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UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE FOTOINTERPRETAÇÃO
           NA COMPARTIMENTAÇÃO FISIOGRÁFICA DO MUNICÍPIO
               DE CANANÉIA, SP – APOIO AO PLANEJAMENTO
                        TERRITORIAL E URBANO

            Thomaz Alvisi de OLIVEIRA 1, Paulina Setti RIEDEL 2, Ricardo VEDOVELLO 3,
                     Célia Regina de Gouveia SOUZA 3, Maria José BROLLO 3


             (1) Laboratório de Geografia e Estudos Geo-Ambientais (LEGA), Instituto de Ciências Humanas e Sociais,
           Centro Universitário de Itajubá – UNIVERSITAS. Avenida Dr. Antônio Braga Filho, 687 – Bairro da Varginha.
                    CEP 37.501-002. Itajubá, MG. Endereços eletrônicos: geografia@fepi.br; taogeo@gmail.com.
        (2) Departamento de Geologia Aplicada, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista,
 Campus de Rio Claro. Avenida 24-A, 1515 – Bela Vista. CEP 13506-900. Rio Claro/SP. Endereço eletrônico: psriedel@rc.unesp.br.
   (3) Instituto Geológico, Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Avenida Miguel Stéfano, 3900 – Água Funda.
                      CEP 04301-903. São Paulo, SP. Endereços eletrônicos: vedovello@igeologico.sp.gov.br;
                                     celia@igeologico.sp.gov.br; mjbrollo@igeologico.sp.gov.br.


                                     Introdução
                                     Área de Estudo
                                     Materiais e Métodos
                                          Materiais
                                          Métodos
                                               Compartimentação Fisiográfica
                                               Inferências das Propriedades Geotécnicas
                                                    Permeabilidade
                                                    Profundidade dos Solos
                                                    Textura do Material Inconsolidado
                                                    Alterabilidade
                                                    Declividade
                                     Definições das Potencialidades e Limitações dos Terrenos Presentes em Cananéia
                                          Grupos de Unidades Básicas de Compartimentação PSL e PSE
                                          Grupos de Compartimentos PSR, PCR, PFA
                                          Grupos de Compartimentos LDT, LFL e LSI
                                     Considerações Finais
                                     Agradecimentos
                                     Referências Bibliográficas




RESUMO – Este artigo apresenta informações sobre o meio físico obtidas por meio da compartimentação fisiográfica em uma imagem
Landsat 7 ETM+, visando o planejamento territorial do Município de Cananéia, no litoral sul do estado de São Paulo. Os compartimentos
fisiográficos foram identificados a partir de diferentes níveis hierárquicos de classificação por meio da análise dos elementos texturais de
relevo e drenagem, posteriormente associados às informações referentes aos mapeamentos geológicos e geomorfológicos já existentes,
aliados a trabalho de campo. O produto final, um mapa de Unidades Básicas de Compartimentação (UBCs), serviu para nortear
considerações referentes aos processo de expansão urbana municipal. A metodologia utilizada mostrou-se com potencial de aplicação em
outros estudos relacionados ao meio físico, sendo necessária apenas a adequação dos dados a serem trabalhados.
Palavras-chave: Compartimentação fisiográfica, planejamento territorial, sensoriamento remoto.

ABSTRACT – T.A. de Oliveira, P.S Riedel, R. Vedovello, C.R. de G. Souza, M.J. Brollo – Physiographic compartimentation of the
Cananéia Municipality area using photo-interpretation techniques – support to the urban and territorial planning. This paper presents
information about the environment obtained by means of the physiographic compartimentation on a Landsat 7 ETM+ image, to
contribute for the territorial planning of the city of Cananéia, in the southern coast of the São Paulo State. The physiographic compartments
were identified from different hierarchic classification levels using the analysis of relief and drainage textural elements on the image; the
data were associated to the pre-existent geologic and geomorphologic information, and with field checking. The final product, the map of
Basic Units of Compartimentation (BUCs) may be used to guide the process of urban expansion. This methodology revealed potentiality
for other applications in environmental studies, with the adequate selection of criteria for each case.
Keywords: Physiographic compartimentation, territorial planning, remote sensing.




                                                              INTRODUÇÃO

    Uma das formas de se estudar o meio físico é                             base em determinados critérios. A partir desta
compartimentá-lo, separando-o em áreas homólogas com                         compartimentação, podem ser efetuadas inferências
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007                                                                                55
sobre as propriedades do meio e estabelecidas as suas       tamentos semelhantes frente às diversas solicitações
decorrentes potencialidades e limitações, orientando a      de uso. As informações geotécnicas, mesmo expeditas,
implantação de atividades antrópicas e auxiliando em        obtidas dentro das áreas consideradas homogêneas,
estudos que visam ao planejamento territorial e o proces-   favorecem a análise de seu comportamento.
so de tomada de decisão pelos órgãos governamentais.             No presente trabalho este princípio foi utilizado
     Os produtos de sensoriamento remoto possuem            para o município de Cananéia (SP), onde as infor-
grande potencial de utilização na compartimentação          mações do terreno foram obtidas pela compar-
fisiográfica. Através do reconhecimento das feições         timentação fisiográfica efetuada em imagem de satélite
de relevo e drenagem e da análise de seu arranjo            do Landsat7 ETM+. Posteriormente, a descrição e
espacial pode-se, com maior facilidade, separar áreas       classificação das propriedades destes compartimentos
homólogas da paisagem e analisar as similaridades           a partir da imagem de satélite e de levantamentos de
entre elas. Estas áreas consideradas similares devem        campo, permitiram realizar inferências sobre algumas
receber a mesma denominação e possuir compor-               propriedades geotécnicas do terreno.


                                              ÁREA DE ESTUDO

      O município de Cananéia situa-se na porção sul        município, em sua área de 1.241, 94 km2, tem uma
do litoral do Estado de São Paulo (Figura 1).               população de 12.998 habitantes (IBGE, 2000).
      Com cerca de 1.000 km2, o município se divide              O município é parte integrante da Região
em uma porção continental e outra insular, esta última      Administrativa de Registro (IBGE, 2000), a qual pode
representada pelas ilhas de Cananéia (onde se encontra      ser considerada como a região menos desenvolvida do
a sede municipal), a do Cardoso e a do Bom Abrigo.          estado, apresentando índices de desenvolvimento
Também fazem parte do município outras ilhas de             similares ao do Nordeste brasileiro (Braga, 1999). Esta
menor extensão. Até 1992, uma porção da Ilha                região apresenta problemas de ordens socioeconômicas
Comprida era parte do Município de Cananéia. O              e ambientais e um quadro de degradação ambiental




                FIGURA 1. Localização do município de Cananéia no contexto do Estado de São Paulo.

56                                                               São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007
bem avançado, como já identificado pela Secretaria           Costeira e nas Baixadas Litorâneas e ainda há uma
do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SÃO                 parte pertencente à subzona denominada Serrania do
PAULO, 1994).                                                Ribeira, integrante da zona denominada Serrania
     Integra também o município de Cananéia o Parque         Costeira (IPT, 1981a).
Estadual da Ilha do Cardoso, o qual foi reconhecido                Geologicamente, o IPT (1981b) descreve a pre-
pela UNESCO, em 1992, como zona-núcleo da                    sença de suítes graníticas sintectônicas (fácies
Reserva da Biosfera, abrigando espécies remanes-             Cantareira) e pós-tectônicas (fácies Graciosa), sendo
centes de Mata Atlântica. Além disso, faz parte da           o litotipo mais comum o granito-gnáissico com uma
Área de Proteção Ambiental (APA), que cobre também           foliação concordante ao trend regional, e com granu-
os municípios de Iguape e Peruíbe; esta APA foi              lação variando de fina a média. Também são
implantada em 23 de outubro de 1984 pelo Decreto             característicos sedimentos continentais indiferenciados
90.347 (IBAMA, 2005).                                        de natureza areno-argilosa, sedimentos marinhos e
     Suguio & Martin (1976) descreveram a Planície           mistos, atuais e subatuais, localmente retrabalhados por
de Cananéia e Iguape como delimitada a sudoeste e            ação fluvial e/ou eólica. Relacionam-se ainda sedi-
nordeste por “pontões” do embasamento cristalino que         mentos pertencentes às formações Pariquera-Açú e
alcançam o oceano, sendo drenada pelo Rio Ribeira            Cananéia, integrantes do Grupo Mar Pequeno; a
de Iguape, o qual drena também áreas do cristalino,          primeira constitui-se predominantemente da alternância
bem como por outros cursos de água condicionados à           de siltitos argilosos e areias arcoseanas, associados a
planície sedimentar. Externamente, a planície é drenada      camadas de cascalho, enquanto que na segunda
por lagunas e rios condicionados às marés que separam        ocorrem areias marinhas, sedimentos areno-argilosos,
quatro grandes ilhas: do Cardoso, Comprida, de               flúvio-lagunares e depósitos de mangues atuais.
Cananéia e de Iguape, esta última, de origem antrópica.            Esses materiais são trabalhados sob índices
     Em termos geomorfológicos, grande parte das             tropicais de pluviosidade, que variam de 1.800 a 2.000
terras do Município de Cananéia está situada na              mm/ano na região litorânea compreendida entre
Província Costeira, que se caracteriza por apresentar        Ubatuba e Cananéia, fato decorrente da influência
planícies aluviais e costeiras, terraços marinhos e          marítima na região (Sant’Anna Neto, 2000). As áreas
faixas localizadas de mangue. Uma porção da área             serranas mais elevadas podem apresentar índices
encontra-se também na zona denominada Morraria               pluviométricos superiores a 2.400 mm/ano.


                                              MATERIAIS E MÉTODOS

MATERIAIS                                                    adaptada por Veneziani & Anjos (1982) para imagens
                                                             orbitais. Esta metodologia, que utiliza a análise
     Para a elaboração do presente trabalho foi utili-
                                                             sistemática dos elementos texturais de relevo e
zado os seguintes materiais: cartas topográficas em
                                                             drenagem, foi empregada por Vedovello (1993; 2000),
escala 1:50.000 editadas pelo IBGE entre 1972 e 1974,
                                                             Theodorovicz et al. (1994), Oliveira et al. (1995), entre
referentes ao Município de Cananéia; mapas geológicos
                                                             outros, para a extração e posterior análise de elementos
e geomorfológicos confeccionados pelo IPT (1981a, b),
                                                             da imagem visando estabelecer uma relação do
em escala 1:500.000 e por Chiodi et al. (1982), em
                                                             significado da imagem do objeto com o objeto real.
escala 1:50.000; imagem de satélite TM-Landsat 7
                                                                  Vedovello (1993, 2000) utilizou esta metodologia
ETM+, 220/077 de 21/04/2000, em papel, com fusão
                                                             na elaboração de zoneamentos geotécnicos voltados à
das bandas 4, 5, 2 e Pan, em escala 1:50.000.
                                                             gestão ambiental a partir de unidades básicas de
MÉTODOS                                                      compartimentação, vinculando seus estudos à inter-
                                                             pretação visual de imagens de satélite.
Compartimentação Fisiográfica                                     Os elementos de fotoanálise utilizados para
      A interpretação visual das imagens de satélite e       caracterizar uma unidade ou compartimento foram o
conseqüente compartimentação foi realizada a partir          relevo e a drenagem, e as propriedades consideradas
da imagem LANDSAT em papel.                                  são descritas a seguir.
      A identificação dos compartimentos fisiográficos            O primeiro critério a ser considerado na análise
foi feita parcialmente com base na análise de elementos      das unidades foi a densidade de drenagem, qualificada
texturais de relevo e drenagem, no tocante à sua             através da relação entre o número de canais pela área
densidade, orientação (tropia), forma das encostas,          do compartimento. As classes adotadas para
assimetria, conforme metodologia descrita por Soares         caracterizá-la foram: muito alta (MA); alta (A);
& Fiori (1976) para fotos aéreas e posteriormente            média (M); baixa (B); muito baixa (MB).
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007                                                          57
O segundo critério considerado na análise foi a              A amplitude relativa foi também considerada e
orientação (tropia) dos elementos de textura de relevo      analisada na imagem a partir do tamanho das sombras,
e de drenagem. Segundo a metodologia de Soares &            complementada pela informação do mapa topográfico.
Fiori (1976), a orientação dos elementos de textura foi     As classes de amplitude relativa foram pequena, média
dividida em quatro classes de análise: muito orientada      e grande.
(MO), em que a orientação é muito clara e muito                   A declividade foi o único critério que não se baseou
persistente; orientada (O), quando a orientação é clara     na análise da imagem, uma vez que sua obtenção foi
e persistente; pouco orientada (PO), se a orientação é      baseada na proximidade das curvas observada no mapa
difusa e pouco persistente; não orientada (NO), em          topográfico do Município de Cananéia. Foram conside-
que a orientação é inexistente.                             radas três classes: Alta (A); Média (M); Baixa (B).
     O terceiro critério de análise considerado foi a             Foi necessário adotar o elemento tonalidade para
forma da encosta, resultado da ação dos processos de        diferenciar algumas Unidades Básicas de Compar-
erosão e remoção de material. Seus padrões classifi-        timentação (UBCs), que serão apresentadas a seguir.
catórios foram: convexa (X); côncava (V); côncava/          Assim, por exemplo, nas UBCs LFL1, LFL2 e LFL3,
convexa (VX); retilínea (R).                                que correspondem aos depósitos fluviais onde aparecem
     A análise do relevo foi complementada por parte        extensas planícies com orientações semelhantes dos
dos critérios adotados pelo IPT (1981a) na confecção        elementos de textura e declividades, a tonalidade
do mapa geomorfológico do Estado de São Paulo,              contribuiu no processo de análise, sendo os tons mais
conforme segue.                                             escuros relacionados aos terrenos mais úmidos e
     O quarto critério de análise considerado foi o tipo    portanto menos permeáveis.
de topo, para o qual foram adotadas as seguintes                  O Quadro 1 apresenta os critérios que foram
classificações: amplo ou restrito, quanto à extensão (A     utilizados, bem como a classificação adotada para os
ou R); agudo ou convexo, quanto à forma (A ou X).           elementos de relevo e drenagem considerados na
Ao considerar o tipo de topo, deve-se ressaltar que         interpretação e análise da imagem de satélite. No
este pode ser amplo e convexo ou restrito e convexo,        Quadro 2 estão descritos os critérios selecionados,
ou ainda, restrito e agudo, não sendo possível a variação   que também serviram de base para a interpretação
amplo e agudo.                                              das imagens.


                QUADRO 1. Critérios utilizados e classes adotadas para a interpretação dos elementos
                               de relevo e drenagem. Adaptado de IPT (1981a).




                          QUADRO 2. Critérios geomorfológicos adotados na interpretação
                             da imagem de satélite. Adaptado de IPT (1981a, p. 16).




58                                                               São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007
De acordo com a metodologia empregada, os               rísticas texturais do compartimento, observadas na
vários compartimentos delimitados na imagem devem            imagem de satélite, mostram-se semelhantes.
ser analisados para se avaliar a homogeneidade interna             A elaboração de uma legenda para cada compar-
dos elementos texturais que os constituem. Constatadas       timento foi construída, adotando-se uma simbologia
heterogeneidades internas, procede-se a uma subdi-           hierárquica representada por letras maiúsculas que
visão. Esse processo é completo com a caracterização         denotam as Zonas Morfológicas, os Domínios
dos compartimentos em relação à hierarquia adotada           Geológicos e as Subzonas Morfológicas. As Unidades
para a classificação dos mesmos. Os compartimentos           são representadas por números e apresentam caracte-
foram classificados, em ordem decrescente de gran-           rísticas texturais constantes para cada compartimento.
deza: inicialmente foram analisadas as Zonas                 Em outros termos, pode-se dizer que as unidades são
Morfológicas, que são equivalentes às áreas de planalto      os elementos diferenciadores entre os compartimentos,
e planície; seguidas pelos Domínios Geológicos,              aqui denominados de unidades básicas de compar-
correspondentes às rochas dominantes; pelas Subzonas         timentação (UBCs).
Morfológicas, relacionadas às feições características              O Quadro 3 apresenta a relação entre as Zonas
de cada compartimento; por último, as Unidades, que          Morfológicas, os Domínios Geológicos e as Subzonas
representam a menor área do terreno onde as caracte-         Morfológicas, bem como, a simbologia utilizada.

                      QUADRO 3. Elementos característicos dos compartimentos e sua simbologia.




     A Figura 2 apresenta uma porção da área de              Permeabilidade
estudo com suas respectivas divisões, relacionadas à               A permeabilidade está relacionada com a maior
Zona Morfológica, domínio litológico e subzona               ou menor facilidade de percolação de um fluído através
morfológica dos compartimentos, bem como as                  de um meio poroso.
unidades específicas de cada um.                                   Para as UBCs de origem detrítica ou sedimentar
                                                             e que representam algum tipo de depósito, a
Inferências das Propriedades Geotécnicas
                                                             permeabilidade foi classificada como inversamente
     Esta etapa de trabalho desenvolve-se tendo como         proporcional à densidade de drenagem, devido aos fatos
base as informações obtidas da imagem, que podem             da água nessas regiões tenderem a percolar por entre
ser correlacionadas às propriedades geotécnicas das          os espaços existentes entre as partículas de areia, silte
UBCs. Deve-se ressaltar a importância, das atividades        ou argila e de que quanto maior a porosidade, maior a
de campo nessa fase do trabalho, que contribuem para         facilidade de percolação da água. Para as áreas crista-
a descrição dos perfis de alteração, para a caracte-         linas inseridas no planalto e para os morros isolados da
rização dos materiais e para embasar as inferências          planície costeira, a permeabilidade foi classificada como
efetuadas.                                                   diretamente proporcional à densidade de fraturas, pois
     As propriedades de interesse geotécnico, inferidas      em meios rochosos a água tende a percolar pelas
por meio dos critérios fotointerpretativos e respaldadas     fraturas; quanto maior o número de fraturas, maior
por trabalhos de campo, são descritas a seguir.              a densidade de drenagem e maior a permeabilidade.
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FIGURA. 2. Unidades Básicas de Compartimentação presentes no Município de Cananéia.




O Quadro 4 sintetiza as relações entre permeabilidade
e tipos de terreno aos quais se relaciona.




 QUADRO 4. Relação entre a densidade de drenagem e
 permeabilidade em áreas de Planície, Planalto e morros
    isolados da Planície no Município de Cananéia.

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Profundidade dos Solos                                        que não possuem classificação para forma de vertentes
     A profundidade dos solos foi inferida com base           foram classificadas de acordo com a origem dos
na forma e extensão dos topos e na declividade. Além          depósitos. Assim, nos depósitos marinhos encontram-
disso, as informações foram comparadas com a                  se solos rasos e arenosos; nos depósitos flúvio/
descrição de perfis de alteração amostrados.                  marinhos, aluviões e depressões de planície, solos rasos
     Nas áreas de Planície encontram-se UBCs sem              e argilo-siltosos. Os depósitos fluviais e as rampas de
classificação para topos, relacionadas a depósitos            colúvio apresentam solos pouco rasos e argilosos. O
marinhos, fluviais e flúvio-marinhos e que foram              Quadro 5 relaciona as classes de textura estabelecidas
consideradas como possuidoras de solos rasos. É o             com a forma das encostas e tipos de depósitos.
que descreve Maretti (1989) em relação aos baixos             Alterabilidade
terraços marinhos ou planícies costeiras, que apre-
                                                                    A alterabilidade do material está relacionada à
sentam solos pouco desenvolvidos.
                                                              capacidade dos materiais sofrerem intemperismo
     As UBCs relacionadas aos depósitos de colúvio/
                                                              químico. Esta inferência dá-se através das formas das
talus ou às rampas de colúvio, que não apresentam
                                                              encostas, segundo metodologia de Soares & Fiori
classificação para topos, foram consideradas como
                                                              (1976). São as seguintes as classes: alterabilidade muito
possuidoras de solos rasos a pouco rasos. A análise
                                                              alta (perfil convexo), alterabilidade alta (perfil côncavo-
conjunta da forma e extensão dos topos e declividade
                                                              convexo), alterabilidade média (perfil côncavo) e
resultou na classificação de quatro profundidades
                                                              alterabilidade baixa (perfil retilíneo).
diferentes: Raso (< 0,20 m); Pouco raso ( 0,20 a 1,0 m);
Médio (1,0 a 2,0 m); Profundo (> 2,0 m). A Tabela 1           Declividade
sintetiza os elementos considerados para a definição               A declividade foi analisada a partir da distância
das classes de profundidade.                                  entre curvas de nível das cartas topográficas e
                                                              observações efetuadas em campo. As classes adotadas
Textura do Material Inconsolidado
                                                              foram alta, média, baixa e muito baixa. A classe alta
     A textura do material inconsolidado foi inferida         representa áreas onde as curvas de nível encontram-
pelo exame das formas de encosta, comparada às                se mais próximas umas das outras e a classe mais baixa
observações de campo e está relacionada à compo-              áreas onde as curvas de nível encontram-se mais
sição físico-química do manto de alteração. As UBCs           distantes umas das outras.


                              TABELA 1. Características dos elementos de topo e declividade
                                      e sua relação com a espessura dos solos.




                          QUADRO 5. Classes de textura do material inconsolidado e sua relação
                                   com a forma da encosta ou tipo de depósito.




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DEFINIÇÕES DAS POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES
                         DOS TERRENOS PRESENTES EM CANANÉIA

     Para o estabelecimento das potencialidades e           de materiais de origem diversa assentados sobre
limitações ao uso urbano no Município de Cananéia,          rochas diversas, onde se formam rampas (R). Estas,
um dos princípios considerados foi a relação entre a        diferentemente do grupo PSR, apresentam vertentes
expansão urbana e as áreas de proteção ambiental, já        ora côncavo-convexas, ora retilíneas e ainda, em
que ele possui parte de suas terras consideradas como       determinados compartimentos, côncavas.
áreas de proteção ambiental (APA), o que demanda                 O grupo de compartimentos PCR apresentou a
cuidados no que se refere à ocupação urbana. A APA,         mesma textura de materiais e as mesmas profundidade
segundo a Lei 6902 de abril de 1981, é um tipo de           dos solos e alterabilidade do grupo PSR, e tem uma
Unidade de Conservação onde a propriedade das               permeabilidade média, o que indica uma certa concor-
terras pode pertencer tanto ao poder público quanto         dância entre os materiais coluvionares, independente
ao poder privado, tendo como uma de suas diretrizes,        da matriz litológica.
manter o caráter rural da região, evitar o avanço da             De acordo com Maretti (1989), os materiais
ocupação urbana dentro de seus limites e proteger os        coluvionares encontram-se em constante movimento
remanescentes da Mata Atlântica.                            encosta abaixo, o que faz parte da própria evolução
     As potencialidades e limitações quanto à expansão      destes. Assim, estas áreas são consideradas como
urbana do Município de Cananéia foram inferidas             impróprias ao uso, podendo ser liberadas para uma
tomando como base as áreas localizadas fora dos             ocupação de baixa densidade, mediante estudos
limites da APA, segundo o decreto 90.347 de 1984. O         detalhados.
critério utilizado, determinante para a exclusão das             O grupo de compartimentos PFA está relacionado
áreas inseridas na APA, foi a própria natureza dessa,       a depósitos fluviais (F), com feições aluvionares (A).
que inviabilizaria, em parte, a expansão urbana. Para       Estes grupos distribuem-se por toda a área.
melhor exemplificar tomou-se como base alguns grupos             O grupo PFA apresentou permeabilidade média,
de compartimentos e as suas respectivas limitações e/       solos pouco rasos, com textura argilo-siltosa e baixa
ou potencialidades.                                         alterabilidade, e declividade média. Estas áreas apre-
                                                            sentam materiais depositados pela drenagem e se
GRUPOS DE UNIDADES BÁSICAS DE COMPARTIMENTAÇÃO              encontram geralmente nos fundos de vales. No caso de
PSL E PSE                                                   ocupação destas áreas, deve-se atentar para o fato de
     Estes grupos ocorrem no planalto (P) sobre litotipos   que o saneamento se dá pela destinação dos efluentes
graníticos da Fácies Cantareira (S), e caracterizam         ao rio, o que vai depender da relação entre a qualidade
morros alongados com topos convexos (L) no caso de          do efluente e a capacidade do rio em depurá-lo.
PSL, ou escarpas retilíneas (E) no caso de PSE.
     No caso do grupo de compartimentos PSL, pode-          GRUPOS DE COMPARTIMENTOS LDT, LFL E LSI
se observar que são terrenos com permeabilidade                  Estes compartimentos, situados no domínio
oscilando entre alta e média associada à densidade de       geomorfológico de planície (L), representam as áreas
fraturamento, com solos aparentemente rasos a médios,       com maior potencialidade para receber atividades
com matriz argilosa e argilo-siltosa, e alterabilidade      voltadas à ocupação urbana.
média. Apresentam altas declividades, onde                       O grupo de compartimentos LDT representa
predominam vertentes côncavas/convexas. Estas               áreas assentadas sobre depósitos marinhos (D), onde
características, somadas à aparente instabilidade das       aparecem feições morfológicas de terraços (T). Este
encostas podem ser vistas como um fator desfavorável        grupo apresenta alta permeabilidade, solos pouco rasos
aos processos de ocupação, pois não apresentam boas         e arenosos.
condições para cortes e escavações.                              As áreas de terraços marinhos têm material de
     No caso do grupo de compartimentos PSE, o              fácil erosão, mas, por outro lado, não há energia
relevo escarpado impediria uma ocupação intensiva.          suficiente para movimentá-los, devido à baixa
                                                            declividade, sendo estes terrenos quase planos. A alta
GRUPOS DE COMPARTIMENTOS PSR, PCR, PFA                      permeabilidade minimiza a ocorrência de inundações,
    O grupo de compartimentos PSR também ocorre             porém, as conseqüências da abertura de arruamentos e
no Planalto (P), encontra-se assentado sobre granitos       impermeabilização dos solos devem ser estudadas. No
da Fácies Cantareira (S) e representa rampas de             caso da impermeabilização, deve-se dar importância à
colúvio/tálus (R). Já o grupo PCR, por se tratar de         instalação de uma rede de escoamento pluvial, que
depósitos de colúvio/tálus (C), caracteriza a presença      impeça o acúmulo de água nas partes mais baixas.
62                                                               São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007
O grupo de compartimentos LFL caracteriza áreas         captação de água de boa qualidade nos aluviões
de depósitos fluviais (F) onde se desenvolvem extensas       geralmente é possível. O saneamento, tanto dessas
planícies (L). Apresenta solos pouco rasos, com              áreas, quanto daquelas referentes aos terraços
materiais argilosos e arenosos e permeabilidade              marinhos, encontra-se condicionado aos rios e à sua
variando de alta a baixa, fato que é justificado pela        capacidade de suporte.
heterogeneidade dos materiais a eles associados.                  O grupo de unidades LSI constitui-se de morros
Inseridos nestas áreas, encontra-se uma diversidade          isolados (I), que se distribuem de forma paralela às
de terrenos, de composição variada.                          serranias, estando associados às rochas daquele
     No caso das áreas de brejo, diques marginais e          domínio, no caso, granitos da Fácies Cantareira (S).
meandros abandonados, deve-se evitar a ocupação. A           Encontra-se uma certa variedade de condições geo-
capacidade de suporte pode ser boa, dependendo do            técnicas, onde a permeabilidade varia entre muito baixa
material. Por estarem localizadas próximas a áreas           e média e os solos apresentam profundidades médias
com forte energia, estas unidades estão                      a pouco rasos. A textura do material varia de argilosa
constantemente recebendo materiais e, nas épocas             a argilo-siltosa, com alterabilidade muito alta a baixa.
de maiores intensidades pluviométricas podem ocorrer         Geralmente, essas áreas encontram-se ocupadas por
inundações, a depender da permeabilidade. A                  pequenos sítios ou chácaras.




                                              CONSIDERAÇÕES FINAIS

      As inferências geotécnicas sobre os terrenos do        Básicas de Compartimentação, em escala 1:50.000, que
Município de Cananéia foram efetuadas a partir de            só foi possível, graças ao trabalho de campo realizado.
informações adquiridas pela análise de imagens de            As dificuldades levantadas determinaram uma análise
satélite, subsidiadas por levantamentos de campo.            mais abrangente do meio físico estudado.
      O método escolhido teve como base a análise dos             O Município de Cananéia, diante do que foi
elementos texturais de drenagem e relevo vistos na           exposto, tem como área de expansão potencial alguns
imagem de satélite LANDSAT 7 em escala 1:50.000 e            compartimentos da zona morfológica do Planalto, e as
mostrou-se bastante favorável à delimitação de               planícies e terraços marinhos, fluviais e flúvio-marinhos,
Unidades Básicas de Compartimentação (UBCs). Tal             localizados na zona morfológica da Planície. Alguns
método foi eficaz quando, em campo, fizeram-se os            grupos de compartimentos situados nas áreas de
trabalhos de checagem dos compartimentos, onde               planalto, apesar de estarem localizados fora da área
foram verificadas tanto a homogeneidade dentro das           da APA de Cananéia, não apresentaram condições
zonas, quanto a correspondência entre elas.                  físicas para suportarem uma expansão urbana. Outros
      As inferências geotécnicas efetuadas mostraram-        integram áreas de preservação com remanescentes
se, na maior parte da área de estudo, coerentes em           de Mata Atlântica, integrados a parques ecológicos.
relação aos dados coletados em campo. Alguns dados           As áreas situadas na porção sudeste do município e
levantados em gabinete, através da interpretação da          dominadas pelos grupos de compartimentos PSL, PSM,
imagem de satélite, não apresentaram correspondência         PSR, PSC, PCR, PFA, PMC, bem como os grupos de
em campo, como no caso da espessura do material de           compartimentos LDT, LFL, LSI, LMI e LPI situados
alteração de alguns compartimentos. Deve-se ressaltar        na planície, representariam áreas de possível avanço
a dificuldade enfrentada no processo de levantamento         urbano, conforme ilustra a Figura 3.
dos dados, que se deve, principalmente, ao tamanho                O mapeamento aqui elaborado auxilia estudos
da área de estudo e aos acessos.                             sobre o meio físico, subsidiando projetos orientados à
      Outro fator de suma importância para a aplicação       ocupação e expansão urbana. Deve-se destacar ainda
e conseqüente sucesso da metodologia é a utilização          o caráter de multiplicidade da metodologia adotada em
de bases cartográficas e mapas temáticos com escalas         relação ao seu emprego em outros estudos relacio-
semelhantes, o que não aconteceu durante o                   nados ao meio físico. Sendo assim, mapeamentos de
desenvolvimento do trabalho. O mapeamento geológico          áreas de risco à erosão, desmoronamentos, ocupação
consultado, bem como o geomorfológico, para as áreas         de encostas e outros podem ser elaborados com a
de planalto, estão em escala 1:500.000, dificultando         metodologia empregada, sendo necessário apenas, a
assim, a integração dos dados no mapa de Unidades            adequação dos dados a serem trabalhados.


São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007                                                           63
FIGURA 3. Regiões fora da APA adequadas à ocupação no Município de Cananéia.



                                                 AGRADECIMENTOS
     Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (FAPESP) pelo auxílio concedido, à Darlene de
Cássia Armbrust, pelo acabamento do texto, e a Antônio Cesário Porta Júnior, pela editoração de figuras.



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    Engenharia/Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado            Pesquisas Espaciais, 1982.
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9. SANT’ANNA NETO, J.L. As chuvas no estado de São Paulo:
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12. SUGUIO, K. & MARTIN, L. Mecanismos de gênese das
    planícies sedimentares quaternárias do litoral do estado de
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    GEOLOGIA, 29, 1976, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto:                                     Manuscrito Recebido em: 28 de junho de 2006
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Compartimentação fisiográfica apoia planejamento de Cananéia

  • 1. UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE FOTOINTERPRETAÇÃO NA COMPARTIMENTAÇÃO FISIOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE CANANÉIA, SP – APOIO AO PLANEJAMENTO TERRITORIAL E URBANO Thomaz Alvisi de OLIVEIRA 1, Paulina Setti RIEDEL 2, Ricardo VEDOVELLO 3, Célia Regina de Gouveia SOUZA 3, Maria José BROLLO 3 (1) Laboratório de Geografia e Estudos Geo-Ambientais (LEGA), Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Centro Universitário de Itajubá – UNIVERSITAS. Avenida Dr. Antônio Braga Filho, 687 – Bairro da Varginha. CEP 37.501-002. Itajubá, MG. Endereços eletrônicos: geografia@fepi.br; taogeo@gmail.com. (2) Departamento de Geologia Aplicada, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro. Avenida 24-A, 1515 – Bela Vista. CEP 13506-900. Rio Claro/SP. Endereço eletrônico: psriedel@rc.unesp.br. (3) Instituto Geológico, Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Avenida Miguel Stéfano, 3900 – Água Funda. CEP 04301-903. São Paulo, SP. Endereços eletrônicos: vedovello@igeologico.sp.gov.br; celia@igeologico.sp.gov.br; mjbrollo@igeologico.sp.gov.br. Introdução Área de Estudo Materiais e Métodos Materiais Métodos Compartimentação Fisiográfica Inferências das Propriedades Geotécnicas Permeabilidade Profundidade dos Solos Textura do Material Inconsolidado Alterabilidade Declividade Definições das Potencialidades e Limitações dos Terrenos Presentes em Cananéia Grupos de Unidades Básicas de Compartimentação PSL e PSE Grupos de Compartimentos PSR, PCR, PFA Grupos de Compartimentos LDT, LFL e LSI Considerações Finais Agradecimentos Referências Bibliográficas RESUMO – Este artigo apresenta informações sobre o meio físico obtidas por meio da compartimentação fisiográfica em uma imagem Landsat 7 ETM+, visando o planejamento territorial do Município de Cananéia, no litoral sul do estado de São Paulo. Os compartimentos fisiográficos foram identificados a partir de diferentes níveis hierárquicos de classificação por meio da análise dos elementos texturais de relevo e drenagem, posteriormente associados às informações referentes aos mapeamentos geológicos e geomorfológicos já existentes, aliados a trabalho de campo. O produto final, um mapa de Unidades Básicas de Compartimentação (UBCs), serviu para nortear considerações referentes aos processo de expansão urbana municipal. A metodologia utilizada mostrou-se com potencial de aplicação em outros estudos relacionados ao meio físico, sendo necessária apenas a adequação dos dados a serem trabalhados. Palavras-chave: Compartimentação fisiográfica, planejamento territorial, sensoriamento remoto. ABSTRACT – T.A. de Oliveira, P.S Riedel, R. Vedovello, C.R. de G. Souza, M.J. Brollo – Physiographic compartimentation of the Cananéia Municipality area using photo-interpretation techniques – support to the urban and territorial planning. This paper presents information about the environment obtained by means of the physiographic compartimentation on a Landsat 7 ETM+ image, to contribute for the territorial planning of the city of Cananéia, in the southern coast of the São Paulo State. The physiographic compartments were identified from different hierarchic classification levels using the analysis of relief and drainage textural elements on the image; the data were associated to the pre-existent geologic and geomorphologic information, and with field checking. The final product, the map of Basic Units of Compartimentation (BUCs) may be used to guide the process of urban expansion. This methodology revealed potentiality for other applications in environmental studies, with the adequate selection of criteria for each case. Keywords: Physiographic compartimentation, territorial planning, remote sensing. INTRODUÇÃO Uma das formas de se estudar o meio físico é base em determinados critérios. A partir desta compartimentá-lo, separando-o em áreas homólogas com compartimentação, podem ser efetuadas inferências São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007 55
  • 2. sobre as propriedades do meio e estabelecidas as suas tamentos semelhantes frente às diversas solicitações decorrentes potencialidades e limitações, orientando a de uso. As informações geotécnicas, mesmo expeditas, implantação de atividades antrópicas e auxiliando em obtidas dentro das áreas consideradas homogêneas, estudos que visam ao planejamento territorial e o proces- favorecem a análise de seu comportamento. so de tomada de decisão pelos órgãos governamentais. No presente trabalho este princípio foi utilizado Os produtos de sensoriamento remoto possuem para o município de Cananéia (SP), onde as infor- grande potencial de utilização na compartimentação mações do terreno foram obtidas pela compar- fisiográfica. Através do reconhecimento das feições timentação fisiográfica efetuada em imagem de satélite de relevo e drenagem e da análise de seu arranjo do Landsat7 ETM+. Posteriormente, a descrição e espacial pode-se, com maior facilidade, separar áreas classificação das propriedades destes compartimentos homólogas da paisagem e analisar as similaridades a partir da imagem de satélite e de levantamentos de entre elas. Estas áreas consideradas similares devem campo, permitiram realizar inferências sobre algumas receber a mesma denominação e possuir compor- propriedades geotécnicas do terreno. ÁREA DE ESTUDO O município de Cananéia situa-se na porção sul município, em sua área de 1.241, 94 km2, tem uma do litoral do Estado de São Paulo (Figura 1). população de 12.998 habitantes (IBGE, 2000). Com cerca de 1.000 km2, o município se divide O município é parte integrante da Região em uma porção continental e outra insular, esta última Administrativa de Registro (IBGE, 2000), a qual pode representada pelas ilhas de Cananéia (onde se encontra ser considerada como a região menos desenvolvida do a sede municipal), a do Cardoso e a do Bom Abrigo. estado, apresentando índices de desenvolvimento Também fazem parte do município outras ilhas de similares ao do Nordeste brasileiro (Braga, 1999). Esta menor extensão. Até 1992, uma porção da Ilha região apresenta problemas de ordens socioeconômicas Comprida era parte do Município de Cananéia. O e ambientais e um quadro de degradação ambiental FIGURA 1. Localização do município de Cananéia no contexto do Estado de São Paulo. 56 São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007
  • 3. bem avançado, como já identificado pela Secretaria Costeira e nas Baixadas Litorâneas e ainda há uma do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SÃO parte pertencente à subzona denominada Serrania do PAULO, 1994). Ribeira, integrante da zona denominada Serrania Integra também o município de Cananéia o Parque Costeira (IPT, 1981a). Estadual da Ilha do Cardoso, o qual foi reconhecido Geologicamente, o IPT (1981b) descreve a pre- pela UNESCO, em 1992, como zona-núcleo da sença de suítes graníticas sintectônicas (fácies Reserva da Biosfera, abrigando espécies remanes- Cantareira) e pós-tectônicas (fácies Graciosa), sendo centes de Mata Atlântica. Além disso, faz parte da o litotipo mais comum o granito-gnáissico com uma Área de Proteção Ambiental (APA), que cobre também foliação concordante ao trend regional, e com granu- os municípios de Iguape e Peruíbe; esta APA foi lação variando de fina a média. Também são implantada em 23 de outubro de 1984 pelo Decreto característicos sedimentos continentais indiferenciados 90.347 (IBAMA, 2005). de natureza areno-argilosa, sedimentos marinhos e Suguio & Martin (1976) descreveram a Planície mistos, atuais e subatuais, localmente retrabalhados por de Cananéia e Iguape como delimitada a sudoeste e ação fluvial e/ou eólica. Relacionam-se ainda sedi- nordeste por “pontões” do embasamento cristalino que mentos pertencentes às formações Pariquera-Açú e alcançam o oceano, sendo drenada pelo Rio Ribeira Cananéia, integrantes do Grupo Mar Pequeno; a de Iguape, o qual drena também áreas do cristalino, primeira constitui-se predominantemente da alternância bem como por outros cursos de água condicionados à de siltitos argilosos e areias arcoseanas, associados a planície sedimentar. Externamente, a planície é drenada camadas de cascalho, enquanto que na segunda por lagunas e rios condicionados às marés que separam ocorrem areias marinhas, sedimentos areno-argilosos, quatro grandes ilhas: do Cardoso, Comprida, de flúvio-lagunares e depósitos de mangues atuais. Cananéia e de Iguape, esta última, de origem antrópica. Esses materiais são trabalhados sob índices Em termos geomorfológicos, grande parte das tropicais de pluviosidade, que variam de 1.800 a 2.000 terras do Município de Cananéia está situada na mm/ano na região litorânea compreendida entre Província Costeira, que se caracteriza por apresentar Ubatuba e Cananéia, fato decorrente da influência planícies aluviais e costeiras, terraços marinhos e marítima na região (Sant’Anna Neto, 2000). As áreas faixas localizadas de mangue. Uma porção da área serranas mais elevadas podem apresentar índices encontra-se também na zona denominada Morraria pluviométricos superiores a 2.400 mm/ano. MATERIAIS E MÉTODOS MATERIAIS adaptada por Veneziani & Anjos (1982) para imagens orbitais. Esta metodologia, que utiliza a análise Para a elaboração do presente trabalho foi utili- sistemática dos elementos texturais de relevo e zado os seguintes materiais: cartas topográficas em drenagem, foi empregada por Vedovello (1993; 2000), escala 1:50.000 editadas pelo IBGE entre 1972 e 1974, Theodorovicz et al. (1994), Oliveira et al. (1995), entre referentes ao Município de Cananéia; mapas geológicos outros, para a extração e posterior análise de elementos e geomorfológicos confeccionados pelo IPT (1981a, b), da imagem visando estabelecer uma relação do em escala 1:500.000 e por Chiodi et al. (1982), em significado da imagem do objeto com o objeto real. escala 1:50.000; imagem de satélite TM-Landsat 7 Vedovello (1993, 2000) utilizou esta metodologia ETM+, 220/077 de 21/04/2000, em papel, com fusão na elaboração de zoneamentos geotécnicos voltados à das bandas 4, 5, 2 e Pan, em escala 1:50.000. gestão ambiental a partir de unidades básicas de MÉTODOS compartimentação, vinculando seus estudos à inter- pretação visual de imagens de satélite. Compartimentação Fisiográfica Os elementos de fotoanálise utilizados para A interpretação visual das imagens de satélite e caracterizar uma unidade ou compartimento foram o conseqüente compartimentação foi realizada a partir relevo e a drenagem, e as propriedades consideradas da imagem LANDSAT em papel. são descritas a seguir. A identificação dos compartimentos fisiográficos O primeiro critério a ser considerado na análise foi feita parcialmente com base na análise de elementos das unidades foi a densidade de drenagem, qualificada texturais de relevo e drenagem, no tocante à sua através da relação entre o número de canais pela área densidade, orientação (tropia), forma das encostas, do compartimento. As classes adotadas para assimetria, conforme metodologia descrita por Soares caracterizá-la foram: muito alta (MA); alta (A); & Fiori (1976) para fotos aéreas e posteriormente média (M); baixa (B); muito baixa (MB). São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007 57
  • 4. O segundo critério considerado na análise foi a A amplitude relativa foi também considerada e orientação (tropia) dos elementos de textura de relevo analisada na imagem a partir do tamanho das sombras, e de drenagem. Segundo a metodologia de Soares & complementada pela informação do mapa topográfico. Fiori (1976), a orientação dos elementos de textura foi As classes de amplitude relativa foram pequena, média dividida em quatro classes de análise: muito orientada e grande. (MO), em que a orientação é muito clara e muito A declividade foi o único critério que não se baseou persistente; orientada (O), quando a orientação é clara na análise da imagem, uma vez que sua obtenção foi e persistente; pouco orientada (PO), se a orientação é baseada na proximidade das curvas observada no mapa difusa e pouco persistente; não orientada (NO), em topográfico do Município de Cananéia. Foram conside- que a orientação é inexistente. radas três classes: Alta (A); Média (M); Baixa (B). O terceiro critério de análise considerado foi a Foi necessário adotar o elemento tonalidade para forma da encosta, resultado da ação dos processos de diferenciar algumas Unidades Básicas de Compar- erosão e remoção de material. Seus padrões classifi- timentação (UBCs), que serão apresentadas a seguir. catórios foram: convexa (X); côncava (V); côncava/ Assim, por exemplo, nas UBCs LFL1, LFL2 e LFL3, convexa (VX); retilínea (R). que correspondem aos depósitos fluviais onde aparecem A análise do relevo foi complementada por parte extensas planícies com orientações semelhantes dos dos critérios adotados pelo IPT (1981a) na confecção elementos de textura e declividades, a tonalidade do mapa geomorfológico do Estado de São Paulo, contribuiu no processo de análise, sendo os tons mais conforme segue. escuros relacionados aos terrenos mais úmidos e O quarto critério de análise considerado foi o tipo portanto menos permeáveis. de topo, para o qual foram adotadas as seguintes O Quadro 1 apresenta os critérios que foram classificações: amplo ou restrito, quanto à extensão (A utilizados, bem como a classificação adotada para os ou R); agudo ou convexo, quanto à forma (A ou X). elementos de relevo e drenagem considerados na Ao considerar o tipo de topo, deve-se ressaltar que interpretação e análise da imagem de satélite. No este pode ser amplo e convexo ou restrito e convexo, Quadro 2 estão descritos os critérios selecionados, ou ainda, restrito e agudo, não sendo possível a variação que também serviram de base para a interpretação amplo e agudo. das imagens. QUADRO 1. Critérios utilizados e classes adotadas para a interpretação dos elementos de relevo e drenagem. Adaptado de IPT (1981a). QUADRO 2. Critérios geomorfológicos adotados na interpretação da imagem de satélite. Adaptado de IPT (1981a, p. 16). 58 São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007
  • 5. De acordo com a metodologia empregada, os rísticas texturais do compartimento, observadas na vários compartimentos delimitados na imagem devem imagem de satélite, mostram-se semelhantes. ser analisados para se avaliar a homogeneidade interna A elaboração de uma legenda para cada compar- dos elementos texturais que os constituem. Constatadas timento foi construída, adotando-se uma simbologia heterogeneidades internas, procede-se a uma subdi- hierárquica representada por letras maiúsculas que visão. Esse processo é completo com a caracterização denotam as Zonas Morfológicas, os Domínios dos compartimentos em relação à hierarquia adotada Geológicos e as Subzonas Morfológicas. As Unidades para a classificação dos mesmos. Os compartimentos são representadas por números e apresentam caracte- foram classificados, em ordem decrescente de gran- rísticas texturais constantes para cada compartimento. deza: inicialmente foram analisadas as Zonas Em outros termos, pode-se dizer que as unidades são Morfológicas, que são equivalentes às áreas de planalto os elementos diferenciadores entre os compartimentos, e planície; seguidas pelos Domínios Geológicos, aqui denominados de unidades básicas de compar- correspondentes às rochas dominantes; pelas Subzonas timentação (UBCs). Morfológicas, relacionadas às feições características O Quadro 3 apresenta a relação entre as Zonas de cada compartimento; por último, as Unidades, que Morfológicas, os Domínios Geológicos e as Subzonas representam a menor área do terreno onde as caracte- Morfológicas, bem como, a simbologia utilizada. QUADRO 3. Elementos característicos dos compartimentos e sua simbologia. A Figura 2 apresenta uma porção da área de Permeabilidade estudo com suas respectivas divisões, relacionadas à A permeabilidade está relacionada com a maior Zona Morfológica, domínio litológico e subzona ou menor facilidade de percolação de um fluído através morfológica dos compartimentos, bem como as de um meio poroso. unidades específicas de cada um. Para as UBCs de origem detrítica ou sedimentar e que representam algum tipo de depósito, a Inferências das Propriedades Geotécnicas permeabilidade foi classificada como inversamente Esta etapa de trabalho desenvolve-se tendo como proporcional à densidade de drenagem, devido aos fatos base as informações obtidas da imagem, que podem da água nessas regiões tenderem a percolar por entre ser correlacionadas às propriedades geotécnicas das os espaços existentes entre as partículas de areia, silte UBCs. Deve-se ressaltar a importância, das atividades ou argila e de que quanto maior a porosidade, maior a de campo nessa fase do trabalho, que contribuem para facilidade de percolação da água. Para as áreas crista- a descrição dos perfis de alteração, para a caracte- linas inseridas no planalto e para os morros isolados da rização dos materiais e para embasar as inferências planície costeira, a permeabilidade foi classificada como efetuadas. diretamente proporcional à densidade de fraturas, pois As propriedades de interesse geotécnico, inferidas em meios rochosos a água tende a percolar pelas por meio dos critérios fotointerpretativos e respaldadas fraturas; quanto maior o número de fraturas, maior por trabalhos de campo, são descritas a seguir. a densidade de drenagem e maior a permeabilidade. São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007 59
  • 6. FIGURA. 2. Unidades Básicas de Compartimentação presentes no Município de Cananéia. O Quadro 4 sintetiza as relações entre permeabilidade e tipos de terreno aos quais se relaciona. QUADRO 4. Relação entre a densidade de drenagem e permeabilidade em áreas de Planície, Planalto e morros isolados da Planície no Município de Cananéia. 60 São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007
  • 7. Profundidade dos Solos que não possuem classificação para forma de vertentes A profundidade dos solos foi inferida com base foram classificadas de acordo com a origem dos na forma e extensão dos topos e na declividade. Além depósitos. Assim, nos depósitos marinhos encontram- disso, as informações foram comparadas com a se solos rasos e arenosos; nos depósitos flúvio/ descrição de perfis de alteração amostrados. marinhos, aluviões e depressões de planície, solos rasos Nas áreas de Planície encontram-se UBCs sem e argilo-siltosos. Os depósitos fluviais e as rampas de classificação para topos, relacionadas a depósitos colúvio apresentam solos pouco rasos e argilosos. O marinhos, fluviais e flúvio-marinhos e que foram Quadro 5 relaciona as classes de textura estabelecidas consideradas como possuidoras de solos rasos. É o com a forma das encostas e tipos de depósitos. que descreve Maretti (1989) em relação aos baixos Alterabilidade terraços marinhos ou planícies costeiras, que apre- A alterabilidade do material está relacionada à sentam solos pouco desenvolvidos. capacidade dos materiais sofrerem intemperismo As UBCs relacionadas aos depósitos de colúvio/ químico. Esta inferência dá-se através das formas das talus ou às rampas de colúvio, que não apresentam encostas, segundo metodologia de Soares & Fiori classificação para topos, foram consideradas como (1976). São as seguintes as classes: alterabilidade muito possuidoras de solos rasos a pouco rasos. A análise alta (perfil convexo), alterabilidade alta (perfil côncavo- conjunta da forma e extensão dos topos e declividade convexo), alterabilidade média (perfil côncavo) e resultou na classificação de quatro profundidades alterabilidade baixa (perfil retilíneo). diferentes: Raso (< 0,20 m); Pouco raso ( 0,20 a 1,0 m); Médio (1,0 a 2,0 m); Profundo (> 2,0 m). A Tabela 1 Declividade sintetiza os elementos considerados para a definição A declividade foi analisada a partir da distância das classes de profundidade. entre curvas de nível das cartas topográficas e observações efetuadas em campo. As classes adotadas Textura do Material Inconsolidado foram alta, média, baixa e muito baixa. A classe alta A textura do material inconsolidado foi inferida representa áreas onde as curvas de nível encontram- pelo exame das formas de encosta, comparada às se mais próximas umas das outras e a classe mais baixa observações de campo e está relacionada à compo- áreas onde as curvas de nível encontram-se mais sição físico-química do manto de alteração. As UBCs distantes umas das outras. TABELA 1. Características dos elementos de topo e declividade e sua relação com a espessura dos solos. QUADRO 5. Classes de textura do material inconsolidado e sua relação com a forma da encosta ou tipo de depósito. São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007 61
  • 8. DEFINIÇÕES DAS POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES DOS TERRENOS PRESENTES EM CANANÉIA Para o estabelecimento das potencialidades e de materiais de origem diversa assentados sobre limitações ao uso urbano no Município de Cananéia, rochas diversas, onde se formam rampas (R). Estas, um dos princípios considerados foi a relação entre a diferentemente do grupo PSR, apresentam vertentes expansão urbana e as áreas de proteção ambiental, já ora côncavo-convexas, ora retilíneas e ainda, em que ele possui parte de suas terras consideradas como determinados compartimentos, côncavas. áreas de proteção ambiental (APA), o que demanda O grupo de compartimentos PCR apresentou a cuidados no que se refere à ocupação urbana. A APA, mesma textura de materiais e as mesmas profundidade segundo a Lei 6902 de abril de 1981, é um tipo de dos solos e alterabilidade do grupo PSR, e tem uma Unidade de Conservação onde a propriedade das permeabilidade média, o que indica uma certa concor- terras pode pertencer tanto ao poder público quanto dância entre os materiais coluvionares, independente ao poder privado, tendo como uma de suas diretrizes, da matriz litológica. manter o caráter rural da região, evitar o avanço da De acordo com Maretti (1989), os materiais ocupação urbana dentro de seus limites e proteger os coluvionares encontram-se em constante movimento remanescentes da Mata Atlântica. encosta abaixo, o que faz parte da própria evolução As potencialidades e limitações quanto à expansão destes. Assim, estas áreas são consideradas como urbana do Município de Cananéia foram inferidas impróprias ao uso, podendo ser liberadas para uma tomando como base as áreas localizadas fora dos ocupação de baixa densidade, mediante estudos limites da APA, segundo o decreto 90.347 de 1984. O detalhados. critério utilizado, determinante para a exclusão das O grupo de compartimentos PFA está relacionado áreas inseridas na APA, foi a própria natureza dessa, a depósitos fluviais (F), com feições aluvionares (A). que inviabilizaria, em parte, a expansão urbana. Para Estes grupos distribuem-se por toda a área. melhor exemplificar tomou-se como base alguns grupos O grupo PFA apresentou permeabilidade média, de compartimentos e as suas respectivas limitações e/ solos pouco rasos, com textura argilo-siltosa e baixa ou potencialidades. alterabilidade, e declividade média. Estas áreas apre- sentam materiais depositados pela drenagem e se GRUPOS DE UNIDADES BÁSICAS DE COMPARTIMENTAÇÃO encontram geralmente nos fundos de vales. No caso de PSL E PSE ocupação destas áreas, deve-se atentar para o fato de Estes grupos ocorrem no planalto (P) sobre litotipos que o saneamento se dá pela destinação dos efluentes graníticos da Fácies Cantareira (S), e caracterizam ao rio, o que vai depender da relação entre a qualidade morros alongados com topos convexos (L) no caso de do efluente e a capacidade do rio em depurá-lo. PSL, ou escarpas retilíneas (E) no caso de PSE. No caso do grupo de compartimentos PSL, pode- GRUPOS DE COMPARTIMENTOS LDT, LFL E LSI se observar que são terrenos com permeabilidade Estes compartimentos, situados no domínio oscilando entre alta e média associada à densidade de geomorfológico de planície (L), representam as áreas fraturamento, com solos aparentemente rasos a médios, com maior potencialidade para receber atividades com matriz argilosa e argilo-siltosa, e alterabilidade voltadas à ocupação urbana. média. Apresentam altas declividades, onde O grupo de compartimentos LDT representa predominam vertentes côncavas/convexas. Estas áreas assentadas sobre depósitos marinhos (D), onde características, somadas à aparente instabilidade das aparecem feições morfológicas de terraços (T). Este encostas podem ser vistas como um fator desfavorável grupo apresenta alta permeabilidade, solos pouco rasos aos processos de ocupação, pois não apresentam boas e arenosos. condições para cortes e escavações. As áreas de terraços marinhos têm material de No caso do grupo de compartimentos PSE, o fácil erosão, mas, por outro lado, não há energia relevo escarpado impediria uma ocupação intensiva. suficiente para movimentá-los, devido à baixa declividade, sendo estes terrenos quase planos. A alta GRUPOS DE COMPARTIMENTOS PSR, PCR, PFA permeabilidade minimiza a ocorrência de inundações, O grupo de compartimentos PSR também ocorre porém, as conseqüências da abertura de arruamentos e no Planalto (P), encontra-se assentado sobre granitos impermeabilização dos solos devem ser estudadas. No da Fácies Cantareira (S) e representa rampas de caso da impermeabilização, deve-se dar importância à colúvio/tálus (R). Já o grupo PCR, por se tratar de instalação de uma rede de escoamento pluvial, que depósitos de colúvio/tálus (C), caracteriza a presença impeça o acúmulo de água nas partes mais baixas. 62 São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007
  • 9. O grupo de compartimentos LFL caracteriza áreas captação de água de boa qualidade nos aluviões de depósitos fluviais (F) onde se desenvolvem extensas geralmente é possível. O saneamento, tanto dessas planícies (L). Apresenta solos pouco rasos, com áreas, quanto daquelas referentes aos terraços materiais argilosos e arenosos e permeabilidade marinhos, encontra-se condicionado aos rios e à sua variando de alta a baixa, fato que é justificado pela capacidade de suporte. heterogeneidade dos materiais a eles associados. O grupo de unidades LSI constitui-se de morros Inseridos nestas áreas, encontra-se uma diversidade isolados (I), que se distribuem de forma paralela às de terrenos, de composição variada. serranias, estando associados às rochas daquele No caso das áreas de brejo, diques marginais e domínio, no caso, granitos da Fácies Cantareira (S). meandros abandonados, deve-se evitar a ocupação. A Encontra-se uma certa variedade de condições geo- capacidade de suporte pode ser boa, dependendo do técnicas, onde a permeabilidade varia entre muito baixa material. Por estarem localizadas próximas a áreas e média e os solos apresentam profundidades médias com forte energia, estas unidades estão a pouco rasos. A textura do material varia de argilosa constantemente recebendo materiais e, nas épocas a argilo-siltosa, com alterabilidade muito alta a baixa. de maiores intensidades pluviométricas podem ocorrer Geralmente, essas áreas encontram-se ocupadas por inundações, a depender da permeabilidade. A pequenos sítios ou chácaras. CONSIDERAÇÕES FINAIS As inferências geotécnicas sobre os terrenos do Básicas de Compartimentação, em escala 1:50.000, que Município de Cananéia foram efetuadas a partir de só foi possível, graças ao trabalho de campo realizado. informações adquiridas pela análise de imagens de As dificuldades levantadas determinaram uma análise satélite, subsidiadas por levantamentos de campo. mais abrangente do meio físico estudado. O método escolhido teve como base a análise dos O Município de Cananéia, diante do que foi elementos texturais de drenagem e relevo vistos na exposto, tem como área de expansão potencial alguns imagem de satélite LANDSAT 7 em escala 1:50.000 e compartimentos da zona morfológica do Planalto, e as mostrou-se bastante favorável à delimitação de planícies e terraços marinhos, fluviais e flúvio-marinhos, Unidades Básicas de Compartimentação (UBCs). Tal localizados na zona morfológica da Planície. Alguns método foi eficaz quando, em campo, fizeram-se os grupos de compartimentos situados nas áreas de trabalhos de checagem dos compartimentos, onde planalto, apesar de estarem localizados fora da área foram verificadas tanto a homogeneidade dentro das da APA de Cananéia, não apresentaram condições zonas, quanto a correspondência entre elas. físicas para suportarem uma expansão urbana. Outros As inferências geotécnicas efetuadas mostraram- integram áreas de preservação com remanescentes se, na maior parte da área de estudo, coerentes em de Mata Atlântica, integrados a parques ecológicos. relação aos dados coletados em campo. Alguns dados As áreas situadas na porção sudeste do município e levantados em gabinete, através da interpretação da dominadas pelos grupos de compartimentos PSL, PSM, imagem de satélite, não apresentaram correspondência PSR, PSC, PCR, PFA, PMC, bem como os grupos de em campo, como no caso da espessura do material de compartimentos LDT, LFL, LSI, LMI e LPI situados alteração de alguns compartimentos. Deve-se ressaltar na planície, representariam áreas de possível avanço a dificuldade enfrentada no processo de levantamento urbano, conforme ilustra a Figura 3. dos dados, que se deve, principalmente, ao tamanho O mapeamento aqui elaborado auxilia estudos da área de estudo e aos acessos. sobre o meio físico, subsidiando projetos orientados à Outro fator de suma importância para a aplicação ocupação e expansão urbana. Deve-se destacar ainda e conseqüente sucesso da metodologia é a utilização o caráter de multiplicidade da metodologia adotada em de bases cartográficas e mapas temáticos com escalas relação ao seu emprego em outros estudos relacio- semelhantes, o que não aconteceu durante o nados ao meio físico. Sendo assim, mapeamentos de desenvolvimento do trabalho. O mapeamento geológico áreas de risco à erosão, desmoronamentos, ocupação consultado, bem como o geomorfológico, para as áreas de encostas e outros podem ser elaborados com a de planalto, estão em escala 1:500.000, dificultando metodologia empregada, sendo necessário apenas, a assim, a integração dos dados no mapa de Unidades adequação dos dados a serem trabalhados. São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007 63
  • 10. FIGURA 3. Regiões fora da APA adequadas à ocupação no Município de Cananéia. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de São Paulo (FAPESP) pelo auxílio concedido, à Darlene de Cássia Armbrust, pelo acabamento do texto, e a Antônio Cesário Porta Júnior, pela editoração de figuras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BRAGA, R. Raízes da questão regional no Estado de São Minerais/Superintendência do Desenvolvimento do Litoral Paulo: considerações sobre o vale do Ribeira. Geografia, Paulista (SUDELPA), Relatório Final, v. 2, 1982. v. 24, n. 3, p. 43-68, 1999. 3. IBAMA – INSTITUTO BRASILEIRO DE MEIO 2. CHIODI, D.K.; THEODOROVICZ, A.M.G.; AMBIENTE. Decreto n. 90.347, de 23 de outubro de 1984. THEODOROVICZ, A.; SILVA, L.M. Planejamento Disponível em: http://www2.ibama.gov.br/unidades/apas/ minerário na ocupação do solo em área de atuação da docleg/5007/dec90347.htm. Acesso em: 22jun2005. SUDELPA. São Paulo: Companhia de Pesquisa de Recursos 4. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E 64 São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007
  • 11. ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2000 – Malha 13. THEODOROVICZ, A.; THEODOROVICZ, A.M.G.; Municipal Digital do Brasil, 1997. Disponível em: http:// CANTARINO, S.C. Projeto Curitiba – Informações Bási- www.ibge.gov.br. Acesso em: 22abril2005. cas sobre o meio físico: subsídios para o planejamento 5. IPT – INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO territorial – Folha Curitiba 1: 100.000. São Paulo: ESTADO DE SÃO PAULO. Mapa Geomorfológico do Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, Relatório, Estado de São Paulo. Escala 1:500.000. São Paulo: p. 109, 1994. IPT, v. 1, 1981. (a). 14. VEDOVELLO, R. Zoneamento geotécnico, por 6. IPT – INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO sensoriamento remoto, para estudos de planejamento do ESTADO DE SÃO PAULO. Mapa Geológico do Estado de meio físico – aplicação em expansão urbana. São José dos São Paulo. Escala 1:500.000. São Paulo: IPT, v. 1, 1981. (b). Campos, 1993. 90 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto 7. MARETTI, C.C. Exemplos de geologia aplicada a um Nacional de Pesquisas Espaciais. processo de planejamento costeiro: cartas geológico- 15. VEDOVELLO, R. Zoneamentos geotécnicos aplicados à geotécnicas da região estuarino-lagunar de Iguape e gestão ambiental, a partir de unidades básicas de Cananéia e da Ilha Comprida. São Carlos, 1989. Dissertação compartimentação – UBCs. Rio Claro, 2000. 154 f. Tese (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, USP. (Doutorado) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, 8. OLIVEIRA, A.M. DOS S.; BITAR, O.Y; FORNASARI UNESP/Campus de Rio Claro. FILHO, N. Geologia de Engenharia e Meio Ambiente. In: 16. VENEZIANI, P. & ANJOS, C.E. Metodologia de inter- BITAR, O.Y. (Coord.), Curso de Geologia aplicada ao meio pretação de dados de sensoriamento remoto e aplicações ambiente. Associação Brasileira de Geologia de em geologia. São José dos Campos: Instituto Nacional de Engenharia/Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado Pesquisas Espaciais, 1982. de São Paulo, 248 p., 1995. 9. SANT’ANNA NETO, J.L. As chuvas no estado de São Paulo: a variabilidade pluvial nos últimos 100 anos. In: SANT’ANNA NETO, J.L. & ZAVATINI, J.A. (Orgs.). Variabilidade e mudanças climáticas: implicações ambientais e socioeconômicas. Maringá: Editora Maringá, Universidade Estadual de Maringá, p. 95-119, 2000. 10. SÃO PAULO (Estado) – SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE – COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Ambiente e Educação. São Paulo: SMA, 1994. 11. SOARES, P.C & FIORI, A.P. Lógica e sistemática na análise e interpretação de fotografias aéreas em Geologia. Campinas: Notícia Geomorfológica, v. 16, n. 32, p. 71-104, 1976. 12. SUGUIO, K. & MARTIN, L. Mecanismos de gênese das planícies sedimentares quaternárias do litoral do estado de São Paulo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 29, 1976, Ouro Preto. Anais... Ouro Preto: Manuscrito Recebido em: 28 de junho de 2006 Sociedade Brasileira de Geologia, 1976, p. 217-236. Revisado e Aceito em: 9 de junho de 2007 São Paulo, UNESP, Geociências, v. 26, n. 1, p. 55-65, 2007 65