na região do litoral paulista. Foi também o primeiro ufólogo brasileiro a pesquisar a intensa casuística no arquipélago de Fernando de Noronha (PE). Já em 1999, integrou o Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), exercendo o cargo de diretor de pesquisas. Atualmente, Wallacy faz parte do seleto grupo de consultores da Revista UFO e é presidente do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), fundado em 2000, hoje uma das entidades do gênero mais atuantes no Brasil. Durante este período, editou o informativo Hangar 18, produziu e apresentou na cidade do Guarujá o programa semanal Contato UFO, de rádio e tevê, além de ter realizado pesquisas de campo e vigílias noturnas. É produtor, em parceria com a empresa Zetek Software Ltda., do CD-ROM Contato UFO, o mais completo sobre Ufologia já lançado em português, além de criador do Prêmio Cindacta, que homena- geia os melhores trabalhos ufológicos desen- volvidos no Brasil. Desde 1998, é o diretor regional da entidade norte-americana Mutual UFO Network (MUFON) em toda a extensão do litoral do Estado de São Paulo. W
  • 10. 10 Wallacy Albino Desde o início da década de 90, Wallacy desenvolve um importante tra- balho sobre o misterioso fenômeno dos círculos ingleses, tema escolhido para este livro e para as palestras que vem ministrando em diversos congressos brasileiros. Já escreveu algumas matérias para revistas especializadas no Fenô- meno UFO, além de ter produzido, juntamente com o ufólogo Marco Antonio Petit, o documentário Círculos Ingleses: o Enigma Continua..., reunindo um vasto acervo sobre o tema que resultou nesta obra. Endereço do autor: R. Manoel Fernandes Jr, 157 Vila Maia, Jardim Ideal 11410-110 Guarujá (SP) wallacyalbino@uol.com.br
  • 11. 11 O Mistério dos Círculos Ingleses ostaria de fazer inúmeros agradecimentos a pessoas e instituições que me ajudaram a elaborar esta obra. Entre eles, o pesquisador e amigo A. J. Gevaerd, pela publicação deste livro na Coleção Biblioteca UFO, e à Revista UFO, pela coragem de manter esta árdua batalha em prol da divulgação da Ufologia em nosso país. Reconheço as contribuições recebidas e agradeço aos pesquisadores Aldo Novak, Alexandre Gutierrez, Antonio Faleiro, Arismaris Dias, Atílio Coelho, Carlos Machado, Carlos Reis, Claudeir Covo, Dino Nascimento, Edson Boaventura, Eustáquio Patounas, Francisco Varanda, Jamil Vila Nova, Jefferson Martinho, JoséEstevãodeMorais,JoséRicardoDutra,JosefDavid,JúlioGoudard,Luciano Stancka e Silva, Marco Petit, Marco Túlio Chagas, Marcos Silva (†), Mario Rangel, Philipe David, Rafael Cury, Renato Azevedo, Ricardo Varela, Roberto Beck, Rodolfo Heltai, Thiago Ticchetti, Ubirajara Rodrigues, Vanderlei D’Agostino, Walter de Oliveira. E a todos os incansáveis ufólogos brasileiros. Agradeço também a Marcos e Martha Malvezzi Leal, pela laboriosa tradução de textos. Entre os estudiosos internacionais que ajudaram e inspiraram minha jornada, que resultou na presente obra, um merece especial citação: o brilhante ufólogo britânico Colin Andrews, por continuar pesquisando e divulgando o fenômeno dos círculos ingleses em todo o mundo. Igualmente, também desejo agradecer toda a colaboração recebida do Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais (INFA), do qual, com muita honra, faço parte, e a todos os grupos de Ufologia do Brasil, que mesmo sem qualquer tipo de ajuda financeira continuam pesquisando e divulgando o Fenômeno UFO. Continuem na luta! Em especial, agradeço o apoio que recebi de toda equipe do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS): André Albino, Cláudio Beltrame Monteiro, Homero Juliano F­ilho, Jamil Vila Nova, Karina Batista, Marcelo de Araújo Barros, Marcos Guimarães Salgado, Renato Martins, Renato Oliveira, Roberto Luiz Rabelo, Rodrigo Branco e Tatiana Corrales. Desejo a todos muito sucesso nessa nossa jornada. Por fim, agradeço a minha querida Juliana Seito Menks, a melhor de todas as minhas descobertas! Agradecimentos do autor G
  • 13. 13 O Mistério dos Círculos Ingleses O que é a Biblioteca UFO coleção Biblioteca UFO é uma iniciativa inédita em nosso país, que surgiu em 1998 com o objetivo primordial de ser uma série produzida majoritariamente pelos ufólogos brasileiros que realmente constroem esta disciplina e a mantêm firme no país, e por selecionados autores estran- geiros. A coleção veicula obras que visam abastecer a Comunidade Ufológica Brasileira com informações profundas e atuais, tão escassas hoje em dia, sobre o chamado Fenômeno UFO. Para tanto, adota como principal critério de seleção de seus autores não sua fama ou prestígio, mas a qualidade e im- portância de sua pesquisa. São escolhidos aqueles cujos trabalhos constituem verdadeira contribuição ao entendimento da questão ufológica, independente de serem conhecidos ou renomados. Osmaisvariadostemasufológicostêmsidotratadosregularmentenasobras da série, desde o fenômeno das abduções até a casuística avançada, nacional e mundial, e a presença de extraterrestres em nosso folclore. Este foi, a propósito, seu livro inicial, O Povo do Espaço, de Paulo Carvalho Neto. Em 1998, ele já mostrava que casos ufológicos mal interpretados foram incorporados por nossos antepassados às suas crenças. Quatro anos depois, Antonio Faleiro aprofundou tal debate ao publicar UFOs no Brasil: Misteriosos e Milenares. Com uma diferença: Faleiro vai mais fundonaquestãocasuística,especialmente por ter protagonizado vários contatos com nossos visitantes. Temas exóticos, como a origem da raça humana, seu relacionamento com seres espaciais e a captura de alienígenas em nosso país, também já foram tratados em nos- sos livros. No primeiro caso, Terra: Laboratório Biológico Extraterrestre, de Marco Petit, tratou de um dos maiores questionamentos da Ufologia: somos descendentes de ETs? No segundo, O Caso Varginha, de Ubirajara Franco Rodrigues, apresentou-se em detalhes o caso de maior repercussão de que se tem notícia atualmen- te, envolvendo a captura de estranhas criaturas em nosso país. Raptos de seres humanos e sua A
  • 14. 14 Wallacy Albino manipulação por aliens também foram abordados em outras obras, como em Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose, de Mário Rangel, que apresenta uma vasta miríade de casos do gênero, e Implantes Alienígenas: Somos Cobaias de ETs?, do norte-americano Roger Leir. Alguns títulos da coleção Biblioteca UFO fizeram tanto sucesso que hoje estão esgotados. Verdades que Incomodam, em que Alberto Romero reuniu os aspectos mais intrigantes e questionáveis da Ufologia, e Um Homem Marcado por ETs, em que o abduzido Antonio Tasca narrou um episódio ufológico surpreendente, são alguns deles. Outros de nossos títulos são ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol, do escritor Reginaldo de Athayde, que apresentou a surpreendente casuística ufológica nordestina, Quedas de UFOs, de Thiago Luiz Ticchetti, que nos traz uma profunda pesquisa acerca dos acidentes com discos voadores em nosso planeta, e Na Pista dos UFOs, sobre a intensa casuística mineira. A internacionalização da Biblioteca UFO aconteceu na última edição, quando foi escolhido o livro de Roger Leir, Implantes Alienígenas, para inau- gurar sua nova fase. Chegou-se a esse ponto para que fosse possível conferir maior maturidade à série, além da constante melhoria de nossa qualidade editorial e gráfica, como se constata nesta edição. A coleção passa neste mo- mento por um fortalecimento que tende a regular sua periodicidade, sempre com obras de caráter informativo inquestionável e procedentes de estudiosos com reconhecida habilidade na pesquisa do Fenômeno UFO. Todas preten- dem manter elevado o debate que se faz sobre Ufologia em nosso país, a que nosso leitor já está habituado. No presente trabalho, o ufólogo paulista Wallacy Albino nos mostra a intimidade de um dos fenômenos mais intrigantes da atualidade: os círculos nas plantações inglesas. Seu lançamento já estava previsto desde o início desse ano, mas tomou mais corpo com a fantástica exposição que o filme Sinais recebeu em nosso país. Os círculos ingleses são legítimos, e não uma fraude, como mostrará Wallacy. E são a mais clara indicação de que nossos visitantes extraterrestres tentam comunicar-se conosco, ainda que de maneira tão inusitada quanto mensagens desenhadas em plantações.
  • 15. 15 O Mistério dos Círculos Ingleses Nossos lançamentos anteriores A Coleção Biblioteca UFO tem até o momento 12 obras editadas, incluindo a presente. Sua aceitação pela Comunidade Ufológica Brasileira é tão positiva que duas edições da série já estão esgotadas. As obras abaixo compõem a coleção e podem ser obtidas através do site www.ufo.com.br, do telefone (67) 341-5445 ou do fax (67) 341-0245. Fevereiro de 2002 Maio de 2002 Março de 1998 Junho de 1998 Abril de 1999 Setembro de 1999 Maio de 2000 Agosto de 2000 Setembro de 2001Maio de 2001 Junho de 2002 Esgotado Esgotado
  • 17. 17 O Mistério dos Círculos Ingleses Sumário  Prefácio Convidado – Um Enigma a Ser Desvendado 19  Prefácio do Autor – Fenômeno que Ninguém Explica 23  Introdução – Incansável Busca por Respostas 27  Capítulo 01 – Supostos Autores dos Círculos 35  Capítulo 02 – Os Misteriosos Enigmas do Planeta 53  Capítulo 03 – A Ligação dos Círculos com UFOs 67  Capítulo 04 – Análise das Formações Inglesas 79  Capítulo 05 – Mistérios no Brasil e Mundo Afora 101  Capítulo 06 – Uma Mensagem das Estrelas 117  Capítulo 07 – Contagem Regressiva para o Contato? 133  Capítulo 08 – A Opinião dos Ufólogos e Estudiosos 145  Capítulo 09 – As Incríveis Formações de 2002 171  Conclusão – Estamos Perto de uma Resposta 193  Apêndice – Referências sobre os Círculos Ingleses 199
  • 19. 19 O Mistério dos Círculos Ingleses “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar ” — William Shakespeare
  • 21. 21 O Mistério dos Círculos Ingleses nicialmente, gostaria de parabenizar toda a Equipe UFO pela grande contribuição que vem prestando à pesquisa ufoló- gica brasileira e internacional. Através dos vários títulos pu- blicados, temos a oportunidade de conhecer melhor o traba- lho de importantes nomes da Ufologia, dentre eles Wallacy Albino. Recebi com grande orgulho seu convite para prefaciar este livro, já que tenho acompanhado sua trajetória nesta área há muito tempo, através de suas inúmeras realizações. Fui, inclusive, um dos incentivadores na criação do Grupo de Es- tudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS), um dos mais expressivos da Comunidade Ufológica Brasileira. Após tantos anos, fico feliz ao ver que Wallacy e sua equipe estão fazendo história na Ufologia. Destaco aqui os importantes eventos criados e reali- zados pelo grupo, como o Simpósio Ufológico da Baixada Santista, que está em sua terceira edição, o Encontro Ufo- Prefácio Convidado Um Enigma a ser Desvendado “Tente mover o mundo. O primeiro passo será mover a si mesmo”. — Platão I Rafael Cury
  • 22. 22 Wallacy Albino lógico de Peruíbe, o Prêmio Cindacta, a realização do pro- grama Contato UFO, transmitido todos os domingos pela Rádio Sol Maior FM, na Baixada Santista, o vídeo Círculos Ingleses: O Enigma Continua... e o CD-ROM Contato UFO, além de textos publicados na Revista UFO e outras tantas pesquisas importantes. Tudo isso faz do amigo Wallacy um dos mais importantes ufólogos brasileiros. Ainda mais agora, com a publicação deste livro, que nos levará a uma profunda reflexão sobre um dos mais polêmicos enigmas de todos os tempos, os círculos ingleses. Quiseram os deuses que o palco principal desse fenômeno fosse a Inglaterra. A Inglaterra de Stonehenge, dos druidas, do mago Merlyn, do rei Arthur, dos Beatles, entre outros. Um dos primeiros registros de aparições dos círculos ocorreu em 1991, na região de Barbury Castle, e representava a cópia exata do famoso Diagrama de Mandelbrot, descoberto pelo matemá- tico francês e professor da Universidade de Cambridge Benoit Mandelbrot. Esse foi o início de uma série de marcas que se renovam anualmente e que fazem com que novas perguntas apareçam. Mas qual é o significado destes sinais? Que tipo de tecnologia cria este fenômeno? Seriam os seres extraterrestres os responsáveis por isso? Wallacy Albino expõe o assunto em detalhes, mas ainda há um mistério maior a desvendar. Com certeza, o leitor terá um conjunto de informações para a melhor compreensão deste enigma. A grande maioria dos círculos demonstra uma lingua- gem conhecida. As simetrias são perfeitas, os desenhos atingem centenas de metros e aparecem num piscar de olhos. Além disso, não existem testemunhas. Já pudemos registrar figuras que simbolizam os fractais, linguagens binárias, o Sistema Solar, mandalas e desenhos geométricos complexos. Diante disso, nos resta uma reflexão: estariam os alienígenas tentando se comunicar com a Humanidade através dos círculos ingleses? Para muitos pesquisadores, a resposta é sim. E você leitor, o que pensará sobre isso após a leitura desse livro?
  • 23. 23 O Mistério dos Círculos Ingleses O fenômeno dos círculos espanta até mesmo os céticos, devido a sua complexidade e geometria Cortesia do Autor Gostaria, por fim, de agradecer mais uma vez o autor Wallacy Albino pela oportunidade de manifestar algumas pou- cas palavras neste prefácio e deixar o mais importante para as próximas páginas. A Ufologia Brasileira agradece. Parabéns a Wallacy por nos presentear com mais este importante traba- lho. Aos leitores, desejo sabedoria, responsabilidade e reflexão em suas conclusões. — Rafael Cury é coeditor de UFO, presidente da Associação Nacional dos Ufólogos do Brasil (ANUB) e do Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU)
  • 25. 25 O Mistério dos Círculos Ingleses m meados de 1990, conheci o maravilhoso mistério que estava ocorrendo na região sul da Inglaterra. Desde en- tão, acompanhei e cataloguei as formações que vinham surgindo a cada ano naquele país, colecionando materiais através de revistas importadas ou de sites, criando um acervo fotográfico das principais formações da última década. Tam- bém reuni documentários lançados em vídeo e alguns livros. Nos meus 15 anos de pesquisas ufológicas, esse mistério é o que mais me intriga. Quanto maior a ânsia por respostas, mais indecifrável o fenômeno se torna. Acredito que se trate de mensagens alienígenas, transcritas de maneira assustadoramente bela. As imagens reproduzidas nos campos são construídas de forma simetricamente perfeita, os caules são dobrados e entrelaçados harmonicamente, sendo que algumas vezes chegam a ter efeito tridimensional, quando observados de grandes altitudes. Mas como não podia deixar de ser, este fenômeno gera muitas perguntas e quase nenhuma resposta. Prefácio do Autor Um Fenômeno que Ninguém Explica “O pensamento só começa quando há sinais de dúvidas”. — Roger Martin E
  • 26. 26 Wallacy Albino São obras de arte criadas apenas para nos intrigar e talvez não tenham significado algum ou seus autores estejam nos ensinando algo ainda desconhecido. É um dos poucos fenômenos, ou quem sabe o único, que obedece a uma certa disciplina em relação ao período de formação, ou seja, no verão europeu, que começa em abril e vai até o início de setembro, com ápice nos meses de junho e julho. Não há dúvidas de que as imagens vão surgir, mais belas e complexas e que ficaremos mais uma vez na expectativa. Tudo ocorrerá como antes: de forma silenciosa, noturna e misterio- sa. Esta obra não tem como objetivo desvendar os círculos, mas a intenção de gerar uma reflexão sobre o assunto, por isso apresento as variações desse mistério – palavra que traduz perfeitamente os símbolos. As formações começaram de forma modesta e evoluíram para complicadas imagens, com mensagens subliminares e co- dificadas, respostas diretas a fraudes, rostos humanos e, por fim, a face de um alienígena. De formações esporádicas aumentaram para formações em massa, que crescem a cada verão. Mas esse é um mistério que está além de nós, seres humanos. Na ausência de uma resposta completa para tal enigma, ofereço a você, leitor, todas as informações disponíveis sobre o assunto e peço que me acompanhe nessa busca. A melhor abordagem para a resolução desta charada é a intensa pesquisa e a contínua reflexão. Amparado no vasto banco de dados que me permitiu escrever esse livro, agora peço a você que me siga, na tentativa de compreendermos, juntos, esse impasse genuíno, emocionante, e, acima de tudo, científico. Lembre-se de manter sua mente aberta para as possibilidades, que são muitas, quando penetramos cada vez mais profunda- mente no mistério dos círculos. Alguém já disse, no passado, que não devemos nos deter ante a incompreensão dos fenômenos que nos rodeiam. Mas, em vez disso, vamos usar nossas limitações para buscar subsí- dios que nos permitam ampliar nossos horizontes. Os círculos
  • 27. 27 O Mistério dos Círculos Ingleses A complexidade dos círculos tem aumentado a cada ano, indicando claramente que se tratam de sinais inteligentes Cortesia do Autor ingleses são um excelente pretexto para isso: acontecem com regularidade, não apenas esporadicamente, e podem ser medi- dos, fotografados e examinados cuidadosamente. É até mesmo possível andar dentro deles. Mais que isso, os círculos podem ser estudados sob todos os ângulos do conhecimento humano, quiçá como uma nova forma de comunicação que, involuntariamente, estamos vendo ser estabelecida entre seres extraterrestres e nós, humildes e atônitos mortais terrestres.
  • 29. 29 O Mistério dos Círculos Ingleses aros foram os dias do verão europeu em que não surgi- ram relatos de fazendeiros indignados, cujas plantações tinham sido o alvo de um fenômeno inexplicável. À noite, fileiras e mais fileiras de milho, trigo e outros cereais cultivados ficavam achatados, revelando à luz do dia misterio- sos desenhos. Alguns eram pequenos, outros maiores e mais complexos. O mistério ganhou a atenção pública. Milhares de pessoas vinham de todas as partes do planeta, cada uma es- perando ver um círculo nas plantações. Ou, melhor ainda: ver quando e como eram feitos. Nem o primeiro ministro escapou ao furor do episódio. Em um dos casos mais notáveis, uma formação circular apareceu na plantação da casa de campo de John Major, surgida dentro de uma área cercada contra terroristas, por medida de segurança. A imprensa especulava. Numa manchete, afirmava: “Agora explique isto”. Alienígenas tinham aterrissado na resi- dência onde o ministro passava as férias? Ou brincalhões esper- tos haviam burlado o esquema de segurança? Uma declaração Introdução Incansável Busca por Respostas “Se não existe vida fora da Terra, então o Universo é um grande desperdício de espaço”. — Carl Sagan R
  • 30. 30 Wallacy Albino oficial atribuiu o desenho a “condições de empobrecimento do solo”. Diariamente, as notícias sobre o aparecimento de mais formações se acumulavam, acompanhadas de avistamentos de UFOs e abduções. Mas o verão acabou. Chegou o mês de setembro e os fa- zendeiros colheram a safra. O interesse da mídia foi diminuindo. Ufólogos e pesquisadores sérios, no entanto, permaneceram resolutos, nem a descrença do público os desanimava. Embo- ra os jornais nacionais não estivessem mais trazendo matérias sobre a ligação dos círculos com os UFOs, muitas pessoas ainda sustentavam a ideia, explicando que o fenômeno esta- va relacionado à visita de seres alienígenas. Um entusiasmado turista norte-americano, apaixonado pela teoria extraterrestre, fez sua própria formação num campo, soletrando: “Talk to us” [Falem conosco]. Um fazendeiro ficou muito aflito quando, poucos dias depois, sua plantação de milho foi novamente afetada pela res- posta à mensagem, que ocupou um grande trecho do campo e apareceu escrita em hebraico. Apesar das gozações e da im- prensa hostil, os pesquisadores afirmavam que muitas perguntas permaneciam sem resposta. Foi a partir dos anos 70 que os fazendeiros começaram a descobrir formações circulares, que vinham surgindo misteriosamente, durante a noite, nas plan- tações de cereais, no interior da Inglaterra. As figuras eram construídas em absoluto silêncio, durante poucas horas. Não havia marcas visíveis ou qualquer indício de seus autores. Atu- almente, os desenhos continuam aparecendo, cada vez mais complexos, mas seus criadores não. O mundo começou a tomar conhecimento dos círculos ingleses a partir da década de 80, apesar de já existirem há séculos, como comprovam relatos datados do século XVI. As primeiras formações circulares eram extremamente simples, reforçando a suspeita inicial dos fazendeiros locais de que as estranhas circunferências fossem marcas causadas pelos helicópteros da Royal Air Force (RAF), a Força Aérea
  • 31. 31 O Mistério dos Círculos Ingleses Britânica, que realizava manobras sobre as plantações. Voando com as hélices para baixo, eles desciam no meio das lavouras e marcavam o lugar. Aproveitando-se dessa suposta explicação, alguns fazendeiros ingleses – revoltados com o prejuízo em suas colheitas – processaram o governo britânico, exigindo uma indenização pelos prejuízos às suas colheitas. O governo britânico – que não se responsabilizou pelas figuras –, por sua vez, tornou a questão pública, desmentiu vee- mentemente os fazendeiros e se isentou da culpa. E, para provar que não estava envolvido naquele incidente, ofereceu um prêmio de cerca de um milhão de libras esterlinas, algo em torno de R$ 4,8 milhões (de acordo com a taxa do dia 10 de setembro de 2002), para quem encontrasse o responsável pelos círculos, ou que ao menos apresentasse alguma pista. Décadas depois, Os fazendeiros das áreas atingidas, ao percorrerem suas plantações nas manhãs do verão inglês, quase sempre se deparam com estranhas figuras, produzidas de forma misteriosa na noite anterior Cortesia Colin Andrews
  • 32. 32 Wallacy Albino o prêmio continua engavetado, esperando pelos verdadeiros autores do fenômeno, se é que irão atrás do dinheiro. Diversos ufólogos e pesquisadores fizeram vigílias e acam- pamentos nos locais de grande intensidade do fenômeno, em- bora houvesse casos de círculos gigantescos que surgiram sem que ninguém tivesse ouvido ou visto qualquer coisa. Sim- plesmente apareceram. Nestes locais, ou em sua proximidade, nunca foram encontrados quaisquer traços ou pistas que indi- cassem como foram feitos ou por quem. Não há pegadas de pessoas ou marcas de pneus de veículos, nem sinal de que as plantas em seu interior tenham sido manipuladas por humanos. Até hoje, é absolutamente certo que qualquer um que se dirija para as regiões de maior incidência, principalmente nos meses de abril até o começo de setembro, em especial nos meses de junho e julho – ápice do fenômeno –, encontrará dezenas dessas formações. Consideradas verdadeiras obras de arte por estudiosos e especialistas, estima-se que cerca de 12 mil figuras tenham sido descobertas no mundo, sobretudo no sudoeste da Inglaterra (próximo à região de Stonehenge), onde a porcentagem de in- cidência destas figuras chega a 90% dos círculos já encontrados. Os outros 10% foram descobertos na Austrália, Estados Unidos, França e Canadá. De forma simplista, se poderia dizer que os círculos ingleses são um emaranhado de formas geométricas de diversos tamanhos, dispostas de maneira organizada. Em casos extremos, trata-se de círculos compostos por mais de 400 figu- ras geométricas perfeitamente dispostas, numa extensão além de 500 m de comprimento. Assim como em outros casos, os estudiosos – incluindo os do governo britânico –, ufólogos e pes- quisadores não possuem a menor ideia de como foram criados. Nem mesmo os investigadores que acompanham os apa- recimentos desde o começo da década de 80 se atrevem a esboçar alguma explicação para o fenômeno. Todavia, um dos maiores pesquisadores da área, Colin Andrews, tem se dedicado à elucidação desta questão, financiado pela Fundação Lawrence
  • 33. 33 O Mistério dos Círculos Ingleses Rockfeller, que apoia pesquisas não convencionais com grandes investimentos, mas sem resultados concretos sobre este fenô- meno. Outras duas organizações vêm estudando as formações, como o Center for Crop Circles Studies [Centro para o Estudo dos Círculos Ingleses] e outra conhecida apenas como Adas Ltd., que trabalha em parceria com o Ministério da Agricultura inglês. Uma de suas descobertas foi a de que os solos adquiriram uma quantidade anormal de hidrogênio, após cada formação, o que só seria possível se o mesmo recebesse uma carga elétrica extremamente alta. Colin montou uma equipe interdisciplinar para investigar profundamente os círculos, contratou ex-agentes policiais e dete- tives britânicos para que vasculhassem o local, minuciosamente, a fim de descobrir quem ou o que criou tal figura. Eles seguiam o procedimento de averiguar a área detalhadamente a cada ima- gem surgida. Este esforço acabou sendo um dos elementos que mais reforçou a hipótese alienígena, pois não foi possível encontrar omenorvestígiode ação humana. “Isso significa, simplesmente, que se os círculos não são feitos pelo homem então temos que aceitar que alguém que não é da Terra os está produzindo”, afirmou Colin. Normalmente as figuras aparecem à noite. E quem quer que seja o autor não tem apenas dotes artísticos, mas também sobrenaturais, pois realiza o que quiser sem que Círculos simples foram aos poucos dando lugar a figuras mais complexas, formadas por vários objetos simétricos Cortesia Crop Circle Connector
  • 34. 34 Wallacy Albino outras pessoas percebam. Talvez esse dado seja um dos grandes indícios para este fenômeno ser associado à Ufologia. Afinal, já é mais do que conhecido que durante as abduções os alienígenas apagam a lembrança das pessoas. É bem provável que seja dessa forma que consigam estar a uma pequena distância de acampamentos de vigília, realizando enormes desenhos, sem serem notados. Por mais fantástico que isso possa parecer, o misterioso surgimento é um fato e não uma especulação. Com o passar dos anos, as imagens foram se tornando cada vez mais complexas e inexplicáveis. Primeiro surgiam ape- nas círculos simples, logo depois circunferências duplas, triplas, círculos com anéis interiores e externos, tangentes entre si ou interligados, formações triangulares, figuras ovais, desenhos em espirais e várias outras combinações. Algumas dessas figuras eram imensas, comparadas ao tamanho de um campo de fu- tebol. A região sul da Inglaterra é a área de maior incidência do fenômeno, principalmente nos condados de Wiltshire e Hamp- shire. Grande parte das figuras envolve formações circulares e, como as primeiras imagens que surgiram nas plantações eram apenas circunferências simples, decidiu-se que o nome do fenômeno deveria ser crop circles, que significa círculos nas plantações. Mas o nome do fenômeno não é suficiente para defini-lo, uma vez que há uma enorme quantidade de figuras geométricas complicadas, interpostas umas às outras, com in- crível perfeição e simetria. Osdesenhosparecemserespecíficosacadaano,quasecomo capítulos num livro. Em 1994, por exemplo, houve uma prolifera- ção de insetogramas, figuras em forma de escorpiões, aranhas, teias de aranhas e outros insetos. Em 1993, houve a incidência de padrões geométricos. Muitos tinham que ser observados do alto, para que fosse possível colocar toda a figura no campo de visão e, assim, ser notado o impressionante nível de elaboração matemática de sua formação. Os fazendeiros, por conseguinte, deixavam de relatar o surgimento das figuras para evitar que centenas de curiosos invadissem suas propriedades, pois o
  • 35. 35 O Mistério dos Círculos Ingleses excesso de visitas fazia com que boa parte da plantação aca- basse sendo pisoteada pela multidão, que caminhava sobre ela até chegar no centro dos círculos. Em razão disso, até hoje não se tem uma estimativa exata de quantos desenhos já surgi- ram. Em 1995, os padrões pareciam sugerir sistemas solares, cinturões de asteroides e outras figuras planetárias. Em 1996, predominaram as figuras espirais. Recentemente, alguns proprietários começaram a tirar pro- veito da situação e passaram a cobrar taxas das pessoas que desejavam caminhar até o local das formações. Estudiosos garan- tem que, ao investigar os novos círculos, se esforçam para não destruir as plantas que estão intactas. “Lamentamos a perda dos fazendeiros, mas o fenômeno deve ser investigado custe o que custar”, ressaltou o britânico Robin Cole, presidente do grupo Circular Forum Society e um dos mais experientes circólogos do mundo. Alguns fazendeiros resolveram o problema cobrando uma espécie de pedágio, que varia de R$ 1 a R$ 10 – depen- dendo da complexidade da figura e da quantidade de pessoas que desejasse vê-la. Com isso, é possível encontrar proprietários que ganham mais dinheiro com os desenhos do que com suas atividades habituais, até porque 90% dos círculos autênticos aparecem quase sempre nas mesmas áreas, todos os anos. Um desses proprietários chegou a dar a seguinte declaração para Algumas figuras causam espanto pela composição geométrica e por sua inusitada beleza Cortesia Crop Circle Connector
  • 36. 36 Wallacy Albino uma equipe de tevê da rede BBC: “Não faço a menor ideia de quem fez isso na minha propriedade, mas estou extremamente contente com o resultado e espero que eles continuem por muito tempo com esse trabalho”. As formações surgem, principalmente, nas plantações de trigo, cevada, soja, centeio, milho e canola [Cereal usado para extração de óleo, base para a produção de margarina]. Os cau- les destas plantas, quando entortados, se quebram facilmente, atingindo 90º. Isso ocorre entre 20 a 80% da altura total da planta. Uma característica deste fenômeno é que, quando o caule é entortado, não é possível desentortá-los, pois há o risco de quebrá-los. Outro fator interessante é que esses caules tam- bém permanecem com seu desenvolvimento normal, crescendo rasteiros ao chão. Sabe-se hoje que cerca de 70% dos círculos genuínos surgem quase sempre nas mesmas áreas, ano após ano, e invariavelmente sobre ou muito perto de sítios arqueoló- gicos de milhares de anos, que só são descobertos depois do aparecimento de um círculo. Outro fator digno de menção diz respeito às pessoas que alegam ter sido afetadas pelos desenhos, depois de terem pisado no interior das formações. Alguns estudiosos comprovam estas estórias, como o dou- tor Collete M. Dowell, que disse ter ficado ansioso e agitado em algumas formações, noutras, feliz. Há pelo menos um ponto comum em todas as pesquisas já realizadas com os desenhos nas plantações: os círculos possuem obrigatoriamente um componente não terrestre, ou seja, não são construídos por mãos humanas. Essa teoria é sustentada por testemunhas que participaram de vigílias, fazendeiros, estudiosos e curiosos que avistaram luzes não identificadas sobrevoando as colheitas pouco antes de descobrir as formações. O fenômeno é um fato, mas suas explicações pertencem ao reino das suposições.
  • 37. 37 O Mistério dos Círculos Ingleses ara determinar o responsável pelos círculos é necessário levar em conta as características das formações, bem expostas no livro Circular Evidence, escrito pelos britâni- cos Pat Delgado e Colin Andrews: “É uma força silenciosa, de curta duração, forte, contra-rotativa, que amassa sem danificar, em turbilhão, que forma circunvoluções e veias, ris- cos interrompidos, faz deitar ramos, provoca o crescimento das plantas na horizontal, não interfere no crescimento, abre caminhos retos, extrai as plantas, opera na total escuridão, fecha os vãos, sobrepõe, agrupa círculos, independente das condições do tempo, não deixa marcas externas, não esti- pula condições topográficas e opera em qualquer parte do mundo”. Nessas 21 observações, os britânicos traçaram o suposto perfil do criador das marcas. Várias dessas características já foram contestadas e des- mentidas. A formação nem sempre é silenciosa, algumas vezes é acompanhada por um zumbido ou cricrilado, que é ouvido logo após a produção dos desenhos. A escuridão total tam- Capítulo 01 Supostos Autores dos Círculos “A Terra é o provável paraíso perdido”. — Garcia Lorca P
  • 38. 38 Wallacy Albino bém não é uma condição invariável, pois já foram registrados círculos ao amanhecer ou anoitecer. Além disso, ainda não é possível estipular condições topográficas, pois a alta incidência dos desenhos em áreas próximas a terrenos considerados sa- cros, como Stonehenge, Avebury, Silbury Hill e as sepulturas de Wessex, deixa evidente que as figuras se agrupam de maneira extremamente clara. Em 1989, a crença de que os anéis em volta de alguns círculos tendem a ser contra-rotativos foi desfeita de forma bastante dramática. Um dos maiores estudiosos do assunto, o doutor Terence Meaden, publicou em seu livro The Circles Effect and its Mysteries [Os Efeitos dos Círculos e seus Mistérios] que uma causa meteorológica desconhecida, um vórtice plasmático eletromagnético, seria o responsável pelas marcas. Como evidência, ele mostrou que cada ocorrência envolvia um ou mais anéis externos, que haviam sido produzidos por redemoinhos em movimentos giratórios contrários, ou melhor dizendo, em diferentes direções, o que seria necessário para manter a estabilidade do vórtice plasmático. Entretanto, apenas alguns dias depois da publicação do livro, e obviamente desta teoria, na manhã de 18 de junho de 1989, um novo tipo de cír- culo foi encontrado em Cheesefoot Head, perto de Winchester. Parecia uma atitude de ridicularização premeditada à teoria de Meaden, já que tanto o círculo quanto o anel foram formados por redemoinhos inclinados na mesma direção. Essa reação imediata às ideias humanas é típica dos auto- res. A atitude pode soar como uma ironia que confunde os investigadores e derruba teorias. Mas essa não foi a única vez que os cientistas tiveram de abandonar suas hipóteses ao ver que uma imagem inviabilizava sua teoria. Em 1988, os que acreditavam que isso seria obra de uma nave espacial se depararam com um desenho embaixo de uma linha de cabos de alta-tensão, que impossibilitava a descida de qualquer ob- jeto. Outro acontecimento muito comum é quando os feitores reagem de acordo com a vontade dos pesquisadores. Um caso
  • 39. 39 O Mistério dos Círculos Ingleses que se tornou clássico foi o do fotógrafo Busty Taylor, um dos pioneiros no estudo dos círculos nas plantações, que numa tarde de 1986, depois de passar o dia buscando formações, disse a si mesmo que gostaria de encontrar um desenho que tivesse satélites e anéis em volta do círculo principal. Como uma cruz celta. Vinte e quatro horas mais tarde, quando voava sobre o mesmo lugar, encontrou a figura que desejou. “Quase caí do avião”, relatou. O fotógrafo olhou para o chão e lá estava a for- mação: um anel externo passando por quatro círculos menores e um círculo grande no meio, um padrão que foi imediatamente batizado de cruz celta. IMAGENS EM FORMATO DE FIGURAS ASTRONÔMICAS Ao lado, uma figura que contém informações astronômicas diversas. Abaixo, formação surgida em Bishop Sutton, em 20 de junho de 1995, mostra representação de um sistema estelar composto por um cinturão de asteroides Cortesia Colin Andrews Cortesia Linda Howe
  • 40. 40 Wallacy Albino Essa resposta aos pesquisadores é uma das razões que nos leva a crer que os círculos sejam criados por um campo de força ignorada, manipulado por uma inteligência desconhecida. O argumento favorável a um propósito inteligente, seja ele humano ou não, é reforçado por diversas outras características, como a forte concentração nas áreas próximas a Wessex e a clara associação com lugares primitivos, além da impressão de que alguma coisa estaria deliberadamente apontada. Algo que parece ter se tornado urgente depois de 1980, embora existam sinais anteriores a essa data. Observações desse gênero não são bem vistas entre os cientistas ortodoxos, que, de acordo com suas crenças pessoais, repelem a ideia de vida inteligente desconhe- cida. Assim, alguns meteorologistas chegaram a afirmar que as formações concentradas em Wessex e a proximidade dos locais primitivos seriam apenas fantasias de observação. Esses argumentos passaram a ser menos convincentes com o decorrer dos anos. O mecanismo de origem dos círcu- los ainda é um mistério. Milhares de estudiosos se reúnem no sudoeste da Inglaterra atrás de novas figuras e reviram o local em busca de vestígios que possam esclarecer a questão. Boa parte destes círculos é composta por fraudes. Estima-se que pelo menos 30% sejam falsos. Muitos surgiram após o governo britânico ter oferecido recompensa pela identidade dos supostos autores do fenômeno ou para aqueles que explicassem como os misteriosos círculos surgiam no meio das plantações. Porém, nunca ninguém que tenha reivindicado a autoria das formações mostrou-se capaz de reproduzir ou de explicar como elas foram criadas. Um desses primeiros grupos foi uma equipe de balonistas que alegava sair em passeios noturnos com seus balões. No momento em que desciam no meio das plantações, liberavam o ar dos objetos que, expelido em contato com a vegetação, formavam tais desenhos. O que justifica a fraude é a tentativa de desmoralizar os estudiosos do fenômeno, pessoas que com- petem para ver quem realiza a cópia mais bela ou mais próxima
  • 41. 41 O Mistério dos Círculos Ingleses da realidade, ala dos oportunistas. Em todos esses casos, os resultados são ridículos e facilmente identificáveis pelos estu- diosos mais experientes: irregulares, assimétricos e repletos de vestígios. O exemplo mais clássico de forjadores é o dos dois sexagenários de Preston Highs, Doug Bower e David Chorley. Eles se tornaram conhecidos ao afirmarem publicamente, em 1991, serem os responsáveis pela criação de todos os círculos que tinham aparecido desde 1976. A dupla descreveu à mídia internacional como tinha tapeado o mundo durante os últimos 15 anos. Mas após todo esse tempo, pulando cercas de arame farpado e intrigando os donos de terra, Cortesia Colin Andrews IMAGENS EM FORMATO DE SISTEMAS ESTELARES Ao lado, uma óbvia mas curiosa representação do Sistema Solar. Onde estaria o terceiro planeta? A imagem surgiu em junho de 1995, em Long Wood Warren. Abaixo, outra estranha representação de um sistema estelar, com planetas e satélites Cortesia Colin Andrews
  • 42. 42 Wallacy Albino os dois já estavam ficando cansados. Já estava na hora de revelar ao público suas brincadeiras noturnas. A ideia surgiu enquanto tomavam cerveja no bar que frequentavam, o Percy Hobbs, mas resolveram assumir a autoria do fenômeno somente uma década depois da primeira brincadeira, pois estavam cansados de ver suas obras sendo atribuídas a seres extraterrestres. Descobriu-se mais tarde que os dois aposentados, para darem mais credibilidade a suposta autoria para si dessas formações, caminhavam até as figuras mais complexas que surgiam misteriosamente e incluíam duas letras D, fazendo alusão as iniciais dos seus nomes, numa tentativa de darem uma espécie de assinatura para assumirem a autoria do trabalho para eles. Mas quando tentaram fazer alguns desenhos perante a imprensa e alguns curiosos, conseguiram apenas produzir circunferências pequenas, visivelmente toscas, comprovando que não eram os verdadeiros autores dos pictogramas. A dupla não conseguiu manter a mentira por muito tempo e alterou diversas vezes sua história. A imprensa testemunhou a farsa e o público teve a explicação que queria. Aparentemente, a festa tinha terminado. Este é o engano mais considerável que já se imputou ao fenômeno dos círculos. No Brasil, várias pu- blicações consideraram o testemunho dos fraudadores como o ponto final nas discussões. A revista semanal norte-americana Time [www.time.com], aceitou essas alegações como verdadeiras, mesma atitude ado- tada pela revista brasileira Veja [www.veja.com.br]. Em razão dis- so, Doug e David são considerados por pessoas desinformadas como os verdadeiros criadores dos círculos ingleses, até hoje. Mesmo que eles pudessem, de uma forma ou de outra, produzir os efeitos de um círculo, jamais explicaram como fizeram isso. Tampouco se deram ao trabalho de discriminar como criaram os desenhos mais complexos. Após a mais famosa formação de 1996, o modelo fractal triplo batizado de Júlia, foi solicitado a uma empresa de engenharia que reproduzisse a figura. A reposta foi que devido à complexa estrutura matemática do desenho, só
  • 43. 43 O Mistério dos Círculos Ingleses o trabalho preliminar para mapeamento levaria 11 dias, com o uso de varas metálicas. Além disso, o custo estimado seria de cinco mil libras esterlinas, aproximadamente R$ 25 mil (de acordo com a taxa cambial do dia 13 de setembro de 2002). A falsidade das alegações dos senhores ficou ainda mais clara numa entrevista na televisão com o sobrevivente da du- pla, Doug Bower. Quando insistiram para que fornecesse dados técnicos, ele não foi capaz e evitou o assunto. Um dos mais importantes pesquisadores do assunto, Colin Andrews, fundador do Circles Phenomena Research International (CPRI), também presente ao programa, perguntou a Bower como ele poderia Cortesia UFO Magazine UK SÍMBOLOS DE ANTIGAS CIVILIZAÇÕES Ao lado, figura em forma de ‘hannukah’, utensílio sagrado dos judeus. Abaixo, desenho que lembra um calendário solar maia ou asteca, cuja precisão até hoje intriga estudiosos Cortesia Colin Andrews
  • 44. 44 Wallacy Albino explicar as 2.300 formações registradas, já que afirmava ser o autor de apenas 200? A pergunta o obrigou a corrigir sua afirmação original de que era o responsável por todas as for- mações desde 1976. Conclusão: ainda havia muitas perguntas que os dois homens não podiam responder, com seu pedaço de corda e vara. Natural de Wiltshire, Andrews sacrificou sua posição de chefe de engenharia eletrônica no Test Valley Borough Council para passar mais tempo estudando o fenômeno dos círculos. Ele é um dos poucos pesquisadores no mundo que faz pes- quisas em tempo integral. Também é coautor do best seller Circular Evidence [Evidência Circular], obra presente na lista de leitura da falecida rainha britânica. Tendo passado a maior parte dos últimos 20 anos coletando informações, Andrews possui o maior banco de dados que existe sobre os círculos. Embora não seja cientista, é provavelmente a maior autoridade no assunto, já tendo palestrado sobre o tema em todo o mundo. Inclusive, foi convidado a apresentar o tema às Nações Unidas e viajou a Moscou para expor suas descobertas a uma assembleia internacional de cientistas. Aturando o ceticismo da mídia no início dos anos 90, man- teve-se firme em sua convicção de que o fenômeno é verdadeiro. O CPRI, sediado em Connecticut (EUA), atraiu a atenção de pes- soas famosas, como o bilionário do petróleo e ex-congressista Lawrence Rockfeller, que admite se interessar por Ufologia e fenômenos paranormais. O envolvimento de Rockfeller tem sido expressivo. Suas verbas ajudaram na instalação de um novo sistema computadorizado que explora tecnologia de posicio- namento global por satélite, permitindo localizar formações de círculos em todo o mundo. Os dólares de Rockfeller também custearam voos regulares para pesquisa sobre Hampshire e Wiltshire, na Inglaterra. Além disso, investigadores particulares também foram con- tratados na tentativa de esclarecer algo sobre o que Andrews chama de “um problema em larga escala”. O estudioso quer
  • 45. 45 O Mistério dos Círculos Ingleses aproveitar a experiência desses profissionais para descobrir se há sinais da ação humana na criação dos círculos. “Estes ho- mens sabem procurar detalhes que passariam despercebidos a um ufólogo”, comentou. Ele acredita que o público britânico está começando a se interessar pelo enigma dos círculos nas plantações: “Entre 1990 e 1991, vimos o auge do interesse público. Praticamente em todas as ruas do país havia alguém conversando sobre o fenômeno”. Circular Evidence chegou à lista de leitura da ex-rainha Elisa- beth e o fenômeno dos círculos estava sendo mencionado até no parlamento. Mas a atenção tinha diminuído após as histórias de Cortesia Crop Circle Connector SÍMBOLOS QUE LEMBRAM INSETOS Estranhas figuras entre os círculos ingleses parecem insetos. Ao lado, o esqueleto de um aracnídeo, formado a partir de simples círculos entrelaçados. Abaixo, outro inseto, observado numa formação em Barbury Castle, em julho de 1994 Cortesia Crop Circle Connector
  • 46. 46 Wallacy Albino Doug e Dave. “Agora estamos vendo o público voltar a atenção para o fenômeno novamente. Estou recebendo e-mails de todas as partes do mundo, convidando-me a dar palestras e divulgar informações”, finalizou. Estudiosos de outras disciplinas paracientíficas vêm se debruçando sobre o fenômeno há muitos anos, em busca de explicações racionais para seu aparecimento. Quase todos pro- curaram o mesmo tipo de evidência que Andrews: que indicasse um componente humano na fabricação dos círculos. Entre- tanto, fracassaram, pois nenhum vestígio da ação humana foi encontrado em mais de 70% dos círculos descobertos. Andrews desabafa: “Isso significa simplesmente que, se os círculos não são feitos pelo homem, então alguém que não é da Terra os está produzindo”. Apesar da imprensa, de um modo geral, ter dado o caso por encerrado, acreditando na história dos velhinhos ceifado- res, permitindo que a população cresse que o caso já estava resolvido, o mistério foi se intensificando. Os círculos viraram símbolos, figuras complexas e extraordinárias e a dupla de apo- sentados ingleses continua recebendo o mérito. A quantidade e a complexidade dessas figuras aumenta a cada ano, eviden- ciando que as formações jamais nasceriam de mãos humanas, mesmo que houvesse uma multidão de pessoas interessadas em produzir tais desenhos. São formações com características específicas, geometricamente perfeitas. Os caules ficam incli- nados sem serem danificados, formando uma linha exata que separa tais caules, que permanecem inclinados, daqueles que continuam em pé, uma simetria extraordinária que os frauda- dores não conseguem obter. Atualmente têm surgido, em média, cerca de 300 figuras por ano, somente em solo europeu, o que dá um total de mais de 12 mil figuras já listadas do início do fenômeno ao começo desse século. Criar um círculo é algo extremamente difícil, demorado, exaustivo, caro e, principalmente, ilegal. Mesmo assim, alguns grupos continuam agindo e falsificando pequenas formações. O
  • 47. 47 O Mistério dos Círculos Ingleses ato de se produzir uma dessas figuras numa plantação particular é encarado como um crime de severas punições, apesar de que até os dias de hoje nenhum grupo ainda foi preso por ter sido flagrado forjando uma dessas figuras. Tais grupos, autointitulados de circle makers, os fazedores de círculos [www.circlemakers.org], afirmam que não agem assim apenasporbrincadeiraouparaenganarospesquisadores,masque encaramissocomoartesagrada, que se utiliza de uma linguagem milenar. Todos os grupos dos supostos criadores de círculos que foram entrevistados já relataram ter presenciado fenômenos estranhos e acontecimentos inexplicáveis no meio das planta- Cortesia Colin Andrews SÍMBOLOS QUE SE ASSEMELHAM A MANDALAS Não se sabe ao certo porquê, mas figuras esotéricas semelhantes a mandalas são abundantes nos campos ingleses. Como nesses exemplos, sendo o de cima uma formação descoberta em Bythorne, em setembro de 1993 Cortesia do Autor
  • 48. 48 Wallacy Albino ções, como o surgimento de luzes misteriosas e bolas luminosas que se movimentam pelo meio das plantas. Richardson Julia- no, um dos fazedores de círculos de Northampton, contou que numa noite, enquanto tentava produzir uma figura em forma de pentagrama, perto de Cranford Andrews, observou uma luz alaranjada surgir sobre uma colina existente no local. Isso o fez concluir que os círculos que produzia estavam atraindo UFOs que tentavam se comunicar. Esta versão apareceu após casos em que figuras formadas por pessoas eram finalizadas misteriosamente, na mesma noite. Outro grupo relatou que, ao se dirigir para o interior das plantações, com a intenção de criar alguns desenhos, foram cercados por raios de luzes que os circundava, sem que pu- dessem identificar a origem desses raios. Outros, por sua vez, alegam ter a sensação de serem vigiados enquanto permanecem na plantação. Desta forma, muitas pessoas acreditam que, ao criar uma dessas figuras, ela se torna um imã, motivando a ocor- rência de fenômenos psíquicos. Todos esses casos envolvendo os circle makers aumentou o mistério sobre o significado dos desenhos. Nos últimos anos, membros da comunidade científica têm demonstrado um súbito interesse pelo fenômeno, colabo- rando com a boa pesquisa que já está em andamento. Talvez um dia encontremos a resposta para os círculos nas plantações ou até mesmo ele já tenha sido respondido. Mas, a medida em que esses círculos continuam aparecendo, em números cada vez maiores e em várias partes do mundo, exibindo estranhas características, uma coisa é certa: quem alega ser responsável por eles, certamente deve ter muito trabalho a fazer. Teorias que não convencem... Diversas hipóteses foram levantadas para explicar a origem das figuras. Alguns pesquisadores buscaram explicações naturais, tais como fenômenos climáticos inusitados e casualidades me- teorológicas. Uma dessas teorias defende que a Terra liberaria
  • 49. 49 O Mistério dos Círculos Ingleses uma energia interna incomum, em forma de espiral, que, em contato com nossa atmosfera, causaria estranho efeito nas plan- tações, ocasionando formações circulares. Também foi levan- tada a hipótese de que os círculos poderiam ser manifestações do fenômeno poltergeist, expressão que denomina as ações de espíritos brincalhões. Algumas pessoas relataram ter presencia- do inusitados acontecimentos no meio das plantações, outras ouviram sons intrigantes. Há também aqueles que viram luzes nos locais das formações, manifestações supostamente geradas por plasmavortex ou energias plasmáticas. Nos anos 80, bem antes de surgirem Doug e Dave, o cientista Terrence Meaden formulou a Teoria do Vórtice de Plasma, numa tentativa de explicar o fenômeno. Meaden de- fendia que vórtices até então desconhecidos se formavam acima do solo e desciam subitamente, mais ou menos como um raio, o que explicaria o padrão espiral de muitos dos cír- culos nas plantações. Essa teoria ganhou considerável apoio. Em um laboratório no Japão, o doutor Y. H. Ohtsuki e o professor H. Ofuruton corroboraram as alegações de Meaden, produzindo vórtices semelhantes com o uso de descargas eletrostáticas e interferência de microondas e o professor H. Hikuchi forneceu mais evidências do fenômeno, proporcio- nando modelos teóricos dos vórtices de plasma. Detalhe de como ficam as plantas após a ação desconhecida que provoca a dobra dos caules sem seu rompimento Arquivo UFO
  • 50. 50 Wallacy Albino Por mais satisfatória que essa possibilidade parecesse, ra- pidamente começou a perder crédito, pois não era capaz de explicar os complexos pictogramas, que naquela época já co- meçavam a aparecer. Eram figuras mais elaboradas do que as circunferências isoladas dos anos 80. Grupos de círculos unidos através de linhas e curvas começaram a aparecer com mais frequência. Formavam imagens geometricamente complexas, muitas das quais se assemelhavam a antigos símbolos religio- sos, tais como a cruz celta e a estrela de Davi, do Judaísmo. A ideia de simples vórtices criarem tão intrincados glifos parecia absurda. De repente, a teoria do doutor Meaden já não era tão boa e precisava ser reavaliada. Muitas outras explicações surgiram tentando justificar aquilo que Meaden não conseguira decifrar. Todos os tipos de proposi- ções interessantes vieram à tona. Tudo, desde energia terrestre até experimentos militares, foi explorado como possível causa. O número de pesquisadores dos círculos ingleses, alguns dos quais vinham estudando o fenômeno desde a década de 70, foi aumentando diante dos olhos do público. Grandes operações de vigília foram montadas em Alton Barnes e no Castelo Bratton, duas das áreas inglesas em que as formações nas plantações são mais frequentes. Nesses locais, os campos eram afetados todos os anos. Câmeras e equipamentos de gravação foram instalados, além de um sistema infravermelho de detecção. A operação do Castelo Bratton logo começou a dar resul- tados. Em um exercício de três semanas, foi possível notar uma formaçãojánosegundodia,aospésdeumantigofortesobreuma colina. Embora o surgimento do círculo não tenha sido filmado, os entusiasmados pesquisadores correram até o local; entre eles havia fotógrafos e jornalistas, ávidos por flagrar o fenômeno e, principalmente, o responsável por ele. E o que encontraram foi uma brincadeira de amadores. O desenho era simples. O milho tinha sido pisado intencionalmente e deixaram no centro uma bola de barbante e um jogo de horóscopo. Desapontada, a mídia foi aos poucos abandonando o local, deixando as vigí-
  • 51. 51 O Mistério dos Círculos Ingleses lias somente a cargo dos pesquisadores obstinados e alguns observadores regulares. Vários dias depois, e a 400 m dali, algo mais sério e promis- sor aconteceu. Noutro incidente bem documentado, algo que realizava movimentos circulares foi visto pelos pesquisadores através de lentes de visão noturna. Esse movimento durou uns 15 segundos, definindo a forma de um ponto de interrogação. Uma observação do campo foi feita no dia seguinte, mostrando justamente o desenho de um ponto de interrogação firmemente impresso na plantação de milho. Era uma das muitas alega- das aparições, cada vez mais relatadas. O público em geral e muitos pesquisadores vinham afirmando ter visto exibições de luzes, horas antes do aparecimento de uma nova formação. Os fazendeiros também costumavam contar histórias sobre uma estranha agitação de seus animais, ou a recusa deles em entrar numa certa parte do campo, onde apareceria um novo desenho no dia seguinte. Alguns relatos de testemunhas envolviam um grande nú- mero de pessoas e atraíam a atenção da mídia internacional. Na terça-feira, 10 de julho de 1990, os moradores de Alton Barnes, Duas imagens mostram o ponto central de figuras circulares, onde as plantas apresentam aspecto torcido, semelhante a um redemoinho Arquivo UFO
  • 52. 52 Wallacy Albino no Vale de Pewsey, foram repentinamente acordados quando todos os cães do vilarejo começaram a latir incessantemente, por causa de um forte zumbido que permeava o ar noturno. Aqueles que conseguiram dormir perceberam, ao acordar, que não podiam usar seus carros para ir ao trabalho. Muitos des- cobriram que os veículos não davam a partida; alguma coisa havia descarregado as baterias. Carros, peruas e tratores não se moviam. Pouco tempo depois, os habitantes do vilarejo notaram uma vasta formação, medindo quase 181 m de um extremo a outro, e sem dúvida a mais sofisticada até hoje, materializada em um campo adjacente. Enquanto isso, e a apenas alguns quilômetros dali, apareceu outro desenho, quase idêntico em tamanho e forma. As primeiras testemunhas de que se tem registro nos tem- pos modernos são de 1972, quatro anos antes da alegada fraude de Doug e Dave ter começado. No dia 12 de agosto daquele ano, Bruce Bond e Arthur Shuttlewood estavam sentados em Star Hill, perto de Warminster, admirando o céu noturno. De lá, os dois alegaram ter observado a formação de um círculo: “De repente, ouvi um ruído. Parecia que alguma coisa pressionava o trigo. O ar estava completamente parado naquela noite. Olhei ao redor. A Lua tinha acabado de aparecer, muito brilhante. Diante de meus olhos, via uma impressão tomando forma. O trigo estava sendo empurrado para baixo, em movimento circular e no sentido horário”. Apesar do catálogo de aparições desde os anos 70, o fenômeno dos círculos nas plantações inglesas não é exclusivo dos tempos modernos. Relatos de círculos inexplicáveis nas plantações de milho remontam ao século XVII. Robert Plot, professor de Química em Oxford e, coincidentemente, o primeiro a descobrir e registrar um fóssil de dinossauro, fala sobre os círculos das fadas em seu livro Natural History of Stattfordshire, publicado em 1686. Nele, Plot descreve sua análise de círculos que apareciam nos campos cultivados ao redor do condado de Stattfordshire, às vezes em grupos de três ou mais.
  • 53. 53 O Mistério dos Círculos Ingleses As semelhanças entre a descrição desses círculos das fadas e as características demonstradas pelo espetáculo de hoje são difíceis de ignorar. Suas observações incluem diâmetro de 36,4 m ou mais, desidratação do solo e resíduo branco sulfuroso. Todas essas características aparecem em muitos dos círculos modernos. O fenômeno continua progredindo, alguns símbolos se repetiram por diversas vezes em diferentes anos e em locais distantes. Cientistas defendem, inclusive, a existência de uma representação de equações matemáticas extremamente sofis- ticadas. Desta forma, agrônomos, físicos, botânicos e ufólogos tentam desvendar e compreender os mistérios dessas impres- sionantes figuras. Ademais, um fenômeno que aparentemente muitos supunham se tratar de algo apenas passageiro, com o passar dos anos se tornou extraordinário e disciplinado. Isso vem atormentando a vida dos fazendeiros daquela região e in- trigando não só pesquisadores e ufólogos em todo mundo, que continuam a pesquisar, mas também os grupos que tentaram forjar os desenhos e se viram completamente envolvidos numa situação para a qual não há a menor explicação. Na edição de junho de 2001, a revista britânica UFO Ma- gazine UK [www.ufomag.co.uk] publicou uma matéria sobre os círculos ingleses. Entre as informações, entrevistas e descobertas havia o relato de David Park, que conta como seus pais presen- ciaram a criação de uma das figuras, numa noite em setembro de 1984. “Meus pais viram uma luz branca e brilhante, forte como um holofote, através da janela da sala de estar, nos fundos de sua casa, em Orpington, Kent”. Ao saírem para verificar, o casal viu uma enorme nave discoide, com aproximadamente 30 m de diâmetro, pairando a alguns metros acima da propriedade rural de Godington Park, Inglaterra. “Eles sentiram algo como uma forte lufada de vento que parecia vir da nave, e se seguraram para ficar de pé. O vento continuou, mas o tempo, eles disse- ram, estava frio, porém calmo, no resto da área. Luzes brancas brilhavam ao redor de toda a nave, piscando num sentido e voltando no sentido contrário”.
  • 54. 54 Wallacy Albino Eles notaram outra luz no alto da nave, enquanto o raio brilhante vindo da parte de baixo iluminava as casas e as es- tradas. “Depois, meu pai precisou ir de carro até as lojas da vizinhança e, no caminho, notou que o objeto se movera e agora parecia ter a forma de um charuto, com mais ou menos uns 60 m de comprimento”. Parecia pairar sobre a propriedade rural de St. Paul, ainda mostrando suas luzes. Quando volta- ram para casa, os dois observaram a nave naquela área até a meia-noite. Depois o vento parou e ela voou a uma velocidade incrível, desaparecendo no céu noturno. Na semana seguinte, um jornal local independente, o News Shopper, publicou uma matéria sobre o incidente. Parece que muitas pessoas na área tinham avistado a nave e forneceram descrições semelhantes ao testemunho de Park.
  • 55. 55 O Mistério dos Círculos Ingleses partir da década de 80, o enigma dos círculos foi am- plamente noticiado na mídia, na televisão, revistas e jornais. Todos queriam falar sobre o episódio e, assim como os cientistas, as pessoas apenas desejavam entender o que estava acontecendo. Ao contrário do que se imaginava ini- cialmente, as ocorrências foram crescendo ano a ano, cada vez mais complexas. Alguns estudiosos deixaram de se perguntar até quando isto aconteceria e centralizaram suas pesquisas numa das questões fundamentais que envolvem o assunto: desde quando o fenômeno vem surgindo? O interessante é que os pesquisadores têm a tendência de omitir informações e agir com cautela diante de relatos de cunho duvidoso. Seja como for, os primeiros círculos causaram espanto simplesmente porque apareciam. Atualmente, as formações assustam não somente pela origem desconhecida, mas, sobretudo, pela complexidade dos desenhos. Depois dessa exaustiva divulgação, surgiram histórias de círculos anteriores à década de 70. No entanto, é necessá- Capítulo 02 Os Misteriosos Enigmas do Planeta “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo”. — Sócrates A
  • 56. 56 Wallacy Albino rio registrarquenunca,emhipótese alguma, tinham sido encontrados desenhosoureferênciasdecírculos naquela época. Um exemplo foi o caso de Jean Songhurst, uma se- nhora que escreveu à revista Cou- ntry Life [www.kountrylife.com], no ano de 1992, dizendo que já tinha observado diversas formações em Donegal, Irlanda, há mais de 60 anos. Os círculos eram mantidos em segredo, pois os fazendeiros temiam que se o fato se tor- nasse público seriam prejudicados, já que cada grão vendido era importante para eles. A senhora Songhurst acrescentou à história que seu tio, residente na Escócia, também tinha visto algumas formações em sua fazenda, perto da cidade de Thurso, em 1890. Histórias como essas, originadas de testemunhas idosas, que sempre residiram no campo, tornaram-se comuns. Alguns pesquisadores chegam a acreditar que essas manifestações po- dem ter algo de concreto e que só se tornaram notórias devido ao excesso de publicidade sobre as ocorrências dos últimos 20 anos. Enquanto o debate acerca do início das formações se acirrava, os editores do Fortean Times [www.forteantimes. com], jornal especializado em fenômenos estranhos, explora- ram um achado que incendiou a polêmica em torno da origem dos círculos. Por sua vez, Bob Skinner descobriu numa livraria a reprodução de um panfleto datado de 22 de agosto de 1678, com o título de O Demônio Ceifador, que narrava uma história ligada aos círculos daquela época. O intrigante é que, quase no mesmo período, diversas pessoas acharam figuras semelhan- tes, em vários outros lugares, inclusive Jenny Randles, uma das ufólogas mais ativas da Europa. Pela primeira vez um panfletista do século XVII ilustrou a capa de um jornal especializado de 1989, o The Journal of
  • 57. 57 O Mistério dos Círculos Ingleses Meteorology [Volume 14, número 143]. Esse assunto ainda é motivo de debate: os desenhos seriam ou não a representação de um círculo? Mais que isso, podem ser o indício de que essas formações estão acontecendo há muito tempo. A lenda do demônio ceifador narra que um rico proprie- tário de terras possuía uma área de cultivo com aproximada- mente três acres e meio. Quando a plantação amadureceu, ele procurou um pobre camponês, na tentativa de contratá-lo A capa de um tabloide londrino de 22 de agosto de 1678, retratando a lenda do Demônio Ceifador. Na página anterior, outro demônio cuja lenda está associada aos círculos ingleses em tempos remotos Cortesia do Autor
  • 58. 58 Wallacy Albino para que colhesse o seu cereal. Entretanto, o empregado pe- diu um preço muito alto para realizar a tarefa, o que levou o fazendeiro a não aceitar a quantia. Depois de uma discussão entre ambos, o proprietário, irritado com o camponês, disse que o diabo colheria para ele, antes que tivesse que lhe dar o serviço e pagar o preço que lhe foi pedido. Naquela mesma noite, várias pessoas do vilarejo viram a plantação brilhando,comoseestivesseemchamas,durantetodaa madrugada.Namanhãseguinte,algunscamponesesforamcontar ao proprietário o que observaram e constataram que a aveia havia sido colhida pelo próprio demônio, que para mostrar sua destreza na arte agrícola e o seu desdém pelo modo de colher empregado na época, ceifou toda a plantação em círculos e depois dobrou os caules com tamanha precisão que teria sido necessário o trabalho deumavidainteira.Diantedaqueleepisódio,oproprietário,receoso, teve medo de levar a aveia para ser comercializada. Desde então, várias figuras começaram a surgir nas plantações durante a noite, o que levou os camponeses a realizarem rituais de cantos e danças na época da semeadura, para afastar o demônio. Essa relutância por comercializar a colheita é muito parecida com o receio que os fazendeiros de Hampshire têm em colher a plantaçãoafetadapelasformações.Emboraahistóriadodemônio ceifador seja apenas uma parábola para a disputa existente entre os fazendeiros ricos e pobres, e para acirrar a relação de poder entre eles, é necessário lembrar que no século XVII a ajuda que necessitavam era vinculada à ação divina ou demoníaca. Os panfletistas dessa época produziam suas melhores obras dentro do tema das forças sobrenaturais, que sempre faziam justiça aos desfavorecidos, pois essas entidades agiam contra os ganancio- sos e esbanjadores. Diversos pesquisadores vêm tentando inter- pretar o significado dos círculos, relacionando-os com símbolos matemáticos, sistemas astronômicos e simbologia de civilizações antigas. Em todo mundo celta, galês, teutônico ou escandinavo, os cultos agrícolas eram extremamente semelhantes aos ritos de adoração das forças da natureza.
  • 59. 59 O Mistério dos Círculos Ingleses Por isso, não é difícil entender o fascínio que os ritos exer- ciam sobre as sociedades arcaicas, que dependiam da terra de maneira tão direta. A partir de todo o material colhido da mitologia, folclore e dos costumes populares, surgem alguns vínculos bastante curiosos. Os antecedentes científicos para as tentativas atuais de compreender este fenômeno são bastante claros e as teorias sobre os ventos e redemoinhos, antigas. Quando se resolveu investigar as marcas circulares en- contradas no chão, em 1680, Robert Plot – então pesquisador do século XVII e professor de uma famosa universidade lon- drina – comportou-se da mesma forma que um pesquisador científico: foi para os campos, cavou a terra, provou-a, chei- rou-a, observou a saúde e as cores da vegetação, analisou o comportamento dos animais. Só assim pôde concluir que as hastes da planta estavam apodrecidas, o solo infectado de fungos e havia tubos ocos de relâmpago. Essa última ob- servação foi denominada no capítulo anterior como a Teoria do Vórtice Plasmático. Contudo, os anéis estudados por Plot eram formados em campos gramados, não havendo menções sobre áreas circulares e plantas amassadas na terra cultivada. Se os círculos misterio- sos fossem raros ou inexistentes, o que motivaria um aumento tão significativo na frequência de aparições? Assim como Plot A intersecção de dois círculos nesta belíssima figura encontrada em Ashbury, região de Oxfordshire, em agosto de 1996 Cortesia Michael Hesemann
  • 60. 60 Wallacy Albino ignorou a ideia do demônio ceifador – incidente ocorrido na mesma época em que o estudioso pesquisava –, é necessário descartar a possibilidade de que bruxas ou elfos dançarinos sejam os autores dos círculos. Stonehenge e o Corredor de Wessex Os primeiros círculos apareceram perto de Westbury, Wilt- shire, Inglaterra, em 1980. As formações posteriores ocorreram em 1981, perto de Winchester. No ano seguinte, surgiram de- senhos próximos a Warminster. Em 1983, por sua vez, novos círculos aportaram na região de Wessex e, em 1984, em Sussex. Esse último desenho, todavia, desqualificou uma nova teoria, denominada Corredor de Wessex, em referência às regiões de Westbury, Wiltshire e Warminster, pertencentes ao condado de Wiltshire e Hampshire. Tal teoria defende a existência de uma sugestiva linha imaginária que apontaria para a direção sudoeste, perto da Grande Pirâmide de Gizé1 , no Egito. Na verdade, essa ideia de localização exata dos círculos é refutada pela maioria dos pesquisadores. Existem, inclusive, casos documentados de fenômenos absolutamente idênticos, espalhados por lugares distantes. Porém, ao contrário do fenômeno, o corredor tem explicações plausíveis e extremamente terrenas. Inclusive, a im- prensa londrina está próxima à área mais noticiada do condado de Wessex, ignorando outras aparições e reforçando a tese do corredor. 1 A Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, cobre uma área de 52.611 m² e cada lado mede, na base, 228 m. Tem 148 m de altura e contém dois milhões e 300 mil blocos de granito, pesando, em média, duas toneladas e meia cada um. Alguns desses blocos são maiores e chegam a pesar 15 toneladas. Do outro lado do Rio Nilo, e a apenas 13 km a oeste da atual cidade do Cairo, a Pirâmide de Quéops ergue-se sobre o relativamente alto platô de Gizé, juntamente com as pirâmides de Quéfren e Miquerinos.
  • 61. 61 O Mistério dos Círculos Ingleses Examinando um mapa da distribui- ção de todos os círculos notificados na Grã-Bretanha, pode-se ver claramente que o Corredor de Wessex é um conceito artificial. Entretanto, muitos círculos con- tinuam a aparecer próximo a Stonehen- ge, Avebury, Silbury Hill e nas sepulturas de Wessex, sítios arqueológicos muito importantes. Dessa forma, associar o fenômeno às misteriosas pedras soa irresistível para alguns pesquisadores, e ao se falar sobre círculos ingleses é obrigatório que se comente também sobre Stonehenge. A mais antiga referência ao monumento, su- põe-se, foi a que fez o grego Hecateu de Abdera, na História dos Hiperbóreos, datada de 350 a.C.: “... ergue-se um templo notável, de forma circular, dedicado a Apolo, deus do Sol...” Essas imagens, tão misteriosas quanto os círculos, foram muito questionadas quanto à sua origem e utilidade. Assim, Sto- nehenge continua com seus enigmas essenciais, em relação aos métodos de transporte usados na locomoção das pedras azuis, originárias das montanhas de Gales, que hoje se encontram na Planície de Salisbury, sudoeste da Inglaterra [Isso significa um deslocamentode400km,incluindoatravessiamarítimadepedra, que pesa aproximadamente 12 toneladas cada]. A incrível formação que surgiu próxima a Stonehenge, em 1996. Trata-se de um complexo de círculos numa disposição espiral perfeita, conforme estudo abaixo Foto e croqui cortesia Michael Glickman
  • 62. 62 Wallacy Albino Os pesquisa- dores ainda ques- tionam que civi- lização construiu Stonehenge e qual a finalidade de um círculo composto por pedras eretas, com aproximada- mente três mil anos a.C., segundo alguns arqueólogos. Atra- vés de marcas existentes no solo, calcula-se que pelo menos metade das pedras originais desapareceu misteriosamente. O nome vem de um termo inglês muito antigo, que significa pedras suspensas. Supõe-se que sejam representações geo- gráficas, mapas astronômicos, simples decorações ou uma espécie de árvore genealógica, em que a figura central seria o homem do grupo cercado por seus familiares. Algumas das inúmeras lendas que atribuem poderes místicos às pedras de Stonehenge, tal como se moverem sozinhas, transmitiram energia às pessoas que permaneceram em seu interior por algum tempo. Outros creem que o monumento pode fertilizar mulheres estéreis, curar pessoas que estão enfermas e, às vezes, sussurrar previsões para àqueles que encostarem seus ouvidos nos blocos de pedra. Sensitivos também relatam ter passado por algumas ex- periências sobrenaturais quando permaneceram no interior do monumento. Curiosamente, essas estranhas sensações também são percebidas por diversas pessoas que caminham no interior dos círculos, sendo que algumas chegam a sentir náuseas e fortes dores de cabeça quando ficam por um tempo muito prolongado no centro das figuras. Da mesma forma, existem algumas lendas que fazem menção ao fenôme- no dos círculos em épocas remotas, comprovando que esses desenhos já vêm surgindo há muito tempo naquela região – o que nos faz especular que supostamente o monumento pode Cortesia UFO Magazine UK
  • 63. 63 O Mistério dos Círculos Ingleses ter sido erguido por alguma civilização antiga, justamente com o objetivo de imortalizar o fenômeno dos círculos, que ocorre intensamente perto de algumas colinas pré-históricas como Silbury, um morro artificial com cerca de 40 m de altura por 22 mil m² de base. Oscírculosingleses–denominadosagroglifos – representam a mais surpreendente mensagem enviada aos homens. Toda- via, tal como as formações inglesas, os geoglifos demonstram A famosa espiral que surgiu ao lado do histórico monumento de pedras megalíticas Stonehenge [Veja detalhe na página anterior]. Segundo estudiosos, a formação marcou a predominância por espirais em 1996, sem que se conheçam as razões para isso Cortesia Lucy Pringle
  • 64. 64 Wallacy Albino aos ufólogos a presença de seres extraterrestres. O primeiro é feito nas imediações de sítios arqueológicos, tal como Avebury e Stonehenge, que teria sido construída por seres humanos que mantinham contato com extraterrestres – segundo a hi- pótese mais aceita pela comunidade ufológica inglesa. Os círculos, por conseguinte, seriam uma mensagem de adver- tência, revelando que esse contato será restabelecido um dia. Os geoglifos, porém, são desenhos grandes, representando frequentemente figuras geométricas compostas por vários círculos, triângulos, espirais e linhas retas localizadas uma ao lado da outra. Ao redor e no interior destas linhas há grandes zonas trapezoidais. Mais antigos que os geoglifos, os biomorfos se asse- melham mais aos círculos atuais, já que as quase 70 figuras estilizadas formam animais como aranhas, pelicanos, entre outros, que lembram as formações recentes. Estes desenhos parecem ter sido criados cerca de mil anos antes do surgimento dos geoglifos. Os animais não se alinham, nem sequer estão na mesma direção das formas geométricas. Muitas linhas de Nazca, no Peru, por exemplo, parecem não ter nenhum padrão. Correm em todas as direções possíveis. Algumas delas se estendem por oito até dez quilômetros, passando por colinas e vales. Esses sinais só foram reconhecidos nos anos 30, com os primeiros moradores da região. Uma das últimas mensagens em pedras foi encontrada no Brasil, mais precisamente no Estado do Acre. Figuras geométricas gigantescas, com formas milimetri- camente perfeitas, foram descobertas pelo paleontólogo Alceu Ranzi, nas proximidades de Boca do Acre. O achado, ocorrido no ano de 2001, quando Ranzi voltava de uma viagem a Brasília, demonstrou que em pesquisas preliminares foram encontradas seis figuras, localizadas a cerca de 10 km de Rio Branco. O primeiro grupo de figuras encontra-se dentro da Fazenda Co- lorado, pertencente ao comerciante conhecido como Alemão. É composto de um círculo perfeito, com 80 m de diâmetro e
  • 65. 65 O Mistério dos Círculos Ingleses 40 m de raio, um quadrado perfeito, com 130 m de lado e em formato de U. O segundo grupo localiza-se nas terras do sitiante Jacó Sá, mostrando a figura de um quadrado com um círculo dentro e mais uma figura octogonal. “Era final de tarde e o primeiro geoglifo que vi foi um círculo, que me chamou muita atenção pela sua perfeição. Passávamos em cima do seringal Bagaço e busquei um ponto de referência para que posteriormente pudesse ir ver in loco o que era aqui- lo. Pouco tempo depois, peguei o fotógrafo Edson Caetano e sobrevoei a área em busca do círculo. Para minha surpresa, acabamos por encontrar outras figuras que só ficaram em des- coberto devido aos desmates da região”, explicou Alceu Ranzi. Assim como as formações nas plantações inglesas, os geoglifos foram associados ao Fenômeno UFO. Devido à proximidade do lugar e a similaridade entre as figuras, Alceu defende que os geoglifos descobertos possuem um fio de ligação com discos voadores. “Acredito que a ori- gem das figuras tenha relação, com a diferença de que lá foi escavada em rocha e aqui, na terra. Para provar isso, teremos que fazer muitas pesquisas e buscar novas marcas do mesmo tipo que estejam escondidas na floresta. É um novo desafio que vale a pena ser pesquisado com profundidade”, comentou. Essa descoberta coloca o Brasil entre os maiores sítios arqueológicos Detalhe de um dos círculos mais incomuns, aquele que mostra uma espécie de sistema estelar. Vê-se os montículos de cereal ainda em pé, em meio às plantas dobradas Cortesia Crop Circle Connector
  • 66. 66 Wallacy Albino do mundo e se resolvido os mistérios que o envolvem, algumas das perguntas mais simbólicas da História da Humanidade es- tarão a um passo de serem respondidas. Desse modo, uma das teorias diz que os retângulos e as linhas retas são algum tipo de pista de aterrissagem para naves extraterrestre. Como alguns deles terminam abruptamente em cima de montanhas ou pedras, elas não poderiam ser estradas normais. Outras figuras ficaram largamente conhecidas na década de 70 através do livro Eram os Deuses Astronautas?, do autor suíço Erich von Däniken, que defendia que as civilizações pré- colombianas, assim como a astecas, teriam sido visitadas por Fotos cortesia Universidade Federal do Acre
  • 67. 67 O Mistério dos Círculos Ingleses Os geoglifos descobertos no Acre e pesquisados pela Universidade Federal daquele Estado. São desenhos feitos no solo, com depressão da terra. Estima- se sua idade em centenas de anos e sua origem como sendo indígena. Assemelham- se aos círculos ingleses, mas sua natureza é totalmente diversa Fotos cortesia Universidade Federal do Acre alguma forma extraterrena inteligente, que teria deixado suas marcas na região. Contudo, outra corrente defende que as fi- guras foram escavadas nas pedras do vale como uma espécie de santuário, onde se realizariam festas e oferendas para que os deuses mandassem chuva e fartura na região, que é seca e pedregosa. Mas algumas perguntas importantes permanecem sem res- postas satisfatórias: como todos estes desenhos foram feitos? Por quem? Com que propósito? Como povos antigos puderam utilizar o terreno do deserto para traçar sinais enormes e figuras de dimensões tão perfeitas, sem qualquer possibilidade de se
  • 68. 68 Wallacy Albino olhar para elas ou calcular a perfeição de seus desenhos? Como poderiam estar seguros do que estavam fazendo sem apreciá-los de uma grande altura? Seriam tais figuras dedicadas a um Deus ou será que serviriam como algum sinal amável para visitantes vindos do espaço? O porquê, quem e quando essas estruturas foram criadas ainda é um mistério que a Ciência apenas come- çou a estudar.
  • 69. 69 O Mistério dos Círculos Ingleses nicialmente, os círculos eram considerados indícios de pou- sos de naves espaciais. Muitos pesquisadores afirmavam que tais marcas peculiares eram sinais deixados pelo que conhecemos como trem de pouso, as supostas hastes de apoio, ouseja,quatrocírculospequenossimetricamenteaoredordeuma circunferência principal. No entanto, para alguns ufólogos e pes- quisadores estava evidente que as formações eram de origem alienígena, porém há diferenças entre as marcas de pouso e os círculos, a plantação não fica queimada, fato bastante comum nos chamados ninhos de UFOs. Alguns desenhos chegaram a surgir embaixo de redes elétricas, sem que as fiações fossem danificadas, condição que impossibilitava a aterrissagem. A ligação com o Fenômeno UFO se intensificou e desper- tou o interesse da maioria dos ufólogos, principalmente pela quantidade de depoimentos de avistamentos nos locais de maior incidência do fenômeno, frequentemente vistos nas pro- ximidades em que os desenhos apareciam. Com isso, passou- se a obter vários registros fotográficos, de sondas ufológicas Capítulo 03 A Ligação dos Círculos com UFOs “Se o conhecimento pode criar problemas, não será através da ignorância que iremos solucioná-los”. — Isaac Asimov I
  • 70. 70 Wallacy Albino – objetos voadores minúsculos e não tripulados – sobrevoando as plantações, antes e depois dos desenhos surgirem. Uma ca- racterística dos círculos misteriosos é o seu indubitável vínculo com o Fenômeno UFO. As pessoas podem apresentar duas reações: dizer que os discos voadores são tolices ou talvez encará-los como naves es- paciais alienígenas, tripuladas por homenzinhos verdes (ou cin- zentos), que representam uma imagem criada por Hollywood e pelos tabloides sensacionalistas, incapazes de compreender a complexidade do fenômeno. Mas os UFOs não são tolices e sua natureza está além da ideia simplista de naves vindas de outros planetas. Mais comumente, a visão de UFOs, associada ao aparecimento de círculos nas plantações, tem ocorrido em lugares onde as formações não tinham sido vistas anteriormen- te; é como se os mistérios do céu estivessem semeando os novos locais de pouso, criando círculos misteriosos! Em 1990, registraram-se outros exemplos de visões de UFOs, antes do aparecimento de figuras em Bickington, Devon e em Hopton, Norfolk. Em Bickington, um objeto misterioso, com fortes luzes coloridas que piscavam, foi visto no mesmo lugar onde apareceu na manhã seguinte um círculo enigmático com sete satélites ao seu redor. O caso mais recente, em Norfolk, que ainda está sob inves- tigação, parece estar associado à formação de outros círculos com vários satélites. É interessante observar que essa ocorrência foi registrada num lugar sem fatos similares. Uma formação de vários UFOs, na região de Warminster, no final das décadas de 60 e 70, com alguns círculos e sinais, foi notada na mesma época. Por outro lado, deve-se observar que esses UFOs se apresentaram na maioria das vezes como naves estruturadas e luminosas, cujo desaparecimento ocorreu numa fração de se- gundo, em pleno ar. Em determinados casos, testemunhas viram formações semelhantes aos círculos quíntuplo, triplo alinhado e triplo equilateral, que observamos durante a década de 80. Essas visões ocorreram precisamente em lugares como Warmins-
  • 71. 71 O Mistério dos Círculos Ingleses ter, Upton Scudamore e Westbury, onde hoje são encontrados os círculos ingleses. O que nos faz chegar à conclusão de que ou essas sondas realmente estão de alguma maneira formando tais desenhos nas plantações ou então elas podem estar muito interessadas nas mesmas e, em consequência, podem estar se aproximando para observá-las cada vez mais de perto. Apesar do governo britânico até hoje não ter se manifestado sobre o mistério dos círculos, é público o fato de que houve o investimento em diversas pesquisas que, inclusive tentavam desvendar o fenômeno, que foi discutido no Parlamento Foto rara de uma suposta sonda ufológica, que geralmente é um ponto de luz com 20 cm a 1,2 m de diâmetro, flagrada por um cinegrafista amador sobre um círculo recém-produzido Cortesia Busty Taylor
  • 72. 72 Wallacy Albino Britânico. A família real chamou para uma consulta especial o lorde Solly Zuckerman, principal conselheiro científico do Ministério da Defesa, mas se chegaram a alguma conclusão, não foi divulgado. São comuns os relatos de moradores das regiões em que o fenômeno ocorre com maior intensida- de relatarem a presença de helicópteros negros, sem qualquer tipo de identificação, sobrevoando as plantações onde surgiram desenhos. Supostamente, o príncipe Charles teria pedido ao De- partamento de Ciência e Tecnologia britânico (MoCT) para que fosse informado de todas as descobertas relacionadas ao assunto. No entanto, o príncipe nunca veio a público se manifestar a respeito e dizer se o dinheiro que investido surtiu efeito de alguma maneira. Ademais, surgiram informações de que algumas sociedades secretas, como os Cavaleiros Templários de Malta, estariam envolvidas com o fenômeno e que o Ministério da Defesa da Inglaterra (MoD) estaria en- cobrindo o caso. Houve também indícios de que as próprias forças armadas britânicas teriam forjado algumas figuras, na tentativa de afastar o público da exata pista sobre o misté- rio. A formação gigantesca de Wiltshire, registrada em 12 de agosto de 2001, mais precisamente em Wansdyke, Milk Hill, é composta de 409 círculos separados com um diâmetro total de aproximadamente 300 m. Seu tamanho enorme, a precisão e riqueza de detalhes eliminam toda e qualquer possibilidade de participação humana em sua criação. A ideia de que forças naturais poderiam ser responsá- veis também é absurda. A pesquisadora de formações de círculos e produtora de TV, a norte-americana Linda Moulton Howe, realizou levantamentos profissionais que concluíram que pelo menos dois dias seriam necessários para mapear o solo para aquela formação, e isso se o trabalho fosse feito à luz do dia! A tarefa essencial teria sido particularmente di- fícil por causa das ondulações acentuadas do campo. John Lundberg, porta-voz dos principais assumidos criadores de
  • 73. 73 O Mistério dos Círculos Ingleses falsos círculos, admitiu que se eles tivessem apenas quatro horas de escuridão, teriam de achatar a plantação para cada círculo individual a cada 30 segundos, o que lhes daria pouco tempo até o levantamento feito à luz do dia. A hipótese de que essa formação teria sido feita em vários dias, sem ser notada, é igualmente ridícula. As pessoas que conhecem a localidade sabem que os pes- quisadores mantêm um intenso escrutínio da área nos meses de verão. Qualquer nova formação é detectada em poucas horas pelos numerosos helicópteros e pequenos aviões que sobrevoam a área durante o dia, e até por pessoas saltando de asa delta das Acima, a famosa formação de Oliver’s Castle, em Wiltshire, descoberta em agosto de 1996. Sua origem é atribuída à ação de sondas ufológicas. Abaixo, uma formação mais recente, também da mesma área, encontrada pelos estudiosos em 1997. Ela foi apelidada de Aranha Fotos cortesia Crop Circle Connector
  • 74. 74 Wallacy Albino colinas na vizinhança, um ponto turístico no alto da montanha muito frequentado por andarilhos e excursionistas. Alguns Casos Inexplicados Existem vários casos inexplicados envolvendo os círculos ingleses nas regiões onde surgem, tornando o fenômeno mais enigmático. Pesquisadores e curiosos relataram que, em algumas ocasiões, suas máquinas fotográficas deixavam de funcionar no interior das formações, assim como as baterias de filmadoras se descarregavam instantaneamente. É comum ouvir ruídos estranhos e observar misteriosas luzes movimentando-se pela plantação, além de relâmpagos no céu, mesmo quando a noite está totalmente estrelada e sem nuvens. Esses acontecimen- tos são registrados principalmente em vigílias noturnas. E algo ainda mais assustador é o fato de algumas pessoas mudarem sua personalidade após passarem a noite no meio da planta- ção. Que estranho efeito alteraria a personalidade de alguém? Seriam dispositivos capazes de usar o poder do planeta para gerar e provocar efeitos paranormais e psíquicos em quem se aproxima deles? Será que algum tipo de energia invisível causa as formações? Isso também afetaria os animais? Oprimeiroregistrodessassituaçõesocorreuem1986,quando o pesquisador inglês Colin Andrews levou para sua casa algumas amostras do solo de uma plantação próxima a Wantage, onde havia surgido uma figura. Depois disso, ele e sua família passa- ram a ser perturbados por uma série de manifestações típicas de atividades vinculadas ao fenômeno poltergeist. A esposa do pesquisador declarou ter sentido uma presença maligna dentro de casa por diversos dias. Outro episódio semelhante aconte- ceu em 21 de agosto de 1988. J. C. Belcher observou ovelhas pastando num campo em Baildon Moor, próximo a Yorkshire, onde havia dois círculos simétricos no meio do terreno. Con- formeafirmouBelcher,“...pareciaquealgumaradiaçãomisteriosa estava sendo emanada de cima ou debaixo da pastagem”. O
  • 75. 75 O Mistério dos Círculos Ingleses circólogo Ralph Noyes comenta que os círculos eram formados pelas próprias ovelhas que lá pastavam. Será que algum tipo de energia invisível, que possivelmente estaria causando esse efeito nas plantações, também poderia afetar animais? No mês de junho de 1990, foi organizada uma expedição para procurar novos círculos, que durou cerca de 10 dias e foi realizada entre as localidades de Silbury Hill e Wansdyke. Durante a operação, seus integrantes ouviram zumbidos inexplicados, semelhantes ao som das abelhas, e vinha do interior das planta- ções. Em 12 de julho do mesmo ano, surgiu um pictograma na plantação de trigo abaixo de Adam’s Grave, em Alton Barnes. A figura media 130 m de comprimento e um morador que reside a menos de um quilômetro do local declarou ter ouvido um estranho zumbido no meio da noite, no mesmo instante em que todos os cães da aldeia começaram a latir. Coincidentemente, alguns moradores afirmaram que vários carros tiveram problemas elétricos pela manhã, embora não seja possíveldeterminarse o que ocorreu durante aquela noite causou o chamado efeito eletromagnético (EM) nos motores dos auto- móveis. Outro acontecimento interessante, e que talvez prove em definitivo a ligação dos desenhos com os UFOs, ocorreu no Japão no dia 15 de abril de 1991, na vila de Akikawa-Cho, que pertence ao município de Kanagawa. Nesse dia, dois garotos A formação de 12 de junho de 1995, encontrada em Telegraph Hill, em Hampshire, também lembra um sistema estelar Cortesia Lucy Pringle
  • 76. 76 Wallacy Albino supostamente testemunharam a criação de um círculo, quando, por volta das 16:30 h, Masamitsu Kikuchi, estudante de apenas 10 anos na época, estava andando de bicicleta numa estrada próxima a sua casa e teria visto um objeto alaranjado e bastante luminoso, voando lentamente em sua direção. O garoto tentou correr, mas teria ficado paralisado. Mesmo assim, observou o objeto, que descreveu como um pão inchado e redondo no centro, de cor laranja intensa, e um pouco mais amarelado nas bordas. Segundo o depoimento, “... o objeto parou sobre a pastagem, diminuiu sua luminosidade e de repente emitiu uma fumaça, como se fosse uma espécie de massa de vapor branco, que permaneceu alguns metros abaixo do objeto”. A fumaça era translúcida e aumentava constantemente, girando em direção ao chão, formando um cone. Quando tocou o solo, a testemunha sentiu uma desconfortável brisa, além de gotas de vapor no rosto, enquanto escutava um grunhido ao seu redor. O garoto presenciou quando a grama estava se inclinando e ondulando do centro para a base e, em questão de minutos, havia se formado um perfeito círculo. Depois disso o cone de fumaça levantou-se vagarosamen- te, foi reduzindo seu tamanho e desaparecendo na direção do objeto. Quando o UFO sumiu entre as nuvens, Kikuchi recuperou-se e chamou por seu amigo Tanaka, que estava nas proximidades. Ao aproximar-se de Kikuchi, viu o objeto aparecer parado, ao lado do primeiro círculo formado. Os dois garotos foram imobilizados, enquanto presenciavam o objeto, que estava transparente, quase imperceptível, expe- lindo o vapor e formando um anel na vegetação. Em seguida, um círculo concêntrico no interior do anel e logo depois um terceiro círculo dentro do anterior. As crianças afirmaram que o objeto não girava, somente o cone de vapor agia assim. Ao sentirem-se livres, os garotos corre- ramparadentrodocírculoepuderamsentiromatoaindaquentee úmido.Avegetação,decercade50cm de altura, estava rebaixada, formando ângulos retos e sem galhos quebrados.
  • 77. 77 O Mistério dos Círculos Ingleses Quando tentaram reerguer alguns dos galhos que estavam inclinados, estes se partiram. Numa madrugada de julho de 1991, a pesquisadora Rita Gold e outros investigadores do fe- nômeno dos círculos, que lhe faziam companhia, durante vigília em um campo próximo à pequena aldeia de Alton Barnes, na Inglaterra – uma região de alta incidência – observaram, por volta das 03:00 h, uma coluna branca luminosa que desceu lentamente de uma nuvem em direção a uma colina próxima daquele local. Aquela luminosidade envolveu todo o cume da elevação, que tem cerca de 240 m de diâmetro, e depois a coluna se desfez repentinamente. O episódio durou aproxi- madamente oito segundos e não deixou nenhum vestígio que pudesse ser descoberto durante o dia. Isso ocorreu quando, na noite de 23 de julho de 1991, sur- giu um pictograma na Alemanha. Dias após o aparecimento do desenho, um jovem que estava equipado com detector de metais encontrou três moedas bastante antigas, uma de ouro, outra de prata, e uma terceira de bronze, enterradas na figura. Mas o que chamou mais a atenção é que nessas moedas estava esculpido o mesmo desenho que havia surgido na plantação. Após análise foi possível constatar um elevadíssimo grau de pureza nos metais, algo que seria praticamente impossível de se obter na época em que aquelas moedas haviam sido cunhadas. O objeto encontrado em Litchfield, na região de Hampshire, em julho de 1995. Sua complexidade está sendo até hoje investigada Cortesia Steve Patterson
  • 78. 78 Wallacy Albino No ano de 1993, por brincadeira,alguém forjou uma peque- na figura composta por uma formação curva numa plantação em Wiltshire. O interessante foi que naquela mesma noite apareceu outra figura com as mesmas características, proporção e ângulo, a cerca de oito quilômetros daquela, o que foi interpretado pelo autor como sendo uma resposta pelos verdadeiros autores ao seu desenho. A partir daquele ano, isso passou a se tornar algo tão frequente que não seria possível se tratar apenas de uma simples coincidência. Em junho de 2000, um fazendeiro da vila de Yuzhnoye, região do território russo de Stavropol, chamou os policiais lo- cais quando encontrou estranhas marcas em seu campo de cevada, semelhantes às descobertas na Inglaterra. Eles colheram depoimentos dos proprietários da região, que afirmaram que na noite em que os desenhos surgiram um objeto muito intrigante pousou na plantação e voou segundos depois. Um exame mais apurado no local revelou quatro círculos distintos, sendo que o maior, localizado no centro da figura, media cerca de 20 m de diâmetro e os outros três círculos externos variavam entre cinco e sete metros de diâmetro. A plantação, curiosamente como ocorre nas formações inglesas, tinha sido inclinada em sentido horário. Vasily Belchenko, membro do Conselho de Segurança de Stavropol, esteve no local investigando o caso e afirmou que aquela figura jamais poderia ter sido feita por humanos. Certos padrões de desenho vêm evoluindo ao longo dos tempos nos locais onde houve casos em que até uma determinada formação foi repetida em outra plantação, em apenas uma única noite. A Estranha Teia de Aranha Esta figura, que surgiu em Avebury e foi apelidada de Teia de Aranha, se trata de uma das imagens mais impressionan- tes entre todas as que surgiram nos últimos anos, na região sul da Inglaterra. Foi produzida durante duas noites seguidas, com detalhes que chamam a atenção, tal como os raios que