1) O documento descreve os ácidos nucleicos DNA e RNA, suas estruturas e funções. 2) O DNA está localizado principalmente no núcleo celular e contém as informações genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento dos seres vivos. 3) O experimento de Mendel com ervilhas estabeleceu as leis da hereditariedade, mostrando que os fatores hereditários segregam-se e se recombinam durante a formação dos gametas.
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DNA, RNA e a Genética: conceitos básicos
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REVISÃO
ÁCIDOS NUCLEICOS
Os ácidos nucleicos são macromoléculas (ou
seja, moléculas gigantes) formadas por unidades
menores conhecidas como nucleotídeos. Tais
moléculas recebem esse nome devido ao seu caráter
ácido e também por terem sido descobertos no
núcleo celular, em meados do século XIX.
Existem dois tipos de ácido nucleico: o ácido
desoxirribonucleicoDNA, e o ácido
ribonucleicoRNA.
LOCALIZAÇÃO
Sabe-se que todas as células do organismo
possuem o mesmo DNA e que esse DNA se
encontra principalmente no núcleo das células, mas
podem ser encontradas em organelas
citoplasmáticas (mitocôndrias e cloroplastos).
CONCEITO
DNA
É um composto orgânico cujas moléculas
contêm as informações genéticas que coordenam o
desenvolvimento e funcionamento de todos os seres
vivos e de alguns vírus. Os segmentos de DNA que
contêm a informação genética são denominados
genes, o resto da sequência tem importância
estrutural ou está envolvido na regulação do uso da
informaçãogenética.
A função dele é passar as informações
necessárias do material genético para a síntese de
proteínas (produzir proteínasque as células precisam
para o metabolismo e desenvolvimento) e sua
replicação (conjunto de reações por meio das quais
o DNA faz uma cópia de si mesmo cada vez que
uma célula se divide e transmite suas informações
às células filhas).
O DNA é o responsável pela transmissão
das características genéticas (cor dos olhos, pele,
cabelo, fisionomia, etc.) entre os seres vivos. É
constituído por duas cadeias ou fitas de
nucleotídeos que se mantêm unidas em dupla hélice
por pontes de hidrogênio entre as bases dos
nucleotídeos, compostas por um grupo fosfato, uma
molécula de açúcar de cinco carbonos e base
nitrogenada que podem ser adenina(A), citosina
(C), guanina (G) e timina (T).
O DNA, também conhecido pelo nome de „A
molécula da vida‟ foi descoberta em 1953, com os
estudos do bioquímico norte-americano James D.
Watsone o biologista molecular Francis Crick.
A e G têm estrutura de dois anéis, característica
de um tipo de substância chamada purina
enquanto C e T têm a estrutura com somente
um anel, característica relacionada às
pirimidinas.
Na molécula de DNA há o pareamento de uma
purina com uma pirimidina e esse pareamento
complementar não é ao acaso: A sempre pareia
com T, através de duas pontes de hidrogênio, e
C sempre pareia com G, por três pontes de
hidrogênio. Assim, a quantidade de A sempre é
igual à de T e a quantidade de C é a mesma que
a de G.
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Por a fita de DNA ser composta por dois
filamentos, essas bases nitrogenadas só podem ser
pareadas se elas estiverem opostas uma das outras,
ou seja, se elas estiverem em fitas diferentes.
RNA
Sigla para ácido ribonucléico é o
responsável pela síntese de proteínas da célula. O
RNA é formado geralmente em cadeia simples, que
pode, por vezes, ser dobrado, e as moléculas
formadas por RNA possuem dimensões muito
inferiores às formadas por DNA.
O RNA é constituído por uma ribose, por
um fosfato e uma base nitrogenada.Formado por
uma cadeia simples, e não uma de dupla hélice
como o DNA, contém o açúcar ribose e o DNA
contém o açúcar desoxirribose.
Outro fato é a diferença das bases
nitrogenadas. No lugar da timina, o RNA possui a
uracila. Dessa forma, suas bases são: adenina (A),
citosina (C), guanina (G) e uracila (U).
Existem três tipos de RNAs:
RNA mensageiro: Contêm a informação para a
síntese de proteínas.
RNA transportador: Transporta aminoácidos para
que ocorra a síntese de proteínas.
RNA ribossômico: Componentes da maquinaria de
síntese de proteínas presente nos ribossomos.
Todas as formas de RNA são sintetizadas por
enzimas (RNA polimerases) que obtêm informações
em moldes de DNA.
GENÉTICA
Hoje sabemos que o veículo da
hereditariedade são os genes, trechos da molécula
de DNA presentes nos cromossomos. Mesmo antes
dessa descoberta, as leis básicas da hereditariedade
Conteúdo abordado no ENEM e UERJ:
As bases da genética: genes; código
genético; cromossomos; hereditariedade
e doenças hereditárias.
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começaram a ser desvendadas por Mendel em um
mosteiro da cidade de Brünn na Áustria (hoje Brno,
na República Tcheca).
Uma das razões do sucesso de Mendel foi
ter escolhido para suas pesquisas a ervilha-de-
cheiro (Pisum sativum), que apresenta uma série de
vantagens: fácil cultivo; produz muitas sementes e,
consequentemente, grande número de descendentes;
reproduz-se por auto-fecundação (a parte masculina
do flor produz gametas que fecundam a parte
feminina; pode-se também conseguir fecundação
cruzada, fazendo com que uma flor cruze com outra
flor de outro pé de ervilha).
Além dessas vantagens, ela apresenta uma
série de características facilmente observáveis e
distintas entre si. Por exemplo, a cor da semente é
amarela ou verde, sem tonalidades intermediárias; a
forma da semente é lisa ou rugosa.
Ele analisava sempre o número grande de
descendentes em cada geração para determinar a
proporção em que cada tipo de características
aparecia. Evitava, assim, conclusões erradas,
resultantes de simples coincidências.
1. A experiência de Mendel:
Mendel supôs que, se uma planta tinha
semente amarela, ela devia possuir algum
“elemento” ou “fator” responsável por essa cor. O
mesmo ocorreria com a planta de semente verde,
que teria um “fator” para essa cor.
Em um dos experimentos, ele procurou
cruzar plantas de sementes amarelas com plantas de
sementes verdes, mas antes procurou selecionar
sementes amarelas que só originassem sementes
amarelas e sementes verdes que só produzissem
sementes verdes. Para isso, escolhia um indivíduo e
observava os resultados da autofecundação ao longo
de seis gerações (cerca de dois anos). Em cada
geração analisava grande número de descendentes
e, se nenhum deles produzisse sementes de cor
diferente da cor do indivíduo inicial, concluía que
se tratava de uma planta pura.
Com ervilhas puras Mendel fez um
cruzamento entre a parte masculina de uma planta
de semente amarela e a feminina de uma de semente
verde. Essa primeira geração foi chamada de
parental ou P. Na geração seguinte (primeira
geração ou F1) todas as ervilhas apresentavam
sementes amarelas. Mendel chamou esses
indivíduos de híbridos, uma vez que descendiam de
pais com características diferentes (semente amarela
e verde).
O que teria acontecido com o fator para
verde? Teria se misturado ao fator para amarelo?
Teria desaparecido? A resposta surgiu quando
Mendel realizou a autofecundação de um dos
indivíduos híbridos de semente amarela. Analisando
as plantas resultantes (segunda geração ou F2),
encontrou cerca de 75% (3/4) de sementes amarelas
e 25% (1/4) de sementes verdes - ou seja, na
geração F2 havia a proporção média de 3 sementes
amarelas para 1 verde.
O aparecimento de sementes verdes permitiu
a Mendel concluir que o fator para e não tinha sido
destruído: apenas não se mantia na presença do
fator para amarelo. Com base nisso, resolveu
chamar a característica “ervilha amarela” de
dominante e a característica “ervilha verde” de
recessiva.
Conclusões de Mendel:
Todos os casos estudados por Mendel
confirmavam o que tinha observado para a cor da
ervilha: a geração F1 (resultante do cruzamento
entre dois indivíduos puros, um dominante e o outro
recessivo) tinha a característica dominante; F2
apresentava uma proporção média de 3 dominantes
para 1 recessivo. Em 7.324 ervilhas havia, por
exemplo, 5.474 lisas e 1.850 rugosas.
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Os resultados de Mendel podem ser
explicados com as seguintes hipóteses:
Cada organismo possui um par de fatores
responsável pelo aparecimento de
determinada característica.
Esses fatores são recebidos dos indivíduos
paterno e materno: cada um contribui com
apenas um fator de cada par.
Quando um organismo tem dois fatores
diferentes, podem ocorrer que apenas uma
das características se manifeste (a
dominante) e a outra não apareça
(recessiva).
Os fatores de uma contrastante não se
misturam. Durante a formação dos gametas,
os fatores aparecem em dose simples, ou
seja, cada gameta possui apenas um fator
(na experiência de Mendel, por exemplo, o
gameta possui ou o fator para amarelo ou o
fator para verde).
Esta última conclusão ficou conhecida como
primeira lei de Mendel, lei de segregação de um par
de fatores ou lei do monoibridismo, uma vez que
ela se aplica ao estudo de híbridos em relação a
apenas uma característica.
Interpretação atual da primeira lei de Mendel:
Como as células da maioria dos organismos,
as células do corpo de ervilhas são diploides (2n; há
dois cromossomos de cada tipo). Os cromossomos
de um mesmo par são homólogos (possuem o
mesmo trabalho e a mesma forma). Neles os genes
situados na mesma posição (lócus ou lócus gênico;
do latim, locus = lugar; plural, loci) controlam o
mesmo tipo de características (cor da flor da
ervilha, por exemplo) e são chamados de genes
alelos ou, simplesmente, alelos.
Embora controlem o mesmo tipo de
características, eles podem ter efeitos diferentes.
Por exemplo, na ervilha existem sete pares de
cromossomos homólogos. Em um desses pares, está
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o gene que determina a cor da flor. Um dos
cromossomos pode ter o gene que determina cor
púrpura e o outro cromossomo pode ter o gene que
determina cor branca. Por convenção, usamos a
letra inicial do caráter recessivo (branco, nesse
caso) para denominar os genes alelos: o gene
dominante é indicado pela letra maiúscula e o
recessivo pela minúscula. Assim, o gene para flor
púrpura é chamado de B e o gene para flor branca
de b.
Em outro par de cromossomos homólogos
estão, por exemplo, os alelos responsáveis pela
forma da semente. Como o caráter liso é dominante,
o gene para rugoso é r e o gene para liso é R. O par
de alelos para a cor da semente localiza-se em um
terceiro par de cromossomos homólogos. Nesse
caso, o gene para amarelo (dominante) é chamado
de V e o gene para verde de v. O mesmo acontece
com os outros pares de homólogos.