2. APRESENTAÇÕES CLÍNICAS
FORMAS DE ANSIEDADE
LIVRE FLUTUANTE (TÔNICA)
ANSIEDADE GENERALIZADA
SITUACIONAL
ESTÍMULOS EXTERNOS
(FOBIAS)
PAROXÍSTICA (ICTAL)
ESPONTÂNEA
(ATAQUES DE PÂNICO)
ESTÍMULOS INTERNOS
(OBSESSÕES)
3. Ansiedade e Medo
“Talvez o homem seja mau por esperar morrer durante toda a
vida: e assim morre mil vezes na morte dos outros e das
coisas.
Pois todo animal consciente de estar em perigo de morte
torna-se louco. Louco medroso, louco astuto, louco
malvado, louco que foge, louco servil, louco furioso, louco
odiento, louco embrulhão, louco assassino”
(Tony Duvert, Abecedário Malévolo)
5. Transtornos Ansiosos
São definidos como estados emocionais repetitivos ou
persistentes nos quais a ansiedade desempenha papel
fundamental.
Quadros comuns: Transtorno de Ansiedade
Generalizada, Transtorno do Pânico, Transtornos
Fóbicos-Ansiosos, Transtorno Misto Ansioso e
Depressivo e Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
9. TOC – Características
O TOC é um transtorno crônico e heterogêneo
caracterizado por pensamentos, impulsos, idéias ou
imagens intrusivas, em geral desagradáveis ou
ameaçadoras (obsessões), que irrompem
involuntariamente a consciência do indivíduo
causando-lhe sofrimento e ansiedade. Estas
obsessões freqüentemente são acompanhadas por
atos repetitivos e estereotipados realizados no
sentido de aliviá-las (compulsões).
11. TOC
Pode começar em qualquer momento, desde a idade
pré-escolar até a adulta (normalmente por volta dos
40 anos).
De um terço à metade dos adultos com TOC relatam
que o início se deu durante a infância.
Passa despercebido com muita freqüência. As pessoas
com TOC consultam 3 a 4 médicos e passam 9 anos
procurando tratamento, antes de receberem o
diagnóstico correto.
12. Outros dados
A prevalência do TOC ao longo da vida na população
geral varia de 2% a 3% e a prevalência anual é de 1,5%.
Os sintomas têm início na infância ou na adolescência
em um terço a metade dos casos. A distribuição entre
os sexos é semelhante, sendo discretamente maior
entre as mulheres.
13. Co-ocorrência
Com a depressão simultaneamente ao TOC
pode exigir uma distinção entre ruminação
depressiva sobre circunstâncias ou problemas
desagradáveis da vida e as obsessões
verdadeiras.
Ao contrário dos obsessivos-compulsivos
que, invariavelmente, tentam ignorar ou
suprimir as obsessões, os indivíduos
deprimidos não tentam, tipicamente,
suprimir sua ruminação depressiva.(In.:
Barlow, 1999)
14. Transtorno Obsessivo
Compulsivo
Pensamentos Obsessivos
Idéias, imagens ou impulsos que
invadem a consciência de forma
repetida e estereotipada.
Reconhece com próprios mas
involuntários.
Comportamentos Compulsivos
Comportamentos estereotipados,
repetidos, que diminuem a ansiedade
associada à obsessão.
17. Características de
personalidade
Estilo ruminativo de pensamento
Perfeccionismo
Neuroticismo
Uso de familiares
Auto-exigência
Tirania do dever
Comportamentos supersticiosos
Isolamento
24. Temas dos Comportamentos
Compulsivos
Sensação de urgência
Não causa prazer, antes alívio (redução da ansiedade)
Alívio este, temporário apenas
Vivenciados como obrigação, forçado, compelido
Tendem a ficar, pela repetição, cansativos
25. Tipos de Comportamentos
Compulsivos ou Rituais
Limpeza, lavagem, descontaminação
Ordenação e simetria
Verificação ou checagem
Contagem
Colecionismo
Repetição
Mental
26. TOC e Grooming
O grooming é um comportamento característico de
algumas espécies, que consiste, por exemplo, em
lamber e alisar os pelos e lamber o corpo. Suas
finalidades são a limpeza da superfície corporal, a
regulação da temperatura e a interação social, entre
outras. Os rituais de limpeza dos obsessivos
lembram a seqüência ritualizada do grooming, que,
uma vez iniciada, transcorre na mesma ordem até o
final.
27. Modelos Cognitivos
Carr(1974, apud Barlow, 1999) propôs que os
obsessivos-compulsivos têm expectativas de
resultado negativo extraordinariamente altas; eles
superestimam as conseqüências negativas para
uma variedade de ações. Ele notou que o
conteúdo obsessivo inclui, tipicamente, exageros
das preocupações dos indivíduos normais: saúde,
morte, bem-estar dos outros, sexo, religião e
outras mais.
29. Modelos Cognitivos
McFall & Wollershein(1979) sugeriram que o
obsessivos-compulsivos mantêm crenças errôneas, tais
que a pessoa tem que ser completamente competente
em todas os esforços, para valer a pena. Outras idéias
erradas incluem a crença de que o fracasso em viver
de acordo com as idéias perfeccionistas deveria ser
punido e que certos rituais mágicos podem impedir
catástrofes.
30. Modelos Cognitivos
A tendência do obsessivo-compulsivo em desvalorizar
sua capacidade para lidar adequadamente com tais
ameaças exacerba o processo disfuncional.
31. Salkovskis: e o processamento
automático negativo
Um pensamento intrusivo induzirá perturbações do
humor apenas se ele desencadear estes pensamentos
automáticos negativos através da interação entre a
intrusão inaceitável e o sistema de crenças do
indivíduo.(p.ex. somente pessoas más têm
pensamentos sexuais)
32. Salkovskis: e o processamento
automático negativo
Responsabilidade e autocensura são temas centrais no
sistema de crença obsessivo-compulsivo. A
neutralização, na forma de compulsões
comportamentais ou cognitivas, pode ser entendida
como uma tentativa para reduzir este senso de
responsabilidade e evitar a censura.
33. Salkovskis: e o processamento
automático negativo
Além disso, a ocorrência freqüente de pensamentos
relacionados a ações inaceitáveis pode ser percebida,
pelo indivíduo obsessivo-compulsivo, como
representativa das ações em si, assim, p.ex., mesmo se
a pessoa não pecou, pensar em pecar é tão ruim como
pecar em si.
34. Salkovskis e as cinco
suposições disfuncionais
1.
Ter um pensamento sobre uma ação é como executar a
ação.
2.
O fracasso de impedir(ou em tentar) o prejuízo a si próprio
ou aos outros é o mesmo que ter causado o prejuízo em
primeiro lugar.
3.
A responsabilidade não é atenuada por outros fatores:
baixa probabilidade de ocorrência.
4.
Não neutralizar uma intrusão é equivalente ao desejo de
que o prejuízo envolvido ocorresse.
5.
As pessoas deveriam(e poderiam) controlar seus próprios
pensamentos.
35. Característica do
pensamento
Enquanto a obsessão pode ser egodistônica, o
pensamento automático que ela evoca será
egossintônico.
Segundo Reed(1985), o indivíduo obsessivo tenta
compensar este prejuízo pela supereestruturação de
sua vida, impondo limites categóricos estritos e
marcadores de tempo.
36. Foa & Kozak(1985)
Sugeriram que as redes do medo dos indivíduos com
transtornos ansiosos fazem estimativas errôneas da
ameaça, valência negativa extraordinariamente alta
para o acontecimento temido e elementos de resposta
excessiva, bem como, são resistentes a modificações.
37. Foa & Kozak(1985)
Esta persistência pode refletir o fracasso de ter acesso à
rede do medo, seja pela esquiva ativa, ou porque os
conteúdos da rede do medo impede os encontros com
espontâneos com situações que evoquem ansiedade na
vida cotidiana.
38. Tratamento Farmacológico
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina,
muitas vezes a melhora do quadro é acanhada ou
nula. Apenas 20% dos pacientes ficam inteiramente
livres dos sintomas, quando tratados com a
farmacoterapia isoladamente e, entre 40 a 60 %
obtêm benefícios parciais e variados (Goodman et
al.,1992). Essa resposta tímida aos ISRS nos leva a
pensar que outros sistemas neuroquímicos possam
estar envolvidos, além do serotonérgico.
39. TCC e Psicofármacos
A terapia comportamental associada à
farmacoterapia são consideradas hoje as primeiras
opções de tratamento. Foi a resposta parcial aos
psicofármacos que nos recomenda a associação de
farmacoterapia com terapia comportamental como
tratamento de escolha para os sintomas obsessivocompulsivos. Felizmente, na maioria das vezes essa
associação terapia-farmacologia consegue atenuar
ou eliminar completamente os sintomas.
40. Tratamento
Medicamentoso
Antidepressivos com ação de inibir a
recaptação de serotonina
Fluoxetina
Fluvoxamina
Clomipramina
Paroxetina
Sertralina
Citalopran e Escitalopram
Doses altas
Latência de até 12 semanas
41. Indicação para o
Tratamento
Extraído da Dra. Mariângela Gentil Savóia
TERAPIA
COMPORTAMENTAL
FARMACOLÓGICO
TOC
ORIENTAÇÃO
FAMILIAR
Profa. Maria Angélica Sadir
PSICOTERAPIAS
GRUPO, DINÂMICA
43. Identificação
Três são os aspectos a serem
observados:
Cognitivo
Fisiológico
Comportamental
44. Terapia Cognitivo-Comportamental
Análise da Queixas
Uso de Inventários
Histórico de Vida
Devolutiva e programação do processo
Psicoterapia
Fotos
Informações sobre o Transtorno
Diário
Tarefas de casa
Treino de assertividade
45. Suposições da Terapia
Cognitiva
Os pacientes têm acesso aos sentimentos com um
breve treinamento.
Os pacientes têm acesso a pensamentos e imagens
com um breve treinamento.
Os pacientes têm problemas identificáveis a serem
focalizados.
Os pacientes estão motivados a fazer tarefas de casa e
a aprender estratégias de autocontrole.
46. Suposições da Terapia
Cognitiva
Os pacientes podem se engajar em
comportamento colaborativo com o terapeuta em
poucas sessões.
As dificuldades no relacionamento terapêutico
não são um foco maior de problemas
Todas as cognições e todos os padrões de
comportamento podem ser modificados por
análise empírica, discurso lógico,
experimentação, passos graduais e prática.
47. TCC
Testar os pensamentos negativos;
Comparação funcional do aprendizado
histórico/ambiental pelo paciente de esquemas
disfuncionais;
Identificar suposições disfuncionais:
Não refletem a realidade da experiência humana;
São rígidas, hipergeneralizadas e extremas;
Impedem a concretização dos objetivos ao invés de
facilitá-los;
Sua transgressão está associada a emoções extremas
e excessivas;
São relativamente inacessíveis a experiência comum.
48. Características do
Tratamento
Proporcionar explicações adequadas das obsessões
Entender o papel da neutralização na manutenção dos
pensamentos obsessivos
Preparar o paciente para a exposição aos pensamentos
e as situações que desencadeiam as obsessões
49. Características do
Tratamento
Corrigir, quando necessário,a superestimação do poder
e da importância dos pensamentos
Expor o paciente aos pensamentos e pôr em prática a
prevenção da resposta
Corrigir o exagero das conseqüências de medo
específicas associadas aos pensamentos
50. Características do
Tratamento
Corrigir o perfeccionismo e a responsabilidade
excessiva
Estimular a percepção de situações mais
vulneráveis a recaída
Preparar estratégias quando ocorrer a recaída
51. Outros aspectos do
Tratamento
Autoregistro
Efeitos da auto-observação
Processo de extinção
Enfrentamento cognitivo da catastrofização
Controle do Stress: Alimentação Anti-Stress,
Relaxamento, Atividade Física e Controle
Emocional(modificação do pensamento)
52. Exames dos resultados
A exposição afeta principalmente o sofrimento
obsessivo, enquanto a prevenção da resposta tinha um
impacto maior sobre os rituais.(Barlow, 1999)
53. Observações clínicas
Concluem que os pacientes são mais receptivos a um
programa terapêutico nos qual eles abordem
gradualmente sua situação mais temida.
As exposições longas produzem resultados superior ao
de exposições curtas.
54. Exposição
Afeta o sofrimento obsessivo
Imaginário
Ao vivo
Hierarquia de apresentação: gradual – do mais fácil ao
complexo
55. Prevenção da Resposta
Atua sobre os rituais
Para reduzir os impulsos para ritualizar, os
pacientes são instruídos a refrear este
comportamento durante o tratamento
Problema do reasseguramento
56. Dessensibilização
Sistemática
Sobre um determinado nível de relaxamento o
terapeuta apresenta estímulos ansiogênicos de pequena
intensidade para serem imaginados
Hierarquização de estímulos ansiogênicos
Expectativa de generalização
Posterior exposição ao vivo
59. Bibliografia
Barlow, David (Org.) – “Manual Clínico dos
Transtornos Psicológicos”, Artes Médicas, 1999;
Caballo, V. – Manual para o Tratamento Cognitivo
Comportamental dos Transtornos Psicológicos –
Transtornos de Ansiedade, Sexuais, Afetivos e
Psicóticos. Ed. Santos, 2003.
Hawton, K. e col – “Terapia CognitivoComportamental dos Transtornos Psiquiátrico – um
guia prático”, Martins Fontes, 1997;
Mathews, Andrew – “Siga o seu coração” – Editora
Best Seller, 1999.
60. Indicações Bibliográficas ao
Paciente
COMO CONQUISTAR SUA PROPRIA FELICIDADE -
ELLIS, ALBERT
Ed. BEST SELLER
VENCENDO O MEDO – um livro para pessoas com
distúrbios de ansiedade, pânico e fobias. Coleção:
PSICOLOGIA & DEPOIMENTOS PESSOAIS
ROSS, JERILYN
Editora: AGORA EDITORA
SEM MEDO DE TER MEDO
BARROS NETO, TITO PAES DE
Ed. CASA DO PSICÓLOGO