Paulo Simões Nunes
O Pártenon
(Acrópole de Atenas)
um Caso Prático em sala de aula
MÓDULO 1
História da Cultura e das Artes | 10.º ano | Paulo Simões Nunes
Pártenon
Arquitetos: Ictinos e Calícrates
Executado: entre c. 447 e 432 a. C.
Materiais: edifício em pedra mármore branca
Dimensões: 69,50 m x 30,88 m
Localização: Acrópole, Atenas, Grécia
1. Classificação
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Pártenon
de Ictinos e Calícrates
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2. Contexto histórico-cultural
O século de Péricles (século V a. C.) e a Idade de
Ouro da Grécia Antiga.
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Atenas e o domínio do mar Mediterrâneo no século VI a. C.
A trirreme, o navio de guerra grego que
protagonizou a vitória dos Gregos sobre
os Persas.
2.1. A obra no seu tempo
As Guerras Médicas (499-478 a. C.): a vitória dos
Gregos, sob a direção de Atenas, sobre os Persas
garantiu o prestígio desta cidade e o domínio
sobre as restantes cidades-estado gregas.
Atenas exerceu forte hegemonia sobre as rotas
marítimas e comerciais no Mediterrâneo.
O século V a. C. registou um período de
estabilidade política, progresso económico e bem-
-estar social.
Este foi um tempo de paz, de consolidação da
democracia e de afirmação da liberdade dos
cidadãos.
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2. Contexto histórico-cultural
2.2. A obra no seu espaço
Após a sua destruição pelos Persas, em 480 a. C.,
a Acrópole permaneceu em ruínas até à sua
reconstrução implementada por Péricles.
Péricles utilizou o “Tesouro dos Deuses” e os
fundos da Liga de Delos para a reconstrução da
Acrópole.
A Acrópole converteu-se num conjunto artístico
monumental, integrando os edifícios mais
significativos da Antiguidade Clássica.
A Acrópole: um monumento com significado
político, enaltecendo os atributos de uma
sociedade e o carácter de uma civilização.
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Péricles foi estadista, grande
orador e strategos de Atenas.
Fortaleceu a democracia,
desenvolveu a economia, as
artes e as letras e conferiu um
sentido monumental à cidade
com a sua maior obra, a
Acrópole e o Pártenon.
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3. Integração do Pártenon na Acrópole
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12 3 4 56
789 10
1. Pártenon
3. Altar de Atena
2. Erectéion
4. Estátua de Atena
Promachos
5. Teatro de Dioniso
6. Chalkotheke
7. Escadaria monumental
8. Propileus
9. Pinacoteca
10. Templo de Atena Niké
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3. Integração do Pártenon na Acrópole
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A maior parte dos edifícios da Acrópole foram
construídos durante o governo de Péricles, na Idade
de Ouro de Atenas, durante o século V a. C.
A maior parte das obras foram supervisionadas por
Fídias, o escultor dos frisos e relevos do Pártenon.
Vista do Pártenon a partir do Propileus, o pórtico de entrada na
Acrópole. A estátua em bronze de Atena Promachos, com 9 m de
altura, de Fídias, dominava todo o espaço central.
Templo de Atena
Niké.
O Propileus, o pórtico monumental de entrada, foi
dirigido por Mnésicles, entre 437 e 432 a. C.
O Templo de Atena Niké, o pequeno templo jónico
concebido por Calícrates para um promontório junto
ao pórtico oriental, foi erguido entre 437 e 425 a. C.
As obras para o santuário Erectéion decorreram entre
421 e 402 a. C. É um templo complexo, atribuído a
Calícrates ou Mnésicles, construído em honra de
Atena Polias, Posídon e Erecteu, um rei de Atenas.
O Pártenon, a maior obra de Péricles, foi construído
entre 447 e 432 a. C., a partir do projeto de Ictinos e
Calícrates, e sob a direção de obras de Fídias.
Na encosta sul da Acrópole, foi construído o Teatro de
Dioniso, onde foram representadas peças de Sófocles,
Ésquilo e Eurípedes, as maiores da Antiguidade.
O santuário de
Erectéion com a
célebre Tribuna das
Cariátides.
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4. Análise técnica e formal
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Vista da fachada frontal oeste, aquela que dava acesso ao
opistódomos onde se guardava o Tesouro da Liga de Delos.
Pronaos
Cella ou Naos
Nave com dupla colunata
dórica, sobreposta
Estátua colossal
de Atena Partenos
Opistódomos com
4 colunas jónicas
Fachada
este
Fachada
oeste
Pronaos
69,50 m
30,88 m
Pórtico hexastilo
(6 colunas)
Templo octástilo
(8 colunas) na
fachada frontal
Pronaos
Cella ou NaosOpistódomos
Distância
entre
colunas
encurta nos
ângulos
Estilóbato e entablamento
ligeiramente curvos (o
centro está mais alto que
os extremos)
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4. Análise técnica e formal
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Alçado da fachada este
Acrotério
Frontão este: Nascimento
de Atena a partir da
cabeça de Zeus.
Cornija
Friso
Arquitrave
Capitel
Fuste
Coluna
Estilóbata
Estereóbata
Tríglifo Métopa
Cornija
Arquitrave
Entablamento
Ábaco
Coxim
Friso
Entasis – a cerca de 1/3
da altura, as colunas
apresentam uma ligeira
curva convexa.
As colunas medem 10,43 m
de altura.
São formadas por 11
“tambores” com o diâmetro
de 1,92 m, na base,
estreitando até 1,49 m, no
topo.
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5. Análise temática
O conteúdo temático dos frisos da cella,
dos frontões e das métopas devia exaltar
a história e os atributos dos Gregos,
através dos seus mitos e lendas.
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A estátua colossal de Atena Partenos,
em ouro e marfim, media 12 m de
altura e estava alojada na cella,
formada por colunas dóricas duplas
sobrepostas.
Vista da fachada frontal este que dava acesso à
cella onde se encontrava a estátua de Atena
Partenos.
O Pártenon é o principal edifício da
Acrópole, o recinto sagrado dedicado aos
deuses.
Destinava-se a alojar a estátua colossal da
deusa Atena Partenos, de Fídias.
A ordem das colunas perípteras é dórica.
Mas é um templo octástilo (8 colunas na
fachada), tal como os templos jónicos.
As colunas duplas e sobrepostas da cella
são dóricas (enquadrando a estátua).
Mas o friso que reveste exteriormente a
cella é jónico (o Friso das Panateneias) .
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5. Análise temática
Estátua de Dioniso.
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Reconstituição dos relevos do frontão oeste, representando a
disputa entre Atena e Posídon pela posse da Ática.
Fragmento de uma
métopa do friso sul,
representando
cenas de
Centauromaquia.
Fragmento do relevo
do frontão oeste.
Os frisos, os frontões e as métopas exaltam a gloriosa
história dos Gregos: o mito do nascimento de Atena, a
luta pela disputa da Ática, as cenas de Gigantomaquia,
Centauromaquia e Amazonomaquia.
Fragmento do frontão
este: Nascimento de
Atena, a partir da
cabeça de Zeus.
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5. Análise temática
Fragmento do frontão este: As Moiras (ou As Parcas, em latim) eram três irmãs
que, segundo a mitologia grega, decidiam o destino quer dos humanos quer dos
deuses; as três fabricavam, teciam e cortavam o fio da vida.
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Fragmento do friso jónico da cella: a Procissão das
Panateneias.
Fragmento da Procissão das Panateneias, o friso jónico que
revestia as paredes exteriores da cella.
A Cavalgada, fragmento do friso da cella.
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Na conceção do Pártenon projeta-se o ideal grego de beleza, tanto platónico como aristotélico.
Os temas mitológicos e o
arranjo de formas, elementos
e espaços do templo
respondem ao ideal
transcendente de beleza e
perfeição, segundo Platão.
O projeto do edifício
fundamentado nas leis racionais
de medida e ordem, corresponde
ao modo de compreender e
ordenar o espaço ancorado à
Poética, de Aristóteles.
Ordem, harmonia e proporção resultam num edifício total e completo que
fazem do Pártenon um paradigma da arquitetura clássica.