William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
25 de abril
1. EDITORIAL
A importância do 25 de Abril de 1974
Em Portugal, todos falam muito do 25 de Abril, uns a favor,
outros contra, muitos apenas quando lhes interessa.
Ao passar o seu 32º aniversário resolvemos relembrar o seu ver-
dadeiro significado e importância.
Foi um grupo de militares, os jovens capitães, a tomar a corajosa
iniciativa de acabar, em Abril de 1974, com o “estado das coisas”
do auto-intitulado Estado Novo, iniciado em 1933, sob a direcção
de Salazar, e depois de 1968, dirigido por Marcello Caetano.
Já imaginaste
... que havia escolas para rapazes e raparigas desde a primei-
ra classe até à universidade? Ou seja, que na tua escola ou
na tua sala de aula estariam apenas rapazes, se fosses
rapaz, ou apenas raparigas, se fosses menina?
... que como aluno duma escola oficial tinhas de pertencer à
Mocidade Portuguesa?
... que, sendo rapaz, tinhas de vir para a escola fardado, de
calções castanhos e camisa verde, com um distintivo ao peito
semelhante às quinas da bandeira nacional e com um cinto
de cabedal com a letra S (de Salazar) na fivela? (Assim ves-
tiam os elementos da Mocidade Portuguesa).
.... que, sendo menina, tinhas de vir para a escola de saia cas-
tanha e blusa verde semelhante à dos rapazes?
... que tinhas de vir todos os dias para a escola assim fardado,
com uma farda igual à de todos os teus colegas, sem poderes
usar o teu boné de marca e as roupas que mais se adaptam
às tuas ideias e feitio?
... que, assim fardado, tinhas de marchar dentro da escola
como os soldados na parada militar?
... que tinhas de saudar os teus chefes com o braço levanta-
do, como os partidários de Hitler?
Imagina também
.. que estavas com quatro ou cinco amigos teus, na rua a
conversar ou a cantar, e aparecia a polícia que te dizia “circu-
lem, circulem”, “são proibidos ajuntamentos de mais de duas
pessoas”;
... ou que estavas a conversar com os teus amigos no jardim ou à
mesa do café e perto se sentava alguém, de gabardina e óculos
escuros, que propositadamente ouvia a conversa. Imagina que
da audição dessa conversa resultava a prisão de um desses
amigos. (O homem da gabardina era um PIDE ou um informador
da mesma, a que vulgarmentese chamava “bufo”);
... que o teu amigo preso era submetido a tortura para denun-
ciar as actividades políticas dos seus companheiros ou mes-
mo o que eles apenas pensavam;
... que as pessoas não podiam sequer pensar livremente;
... que os jornais, a rádio ou a televisão não podiam transmitir
notícias do que estava mal no país e no mundo. Há pouco
tempo todos ficamos a saber que foram presos alguns polí-
cias que se dedicavam à venda ilegal de armamento. Este
tipo de notícias nunca poderia sair nos jornais. Existia a cen-
sura prévia, isto é, as notícias tinham que ser vistas, todos os
dias, antes de saírem, por alguém mandado pelo governo, o
que impedia que as pessoas tomassem conhecimento do que
acontecia;
... que se publicasses um livro com algumas ideias com que o
governo não concordasse, mesmo um romance, a PIDE e a
censura o apreendiam e proibiam de circular e o seu autor era
multado e perseguido como inimigo do governo e da pátria;
... que até cenas ousadas dos filmes eram cortadas antes de
serem exibidos nos cinemas;
... que viverias num país com apenas dois canais de televisão:
um que transmitia do meio-dia à meia-noite e outro das vinte
às vinte e três horas e meia?
Imagina ainda
... que quando os trabalhadores duma fábrica ou empresa esta-
vam descontentes não podiam fazer greve porque era proibido;
... que se apesar disso se manifestassem, podiam ser massa-
crados pela polícia ou presos;
... que os estudantes descontentes com o ensino não podiam
manifestar-se, discutir, apresentar propostas, nem tão pouco
convocar semanas ou dias de luta sem se arriscarem a que a
polícia invadisse a sua escola e os “metesse a todos na
ordem”, espancando, prendendo ou mesmo matando alguns;
... que sempre que se via um grupo de jovens a correr nas
ruas de Lisboa, se esperava que logo atrás viesse a polícia;
... que quando chegasses aos dezoito anos tu e os teus pais e
irmãos se começavam a preocupar com a ida para a tropa e
para a guerra colonial, serviço que duraria cerca de 36 meses
e do qual nunca se podia ter a certeza de voltar vivo ou mes-
mo morto.
Imagina finalmente
... que estava escrito nos manuais da escola primária que o
lugar da mulher era em casa a cuidar dos filhos e a esperar
que o marido viesse do trabalho;
... que quando a mulher casada queria tirar um passaporte
para sair do país tinha que ter autorização do marido;
... que só podiam votar as mulheres que fossem chefes de
família ou tivessem cursos médios e superiores; ou seja, uma
minoria, pois a maior parte era analfabeta ou só estudara até
à quarta classe;
... que uma mulher não podia montar um negócio ou mesmo
abrir uma conta bancária sem autorização do marido.
(...).
Foi para acabar com muitas destas “coisas” que se fez o 25 de
Abril. Beneficiamos, hoje, tão naturalmente dos seus resultados,
como do ar que respiramos. De todas as coisas boas que o 25 de
Abril nos trouxe a que assume maior importância é a liberdade.
Vamos aos factos e demos a palavra aos que neles participaram.
Texto de Diamantino Q. Rodrigues
Escola Secundária Dr. António Carvalho de Figueiredo número 7 Abril.2006
Boletim Informativo BE/CRE
2. O 25 de Abril de 1974: Cronologia duma jornada gloriosa
24 de Abril de 1974
22:00 Está reunido, no Regimento de Engenharia n.º 1, na Pontinha – Lisboa, o Posto de Comando do Movimento das Forças
Armadas (MFA), com a presença do major Otelo Saraiva de Carvalho, do comandante Vítor 5Crespo, e dos majores Sanches
Osório, Garcia dos Santos e Hugo dos Santos.
22:55 É transmitido, pelos Emissores Associados de Lisboa, o primeiro sinal combinado para desencadear a acção. O locutor anun-
cia “Faltam cinco minutos para as onze horas” e ouve-se a canção "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho.
E depois do Adeus é o título da canção que ganhara o festival da canção da RTP, grande concurso nacional a que concor-
riam grandes poetas e compositores. Muitos faziam-no por motivos políticos, pois era uma óptima oportunidade para aparecer
e transmitir uma mensagem.
23:00 Começam os preparativos em várias unidades, que passam a ser comandadas por elementos do MFA.
25 de Abril de 1974
00:20 É lido aos microfones da Rádio Renascença a primeira quadra do poema "Grândola Vila Morena" de José (Zeca) Afonso, passando
a seguir a canção.
Grândola, vila morena / Terra da fraternidade / O povo é quem mais ordena / Dentro de ti, ó cidade.
Dentro de ti, ó cidade / O povo é quem mais ordena / Terra da fraternidade / Grândola, vila morena.
Era a confirmação do início das operações.
00:30 Aceleram-se os preparativos nas unidades militares sob o controlo do MFA.
03:00 Hora H do Plano de Operações. Senha "Coragem", contra-senha "Pela Vitória".
São consideradas "Forças Inimigas": Guarda Nacional Republicana (GNR), Polícia de Segurança Pública (PSP), Direcção Geral
de Segurança (PIDE/DGS), Legião Portuguesa (LP), Regimento de Cavalaria n.º 7 (RC 7) e Regimento de Lanceiros n.º 2 (RL 2).
São forças do MFA em2 Lisboa: a Escola Prática de Administração Militar (EPAM), o Batalhão de Caçadores n.º 5 (BC5), o
Regimento de Artilharia Ligeira n.º 1 (RAL 1), o Regimento de Engenharia n.º 1 (RE 1), a Carreira de Tiro da Serra da Carre-
gueira (CTSC), o Regimento de Infantaria n.º 1 (RI 1), o Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea e de Costa (CIAAC), o
Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa (RAAF), o 10º Grupo de Comandos; fora de Lisboa a Escola Prática de Infantaria
(EPI), a Escola Prática de Cavalaria (EPC), a Escola Prática de Artilharia (EPA), o Regimento de Cavalaria n.º 3 (RC 3), o
Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE) e o Agrupamento Norte, além de outras unidades.
03:00
até
às
04:00
Realizam-se vários movimentos de tropas que colocam em poder do MFA a Emissora Nacional (CTSC), o Rádio Clube Por-
tuguês (BC 5), a Radiotelevisão Portuguesa (EPAM) e os QG das Regiões Militares de Lisboa (BC 5) e do Porto. A EPA, de
Vendas Novas, envia uma Bateria de Artilharia para Almada. A EPC, de Santarém, faz sair uma força com destino ao Terreiro
do Paço. A EPI, de Mafra, envia uma força para o Aeroporto de Lisboa. As Companhias de Caçadores 4271 e 4246 (prontas
para embarcar para África) saem do Campo de Santa Margarida para ocupar as antenas do RCP em Porto Alto. De Tomar
sai o 5º Grupo de Comandos para neutralizar o 2º Comandante do RC 7. Do RI 14, de Viseu, sai uma força que se junta às
da Figueira da Foz. Da EPE, Tancos, sai uma força com munições. O CIOE, de Lamego, envia uma companhia para ocupar a
sede da PIDE/DGS no Porto.
04:00 O BC 5 destaca um pelotão para garantir a segurança da residência do General Spínola.
04:20 A EPI ocupa o Aeroporto de Lisboa. Pela voz de Joaquim Furtado é transmitido, pelo RCP, o primeiro
comunicado do MFA: «Aqui Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas Portuguesas
apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a sua casas nas quais se devem conservar
com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por
qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom-senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de
serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a
sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não
obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o
espírito cívico e profissional da classe médica esperando a sua acorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual
colaboração que se deseja, sinceramente, desnecessário».
04:45 É transmitido o segundo comunicado do MFA, apelando à adesão ao Movimento.
05:15 O CIAAC ocupa o aeródromo de Tires. É transmitido o terceiro comunicado do MFA.
1974
22.Fev
Publicação do livro Portugal e o Futuro do General António de Spínola, em que este
defende que a solução para a guerra colonial deverá ser política e não militar. «Eu a comandar um
esquadrão de carros de
combate pela Avenida
da Liberdade abaixo...
havia de ser bonito».
Salgueiro Maia para Baptista da Silva,
ambos oficiais da 9.ª companhia de
comandos «Os Fantasmas», estacio-
nada em Montepuez, Norte de
Moçambique, 1968.
1974
5. Mar
Mais uma reunião da Comissão Coordenadora do MFA. É lido e decidido pôr a circular no
seio do Movimento dos Capitães o primeiro documento do Movimento contra o regime e
a Guerra Colonial: intitulava-se "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação" e foi elabo-
rado por Melo Antunes
1974
14.Mar
O Governo demite os Generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Chefe e Vice-
Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, alegando falta de comparência na
cerimónia de solidariedade com o regime, levada a cabo pelos três ramos das Forças Ar-
madas. Essa cerimónia de solidariedade será ironicamente baptizada nos meios ligados
à oposição ao regime como "Brigada do Reumático", nome pelo qual ainda hoje é muitas
vezes referenciada. A demissão dos dois generais virá a ser determinante na aceleração
das operações militares contra o regime.
1974
16.Mar
Tentativa de golpe militar contra o regime. Só o Regimento de Infantaria 5 das Caldas da
Rainha marcha sobre Lisboa. O golpe falhou. São presos 200 militares.
1974
23.Abr
Otelo Saraiva de Carvalho entrega, a capitães mensageiros, sobrescritos fechados con-
tendo as instruções para as acções a desencadear na noite de 24 para 25 e um exemplar
do jornal a Época, como identificação, destinada às unidades participantes.
3. Terreiro do Paço (Praça do Comércio) – das 5.30 às 11.00
05:30 A força da EPC ocupa o
Terreiro do Paço e contro-
la o Banco de Portugal e a
Rádio Marconi.
A palavra dos participantes
«Com o despertar da manhã, são centenas as pessoas que observam boquiabertas o
desfile da coluna em direcção ao Terreiro do Paço. Também os agentes da autoridade
que estão de serviço na via pública hesitam entre facilitar a passagem da coluna ou inter-
ceptá-la a ordens do comando. O mesmo comando que ignorara, às três da madrugada,
um alerta da polícia de Santarém, informando que saíra da Escola Prática um significativo
contingente militar. A resposta de Lisboa é tranquilizadora: «Não se preocupem com isso.
São manobras, não é nada connosco».
António de Sousa Duarte, «Salgueiro Maia - Um Homem da Liberdade», Edições ASA
«Pouco depois de ocupar posições na zona, apresentou-se-me às ordens o comandante da
1.ª divisão da PSP, capitão Maltez Soares, a quem ordenei que o pessoal da referida corpora-
ção não se devia manifestar mas sim contribuir para descongestionar o trânsito na zona».
Capitão Salgueiro Maia, Relatório da Operação «Fim de Regime»
O grupo (de oficiais, alguns dos quais vestidos à civil, saídos da Pontinha com a missão
de prender os ministros que se encontram no Terreiro do Paço) vai à porta do Ministério
(do Exército) e não tem qualquer dificuldade em lá entrar. E o próprio pessoal da PM
quem lhes facilita, de dentro, o acesso. Sobem ao gabinete do ministro e dão voz de pri-
são a Fontoura e ao chefe de gabinete de Viana de Lemos. O ministro e o subsecretário
já ali não se encontram. O buraco (numa parede que dá para o Ministério da Marinha) é
descoberto.
O telefone retine no PC. É (o capitão de engenharia) Macedo quem me chama.
- Alô TIGRE? Daqui DRAGÃO. Ouve lá, tu imaginas donde te estou a falar?
- Não faço ideia. Conta lá.
- Eh! pá, é do gabinete do ministro do Exército.
Otelo Saraiva de Carvalho, Alvorada em Abril». Livraria Berrrand. 1977
«Nervoso, liguei o rádio e ouvi a voz, creio que do Joaquim Furtado, entrecortada por mar-
chas militares.
Hesitei (...) sobre a natureza do que se estava a passar. Ao fim de dois ou três comuni-
cados percebi que não era a extrema-direita a querer conquistar o poder e que «aquilo»
nada tinha a ver com o Kaúlza de Arriaga. Chegara, finalmente, o dia tão paciente, e às
vezes angustiadamente, aguardado.
Como poderia eu ficar em casa, eu que sonhara exactamente o que estava a acontecer,
apesar dos pedidos do Movimento para que os portugueses aguardassem em suas casas
o desenrolar dos acontecimentos?»
César Oliveira, «Portugal 1962-1985, um testemunho», Editorial Presença, 1993.
- Quem está a comandar isto?
- O nosso capitão Salgueiro Maia, da EPC. ,
- Isto tem alguma coisa a ver com os comunistas?
- Não.
- Então, Cavalaria não ataca Cavalaria!
Versões (quase coincidentes) do tenente Assunção e do alferes miliciano David e Silva sobre o diálogo que prece-
deu a rendição do 2.º comandante do RC- 7, tenente-coronel Ferrand de Almeida, recolhidas pelo autor.
«A conversa eternizava-se. Pedi a pistola a Salgueiro Maia e dirigi-me a Pato Anselmo:
«Deste lado estão o povo português, o nosso general Spínola e as forças da EPC. Agora
decide – ou passas para este lado e aderes, ou rendes-te, ou dou-te um tiro».
Brito e Cunha, ex-alferes miliciano, hoje director numa empresa multinacional, ao autor.
«É a altura de me interrogar sobre qual a minha atitude. Tenho poder de fogo para arra-
sar o Terreiro do Paço. O Marquês de Pombal nunca mais me perdoaria. Entro para den-
tro do carro. Ouço a voz do brigadeiro (Junqueira dos Reis): 'Faça fogo. Arrase o Terreiro
do Paço. ‘ Entre carros de combate, quem fizer fogo primeiro ganha. Olho pelos apare-
lhos ópticos. Vejo os edifícios e para aí duas mil pessoas junto dos cacilheiros, no Cais
das Colunas. Mais os militares do lado de lá que eu sempre conheci e me habituei a ver
como amigos. 'Mato esta gente, se faço fogo'. O brigadeiro insiste. Desvio a peça para o
lado do rio, procurando um alvo, sem conseguir, um alvo sem importância. Vejo um petro-
leiro. 'Não é para o rio. É em frente', repreende-me o brigadeiro. Decididamente, não pos-
so fazer fogo. O brigadeiro dá-me ordem de prisão. 'Saia já do carro'. Tentará depois que
o meu apontador cumpra as ordens, mas ele responde: 'Sem o nosso alferes a gente não
faz nada'. O brigadeiro ainda deu ordens ao outro carro, mas esse não tinha percutor».
Ex-alferes miliciano Fernando Sottomayor, em declarações ao «Público», 25.4.1994.
3
05:45 É transmitido o quarto
comunicado do MFA.
07:00 O Agrupamento Norte, con-
centrado na Figueira da Foz
e constituído por forças doa
RAP 3 (F. Foz), do RI 10
(Aveiro) do RI 14 (Viseu)
prepara-se para alcançar o
Forte de Peniche, prisão
política sob controlo da
PIDE/DGS. Uma força do
RAP 2, de Gaia, toma posi-
ção junto à ponte da Arrábi-
da. A força da EPA toma
posição junto ao Cristo Rei,
em Almada.
07:30 Novo comunicado do MFA
sobre as intenções do
Movimento.
08:00 Uma força do RL 2, contrá-
ria ao MFA, toma posições
na Ribeira das Naus.
Depois de algumas hesita-
ções e recusas junta-se às
forças de Salgueiro Maia.
08:30 É lido, pela primeira vez na
Emissora Nacional, um
comunicado do MFA.
11:00 Uma coluna militar sai do
Terreiro do Paço para o
Comando Geral da Legião
Portuguesa, na Penha de
França. Salgueiro Maia, que
comanda as forças da EPC,
sai do Terreiro do Paço em
direcção ao Largo do Car-
mo, sede do Comando
Geral da GNR; é acompa-
nhado por uma enorme mul-
tidão que grita "Vitória, Vitó-
ria".
11:45 O MFA, através do RCP,
anuncia que domina a
situação do País de Norte
a Sul.
4. 25 de Abril de 1974: “O minuto em que o regime caiu”
Seriam umas 10h30 da manhã daquela quinta-feira de céu
pouco nublado quando os soldados saltaram para os camiões da
Escola Prática de Cavalaria (EPC), desfazendo o cordão que
impedia as pessoas de se aproximarem do centro da Praça do
Comércio. Jovens em euforia correram em direcção à coluna,
agitando braços com os dedos em sinal de vitória e gritando pri-
meiras palavras de ordem do novo tempo.
Os militares, poucos o saberiam, apenas deixavam um
objectivo e partiam para outros dois - o Quartel Carmo, onde
se presumia estar refugiado o chefe do Governo, Marcelo
Caetano; e a Legião Portuguesa, à Penha de França, pela
qual os revoltosos julgavam ter optado o Presidente da Repú-
blica, Américo Thomaz. Só a primeira suspeita se confirma-
ria. Thomaz ficou, pacatamente, na sua residência no Restelo
até ser conduzido para o exílio, no dia seguinte.
Mas para as centenas de primeiras testemunhas do golpe
de estado - milhares, não tardaria, em toda a baixa lisboeta,
contrariando os pedidos dos comunicados radiofónicos do
Movimento das Forças Armadas -, o destino do regime de
ditadura ficara traçado naquele preciso momento em que,
como nos velhos filmes de cowboys, Salgueiro Maia, o
comandante dos revoltosos, virou as costas, confiante, ao Ter-
reiro do Paço, símbolo maior do poder em Portugal.
Desfeiteado pelos seus homens, o brigadeiro comandante
dos poucos carros de combate que saíram do RC7 para se
oporem à EPC ainda tentou reorganizar forças, Restavam-lhe,
porém, duas viaturas blindadas cuja progressão pela Rua do
Alecrim só estava a ser possível, explicará ele numa conversa
patética, via rádio, porque os populares as julgavam "amigas".
Salgueiro Maia ainda teve que se desenvencilhar de uma
companhia de infantaria mandada de Mafra para lhe atrapa-
lhar a progressão, nos Restauradores. E precisou de várias
horas para vencer a resistência passiva da GNR, que fechou
as portas do seu quartel-general, mandou avançar as unida-
des disponíveis com a intenção de cercar os sitiantes. As
ameaças de um helicanhão e de atiradores da PIDE escondi-
dos em telhados de algum prédio vizinho desafiaram também
o seu sangue frio e emprestaram forte emoção àquelas horas
inesquecíveis (entre o meio-dia e as seis da tarde) em que
uma multidão de lisboetas encheu o Largo do Carmo e as
ruas e becos em volta, ocupou janelas e varandas e se enca-
valitou nos ramos das árvores, incitando os soldados à acção,
apupando a GNR e dando vivas à liberdade.
No íntimo, porém, Maia sabia-se já vencedor. Era capaz,
até, de apontar o minuto exacto em que a sorte das armas se
decidira em seu favor.
Foi a meio da manhã, avançava pela Rua do Arsenal um pelo-
tão de carros de combate M47, mais poderosos do que as suas
apenas parcialmente municiadas autometralhadoras EBR.
O capitão (29 anos, uma comissão em Moçambique, outra
na Guiné) vai até meio caminho, só, braços cruzados. A certa
altura pára. Ouve o brigadeiro dar ordem de fogo. As tripula-
ções não obedecem. O brigadeiro manda prender o coman-
dante do pelotão, alferes miliciano Fernando Sottomayor; e gri-
ta para o cabo apontador: "dispara!". Silêncio. "Dispara! ", insiste
o oficial general. O cabo apontador continua a não disparar.
Salgueiro Maia testemunha então a cena que considera a
mais bela daquele dia 25 de Abril de 1974: o cabo sai da via-
tura e vai juntar-se aos revoltosos. Os atiradores que progre-
diam atrás dos carros do brigadeiro imitam-no. "Se há uma
insubordinação, uma sublevação, essa sublevação e essa
destruição de uma estrutura é o cabo que as faz", considerará
Maia depois. E revela o que ninguém sabia até então: que a
célebre fotografia de Eduardo Gageiro em que ele regressa
para junto dos seus homens que levantam os braços em sinal
de vitória soube captar-lhe não apenas o gesto mas também
a alma: "Venho a morder os lábios porque não tenho dúvidas
de que o 25 de Abril está ganho, é imparável".
Uma semana depois, nas ruas e praças de todas as cida-
des, milhões de portugueses confirmaram a intuição do anó-
nimo cabo apontador que arriscou a liberdade ao recusar
obediência ao brigadeiro: o futuro estava do outro lado da rua,
com o capitão que prenderia Caetano, pondo fim a 48 anos
de ditadura.
Adelino Gomes, "O minuto em que o regime caiu”, em Século
XX, fasc. 24, Ed. Público / El Pais
4
5. Largo do Carmo – das 12.30 às 18.00
12:30 As forças da EPC ( Salgueiro Maia ) cercam
o Comando Geral da GNR, no Carmo. A palavra dos participantes
Tendo-se constatado a fuga dos ministros e a não existência na zona
ocupada de objectivos remuneradores, o coronel Correia de Campos pro-
pôs ao PC a escolha de outros objectivos operacionais, no que foi atendido.
Salgueiro Maia, Relatório da Operação «Fim-Regime».
«A preocupação principal era o facto de a Força Aérea e a Marinha não
estarem do nosso lado. Não estavam contra, mas havia o facto de um heli
estar a sobrevoar a zona, e poder ser um heli-canhão. A não reacção do
Quartel definia a sua pouca vontade de defender o regime. Mas enquanto
este não fosse derrubado formalmente, tudo podia acontecer.
Para os obrigar a renderem-se tínhamos doze granadas explosivas de
auto-metralhadoras EBR, com um raio de morte de cerca de 250 metros,
que rebentavam ao contacto inclusive dos vidros das janelas. Depois, o lar-
go tinha aí uns 70 metros de largura e estava apinhado de gente. Surgia o
problema: disparar para os obrigar a render, mas qualquer disparo faria
umas centenas largas de mortos e feridos, o que seria um mau antecedente
para a Revolução, que se queria limpa».
<Salgueiro Maia, Capitão de Abril, Histórias da Guerra do Ultramar e do 25
de Abril», Editorial Notícias, 1994.
«(...) Alguns minutos depois de termos ouvido as primeiras rajadas
através da rádio, aguardamos ansiosos no PC a chegada da informação
de Salgueiro Maia sobre a rendição de Coelho (Marcelo Caetano). Mas
ela não vem. A situação iria prolongar-se ainda, dramaticamente, duran-
te mais três horas.»
Otelo Saraiva de Carvalho, Alvorada em Abril, Livraria Bertrand. 1977.
«Quando já tinha perdido as esperanças de resolver o problema sem
utilização de armas pesadas, surgiram dois civis com credencial do
general António Spínola que entraram no quartel para dialogarem com o
presidente do Conselho. Demoram cerca de 15 minutos e saíram dizen-
do-me que se tinham de deslocar à residência do referido oficial general.
Em face da situação, ordenei ao ten. Cav. Assunção para se deslocar no
meu jipe e transportar os referidos civis. Entretanto desloquei-me ao
quartel, onde verifiquei que a disposição do pessoal era de se render.
Falei cerca de 15 minutos com o general comandante do QG da GNR e
outros oficiais superiores. Pedi audiência ao prof. Marcelo Caetano, no
que fui atendido. A conversa decorreu a sós e com grande dignidade;
nela o professor Caetano solicitou que um oficial general fosse receber a
transmissão de poderes para que o Governo não caísse na rua.»
Salgueiro Maia, Relatório da Operação «Fim de Regime»,
«O general Spínola chegou com Dias de Lima, não respondeu sequer
ao meu cumprimento militar e assumiu o ar de quem tinha ali sido cha-
mado para resolver uma situação crítica com a qual pouco tinha a ver.
Perguntou como podia garantir a segurança de Marcelo e dos ministros.
Declarei que numa Chaimite. Respondeu que também iria na Chaimite.
Foi falar a sós com Marcelo e veio de lá com ar de dono da guerra!»
<Salgueiro Maia, Capitão de Abril, Histórias da Guerra do Ultramar e do 25 de Abril>"
Editorial Notícias. 1994.
«(O capitão Andrade Moura) consegue finalmente, com muito custo, colocar
a EBR na António Maria Cardoso, junto do Teatro S. Luís, de canhão apon-
tado à sede da DGS.
Milhares de bocas exigem que se ataque o edifício. (...) Do PC não chega a
ordem para o ataque. Negoceia-se a rendição. Andrade Moura vê-se em
dificuldades para explicar à população a posição do MFA no assunto. Acaba
por conseguir. Mas a multidão não abandona o local e pede ao capitão que
«não os deixe fugir».
Estas forças irão manter-se em assédio à DGS até ao meio-dia do dia
seguinte. (...) 0 cenário da Rua António Maria Cardoso fora o único, em toda
a cidade, onde as ambulâncias das corporações de bombeiros e as auto-
macas (...) haviam tido a necessidade de actuar, a fim de transportar qua-
renta e cinco feridos e quatro mortos ao Hospital Militar e ao de S. José».
Otelo Saraiva de Carvalho, Alvorada em Abril, Livraria Bertrand. 1977
12:45 Forças hostis da GNR ocupam posições à
retaguarda do dispositivo de Salgueiro Maia.
13:00 As forças do RC 3 chegam à ponte sobre o
Tejo, e recebem ordem para se juntarem às
forças do Largo do Carmo.
13:15 Centenas de pessoas, cantando o Hino
Nacional, dirigem-se para a sede da
PIDE/DGS, na rua António Maria Cardoso.
13:40 As forças do MFA ocupam o CG da Legião.
14:00 Iniciam-se as conversações entre o General
Spínola e Marcelo Caetano, através de
intermediários.
14:30 Novo comunicado do MFA, anunciando que
tudo se passava como o previsto, estando os
objectivos principais ocupados.
15:00 Ultimatum às forças do interior do CG da
GNR, no Carmo, para se renderem dentro de
15 minutos. Iniciam-se conversações sob
grande tensão.
15:00 Novo aviso das forças sitiantes, dizendo que
"as conversações estão muito demoradas”.
15:10 Disparos de aviso com armas ligeiras, para a
parte superior do edifício. Prepara-se o assal-
to ao quartel do Carmo, interrompido pela
chegada de emissários do General Spínola.
São retomadas as conversações. As forças
da EPA, postadas no Cristo Rei, recebem
ordem para libertar os militares presos no
Forte da Trafaria desde o 16 de Março.
16:30 Contacto telefónico entre Spínola e Marcelo
Caetano. Seguem-se contactos entre o PC
do MFA, Spínola e o Carmo.
17:00 O Posto de Comando do MFA solicita a Spínola
a ida ao Quartel do Carmo para receber a ren-
dição de Marcelo Caetano e de alguns dos
seus ministros.
18:00 Spínola entra no Quartel do Carmo.
18:20 Novo comunicado do MFA.
18:40 Declaração do MFA na Televisão.
19:30 A viatura blindada "Bula" encosta ao portão
do quartel para receber Marcelo Caetano e
alguns dos seus ministros. As forças de Sal-
gueiro Maia levantam o cerco e dirigem-se
para a Pontinha. A Baixa de Lisboa é invadi-
da por grandes multidões que vitoriam as
Forças Armadas e a Liberdade. É lido um
comunicado do MFA sobre a queda do
governo.
20:00 É transmitida, através do RCP, a proclama-
ção do MFA.
21:00 Sede da PIDE-DGS - Elementos da
PIDE/DGS disparam sobre os populares que
cercam o edifício da sede, causando 4 mor-
tos e vários feridos. Forças da Marinha jun-
tam-se ao Movimento, contribuindo decisi-
vamente para a rendição da PIDE/DGS.
22:00 Forças de paraquedistas chegam à prisão de
Caxias, onde a PIDE/DGS continua a resistir.
5
6. 26 de Abril
01:30 A Junta de Salvação Nacional, nomeada pelo MFA, apresenta-se na Televisão. Durante a madrugada, no PC da Ponti-
nha discute-se o conteúdo do programa do MFA, entre a Junta e elementos do Movimento.
07:00 Américo Tomás, Marcelo Caetano e alguns acompanhantes são embarcados num avião militar com destino à Madeira.
07:30 O Major Vítor Alves lê, perante a comunicação social, a versão definitiva do Programa do MFA, com as alterações de
última hora negociadas no PC da Pontinha.
09:30 Rendição da PIDE-DGS.
10:30 Caxias rende-se e os funcionários da PIDE-DGS são presos.
Cronologia baseada na do Centro de Documentação do 25 de Abril, da Universidade de Coimbra -
http://www.uc.pt/cd25a/index.html.
Os textos deste discurso directo foram retirados do livro O Dia 25 de Abril de 1974 – 76 Fotografias
e um Retrato, Contexto Editora, Lisboa, 1999, com fotografias de Alfredo Cunha e textos e legendas
de Adelino Gomes.
Foto de Alfredo Cunha
Claro que os objectivos do 25 de Abril não se alcançaram no dia 26.
O que se seguiu foi um exemplo para a humanidade. Serviu de modelo para a transição de regimes autoritários para
regimes democráticos em vários países, como Espanha, Checoslováquia… Elogiou-se a revolução por ter sido a pri-
meira revolução da história sem derramamento de sangue. De facto, em vez de servirem para disparar tiros, as espin-
gardas serviram de suporte à flor que na época abundava: o cravo. Por isso, ficou conhecida como a revolução dos
cravos.
O mais difícil ainda estava para vir.
Faltava o PREC (Processo Revolucionário em Curso) de 1974 e 1975, faltava o 25 de Novembro de 1974, faltava o 11
de Março de 1975, faltava o “verão quente” de 1975, faltava a Constituição da República Portuguesa de Abril de
1976...
Mas o balanço é muito positivo. Foi o 25 de Abril que trouxe o tal ar da liberdade que hoje se respira.
Antes de 25 de Abril não havia liberdade para discordar e pensar ou ser diferente. Hoje até os inimigos da democracia
podem falar publicamente sem serem perseguidos, presos e muito menos torturados.
Mas, afinal, o que foi o 25 de Abril?
Hoje discute-se se foi ou não uma revolução. Mesmo que cada um possa ter a sua opinião, entrou na linguagem quo-
tidiana a noção de que o 25 de Abril desencadeou uma revolução em Portugal. Sobre o assunto, demos a palavra a
um historiador.
6
d
Miguel, Histórias de Amor in Público de 24.04.1994, simplificado
7. Revolução ou era?...
Eis-me de novo lançado na aventura de escrever sobre
a história de Portugal decorrente do 25 de Abril de 1974.
A primeira vez data de 1979. [...]
Não recuei perante o emprego do termo «revolução»
para caracterizar aquele período, desde que iniciei o tra-
balho em 1979 e até que ele foi publicado em 1983. Já
em 1985 utilizei o conceito de «revolução imperfeita». E
justificava-o da seguinte forma: «Julgo
assim ficar ao abrigo de qualquer
mudança, que se venha a verificar, na
natureza da revolução implicando novas
interpretações. Não será pertinente
recordar que a revolução liberal de 1820
só pode ser bem entendida pelos even-
tos da guerra civil subsequente e pela
vitória de 1834?» O título «uma revolu-
ção imperfeita» destinava-se a cobrir a
falta de perspectiva temporal mas também
indicava um movimento incompleto.
O próprio conceito de revolução em
história tem vindo a perder adeptos na
proporção quase directa do abandono
da história política a favor da história
económica, social e das mentalidades,
onde as estruturas e as tendências
pesadas da economia e da sociedade
raramente se precipitam em rupturas
abruptas ou em movimentos rápidos. As
constantes geográficas, as séries de
preços, as estatísticas da produção eco-
nómica ou a análise quantitativa dos
grandes actos sociais são geralmente
refractárias ao conceito de revolução. De
certa maneira, quando se
opta pela história estrutural opta-se pela observação da con-
tinuidade e abandona-se aquele ritmo de tempo onde as
revoluções são assinaláveis. A própria «revolução indus-
trial», para se revelar, necessitou de muito tempo, entre os
séculos XVIII e XIX.
[...] Hoje, emprega-se o termo «revolução» para desig-
nar outros movimentos noutros campos.
Temos, por exemplo, a
«revolução tecnológica», a
«revolução das telecomunica-
ções» ou a «revolução infor-
mática». Enquanto isto acon-
tece, os historiadores tornam-
se cada vez mais parcimonio-
sos na utilização do conceito,
que, sem saída no seu meio
mais familiar, emigra para
saberes mais sensíveis às
transformações contemporâ-
neas.
O facto de a maior parte da
produção científica sobre a
sociedade portuguesa con-
temporânea ter sido obra de
juristas, sociólogos, econo-
mistas e politólogos ajuda
também, em muitos casos, ao
abandono da perspectiva
revolucionária.
[...]
O conceito de revolução
está assim presente em qua-
se todos os pensadores deste
período, seja para caracteri-
zar um momento, evocar uma
possibilidade, medir a sua
insuficiência, ou para indagar
sobre o passado de Portugal.
Assim, ao voltar agora ao assunto, mantenho a ideia de
se ter operado um movimento brusco na sociedade portu-
guesa, desencadeado pela acção do 25 de Abril de 1974.
E não me refiro apenas à sociedade política, onde foram
manifestas as modificações introduzidas. O 25 de Abril
desencadeou profundas alterações nos valores e na vida
social nacional. Ele marca uma «era», tantas são as oca-
siões em que é tomado por referência: «Antes do 25 de
Abril…», «só com o 25 de Abril», «depois do 25 de Abril»
são expressões coloquiais quotidianas que se impuseram
nos últimos vinte anos.
A data de 25 de Abril de 1974 marca, pois, o século XX
e divide a sociedade em «antes» e «depois». Será isso
uma revolução? É certamente uma era.
José Medeiros Ferreira, «Prefácio», Portugal em Transe (1974-1985),
História de Portugal, vol. VIII, D. Quixote, 1993, pp. 7-11.
Quadro de Vieira da Silva
7
Publicado in Visão, nº 581
8. Para saber mais sobre o 25 de Abril
O 25 de Abril na Internet
http://purl.pt/94/1/ – O 25 de Abril na Biblioteca Nacional, com os seguintes temas: Cronologia, Desmantelamento do Regime,
Movimentos de Intervenção, Autocolantes Comemorativos.
http://www.cd25a.uc.pt/index.php – Centro de Documentação do 25 de Abril, da Universidade de Coimbra, onde se pode
consultar muita informação, de que se destaca o Arquivo Electrónico da Democracia Portuguesa, com fotografias, cartoons,
imagens, documentos originais, como “Os Planos de Operações de Otelo”, manuscritos, sons da época...
http://www.uc.pt/cd25a/media/Exposicoes/m2.pdf – Colectânea de textos sobre o Estado Novo e o 25 de Abril, com o título
25 DE ABRIL. UMA AVENTURA PARA A DEMOCRACIA. TEXTOS CIENTÍFICOS.
http://www.portugal-linha.pt/literatura/25Abril/index.html – A Poesia e o 25 de Abril.
Marius70 – Cantores de intervenção
Alguns materiais existentes na Biblioteca / Centro de Recursos sobre o 25 de Abril
Livros
ANDRADE, John, Dicionário do 25 de Abril: verde fauna, rubra flora,
Nova Arrancada, Lisboa, 2002.
CORBEL, Alain e Outros, 25 de Abril aos quadradinhos, Diário de
Notícias, Lisboa, 1999.
FERREIRA, José Medeiros, Portugal em Transe (1974-1985), Histó-
ria de Portugal, vol. VIII, Lisboa, D. Quixote, 1993
MAGALHAES, Ana Maria e ALÇADA, Isabel, 25 de Abril, Assem-
bleia da República - Divisão de Edições, Lisboa, 2004.
MEDINA, João, dir. de, História de Portugal, Ediclube, Amadora,
1996, (sobretudo os volumes XII e XIII sobre O Estado Novo, e o XIV
sobre Portugal Democrático).
RODRIGUES, Avelino e Outros, Abril nos quartéis de Novembro,
Livraria Bertrand, Lisboa, 1979.
SANTOS, João Ramalho e Outros, A revolução interior: à procura do
25 de Abril, Afrontamento, Porto, 2000.
TORRES, Eduardo Cintra e MARINHO, Luís, O século do povo por-
tuguês, Ediclube, Alfragide, 2002 (sobretudo volume de 1974-2000).
VIEIRA, Joaquim, Portugal século XX: crónica em imagens, Círculo
de Leitores, Lisboa, 1999 da década de 1970-1980).
Cartoon Publicado in Sempre Fixe de 25-05-1974
Filmes
Capitães de Abril (2000), realização de Maria de Medeiros.
CD-Rom
25 de Abril 1974, Roteiro da Revolução, patrocínio da Biblioteca
Museu República e Resistência, 1999.
Prisões e presos políticos portugueses durante o fascismo (1926-
1974) – Algumas Fontes para a sua História, Camara Municipal de
Loures
Música em CDs e na Internet
VÁRIOS, Canções com História, CD duplo, Movieplay/Euroclube –
2001;
AFONSO, José, José Afonso - Best Of, CD duplo, Moviplay, 2001;
…
Cartoon Publicado in A Bola
de 20-06-1974
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