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ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS:
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
UFCD 3239
ÍNDICE
1.Psicologia e conceito do desenvolvimento da criança - definição
2.Psicologia e pedagogia
3.Desenvolvimento, crescimento e maturação da criança
4.Factores condicionantes do desenvolvimento infantil
5.Fases do desenvolvimento infantil
6.Desenvolvimento físico e psicomotor
7.Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean Piaget
8.Desenvolvimento da linguagem
9.Desenvolvimento sócio-afectivo
9.1.Interacção mãe/filho
9.2.Entrada no grupo
9.3.Criança e o adulto
Cátia Nunes
PSICOLOGIA
Psique
(mente, pensamento,
espírito, alma)
Logos
(estudo, ciência…)
Psicologia e conceito do desenvolvimento da
criança - definição
• Psicologia é a ciência que estuda o pensamento, tentando através de
processos múltiplos compreender o modo como o ser humano se
individualiza.
Antes Atualmente
Uns tinham uma visão negativa da
infância, encarando a criança como uma
espécie de selvagem quase sem
humanidade, incluindo-a na mesma
categoria em que mantinham os
primitivos e os deficientes mentais.
Outros consideravam que as crianças
tinham uma mente como a dos adultos,
sendo a única diferença entre ambos o
crescimento e não o desenvolvimento;
constituindo a criança como um adulto
em miniatura.
As grandes mudanças quanto ao modo
de encarar a criança deve-se à teoria
evolucionista de Darwin, estilhaçadora da
fronteira intransponível entre animal e
ser humano, abre caminho a uma nova
perspetiva em psicologia genericamente
apelidada de organicismo.
5
Comportamento  todas as atividades que se pode observar e que são e que nós
temos consciência (ex: falar, relacionar-se com os outros, escrever, rir, chorar,
agredir, etc.).
Processos mentais  todos os fenómenos que não são exteriormente observáveis
tais como o pensamento, o sonho e o sono, os sentimentos, entre outros.
O modelo organicista realça o carácter
adaptativo do processo de desenvolvimento,
uma vez que considera que se progride na
sequência dos estádios
O desenvolvimento na infância está
relacionado com o desenvolvimento ao
longo do resto do ciclo de vida, o
desenvolvimento não termina na
adolescência.
Atualmente, a maior parte dos estudiosos da
área concorda que o desenvolvimento
decorre ao longo de toda a vida do ser
humano.
Psicologia e conceito do desenvolvimento da
criança - definição
Existem dois tipos de mudanças desenvolvimentais:
quantitativa e qualitativa:
Mudança quantitativa é uma mudança no
número ou quantidade, tal como na altura,
peso, vocabulário ou frequência de
comunicação.
Mudança qualitativa é uma mudança no tipo,
estrutura ou organização, tal como a mudança
que ocorre numa criança, de não-verbal para ser
capaz de compreender palavras e de comunicar
verbalmente.
Apesar dos processos
físicos e psicológicos do
desenvolvimento serem
os mesmos para todas
as crianças normais, o
seu resultado é
diferente – tal como os
adultos são diferentes
entre si.
Na realidade, o desenvolvimento
humano é um processo de
crescimento e mudança a nível
físico, do comportamento, cognitivo
e emocional ao longo da vida. Em
cada fase surgem características
específicas.
As linhas orientadoras de
desenvolvimento aplicam-se a
grande parte das crianças em cada
fase de desenvolvimento. No
entanto, cada criança é um
indivíduo e pode atingir estas fases
de desenvolvimento mais cedo ou
mais tarde do que outras crianças
da mesma idade, sem se falar,
propriamente, de problemáticas.
O desenvolvimento é…
 permanente, não temporário;
 crescente, não decrescente,
 estável, não instável,
 ao longo da vida de uma pessoa, não apenas numa hora.
 Composto por ganhos e perdas que a pessoa tenta compensar.
Cada criança é um indivíduo e pode atingir certas fases de
desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras
crianças da mesma idade.
Atividade
Recebe estímulos através; dos
diálogos na creche e em casa;
do lúdico , do envolvimento
das rotinas ( casa e creche)
Convive apenas com os pais e
os avós , mas estes prestam
apenas os cuidados básicos e
deixam a criança brincar
livremente sem estabelecer
muita interação com adultos
e/ou crianças.
Psicologia e pedagogia
Psicologia e pedagogia
Nenhuma teoria sobre o
desenvolvimento humano é aceite
universalmente e nenhuma explica
todas as facetas do desenvolvimento.
Por isso, para avaliar e interpretar a
investigação, é importante saber qual a
perspetiva teórica em que se baseia.
Há uma variedade de teorias sobre
o porquê do comportamento das
crianças.
Principais
correntes
pedagógicas:
ErikErikson: teoria
psicossocial
Jean Baker Miller: teoria
relacional
teoria da aprendizagem
social
Comportamentalismo
A teoria cognitiva dos
estádios de Piaget
Sigmund Freud: teoria
psicossexual
Sigmund Freud-teoria psicossexual
Freud fez-nos
tomar consciência
dos pensamentos e
emoções
inconscientes, da
ambivalência das
relações precoces
pai-filho e da
presença, a partir
do nascimento, de
pulsões sexuais.
Freud acreditava que a
personalidade forma-se
nos primeiros anos de
vida, quando as
crianças lidam com os
conflitos entre os seus
impulsos biológicos
inatos, ligados às
pulsões e às exigências
da sociedade.
O seu método
psicanalítico
influenciou muito a
psicoterapia atual.
A sua larga experiência pessoal e profissional levou-o
a modificar e alargar a teoria freudiana, dando
importância às influências da sociedade no
desenvolvimento da personalidade.
Enquanto Freud sustentava (apoiava) que as
experiências da infância precoce formavam de um
modo permanente a personalidade, Erikson defendia
que o desenvolvimento do ego ocorre ao longo da
vida e, é influenciado social e culturalmente.
Na teoria de Erikson o processo de desenvolvimento
ocorre em 8 estádios ao longo do ciclo de vida, cada
um dos quais desenvolve-se em torno de uma crise
específica ou ponto de viragem
ErikErikson: teoria psicossocial
Jean Baker Miller: teoria relacional
Um problema-chave para Miller,
e outros psicanalistas atuais, é o
de saber se o desenvolvimento
saudável assenta mais no
desenvolvimento do self (do
“eu”) ou nas relações com outras
pessoas.
De acordo com a teoria relacional
de Miller o crescimento da
personalidade ocorre no seio das
relações, ocorre dentro de
ligações emocionais e não
separado delas.
O conceito de self começa na
interação dinâmica com o outro.
O bebé identifica-se com a
primeira pessoa que cuida dela,
não por aquilo que ela é mas por
aquilo que essa pessoa faz. O
bebé responde às emoções das
outras pessoas, fica confortável
quando os outros estão
confortáveis e atua para construir
relações íntimas.
Durante os primeiros anos de
vida e na pré-escola, tanto
rapazes como raparigas, em vez
de se esforçarem ao máximo pela
autonomia e desenvolvimento do
self, continuam a atribuir uma
importância máxima às ligações
íntimas.
Comportamentalismo ou Behaviorismo
O
comportamentalismo
é uma teoria que
descreve o
comportamento
observado como uma
resposta previsível a
uma dada
experiência.
Defendem que os
seres humanos
reagem da mesma
maneira que os
animais face a
condições ou aspetos
do meio ambiente
que achem
desagradáveis,
dolorosos ou
ameaçadores.
Principais representantes- Ivan Pavlov
Desenvolveu os princípios
básicos do
condicionamento clássico
através de experimentos
com cães;
Principais representantes- Thorndike
Lei do efeito: Um estímulo e uma determinada
situação estão
relacionados através de uma associação desejável
ou uma dissociação,
consoante a satisfação que causam no sujeito.
Principais representantes-Watson-
Estudo somente dos fenômenos observáveis
“O que nós somos é o que fazemos, e o que
fazemos é o que o ambiente nos faz fazer. – John
Watson
Principais representantes-Skinner
Foco no condicionamento operante:
consequências (reforço ou
punição);
Albert Bandura
Sustenta que as
crianças aprendem
comportamentos
sociais pela
observação e imitação
de modelos
(normalmente os
pais).
As crianças adquirem
novas capacidades
através da
aprendizagem por
observação – olhando
os outros.
Demonstram a sua
aprendizagem mesmo
quando o modelo não
está presente.
A teoria da
aprendizagem
social
Teoria cognitiva dos estádios de Piaget
O desenvolvimento para Piaget acontecia numa série de estádios
qualitativamente diferentes. Em cada estádio a criança aprende uma
nova forma de operar – de pensar de responder ao ambiente.
Piaget mostrou-nos que a mente da criança não é uma miniatura da
mente do adulto. Compreendendo como as crianças pensam, torna-
se mais fácil, para os pais e educadores/responsáveis, ensiná-las.
Sensório-
Motor ( o-
2 anos)
Pré-
Operatório
(2-7anos)
Operatório
Concreto (
7-11 anos
)
Operatório
Concreto
(+12)
Desenvolvimento, crescimento e maturação da
criança
O papel desempenhado pelos pais assume-se de crucial e incontornável importância,
sobretudo no que respeita à estimulação das capacidades de processamento de
informação e acompanhamento/ envolvimento nas brincadeiras e tentativas iniciadas
pela criança.
Durante a primeira infância as crianças saudáveis crescem e desenvolvem-se em todas
as áreas: física, mental e emocionalmente e apresentam-se como protagonistas de um
complexo processo de crescimento (aumento de peso e estatura) que acompanha o
desenvolvimento (amadurecimento das funções biológicas).
As (inter) ações com pessoas ou objetos fortalecem e exercitam as sinapses (conexões
cerebrais) que serão utilizadas o resto da vida. Deste modo, as experiências, positivas
ou negativas, pelas quais as crianças passam influenciam o modo como o cérebro se irá
programar na idade adulta.
Atividade
http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/24-fatores-na-infancia-que-influenciam-a-vida-adulta=f828856
Fatores condicionantes do desenvolvimento
infantil
A mulher (enquanto gestante) deve procurar proceder a uma série de comportamentos
fundamentais que permitam o bom desenvolvimento intrauterino.
Após o nascimento, a criança deve ser acompanhada por um pediatra, ter o cartão de
vacinas atualizado, ver as suas necessidades nutricionais e de sono satisfeitas, sentir-se
segura e amada dentro do núcleo familiar e dispor de várias oportunidades de
interação social em ambientes construtivos, estimulantes e seguros.
O acompanhamento médico adequado e a prevenção de situações de doença
frequente (ou compreensão face a doenças crónicas, por exemplo) parecem contribuir,
conjuntamente com outras condições, para o bom desenvolvimento da criança,
enquanto estruturas positivas de apoio.
Fatores condicionantes do desenvolvimento infantil
Tudo aquilo que é
promovido visando
o bem-estar da
criança assume-se
como um fator
favorável ao
desenvolvimento
A mãe, em especial, sempre surgiu
como figura central no mundo da
criança. Contudo, em poucas décadas,
o pai começou também a marcar o seu
lugar envolvendo-se e participando
ativamente na educação e cuidados
prestados à criança.
Uma vinculação segura depende de
um grau ótimo de estimulação
interativa, de um parceiro previsível,
comunicativo e que transmita
segurança. Daí que se assuma que a
fala materna carinhosa, o contacto
físico próximo, o colo e a
amamentação natural, por exemplo,
produzem (muito provavelmente)
efeitos surpreendentes no
desenvolvimento.
É sob o ângulo destes fundamentos
que se defende o papel fundamental
da mãe, do pai, da restante família e
de outras figuras de referência, na vida
e no desenvolvimento da criança.
Criança
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 0 AOS 6 MESES
• Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação:
• A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua
volta;
• Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o
nome dele, "mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam.
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 06 AOS 12 MESES
• A aprendizagem faz-se sobretudo através dos sentidos, principalmente através da boca;
• Vocalizações: Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o corpo
aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer uma coisa); Alguns dos
seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como "mamã" ou "papá" e ao longo
dos próximos meses o bebé vai tentar imitar os sons familiares, embora inicialmente sem
significado;
• A partir dos 8 meses: desenvolvimento do palrar, acrescentando novos sons ao seu
vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as modulações da conversa
dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado;
• A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida: o bebé sabe
exatamente o que vai acontecer quando bate num determinado objeto (produz som) ou
quando deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os
objetos com o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido);
• Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue manter-se
concentrado durante períodos de tempo cada vez mais longos;
• A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses;
Fases do desenvolvimento infantil
DE 01 AOS 02 ANOS
• Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades - permite-lhe antecipar os
acontecimentos e retomar uma atividade momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior
tempo de concentração.
• Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia;
• Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a partir dos 15 meses, sem
necessidade de recorrer aos gestos;
• Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem do bebé começa a adquirir
tons de voz diferentes para transmitir significados diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de
combinar palavras soltas em frases de 2 palavras;
• Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da família;
• Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por ex., finge que deita chá de
um bule para uma chávena, põe açúcar e bebe - recorda uma sequência de acontecimentos e faz de
conta que os realiza como parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está
a começar a compreender a diferença entre o que é real e o que não é;
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 02 AOS 03 ANOS
• Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Porquê?";
• À medida que se desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança começa a exprimir-se de
outras formas, que não apenas a exploração física - trata-se de juntar as competências físicas e de
linguagem (por ex., quando faço isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento
cognitivo;
• É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32 meses, é já capaz de
conversar com um adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre um assunto por um
breve período;
• Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como "eu" e pode
conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho fome";
• A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz de voltar a uma
atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos de tempo mais
longos);
• Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências numéricas simples e de
diferentes categorias
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 03 AOS 04
• Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível
para os adultos;
• Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos
de papéis;
• Compreende o conceito de "dois";
• Sabe o nome, o sexo e a idade;
• Repete sequências de 3 algarismos;
• Começa a ter noção das relações de causa-e-efeito;
• É bastante curiosa e inquiridora;
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 04 AOS 05 ANOS
• Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras; manifesta um
grande interesse pela linguagem, falando incessantemente;
• Compreende ordens com frases na negativa;
• Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas;
• Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas;
• Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade;
• Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior", "dentro",
"debaixo", "atrás";
• Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar objetos reais;
• Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos macios,
animais...
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 05 AOS 06 ANOS
• Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos verbais;
• Grande interesse pelas palavras e a linguagem;
• Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa;
• Segue instruções e aceita supervisão;
• Conhece as cores, os números, etc.; pode identificar e distinguir euros e cêntimos;
• Capacidade para memorizar histórias e repeti-las;
• É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do mais pequeno
ao maior);
• Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em baixo", etc.,
bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã";
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 06 AOS 07 ANOS
• Tem uma noção mais clara das diferenças de sexo, sendo curiosa a este
nível: curiosidade pelo corpo do sexo oposto, brincar aos médicos, às
casinhas, etc.;
• Começa a ter memórias contínuas e mais organizadas;
• Desenvolvimento das capacidades de raciocínio;
• Passagem de uma aprendizagem através da observação e da experiência
para uma aprendizagem através da linguagem e da lógica;
• A maioria das crianças aprende a ler e a escrever nesta idade.
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 07 AOS 08 ANOS
• Está menos interessada nas questões sexuais;
• Está disponível para a aprendizagem. Utiliza um pensamento
reflexivo; os pensamentos podem basear-se na lógica; consegue
resolver problemas de maior complexidade; Boa capacidade de
atenção e concentração;
• Gosta de colecionar objetos e fala acerca dos seus desejos e projetos,
textos e desenhos;
• Baseia-se mais na realidade.
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 08 AOS 09 ANOS
• O seu pensamento está mais organizado e lógico;
• Preocupa-se em perceber a razão das coisas que a rodeiam;
• Sobrestima frequentemente as suas capacidades, com consequente
frustração em caso de insucesso;
• Procura mais informação acerca da gravidez e do nascimento; pode
questionar o papel do pai;
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 09 AOS 10 ANOS
• Manifesta preferência por trabalhos e tarefas mais complexas;
• Tem interesses definidos e uma grande curiosidade; procura e memoriza
factos; emprega um raciocínio e pensamento abstratos;
• As diferenças individuais tornam-se mais marcadas;
• Gosta de ler, escrever e de utilizar livros e referências;
Fases do desenvolvimento infantil
DOS 10 AOS 11 ANOS
• Está alerta e bastante segura de si;
• Gosta de ler;
• Tem muitos interesses de curta duração
• Desenvolvimento Social
• É bastante seletiva nas suas relações: pode ter um(a) melhor
amigo(a).
Desenvolvimento físico e psicomotor
O olhar
o bebé torna-se
capaz de fixar
visualmente os olhos
de outra pessoa. O
que leva o adulto a
ter a certeza que o
bebé está realmente
a olhar para ele.
6º semana
o bebé é tão capaz
como um adulto de
mover os olhos
rapidamente para
seguir um objeto ou
manter um olhar fixo;
e é igualmente capaz
de adaptar os olhos
para focar um objeto.
3º mês
o namoro do bebé
com o rosto, a voz o
tato é parcialmente
substituído por um
interesse por objetos
que quer apanhar.
Isto é possível entre a
coordenação entre as
mãos-olhar do bebé,
que atingiu a
maturidade.
6º mês
Desenvolvimento físico e psicomotor
Posição da cabeça
Posição central, posição periférica, perda de contacto visual.
Nestas três posições o bebé tem uma experiência sensorial (visual) e motora
(posição da cabeça) distinta em relação à/o mãe/pai.
Expressões faciais
Os bebés conseguem produzir um elevado número de expressões
faciais: esperteza, ironia, rejeição, etc.
Desenvolvimento físico e psicomotor
O sorriso
Sorrisos durante o
sono e durante o
período de
sonolência.
Primeiras
semanas
O sorriso torna-se
exógeno,
solicitado por
acontecimentos
exteriores. Ao
tornar-se exógeno
o sorriso torna-se
social.
Seis semanas e os
três meses
O bebé pode
agora produzir um
sorriso para obter
de alguém uma
reação, tal como
um outro sorriso
da/o mãe/pai ou
uma palavra
dela/e.
3º Mês 4º Mês
Expressões mais
complexas
emergem, por
exemplo o sorriso
com um ligeiro
franzir da testa.
Ao contrário do sorriso o riso não está presente desde o nascimento. Aparece entre o 4º e o 6º mês é
desencadeado por estímulos tácteis entre os 7º e 9º mês por incidentes auditivos e entre o 10º e 12º
mês por incidentes visuais. Muito cedo o riso também se torna um comportamento instrumental.
Desenvolvimento físico e psicomotor
Evolução da ideia, do espaço e do tempo
Nos 8 primeiros
meses de vida, o
bebé tem apenas
consciência dos
objetos que
consegue ver; se
uma bola, com que
tinha estado a
brincar, rola e
desaparece do seu
campo visual, deixa
de existir para ele.
Não a procura, volta-
se, antes, para outra
coisa que esteja
dentro do seu
campo visual.
Entre os 8 e os 12
meses, os bebés
aprendem a mover o
corpo, de forma a
poderem procurar
coisas fora do seu
campo de visão
imediato, e
aprendem a
manipular os
objetos no espaço,
de forma a poderem
vê-los de ângulos
diferentes.
Entre os 12 e os 18
meses, a criança que
começa a andar
aprende que não
apenas os seus braços
e as suas pernas mas
ela própria está
localizada no espaço.
Estuda também a
forma como os objetos
mudam de posição em
relação uns aos
outros; por exemplo:
quando deixa cair do
berço o seu coelho de
peluche, observa a sua
queda.
Para o fim do
período sensório-
motor, as crianças
entre os 18 e os 24
meses já
desenvolveram a
capacidade de
representar o
espaço
mentalmente.
As crianças de 3 e 4
anos, no período
pré-operatório,
estão a explorar
ativamente essas
relações quando
separam as coisas e
voltam a encaixá-las
e quando ordenam e
reordenam as coisas
no espaço. Estão
também a aprender
a descrever onde
estão as coisas
As crianças de 3 e 4
anos estão a começar
a trabalhar com a
noção de delimitação
do espaço.
Aos 5-7 anos são
capazes de fazer uma
linha reta seguindo os
rebordos de uma mesa
ou por tentativa e
erro. Tentam também
medir realmente as
distâncias, usando um
método primitivo,
como o esticar as
mãos.
Quando chegam à fase
das operações
concretas (8-11 anos),
as crianças conseguem
com êxito lidar com
muitas relações
espaciais.
Desenvolvimento físico e psicomotor
Lateralidade
A lateralidade é a capacidade que a
criança tem para realizar tarefas
motoras dando preferência a um lado
do corpo sobre o outro.
Por volta dos 2 anos, a criança mostra
ter preferência por um lado ou outro, e
isto é indicativo de uma orientação do
corpo no espaço que posteriormente
será objeto de desenvolvimento e
estruturação: trata-se da lateralidade
do corpo.
Desenvolvimento físico e psicomotor
Um teste muito simples que pode informar os
educadores da maturidade da lateralidade da
criança é o seguinte:
Senta-se a criança no chão com as pernas abertas
e em frente dela coloca-se uma bola mais
pequena que a de ténis e diz-se que agarre. É
importante assinalar que quando o adulto coloca
a bola diante da criança o deve fazer com as duas
mãos, para que ela não imite por assimetria a
ação do adulto. Repete-se a operação umas cinco
vezes e assim observaremos se o faz sempre com
a mesma mão ou não.
A família nunca deve forçar a criança a utilizar uma das mãos
em detrimento da outra. Os adultos terão de jogar com as
crianças jogos que lhes tornem possível a diferenciação entre a
sua parte dominante e a não dominante, como por exemplo:
Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean
Piaget
Para analisar estes processos, Piaget
observou, desde a infância, os seus
próprios filhos assim como outras crianças.
O pensamento da criança, conclui o autor,
é qualitativamente diferente (diferente na
forma) do pensamento adulto.
Assim Piaget propôs
sequências universais de
desenvolvimento cognitivo
ao longo da infância e da
adolescência.
Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean
Piaget
Estádio sensório - motor - (0 - 2 anos)
Inteligência prática, baseada nas sensações e nos movimentos (o mundo que existe para o bebé é apenas aquele
que ele vê, ouve ou sente e sobre o qual age);
Antes dos 8 meses: é como se o mundo não fosse constituído por objetos, mas sim por uma sucessão de
imagens, sem ligação entre si, em que as coisas deixam de existir quando deixam de ser percecionadas;
A partir dos 8 meses: adquire a noção de permanência do objeto
Progressivamente, vai sendo capaz de agir intencionalmente, de modo cada vez mais coordenado, para obter o
fim pretendido
No final deste estádio: surge a capacidade de representação mental e de simbolização (representação
mentalmente não só a permanência do objeto, mas também as relações que se estabelecem entre os objetos);
Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean
Piaget
Estádio pré-operatório - (2-7 anos)
Função simbólica: capacidade de representação mental e simbolização;
Egocentrismo intelectual: a criança acha que o mundo foi criado para si e não é capaz de perceber o ponto de vista do outro (acha
que os outros pensam e sentem da mesma forma que ela);
Animismo: o egocentrismo estende-se aos objetos e outros seres vivos, aos quais a criança atribui intenções, pensamentos, emoções
e comportamentos próprios do ser humano;
Pensamento mágico: a realidade é aquilo que a criança sonha e deseja, e dá explicações com base na sua imaginação, sem ter em
consideração questões de lógica;
Interessa-se essencialmente por resultados práticos;
A sua perceção imediata é encarada como verdade absoluta, sem perceber que podem existir outros pontos de vista
Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean
Piaget
Estádio das operações concretas (7-11/12 anos)
Pensamento lógico: tem capacidades para realizar operações mentais, pois compreende que existem ações reversíveis
(percebe que é possível transformar o estado de um objeto, sem que todo o objeto mude, e depois reverter esta
transformação, voltando ao estado inicial);
Compreende a existência de conceitos - características que não variam em função das mudanças dos objetos, mas que
existem para além deles e podem ser aplicados a muitas outras situações para além daquela associação que foi
primeiramente apresentada
Já não se baseia na perceção imediata e começa a compreender a existência de características que se conservam,
independentemente da sua aparência: adquire assim a noção de conservação da matéria sólida (ou substância), mais
tarde da líquida
A existência de conceitos vai permitindo compreender a relação parte-todo, fazer classificações (agrupar objetos
segundo determinada característica comum, abstraindo-se das suas diferenças), seriações
Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean
Piaget
Estádio das operações formais (12-16 anos)
Consegue realizar não só operações concretas mas também operações formais.
Neste estádio, já é possível resolver este problema usando o pensamento abstrato (operação formal): consegue-se colocar
mentalmente todas as hipóteses.
Pensamento abstrato: é capaz de se desprender do real e raciocinar sem se apoiar em factos, ou seja, não precisa de operacionalizar
e movimentar toda a realidade para chegar a conclusões;
Raciocínio hipotético-dedutivo: coloca hipóteses, formulando mentalmente todo o conjunto de explicações possíveis;
É capaz de pensar sobre o próprio pensamento e sobre os pensamentos das outras pessoas e, portanto, percebe que, face a uma
mesma situação, diferentes pessoas têm diferentes pontos de vista.
Percebe que existem múltiplas formas de perspetivar a realidade e que a sua perceção é apenas uma dentro de um conjunto de
possibilidades;
Desenvolvimento da linguagem
Os seres humanos
não têm de falar
para comunicar,
mas não há dúvida
de que as palavras
clarificam muito
melhor a
transmissão de
informações e
pensamentos.
Um bebé que chora
e deixa de o fazer
quando um adulto
chega está a
mostrar que tem
presente um sinal
comunicativo com
que chama a
atenção de outra
pessoa e a que esta
responde.
A crescente
capacidade da
criança para utilizar
a linguagem, um
sistema de
comunicação
baseado em
palavras e
gramática, é um
elemento crucial
no
desenvolvimento
cognitivo. A partir
do momento em
que conhece as
palavras, ela pode
utilizá-las para
representar objetos
e ações.
Desenvolvimento da linguagem
Etapas
na
aquisição
da
linguagem
O choro, é a única forma de comunicação do
recém-nascido.
Entre as 6 semanas e os 3 meses de vida, os
bebés começam a produzir sons quando estão
contentes. “ahhh”
Entre os 3 e os 6 meses, os bebés começam a
brincar com os sons da fala, ajustando os sons
que ouvem das pessoas à sua volta.
Desenvolvimento da linguagem
Etapas
na
aquisição
da
linguagem
Entre os 6 e os 10 meses ocorre o tagarelar –
repetindo sequências de consoante-vogal
como “mama- ma-ma”. Geralmente é
confundido com a primeira palavra do bebé.
Cerca dos 9 e os 10 meses de vida, os bebés
imitam deliberadamente sons sem os
compreenderem.
Entre os 9 e os 12 meses ele aprendeu alguns
gestos sociais convencionais: acenar adeus,
abanar com a cabeça para significar sim,
abanar com a cabeça para significar não.
Desenvolvimento da linguagem
Etapas
na
aquisição
da
linguagem
Por volta dos 13 meses, ele usa gestos
representacionais mais elaborados; por exemplo, é
capaz de levar uma chávena vazia à boca ou levantar
os braços para mostrar que quer ser pegado ao colo.
Os gestos surgem geralmente antes de a criança ter
um vocabulário de 25 palavras e diminuem quando a
criança aprende a palavra correspondente à ideia que
está a gesticular, podendo dizê-la, em vez de recorrer
ao gesto.
Desenvolvimento da linguagem
Etapas
na
aquisição
da
linguagem
Em geral, os bebés começam pelos nomes. Entre os mais
vulgares contam-se o nome que a criança dá à pessoa que cuida
dela e a palavra que usa para se referir a gatos, cães, chávena ou
biberão e comida. Umas vezes, estas palavras aproximam-se das
verdadeiras; outras vezes, não conseguem distinguir-se.
Em média, o bebé pronuncia a primeira palavra algures entre os
10 e os 14 meses, iniciando o discurso linguístico – expressão
verbal que transmite um significado. De entre em pouco, o bebé
irá usar muitas palavras e irá mostrar alguma compreensão de
gramática, de pronúncia, de entoação e de ritmo. Com 2 anos a
criança pronuncia mais de 200 palavras.
Desenvolvimento da linguagem
Etapas
na
aquisição
da
linguagem
As crianças escolhem as primeiras palavras escutando
a sílaba tónica, e é por isso que muitas chamam
“fante” ao elefante e “rafa” à girafa. Uma palavra
como esta que exprime uma ideia completa
denomina-se holofrase.
Com cerca de 13 meses, as crianças olham para os
objetos a que os pais dão nome. Por outro lado, os
adultos tendem a olhar para aquilo de que estão a
falar. Por isso, é que as crianças começam a olhar para
aquilo em que você se concentra e assumem que os
sons que você faz se referem ao que elas vêem.
Ao apontar para um cão, a criança diz “au-au”. O que
ela está a querer dizer é muito claro: “Olhem, está ali
um cão!” Se estender as mãos e disser a palavra
“bolacha”, isso significa “Dá-me uma bolacha”.
Desenvolvimento da linguagem
Etapas
na
aquisição
da
linguagem
A maioria das crianças domina cerca de 200 palavras antes
de começar a falar por frases, o que acontece cerca dos 21
meses. É mais importante o número de palavras do que a
idade. Assim que o processo está em marcha, avança
rapidamente. Não é raro que uma criança use 100 novas
frases de duas palavras num mês.
Por volta dos 3 anos, o discurso é fluente, mais extenso e
complexo, apesar das crianças muitas vezes omitirem
partes do discurso, elas conseguem manter o seu
significado. Por volta dos 5 ou 6 anos, as crianças falam
através de frases mais longas e mais complicadas.
Entre os 6 e os 7 anos, as crianças começam a falar através
de frases compostas e complexas e usam o discurso
completo.
Desenvolvimento sócio afetivo
Interacção mãe/filho
Praticamente qualquer atividade levada a
cabo pelo bebé, que provoque uma resposta
de um adulto poderá ser um
comportamento de procura de vinculação:
chupar, chorar, sorrir, abraçar e olhar para a
figura parental.
Logo na oitava semana de vida, os bebés
dirigem alguns desses comportamentos mais
à mãe do que a outra pessoa. Estas
aproximações são bem-sucedidas quando a
mãe responde calorosamente, expressa
contentamento e oferece ao bebé contacto
físico frequente e liberdade para explorar.
Desenvolvimento sócio afetivo
• Ainsworth descreveu quatro estádios durante o primeiro ano de vida:
Antes dos 2 meses, os bebés respondem indiscriminadamente
a qualquer pessoa.
Entre as 8 e as 12 semanas, os bebés choram, sorriem,
balbuciam mais para a mãe do que para outra pessoa, mas
continuam a responder aos outros.
Aos 6 a 7 meses, os bebés demonstram uma vinculação à mãe
bem definida. O medo de estranhos poderá surgir entre os 6 e
os 8 meses.
Desenvolvimento sócio afetivo
Relações precoces mãe/filho
.
Como
e
quando
se
desenvolve
a
intimidade
especial
entre
as
mães
e
os
seus
bebés?
Uma investigação mais recente não confirmou a
existência de um período crítico para a ligação
mãe/bebé e os defensores da ideia original
modificaram, mais tarde, a sua posição afirmando que
o contacto imediatamente após o parto não é essencial
para uma forte ligação mãe/criança.
Algumas mães parecem conseguir uma ligação mais
forte com os bebés depois de um contacto precoce
mais alargado, tal como é conseguido em hospitais que
oferecem uma antecâmara ou quando o parto é em
casa
No entanto, não têm sido demonstrados resultados a
longo prazo. Este resultado tem atenuado a
preocupação e a culpa por vezes sentida por pais
adotivos e pais que tiveram de ser separados dos seus
filhos a seguir ao nascimento.
Relações precoces mãe/filho
À medida que os bebés se
tornam mais despertos,
alertas e ativos, o seu
padrão comportamental
individual provoca
respostas diversas por
parte das figuras que lhes
prestam cuidados
Os adultos reagem de
maneira muito diferente a
um bebé tranquilo e a um
bebé excitável; a um bebé
a quem podem facilmente
acalmar e a outro que é
frequentemente
inconsolável; a um bebé
que está frequentemente
acordado e alerta a outro
que parece alheado do que
o rodeia.
Os bebés, por sua vez,
respondem à forma como
são tratados. Esta
influência bidirecional
pode ter efeitos
duradouros no tipo de
pessoa em que o bebé se
tornará. Assim, desde o
princípio, as crianças
influenciam as suas
próprias vidas ao
moldarem o ambiente no
qual se desenvolvem.
Desenvolvimento sócio afetivo
Processo de separação/individualização
A ansiedade de separação e ansiedade face a estranhos tendiam a ser
consideradas marcos emocionais e cognitivos, refletindo a vinculação à mãe.
O momento em que vão para a Creche
ou Jardim-de-infância é o primeiro
distanciamento ou separação da
presença permanente da mãe. Trata-se
de um facto importante não só para a
criança como para a mãe e as
dificuldades que nestes casos são
apresentadas dependem, sobretudo, do
clima que os pais tenham criado.
Desenvolvimento sócio afetivo
Processo de separação/individualização
Quando a criança reage com ansiedade, agarra-se à sua mãe e chora no momento em
que tenta deixá-la, como se lhe estivessem a arrancar uma parte de si mesmo, é preciso
esperar uma melhor oportunidade e prepará-la adequadamente.
Assim, algumas mães não têm
consciência de que são elas que se
agarram aos seus filhos, embora
aparentemente dêem impressão de que
desejam levá-los para o jardim-de-
infância. As lágrimas e os gritos da
criança surgem como resposta à
ansiedade que percebe na sua mãe.
Desenvolvimento sócio afetivo
Entrada no grupo
Pouco depois dos 2 anos, na sua maioria, as crianças
começam a interagir e a brincar umas com as outras.
Podem, por exemplo, reunir-se num canto da casa
ou junto à lareira a brincar em grupo. Além disso, as
conversas são simples e, muitas vezes, as crianças
fazem exatamente a mesma coisa.
São agora menos tolerantes umas para as outras.
Podem não partilhar o que lhes pertence e, se lhes
tirarem um brinquedo, protestam. Podem bater, dar
pontapés e morder umas nas outras. Deste modo, a
prendem a interagir e a provocar reações.
No infantário, as crianças entre os 2 e os 3 anos
brincam muitas vezes em grupos grandes e gostam
de se juntar a outras e fazer o mesmo que elas. Mais
tarde, quando os papéis nos jogos de simulação são
mais definidos, o grupo escolhe. As crianças menos
populares podem ser excluídas.
Desenvolvimento sócio-afectivo
Relações entre crianças
As crianças fazem amigos tal como os adultos. Se são eficientes,
aproximam-se dos estranhos com toda a abertura; as que são
menos hábeis rondam a brincadeira até que alguém vá ao seu
encontro. Na fase em que se formam grupos de crianças em torno
de uma atividade, a entrada num grupo é relativamente simples.
Estudos realizados neste domínio permitem concluir que as
crianças populares são: Amigáveis; extrovertidas; brilhantes;
hábeis; atraentes
Desenvolvimento sócio afetivo
Cooperação e a autonomia
A independência dá confiança e
autoestima às crianças. “Eu posso”
soa melhor do que “eu não posso”,
sobretudo quando mais alguém
pode.
Para ser independente, uma criança
tem de saber cuidar de si própria nos
aspectos básicos: comer, vestir-se,
servir-se da casa de banho e lavar-se.
Mais importante ainda, tem de
conseguir motivar-se para a ação,
seja qual for a tarefa.
Uma criança que sabe vestir as
calças, mas só o faz quando lho
dizem, continua a depender de si. Se
você permitir que este tipo de
dependência impregne todos os atos
da criança, a vida dela longe de si
será difícil. Nem os professores nem
as outras crianças têm tempo para
organizar todos os atos dela.
Desenvolvimento sócio afetivo
Cooperação e a autonomia
A nível prático,
tem de
conseguir
trabalhar
sozinha,
concentrar-se
escutar,
compreender e
manter-se
sentada durante
longos períodos.
Uma criança
comporta-se
melhor em
todas estas
frentes,
sobretudo se foi
encorajada a ser
independente.
A independência
assenta na
segurança. Uma
criança
emocionalmente
segura sabe que os
pais e os
educadores estão
sempre prontos a
ajudá-la, mas
também que
voltarão se se
ausentarem. A
segurança consiste
essencialmente em
saber que, faça a
criança o que fizer,
o afeto não está
em questão. Os
pais amam-na por
aquilo que ela é.
Desenvolvimento sócio afetivo
Criança e o adulto
A criança convive, cresce e comunica com a família; a ela cabe, em primeiro
lugar, a função educativa (um direito e um dever). A família é um elemento ativo
que desempenha funções e tem responsabilidades distintas das que competem
às instituições educativas.
Como consequência, pode afirmar-se que a educação compete ao mesmo
tempo a pais e educadores. Há, portanto, necessidade de uma estreita
colaboração, que se reflita em ações conjuntas e coordenadas.
Os centros que recebem as crianças dos 3 meses aos 5 anos satisfazem, em
primeiro lugar, as necessidades fundamentais, de forma a permitirem o correto
desenvolvimento do indivíduo, pois parte-se do princípio que, até à fase
compreendida entre os 6 e os 12 anos, os modelos de aquisição e aprendizagem
variam muito.
Desenvolvimento sócio afetivo
Criança e o adulto
Embora continue a ser uma fase não obrigatória, o facto de se definirem quer os ensinamentos e as
competências próprias deste período quer as características académicas e profissionais dos
educadores e dos centros implicados nesta tarefa reforça a nível social e importância da educação
durante os primeiros anos de vida da criança.
Na perspetiva da
socialização é fundamental
que qualquer instituição de
crianças em idade infantil
seja capaz de
Ensinar a conviver
coletivamente com
crianças da mesma idade;
Ensinar a conviver
coletivamente com
crianças da mesma idade;
Ensinar a adaptar-se ao
grupo, separando-os do
ambiente familiar e
aceitando a sua própria
identidade.
Ensinar a conviver com
adultos, que não sejam
pais ou familiares e que
tenham autoridade sobre a
criança;
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Desenvolvimento infantil em

  • 2. ÍNDICE 1.Psicologia e conceito do desenvolvimento da criança - definição 2.Psicologia e pedagogia 3.Desenvolvimento, crescimento e maturação da criança 4.Factores condicionantes do desenvolvimento infantil 5.Fases do desenvolvimento infantil 6.Desenvolvimento físico e psicomotor 7.Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean Piaget 8.Desenvolvimento da linguagem 9.Desenvolvimento sócio-afectivo 9.1.Interacção mãe/filho 9.2.Entrada no grupo 9.3.Criança e o adulto
  • 4. Psicologia e conceito do desenvolvimento da criança - definição • Psicologia é a ciência que estuda o pensamento, tentando através de processos múltiplos compreender o modo como o ser humano se individualiza. Antes Atualmente Uns tinham uma visão negativa da infância, encarando a criança como uma espécie de selvagem quase sem humanidade, incluindo-a na mesma categoria em que mantinham os primitivos e os deficientes mentais. Outros consideravam que as crianças tinham uma mente como a dos adultos, sendo a única diferença entre ambos o crescimento e não o desenvolvimento; constituindo a criança como um adulto em miniatura. As grandes mudanças quanto ao modo de encarar a criança deve-se à teoria evolucionista de Darwin, estilhaçadora da fronteira intransponível entre animal e ser humano, abre caminho a uma nova perspetiva em psicologia genericamente apelidada de organicismo.
  • 5. 5 Comportamento  todas as atividades que se pode observar e que são e que nós temos consciência (ex: falar, relacionar-se com os outros, escrever, rir, chorar, agredir, etc.). Processos mentais  todos os fenómenos que não são exteriormente observáveis tais como o pensamento, o sonho e o sono, os sentimentos, entre outros.
  • 6. O modelo organicista realça o carácter adaptativo do processo de desenvolvimento, uma vez que considera que se progride na sequência dos estádios O desenvolvimento na infância está relacionado com o desenvolvimento ao longo do resto do ciclo de vida, o desenvolvimento não termina na adolescência. Atualmente, a maior parte dos estudiosos da área concorda que o desenvolvimento decorre ao longo de toda a vida do ser humano. Psicologia e conceito do desenvolvimento da criança - definição
  • 7. Existem dois tipos de mudanças desenvolvimentais: quantitativa e qualitativa: Mudança quantitativa é uma mudança no número ou quantidade, tal como na altura, peso, vocabulário ou frequência de comunicação. Mudança qualitativa é uma mudança no tipo, estrutura ou organização, tal como a mudança que ocorre numa criança, de não-verbal para ser capaz de compreender palavras e de comunicar verbalmente.
  • 8. Apesar dos processos físicos e psicológicos do desenvolvimento serem os mesmos para todas as crianças normais, o seu resultado é diferente – tal como os adultos são diferentes entre si. Na realidade, o desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança a nível físico, do comportamento, cognitivo e emocional ao longo da vida. Em cada fase surgem características específicas. As linhas orientadoras de desenvolvimento aplicam-se a grande parte das crianças em cada fase de desenvolvimento. No entanto, cada criança é um indivíduo e pode atingir estas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras crianças da mesma idade, sem se falar, propriamente, de problemáticas.
  • 9. O desenvolvimento é…  permanente, não temporário;  crescente, não decrescente,  estável, não instável,  ao longo da vida de uma pessoa, não apenas numa hora.  Composto por ganhos e perdas que a pessoa tenta compensar.
  • 10. Cada criança é um indivíduo e pode atingir certas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde do que outras crianças da mesma idade.
  • 11. Atividade Recebe estímulos através; dos diálogos na creche e em casa; do lúdico , do envolvimento das rotinas ( casa e creche) Convive apenas com os pais e os avós , mas estes prestam apenas os cuidados básicos e deixam a criança brincar livremente sem estabelecer muita interação com adultos e/ou crianças.
  • 13. Psicologia e pedagogia Nenhuma teoria sobre o desenvolvimento humano é aceite universalmente e nenhuma explica todas as facetas do desenvolvimento. Por isso, para avaliar e interpretar a investigação, é importante saber qual a perspetiva teórica em que se baseia. Há uma variedade de teorias sobre o porquê do comportamento das crianças.
  • 14. Principais correntes pedagógicas: ErikErikson: teoria psicossocial Jean Baker Miller: teoria relacional teoria da aprendizagem social Comportamentalismo A teoria cognitiva dos estádios de Piaget Sigmund Freud: teoria psicossexual
  • 15. Sigmund Freud-teoria psicossexual Freud fez-nos tomar consciência dos pensamentos e emoções inconscientes, da ambivalência das relações precoces pai-filho e da presença, a partir do nascimento, de pulsões sexuais. Freud acreditava que a personalidade forma-se nos primeiros anos de vida, quando as crianças lidam com os conflitos entre os seus impulsos biológicos inatos, ligados às pulsões e às exigências da sociedade. O seu método psicanalítico influenciou muito a psicoterapia atual.
  • 16. A sua larga experiência pessoal e profissional levou-o a modificar e alargar a teoria freudiana, dando importância às influências da sociedade no desenvolvimento da personalidade. Enquanto Freud sustentava (apoiava) que as experiências da infância precoce formavam de um modo permanente a personalidade, Erikson defendia que o desenvolvimento do ego ocorre ao longo da vida e, é influenciado social e culturalmente. Na teoria de Erikson o processo de desenvolvimento ocorre em 8 estádios ao longo do ciclo de vida, cada um dos quais desenvolve-se em torno de uma crise específica ou ponto de viragem ErikErikson: teoria psicossocial
  • 17.
  • 18. Jean Baker Miller: teoria relacional Um problema-chave para Miller, e outros psicanalistas atuais, é o de saber se o desenvolvimento saudável assenta mais no desenvolvimento do self (do “eu”) ou nas relações com outras pessoas. De acordo com a teoria relacional de Miller o crescimento da personalidade ocorre no seio das relações, ocorre dentro de ligações emocionais e não separado delas. O conceito de self começa na interação dinâmica com o outro. O bebé identifica-se com a primeira pessoa que cuida dela, não por aquilo que ela é mas por aquilo que essa pessoa faz. O bebé responde às emoções das outras pessoas, fica confortável quando os outros estão confortáveis e atua para construir relações íntimas. Durante os primeiros anos de vida e na pré-escola, tanto rapazes como raparigas, em vez de se esforçarem ao máximo pela autonomia e desenvolvimento do self, continuam a atribuir uma importância máxima às ligações íntimas.
  • 19. Comportamentalismo ou Behaviorismo O comportamentalismo é uma teoria que descreve o comportamento observado como uma resposta previsível a uma dada experiência. Defendem que os seres humanos reagem da mesma maneira que os animais face a condições ou aspetos do meio ambiente que achem desagradáveis, dolorosos ou ameaçadores.
  • 20. Principais representantes- Ivan Pavlov Desenvolveu os princípios básicos do condicionamento clássico através de experimentos com cães;
  • 21. Principais representantes- Thorndike Lei do efeito: Um estímulo e uma determinada situação estão relacionados através de uma associação desejável ou uma dissociação, consoante a satisfação que causam no sujeito.
  • 22. Principais representantes-Watson- Estudo somente dos fenômenos observáveis “O que nós somos é o que fazemos, e o que fazemos é o que o ambiente nos faz fazer. – John Watson
  • 23. Principais representantes-Skinner Foco no condicionamento operante: consequências (reforço ou punição);
  • 24. Albert Bandura Sustenta que as crianças aprendem comportamentos sociais pela observação e imitação de modelos (normalmente os pais). As crianças adquirem novas capacidades através da aprendizagem por observação – olhando os outros. Demonstram a sua aprendizagem mesmo quando o modelo não está presente. A teoria da aprendizagem social
  • 25. Teoria cognitiva dos estádios de Piaget O desenvolvimento para Piaget acontecia numa série de estádios qualitativamente diferentes. Em cada estádio a criança aprende uma nova forma de operar – de pensar de responder ao ambiente. Piaget mostrou-nos que a mente da criança não é uma miniatura da mente do adulto. Compreendendo como as crianças pensam, torna- se mais fácil, para os pais e educadores/responsáveis, ensiná-las.
  • 26. Sensório- Motor ( o- 2 anos) Pré- Operatório (2-7anos) Operatório Concreto ( 7-11 anos ) Operatório Concreto (+12)
  • 27. Desenvolvimento, crescimento e maturação da criança O papel desempenhado pelos pais assume-se de crucial e incontornável importância, sobretudo no que respeita à estimulação das capacidades de processamento de informação e acompanhamento/ envolvimento nas brincadeiras e tentativas iniciadas pela criança. Durante a primeira infância as crianças saudáveis crescem e desenvolvem-se em todas as áreas: física, mental e emocionalmente e apresentam-se como protagonistas de um complexo processo de crescimento (aumento de peso e estatura) que acompanha o desenvolvimento (amadurecimento das funções biológicas). As (inter) ações com pessoas ou objetos fortalecem e exercitam as sinapses (conexões cerebrais) que serão utilizadas o resto da vida. Deste modo, as experiências, positivas ou negativas, pelas quais as crianças passam influenciam o modo como o cérebro se irá programar na idade adulta.
  • 29. Fatores condicionantes do desenvolvimento infantil A mulher (enquanto gestante) deve procurar proceder a uma série de comportamentos fundamentais que permitam o bom desenvolvimento intrauterino. Após o nascimento, a criança deve ser acompanhada por um pediatra, ter o cartão de vacinas atualizado, ver as suas necessidades nutricionais e de sono satisfeitas, sentir-se segura e amada dentro do núcleo familiar e dispor de várias oportunidades de interação social em ambientes construtivos, estimulantes e seguros. O acompanhamento médico adequado e a prevenção de situações de doença frequente (ou compreensão face a doenças crónicas, por exemplo) parecem contribuir, conjuntamente com outras condições, para o bom desenvolvimento da criança, enquanto estruturas positivas de apoio.
  • 30. Fatores condicionantes do desenvolvimento infantil Tudo aquilo que é promovido visando o bem-estar da criança assume-se como um fator favorável ao desenvolvimento A mãe, em especial, sempre surgiu como figura central no mundo da criança. Contudo, em poucas décadas, o pai começou também a marcar o seu lugar envolvendo-se e participando ativamente na educação e cuidados prestados à criança. Uma vinculação segura depende de um grau ótimo de estimulação interativa, de um parceiro previsível, comunicativo e que transmita segurança. Daí que se assuma que a fala materna carinhosa, o contacto físico próximo, o colo e a amamentação natural, por exemplo, produzem (muito provavelmente) efeitos surpreendentes no desenvolvimento. É sob o ângulo destes fundamentos que se defende o papel fundamental da mãe, do pai, da restante família e de outras figuras de referência, na vida e no desenvolvimento da criança.
  • 32. Fases do desenvolvimento infantil DOS 0 AOS 6 MESES • Vocaliza espontaneamente, sobretudo quando está em relação: • A partir dos 4 meses, começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta; • Por volta do 6º mês, compreende algumas palavras familiares (o nome dele, "mamã", "papá"...), virando a cabeça quando o chamam.
  • 33. Fases do desenvolvimento infantil DOS 06 AOS 12 MESES • A aprendizagem faz-se sobretudo através dos sentidos, principalmente através da boca; • Vocalizações: Os gestos acompanham as suas primeiras "conversas", exprimindo com o corpo aquilo que quer ou sente (por ex., abre e fecha as mãos quando quer uma coisa); Alguns dos seus sons parecem-se progressivamente com palavras, tais como "mamã" ou "papá" e ao longo dos próximos meses o bebé vai tentar imitar os sons familiares, embora inicialmente sem significado; • A partir dos 8 meses: desenvolvimento do palrar, acrescentando novos sons ao seu vocabulário. Os sons das suas vocalizações começam a acompanhar as modulações da conversa dos adultos - utiliza "mamã" e "papá" com significado; • A partir dos 10 meses, a noção de causa-efeito encontra-se já bem desenvolvida: o bebé sabe exatamente o que vai acontecer quando bate num determinado objeto (produz som) ou quando deixa cair um brinquedo (o pai ou a mãe apanha-o). Começa também a relacionar os objetos com o seu fim (por ex., coloca o telefone junto ao ouvido); • Progressiva melhoria da capacidade de atenção e concentração: consegue manter-se concentrado durante períodos de tempo cada vez mais longos; • A primeira palavra poderá surgir por volta dos 10 meses;
  • 34. Fases do desenvolvimento infantil DE 01 AOS 02 ANOS • Maior desenvolvimento da memória, através da repetição das atividades - permite-lhe antecipar os acontecimentos e retomar uma atividade momentaneamente interrompida, à qual dedica um maior tempo de concentração. • Exibe maior curiosidade: gosta de explorar o que o rodeia; • Compreende ordens simples, inicialmente acompanhadas de gestos e, a partir dos 15 meses, sem necessidade de recorrer aos gestos; • Embora possa estar ainda limitada a uma palavra de cada vez, a linguagem do bebé começa a adquirir tons de voz diferentes para transmitir significados diferentes. Progressivamente, irá sendo capaz de combinar palavras soltas em frases de 2 palavras; • Consegue estabelecer a relação entre um carrinho de brincar e o carro da família; • Entre os 20 e os 24 meses é também capaz de brincar ao faz-de-conta (por ex., finge que deita chá de um bule para uma chávena, põe açúcar e bebe - recorda uma sequência de acontecimentos e faz de conta que os realiza como parte de um jogo). A capacidade de fazer este tipo de jogos indica que está a começar a compreender a diferença entre o que é real e o que não é;
  • 35. Fases do desenvolvimento infantil DOS 02 AOS 03 ANOS • Fase de grande curiosidade, sendo muito frequente a pergunta "Porquê?"; • À medida que se desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física - trata-se de juntar as competências físicas e de linguagem (por ex., quando faço isto, acontece aquilo), o que ajuda ao seu desenvolvimento cognitivo; • É capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32 meses, é já capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre um assunto por um breve período; • Desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como "eu" e pode conseguir descrever-se por frases simples, como "tenho fome"; • A memória e a capacidade de concentração aumentaram (a criança é capaz de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos de tempo mais longos); • Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências numéricas simples e de diferentes categorias
  • 36. Fases do desenvolvimento infantil DOS 03 AOS 04 • Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para os adultos; • Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de papéis; • Compreende o conceito de "dois"; • Sabe o nome, o sexo e a idade; • Repete sequências de 3 algarismos; • Começa a ter noção das relações de causa-e-efeito; • É bastante curiosa e inquiridora;
  • 37. Fases do desenvolvimento infantil DOS 04 AOS 05 ANOS • Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras; manifesta um grande interesse pela linguagem, falando incessantemente; • Compreende ordens com frases na negativa; • Articula bem consoantes e vogais e constrói frases bem estruturadas; • Exibe uma curiosidade insaciável, fazendo inúmeras perguntas; • Compreende as diferenças entre a fantasia e a realidade; • Compreende conceitos de número e de espaço: "mais", "menos", "maior", "dentro", "debaixo", "atrás"; • Começa a compreender que os desenhos e símbolos podem representar objetos reais; • Começa a reconhecer padrões entre os objetos: objetos redondos, objetos macios, animais...
  • 38. Fases do desenvolvimento infantil DOS 05 AOS 06 ANOS • Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos verbais; • Grande interesse pelas palavras e a linguagem; • Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa; • Segue instruções e aceita supervisão; • Conhece as cores, os números, etc.; pode identificar e distinguir euros e cêntimos; • Capacidade para memorizar histórias e repeti-las; • É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do mais pequeno ao maior); • Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em baixo", etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã";
  • 39. Fases do desenvolvimento infantil DOS 06 AOS 07 ANOS • Tem uma noção mais clara das diferenças de sexo, sendo curiosa a este nível: curiosidade pelo corpo do sexo oposto, brincar aos médicos, às casinhas, etc.; • Começa a ter memórias contínuas e mais organizadas; • Desenvolvimento das capacidades de raciocínio; • Passagem de uma aprendizagem através da observação e da experiência para uma aprendizagem através da linguagem e da lógica; • A maioria das crianças aprende a ler e a escrever nesta idade.
  • 40. Fases do desenvolvimento infantil DOS 07 AOS 08 ANOS • Está menos interessada nas questões sexuais; • Está disponível para a aprendizagem. Utiliza um pensamento reflexivo; os pensamentos podem basear-se na lógica; consegue resolver problemas de maior complexidade; Boa capacidade de atenção e concentração; • Gosta de colecionar objetos e fala acerca dos seus desejos e projetos, textos e desenhos; • Baseia-se mais na realidade.
  • 41. Fases do desenvolvimento infantil DOS 08 AOS 09 ANOS • O seu pensamento está mais organizado e lógico; • Preocupa-se em perceber a razão das coisas que a rodeiam; • Sobrestima frequentemente as suas capacidades, com consequente frustração em caso de insucesso; • Procura mais informação acerca da gravidez e do nascimento; pode questionar o papel do pai;
  • 42. Fases do desenvolvimento infantil DOS 09 AOS 10 ANOS • Manifesta preferência por trabalhos e tarefas mais complexas; • Tem interesses definidos e uma grande curiosidade; procura e memoriza factos; emprega um raciocínio e pensamento abstratos; • As diferenças individuais tornam-se mais marcadas; • Gosta de ler, escrever e de utilizar livros e referências;
  • 43. Fases do desenvolvimento infantil DOS 10 AOS 11 ANOS • Está alerta e bastante segura de si; • Gosta de ler; • Tem muitos interesses de curta duração • Desenvolvimento Social • É bastante seletiva nas suas relações: pode ter um(a) melhor amigo(a).
  • 44. Desenvolvimento físico e psicomotor O olhar o bebé torna-se capaz de fixar visualmente os olhos de outra pessoa. O que leva o adulto a ter a certeza que o bebé está realmente a olhar para ele. 6º semana o bebé é tão capaz como um adulto de mover os olhos rapidamente para seguir um objeto ou manter um olhar fixo; e é igualmente capaz de adaptar os olhos para focar um objeto. 3º mês o namoro do bebé com o rosto, a voz o tato é parcialmente substituído por um interesse por objetos que quer apanhar. Isto é possível entre a coordenação entre as mãos-olhar do bebé, que atingiu a maturidade. 6º mês
  • 45. Desenvolvimento físico e psicomotor Posição da cabeça Posição central, posição periférica, perda de contacto visual. Nestas três posições o bebé tem uma experiência sensorial (visual) e motora (posição da cabeça) distinta em relação à/o mãe/pai. Expressões faciais Os bebés conseguem produzir um elevado número de expressões faciais: esperteza, ironia, rejeição, etc.
  • 46. Desenvolvimento físico e psicomotor O sorriso Sorrisos durante o sono e durante o período de sonolência. Primeiras semanas O sorriso torna-se exógeno, solicitado por acontecimentos exteriores. Ao tornar-se exógeno o sorriso torna-se social. Seis semanas e os três meses O bebé pode agora produzir um sorriso para obter de alguém uma reação, tal como um outro sorriso da/o mãe/pai ou uma palavra dela/e. 3º Mês 4º Mês Expressões mais complexas emergem, por exemplo o sorriso com um ligeiro franzir da testa. Ao contrário do sorriso o riso não está presente desde o nascimento. Aparece entre o 4º e o 6º mês é desencadeado por estímulos tácteis entre os 7º e 9º mês por incidentes auditivos e entre o 10º e 12º mês por incidentes visuais. Muito cedo o riso também se torna um comportamento instrumental.
  • 47. Desenvolvimento físico e psicomotor Evolução da ideia, do espaço e do tempo Nos 8 primeiros meses de vida, o bebé tem apenas consciência dos objetos que consegue ver; se uma bola, com que tinha estado a brincar, rola e desaparece do seu campo visual, deixa de existir para ele. Não a procura, volta- se, antes, para outra coisa que esteja dentro do seu campo visual. Entre os 8 e os 12 meses, os bebés aprendem a mover o corpo, de forma a poderem procurar coisas fora do seu campo de visão imediato, e aprendem a manipular os objetos no espaço, de forma a poderem vê-los de ângulos diferentes. Entre os 12 e os 18 meses, a criança que começa a andar aprende que não apenas os seus braços e as suas pernas mas ela própria está localizada no espaço. Estuda também a forma como os objetos mudam de posição em relação uns aos outros; por exemplo: quando deixa cair do berço o seu coelho de peluche, observa a sua queda. Para o fim do período sensório- motor, as crianças entre os 18 e os 24 meses já desenvolveram a capacidade de representar o espaço mentalmente. As crianças de 3 e 4 anos, no período pré-operatório, estão a explorar ativamente essas relações quando separam as coisas e voltam a encaixá-las e quando ordenam e reordenam as coisas no espaço. Estão também a aprender a descrever onde estão as coisas As crianças de 3 e 4 anos estão a começar a trabalhar com a noção de delimitação do espaço. Aos 5-7 anos são capazes de fazer uma linha reta seguindo os rebordos de uma mesa ou por tentativa e erro. Tentam também medir realmente as distâncias, usando um método primitivo, como o esticar as mãos. Quando chegam à fase das operações concretas (8-11 anos), as crianças conseguem com êxito lidar com muitas relações espaciais.
  • 48. Desenvolvimento físico e psicomotor Lateralidade A lateralidade é a capacidade que a criança tem para realizar tarefas motoras dando preferência a um lado do corpo sobre o outro. Por volta dos 2 anos, a criança mostra ter preferência por um lado ou outro, e isto é indicativo de uma orientação do corpo no espaço que posteriormente será objeto de desenvolvimento e estruturação: trata-se da lateralidade do corpo.
  • 49. Desenvolvimento físico e psicomotor Um teste muito simples que pode informar os educadores da maturidade da lateralidade da criança é o seguinte: Senta-se a criança no chão com as pernas abertas e em frente dela coloca-se uma bola mais pequena que a de ténis e diz-se que agarre. É importante assinalar que quando o adulto coloca a bola diante da criança o deve fazer com as duas mãos, para que ela não imite por assimetria a ação do adulto. Repete-se a operação umas cinco vezes e assim observaremos se o faz sempre com a mesma mão ou não. A família nunca deve forçar a criança a utilizar uma das mãos em detrimento da outra. Os adultos terão de jogar com as crianças jogos que lhes tornem possível a diferenciação entre a sua parte dominante e a não dominante, como por exemplo:
  • 50. Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean Piaget Para analisar estes processos, Piaget observou, desde a infância, os seus próprios filhos assim como outras crianças. O pensamento da criança, conclui o autor, é qualitativamente diferente (diferente na forma) do pensamento adulto. Assim Piaget propôs sequências universais de desenvolvimento cognitivo ao longo da infância e da adolescência.
  • 51. Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean Piaget Estádio sensório - motor - (0 - 2 anos) Inteligência prática, baseada nas sensações e nos movimentos (o mundo que existe para o bebé é apenas aquele que ele vê, ouve ou sente e sobre o qual age); Antes dos 8 meses: é como se o mundo não fosse constituído por objetos, mas sim por uma sucessão de imagens, sem ligação entre si, em que as coisas deixam de existir quando deixam de ser percecionadas; A partir dos 8 meses: adquire a noção de permanência do objeto Progressivamente, vai sendo capaz de agir intencionalmente, de modo cada vez mais coordenado, para obter o fim pretendido No final deste estádio: surge a capacidade de representação mental e de simbolização (representação mentalmente não só a permanência do objeto, mas também as relações que se estabelecem entre os objetos);
  • 52. Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean Piaget Estádio pré-operatório - (2-7 anos) Função simbólica: capacidade de representação mental e simbolização; Egocentrismo intelectual: a criança acha que o mundo foi criado para si e não é capaz de perceber o ponto de vista do outro (acha que os outros pensam e sentem da mesma forma que ela); Animismo: o egocentrismo estende-se aos objetos e outros seres vivos, aos quais a criança atribui intenções, pensamentos, emoções e comportamentos próprios do ser humano; Pensamento mágico: a realidade é aquilo que a criança sonha e deseja, e dá explicações com base na sua imaginação, sem ter em consideração questões de lógica; Interessa-se essencialmente por resultados práticos; A sua perceção imediata é encarada como verdade absoluta, sem perceber que podem existir outros pontos de vista
  • 53. Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean Piaget Estádio das operações concretas (7-11/12 anos) Pensamento lógico: tem capacidades para realizar operações mentais, pois compreende que existem ações reversíveis (percebe que é possível transformar o estado de um objeto, sem que todo o objeto mude, e depois reverter esta transformação, voltando ao estado inicial); Compreende a existência de conceitos - características que não variam em função das mudanças dos objetos, mas que existem para além deles e podem ser aplicados a muitas outras situações para além daquela associação que foi primeiramente apresentada Já não se baseia na perceção imediata e começa a compreender a existência de características que se conservam, independentemente da sua aparência: adquire assim a noção de conservação da matéria sólida (ou substância), mais tarde da líquida A existência de conceitos vai permitindo compreender a relação parte-todo, fazer classificações (agrupar objetos segundo determinada característica comum, abstraindo-se das suas diferenças), seriações
  • 54. Desenvolvimento cognitivo - a teoria de Jean Piaget Estádio das operações formais (12-16 anos) Consegue realizar não só operações concretas mas também operações formais. Neste estádio, já é possível resolver este problema usando o pensamento abstrato (operação formal): consegue-se colocar mentalmente todas as hipóteses. Pensamento abstrato: é capaz de se desprender do real e raciocinar sem se apoiar em factos, ou seja, não precisa de operacionalizar e movimentar toda a realidade para chegar a conclusões; Raciocínio hipotético-dedutivo: coloca hipóteses, formulando mentalmente todo o conjunto de explicações possíveis; É capaz de pensar sobre o próprio pensamento e sobre os pensamentos das outras pessoas e, portanto, percebe que, face a uma mesma situação, diferentes pessoas têm diferentes pontos de vista. Percebe que existem múltiplas formas de perspetivar a realidade e que a sua perceção é apenas uma dentro de um conjunto de possibilidades;
  • 55. Desenvolvimento da linguagem Os seres humanos não têm de falar para comunicar, mas não há dúvida de que as palavras clarificam muito melhor a transmissão de informações e pensamentos. Um bebé que chora e deixa de o fazer quando um adulto chega está a mostrar que tem presente um sinal comunicativo com que chama a atenção de outra pessoa e a que esta responde. A crescente capacidade da criança para utilizar a linguagem, um sistema de comunicação baseado em palavras e gramática, é um elemento crucial no desenvolvimento cognitivo. A partir do momento em que conhece as palavras, ela pode utilizá-las para representar objetos e ações.
  • 56. Desenvolvimento da linguagem Etapas na aquisição da linguagem O choro, é a única forma de comunicação do recém-nascido. Entre as 6 semanas e os 3 meses de vida, os bebés começam a produzir sons quando estão contentes. “ahhh” Entre os 3 e os 6 meses, os bebés começam a brincar com os sons da fala, ajustando os sons que ouvem das pessoas à sua volta.
  • 57. Desenvolvimento da linguagem Etapas na aquisição da linguagem Entre os 6 e os 10 meses ocorre o tagarelar – repetindo sequências de consoante-vogal como “mama- ma-ma”. Geralmente é confundido com a primeira palavra do bebé. Cerca dos 9 e os 10 meses de vida, os bebés imitam deliberadamente sons sem os compreenderem. Entre os 9 e os 12 meses ele aprendeu alguns gestos sociais convencionais: acenar adeus, abanar com a cabeça para significar sim, abanar com a cabeça para significar não.
  • 58. Desenvolvimento da linguagem Etapas na aquisição da linguagem Por volta dos 13 meses, ele usa gestos representacionais mais elaborados; por exemplo, é capaz de levar uma chávena vazia à boca ou levantar os braços para mostrar que quer ser pegado ao colo. Os gestos surgem geralmente antes de a criança ter um vocabulário de 25 palavras e diminuem quando a criança aprende a palavra correspondente à ideia que está a gesticular, podendo dizê-la, em vez de recorrer ao gesto.
  • 59. Desenvolvimento da linguagem Etapas na aquisição da linguagem Em geral, os bebés começam pelos nomes. Entre os mais vulgares contam-se o nome que a criança dá à pessoa que cuida dela e a palavra que usa para se referir a gatos, cães, chávena ou biberão e comida. Umas vezes, estas palavras aproximam-se das verdadeiras; outras vezes, não conseguem distinguir-se. Em média, o bebé pronuncia a primeira palavra algures entre os 10 e os 14 meses, iniciando o discurso linguístico – expressão verbal que transmite um significado. De entre em pouco, o bebé irá usar muitas palavras e irá mostrar alguma compreensão de gramática, de pronúncia, de entoação e de ritmo. Com 2 anos a criança pronuncia mais de 200 palavras.
  • 60. Desenvolvimento da linguagem Etapas na aquisição da linguagem As crianças escolhem as primeiras palavras escutando a sílaba tónica, e é por isso que muitas chamam “fante” ao elefante e “rafa” à girafa. Uma palavra como esta que exprime uma ideia completa denomina-se holofrase. Com cerca de 13 meses, as crianças olham para os objetos a que os pais dão nome. Por outro lado, os adultos tendem a olhar para aquilo de que estão a falar. Por isso, é que as crianças começam a olhar para aquilo em que você se concentra e assumem que os sons que você faz se referem ao que elas vêem. Ao apontar para um cão, a criança diz “au-au”. O que ela está a querer dizer é muito claro: “Olhem, está ali um cão!” Se estender as mãos e disser a palavra “bolacha”, isso significa “Dá-me uma bolacha”.
  • 61. Desenvolvimento da linguagem Etapas na aquisição da linguagem A maioria das crianças domina cerca de 200 palavras antes de começar a falar por frases, o que acontece cerca dos 21 meses. É mais importante o número de palavras do que a idade. Assim que o processo está em marcha, avança rapidamente. Não é raro que uma criança use 100 novas frases de duas palavras num mês. Por volta dos 3 anos, o discurso é fluente, mais extenso e complexo, apesar das crianças muitas vezes omitirem partes do discurso, elas conseguem manter o seu significado. Por volta dos 5 ou 6 anos, as crianças falam através de frases mais longas e mais complicadas. Entre os 6 e os 7 anos, as crianças começam a falar através de frases compostas e complexas e usam o discurso completo.
  • 62. Desenvolvimento sócio afetivo Interacção mãe/filho Praticamente qualquer atividade levada a cabo pelo bebé, que provoque uma resposta de um adulto poderá ser um comportamento de procura de vinculação: chupar, chorar, sorrir, abraçar e olhar para a figura parental. Logo na oitava semana de vida, os bebés dirigem alguns desses comportamentos mais à mãe do que a outra pessoa. Estas aproximações são bem-sucedidas quando a mãe responde calorosamente, expressa contentamento e oferece ao bebé contacto físico frequente e liberdade para explorar.
  • 63. Desenvolvimento sócio afetivo • Ainsworth descreveu quatro estádios durante o primeiro ano de vida: Antes dos 2 meses, os bebés respondem indiscriminadamente a qualquer pessoa. Entre as 8 e as 12 semanas, os bebés choram, sorriem, balbuciam mais para a mãe do que para outra pessoa, mas continuam a responder aos outros. Aos 6 a 7 meses, os bebés demonstram uma vinculação à mãe bem definida. O medo de estranhos poderá surgir entre os 6 e os 8 meses.
  • 64. Desenvolvimento sócio afetivo Relações precoces mãe/filho . Como e quando se desenvolve a intimidade especial entre as mães e os seus bebés? Uma investigação mais recente não confirmou a existência de um período crítico para a ligação mãe/bebé e os defensores da ideia original modificaram, mais tarde, a sua posição afirmando que o contacto imediatamente após o parto não é essencial para uma forte ligação mãe/criança. Algumas mães parecem conseguir uma ligação mais forte com os bebés depois de um contacto precoce mais alargado, tal como é conseguido em hospitais que oferecem uma antecâmara ou quando o parto é em casa No entanto, não têm sido demonstrados resultados a longo prazo. Este resultado tem atenuado a preocupação e a culpa por vezes sentida por pais adotivos e pais que tiveram de ser separados dos seus filhos a seguir ao nascimento.
  • 65. Relações precoces mãe/filho À medida que os bebés se tornam mais despertos, alertas e ativos, o seu padrão comportamental individual provoca respostas diversas por parte das figuras que lhes prestam cuidados Os adultos reagem de maneira muito diferente a um bebé tranquilo e a um bebé excitável; a um bebé a quem podem facilmente acalmar e a outro que é frequentemente inconsolável; a um bebé que está frequentemente acordado e alerta a outro que parece alheado do que o rodeia. Os bebés, por sua vez, respondem à forma como são tratados. Esta influência bidirecional pode ter efeitos duradouros no tipo de pessoa em que o bebé se tornará. Assim, desde o princípio, as crianças influenciam as suas próprias vidas ao moldarem o ambiente no qual se desenvolvem.
  • 66. Desenvolvimento sócio afetivo Processo de separação/individualização A ansiedade de separação e ansiedade face a estranhos tendiam a ser consideradas marcos emocionais e cognitivos, refletindo a vinculação à mãe. O momento em que vão para a Creche ou Jardim-de-infância é o primeiro distanciamento ou separação da presença permanente da mãe. Trata-se de um facto importante não só para a criança como para a mãe e as dificuldades que nestes casos são apresentadas dependem, sobretudo, do clima que os pais tenham criado.
  • 67. Desenvolvimento sócio afetivo Processo de separação/individualização Quando a criança reage com ansiedade, agarra-se à sua mãe e chora no momento em que tenta deixá-la, como se lhe estivessem a arrancar uma parte de si mesmo, é preciso esperar uma melhor oportunidade e prepará-la adequadamente. Assim, algumas mães não têm consciência de que são elas que se agarram aos seus filhos, embora aparentemente dêem impressão de que desejam levá-los para o jardim-de- infância. As lágrimas e os gritos da criança surgem como resposta à ansiedade que percebe na sua mãe.
  • 68. Desenvolvimento sócio afetivo Entrada no grupo Pouco depois dos 2 anos, na sua maioria, as crianças começam a interagir e a brincar umas com as outras. Podem, por exemplo, reunir-se num canto da casa ou junto à lareira a brincar em grupo. Além disso, as conversas são simples e, muitas vezes, as crianças fazem exatamente a mesma coisa. São agora menos tolerantes umas para as outras. Podem não partilhar o que lhes pertence e, se lhes tirarem um brinquedo, protestam. Podem bater, dar pontapés e morder umas nas outras. Deste modo, a prendem a interagir e a provocar reações. No infantário, as crianças entre os 2 e os 3 anos brincam muitas vezes em grupos grandes e gostam de se juntar a outras e fazer o mesmo que elas. Mais tarde, quando os papéis nos jogos de simulação são mais definidos, o grupo escolhe. As crianças menos populares podem ser excluídas.
  • 69. Desenvolvimento sócio-afectivo Relações entre crianças As crianças fazem amigos tal como os adultos. Se são eficientes, aproximam-se dos estranhos com toda a abertura; as que são menos hábeis rondam a brincadeira até que alguém vá ao seu encontro. Na fase em que se formam grupos de crianças em torno de uma atividade, a entrada num grupo é relativamente simples. Estudos realizados neste domínio permitem concluir que as crianças populares são: Amigáveis; extrovertidas; brilhantes; hábeis; atraentes
  • 70. Desenvolvimento sócio afetivo Cooperação e a autonomia A independência dá confiança e autoestima às crianças. “Eu posso” soa melhor do que “eu não posso”, sobretudo quando mais alguém pode. Para ser independente, uma criança tem de saber cuidar de si própria nos aspectos básicos: comer, vestir-se, servir-se da casa de banho e lavar-se. Mais importante ainda, tem de conseguir motivar-se para a ação, seja qual for a tarefa. Uma criança que sabe vestir as calças, mas só o faz quando lho dizem, continua a depender de si. Se você permitir que este tipo de dependência impregne todos os atos da criança, a vida dela longe de si será difícil. Nem os professores nem as outras crianças têm tempo para organizar todos os atos dela.
  • 71. Desenvolvimento sócio afetivo Cooperação e a autonomia A nível prático, tem de conseguir trabalhar sozinha, concentrar-se escutar, compreender e manter-se sentada durante longos períodos. Uma criança comporta-se melhor em todas estas frentes, sobretudo se foi encorajada a ser independente. A independência assenta na segurança. Uma criança emocionalmente segura sabe que os pais e os educadores estão sempre prontos a ajudá-la, mas também que voltarão se se ausentarem. A segurança consiste essencialmente em saber que, faça a criança o que fizer, o afeto não está em questão. Os pais amam-na por aquilo que ela é.
  • 72. Desenvolvimento sócio afetivo Criança e o adulto A criança convive, cresce e comunica com a família; a ela cabe, em primeiro lugar, a função educativa (um direito e um dever). A família é um elemento ativo que desempenha funções e tem responsabilidades distintas das que competem às instituições educativas. Como consequência, pode afirmar-se que a educação compete ao mesmo tempo a pais e educadores. Há, portanto, necessidade de uma estreita colaboração, que se reflita em ações conjuntas e coordenadas. Os centros que recebem as crianças dos 3 meses aos 5 anos satisfazem, em primeiro lugar, as necessidades fundamentais, de forma a permitirem o correto desenvolvimento do indivíduo, pois parte-se do princípio que, até à fase compreendida entre os 6 e os 12 anos, os modelos de aquisição e aprendizagem variam muito.
  • 73. Desenvolvimento sócio afetivo Criança e o adulto Embora continue a ser uma fase não obrigatória, o facto de se definirem quer os ensinamentos e as competências próprias deste período quer as características académicas e profissionais dos educadores e dos centros implicados nesta tarefa reforça a nível social e importância da educação durante os primeiros anos de vida da criança. Na perspetiva da socialização é fundamental que qualquer instituição de crianças em idade infantil seja capaz de Ensinar a conviver coletivamente com crianças da mesma idade; Ensinar a conviver coletivamente com crianças da mesma idade; Ensinar a adaptar-se ao grupo, separando-os do ambiente familiar e aceitando a sua própria identidade. Ensinar a conviver com adultos, que não sejam pais ou familiares e que tenham autoridade sobre a criança;