REINO METAZOA (ANIMALIA)
Os animais compõem um reino com mais de um milhão de espécies. No entanto, fósseis encontrados revelam que uma
quantidade muito maior de espécies animais já viveu na Terra, mas hoje estão extintas.
Nós, os seres vivos, somos muitos e temos as mais variadas formas e tamanhos - desde corpos microscópicos, como o ácaro,
até corpos gigantescos como o da baleia-azul. Alguns com forma, organização e funcionamento do corpo simples, como uma
esponja-do-mar; outros, com a estrutura complexa de um mamífero.
Microscopia eletônica do Ácaros que
medem cerca de 0.2 a 0.5mm sendo muito Baleia azul encalhada.
difíceis de ver a olhos nu.
Apesar da grande diversidade, quase todos os animais apresentam uma característica em comum: são formados por milhares
de células de diversos tipos. Outro aspecto comum aos seres do reino Animal é que obtêm o seu alimento a partir de outros
seres vivos.
Os animais habitam quase todos os ambientes conhecidos do nosso planeta, podendo ser encontrados tanto em grandes
altitudes nas montanhas quanto em profundas fossas marinhas.
A maioria das espécies é capaz de se locomover, isto é, mover o corpo de um lugar para o outro. No entanto, há espécies que
vivem fixas, ou seja, sésseis, no ambiente, como as esponjas-do-mar.
O que é vertebrado e invertebrado?
Os animais são estudados pela zoologia - campo da ciência cujo nome origina-se da língua grega: zoo significa "animal", e
logia, "estudo".
Para facilitar o estudo, é importante classificar os animais. Uma das formas de fazer essa classificação é dividi-los em dois
grandes grupos: vertebrados e invertebrados.
No grupo dos vertebrados estão os animais que, como os seres humanos, possuem coluna vertebral. Já o grupo
dos invertebrados é formado por aqueles que não possuem coluna vertebral.
A coluna vertebral é um tipo de eixo esquelético formado por peças articuladas entre si - as vértebras-, que podem ser ósseas
ou cartilaginosas. As articulações permitem a flexibilidade do esqueleto interno, facilitando a movimentação.
Observe a coluna vertebral do homem e no detalhe a articulação entre as vértebras.
Em amarelo as vértebras e em azul a articulação
que permite o movimento.
A coluna vertebral, associada ao sistema muscular, garante que os animais movimentem-se em mantenham a sua estrutura
firme.
Poríferos
Os poríferos, também conhecidos como espongiários ou simplesmente esponjas, surgiram provavelmente há cerca de 1
bilhão de anos. Supõe-se que eles sejam originados de seres unicelulares e heterótrofos que se agrupam em colônias.
Veja o texto:
Talvez ao tomar banho, você goste de se ensaboar usando uma esponja sintética, feita de plástico ou de borracha, ou uma
bucha vegetal.
Esponjas sintéticas de banho
Bucha vegetal
Mas você já pensou em tomar banho ensaboando-se com o esqueleto de algum animal?
Antes da invenção das esponjas sintéticas, as esponjas naturais eram muito usadas pelas pessoas para tomar banho e na
limpeza doméstica, para esfregar panelas e copos, por exemplo. A esponja natural é o esqueleto macio de certas espécies de
animais do grupo dos poríferos; esses esqueletos são feitos de um emaranhado de delicadas fibras de uma proteína chamada
espongina.
Esses animais não possuem tecidos bem definidos e não apresentam órgãos e nem sistemas. São
exclusivamente aquáticos, predominantemente marinhos, mas existem algumas espécies que vivem em água doce.
Os poríferos vivem fixos a rochas ou a estruturas submersas, como conchas, onde podem formar colônias de coloração
variadas. Podem ses encontrados desde as regiões mais rasas das praias até profundidades de aproximadamente 6 mil
metros. Alimentam-se de restos orgânicos ou de microorganismos que capturam filtrando a água que penetra em seu corpo,
como veremos adiante. Por sua vez, servem de alimento para algumas espécies de animais, como certos moluscos, ouriços-
do-mar, estrelas-do-mar, peixes e tartarugas.
Organização do corpo dos poríferos
O corpo de um porífero possui células que apresentam uma certa divisão de trabalho. Algumas dessas células são
organizadas de tal maneira que formam pequenos orifícios, denominados poros, em todo o corpo do animal. É por isso que
esses seres recebem o nome de poríferos (do latim porus: 'poro'; ferre: 'portador').
Observe no esquema abaixo que a água penetra no corpo do animal através dos vários poros existentes em seu corpo. Ela
alcança então uma cavidade central denominada átrio. Observe também que a parede do corpo é revestida externamente por
células achatadas que formam a epiderme. Já internamente, a parede do corpo é revestida por células
denominadas coanócitos.
Cada coanócito possui um longo flagelo. O batimento dos flagelos promove um contínuo fluxo de água do ambiente para o
átrio do animal. A essa água estão misturados restos orgânicos e microorganismos, que são capturados e digeridos pelos
coanócitos. O material digerido é então distribuído para as demais células do animal. Como a digestão ocorre no interior de
células, diz-se que os poríferos apresentam digestão intracelular.
Os poríferos são animais filtradores, já que filtram a água que penetra em seu corpo, retirando dela alimento e gás oxigênio.
Depois disso, a água com resíduos do metabolismo desses animais é eliminada para o ambiente por meio de uma abertura
denominada ósculo.
O esqueleto das esponjas é formado por diversos tipos de substâncias. Entre elas destacam-se asespícolas de calcário ou de
sílica, com formas variadas, e uma rede de proteína chamada espongina.
Em certas esponjas, o esqueleto não possui espículas, mas tem a rede de espongina bastante desenvolvida. As esponjas
desse tipo é que foram muito utilizadas no passado para banho e limpeza doméstica como no texto acima.
Espículas que sustentam o corpo dos Espícula em detalhe - Microscopia
poríferos. eletrônica
Muitas espécies de poríferos, que ficam totalmente expostos aos predadores, apresentam mecanismos de defesa contra a
predação excessiva. O principal mecanismo é de natureza química, e ocorre deste modo: algumas esponjas produzem uma
substância tóxica e outras produzem substâncias com atividade anti-microbiana.
No fundo do mar, corais, cnidários e poríferos entre outros competem pelos espaços em substratos sólidos, como as rochas.
Além de atuar como defesa contra predadores e infecções microbianas, essas substâncias tóxicas expelidas pelas esponjas,
são vantajosas na competição por espaço que os poríferos travam com outros invertebrados, como os corais, e até mesmo
com outras esponjas. Isso permite a algumas esponjas cresçam rapidamente.
Também são muito comuns relações de comensalismo. A estrutura do corpo das esponjas e as suas defesas contra
predadores tornam esses animais excelentes refúgios para invertebrados menores e até mesmo para alguns peixes. Várias
espécies dependem dessa proteção na sua fase jovem, do contrário suas populações não ficariam estáveis.
Outras associações comuns são aquelas envolvendo esponjas, bactérias e cianobactérias. Provavelmente, o organismo das
esponjas constitui um meio rico para o crescimento das bactérias e, ao mesmo tempo, se beneficia de um estoque de bactérias
usadas na sua nutrição.
A reprodução dos poríferos
A reprodução dos poríferos pode ser assexuada ou sexuada.
Assexuada - Ocorre, por exemplo, por brotamento. Neste caso, formam-se brotos, que podem se separar do corpo do animal
e dar origem a novas esponjas. Observe o esquema abaixo.
As esponjas apresentam ainda grande capacidade de regeneração. Se uma esponja for partida em pedaços, cada pedaço
poderá dar origem a uma nova esponja.
Sexuada. Neste caso, quando os espermatozóides (gametas masculinos) estão maduros, eles saem pelo ósculo, junto com a
corrente de água, e penetram em outra esponja, onde um deles fecunda um óvulo (gameta feminino). Após a fecundação, que
é interna, forma-se uma célula ovo ou zigoto, que se desenvolve e forma uma larva. A larva sai do corpo da esponja, nada com
a ajuda de cílios e se fixa, por exemplo, numa rocha, onde se desenvolve até originar uma nova esponja.
Os Cnidários ou Celenterados
A palavra celenterado deriva do grego Koilos, que significa 'compartimento', 'cavidade', e entheron, que diz respeito a
'intestino'. A palavra cnidário deriva do grego knidos e significa 'urticante', 'que queima'.
A organização do corpo dos celenterados
Os celenterados podem apresentar-se sob duas formas: pólipos ou medusas.
Pólipos. Têm o corpo cilíndrico e vivem geralmente fixos, por exemplo, numa rocha. Na sua extremidade livre, apresentam
tentáculos em volta da boca.
Medusas. Têm o corpo em forma que lembra um guarda-chuva. Seus tentáculos se distribuem ao longo da margem do corpo,
no centro do qual fica a boca. Nadam livremente, embora geralmente de maneira limitada, ou são carregadas pelas correntes
de água.
O corpo dos celenterados possui uma única abertura - a boca. Essa abertura fica em contato com uma cavidade
denominada cavidade digestória.
A parede do corpo é revestida externamente pela epiderme. Algumas células epidérmicas apresentam-se modificadas: são
os cnidócitos. Observe o esquema:
Cada cnidócito possui uma cápsula - o nematocisto - que abriga em seu interior um tubo filamentoso enovelado, portador de
um líquido urticante. O nematocisto contém ainda um cílio sensorial que atua como um "gatilho": ao ser tocado, o nematocisto
"dispara" o filamento urticante e injeta o veneno no corpo de presas ou de predadores, por exemplo, podendo causar-lhes
sérios ferimentos e até mesmo a morte. Para tanto, é necessária a ação conjunta de muitos cnidócitos. Assim, os cnidócitos
servem para a captura de alimentos ou para a defesa do animal.
Quando uma presa é capturada, ela é levada até a boca do animal e chega até a cavidade digestória. Nessa cavidade, o
alimento é parcialmente digerido e depois absorvido por determinadas células, no interior das quais a digestão se completa.
Por isso se diz que a digestão nos celenterados é extracelular (na cavidade digestória) e também intracelular (no interior de
células). Os resíduos não aproveitados são eliminados através da boca.
As principais classes de celenterados
Os celenterados dividem-se em três classes principais:
hidrozoários, representados pelas hidras e caravelas;
cifozoários, representados pelas águas-vivas;
antozoários, representados pelas actínias ou anêmonas-do-mar e pelos corais.
Hidras
São hidrozoários com o corpo em forma de pólipo. Vivem em água doce,
preferencialmente em águas frias e limpas, presas por uma extremidades a uma
rocha ou a vegetação aquática.
Têm cor verde, parda ou cinza. Algumas hidras podem se locomover dando
"cambalhotas".
Caravelas
São colônias formadas principalmente por vários pólipos transparentes que como
um todo, ficam flutuando sobre a água dos oceanos. Na colônia, grupos
diferentes de pólipos desempenham funções diferentes. Uns promovem a
digestão dos alimentos, alguns a reprodução, outros a proteção de toda a
colônia, por exemplo.
Caravela, organismo colonial. Vivem em alto-mar e possui longos tentáculos de
até 20 metros ou mais. As substâncias urticantes que fabrica podem causar
sérias queimaduras em seres humanos.
Águas-vivas
Têm o corpo em forma de medusa. Seu tamanho varia muito de uma espécie para a outra. Algumas podem ter alguns
milímetros de diâmetro, enquanto outras têm mais de dois metros de diâmetro. Certas águas-vivas do gênero Cyanea, que
vivem no oceano Ártico, possuem tentáculos de até 30 metros de comprimento.
Actínias ou anêmonas-do-mar
Têm o corpo em forma de pólipos. Possuem cores e tamanhos variados, medindo desde alguns milímetros até um metro ou
mais de diâmetro. São encontradas fixas a um suporte: uma rocha, um pedaço de madeira ou carapaças de outros animais.
Curiosidade
O peixe-palhaço ou anfitrião passa todo o tempo perto das anêmonas-do-mar. Ele se esconde do perigo e dorme no meio dos
tentáculos venenosos da anêmona. Às vezes, chega mesmo a roubar alimento da boca de sua protetora, embora também
traga comida para um lugar onde ela alcance. Este pequeno peixe, ao contrário de outros, está a salvo dos ferrões da
anêmona.
O motivo pelo qual o peixe-palhaço não sofre os efeitos das células urticantes da anêmona ainda não é bem conhecido. Alguns
cientistas acreditam que o muco que recobre o peixe protege-o contra o veneno. Entretanto, somente os peixes-palhaços
sadios estão protegidos. Os doentes são mortos pela anêmona.
O peixe-palhaço ou anfitrião é encontrado nos oceanos Atlântico e Pacífico. É pequeno, ágil e de colorido brilhante. A fêmea
põe seus ovos na base de uma anêmona-do-mar.
Corais
Os corais organizam-se me colônias de pequenos pólipos
que fabricam um exoesqueleto ou esqueleto externo
calcário. Assim como acontece com as caravelas, nas
colônias de corais verifica-se a divisão de trabalho entre os
seus integrantes, com alguns grupos capturando alimentos,
outros promovendo a reprodução, e assim por diante.
Os corais apresentam as mais variadas cores, como
vermelho, branco, rosa, laranja ou amarelo. Por isso são
bastante utilizados na decoração de aquários e até na
fabricação de jóias. Vivem, em geral, em águas com
temperaturas médias anuais entre 20 e 25ºC e a
profundidade de aproximadamente 35 metros. Entretanto, já
foram encontrados alguns corais vivendo em grandes
profundidades.
Quando morrem, seus esqueletos permanecem intactos e
servem de suporte para outros pólipos da colônia,
formando, assim, os recifes de corais. Em muitos casos,
esses recifes oferecem perigo as embarcações,
constituindo verdadeiras armadilhas submarinas.
Recife de corais visto de dentro do mar
Recife de corais formam uma barreira para as embarcações que chegam ao litoral.
A reprodução dos celenterados
A reprodução dos celenterados pode ser assexuada ou sexuada. Em muitas espécies ocorrealternância de fases sexuada e
assexuada.
Assexuada. A reprodução assexuada ocorre geralmente por brotamento. Nesse
caso, formam-se brotos em determinadas regiões do corpo do animal; cada broto
se desenvolve e origina um novo indivíduo. Esse novo animal, pode se manter
unido ao indivíduo que o originou, formando colônias, ou se destacar e apresentar
vida independente.
Hidra apresentando um broto, que se destacará do organismo adulto, cairá no
substrato e formará um novo indivíduo.
Sexuada. Nesse caso, os gametas masculinos (espermatozóides) são liberados
na água e nadam em busca de gametas femininos (óvulos). Dependendo da
espécie, o óvulo também pode ser liberado na água ou permanecer aderido na
superfície do corpo do animal em que foi produzido. Após a fecundação do óvulo,
o zigoto formado se desenvolve formando um embrião. Em algumas espécies, o
embrião origina diretamente um novo organismo semelhante aos pais. Em outras,
o embrião origina uma larva móvel, ela nada e acaba se fixando em algum lugar,
onde se transforma num novo indivíduo semelhante aos pais.
Alternância de fases assexuada e sexuada
Em muitas espécies de celenterados, a reprodução envolve a alternância de uma fase assexuada com outra sexuada.
Destacaremos, para exemplificar, o que ocorre entre águas-vivas.
Na reprodução da água-viva, a fase sexuada acontece na forma de medusa, a fase mais desenvolvida do ciclo;
a assexuada ocorre na forma de pólipo, que é reduzida. Observe o esquema:
Depois que os espermatozóides fecundam o óvulo, forma-se o zigoto, que se desenvolve e origina um embrião. Do
desenvolvimento do embrião, forma-se uma larva que dará origem a um pequeno pólipo.
O pólipo cresce e reproduz-se assexuadamente; nesse processo seu corpo forma vários fragmentos que se destacam dele.
Cada fragmento pode originar uma medusa jovem, que se desenvolve originando um indivíduo adulto.
Reprodução sexuada da hidra. Observe que o embrião se desenvolve inicialmente no corpo feminino; depois de algum
tempo ele se destaca da mãe e origina uma nova hidra.
Os platelmintos
Os platelmintos são vermes que surgiram na Terra há provavelmente cerca de 600 milhões de anos. Esses animais têm o
corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo: platelmintos (do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme').
Os platelmintos, que compreendem em torno de 15 mil espécies, vivem principalmente em ambientes aquáticos, como
oceanos, rios e lagos; são encontrados também em ambientes terrestres úmidos. Alguns têm vida livre, outros parasitam
animais diversos, especialmente vertebrados.
Medindo desde alguns milímetros até metros de comprimento, os platelmintos possuem tubo digestório incompleto, ou seja,
têm apenas uma abertura - a boca-, por onde ingerem alimentos e eliminam as fezes; portanto, não possuem ânus. Alguns
nem tubo digestório têm e vivem adaptados à vida parasitária, absorvendo, através da pele, o alimento previamente digerido
pelo organismo hospedeiro.
Entre os muitos exemplos de platelmintos vamos estudar as planárias, as tênias e osesquistossomos.
As planárias
Medindo cerca de 1,5 cm de comprimento, esses platelmintos podem ser encontrados em córregos, lagos e lugares úmidos.
Locomovem-se com ajuda de cílios e alimentam-se de moluscos, de outros vermes e de cadáveres de animais maiores, entre
outros exemplos.
Na região anterior do corpo da planária localizam-se a cabeça e os órgãos dos sentidos: ocelos, estruturas capazes de
detectar contrastes entre claro e escuro, mas que não formam imagens; órgãos auriculares, expansões laterais da cabeça
capazes de perceber sensações gustatórias e olfatórias, auxiliando o animal na localização do alimento.
O corpo é achatado dorsiventralmente e possui a boca localizada na região ventral do corpo. O intestino da planária é bastante
ramificado e atua digerindo os alimentos e distribuindo para as demais partes do corpo.
A planária adulta é hermafrodita, isto é, apresenta tanto o sistema genital feminino quanto masculino. Quando duas planárias
estão sexualmente maduras e se encontram, elas podem copular.
Após a troca de espermatozóides através dos poros genitais, os animais se separam e os ovos são eliminados para o meio
externo. No interior de cada ovo, encerrado em cápsulas, desenvolve-se um embrião, que se transforma em uma jovem
planária.
As planárias tem grande poder de regeneração. Cortando-se o animal em alguns pedaços, cada um deles pode dar origem a
uma planária inteira. Observe o esquema a baixo.
Confira os outros integrantes do grupo dos platelmintos e as doenças causadas por elas: as Tênias e o Esquistossomo
Os Nematelmintos
Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico, afilado nas
extremidades. Muitas espécies são de vida livre e vivem em ambiente aquático outerrestre; outras são parasitas de
plantas e de animais, inclusive o ser humano. Há mais de 10 mil espécies desse tipo de vermes catalogadas, mas cálculos
feitos indicam a existência de muitas outras espécies, ainda desconhecidas.
Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com boca e ânus. Geralmente têm
sexos separados, e as diferenças entre o macho e a fêmea podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas
humanos. De modo geral o macho é menor do que a fêmea da mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de
gancho. Esses animais são envolvidos por uma fina e delicada película protetora, que é bem lisa e resistente.
Porção anterior de Ancylostoma duodenale,
Lombriga (Ascaris lumbricoides)
mostrando boca com dentículos dilacerantes.
Doenças causadas por Nematódeos
Ancilóstomos, lombrigas, oxiúros e filárias são alguns exemplos de nematelmintos que parasitam os seres humanos:
Oxiuríase, Filaríase, Ascaridíase, Ancilostomíase (Amarelão)
Os Moluscos
Ao passear na areias de uma praia, muitas pessoas gostam de admirar e pegar conchinhas trazidas pelas ondas. Essas
conchinhas são de diversos tamanhos, formas e cores. Muitas vezes, se tornam bijuterias, pequenos enfeites, ou até mesmo
elementos de uma coleção.
Os moluscos têm uma composição frágil, são animais de corpo mole, mas a maioria deles possui uma concha que protege o
corpo. Nesse grupo, encontramos o caracol, o marisco e a ostra. Há também os que apresentam a concha interna e reduzida,
como a lula, e os que não têm concha, como o polvo e a lesma, entre outros exemplos.
A concha da ostra protege de predadores, da dissecação etc.
A concha é importante para proteger esses animais e evitar a perda de água. Ela é produzida por glândulas localizadas sob a
pele, uma região chamada de manto.
Ela não é uma parte viva do corpo do molusco; conforme o animal aumenta de tamanho, novo material é acrescentado à
concha, que pode variar de forma e tamanho e ser formada por uma ou mais peças.
Onde vivem os moluscos
Você pode encontrar moluscos no mar, na água doce e na terra. Por exemplo: o caramujo e a lesma ficam em canteiros
de horta, jardim, enfim, onde houver vegetação e a terra estiver bem úmida, após uma boa chuva; ficam também sobre plantas
aquáticas em lagos, beira de rios etc. O grande caramujo marinho vive se arrastando nas rochas ou areias no fundo do mar. Já
as ostras e o marisco fixam-se nas rochas no litoral, enquanto a lula e polvo nadam livremente nas águas marinhas.
No tempo em que ainda não havia vida no ambiente terrestre, os moluscos - com a sua concha protetora - já habitavam os
mares. O caramujo do mar é uma das espécies que têm 500 milhões de anos de história. Portanto ele já existia há alguns
milhões de anos antes dos peixes surgirem no mar. Fósseis revelam que esses seres, atualmente pequenos, foram, no
passado, bem maiores, pois há concha fóssil de 2,5 metros.
O corpo dos moluscos
Como já vimos, os moluscos têm corpo mole. A sua pele produz uma secreção viscosa, também conhecida por muco, que
facilita principalmente a sua locomoção sobre troncos de árvores e pedras ásperas, sem machucar o corpo.
O corpo desse tipo de animal é composto por: cabeça, pés e massa visceral. A massa visceral fica dentro da concha e
compreende os sistemas digestório e reprodutor.
Classificação dos moluscos
A forma e o tipo da concha são alguns dos critérios usados na classificação dos moluscos. Atualmente, esses animais estão
divididos em três classes: os gastrópodes, os bivalves e os cefalópodes.
Gastrópodes
A concha única, em espiral, é característica típica do grupo dos
gastrópodes. Por essa razão, são chamados univalves (uni significa
"única", e valve, "peça").
Entre os gastrópodes, estão o caracol e o caramujo; a lesma, apesar
de não apresentar conchas ou apresentá-la muito reduzida, também
está incluída nesse grupo.
Os gastrópodes são animais aquáticos ou terrestres de ambiente
úmido. Os aquáticos respiram por meios de brânquias, enquanto os
terrestres apresentam pulmões.
A cabeça da lesma, do caracol e do caramujo possui dois pares de
tentáculos, semelhantes na aparência a antenas. Os olhos ficam nas
extremidades do par de tentáculos mais longos.
Caracol e seus tentáculos
Na boca, existe a rádula, um tipo de "língua raspadora" que facilita a alimentação desses animais.
Microscopia eletônica da rádula raspadora.
Bivalves
Os bivalves apresentam concha com duas peças fechadas por
fortes músculos (bi significa "duas", e valve, "peça"). São seres
aquáticos e, em geral, vivem no ambiente marinho.
Eles são animais filtradores, isto é, retiram o alimento da água.
Não possuem cabeça, nem rádula (são os únicos moluscos
desprovidos dessa espécie de língua). Sua massa visceral fica
totalmente protegida pela concha. O pé se expande para fora
quando as conchas se abrem.
A respiração desses animais é branquial; as conchas permitem
que uma corrente de água circule entre as brânquias, que
absorvem e filtram o oxigênio dissolvido na água. Em relação à
reprodução em geral os sexos são separados, e a união dos
gametas, ou seja, a fecundação, é externa.
Na água, a fêmea solta os óvulos, e o macho solta os espermatozóides. As células se encontram, ocorre a fecundação e se
forma os ovos.
Cefalópodes
Cefalópode é uma palavra de origem grega; vem
deKephale, que significa "cabeça", e de pode, "pé".
Designa um grupo de moluscos do qual fazem parte o
polvo e a lula.
A concha pode não existir (como no polvo), ser interna e
reduzida (como na lula) ou ser externa (como no náutilo).
Os cefalópodes apresentam cabeça grande, olhos bem
desenvolvidos e rádula dentro da boca. Possuem oito, dez
ou mais tentáculos, que são "braços" alongados.
Polvo
Lulas gigantes Nautilos
Esses animais têm a circulação fechada - isto é, o sangue só circula no interior dos vasos, diferente dos outros moluscos.
A respiração é branquial. Eles têm um sistema nervoso bastante desenvolvido se comparado ao de outros invertebrados. Além
da visão, o olfato é bem apurado.
Esses moluscos, em geral, têm sexos separados e a fecundação é interna. Há pesquisas que indicam que algumas espécies
de polvo cuidam dos filhotes, protegendo-os dos predadores.
Como recurso de defesa, alguns moluscos contam com a camuflagem. Ao mudarem de cor são confundidos com o ambiente.
A lula e o polvo, por exemplo, expelem uma substância escura na água. Isto confunde os predadores desses moluscos,
permitindo a sua fuga.
Anelídeos
O solo é uma parte da biosfera geralmente repleta de vida. Muitos dos seres vivos
que habitam o interior do solo não são visíveis a olho nú, mas há outros que
podem ser vistos com facilidade. Um exemplo é a minhoca. Ela vive em solo
úmido, como é, geralmente, o solo fértil que serve como canteiro (de horta ou
jardim).
A minhoca pertence ao filo dos anelídeos - nome que inclui vermes com o corpo
segmentado, dividido em anéis. Os anelídeos compreendem cerca de 15 mil
espécies, com representantes que vivem no solo úmido, na água doce e na água
salgada. Podem ser parasitas ou de vida livre.
Características gerais dos anelídeos
Além da minhoca, existem várias espécies de anelídeos. Podemos citar animais pequenos - como asanguessuga, que pode
medir apenas alguns milímetros de comprimento - e também animais de grande porte - como o minhocuçu, que atinge dois
metros.
Sanguessuga
Minhocuçu
O habitat dos anelídeos pode ser a água dos mares e oceanos ou a água doce e a terra úmida. Eles são considerados os mais
complexos dos vermes. Além do tubo digestório completo, têm um sistemacirculatório fechado, isto é, têm boca e ânus e
também apresentam um sistema circulatório em que o sangue só circula dentro dos vasos.
O corpo dos anelídeos é revestido por uma pele fina e úmida. Essa é uma característica importante da respiração cutânea -
respiração realizada através da pele, pois os gases respiratórios não atravessam superfícies secas.
Na maioria das vezes, os anelídeos são hermafroditas, isto é, cada animal possui os dois sistemas reprodutores: o masculino
e o feminino. No entanto, eles realizam fecundação cruzada e recíproca, ou seja, dois animais hermafroditas cruzam e se
fecundam mutuamente.
Classificação dos anelídeos:
Podemos classificar os anelídeos utilizando como critério a presença ou a ausência de estruturas semelhantes a pelos e a
quantidade dessas cerdas.
Há três grupos de anelídeos: oligoquetos, poliquetos e aquetos. Pelo significado dessas palavras, é possível identificar
como são as cerdas (quetos) desses animais: oligo significa "poucos"; poli significa "muitos"; e a significa "sem".
Oligoquetos
Apresentam poucas cerdas por anel. Não há parapódios (pequenas projeções do corpo que auxiliam a locomoção) nem
cabeça diferenciada do restante do corpo.
O principal representante desse grupo é a minhoca. Ela tem a pele coberta por uma fina película e produz uma substância
viscosa; esse muco diminui o atrito com o solo, protege a pele do contato com possíveis substâncias tóxicas e mantém a
umidade, que é fundamental para a respiração cutânea.
Nesse animal, é visível o clitelo - um anel mais claro por onde os animais se unem na fecundação cruzada, trocando
espermatozóides. Após a reprodução, cada um dos vermes libera no solo um casulo cheio de ovos. Alguns dias depois, saem
desses ovos vermes jovens.
O sistema digestório é formado por uma boca; um papo, que parece uma grande câmera; uma moela, por onde o
alimento é triturado; um longo intestino, que termina no ânus, situado no ultimo anel do corpo.
O sistema circulatório é fechado, e nele o sangue circula dentro dos vasos. O sangue possuihemoglobina, o
mesmo pigmento vermelho que nós, seres humanos, possuímos.
O sistema nervoso é formado por células nervosas que coordenam várias funções do corpo.
A minhoca desempenha um papel importante na fertilidade do solo. Ela cava "túneis", atua como arado, aumentando a aeração
e a circulação da água. Além disso, as suas fezes contêm, substâncias nutritivas que se misturam com a terra e agem como
adubo, fertilizando o solo.
Poliquetos
Possuem muitas cerdas em cada segmento, ou seja, em cada anel. Cada anel tem um par de projeções laterais, os
parapódios, no qual estão implantadas as cerdas. Os poliquetos são carnívoros. Muitas vezes, são canibais, isto é, devoram
outros poliquetos.
Aquetos
Os aquetos (também chamados hirudíneos) não possuem cerdas e apresentam ventosas, que ajudam na fixação e na
locomoção.
Nesse grupo, está a sanguessuga. Ela é hermafrodita e vive em solo úmido e pantanoso ou em água doce. Existem também
algumas espécies marinhas.
A sanguessuga chupa o sangue de outros animais pelas ventosas, mas também pode se alimentar de minhocas e de restos de
animais. É de pequeno porte, o seu comprimento varia de 1 a 20 centímetros.
Sanguessuga
Artrópodes
Muitas vezes, não percebemos a presença daqueles animais com corpos de formas estranhas e cores variadas, que vivem ao
nosso redor, voam sobre nossas cabeças ou aqueles que se locomovem próximo dos nossos pés. A maioria desses seres é
formada por animais artrópodes.
Esse grupo inclui animais como aranha, mosca, siri, lacraia, piolho-de-cobra, camarão, escorpião, abelha, entre inúmeros
outros. O grupo dos artrópodes é tão bem adaptado aos diferentes ambientes que, atualmente, representa mais de 70% das
espécies animais conhecidas.
Características gerais dos artrópodes
A principal característica que diferencia os astrópodes dos demais invertebrados são as patas articuladas. Foi essa
característica que deu o nome ao grupo, pois a expressão patas articuladas vem do grego: artro, que significa "articulação",
e podos, "patas".
As patas articuladas permitem que o animal possa realizar vários movimentos diferentes, muitos deles bem definidos e
elaborados. Além de uma locomoção muito eficiente, as patas articuladas apresentam outras vantagens para o animal, pois
auxiliam na sua defesa e na captura de alimento. No dia-a-dia, é fácil observar nas formigas, por exemplo, a atividade que
essas patas permitem.
Além das patas articuladas, outra característica importante
dos artrópodes é a presença de um reforço externo:
o exoesqueleto. Ele é resistente, impermeável e é
constituído de sais de quitina, que é um tipo de "açúcar".
O exoesqueleto reveste e protege o corpo desses animais
de muitos perigos externos e também evita que eles
percam água. É uma importante adaptação ao ambiente
terrestre.
Embora ofereça proteção, o exoesqueleto limita o tamanho
do animal, pois não acompanha o crescimento do corpo.
Quando esse exoesqueleto fica pequeno, ocorre a muda.
Nesse fenômeno, o exoesqueleto antigo se desprende do
corpo do animal e é trocado pelo novo, que já está
formado.
Inseto saindo do seu exoesqueleto antigo.
Até se tornarem adultos, os artrópodes podem fazer essa troca várias vezes. Por isso, podemos encontrar exoesqueletos de
artrópodes soltos em árvores.
Os diversos grupos de artrópodes
Os artrópodes são subdivididos em classes de acordo com alguns critérios, como a divisão do corpo e o número de
apêndices apresentados (por exemplo: número de patas, antenas etc.).
Entre as classes de artrópodes, podemos citar: crustáceos, aracnídeos, quilópodes, diplópodes einsetos.
A seguir, vamos conhecer melhor cada uma delas.
Crustáceos
A maioria dos crustáceos é marinha, ou seja, vive nos mares e oceanos. Algumas espécies, porém, têm seu hábitat na água
doce, e outras, ainda, são terrestres, como o tatuzinho-de-jardim. Podemos citar como exemplos de crustáceos mais
conhecidos: Camarão, lagosta, siri, caranguejo e craca. O tamanho desses animais varia bastante de uma espécie para outra.
O corpo dos crustáceos, é dividido em cefalotórax, parte do corpo formada por cabeça e tórax fundidos, e abdome.
Esses animais possuem um número variável de patas (geralmente cinco pares) e dois pares de antenas. O exoesqueleto de
muitos crustáceos apresenta carbonato de cálcio, uma substância que forma a carapaça dura dos siris e caranguejos.
Aracnídeos
A classe dos aracnídeos inclui aranhas, escorpiões e carrapatos. Algumas espécies peçonhentas de aranhas e escorpiões
podem causar a morte, principalmente de crianças pequenas. O número de acidentes envolvendo o veneno desses animais é
grande no Brasil.
O corpo dos aracnídeos é dividido em cefalotórax e abdome. Esses animais têm quatro pares de patas e não possuem
antenas. Apresentam um par de pedipalpos (palpos), que são apêndices sensoriais, e também um par de quelíceras,
apêndices em forma de pinça.
A maioria dos aracnídeos é carnívora. Alguns desses animais são parasitas do sangue de vertebrados, como os carrapatos.
A sarna ou escabiose é causada por um aracnídeo, um ácaro.
A aranha apresenta no abdome as suas glândulas fiandeiras, que produzem os fios utilizados para construir ninhos ou tecer
teias nas árvores e nos cantos onde esses animais vivem.
Quilópodes
Quilópode é uma palavra de origem grega que significa "aquela que tem mil patas" (quilo significa "mil", e podos "patas"). Esse
grupo é representado pela lacraia e pela centopéia.
O corpo dos quilópodes é formado por uma cabeça e muitos segmentos. Em cada um desses segmentos, existe um par de
pernas. Esses animais têm um par de antenas longas na cabeça.
Esses seres terrestres vivem na sombra, em regiões quentes e em locais bastante úmidos. São ovíparos, carnívoros e
predadores. Eles possuem veneno, que é inoculo no inimigo ou na presa.
O venêno das lacraias não costuma ser mortal para o ser humano mas causam muita dor.
Diplópodes
Um representante desse grupo é o piolho-de-cobra, conhecido também como embuá ou gongolo. O corpo dos diplópodes
possui uma cabeça com uma par de antenas curtas e tem também vários segmentos.
Em cada segmento do seu corpo, há dois pares de pernas, daí o nome
diplópodes - que vem do grego e significa "patas duplas" (disignifica
"duplo", e podos, "patas").
Os diplópodes gostam de lugares escuros e terra úmida. Vivem
embaixo de pedras e folhas mortas ou dentro de troncos de árvores
apodrecidos. Assim como os quilópodes, eles procuram sombra e
umidade.
Quando atacados, enrolam-se e liberam uma secreção que afugenta os
inimigos. Os diplópodes são ovíparos, isto é, pões ovos.
Insetos
Os principais representantes dessa classe são os artrópodes que encontram com mais facilidade no dia-a-dia; por exemplo:
formiga, barata, mosquito, borboleta, mosca, besouro, joaninha, abelha, gafanhoto, entre muitos outros.
A classe dos artrópodes com maior variedade e número de espécies é a dos insetos. Com grande capacidade reprodutiva, os
insetos formam a única classe de invertebrados com representantes dotados de asas, o que contribui para o sucesso na
ocupação de todos os ambientes do planeta exceto as águas oceânicas mais profundas.
Na cabeça há um par de antenas e uma par de olhos, além do aparelho bucal. O tipo de aparelho bucal relaciona-se ao tipo de
alimentação do inseto e é utilizado pelos cientistas como um dos principais critérios de classificação.
As tão doloridas picadas de abelhas não são feitas pelo aparelho bucal, mas sim pelo ferrão localizado na extremidade do
abdome, ligado a uma glândula que produz veneno.
Digestão
Vários artrópodes são carnívoros, mas há também os herbívoros, que se alimentam de diferentes partes das plantas.
O sistema digestório dos artrópodes é completo, e os resíduos alimentares, isto é, as fezes, são eliminados pelos ânus.
Circulação
A circulação dos artrópodes é aberta, isto é, o "sangue" não circula apenas dentro dos vasos, mas banha espaços do corpo do
animal. Esse "sangue" é incolor ou ligeiramente azulado e não transporta gases, apenas os nutrientes.
Respiração
Nas diversas classes de artrópodes, o tipo de respiração varia.
Muitos artrópodes são terrestres, como os insetos, diplópodes e quilópodes, e respiram retirando oxigênio do ambiente por
estruturas denominadas traquéias.
A traquéia está ligada a fibras
musculares que se contraem e
estimulam o ar a entrar pelos
espiráculos da traquéia.
Os artrópodes aquáticos, como os
crustáceos, podem ter respiração
branquial. As brânquias são estruturas
que retiram oxigênio dissolvido na água
para a respiração animal. Estão
presentes em grande parte dos
invertebrados aquáticos e nos peixes.
Os microcrustáceos (crustáceos muito
pequenos) fazem respiração cutânea,
isto é, respiram pela pele.
Reprodução
Na maioria dos artrópodes, o sexo são separados e a fecundação é interna, isto é, o macho lança os gametas masculinos
dentro do corpo da fêmea.
O desenvolvimento pode ser direto: os filhotes já nascem semelhantes aos pais, como é o caso de muitos aracnídeos, e
portanto esses animais não passam por metamorfose.
No desenvolvimento indireto, como ocorre com grande parte dos insetos, o animal que sai do ovo passa por uma
metamorfose antes de atingir a vida adulta.
A metamorfose pode ser completa ou incompleta. Na metamorfose completa, o animal passa pelas fases de larva, pupa e
adulto - isso ocorre, por exemplo, nas borboletas e moscas. Na metamorfose incompleta, não há a fase de larva ou a de pupa -
é o que ocorre, por exemplo, com as baratas e os gafanhotos.
Os equinodermos
Os equinodermos (do
grego echinos: espinhos; derma:pele) constituem um grupo
de animais exclusivamente marinhos, dotados de um
endoesqueleto (endo = dentro) calcário muitas vezes
provido de espinhos salientes, que justificam o nome
zoológico do grupo.
Embora não seja uma coluna vertebral, ele é importante na
sustentação do corpo, pois é bem desenvolvido e
resistente. Entre os equinodermos estão as estrelas-do-
mar, os pepinos-do-mar, os lírios-do-mar e os ouriços-do-
mar, entre outros.
O tamanho dos equinodermos varia bastante; o diâmetro
da estrela-do-mar, por exemplo, medido de uma ponta a
outra de seus braços, pode ser de alguns centímetros a até
um metro, dependendo da espécie.
Estrela-do-mar
Características dos equinodermos
Uma das características mais marcantes dos equinodermos é a presença de um complexo sistema de lâminas, canais e
válvulas, denominado sistema aquífero ou ambulacrário (do latim ambulare: caminhar). Este sistema relaciona-se com a
locomoção, respiração, circulação, excreção e até mesmo com a percepção do animal.
Os pés ambulacrais possuem paredes musculares e ampolas que acumulam líquido; as variações de pressão do líquido no
sistema determinam a expansão ou retração dos pés, fato que culmina com o deslocamento do animal. Quando a pressão do
líquido é maior nos pés, estes ficam mais rígidos, quando a pressão diminui, eles ficam moles - essa diferença permite o
movimento.
Digestão
Os equinodermos alimentam-se de pequenos animais e algas. A estrela-do-mar, por exemplo é carnívora. Os sistemas vitais
desses animais são simples e eficientes. O sistema digestório contém apenas boca, estômago, intestinos e ânus. Mas o
estômago só esta presente no corpo dos equinodermos carnívoros, possuindo glândulas que produzem substâncias digestivas.
A estrela-do-mar alimenta-se principalmente de pequenos moluscos, como mariscos. Com os seus pequenos pés, a estrela do
mar força a abertura das conchas das ostras, em seguida vira o seu próprio estômago do avesso e lança um suco digestivo
dentro das conchas. Depois, é só engolir a massa, isto é, o corpo do molusco já digerido. Essa é, portanto, uma digestão
extracorpórea.
Ouriço-do-mar
O ouriço-do-mar que se alimenta de algas - tem o aparelho bucal com "dentes" constituídos de substâncias rígidas. Com esses
"dentes", ele raspa as algas presas nas rochas. Esse aparelho bucal dos ouriços recebe o nome de lanterna-de-aristóteles.
Excreção
A eliminação de excretas é facilitada pelo sistema ambulacrário, pelo qual circula a água no corpo dos equinodermos.
Respiração
A respiração - isto é, a troca gasosa - é realizada por
minúsculas brânquias, próximas à boca, e também por
toda a extensão dos pés ambulacrários, pelos quais
circula a água.
Circulação
Há um líquido incolor que circula pelos canais,
localizados ao longo de todo o corpo desses animais.
Esse líquido realiza uma tarefa semelhante à do sangue
no nosso corpo, ou seja, transportar substâncias para
todo o corpo.
Lírio-do-mar
Reprodução
Sexuada
Os equinodermos realizam reprodução sexuada, isto é, reprodução com a participação de gametas. Eles possuem sexos
separados e a fecundação externa ocorre na água. Seu desenvolvimento é indireto, pois as larvas se transformam em animais
jovens com forma própria.
Regeneração
Quando a cauda de uma lagartixa é cortada, em poucos dias cresce uma nova
cauda, regenerando-se. Isso também acontece quando uma estrela-do-mar
perde um dos braços.
Esse fenômeno de regeneração de parte do corpo representa uma vantagem
para esses animais, que, quando atacados ou em iminente perigo, "entregam"
parte do seu corpo para o predador, enquanto procuram se esconder.
Se o disco central estiver intacto, há espécies de estrela-do-mar que
conseguem se locomover e se alimentar com apenas um dos braços,
enquanto ocorre o processo de regeneração através de divisões celulares. O
pepino-do-mar, em situação extrema de perigo, deixa parte de suas vísceras
(órgãos internos). Isso é vantajoso, pois distrai os predadores e lhe dá tempo
de escapar.
Pepino-do-mar