1. Controle de Poluentes Atmosféricos
Fontes de poluição atmosférica
A atmosfera é uma massa de gases onde permanenetemente ocorrem reações químicas.
Ela absorve uma variedade de sólidos, gases e líquidos provenientes de fontes naturais e
industriais, que podem se dispersar, reagir entre si ou com outras substâncias jápresentes
na atmosfera.
As fontes de emissão de poluentes podem ser as mais variadas possíveis. Pode-se
considerar dois tipos básicos de fontes poluição: ESPEC Í FICAS eMÚLTIPLAS.
As fontes ESPEC Í FICAS são FIXAS em determinado território, ocupam na comunidade
área relativamente limitada e permitem uma avaliação individual. As indústrias são exemplos
de fontes específicas de poluição.
As fontes MÚLTIPLAS podem ser FIXAS ou MÓVEIS, geralmente se dispersam pela
comunidade, oferecendo grande dificuldade de serem avaliadas uma a uma. Um exemplo
de fonte múltipla são os veículos automotores.
Neste módulo trataremos sobre as FONTES INDUSTRIAIS de poluição atmosférica.
A quantidade e qualidade dos poluentes emitidos por este tipo de fonte dependem de
vários fatores relacionados à fabricação. As matérias-primas e combustíveis envolvidos no
processo, a eficiência do processo, o produto fabricado e o grau de medidas de controle de
emissões influem diretamente no tipo e concentração do poluente expelido.
A tabela abaixo lista alguns dos principais poluentes atmoféricos provenientes de fontes
industriais:
2. Padrões de qualidade do arO padrão de qualidade do ar define legalmente as concentrações máximas de um
componente gasoso presente na atmosfera de modo a garantir a proteção da saúde e do
bem estar das pessoas. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos
científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são estabelecidos em níveis
que possam propiciar uma margem de segurança adequada.
Através da Portaria Normativa nº 348 de 14/03/90 e da Resolução CONAMA nº
003 de 28/06/90 o IBAMA estabelece os padrões nacionais de qualidade do ar. No Brasil
são estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários e os secundários.
Os Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes que se
ultrapassadas poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis
máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em meta de
curto e médio prazo.
SãoPadrões Secundários de Qualidade do Ar as concentrações de poluentes
atmosféricos abaixo das quais se prevêo mínimo efeito adverso sobre o bem estar da
população, assim como o mínimo dano à fauna, flora, materiais e ao meio ambiente em
geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes,
constituindo-se em meta de longo prazo.
São poluentes padronizados no Brasil:
• partículas totais em suspensão
• fumaça
• dióxido de enxofre (SO2)
• partículas inaláveis
• monóxido de carbono (CO)
• ozônio (O3)
• dióxido de nitrogênio
A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA/1988 estabelece o direito da população de viver em
um ambiente ecologicamente equilibrado, caracteriza como crime toda ação lesiva ao meio
ambiente, determina a exigência de que todas as unidades da Federação tenham reserva
biológica ou parque nacional e todas as indústrias potencialmente poluidoras apresentem
estudos sobre os danos que podem causar ao meio ambiente. Ainda se faz necessário
eaborar leis que regulamentem os dispositivos constitucionais.
A Resolução CONAMA nº 005/89 institui o PRONAR – Programa Nacional de Controle
da Qualidade do Ar.
A Resolução CONAMA nº 18/86 estabelece o PROCONVE – Programa de Controle do
Ar por Veículos Automotores.
A Resolução CONAMA nº 008/90 estabelece o limite máximo de emissão de poluentes
do ar (padrões de emissão) em fontes fixas de poluição.
Medidas de controle da poluição
atmosférica
Fases do processo de poluição do ar
Fonte das imagens: Digital Vision
Métodos de controle da poluição do ar:
1. MEDIDAS INDIRETAS:
Impedir a geração do poluente:
3. • substituição de matérias-primas e reagentes: eliminação da adição de chumbo
tetraetila na gasolina, uso de resina sintética ao invés de borracha na fabricação de
escovas de pintura, etc.
• mudança de processos ou operação: utilização de operações contínuas
automáticas, uso de sistemas completamente fechados, condensação e reutilização de
vapores (indústria petrolífera), processos úmidos ao invés de secos, etc.
Diminuição da quantidade de poluentes gerados:
• operar com os equipamentos dentro da capacidade nominal
• boa operação e manutenção de equipamentos produtivos
• adequado armazenamento de materiais pulverulentos
• mudança de processos, equipamentos e operações
• mudança de combustíveis
Diluição através de chaminés elevadas : os fatores a serem considerados neste
caso são relacionados com o processo, a fonte geradora de poluentes e às condições
meteorológicas.
Adequada construção (layout) e manutenção dos edifícios industriais:
• armazenamento de produtos
• adequada disposição de resíduos sólidos e líquidos
Planejamento territorial: localização seletiva fonte/receptor.
2. MEDIDAS DIRETAS:
• Concentração dos poluentes na fonte para tratamento efetivo antes do lançamento
na atmosfera
• Retenção do poluente após geração através de equipamentos de controle de
poluição do ar (ECP)
3. EQUIPAMENTOS DE CONTROLE DE POLUIÇÃO DO AR (ECP)
Classificação
Os equipamentos de controle sãoclassificados primeramente em função do estado físico
do poluente a ser considerado. Em seguida a classificação envolve diversos parâmetros
como mecanismo de controle, uso ou não de água ou outro líquido, etc.
Equipamentos de controle de material particulado:
• Coletores secos
• Coletores mecânicos inerciais e gravitacionais
• Coletores mecânicos centrífugos (ciclones)
• Precipitadores dinâmicos secos
• Filtro de tecido (filtro-manga), precipitador eletrostático seco
Coletores úmidos:
• torre de spray (pulverizadores)
• lavador ciclônico
• lavador venturi
• lavadores de leito móvel
Equipamentos de controle para gases e vapores:
• adsorventes
• absorventes
• incineração de gáscom chama direta
• incineradores de gáscatalíticos
• tratamento biológico
Ventilação industrialVentilação pode ser definida como a movimentação intencional de ar de forma planejada a
fim de atingir um determinado objetivo. Essa movimentação pode ser feita por meios
naturais ou mecânicos.
O ar sempre se movimenta da zona de maior pressão para a zona de menor pressão,
portanto um projeto correto de diferenciais de pressão no sistema é de fundamental
importância para o seu funcionamento. Projetar um sistema de ventilação industrial consiste
basicamente em trêsproblemas:
4. 1. Determinação da vazão de ar necessária e o esquema da distribuição
do ar no recinto a ser ventilado.
2. Projeto e cálculo das redes e dutos
3. Seleção de ventiladores ou de qualquer outro sistema de
movimentação de ar (convecção natural)
Os sistemas de ventilação se classificam como: ventilação geral (natural ou mecânica), que
é aquela que ventila o ambiente como um todo, chamada Ventilação Geral Diluidora (VGD)
e Ventilação Local Exaustora (VLE) que retira as substâncias emitidas diretamente do local
de geração, conduzindo-os para a atmosfera externa.
Ventilação Geral Diluidora:
Este método de ventilação consiste simplesmente em passar uma corrente de ar externo
nãocontaminado através do recinto a ser purificado, eliminando (reduzindo a
concentração) de substâncias indesejáveis. O uso de ventilação geral diluidora é sempre
mais econômico no caso de várias fontes contaminantes em baixas concentraçõe. No caso
de ser produzido no ambiente um contaminante indesejável, mesmo a concentrações
mínimas, o fator econômico deixa de ser o mais importante.
A ventilação geral diluidora pode ser usada tanto para ambientes normais como para
ambientes industriais. No caso de ambientes industriais é usada para remover
contaminantes, calor ou ambos.
A simples renovação de ar no ambiente nãosignifica que este se tornarásalubre, sendo
necessário que o ar seja distribuído de forma que a taxa de contaminante seja a mesma em
todos os pontos.
A ventilação geral diluidora nãoé recomendada para substâncias altamente tóxicas (TLV ≤
100 ppm).
Limites de tolerância (TLV – Threshold Limit Value):
O TLV refere-se às condições limites de qualidade do ar em ambientes de trabalho e
representa os valores sobre os quais acredita-se que a quase totalidade dos trabalhadores
possa ser repetidamente exposta sem efeito adverso à saúde. Por causa da grande
variação de suscetibilidade individual, uma pequena porcentagem destes trabalhadores
pode experimentar descomforto com algumas substâncias em concentrações iguais ou
abaixo do valor limite. O TLV refere-se à concentração média, em tempo, para um dia
normal de trabalho (8 horas) ou uma semana (40 horas).
Os TLVs sãodefinidos anualmente pela ACGIH (American Conference of Governamental
Industrial Hygienists) através de experiências. Estes valores devem ser utilizados apenas
como referência.
Ventilação Local Exaustora:
A ventilação local exaustora capta os poluentes diretamente na fonte evitando a dispersão
dos mesmos no ambiente de trabalho. Este tipo de ventilação é mais adequado à proteção
da saúde do trabalhador.
Um sistema de ventilação local exaustora é composto de:
• Captores: pontos de entrada dos poluentes mais gáscarreador (em geral o ar) no
sistema.
• Dutos: têma função de transportar os poluentes. Podem ser divididos em tramos,
duto principal e chaminé.
• Filtro: equipamento destinado à limpeza do ar exaurido antes de seu lançamento
na atmosfera. Inclui tudo que é necessário para o seu funcionamento, como por
exemplo, trocadores de calor e pré-filtragem (pré-coletor). A presença do filtro no
sistema dependerádas normas locais de controle de poluição.
• Conjunto ventilador-motor: fornece a energia necessária para movimentar o
fluido e vencer todas as perdas de carga do sistema.
5. • Chaminé : é a parte final do sistema cuja finalidade é o lançamento do gás
transportador mais a emissão residual na atmosfera.
6. • Chaminé : é a parte final do sistema cuja finalidade é o lançamento do gás
transportador mais a emissão residual na atmosfera.