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POLÍTICAS DE SAÚDE
NO BRASIL
Prof. Carlos Henrique
1º Enfermagem
INTRODUÇÃO
• Preocupação com a saúde da população
vem desde a antiguidade.
• Séc. XIX  a Medicina Social já dizia que as
medidas para promover saúde e combater
doenças deveriam ser tanto sociais quanto
médicas.
INTRODUÇÃO
• Segunda metade do séc. XX  sistematização
da POLÍTICA DE SAÚDE como disciplina
acadêmica e como âmbito de intervenção
social  criação da OMS (1946).
• Devido à crise constatada do setor saúde é
que se propõe a ORGANIZAÇÃO DE
SISTEMAS DE SAÚDE, o PLANEJAMENTO e
a FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS.
PERÍODOS DAS POLÍTICAS DE
SAÚDE NO BRASIL
• REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930)
• ERA VARGAS (1930 – 1964)
• AUTORITARISMO (1964 – 1984)
• NOVA REPÚBLICA (1985 – 1988)
• PÓS-CONSTITUINTE (1989 – 1992)
Importante
• Perfil epidemiológico
• Contexto histórico
• Como o setor saúde se organiza
I- REPÚBLICA VELHA (1889 –
1930)
# QUADRO EPIDEMIOLÓGICO: predomínio
das doenças transmissíveis:
• Febre amarela
• Varíola
• Tuberculose
• Sífilis
• Endemias rurais.
# Ameaças aos interesses do modelo
AGRÁRIO-EXPORTADOR  intervenção
do Estado => organização do serviço de
saúde pública e campanhas sanitárias;
# Os serviços eram organizados de acordo
com essa necessidade e não em relação
aos problemas da população;
# A população não tinha acesso à saúde
(assistência)  atendimento particular
ou de caridade.
# IDEOLOGIA LIBERAL: o Estado
deveria atuar somente naquilo que o
indivíduo sozinho ou a iniciativa privada
não pudesse fazê-lo.
– República velha = instalação do capitalismo
no Brasil  excedente econômico permitiu a
criação das primeiras indústrias  atraindo
investimento estrangeiro.
– Com o aparecimento das indústrias, as
precárias condições de trabalho e de vida das
populações urbanas  surgimento de
movimentos operários que resultaram em
embriões de legislação trabalhista e
previdenciária;
LEI ELOY CHAVES (1923)
• Organização das CAP (Caixas de
Aposentadorias e Pensões) – por
instituição ou empresa.
1923 – CAP dos Ferroviários
1926 – Portuários e Marítimos
• marco inicial da Previdência Social no
Brasil.
Dicotomia da saúde no Brasil
• Saúde Pública: prevenção e controle das
doenças;
• Previdência Social: medicina individual
(assistência).
II - “ERA VARGAS” (1930 – 1964)
# Predomínio das doenças da pobreza
(DIP) e aparecimento das doenças da
modernidade.
# Início da transição demográfica:
diminuição da mortalidade e
envelhecimento da população.
REVOLUÇÃO DE 30
• Autonomia relativa do Estado 
mudanças no seu aparelho e ampliação
de suas bases sociais, emergindo
condições para uma POLÍTICA
NACIONAL DE SAÚDE.
TRIFURCAÇÃO DO ÂMBITO
ESTATAL
SAÚDE PÚBLICA Min. Educação e Saúde
MEDICINA PREVENTIVA Min. Trabalho
SAÚDE OCUPACIONAL Min. Trabalho
TRIFURCAÇÃO DO ÂMBITO
PRIVADO
# Fracionamento da assistência:
• Medicina liberal
• Hospital beneficente ou filantrópico
• Hospital lucrativo (empresas médicas).
# Os serviços de saúde passaram para além
da ação de polícia e das campanhas
sanitárias da República Velha  a educação
sanitária e a institucionalização das
campanhas de controle das doenças,
merecendo destaque:
•Serviço de Combate às Endemias (1941);
•Serviço Especial de Saúde Pública (SESP);
•Deptº Nacional de Endemias Rurais (1956).
– Previdência social para trabalhadores urbanos
formais;
– Por categorias: marítimos (IAPM), comerciários
(IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas
(IAPETEC), servidores do estado (IPASE);
– Estimulou o crescimento da medicina
previdenciária na primeira metade do século,
garantindo acesso desses trabalhadores e seus
familiares à assistência médico-hospitalar
(excluindo o restante da população).
Criação dos IAP’s (Institutos de
Aposentadorias e Pensões)
III - AUTORITARISMO (1964 – 1984)
Condições de saúde continuam críticas:
mortalidade infantil (que tinha diminuído
entre as décadas de 40 e 60) sofreu um
aumento após 1964, juntamente com a
tuberculose, malária, Chagas, acidentes
de trabalho, etc.
Predomínio das doenças da modernidade
e presença ainda das DIP.
 Mesmo com o “MILAGRE BRASILEIRO”
(1968 – 1973)  não houve melhora no quadro
sanitário.
 Após 1974  há uma queda das doenças
transmissíveis, principalmente as
imunopreviníveis.
 Aumenta as tensões sociais reivindicando
melhoria nas condições de vida = reforma de
base  dificultando a manipulação das massas.
GOLPE MILITAR EM 1964
# Regime autoritário (21 anos)
# Privilegia o setor privado: compra de serviços,
apoio aos investimentos e empréstimos com
subsídios.
# Promoveu a unificação dos IAP’s em 1966 
INPS (Instituto Nacional de Previdência Social):
• Aposentadoria e pensões;
• Assistência médica dos contribuintes e
familiares.
# 1973 = estendeu a medicina previdenciária
aos trabalhadores rurais  FUNRURAL (só
que de forma diferenciada).
# 1974 = criação do Ministério da
Previdência e Assistência Social (MPAS):
» Plano de Pronta Ação (PPA) - 1974 
ampliação do atendimento de urgência a
população não segurada nas clínicas e
hospitais particulares contratados.
# V Conferência Nacional de Saúde (CNS) –
1975:
• Diagnóstico do Setor saúde: insuficiente,
descoordenado, má distribuição de recursos,
inadequação e ineficácia.
• Proposta do Governo: SISTEMA NACIONAL
DE SAÚDE - explicitava as atribuições dos
diversos ministérios e das responsabilidades
dos governos federal, estadual e municipal.
# Os empresários da saúde se opuseram,
fazendo com que o governo concentrasse sua
ação em um conjunto de programas verticais,
tais como:
- Programa Nacional de Saúde Materno-infantil
- Campanha de Meningite
- Programa Nacional de Imunização (PNI)
- Programa Nacional de Alimentação e Nutrição
(PRONAN), etc.
# 1975:
criação do Sistema Nacional de Vigilância
Epidemiológica;
criação do regime de Vigilância Sanitária;
# 1977 = criação do INAMPS (Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social):
MS: prevenção (universal: ações higienistas e
atenção primária);
MPAS: curativas de diagnóstico, tratamento e
reabilitação (trabalhadores formais)
# Estreita relação Estado e segmento privado 
contratos e convênios;
# Privatização das ações curativas  pagamento
por quantidade de atos médicos;
# Quase inexistia controle ou regulação 
“cheque em branco”.
• FAS (Fundo de Assistência social)/Caixa
Econômica Federal: financiou a ampliação da
rede privada (fornecedor privado, político e
funcionários do governo)  juros mínimos e
prazo a perder de vista.
# FIGUEREDO
Programa Nacional de Serviços Básicos de
Saúde (PREV-SAÚDE):
• iniciativa de reorganização do Sistema de
Saúde (maior integração dos dois ministérios e
Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde);
• diretrizes que reforçavam a atenção primária
da saúde;
• participação da comunidade;
• regionalização e hierarquização dos serviços;
• referência e contra-referência;
• integração de ações curativas e preventivas.
# Resistência dos “anéis tecnoburocráticos”:
interesse do setor privado, políticos e boicote
dos dirigentes do INAMPS.
POLÍTICOS
FUNCIONÁRIOS
PÚBLICOS
“tecnocratas”
EMPRESÁRIOS
AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE
SAÚDE) - 1982
– Repasse dos recursos do INAMPS para as
Secretarias Estaduais de Saúde (para expansão da
rede de saúde);
– Tentativa incipiente de descentralização do
poder;
– Gestão ainda no nível federal.
– Amplia as ações de assistência (serviços
previdenciários) para a POPULAÇÃO NÃO
CONTRIBUINTE.
Esses avanços não foram suficientes para
alterar significativamente as condições de
saúde da população nem para reorientar o
modelo médico-assistencial privatista
de interesse das empresas médicas,
empresas multinacionais de medicamentos
e equipamentos médico-hospitalares
Organização da classe operária do ABC
Movimento Sanitário
Sociedade organizada
Mobilização pelas “DIRETAS JÁ”
MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA
IV – “NOVA REPÚBLICA” (1985 –
1988)
 Queda da mortalidade infantil e doenças
imunopreviníveis;
 Manutenção das doenças da modernidade
(aumento das causas externas);
 Crescimento da AIDS;
 Epidemias de dengue (vários municípios e
inclusive capitais).
Interrupção da recessão econômica do início
da déc. 80 e a conquista da democracia
resgate da “dívida social” acumulada no
período autoritário
colocaram a saúde na agenda política
• Conceito ampliado de saúde;
• Reconhecimento da saúde como direito de
todos e dever do Estado;
• Criação do Sistema única de Saúde (SUS);
• Participação popular (controle social);
• Constituição e ampliação do orçamento
social.
Difusão da proposta da Reforma
Sanitária:
A REFORMA REPRESENTAVA DOIS PONTOS:
1. Indignação contra precárias condições de saúde,
o descaso acumulado, a mercantilização do setor
saúde, a incompetência e o atraso;
2. A possibilidade da existência de uma viabilidade
técnica e uma possibilidade política de enfrentar
o problema.
# 1986 = Eleições diretas para Governador dos
estados (novo ator fortalecido na cena política).
AIS  SUDS (Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde) - 1987
• “Estratégia ponte” para instalação do SUS;
• Apresentava certos avanços organizativos:
superava a compra de serviços ao setor privado;
• Os repasses eram feitos com base na
Programação Orçamentária Integrada (POI);
SUDS - 1987
• Criaram-se os Conselhos Estaduais e
Municipais de Saúde: paritários e deliberativos
(estímulo a participação da sociedade civil);
• Descentralização: “ESTADUALIZAÇÃO” –
poder político aos estados;
SUDS - 1987
• Tudo que era do antigo INAMPS passa
agora à Secretaria Estadual de Saúde;
• Os investimentos começaram a ser
direcionado ao setor público e não mais
ao privado:
1980: público absorvia apenas 28,7%;
1987: público absorveu 54,1%.
V – PÓS-CONSTITUINTE (1989 –
1992)
 Epidemia de cólera em 1991 no Brasil;
 Mortalidade:
–Agravamento por causas externas
(homicídios > acidentes trânsito);
–DCV - Causas externas – Neoplasias;
–Queda na mortalidade infantil.
 Morbidade:
• Erradicação da poliomielite;
• persistência da tuberculose;
• estabilização das taxas de AIDS;
• expansão da dengue (inclusive a hemorrágica);
• incremento das taxas de leshmaniose visceral;
• incremento da malária;
• diminuição da hanseníase e diminuição das
doenças imunopreviníveis.
Regulamentação do SUS:
1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
(1988) – “Constituição cidadã”:
• Saúde como direito de todos e dever do
Estado;
• Ampliação do conceito de saúde.
2. LEI ORGÂNICA DA SAÚDE (Lei 8.080/ 90):
• Condições para promoção, proteção e
recuperação da saúde;
• Organização e funcionamento dos serviços;
• Todos os prestadores de saúde estão
subordinados, não só os serviços integrantes
do SUS.
3. LEI COMPLEMENTAR DA SAÚDE (Lei
8.142/ 90):
• Participação da comunidade (Conselho
e Conferência de Saúde);
• Transferências intergovernamentais de
recursos financeiros.
Apesar da universalização da saúde
“CAOS DO SUS” no seu nascimento e
sucateamento dos serviços públicos
Collor reduziu em quase a metade os
recursos para a saúde
# O processo de Reforma Sanitária deparou-se
no período de 1988 a 1992 com políticas, que
se caracterizavam:
• Apoio ao modelo médico-assistencial privatista
reciclado (expansão da assistência médica
supletiva);
• Reforço à centralização decisória e ao controle
burocrático;
• Desmonte do SUDS e “operação
descrédito” da Reforma Sanitária;
• Municipalização discriminatória
(“presente de grego”);
• Implantação distorcida do SUS;
• Lógica da produtividade nos serviços
públicos através do SIH e SIA.
# IMPEACHMENT DE COLLOR (final de
1992)  retomada dos ideais da Reforma.
# GOVERNO DE ITAMAR FRANCO
• NOB 93 (Norma Operacional Básica)
- Estados = PARCIAL ou SEMIPLENA
- Municípios = INCIPIENTE, PARCIAL ou
SEMIPLENA.
• Permitiu a transição dos municípios de
prestador a executor do sistema de saúde.
• O SUS enfrentou a descontinuidade
administrativa do Ministério da Saúde, com
perdas importantes de verbas, embora
alguns fatos o tenha reforçado:
- influência da sociedade civil na política de
saúde por intermédio dos Conselhos
Nacionais, Estaduais e Municipais de Saúde;
• municipalização da saúde reconhecendo a
diversidade das situações;
• experimentação de modelos assistenciais
alternativos por governos estaduais e
municipais;
• certos movimentos de cidadania (luta contra
fome e a miséria, defesa da vida e contra a
violência, etc.);
• No setor privado houve expansão da
Assistência Médica supletiva;
GOVERNO DE FHC
# PLANO REAL (1994): resultou, com a
expansão do neoliberalismo, em mais
desajuste social: desemprego, violência e
piora das condições de vida.
- Segmentos da classe média e trabalhadores
de melhor nível  seguros ou planos de saúde
à medida que se deterioravam os serviços
públicos de saúde e a mídia desqualificava os
esforços de construção do SUS;
- Os demais cidadãos usuários do SUS, apesar
do direito à saúde, eram repelidos dos serviços
de saúde pelas filas, maus tratos, burocracia,
humilhações, greves e baixa qualidade dos
serviços.
Acesso aos serviços de saúde:
# Apesar das dificuldades, ocorreu uma extensão
de cobertura dos serviços no final do séc. XX
no Brasil.
• “(...) o que temos hoje se distancia daquele que
foi consagrado na constituição cidadã, sua
existência é essencial num país que apresenta
enormes disparidades regionais e sociais (...)”.
• “(...) onde deu SUS, deu certo (...)”.
FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE
NO BRASIL”
• Comprometendo-se com a mudança do modelo
de atenção através do PSF;
• Proposta de 847 para 3.500 Equipes de saúde
da Família (ESF);
• Foi implantado o PAB (Piso de Atenção Básico)
para custear ações de atenção básica (valor fixo
per capta x população), além de outros
incentivos financeiros;
FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE
NO BRASIL”
• O Ministério da Saúde estabeleceu orientações
para a organização da atenção básica de saúde,
explicitando as responsabilidades dos
municípios, ações, atividades, resultados e
impactos esperados;
• Em 2002 alcançou-se 17.000 ESF e uma
cobertura de cerca de 50 milhões de usuários do
SUS;
FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE
NO BRASIL”
• O Ministério da Saúde estabeleceu orientações
para a organização da atenção básica de saúde,
explicitando as responsabilidades dos
municípios, ações, atividades, resultados e
impactos esperados;
# 2000 = criou-se a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), como órgão de regulação,
normatização, controle e fiscalização de planos
ou seguros de saúde.
ANTES DO SUS
• centralização dos recursos e do poder na
esfera federal;
• ações voltadas para a atenção curativa e
medicamentosa;
• serviços exclusivos para contribuintes;
• não participação da comunidade;
HOJE COM O SUS
• Sistema único de saúde baseado no modelo
cubano e canadense (princípios);
• Ações voltadas para prevenção, promoção,
proteção e reabilitação da saúde;
• Investimento nas ações preventivas: PACS e
PSF (ESTRATÉGIA DE REFORMA
INCREMENTAL);
HOJE COM O SUS
• Controle social: Conselhos e Conferências de
Saúde;
• Processo de MUNICIPALIZAÇÃO;
• Novo MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE
(vai além da relação hospedeiro e agente
etiológico).
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As políticas de saúde no Brasil: evolução histórica desde a República Velha

  • 1. POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Prof. Carlos Henrique 1º Enfermagem
  • 2. INTRODUÇÃO • Preocupação com a saúde da população vem desde a antiguidade. • Séc. XIX  a Medicina Social já dizia que as medidas para promover saúde e combater doenças deveriam ser tanto sociais quanto médicas.
  • 3. INTRODUÇÃO • Segunda metade do séc. XX  sistematização da POLÍTICA DE SAÚDE como disciplina acadêmica e como âmbito de intervenção social  criação da OMS (1946). • Devido à crise constatada do setor saúde é que se propõe a ORGANIZAÇÃO DE SISTEMAS DE SAÚDE, o PLANEJAMENTO e a FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS.
  • 4. PERÍODOS DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL • REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930) • ERA VARGAS (1930 – 1964) • AUTORITARISMO (1964 – 1984) • NOVA REPÚBLICA (1985 – 1988) • PÓS-CONSTITUINTE (1989 – 1992)
  • 5. Importante • Perfil epidemiológico • Contexto histórico • Como o setor saúde se organiza
  • 6. I- REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930) # QUADRO EPIDEMIOLÓGICO: predomínio das doenças transmissíveis: • Febre amarela • Varíola • Tuberculose • Sífilis • Endemias rurais.
  • 7.
  • 8. # Ameaças aos interesses do modelo AGRÁRIO-EXPORTADOR  intervenção do Estado => organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias; # Os serviços eram organizados de acordo com essa necessidade e não em relação aos problemas da população;
  • 9. # A população não tinha acesso à saúde (assistência)  atendimento particular ou de caridade. # IDEOLOGIA LIBERAL: o Estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo.
  • 10. – República velha = instalação do capitalismo no Brasil  excedente econômico permitiu a criação das primeiras indústrias  atraindo investimento estrangeiro. – Com o aparecimento das indústrias, as precárias condições de trabalho e de vida das populações urbanas  surgimento de movimentos operários que resultaram em embriões de legislação trabalhista e previdenciária;
  • 11.
  • 12. LEI ELOY CHAVES (1923) • Organização das CAP (Caixas de Aposentadorias e Pensões) – por instituição ou empresa. 1923 – CAP dos Ferroviários 1926 – Portuários e Marítimos • marco inicial da Previdência Social no Brasil.
  • 13. Dicotomia da saúde no Brasil • Saúde Pública: prevenção e controle das doenças; • Previdência Social: medicina individual (assistência).
  • 14. II - “ERA VARGAS” (1930 – 1964) # Predomínio das doenças da pobreza (DIP) e aparecimento das doenças da modernidade. # Início da transição demográfica: diminuição da mortalidade e envelhecimento da população.
  • 15.
  • 16. REVOLUÇÃO DE 30 • Autonomia relativa do Estado  mudanças no seu aparelho e ampliação de suas bases sociais, emergindo condições para uma POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE.
  • 17.
  • 18. TRIFURCAÇÃO DO ÂMBITO ESTATAL SAÚDE PÚBLICA Min. Educação e Saúde MEDICINA PREVENTIVA Min. Trabalho SAÚDE OCUPACIONAL Min. Trabalho
  • 19. TRIFURCAÇÃO DO ÂMBITO PRIVADO # Fracionamento da assistência: • Medicina liberal • Hospital beneficente ou filantrópico • Hospital lucrativo (empresas médicas).
  • 20. # Os serviços de saúde passaram para além da ação de polícia e das campanhas sanitárias da República Velha  a educação sanitária e a institucionalização das campanhas de controle das doenças, merecendo destaque: •Serviço de Combate às Endemias (1941); •Serviço Especial de Saúde Pública (SESP); •Deptº Nacional de Endemias Rurais (1956).
  • 21. – Previdência social para trabalhadores urbanos formais; – Por categorias: marítimos (IAPM), comerciários (IAPC), bancários (IAPB), transportes e cargas (IAPETEC), servidores do estado (IPASE); – Estimulou o crescimento da medicina previdenciária na primeira metade do século, garantindo acesso desses trabalhadores e seus familiares à assistência médico-hospitalar (excluindo o restante da população). Criação dos IAP’s (Institutos de Aposentadorias e Pensões)
  • 22. III - AUTORITARISMO (1964 – 1984) Condições de saúde continuam críticas: mortalidade infantil (que tinha diminuído entre as décadas de 40 e 60) sofreu um aumento após 1964, juntamente com a tuberculose, malária, Chagas, acidentes de trabalho, etc. Predomínio das doenças da modernidade e presença ainda das DIP.
  • 23.  Mesmo com o “MILAGRE BRASILEIRO” (1968 – 1973)  não houve melhora no quadro sanitário.  Após 1974  há uma queda das doenças transmissíveis, principalmente as imunopreviníveis.  Aumenta as tensões sociais reivindicando melhoria nas condições de vida = reforma de base  dificultando a manipulação das massas.
  • 24. GOLPE MILITAR EM 1964 # Regime autoritário (21 anos) # Privilegia o setor privado: compra de serviços, apoio aos investimentos e empréstimos com subsídios. # Promoveu a unificação dos IAP’s em 1966  INPS (Instituto Nacional de Previdência Social): • Aposentadoria e pensões; • Assistência médica dos contribuintes e familiares.
  • 25.
  • 26.
  • 27. # 1973 = estendeu a medicina previdenciária aos trabalhadores rurais  FUNRURAL (só que de forma diferenciada). # 1974 = criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS): » Plano de Pronta Ação (PPA) - 1974  ampliação do atendimento de urgência a população não segurada nas clínicas e hospitais particulares contratados.
  • 28. # V Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1975: • Diagnóstico do Setor saúde: insuficiente, descoordenado, má distribuição de recursos, inadequação e ineficácia. • Proposta do Governo: SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE - explicitava as atribuições dos diversos ministérios e das responsabilidades dos governos federal, estadual e municipal.
  • 29. # Os empresários da saúde se opuseram, fazendo com que o governo concentrasse sua ação em um conjunto de programas verticais, tais como: - Programa Nacional de Saúde Materno-infantil - Campanha de Meningite - Programa Nacional de Imunização (PNI) - Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (PRONAN), etc.
  • 30. # 1975: criação do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica; criação do regime de Vigilância Sanitária; # 1977 = criação do INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social): MS: prevenção (universal: ações higienistas e atenção primária); MPAS: curativas de diagnóstico, tratamento e reabilitação (trabalhadores formais)
  • 31. # Estreita relação Estado e segmento privado  contratos e convênios; # Privatização das ações curativas  pagamento por quantidade de atos médicos; # Quase inexistia controle ou regulação  “cheque em branco”. • FAS (Fundo de Assistência social)/Caixa Econômica Federal: financiou a ampliação da rede privada (fornecedor privado, político e funcionários do governo)  juros mínimos e prazo a perder de vista.
  • 32. # FIGUEREDO Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (PREV-SAÚDE): • iniciativa de reorganização do Sistema de Saúde (maior integração dos dois ministérios e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde); • diretrizes que reforçavam a atenção primária da saúde; • participação da comunidade; • regionalização e hierarquização dos serviços; • referência e contra-referência; • integração de ações curativas e preventivas.
  • 33. # Resistência dos “anéis tecnoburocráticos”: interesse do setor privado, políticos e boicote dos dirigentes do INAMPS. POLÍTICOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS “tecnocratas” EMPRESÁRIOS
  • 34. AIS (AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE) - 1982 – Repasse dos recursos do INAMPS para as Secretarias Estaduais de Saúde (para expansão da rede de saúde); – Tentativa incipiente de descentralização do poder; – Gestão ainda no nível federal. – Amplia as ações de assistência (serviços previdenciários) para a POPULAÇÃO NÃO CONTRIBUINTE.
  • 35. Esses avanços não foram suficientes para alterar significativamente as condições de saúde da população nem para reorientar o modelo médico-assistencial privatista de interesse das empresas médicas, empresas multinacionais de medicamentos e equipamentos médico-hospitalares
  • 36. Organização da classe operária do ABC Movimento Sanitário Sociedade organizada Mobilização pelas “DIRETAS JÁ” MOVIMENTO DA REFORMA SANITÁRIA
  • 37.
  • 38. IV – “NOVA REPÚBLICA” (1985 – 1988)  Queda da mortalidade infantil e doenças imunopreviníveis;  Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas);  Crescimento da AIDS;  Epidemias de dengue (vários municípios e inclusive capitais).
  • 39. Interrupção da recessão econômica do início da déc. 80 e a conquista da democracia resgate da “dívida social” acumulada no período autoritário colocaram a saúde na agenda política
  • 40. • Conceito ampliado de saúde; • Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado; • Criação do Sistema única de Saúde (SUS); • Participação popular (controle social); • Constituição e ampliação do orçamento social. Difusão da proposta da Reforma Sanitária:
  • 41. A REFORMA REPRESENTAVA DOIS PONTOS: 1. Indignação contra precárias condições de saúde, o descaso acumulado, a mercantilização do setor saúde, a incompetência e o atraso; 2. A possibilidade da existência de uma viabilidade técnica e uma possibilidade política de enfrentar o problema. # 1986 = Eleições diretas para Governador dos estados (novo ator fortalecido na cena política).
  • 42. AIS  SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde) - 1987 • “Estratégia ponte” para instalação do SUS; • Apresentava certos avanços organizativos: superava a compra de serviços ao setor privado; • Os repasses eram feitos com base na Programação Orçamentária Integrada (POI);
  • 43. SUDS - 1987 • Criaram-se os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde: paritários e deliberativos (estímulo a participação da sociedade civil); • Descentralização: “ESTADUALIZAÇÃO” – poder político aos estados;
  • 44. SUDS - 1987 • Tudo que era do antigo INAMPS passa agora à Secretaria Estadual de Saúde; • Os investimentos começaram a ser direcionado ao setor público e não mais ao privado: 1980: público absorvia apenas 28,7%; 1987: público absorveu 54,1%.
  • 45.
  • 46. V – PÓS-CONSTITUINTE (1989 – 1992)  Epidemia de cólera em 1991 no Brasil;  Mortalidade: –Agravamento por causas externas (homicídios > acidentes trânsito); –DCV - Causas externas – Neoplasias; –Queda na mortalidade infantil.
  • 47.  Morbidade: • Erradicação da poliomielite; • persistência da tuberculose; • estabilização das taxas de AIDS; • expansão da dengue (inclusive a hemorrágica); • incremento das taxas de leshmaniose visceral; • incremento da malária; • diminuição da hanseníase e diminuição das doenças imunopreviníveis.
  • 48. Regulamentação do SUS: 1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (1988) – “Constituição cidadã”: • Saúde como direito de todos e dever do Estado; • Ampliação do conceito de saúde.
  • 49. 2. LEI ORGÂNICA DA SAÚDE (Lei 8.080/ 90): • Condições para promoção, proteção e recuperação da saúde; • Organização e funcionamento dos serviços; • Todos os prestadores de saúde estão subordinados, não só os serviços integrantes do SUS.
  • 50. 3. LEI COMPLEMENTAR DA SAÚDE (Lei 8.142/ 90): • Participação da comunidade (Conselho e Conferência de Saúde); • Transferências intergovernamentais de recursos financeiros.
  • 51. Apesar da universalização da saúde “CAOS DO SUS” no seu nascimento e sucateamento dos serviços públicos Collor reduziu em quase a metade os recursos para a saúde
  • 52. # O processo de Reforma Sanitária deparou-se no período de 1988 a 1992 com políticas, que se caracterizavam: • Apoio ao modelo médico-assistencial privatista reciclado (expansão da assistência médica supletiva); • Reforço à centralização decisória e ao controle burocrático;
  • 53. • Desmonte do SUDS e “operação descrédito” da Reforma Sanitária; • Municipalização discriminatória (“presente de grego”); • Implantação distorcida do SUS; • Lógica da produtividade nos serviços públicos através do SIH e SIA.
  • 54. # IMPEACHMENT DE COLLOR (final de 1992)  retomada dos ideais da Reforma. # GOVERNO DE ITAMAR FRANCO • NOB 93 (Norma Operacional Básica) - Estados = PARCIAL ou SEMIPLENA - Municípios = INCIPIENTE, PARCIAL ou SEMIPLENA.
  • 55. • Permitiu a transição dos municípios de prestador a executor do sistema de saúde. • O SUS enfrentou a descontinuidade administrativa do Ministério da Saúde, com perdas importantes de verbas, embora alguns fatos o tenha reforçado: - influência da sociedade civil na política de saúde por intermédio dos Conselhos Nacionais, Estaduais e Municipais de Saúde;
  • 56. • municipalização da saúde reconhecendo a diversidade das situações; • experimentação de modelos assistenciais alternativos por governos estaduais e municipais; • certos movimentos de cidadania (luta contra fome e a miséria, defesa da vida e contra a violência, etc.); • No setor privado houve expansão da Assistência Médica supletiva;
  • 57. GOVERNO DE FHC # PLANO REAL (1994): resultou, com a expansão do neoliberalismo, em mais desajuste social: desemprego, violência e piora das condições de vida.
  • 58. - Segmentos da classe média e trabalhadores de melhor nível  seguros ou planos de saúde à medida que se deterioravam os serviços públicos de saúde e a mídia desqualificava os esforços de construção do SUS; - Os demais cidadãos usuários do SUS, apesar do direito à saúde, eram repelidos dos serviços de saúde pelas filas, maus tratos, burocracia, humilhações, greves e baixa qualidade dos serviços. Acesso aos serviços de saúde:
  • 59. # Apesar das dificuldades, ocorreu uma extensão de cobertura dos serviços no final do séc. XX no Brasil. • “(...) o que temos hoje se distancia daquele que foi consagrado na constituição cidadã, sua existência é essencial num país que apresenta enormes disparidades regionais e sociais (...)”. • “(...) onde deu SUS, deu certo (...)”.
  • 60. FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE NO BRASIL” • Comprometendo-se com a mudança do modelo de atenção através do PSF; • Proposta de 847 para 3.500 Equipes de saúde da Família (ESF); • Foi implantado o PAB (Piso de Atenção Básico) para custear ações de atenção básica (valor fixo per capta x população), além de outros incentivos financeiros;
  • 61. FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE NO BRASIL” • O Ministério da Saúde estabeleceu orientações para a organização da atenção básica de saúde, explicitando as responsabilidades dos municípios, ações, atividades, resultados e impactos esperados; • Em 2002 alcançou-se 17.000 ESF e uma cobertura de cerca de 50 milhões de usuários do SUS;
  • 62. FHC: “1997: O ANO DA SAÚDE NO BRASIL” • O Ministério da Saúde estabeleceu orientações para a organização da atenção básica de saúde, explicitando as responsabilidades dos municípios, ações, atividades, resultados e impactos esperados; # 2000 = criou-se a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização de planos ou seguros de saúde.
  • 63. ANTES DO SUS • centralização dos recursos e do poder na esfera federal; • ações voltadas para a atenção curativa e medicamentosa; • serviços exclusivos para contribuintes; • não participação da comunidade;
  • 64. HOJE COM O SUS • Sistema único de saúde baseado no modelo cubano e canadense (princípios); • Ações voltadas para prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde; • Investimento nas ações preventivas: PACS e PSF (ESTRATÉGIA DE REFORMA INCREMENTAL);
  • 65. HOJE COM O SUS • Controle social: Conselhos e Conferências de Saúde; • Processo de MUNICIPALIZAÇÃO; • Novo MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE (vai além da relação hospedeiro e agente etiológico).