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Pedra Azul,
A Princesinha do Sertão
...VEM NÃO - Erasmino Rodrigues
...Vem não... Aqui morreria de tristeza e de saudade. Aqui não há
manhãs puras, nem o marulhar do capim de pendão cor de rosa. Não
há brisa perfumada , nem tardes quietas...
.
...Vem não...Aqui não há sonhos, só a realidade dura como concreto,
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há como sorrir:, o ônibus demora tanto! Eu estou tão cansado,
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...Vem não... Aqui quase sempre a esperança termina onde começa a
favela , as pontes e os viadutos. Aqui não tem céu...Aqui casas não tem
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...vem não. Aqui se mata por qualquer motivo. A sirene fere nossos
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...vem não...Aqui não tem amizade, aqui morreria de tristeza e de
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Aqui se morre no meio da rua, na fila, em qualquer lugar. Passa, olha e
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...vem não...Aqui não tem São João, não fazemos biscoito, não
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Vem sim... Aqui ninguém
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fogueira, faz biscoito, brinca na
rua depois das oito e as pedras
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... Vem sim. Aqui o povo é matuto
brasileiro, baiano guerreiro,
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acarajé, pão de queijo, pé de
moleque, cocada, quadrilha,
samba-enredo, bicho da carneira,
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... Vem sim. Aqui rocinha não é
favela, tem paisagem esbelta pra
gente admirar.
... Vem sim. Aqui cem anos valem mais
que mil pedras azuis.
Aqui é melhor que aí, então não fica aí
não, volta. Vem sim, pode vir.
Recordação
Paráfrase do texto “Meu Potro” de Erasmino Rodrigues
Vasculho minhas lembranças
Num burrinho empacado.
Vejo minha linha do tempo
No trotar manso
Viajo no meu pensamento.
Puxo o freio, paro.
Corre meu burrinho pelos lugares
antigos do meu caminho.
Olhe aquelas pessoas, aquelas paisagens,
aquele lugar.
Por ali andei eu, vivi, corri, brinquei
sem medos.
Aí vai meu burrinho nesse mesmo
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Preso aos dentes, o bridão.
Ando devagarzinho. E diante de mim, o
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ele vai, não para.
Eu paro, lembro e calo.
A lembrança passa
rápida... E fica
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Recordação.
O mercado, a praça, o cinema
a Pedra da Conceição.
Tudo isto me vem de repente
como um relâmpago
brilhando nos meus olhos.
Tanta saudade acumulada, durante a árdua
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Mas as alegrias existem.
Basta que acendamos uma fogueira,
Façamos meia dúzia de biscoitos, para que nosso
Coração inflame, e voltemos a ser criança.
Trecho do poema “Madrugada” de Erasmino Rodrigues
Trinta anos! Afinal de contas,
que são trinta anos? Pode não ser nada,
Mas estou sempre remoendo esta saudade.
Minha sensibilidade vem à tona.
Então eu choro, derramo meu pranto,
Em qualquer lugar, em qualquer canto.
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PROJETO DE LITERATURA
ESCOLA ESTADUAL CASSIANO MENDES
PROFª: EVA OZANA
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  • 2.
  • 3. ...VEM NÃO - Erasmino Rodrigues ...Vem não... Aqui morreria de tristeza e de saudade. Aqui não há manhãs puras, nem o marulhar do capim de pendão cor de rosa. Não há brisa perfumada , nem tardes quietas... .
  • 4. ...Vem não...Aqui não há sonhos, só a realidade dura como concreto, como dura é a face dos que cruzam nosso caminho0 todos os dias. Não há como sorrir:, o ônibus demora tanto! Eu estou tão cansado, miseravelmente extenuado. O dia foi tão duro como o fora ontem e o será amnhã... .
  • 5. Fortaleza – Iluminada com carbureto – Década de 20 ...Vem não... Aqui quase sempre a esperança termina onde começa a favela , as pontes e os viadutos. Aqui não tem céu...Aqui casas não tem janelas e os muros são tão altos!...Aqui não tem Ana de Niz, não tem Zé Goguenta. Aqui todos correm buscando alguma coisa que talvez nunca cheguem a alcançar... .
  • 6. Avenida Joaquim Antunes ...vem não. Aqui se mata por qualquer motivo. A sirene fere nossos ouvidos. Falta aquela mansidão do nosso entardecer, falta a nostalgia das sombras lançadas sobre as pedras... .
  • 7. Praça da Igrejinha de Nossa Senhora da Conceição ...vem não...Aqui não tem amizade, aqui morreria de tristeza e de saudade. Aqui se morre no meio da rua, na fila, em qualquer lugar. Passa, olha e segue adiante sem constrangimento – estamos acostumados .
  • 8. Fundos do Mercado Municipal – 1938 Feira em 1938, Fortaleza – MG. ...vem não...Aqui não tem São João, não fazemos biscoito, não acendemos fogueira, não soltamos bombão. Fique aí. Não venha pra cá... ...vem não! .
  • 9. Posse do Prefeito Manoel Gusmão
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14. ... Vem sim.Paráfrase do texto “Vem não” de Erasmino Rodrigues
  • 15. Vem sim... Aqui ninguém morre de tristeza nem saudade. Sempre tem um sorriso e uma brisa perfumada no fim da tarde.
  • 16.
  • 17.
  • 18. ... Vem sim. Aqui ainda tem tradição, boi de janeiro, carnaval e São João. Aqui a gente ainda acende fogueira, faz biscoito, brinca na rua depois das oito e as pedras continuam lá a observar.
  • 19.
  • 20. ... Vem sim. Aqui o povo é matuto brasileiro, baiano guerreiro, mineiro hospitaleiro. Aqui tem acarajé, pão de queijo, pé de moleque, cocada, quadrilha, samba-enredo, bicho da carneira, jardim da fantasia.
  • 21. ... Vem sim. Aqui rocinha não é favela, tem paisagem esbelta pra gente admirar.
  • 22. ... Vem sim. Aqui cem anos valem mais que mil pedras azuis. Aqui é melhor que aí, então não fica aí não, volta. Vem sim, pode vir.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28. Recordação Paráfrase do texto “Meu Potro” de Erasmino Rodrigues
  • 29. Vasculho minhas lembranças Num burrinho empacado. Vejo minha linha do tempo No trotar manso Viajo no meu pensamento. Puxo o freio, paro. Corre meu burrinho pelos lugares antigos do meu caminho.
  • 30. Olhe aquelas pessoas, aquelas paisagens, aquele lugar. Por ali andei eu, vivi, corri, brinquei sem medos. Aí vai meu burrinho nesse mesmo caminho Preso aos dentes, o bridão. Ando devagarzinho. E diante de mim, o que vejo?
  • 31. Solto as rédeas do meu burrinho ele vai, não para. Eu paro, lembro e calo. A lembrança passa rápida... E fica Só saudade. Recordação.
  • 32. O mercado, a praça, o cinema a Pedra da Conceição. Tudo isto me vem de repente como um relâmpago brilhando nos meus olhos.
  • 33.
  • 34.
  • 35.
  • 36.
  • 37. Tanta saudade acumulada, durante a árdua Caminhada pela vida. Mas as alegrias existem. Basta que acendamos uma fogueira, Façamos meia dúzia de biscoitos, para que nosso Coração inflame, e voltemos a ser criança. Trecho do poema “Madrugada” de Erasmino Rodrigues
  • 38.
  • 39.
  • 40.
  • 41. Trinta anos! Afinal de contas, que são trinta anos? Pode não ser nada, Mas estou sempre remoendo esta saudade. Minha sensibilidade vem à tona. Então eu choro, derramo meu pranto, Em qualquer lugar, em qualquer canto. Trecho do texto “Trinta anos” de Erasmino Rodrigues
  • 42. PROJETO DE LITERATURA ESCOLA ESTADUAL CASSIANO MENDES PROFª: EVA OZANA ALUNOS DO 3ºS “M” – 2012: MIRELLE LIMA ANDRADE (imagens) ANA LUIZA , AMANDA, KARLA, MAIRA , MIRELLE (paráfrases) .