Num breve editorial da Folha de São Paulo neste domingo (29/10/2017) fez um breve destaque à comemoração neste ano aos 500 anos da Reforma: "Há 500 anos, o frade Martinho Lutero fez uma pergunta que mudou o Ocidente: "Qual o preço da fé?" Para os especialistas, não dá para entender o mundo ocidental sem a Reforma Protestante iniciada por ele com questionamentos a um papado que via como corrupto. Sua herança mais impressionante foi sepultar a ilusão de que uma única igreja pudesse representar todo o Cristianismo". Certo! Colocou-se assim as Escrituras nas mãos desde o cidadão mais comum ao cidadão mais letrado. Contudo, o espírito de dominação religiosa não foi sepultado de vez porque permanece até o hoje. Certa feita, quando no pastorado efetivo, por queixas de mães, visitei uma madre diretora de um Colégio Católico e dissera-lhe que elas se queixavam de que eles impunham às crianças evangélicas suas crenças. Ela me dissera que ali era um Colégio Confessional ao que retruquei-lhe: Mas a sensibilidade e ética cristã nos move a respeitar as crenças de cada um sem impor-lhes a que sejam conforme às nossas. Na verdade, hoje precisamos, dadas às certas crenças evangélicas também, de uma Contra Reforma! Nelson Pereira

1. LUTERO, O ARAUTO DA REFORMA
“VISTO QUE A JUSTIÇA DE DEUS SE REVELA NO EVANGELHO,
DE FÉ EM FÉ, COMO ESTÁ ESCRITO: O JUSTO VIVERÁ POR FÉ”
(Rm 1:17).
Quando John Huss estava sendo queimado vivo, bradou com
voz profética: “Hoje vocês estão matando um ganso, mas Deus
levantará uma águia e a essa vocês não poderão matar”. Essa
águia era Martinho Lutero. Ele vivia atormentado com seus
pecados. Fazia penitência e não se cansava de buscar o
confessionário, buscando alívio para sua culpa. Até que um dia,
seus olhos pousaram em Romanos 1:17.
Ali foi confrontado com a verdade de que a salvação é uma obra
que Deus realizou por nós e não uma conquista das nossas obras. Entendeu
que somos justificados pela justiça de Cristo imputada a nós e
não pelas obras da lei. Encontrou paz para a sua alma. Passou a
viver pela fé. Quando o emissário do papa Leão X, Johannes Tetzel,
foi à Alemanha vender indulgências, ou seja, perdão de pecados,
Lutero no dia 31 de outubro de 1517, fixou nas portas da igreja de
Wittenberg, na Alemanha, noventa e cinco teses contra as
indulgências.
Estava deflagrada a Reforma! Certamente, a Reforma não foi
um desvio, mas uma volta às origens. Não foi uma inovação, mas um retorno
às Escrituras. Não foi uma obra puramente humana, mas,
sobretudo, uma obra divina. Depois do Pentecostes, a Reforma foi
o maior movimento religioso da história, com profundas e
poderosas repercussões em todas as áreas da vida.
(https://lpc.org.br/)