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INTRODUÇÃO


     Esta atividade foi desenvolvida como requisito parcial de avaliação da disciplina
História da Publicidade e Propaganda, orientada pela professora Claudiane, do 1º semestre do
curso de Comunicação Social habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade Social.
Trata-se de uma pesquisa de campo realizada nas ruas e avenidas da cidade de Salvador.
     Este trabalho foi relevante porque possibilitou a nós, futuros publicitários, nos
aproximarmos da realidade que são as ações promocionais brasileiras como pretexto para
recontar a História. A pesquisa teve como objetivos conhecer as manifestações das ações
promocionais, aliar teoria à prática vendo como são distribuídos os pontos das ações,
entendendo os principais motivos dessa utilização da comunicação tão forte no mercado e
socializar entre os graduandos do 1º semestre do curso de comunicação social habilitação em
publicidade e propaganda da Faculdade Social os resultados obtidos de nossas pesquisas.
     Entendendo-se que no cenário atual é cada vez mais comum à utilização de inserções
fora do break comercial e que o consumo, mais do que a produção, é o mais importante
objetivo, surgiram, então, práticas que se convencionou a chamar de ação promocional. Ou
seja, qualquer implementação feita no ponto de venda com o material de comunicação,
visando aumentar o rendimento da propaganda dirigida ao produto. Assim, excetuando-se
propaganda, relações públicas e vendas, tudo que existe em comunicação de marketing é
chamado ação promocional ou mais conhecido promoção.
     Por isso fomos entender mais a fundo os motivos históricos para essa grande inserção
da promoção como forma de comunicação. Sabemos que a Propaganda durante muito tempo
reinou quase que absoluta na Comunicação Mercadológica, na tarefa de estimular a demanda,
na construção das marcas, na divulgação dos produtos, sendo as demais ferramentas da
comunicação apenas ajudantes. Isso vem desde a época dos fenícios, por ser bem provável “o
primeiro anúncio uma mensagem escrita na parede por algum fenício ou babilônio.” Logo
depois, os jornais e revistas desenvolveram-se nos anos de 1700, “sendo que até então
predominavam mensagens em pranchas do tipo fenício ou babilônio”. Isso porque o
desenvolvimento da propaganda e dos meios de comunicação é devido ao desenvolvimento
econômico e da revolução industrial.
     A partir de então, em 1920, surge o rádio, como sendo a primeira mídia eletrônica. Até
então, as mensagens publicitárias eram expressas através da escrita, com algum suporte em
desenho ou gravura. Com esse desenvolvimento do rádio, a propaganda cresceu para a palavra
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falada, aumentando mais ainda o seu aporte de meios da comunicação. Até que nos anos de
1950, apareceu a televisão, com palavras escritas e faladas e figuras que se moviam, tornando-
se uma força comercial que perdura até os dias de hoje.
      Vemos então, que a história da propaganda desenvolveu-se no seio de sociedades que
passaram da fase de subsistência para a de altos índices de consumo, onde se tem várias
alternativas para a escolha de produtos. Com o começo das indústrias, tornou-se
imprescindível uma relação cada vez maior dos fabricantes com os consumidores; para isso,
utilizaram-se da propaganda, permitindo que esses consumidores soubessem o que existia
para ser adquirido.


                       “A propaganda usada em sentido comercial atingiu sua forma madura há
                       aproximadamente 100 anos, quando o consumidor começou a depender de marcas
                       para distinguir entre os diversos produtos e a tornar-se mais exigente, tal a
                       complexidade e diversidade dos produtos industrializados” (COBRA,2007)



      Como vimos, a propaganda é uma forma de transmitir mensagens que se adaptam
através das diferentes mídias aos desejos e necessidades da sociedade e especialmente às suas
necessidades comerciais. É uma ferramenta que se amolda às mudanças nas necessidades,
hoje predominantemente comerciais, da sociedade da qual faz parte. Porém na televisão, as
mensagens de propaganda são muito rápidas. Mesmo alcançando com a mídia todo o universo
consumidor de uma só vez, é de maneira abrangente, e a menos que sejam interessantes,
podem não despertar a atenção do telespectador. Se, por uma causa qualquer, a mensagem
passou despercebida, perdeu-se a oportunidade promocional. A inserção de uma mensagem de
propaganda durante um programa frustra o telespectador e, a menos que a mensagem, seja
suave ou prenda a atenção, ela pode levar a uma avaliação negativa do produto ou mesmo
provocar dúvidas acerca dos benefícios anunciados.
      As mudanças na economia mundial e as evoluções tecnológicas levaram os anunciantes
a adotarem uma postura em que os resultados passaram a ser mais cobrados de suas agências.
Impressionante como tudo ganhou um novo ritmo, muito mais acelerado. Talvez seja mais um
efeito da alucinante luta pela sobrevivência, ou quem sabe tudo não passe de um filme em que
somos todos personagens de uma aventura cheia de riscos, suspenses, tensões, pressões, uma
cobrança permanente por resultados. Isso em praticamente todas as áreas de atividades. Óbvio
que sempre foi assim, todo cliente sempre exigiu da agência resultados.
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     A maioria dos problemas que se enfrenta hoje não é novo, novo mesmo são as
condições que se tem para fazer publicidade: um mercado muito mais competitivo e uma
concorrência muitas vezes desleal.
     Há alguns anos atrás, as agências tinham olhos somente para as contas que vão
assegurar faturamentos grandes junto aos veículos de comunicação. Isso também está
mudando, o cliente prefere uma agência que lhe atenda em suas necessidades, sejam elas de
veiculação ou não. Isso João José da Cunha Lyra, grande propagandista de sua época, já no
século XIX entendia que as mídias tradicionais (jornais e revistas na época), não eram o
suficiente para popularizar um produto ou dar conta de uma campanha. Hoje os folhetos,
embalagens, materiais promocionais, peças de merchandising, mostruários, materiais para
equipe de vendas, para a comunicação interna são objetos da atenção de muitas agências,
obviamente aquelas que estão atentas à nova realidade dos anunciantes.
     Não há anunciante hoje que não esteja preocupado com essas atividades diferenciais.
Muitos acreditam ser a solução para os períodos de aumento da concorrência, outros, uma
opção perante os altos custos de veiculação. Enquanto uns acrescentam ações de promoção à
sua verba de propaganda, outros simplesmente repassam parte do investimento publicitário
para as atividades promocionais.
     Essas transformações, apesar de diagnosticar somente no princípio dos anos 80 aqui no
Brasil, possuem firmes raízes fincadas há mais de um século. Mas foi somente agora que, no
Brasil, ela finalmente cresceu e deixou de ser a atividade complementar da propaganda, para
assumir ao lado dela papel condescendente no mix da comunicação atual. Ela é fácil de
implementar, de resposta imediata, principalmente junto ao canal de revenda, e
principalmente muito mais visível e mensurável quando comparada à publicidade.
     Se hoje não é difícil implementar esse tipo de atividade da comunicação, antigamente
também não era difícil introduzir essas novas atividade de divulgação dos produtos. São
grandes nomes que marcam a História das ações promocionais no Brasil. No final do século
XIX e início do século XX, começou-se a introduzir essa atividade com grande genialidade e
teve uma boa aceitação no mercado. Por isso foi-se engrenando mais rápido na comunicação.
Em 1900 João G. Bonéis, um promotor de rua introduziu no carnaval carioca o carro
alegórico de anúncios. Lyra resolveu em meados de 1900, resolveu ir à rua para fazer
promoção tete-a-tete os produtos Bromil e A Saúde da Mulher, o que lhe rendeu um sucesso.
Em 1907 promoveu uma ação numa rua do Rio de Janeiro, fazendo muito barulho, com
estudantes batendo caixas de papelão do laboratório, utilizando um banner vermelho de “A
Saúde da Mulher”, e explicitava com um megafone na boca. No ano seguinte, promoveu uma
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ação de sampling distribuindo milhares de amostras grátis do Bromil, na mesma época que
dirigia um Corso, com charretes e uma centena de figurantes que jogavam bombons e
remédios para os populares. E não foi só isso, o sucesso desse tipo de veiculação foi grande,
que no outro ano ele distribuiu 30.000 amostras de xarope, na Grande Exposição do Rio de
Janeiro, onde montava uma ilha do produto, semelhante a das indústrias de bebidas e
supermercados de hoje. O que não era comum naquela época também.
     Como vimos foi no final do século XIX que o Brasil descobriu o merchandising, mas
foi no século XX com as Feiras Nacionais e principalmente com o Carnaval que ações
promocionais do gênero ganharam destaque. Na festa de Momo pranchas de bondes, que
transportavam os mascarados e os corsos, nada mais eram que desfiles de automóveis com
alegorias, se tornavam veículos para a divulgação de produtos e serviços. Primavam pela
criatividade como uma ação imobiliária em 1919, que ficou conhecida em fotos por ter
montado um modelo das casas em construção. Mas esse destaque no Carnaval é devido ao
fato de 1900, João G. Bóneis, um promotor de rua, introduzir no carnaval carioca o carro
alegórico de anúncios. Sendo assim, alguns anos depois as pranchas de bonde com
merchandising dos anunciantes incorporaram à paisagem carnavalesca, momentaneamente.
Constam também, em 1908, ações promocionais como a distribuição do Sabão Tina em carro
alegórico, com promotores fantasiados apregoando as suas qualidades e distribuição de
amostras.
     Porém essas promoções eram limitadas para um mercado muito específico. Isso ocorreu
até a chegada no país, pouco depois da segunda guerra mundial, do português Eduardo Alves,
e do carioca Ivan Hasslocher, que se tornaram sócios na Promotion, empresa especializada em
promoção de vendas e marketing direto, expediam mais de 100.000 malas diretas/ano.
Bartolomeu Beer e Lothar Sussmann também são referências desta iniciativa pioneira. Mas
foi um baiano chamado João da Costa Dórea, o maior promotor de vendas, no seu empenho
para implementar no país as técnicas que davam certo nos Estados Unidos. Sendo assim, em
1948 Dórea, introduziu a data promocional do “Dia das Mães” e mais tarde do “Dia dos
Namorados”. Essas datas comemorativas evoluem para concursos de cartazes e vitrines, com
o apoio de Silvio Bhering do O Globo e do grupo Folhas, para o “Dia dos pais” onde
premiava-se o pai de maior prole e o comércio vendia. João Dórea não parou por ai, crou para
o Mappin o concurso Miss Sweater. A candidata eleita era classificada para representar São
Paulo no Miss Brasil/Miss Universo.
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                       “Mas, o grande produto do Dórea seria a Bahia com o maior plano promocional em
                       favor do turismo já realizado no país, até aquele momento. Com o concurso do
                       cronista Antônio Maria, do jinglista Gilberto Martins, e dos pintores Aldemir
                       Martins e Carybé, dentre outros, o plano previa 200 milhões de cruzeiros em
                       investimentos. Desenvolvido por 36 pessoas durante 6 meses, seria executado,
                       apenas, em parte. Mas o Dórea, sem sabê-lo, tinha lançado os fundamentos da
                       baianidade no que tem de mais representativo até hoje”.(CADENA)


     Esse sim foi o rei da área. Passado o tempo mesmo no Brasil do cruzado o
comportamento não poderia ser diferente. Num período de inflação acelerada, altas taxas de
insolvência e desemprego, indefinições políticas e futuro incerto, os índices de indecisão
também tendem a crescer a níveis jamais alcançados. É no meio da busca dessa competência,
da procura de novos caminhos e alternativas que maximizem os resultados minimizando os
custos, dentro de todas as atividades de comunicação, aflorou a promoção como uma das mais
eficientes e rápidas ferramentas de marketing à nossa disposição. Esses problemas não são de
agora, vem de já muito antes, como pudemos ver essa procura por mercado consumidor,
novas maneiras de chegar até o consumidor final. Mas o crescimento dessa atividade no Brasil
vem ganhando proporções incríveis nos últimos 20 anos.
     O que se pode perceber, então, é que tanto a propaganda quanto promoção são
fundamentais no processo de comunicação de qualquer empresa, produto ou serviço. Cada
qual com funções distintas, para serem utilizadas de maneiras também distintas. Só que
nenhuma delas deve ser encarada isoladamente, pois é exatamente a integração de ambas que
se pode colher os melhores resultados. Somente uma ação integrada de propaganda e
promoção pode alcançar os objetivos de comunicação esperados.


MERCHANDISING – Uma ferramenta cada vez mais acionada


     Merchandising, palavra inglesa que traduzida para o português significa “mercadoria”.
Porém é constantemente utilizada em conceitos distintos. Compreende, então, um conjunto de
operações táticas efetuadas, no ponto-de-venda, para se colocar no mercado o produto ou
serviço certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com o impacto visual
adequado e na exposição correta antes de ser lançado no mercado. Sendo assim, prepara a
mercadoria para torná-la adequada à necessidade do consumidor e ao seu caminhar pelos
canais de distribuição comercial. O termo merchandising no Brasil é utilizado incorretamente,
sendo assim, sua definição sob a ótica do nosso mercado é a identificação e exposição
espontânea ou comercializada da marca e ou produto em espaços editoriais dos veículos de
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comunicação através de eventos e programas produzidos, editados e transmitidos pelas
emissoras; cobertura jornalística dos eventos; transmissão de eventos produzidos por terceiros
e matérias editadas pelos órgãos de imprensa. E criação e produção de material promocional e
peças para exibição e exposição nos pontos de venda, geralmente em complementação às
campanhas publicitárias.


                       “merchandising é qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto-
                       de-venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou
                       serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos
                       consumidores. É o conjunto de atividades de marketing e comunicação destinadas a
                       identificar, controlar, ambientar e promover marcas, produtos e serviços nos pontos-
                       de-venda. É responsável pela apresentação destacada de produtos na loja, criando
                       espaço e visibilidade, de maneira tal que acelere sua rotatividade”
                       (HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/merchandising).



     Há também o conceito convencional e entende-se como a aparição dos produtos
em vídeo, áudio ou artigos impressos, em uma situação normal de consumo, sem
declaração ostensiva da marca. É quando um produto, marca, empresa ou serviço
aparece, é citado, consumido ou utilizado em um filme, programa de televisão, revista,
jornal, livro ou qualquer outro veículo de comunicação – em uma ação integrada ao
desenvolvimento da trama editorial e pertinente a seu contexto – por encomenda e
mediante pagamento feito pelo anunciante.
     Nos esportes, eventos artísticos, musicais e comunitários, a presença de marcas,
slogans, símbolos ou cores no espaço cênico, material promocional, propaganda,
decoração, objetos, veículos e roupas dos participantes desses acontecimentos podem
levar a uma ação de merchandising.
     Além disso, o merchandising envolve a embalagem, displays, técnicas de preços e
ofertas especiais. Os displays no ponto-de-venda servem como demonstração ou
exposição de um produto. Os displays de balcão são pequenos cartazes que anunciam o
produto ou dispositivos que servem para depósito do produto ou de folhetos em cima
dos balcões, e que também fazem alusão ao produto. Os displays de “chão” servem
como depósito do produto e se encontram no meio das lojas. Displays de parede servem
como depósito do produto fixado na parede. E displays de prateleira são dispositivos
fixados nas prateleiras de lojas, farmácias, e servem como depósito do produto. Esses
dispositivos são muito usados, pois os consumidores são profundamente influenciados,
pelo material promocional no ponto de venda, tais como os displays, gôndolas especiais,
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cartazes, demonstradores, móbiles etc., além, evidentemente, do fator preço/oferta,
novos lançamento, embalagens e tamanhos especiais, que fazem parte da promoção de
vendas.


PROMOÇÃO DE VENDAS – Ascensão de uma ferramenta ainda
pouco conhecida


     Há muito tempo a promoção de vendas deixou de ser apenas um artifício em que
se reduz o preço ou se oferece ao consumidor algum beneficio material ou não,
agregado ao produto. A promoção, e não é por acaso, ocupa a segunda posição no
ranking de investimentos.
     A promoção de vendas é a comunicação de qualquer incentivo que aumente o
valor básico de um produto durante um período limitado, de forma a estimular os
membros do canal e as pessoas das equipes de venda a vendê-lo e os consumidores
comprá-lo. Um olhar mais atento à definição vemos a complexidade das Promoções de
Vendas, uma vez que suas práticas não se restringem apenas ao consumidor final, mas
aos demais integrantes do processo que leva o produto até ele, como estimular os
vendedores dos distribuidores e revendedores a priorizá-lo em detrimento aos
concorrentes.
     Portanto a promoção de vendas tem como ferramenta para atingir esse objetivo
fornecendo um manual de vendas ou um portfólio que facilite aos vendedores a
apresentação de seus argumentos ao comércio, conhecido também como broadside. O
preparo do manual é uma responsabilidade do setor de promoções que recorre,
naturalmente, ao pessoal da propaganda para ajudá-lo na redação e preparação gráfica
dessa peça. Ela também tem de organizar e realizar cursos de venda. Preparar
convenções de venda e a até mesmo planejar e orientar a produção de todo o material de
ajuda de venda.
     Basicamente a função da promoção de vendas é ocasionar estímulos capazes de
fomentar a demanda de um dado produto, agindo em curto prazo no sentido de construir
a oferta e de explorar a fidelidade à marca e cujos resultados são sentidos de imediato.
Sua aplicação são naquelas atividades de marketing diferentes da venda pessoal e da
eficácia do revendedor mediante espetáculos e exposições, concursos, prêmios, brindes,
jogos, selos e cupons e vários outros esforços de vendas não comuns e não rotineiros.
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     Vale lembrar que a promoção de vendas é muito confundida aqui no Brasil com
propaganda, merchandising e até mesmo com simples descontos de vendas. Porém tem
algumas definições que diferem, como já mostramos anteriormente. Mas sabemos que o
objetivo geral e comum a todas as promoções é a ampliação dos serviços ou produtos
oferecidos pela entidade vendedora através da obtenção de uma atitude favorável dos
consumidores e persuadindo-os a consumi-los.
     As atividades de promoção e de merchandising normalmente baseiam-se em um
calendário promocional, onde constam todas as datas importantes para se anunciar e
lançar campanhas para lojas comerciais, de janeiro a dezembro. Sendo que as técnicas
mais comuns de promoção de vendas estão cada vez mais sendo utilizados nos
lançamentos de novos produtos que, na maioria das vezes não trazem nada de novo.
     Porém a promoção estimula e aumenta o tráfego no ponto-de-venda. Incentiva o
consumidor a comprar. Evita quedas de venda de produtos sazonais. Estimula a
tendência de demonstrar o produto. Atenua a competição, porque o cliente prefere
aquele que promove o produto. Aumenta a atração pelo produto gerada pela
propaganda. Leva as pessoas a citarem o produto.
     A promoção pode ser feita com um toque de divertimento, o objetivo da
campanha promocional é chamar a atenção, de modo que é importante inventar algo
diferente. As competições, em geral, desencadeiam grande sucesso, mas quanto mais
humorísticas, engraçadas e diferentes são as idéias tanto melhor.


A POLÍTICA COMO PRODUTO


     O marketing é uma atividade voltada para a captação das necessidades e dos
desejos do consumidor a fim de relacionar dinamicamente um produto ao seu mercado.
As ferramentas de que se utiliza para cumprir essa meta são: pesquisa de mercado,
desenvolvimento de produtos, estratégias de lançamento, logística de distribuição e
vendas, promoção, merchandising, propaganda, publicidade e pós – venda. Esses
princípios orientadores do marketing de produtos são transpostos para a atividade
política, tornada empresa, em busca do eleitor, tornado consumidor.
     É preciso construir uma boa imagem e associá-la adequadamente aos candidatos,
porque os eleitores opinam sobre os partidos, mas não são capazes de organizar o
universo político a partir deles. A decisão é feita com base em outros fatores como a
11



personalidade do candidato e a agenda. Falta aos administradores das marcas políticas
dos partidos um maior esforço para construir uma relação boa com os eleitores, de
modo que, ao votar naquele partido o eleitor sinta-se bem por estar mais próximo do seu
Self ideal.
      Esse deve ser o esforço de lideranças partidárias, auxiliados por especialistas em
Marketing e Comunicação Política. Só que o Brasil vive uma realidade política em que
os partidos, na sua maioria, estão longe de ser um referencial de vontade geral. Primeiro
porque, muitas vezes, são movidos por interesses egoísticos, some-se um
comportamento “apartidário” da população. É nesse ambiente que acontecem as
disputas eleitorais.
      Entre os profissionais de campanha, é corrente a idéia de que o momento eleitoral
não é adequado ao empreendimento de um processo de conscientização. O marketing
atua pelo viés do pragmático, do cotidiano, daquilo que interessa e atrai a atenção do
eleitor para, obviamente, conquistar a sua adesão, manifestada no voto. Por isso que
hoje se tem usado muito a ferramenta de promoção de vendas e merchandising para
poder chegar ao público (eleitor) com uma maimor credibilidade.
      Uma boa estratégia de marketing é assim definida como a forma de captar e
responder aos anseios, necessidades e desejos do eleitor. Portanto, se a campanha
acontece para um público politizado, ela adquire um formato político, ‘ideológico’. Do
contrário, não há como pretender a conscientização da população através do marketing
eleitoral, esse não é o seu fim.
      Isso sabemos por conta da história que nos mostra que no século XIX a
comunicação eleitoral tinha apenas um meio, o jornal, assim mesmo restrito a um
veículo apenas, pois os jornais eram partidários, órgãos dos partidos monarquista ou
republicano, liberal ou conservador. Com as limitações aqui referidas e a proibição da
Ligth (que não queria encrencas) de exibir propaganda política nos bondes, os
marketeiros da época de viraram com ações de impacto na rua como a chuva de papel
picado jogado de um balão, corsos ao estilo carnavalesco portando cartazes, homens
sanduíches e principalmente o cartão-postal. Este veículo foi a grande descoberta do
marketing político, pois permitia explorar a imagem do candidato e favorecia o humor,
convencional ou ferino (para atacar o adversário) e a sua distribuição era zonal como as
eleições; distribuíam-se os cartões-postais nos cafés, bilhares e lojas da zona eleitoral do
candidato.
12



                        “O cartão-postal reinou na disputa entre Nilo Peçanha e Arthur Bernardes
                        (1922) e mais tarde na disputa entre Julio Prestes e Getúlio Vargas (1930).A
                        propósito, é nessa campanha pré-revolução que técnicas de marketing
                        político americanas são introduzidas entre nós, através da Petinatti
                        Publicidade a agência que assessorou Prestes e foi vitoriosa apesar do infame
                        slogan “É a força de nosso idealismo que conquista para a civilização a terra
                        bárbara que projeta no firmamento os audaciosos perfis das cidades
                        modernas”. Difícil engolir um argumento desses, mas a linguagem era
                        afinada com a retórica preponderante na época. Na era Vargas o marketing
                        político definhou, mas mesmo assim atuou com muita eficiência na
                        comunicação dos revolucionários de 1932 abrigados na sigla M.M.D.C e na
                        feroz campanha difamatória contra o partido comunista em 1935”
                        (CADENA,2008).



CONSIDERAÇÕES FINAIS


       Este trabalho possibilitou identificar a importância das ações promocionais no cenário
atual. Também nos possibilitou diferenciar as ferramentas básicas do marketing e o
significado de promoção ou ação promocional. Vemos que a promoção ganha força e se torna
uma prática cada vez mais usada para a venda de um produto ou serviço. Vira moda. O
motivo dessa crescente utilização acontece, já que, os produtos estão cada vez mais similares
e suas campanhas publicitárias também. Está ficando mais difícil diferenciar um produto dos
seus concorrentes e os profissionais de marketing e publicidade enxergam na promoção a
possibilidade dessa diferenciação. Isso se deve pelo caráter subliminar que a promoção
possui. Enquanto uma ferramenta gera desejo, inspiração, motivação, despertando interesse, a
outra gera ação, portanto comportamento, a atitude do consumidor diante de marcas e/ou de
produtos.
       Sabendo que dentro da ferramenta promoção estão embutidas as atividades de
propaganda, relações públicas, promoção de vendas e merchandising. Acontece que a
promoção, por uma distorção de mercado, é hoje considerada, como todas aquelas atividades
do mix promocional, excetuando-se propaganda, relações públicas e vendas pessoais. A
promoção, portanto, diminuiu a sua finalidade, seu alcance, e atualmente é aceita como
sinônimo de: merchandising, promoção de vendas, eventos, sorteios, convenções, patrocínios,
etc.
       Porém as ações promocionais consistem em oferecer ao público pequenas porções do
produto, como nos supermercados ou distribuir gratuitamente pequenas amostras para serem
provadas ou utilizadas quando for mais conveniente. Por isso como afirma alguns autores, a
promoção bem executada deve ser vista como a força que consegue desviar a mão do
consumidor para a esquerda ou para a direita. Sendo assim, procurar fazer da promoção uma
13



ação conjunta com a propaganda ou publicidade, para que mais clientes sejam alcançados é
importante. E tendo criatividade para evitar ser igual aos concorrentes, pois o número de
formas de promoção só é limitado pela imaginação.
     Lembrando, porém, que as ações promocionais podem ser perigosas se usadas com
exagero. É preciso evitar também promoções maquiadas, que não oferecem qualquer
vantagem para o cliente, pois esse tipo de promoção leva ao descrédito. Mesmo assim Ainda é
através dela que as marcas são mais rapidamente conhecidas, fortificam-se perante a opinião
pública e se fazem presente no cotidiano das pessoas. Não se trata de uma grande disputa entre
ferramentas de marketing, apenas uma necessidade de se aprender a fazer uma publicidade em
sintonia com a demanda de um mercado que exige criatividade também no uso do dinheiro alheio.

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RELATÓRIO CAMINHO DE CASA: AS AÇÕES PROMOCIONAIS

  • 1. 3 INTRODUÇÃO Esta atividade foi desenvolvida como requisito parcial de avaliação da disciplina História da Publicidade e Propaganda, orientada pela professora Claudiane, do 1º semestre do curso de Comunicação Social habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade Social. Trata-se de uma pesquisa de campo realizada nas ruas e avenidas da cidade de Salvador. Este trabalho foi relevante porque possibilitou a nós, futuros publicitários, nos aproximarmos da realidade que são as ações promocionais brasileiras como pretexto para recontar a História. A pesquisa teve como objetivos conhecer as manifestações das ações promocionais, aliar teoria à prática vendo como são distribuídos os pontos das ações, entendendo os principais motivos dessa utilização da comunicação tão forte no mercado e socializar entre os graduandos do 1º semestre do curso de comunicação social habilitação em publicidade e propaganda da Faculdade Social os resultados obtidos de nossas pesquisas. Entendendo-se que no cenário atual é cada vez mais comum à utilização de inserções fora do break comercial e que o consumo, mais do que a produção, é o mais importante objetivo, surgiram, então, práticas que se convencionou a chamar de ação promocional. Ou seja, qualquer implementação feita no ponto de venda com o material de comunicação, visando aumentar o rendimento da propaganda dirigida ao produto. Assim, excetuando-se propaganda, relações públicas e vendas, tudo que existe em comunicação de marketing é chamado ação promocional ou mais conhecido promoção. Por isso fomos entender mais a fundo os motivos históricos para essa grande inserção da promoção como forma de comunicação. Sabemos que a Propaganda durante muito tempo reinou quase que absoluta na Comunicação Mercadológica, na tarefa de estimular a demanda, na construção das marcas, na divulgação dos produtos, sendo as demais ferramentas da comunicação apenas ajudantes. Isso vem desde a época dos fenícios, por ser bem provável “o primeiro anúncio uma mensagem escrita na parede por algum fenício ou babilônio.” Logo depois, os jornais e revistas desenvolveram-se nos anos de 1700, “sendo que até então predominavam mensagens em pranchas do tipo fenício ou babilônio”. Isso porque o desenvolvimento da propaganda e dos meios de comunicação é devido ao desenvolvimento econômico e da revolução industrial. A partir de então, em 1920, surge o rádio, como sendo a primeira mídia eletrônica. Até então, as mensagens publicitárias eram expressas através da escrita, com algum suporte em desenho ou gravura. Com esse desenvolvimento do rádio, a propaganda cresceu para a palavra
  • 2. 4 falada, aumentando mais ainda o seu aporte de meios da comunicação. Até que nos anos de 1950, apareceu a televisão, com palavras escritas e faladas e figuras que se moviam, tornando- se uma força comercial que perdura até os dias de hoje. Vemos então, que a história da propaganda desenvolveu-se no seio de sociedades que passaram da fase de subsistência para a de altos índices de consumo, onde se tem várias alternativas para a escolha de produtos. Com o começo das indústrias, tornou-se imprescindível uma relação cada vez maior dos fabricantes com os consumidores; para isso, utilizaram-se da propaganda, permitindo que esses consumidores soubessem o que existia para ser adquirido. “A propaganda usada em sentido comercial atingiu sua forma madura há aproximadamente 100 anos, quando o consumidor começou a depender de marcas para distinguir entre os diversos produtos e a tornar-se mais exigente, tal a complexidade e diversidade dos produtos industrializados” (COBRA,2007) Como vimos, a propaganda é uma forma de transmitir mensagens que se adaptam através das diferentes mídias aos desejos e necessidades da sociedade e especialmente às suas necessidades comerciais. É uma ferramenta que se amolda às mudanças nas necessidades, hoje predominantemente comerciais, da sociedade da qual faz parte. Porém na televisão, as mensagens de propaganda são muito rápidas. Mesmo alcançando com a mídia todo o universo consumidor de uma só vez, é de maneira abrangente, e a menos que sejam interessantes, podem não despertar a atenção do telespectador. Se, por uma causa qualquer, a mensagem passou despercebida, perdeu-se a oportunidade promocional. A inserção de uma mensagem de propaganda durante um programa frustra o telespectador e, a menos que a mensagem, seja suave ou prenda a atenção, ela pode levar a uma avaliação negativa do produto ou mesmo provocar dúvidas acerca dos benefícios anunciados. As mudanças na economia mundial e as evoluções tecnológicas levaram os anunciantes a adotarem uma postura em que os resultados passaram a ser mais cobrados de suas agências. Impressionante como tudo ganhou um novo ritmo, muito mais acelerado. Talvez seja mais um efeito da alucinante luta pela sobrevivência, ou quem sabe tudo não passe de um filme em que somos todos personagens de uma aventura cheia de riscos, suspenses, tensões, pressões, uma cobrança permanente por resultados. Isso em praticamente todas as áreas de atividades. Óbvio que sempre foi assim, todo cliente sempre exigiu da agência resultados.
  • 3. 5 A maioria dos problemas que se enfrenta hoje não é novo, novo mesmo são as condições que se tem para fazer publicidade: um mercado muito mais competitivo e uma concorrência muitas vezes desleal. Há alguns anos atrás, as agências tinham olhos somente para as contas que vão assegurar faturamentos grandes junto aos veículos de comunicação. Isso também está mudando, o cliente prefere uma agência que lhe atenda em suas necessidades, sejam elas de veiculação ou não. Isso João José da Cunha Lyra, grande propagandista de sua época, já no século XIX entendia que as mídias tradicionais (jornais e revistas na época), não eram o suficiente para popularizar um produto ou dar conta de uma campanha. Hoje os folhetos, embalagens, materiais promocionais, peças de merchandising, mostruários, materiais para equipe de vendas, para a comunicação interna são objetos da atenção de muitas agências, obviamente aquelas que estão atentas à nova realidade dos anunciantes. Não há anunciante hoje que não esteja preocupado com essas atividades diferenciais. Muitos acreditam ser a solução para os períodos de aumento da concorrência, outros, uma opção perante os altos custos de veiculação. Enquanto uns acrescentam ações de promoção à sua verba de propaganda, outros simplesmente repassam parte do investimento publicitário para as atividades promocionais. Essas transformações, apesar de diagnosticar somente no princípio dos anos 80 aqui no Brasil, possuem firmes raízes fincadas há mais de um século. Mas foi somente agora que, no Brasil, ela finalmente cresceu e deixou de ser a atividade complementar da propaganda, para assumir ao lado dela papel condescendente no mix da comunicação atual. Ela é fácil de implementar, de resposta imediata, principalmente junto ao canal de revenda, e principalmente muito mais visível e mensurável quando comparada à publicidade. Se hoje não é difícil implementar esse tipo de atividade da comunicação, antigamente também não era difícil introduzir essas novas atividade de divulgação dos produtos. São grandes nomes que marcam a História das ações promocionais no Brasil. No final do século XIX e início do século XX, começou-se a introduzir essa atividade com grande genialidade e teve uma boa aceitação no mercado. Por isso foi-se engrenando mais rápido na comunicação. Em 1900 João G. Bonéis, um promotor de rua introduziu no carnaval carioca o carro alegórico de anúncios. Lyra resolveu em meados de 1900, resolveu ir à rua para fazer promoção tete-a-tete os produtos Bromil e A Saúde da Mulher, o que lhe rendeu um sucesso. Em 1907 promoveu uma ação numa rua do Rio de Janeiro, fazendo muito barulho, com estudantes batendo caixas de papelão do laboratório, utilizando um banner vermelho de “A Saúde da Mulher”, e explicitava com um megafone na boca. No ano seguinte, promoveu uma
  • 4. 6 ação de sampling distribuindo milhares de amostras grátis do Bromil, na mesma época que dirigia um Corso, com charretes e uma centena de figurantes que jogavam bombons e remédios para os populares. E não foi só isso, o sucesso desse tipo de veiculação foi grande, que no outro ano ele distribuiu 30.000 amostras de xarope, na Grande Exposição do Rio de Janeiro, onde montava uma ilha do produto, semelhante a das indústrias de bebidas e supermercados de hoje. O que não era comum naquela época também. Como vimos foi no final do século XIX que o Brasil descobriu o merchandising, mas foi no século XX com as Feiras Nacionais e principalmente com o Carnaval que ações promocionais do gênero ganharam destaque. Na festa de Momo pranchas de bondes, que transportavam os mascarados e os corsos, nada mais eram que desfiles de automóveis com alegorias, se tornavam veículos para a divulgação de produtos e serviços. Primavam pela criatividade como uma ação imobiliária em 1919, que ficou conhecida em fotos por ter montado um modelo das casas em construção. Mas esse destaque no Carnaval é devido ao fato de 1900, João G. Bóneis, um promotor de rua, introduzir no carnaval carioca o carro alegórico de anúncios. Sendo assim, alguns anos depois as pranchas de bonde com merchandising dos anunciantes incorporaram à paisagem carnavalesca, momentaneamente. Constam também, em 1908, ações promocionais como a distribuição do Sabão Tina em carro alegórico, com promotores fantasiados apregoando as suas qualidades e distribuição de amostras. Porém essas promoções eram limitadas para um mercado muito específico. Isso ocorreu até a chegada no país, pouco depois da segunda guerra mundial, do português Eduardo Alves, e do carioca Ivan Hasslocher, que se tornaram sócios na Promotion, empresa especializada em promoção de vendas e marketing direto, expediam mais de 100.000 malas diretas/ano. Bartolomeu Beer e Lothar Sussmann também são referências desta iniciativa pioneira. Mas foi um baiano chamado João da Costa Dórea, o maior promotor de vendas, no seu empenho para implementar no país as técnicas que davam certo nos Estados Unidos. Sendo assim, em 1948 Dórea, introduziu a data promocional do “Dia das Mães” e mais tarde do “Dia dos Namorados”. Essas datas comemorativas evoluem para concursos de cartazes e vitrines, com o apoio de Silvio Bhering do O Globo e do grupo Folhas, para o “Dia dos pais” onde premiava-se o pai de maior prole e o comércio vendia. João Dórea não parou por ai, crou para o Mappin o concurso Miss Sweater. A candidata eleita era classificada para representar São Paulo no Miss Brasil/Miss Universo.
  • 5. 7 “Mas, o grande produto do Dórea seria a Bahia com o maior plano promocional em favor do turismo já realizado no país, até aquele momento. Com o concurso do cronista Antônio Maria, do jinglista Gilberto Martins, e dos pintores Aldemir Martins e Carybé, dentre outros, o plano previa 200 milhões de cruzeiros em investimentos. Desenvolvido por 36 pessoas durante 6 meses, seria executado, apenas, em parte. Mas o Dórea, sem sabê-lo, tinha lançado os fundamentos da baianidade no que tem de mais representativo até hoje”.(CADENA) Esse sim foi o rei da área. Passado o tempo mesmo no Brasil do cruzado o comportamento não poderia ser diferente. Num período de inflação acelerada, altas taxas de insolvência e desemprego, indefinições políticas e futuro incerto, os índices de indecisão também tendem a crescer a níveis jamais alcançados. É no meio da busca dessa competência, da procura de novos caminhos e alternativas que maximizem os resultados minimizando os custos, dentro de todas as atividades de comunicação, aflorou a promoção como uma das mais eficientes e rápidas ferramentas de marketing à nossa disposição. Esses problemas não são de agora, vem de já muito antes, como pudemos ver essa procura por mercado consumidor, novas maneiras de chegar até o consumidor final. Mas o crescimento dessa atividade no Brasil vem ganhando proporções incríveis nos últimos 20 anos. O que se pode perceber, então, é que tanto a propaganda quanto promoção são fundamentais no processo de comunicação de qualquer empresa, produto ou serviço. Cada qual com funções distintas, para serem utilizadas de maneiras também distintas. Só que nenhuma delas deve ser encarada isoladamente, pois é exatamente a integração de ambas que se pode colher os melhores resultados. Somente uma ação integrada de propaganda e promoção pode alcançar os objetivos de comunicação esperados. MERCHANDISING – Uma ferramenta cada vez mais acionada Merchandising, palavra inglesa que traduzida para o português significa “mercadoria”. Porém é constantemente utilizada em conceitos distintos. Compreende, então, um conjunto de operações táticas efetuadas, no ponto-de-venda, para se colocar no mercado o produto ou serviço certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com o impacto visual adequado e na exposição correta antes de ser lançado no mercado. Sendo assim, prepara a mercadoria para torná-la adequada à necessidade do consumidor e ao seu caminhar pelos canais de distribuição comercial. O termo merchandising no Brasil é utilizado incorretamente, sendo assim, sua definição sob a ótica do nosso mercado é a identificação e exposição espontânea ou comercializada da marca e ou produto em espaços editoriais dos veículos de
  • 6. 8 comunicação através de eventos e programas produzidos, editados e transmitidos pelas emissoras; cobertura jornalística dos eventos; transmissão de eventos produzidos por terceiros e matérias editadas pelos órgãos de imprensa. E criação e produção de material promocional e peças para exibição e exposição nos pontos de venda, geralmente em complementação às campanhas publicitárias. “merchandising é qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto- de-venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. É o conjunto de atividades de marketing e comunicação destinadas a identificar, controlar, ambientar e promover marcas, produtos e serviços nos pontos- de-venda. É responsável pela apresentação destacada de produtos na loja, criando espaço e visibilidade, de maneira tal que acelere sua rotatividade” (HTTP://pt.wikipedia.org/wiki/merchandising). Há também o conceito convencional e entende-se como a aparição dos produtos em vídeo, áudio ou artigos impressos, em uma situação normal de consumo, sem declaração ostensiva da marca. É quando um produto, marca, empresa ou serviço aparece, é citado, consumido ou utilizado em um filme, programa de televisão, revista, jornal, livro ou qualquer outro veículo de comunicação – em uma ação integrada ao desenvolvimento da trama editorial e pertinente a seu contexto – por encomenda e mediante pagamento feito pelo anunciante. Nos esportes, eventos artísticos, musicais e comunitários, a presença de marcas, slogans, símbolos ou cores no espaço cênico, material promocional, propaganda, decoração, objetos, veículos e roupas dos participantes desses acontecimentos podem levar a uma ação de merchandising. Além disso, o merchandising envolve a embalagem, displays, técnicas de preços e ofertas especiais. Os displays no ponto-de-venda servem como demonstração ou exposição de um produto. Os displays de balcão são pequenos cartazes que anunciam o produto ou dispositivos que servem para depósito do produto ou de folhetos em cima dos balcões, e que também fazem alusão ao produto. Os displays de “chão” servem como depósito do produto e se encontram no meio das lojas. Displays de parede servem como depósito do produto fixado na parede. E displays de prateleira são dispositivos fixados nas prateleiras de lojas, farmácias, e servem como depósito do produto. Esses dispositivos são muito usados, pois os consumidores são profundamente influenciados, pelo material promocional no ponto de venda, tais como os displays, gôndolas especiais,
  • 7. 9 cartazes, demonstradores, móbiles etc., além, evidentemente, do fator preço/oferta, novos lançamento, embalagens e tamanhos especiais, que fazem parte da promoção de vendas. PROMOÇÃO DE VENDAS – Ascensão de uma ferramenta ainda pouco conhecida Há muito tempo a promoção de vendas deixou de ser apenas um artifício em que se reduz o preço ou se oferece ao consumidor algum beneficio material ou não, agregado ao produto. A promoção, e não é por acaso, ocupa a segunda posição no ranking de investimentos. A promoção de vendas é a comunicação de qualquer incentivo que aumente o valor básico de um produto durante um período limitado, de forma a estimular os membros do canal e as pessoas das equipes de venda a vendê-lo e os consumidores comprá-lo. Um olhar mais atento à definição vemos a complexidade das Promoções de Vendas, uma vez que suas práticas não se restringem apenas ao consumidor final, mas aos demais integrantes do processo que leva o produto até ele, como estimular os vendedores dos distribuidores e revendedores a priorizá-lo em detrimento aos concorrentes. Portanto a promoção de vendas tem como ferramenta para atingir esse objetivo fornecendo um manual de vendas ou um portfólio que facilite aos vendedores a apresentação de seus argumentos ao comércio, conhecido também como broadside. O preparo do manual é uma responsabilidade do setor de promoções que recorre, naturalmente, ao pessoal da propaganda para ajudá-lo na redação e preparação gráfica dessa peça. Ela também tem de organizar e realizar cursos de venda. Preparar convenções de venda e a até mesmo planejar e orientar a produção de todo o material de ajuda de venda. Basicamente a função da promoção de vendas é ocasionar estímulos capazes de fomentar a demanda de um dado produto, agindo em curto prazo no sentido de construir a oferta e de explorar a fidelidade à marca e cujos resultados são sentidos de imediato. Sua aplicação são naquelas atividades de marketing diferentes da venda pessoal e da eficácia do revendedor mediante espetáculos e exposições, concursos, prêmios, brindes, jogos, selos e cupons e vários outros esforços de vendas não comuns e não rotineiros.
  • 8. 10 Vale lembrar que a promoção de vendas é muito confundida aqui no Brasil com propaganda, merchandising e até mesmo com simples descontos de vendas. Porém tem algumas definições que diferem, como já mostramos anteriormente. Mas sabemos que o objetivo geral e comum a todas as promoções é a ampliação dos serviços ou produtos oferecidos pela entidade vendedora através da obtenção de uma atitude favorável dos consumidores e persuadindo-os a consumi-los. As atividades de promoção e de merchandising normalmente baseiam-se em um calendário promocional, onde constam todas as datas importantes para se anunciar e lançar campanhas para lojas comerciais, de janeiro a dezembro. Sendo que as técnicas mais comuns de promoção de vendas estão cada vez mais sendo utilizados nos lançamentos de novos produtos que, na maioria das vezes não trazem nada de novo. Porém a promoção estimula e aumenta o tráfego no ponto-de-venda. Incentiva o consumidor a comprar. Evita quedas de venda de produtos sazonais. Estimula a tendência de demonstrar o produto. Atenua a competição, porque o cliente prefere aquele que promove o produto. Aumenta a atração pelo produto gerada pela propaganda. Leva as pessoas a citarem o produto. A promoção pode ser feita com um toque de divertimento, o objetivo da campanha promocional é chamar a atenção, de modo que é importante inventar algo diferente. As competições, em geral, desencadeiam grande sucesso, mas quanto mais humorísticas, engraçadas e diferentes são as idéias tanto melhor. A POLÍTICA COMO PRODUTO O marketing é uma atividade voltada para a captação das necessidades e dos desejos do consumidor a fim de relacionar dinamicamente um produto ao seu mercado. As ferramentas de que se utiliza para cumprir essa meta são: pesquisa de mercado, desenvolvimento de produtos, estratégias de lançamento, logística de distribuição e vendas, promoção, merchandising, propaganda, publicidade e pós – venda. Esses princípios orientadores do marketing de produtos são transpostos para a atividade política, tornada empresa, em busca do eleitor, tornado consumidor. É preciso construir uma boa imagem e associá-la adequadamente aos candidatos, porque os eleitores opinam sobre os partidos, mas não são capazes de organizar o universo político a partir deles. A decisão é feita com base em outros fatores como a
  • 9. 11 personalidade do candidato e a agenda. Falta aos administradores das marcas políticas dos partidos um maior esforço para construir uma relação boa com os eleitores, de modo que, ao votar naquele partido o eleitor sinta-se bem por estar mais próximo do seu Self ideal. Esse deve ser o esforço de lideranças partidárias, auxiliados por especialistas em Marketing e Comunicação Política. Só que o Brasil vive uma realidade política em que os partidos, na sua maioria, estão longe de ser um referencial de vontade geral. Primeiro porque, muitas vezes, são movidos por interesses egoísticos, some-se um comportamento “apartidário” da população. É nesse ambiente que acontecem as disputas eleitorais. Entre os profissionais de campanha, é corrente a idéia de que o momento eleitoral não é adequado ao empreendimento de um processo de conscientização. O marketing atua pelo viés do pragmático, do cotidiano, daquilo que interessa e atrai a atenção do eleitor para, obviamente, conquistar a sua adesão, manifestada no voto. Por isso que hoje se tem usado muito a ferramenta de promoção de vendas e merchandising para poder chegar ao público (eleitor) com uma maimor credibilidade. Uma boa estratégia de marketing é assim definida como a forma de captar e responder aos anseios, necessidades e desejos do eleitor. Portanto, se a campanha acontece para um público politizado, ela adquire um formato político, ‘ideológico’. Do contrário, não há como pretender a conscientização da população através do marketing eleitoral, esse não é o seu fim. Isso sabemos por conta da história que nos mostra que no século XIX a comunicação eleitoral tinha apenas um meio, o jornal, assim mesmo restrito a um veículo apenas, pois os jornais eram partidários, órgãos dos partidos monarquista ou republicano, liberal ou conservador. Com as limitações aqui referidas e a proibição da Ligth (que não queria encrencas) de exibir propaganda política nos bondes, os marketeiros da época de viraram com ações de impacto na rua como a chuva de papel picado jogado de um balão, corsos ao estilo carnavalesco portando cartazes, homens sanduíches e principalmente o cartão-postal. Este veículo foi a grande descoberta do marketing político, pois permitia explorar a imagem do candidato e favorecia o humor, convencional ou ferino (para atacar o adversário) e a sua distribuição era zonal como as eleições; distribuíam-se os cartões-postais nos cafés, bilhares e lojas da zona eleitoral do candidato.
  • 10. 12 “O cartão-postal reinou na disputa entre Nilo Peçanha e Arthur Bernardes (1922) e mais tarde na disputa entre Julio Prestes e Getúlio Vargas (1930).A propósito, é nessa campanha pré-revolução que técnicas de marketing político americanas são introduzidas entre nós, através da Petinatti Publicidade a agência que assessorou Prestes e foi vitoriosa apesar do infame slogan “É a força de nosso idealismo que conquista para a civilização a terra bárbara que projeta no firmamento os audaciosos perfis das cidades modernas”. Difícil engolir um argumento desses, mas a linguagem era afinada com a retórica preponderante na época. Na era Vargas o marketing político definhou, mas mesmo assim atuou com muita eficiência na comunicação dos revolucionários de 1932 abrigados na sigla M.M.D.C e na feroz campanha difamatória contra o partido comunista em 1935” (CADENA,2008). CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho possibilitou identificar a importância das ações promocionais no cenário atual. Também nos possibilitou diferenciar as ferramentas básicas do marketing e o significado de promoção ou ação promocional. Vemos que a promoção ganha força e se torna uma prática cada vez mais usada para a venda de um produto ou serviço. Vira moda. O motivo dessa crescente utilização acontece, já que, os produtos estão cada vez mais similares e suas campanhas publicitárias também. Está ficando mais difícil diferenciar um produto dos seus concorrentes e os profissionais de marketing e publicidade enxergam na promoção a possibilidade dessa diferenciação. Isso se deve pelo caráter subliminar que a promoção possui. Enquanto uma ferramenta gera desejo, inspiração, motivação, despertando interesse, a outra gera ação, portanto comportamento, a atitude do consumidor diante de marcas e/ou de produtos. Sabendo que dentro da ferramenta promoção estão embutidas as atividades de propaganda, relações públicas, promoção de vendas e merchandising. Acontece que a promoção, por uma distorção de mercado, é hoje considerada, como todas aquelas atividades do mix promocional, excetuando-se propaganda, relações públicas e vendas pessoais. A promoção, portanto, diminuiu a sua finalidade, seu alcance, e atualmente é aceita como sinônimo de: merchandising, promoção de vendas, eventos, sorteios, convenções, patrocínios, etc. Porém as ações promocionais consistem em oferecer ao público pequenas porções do produto, como nos supermercados ou distribuir gratuitamente pequenas amostras para serem provadas ou utilizadas quando for mais conveniente. Por isso como afirma alguns autores, a promoção bem executada deve ser vista como a força que consegue desviar a mão do consumidor para a esquerda ou para a direita. Sendo assim, procurar fazer da promoção uma
  • 11. 13 ação conjunta com a propaganda ou publicidade, para que mais clientes sejam alcançados é importante. E tendo criatividade para evitar ser igual aos concorrentes, pois o número de formas de promoção só é limitado pela imaginação. Lembrando, porém, que as ações promocionais podem ser perigosas se usadas com exagero. É preciso evitar também promoções maquiadas, que não oferecem qualquer vantagem para o cliente, pois esse tipo de promoção leva ao descrédito. Mesmo assim Ainda é através dela que as marcas são mais rapidamente conhecidas, fortificam-se perante a opinião pública e se fazem presente no cotidiano das pessoas. Não se trata de uma grande disputa entre ferramentas de marketing, apenas uma necessidade de se aprender a fazer uma publicidade em sintonia com a demanda de um mercado que exige criatividade também no uso do dinheiro alheio.