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O Castelo de Almourol
Era uma vez uma Maravilha…
Onde fica o Castelo de Almourol?
Ora… fica no meio do rio Tejo. Ou seja, em cima de uma
pequeníssima ilha no meio do rio, com apenas 310 metros de
comprimento por 75 metros de largura. O castelo domina a ilha,
no cimo dos seus 18 metros de altura. Localiza-se entre Vila Nova
da Barquinha e a Praia do Ribatejo, no distrito de Santarém e a
cerca de meia hora desta cidade.
Ficha técnica
Edição TUGALAND Edições Multimédia Coordenação Editorial Noélia Patrício Direcção
Gráfica e Design Bloodymary design- Maria João Ribeiro Paginação e Ilustração de
Jogos/Curiosidades Liliana Sobreiro Produção Renata Esteves/Vera Caetano
Conceição e Coordenação Pedagógica Inspire Conto Cristina Borges Ilustração do
Conto André Letria Jogos Planeta Tangerina Revisão Histórica Susana Ferreira Locução
Miguel Guilherme Estúdio de Som Digital Mix Eventos
Impressão Tipografia Peres ISBN 978-972-8938-19-2-00004
2007 Tucaland Edições Multimédia
Toda a reprodução desta obra, integral ou parcial, por qualquer processo, sem prévia
autorização do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.
Nomes BARALHADOS EM
Almourol
Orapaz não tinha a certeza se já era de dia. Estava na cama, ainda de olhos
fechados. Lá fora, o mundo estava em silêncio. «Se calhar são uma três da
manhã», pensou. Cheirava bem, mas não era como em sua casa. Aqui cheirava a terra
e a madeira.
Ah! Já sabia onde estava: esta era a casa da avó. E melhor do que isso, estava de
férias!
Deu um salto da cama e em poucos minutos estava pronto para sair.
No primeiro dia era sempre assim, pegava num lanche e ia de bicicleta para a ilha. O
avô levava-o a caminho a meio do caminho.
-Vamos, companheiro?
-Vamos Gran… -ia dizer o neto.
Mas o avô interrompeu-o:
-Chiuuuu! – e ao mesmo tempo, fez um sinal para guardarem o segredo da avó, ali ao
pé deles.
Os dois saíram apressadamente, cada um na sua bicicleta. E então, apenas com os
campos em volta, o neto gritou:
-Em frente, Grande Luminofe!
-Vamos a eles, Dragonel Meinuf! –respondeu o avô.
Os dois tinham demorado horas até chegar a estes nomes secretos.
Nomes de nobres cavaleiros, capazes de enfrentar os maiores perigos e vencer os mais
ferozes inimigos. O rapaz era o terror dos dragões e o avô tinha uma espada que
lançava raios de luz.
Pedalaram par a par até aos comboio, onde o avô trabalhava.
-Até logo, companheiro!
-Adeus, avô!
Passado pouco tempo, começou a ver, no meio do Tejo, a pequena ilha e o castelo
onde era rei e senhor: o Castelo de Almourol.
Desceu a rampa de acesso aos barcos, onde estava a sua pequena canoa. Entrou e
poucas remadas depois, atracada no cais da ilha.
Subiu o caminho íngreme e desapareceu entre a vegetação. Conhecia bem aqueles
pequenos carreiros. Caminhou até chegar junto a uma pedra em forma de sapato. O
coração começou a bater-lhe mais depressa. Com toda a força, rodou a pedra.
Ali, encaixada numa cova, meia enterrada na terra, estava a sua magnífica espada.
Levantou-a contra o sol e proclamou:
-Aqui estou, Dragonel Meinuf, senhor destas terras, guardião deste rio, conquistador
deste castelo!
Entrou pela porta grande do castelo. Olhou para a lápide antiga e repetiu em voz alta
as palavras lá escritas:
-Castrum Palumbare, Tomar, Ozezar, Cardig, Almourol!
Eram os castelos de Pombal, Tomar, Zêzere, Cardiga e, este, de Almourol. Todos
mandados construir há mais de 800 anos pelo mesmo cavaleiro templário: D.Gualdim
Pais.
Com passos vagarosos, inspeccionou o seu castelo: as quatro torres redondas a oeste,
as outras cinco a leste, a «porta da traição», o antigo poço, depois, subindo os
degraus, a outra para o coração do castelo.
Ficou ali muitas horas. Até que o saco do lanche ficou vazio e o sol baixou. Tinha de
regressar antes que anoitecesse.
Estava pronto para descer quando um rilho na torre de menagem chamou a sua
atenção. Será que estava alguém lá em cima ?
Impossível!
Segurou na espada com força, correu para as escadas de madeira e subiu à torre
quadrada. Olhou em volta, com a espada em riste. Não estava ninguém.
Um logo fio dourado pendia de uma das ameias. Era um cordão pesado com pequenas
medalhas de ouro. Cada uma parecia ter um desenho gravado no metal. Distinguiam-
se algumas curvas, uns laços, umas pontas retorcidas. Olhando com mais
atenção, acabou por distinguir as formas. Afinal, eram letras. Numa medalha, estava
um «R», noutra, um «I» e noutra, um «A». Nas outras, não se conseguia ver nada. O
rapaz sentou-se no chão, estendeu o cordão de ouro à sua frente e fixou os olhos.
-Posso ver?
O coração ia-lhe saltando pela boca!
Quem tinha falado era uma rapariga que estava à sua frente.
Era alta e tinha cabelos escuros soltos sobre um logo vestido branco.
Ele queria falar, mas a garganta estava apertada. Os olhos da jovem, muito
negros, pareciam também assustados. No entanto, foi ela que quem falou primeiro:
-Mostras-me o colar?
-Quem-quem, quem és tu?
A jovem não dizia nada, olhava para o chão.
O rapaz-cavaleiros estendeu-lhe o cordão, mas isso não parecia fazê-la mais feliz.
-Não sei, não sei. –soluçava ela- Não me lembro do meu nome-
O rapaz já tinha ouvido falar de pessoas que tinham perdido a memória, mas isso não
explicava porque é que estava no castelo!
-E tu, quem és?- perguntou ela.
-Dragonel Meinuf. Sou um cavaleiro.
Segurava a espada com orgulho. Mas ela nem sequer estava a olhar para ele.
E o pior é que estava mesmo a ficar de noite!
Lutava entre regressar para casa e ficar a resolver o mistério daquela rapariga que não
sabia o seu nome.
Engoliu em seco para empurrar o medo. E, ao mesmo tempo, teve uma ideia
brilhante:
-Se calhar és um fantasma! O fantasma de uma princesa que viveu aqui há muitos
anos!
-Sim?
-Sim!- repetiu o rapaz – Agora só falta descobrir o teu nome.
Olha! –gritou tão alto que a rapariga se encolheu de medo. Mas ele já estava a segurar
as medalhas do colar.
-Olha para as letras! «A», «R», «I»: Ari! És a princesa Ari!
-Sou?
-Sim! Senta-te e ouve.
-No século X, a ilha de Al Mourol era habitada pelo mouro Ibne Baqui, pai da princesa
Ari. Um dia, chegou à ilha o velho Ibne Xurami, um senhor de enorme poder e fortuna.
Vinha com uma só intenção: casar com a princesa.
Quando soube disto, Ari foi ter com os pais e, confiando na sua bondade confessou
que amava Mem Roderico, um jovem cristão.
Por isso, nunca poderia casar com o velho.
A cólera(raiva) do pai foi terrível. Para que não passasse sequer nem fugir, mandou
«pear» a jovem Ari, ou seja, atar(apertar) as suas pernas a uma pedra:
Ari, peada. Um dia uma pomba branca trouxe a notícia que Mem Roderico tinha sido
morto. A alma de Ari voou com a pomba até ao túmulo, na povoação Aripeada. Hoje é
a aldeia Arripiado.
-Lembras-te? –quis saber o rapaz.
A jovem abanou a cabeça. Pegava nas medalhas e com o resto de luz, tentava
adivinhar.
O rapaz respirou fundo, esqueceu a escuridão:
-Pois, há mais medalhas, não é? Temos é de pensar num pouco num nome com essas
letras. Foi assim que eu avô achámos os nossos!
A rapariga não parecia lá muito interessada e só olhava tristemente para as suas
medalhas.
-Ok, vamos lá tentar saber como é que chamas, está bem? –suspirou o cavaleiro.
Com o colar na mão, repetiu as letras:
-«R», «I», «A». Que nomes é que há com estas letras? –pensou em voz alta. –E que tal
Beatriz?
Beatriz era a filha de Ramiro, um godo que foi senhor deste castelo aí pelos séculos IX
ou X. Um dia quando regressava aos castelo viu duas moiras, mãe e filha. A criança
carregava uma bilha e D.Ramiro mandou-as parar, ordenando que lhe dessem água. A
pequena moira assustou-se com a cara feroz do guerreiro e deixou cair a bilha.
D.Ramiro ficou furioso, trespassou mão e filha com a sua espada e prendeu o filho, um
rapazinho de 11 anos. No castelo, o moço vê a filha e a mulher de Ramiro e
jura, secretamente, que há-de vingar nelas a morte da sua mãe e irmã.
Os anos passaram e a mulher de D.Ramiro morre com o veneno que o moiro lhe ia
dando em segredo.
Só faltava matar Beatriz. Só que os dois tinham-se apaixonado perdidamente.
Um dia, D.Ramiro anuncia a Beatriz que a vai casar com um castelão.
A jovem sente-se perdida e procura o seu amado. No dia seguinte, D.Beatriz e o moiro
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-Podias ser esta-sugeriu o rapaz à jovem de vestido branco.
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Um pássaro nocturno voou perto deles. O rapaz estremeceu de medo.
Queria chegar a casa rapidamente, mas não podia deixar ali aquela rapariga, pois não?
Engoliu de novo em seco.
-Há mais princesas, Dragonel Meinuf?- perguntou ela.
O rapaz confirmou.
-Miraguarda e Polinarda eram duas damas que um dia visitaram o castelo do gigante
Almourol. O gigante recebeu as nobres senhoras com todas as honras, contudo não as
quis voltar a partir. Esse facto chegou aos ouvidos do cavaleiro Palmeirim, eterno
apaixonado pelo Polinarda. Ao chegar ao castelo um duelo com o Cavaleiro Triste,
pretendente de Miraguarda. Combaterem arduamente pelas suas damas. Quando já
não podem mais, aceitam fazer uma pausa para tratar das feridas. Afastam-se do local.
Nessa altura, o gigante Dramusiano chega em socorro de Palmeirim e derrota o
gigante Almourol. Fica, então, senhor do castelo e guardião das damas.
-Lembras-te dos nomes?-perguntou o rapaz. –Não achas que podias ser uma delas?
-Polinarda? Miraguarda? Quem sabe? Lembro-me de um casamento.
No silêncio da noite ouviu-se um ranger de madeira. O rapaz tremeu e cerrou os
dentes.
-Tem de haver mais uma princesa.- pediu ela –Mais uma moira, mais uma dama de
Almourol!
E, então, ele lembrou-se da última lenda que conhecia:
-No século XII, o emir árabe Almorolon dominava o castelo. Habitava-o com uma
donzela, sua filha. A bela foi seduzida por um cavaleiro cristão que conseguiu
convencê-la a abrir uma porta para que ele pudesse entrar de noite no castelo. A
donzela assim fez. Mas nessa noite, pela porta aberta, entraram os invasores cristãos
que traiçoeiramente conquistaram a fortaleza. Ao verem isto, o emir e sua filha,
estreitamente abraçados, lançaram-se das muralhas do castelo ao rio, preferindo a
morte à derrota humilhante.
-Como se chamava ela?
-Não sei, a lenda não conta.
-Que pena –lamentou a jovem.
Estavam os dois sentados no chão. Os ruídos da noite pareciam crescer. A madeira
continuava a ranger, ouviam-se águas do rio, como se barcos cruzassem sem
parar, pássaros piavam. O rapaz cerrava os dentes com força e respirava fundo.
-Explica-me o teu nome –pediu a rapariga.
-É um anagrama…
-Como?
-Foi o meu avô que me ensinou. Ele tem o mesmo nome que eu.
Baralhámos as letras e achámos outros nomes.
-Como se faz?
-Oh, é fácil. Por exemplo: ramo. Se combinares as letras de outra maneira, pode ser
Roma. Ou amor.
De repente, ouviram-se pesados passos na escada.
O rapaz levantou-se e começou a lutar com um vulto perceber:
-Sou o avô , filho! Sou o teu avô!
Então, o rapaz parou e deixou-se levar.
Na barca havia mais gente. Uma senhora chorava abraçada à jovem de branco. Outra
fazia festas na cara do rapaz:
-Coitadinhos, coitadinhos!
Passaram muitas semanas. Explicaram-lhe que a rapariga era uma noiva fugida que
tinha partido para uma terra distante.
Era impossível esquecer aquele mistério. Passaram mais semanas e meses. Até
que, um dia, o avô lhe entregou um envelope com selos estrangeiros. Lá
dentro, estava uma carta e uma fotografia.
«Para o Cavaleiro D.Dragonel Meinuf,
Era uma vez uma donzela que queria viajar para longe, mas estava prometida para
casar com um elo e rico rapaz. Não podia partir e à medida que se aproximava o dia
do casamento, mais triste ia ficando. À força de tentar resolver se fugia ou ficava, o
cérebro cansou-se. Foi então que conheceu o nobre cavaleiro do castelo da ilha, que a
protegeu e conseguiu devolver-lhe a memória para ela decidir o que queria fazer.
Agradeço-te por tudo,
Dama Garri
Ou seja, Margarida! Já descobri também o teu nome, mas guardo o segredo.
Ah! E descobri de quem era o colar. Afinal, era da rainha Lália.»
Foi então que viu a foto. Num jardim, a sua amiga estava sentada ao lado da rainha.
Uma grande gata branca, com uma corrente de medalhinhas ao pescoço.
1Afinal, como se escreve?
Almoriol, Almorol, Almourel, Almuriel, Al-morolan (pedra alta)
Não se sabe bem a origem do nome Almourol. Ao longo dos séculos já se escreveu de várias
maneiras. Agora, felizmente, há só uma: ALMOUROL.
2Um castelo em cima de outro castelo
Como acontece com muitos castelos portugueses, o Castelo medieval de Almourol foi
construído em cima de outras fortalezas. Os primeiros habitantes podem ter sido os Lusitanos,
pelo século II a.C. O castro ou fortificação que aqui construíram foi depois conquistada pelos
Romanos, que o ocuparam ao longo do século I a.C. Mais tarde, o local foi tomado por outros
povos: Alanos, Visigodos e Mouros, até à Reconquista cristã no século XII.
3A torre de menagem
A torre de menagem é a parte principal dos castelos medievais. Tem um desenho quadrangular
e é mais alta do que a muralha. Foi graças ao conhecimento de arquitectura militar dos
Templários que se introduziu este tipo de construção em Portugal.
4 A Ordem dos Templários
Na torre de menagem do Castelo de Almourol existe uma pedra com a cruz patesca, a primeira
cruz usada pelos Templários. Os Templários eram cavaleiros medievais que, inicialmente, se
dedicavam à protecção dos peregrinos que iam à Terra Santa. Em Portugal, foram aliados na
Reconquista e ajudaram os primeiros reis de Portugal a expulsar os Mouros da Península Ibérica.
5Já navegaste num picarete? E numa chata?
Chatas e picaretes são o nome das embarcações tradicionais da região de Almourol.
Em poucos minutos fazem a travessia até ao Castelo.
6Vem brincar ao pé do Castelo!
O Castelo de Almourol é um cenário fantástico para qualquer aventura, mas ao redor também
há muito para fazer. A canoagem, por exemplo, é muito popular naquela zona. As vilas de
Constância e Vila Nova têm centros náuticos que organizam passeios. Vale a pena também ir ao
Parque Barquinha, um imenso prado para verde onde se pode brincar, jogar à bola, observar os
patos, andar de bicicleta ou passear á vontade.
Anagramas
Na história, o rapaz fala deste jogo. Trata-se de usar as letras de uma palavra para escrever
outras. Experimenta:
ratos
tropas
vales
Roma
E agora, consegues descobrir os nomes verdadeiros do rapaz e do avô? Já sabes que são iguais.
Dragonel Meinuf e Grande Luminofe
Histórias secretas
Os castelos escondem muitos segredos e mistérios. Também tu podes enviar as tuas mensagens
sem ninguém perceber. Basta fazer tinta invisível: Espreme um limão. Pega num pincel
fininho, mergulha-o nesta «tinta» e escreve a tua mensagem num papel branco; também podes
tentar com um palito. Deixa secar bem. O destinatário da tua mensagem só tem depois de
engomar o papel. Isso mesmo. O calor no papel torna castanhas as letras escritas com limão!
Anagramas soluções: astro, rasto, ostra raptos, trapos, pratos selva, salve, levas
amor, ramo, mora Miguel Fernando
O Castelo de Almourol: Uma Maravilha no Rio Tejo
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O Castelo de Almourol: Uma Maravilha no Rio Tejo

  • 1. O Castelo de Almourol Era uma vez uma Maravilha… Onde fica o Castelo de Almourol? Ora… fica no meio do rio Tejo. Ou seja, em cima de uma pequeníssima ilha no meio do rio, com apenas 310 metros de comprimento por 75 metros de largura. O castelo domina a ilha, no cimo dos seus 18 metros de altura. Localiza-se entre Vila Nova da Barquinha e a Praia do Ribatejo, no distrito de Santarém e a cerca de meia hora desta cidade.
  • 2. Ficha técnica Edição TUGALAND Edições Multimédia Coordenação Editorial Noélia Patrício Direcção Gráfica e Design Bloodymary design- Maria João Ribeiro Paginação e Ilustração de Jogos/Curiosidades Liliana Sobreiro Produção Renata Esteves/Vera Caetano Conceição e Coordenação Pedagógica Inspire Conto Cristina Borges Ilustração do Conto André Letria Jogos Planeta Tangerina Revisão Histórica Susana Ferreira Locução Miguel Guilherme Estúdio de Som Digital Mix Eventos Impressão Tipografia Peres ISBN 978-972-8938-19-2-00004 2007 Tucaland Edições Multimédia Toda a reprodução desta obra, integral ou parcial, por qualquer processo, sem prévia autorização do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.
  • 3. Nomes BARALHADOS EM Almourol Orapaz não tinha a certeza se já era de dia. Estava na cama, ainda de olhos fechados. Lá fora, o mundo estava em silêncio. «Se calhar são uma três da manhã», pensou. Cheirava bem, mas não era como em sua casa. Aqui cheirava a terra e a madeira. Ah! Já sabia onde estava: esta era a casa da avó. E melhor do que isso, estava de férias! Deu um salto da cama e em poucos minutos estava pronto para sair. No primeiro dia era sempre assim, pegava num lanche e ia de bicicleta para a ilha. O avô levava-o a caminho a meio do caminho. -Vamos, companheiro? -Vamos Gran… -ia dizer o neto. Mas o avô interrompeu-o: -Chiuuuu! – e ao mesmo tempo, fez um sinal para guardarem o segredo da avó, ali ao pé deles.
  • 4. Os dois saíram apressadamente, cada um na sua bicicleta. E então, apenas com os campos em volta, o neto gritou: -Em frente, Grande Luminofe! -Vamos a eles, Dragonel Meinuf! –respondeu o avô. Os dois tinham demorado horas até chegar a estes nomes secretos. Nomes de nobres cavaleiros, capazes de enfrentar os maiores perigos e vencer os mais ferozes inimigos. O rapaz era o terror dos dragões e o avô tinha uma espada que lançava raios de luz. Pedalaram par a par até aos comboio, onde o avô trabalhava. -Até logo, companheiro! -Adeus, avô!
  • 5. Passado pouco tempo, começou a ver, no meio do Tejo, a pequena ilha e o castelo onde era rei e senhor: o Castelo de Almourol. Desceu a rampa de acesso aos barcos, onde estava a sua pequena canoa. Entrou e poucas remadas depois, atracada no cais da ilha. Subiu o caminho íngreme e desapareceu entre a vegetação. Conhecia bem aqueles pequenos carreiros. Caminhou até chegar junto a uma pedra em forma de sapato. O coração começou a bater-lhe mais depressa. Com toda a força, rodou a pedra. Ali, encaixada numa cova, meia enterrada na terra, estava a sua magnífica espada. Levantou-a contra o sol e proclamou: -Aqui estou, Dragonel Meinuf, senhor destas terras, guardião deste rio, conquistador deste castelo!
  • 6. Entrou pela porta grande do castelo. Olhou para a lápide antiga e repetiu em voz alta as palavras lá escritas: -Castrum Palumbare, Tomar, Ozezar, Cardig, Almourol! Eram os castelos de Pombal, Tomar, Zêzere, Cardiga e, este, de Almourol. Todos mandados construir há mais de 800 anos pelo mesmo cavaleiro templário: D.Gualdim Pais. Com passos vagarosos, inspeccionou o seu castelo: as quatro torres redondas a oeste, as outras cinco a leste, a «porta da traição», o antigo poço, depois, subindo os degraus, a outra para o coração do castelo. Ficou ali muitas horas. Até que o saco do lanche ficou vazio e o sol baixou. Tinha de regressar antes que anoitecesse.
  • 7. Estava pronto para descer quando um rilho na torre de menagem chamou a sua atenção. Será que estava alguém lá em cima ? Impossível! Segurou na espada com força, correu para as escadas de madeira e subiu à torre quadrada. Olhou em volta, com a espada em riste. Não estava ninguém. Um logo fio dourado pendia de uma das ameias. Era um cordão pesado com pequenas medalhas de ouro. Cada uma parecia ter um desenho gravado no metal. Distinguiam- se algumas curvas, uns laços, umas pontas retorcidas. Olhando com mais atenção, acabou por distinguir as formas. Afinal, eram letras. Numa medalha, estava um «R», noutra, um «I» e noutra, um «A». Nas outras, não se conseguia ver nada. O rapaz sentou-se no chão, estendeu o cordão de ouro à sua frente e fixou os olhos. -Posso ver? O coração ia-lhe saltando pela boca! Quem tinha falado era uma rapariga que estava à sua frente. Era alta e tinha cabelos escuros soltos sobre um logo vestido branco.
  • 8. Ele queria falar, mas a garganta estava apertada. Os olhos da jovem, muito negros, pareciam também assustados. No entanto, foi ela que quem falou primeiro: -Mostras-me o colar? -Quem-quem, quem és tu? A jovem não dizia nada, olhava para o chão. O rapaz-cavaleiros estendeu-lhe o cordão, mas isso não parecia fazê-la mais feliz. -Não sei, não sei. –soluçava ela- Não me lembro do meu nome- O rapaz já tinha ouvido falar de pessoas que tinham perdido a memória, mas isso não explicava porque é que estava no castelo! -E tu, quem és?- perguntou ela. -Dragonel Meinuf. Sou um cavaleiro. Segurava a espada com orgulho. Mas ela nem sequer estava a olhar para ele. E o pior é que estava mesmo a ficar de noite! Lutava entre regressar para casa e ficar a resolver o mistério daquela rapariga que não sabia o seu nome.
  • 9. Engoliu em seco para empurrar o medo. E, ao mesmo tempo, teve uma ideia brilhante: -Se calhar és um fantasma! O fantasma de uma princesa que viveu aqui há muitos anos! -Sim? -Sim!- repetiu o rapaz – Agora só falta descobrir o teu nome. Olha! –gritou tão alto que a rapariga se encolheu de medo. Mas ele já estava a segurar as medalhas do colar. -Olha para as letras! «A», «R», «I»: Ari! És a princesa Ari! -Sou? -Sim! Senta-te e ouve.
  • 10. -No século X, a ilha de Al Mourol era habitada pelo mouro Ibne Baqui, pai da princesa Ari. Um dia, chegou à ilha o velho Ibne Xurami, um senhor de enorme poder e fortuna. Vinha com uma só intenção: casar com a princesa. Quando soube disto, Ari foi ter com os pais e, confiando na sua bondade confessou que amava Mem Roderico, um jovem cristão. Por isso, nunca poderia casar com o velho. A cólera(raiva) do pai foi terrível. Para que não passasse sequer nem fugir, mandou «pear» a jovem Ari, ou seja, atar(apertar) as suas pernas a uma pedra: Ari, peada. Um dia uma pomba branca trouxe a notícia que Mem Roderico tinha sido morto. A alma de Ari voou com a pomba até ao túmulo, na povoação Aripeada. Hoje é a aldeia Arripiado.
  • 11. -Lembras-te? –quis saber o rapaz. A jovem abanou a cabeça. Pegava nas medalhas e com o resto de luz, tentava adivinhar. O rapaz respirou fundo, esqueceu a escuridão: -Pois, há mais medalhas, não é? Temos é de pensar num pouco num nome com essas letras. Foi assim que eu avô achámos os nossos! A rapariga não parecia lá muito interessada e só olhava tristemente para as suas medalhas. -Ok, vamos lá tentar saber como é que chamas, está bem? –suspirou o cavaleiro. Com o colar na mão, repetiu as letras: -«R», «I», «A». Que nomes é que há com estas letras? –pensou em voz alta. –E que tal Beatriz?
  • 12. Beatriz era a filha de Ramiro, um godo que foi senhor deste castelo aí pelos séculos IX ou X. Um dia quando regressava aos castelo viu duas moiras, mãe e filha. A criança carregava uma bilha e D.Ramiro mandou-as parar, ordenando que lhe dessem água. A pequena moira assustou-se com a cara feroz do guerreiro e deixou cair a bilha. D.Ramiro ficou furioso, trespassou mão e filha com a sua espada e prendeu o filho, um rapazinho de 11 anos. No castelo, o moço vê a filha e a mulher de Ramiro e jura, secretamente, que há-de vingar nelas a morte da sua mãe e irmã. Os anos passaram e a mulher de D.Ramiro morre com o veneno que o moiro lhe ia dando em segredo. Só faltava matar Beatriz. Só que os dois tinham-se apaixonado perdidamente.
  • 13. Um dia, D.Ramiro anuncia a Beatriz que a vai casar com um castelão. A jovem sente-se perdida e procura o seu amado. No dia seguinte, D.Beatriz e o moiro desapareciam, unidos para sempre! -Podias ser esta-sugeriu o rapaz à jovem de vestido branco. -Não sei, ainda não lembro de nada. Um pássaro nocturno voou perto deles. O rapaz estremeceu de medo. Queria chegar a casa rapidamente, mas não podia deixar ali aquela rapariga, pois não? Engoliu de novo em seco. -Há mais princesas, Dragonel Meinuf?- perguntou ela. O rapaz confirmou.
  • 14. -Miraguarda e Polinarda eram duas damas que um dia visitaram o castelo do gigante Almourol. O gigante recebeu as nobres senhoras com todas as honras, contudo não as quis voltar a partir. Esse facto chegou aos ouvidos do cavaleiro Palmeirim, eterno apaixonado pelo Polinarda. Ao chegar ao castelo um duelo com o Cavaleiro Triste, pretendente de Miraguarda. Combaterem arduamente pelas suas damas. Quando já não podem mais, aceitam fazer uma pausa para tratar das feridas. Afastam-se do local. Nessa altura, o gigante Dramusiano chega em socorro de Palmeirim e derrota o gigante Almourol. Fica, então, senhor do castelo e guardião das damas.
  • 15. -Lembras-te dos nomes?-perguntou o rapaz. –Não achas que podias ser uma delas? -Polinarda? Miraguarda? Quem sabe? Lembro-me de um casamento. No silêncio da noite ouviu-se um ranger de madeira. O rapaz tremeu e cerrou os dentes. -Tem de haver mais uma princesa.- pediu ela –Mais uma moira, mais uma dama de Almourol! E, então, ele lembrou-se da última lenda que conhecia: -No século XII, o emir árabe Almorolon dominava o castelo. Habitava-o com uma donzela, sua filha. A bela foi seduzida por um cavaleiro cristão que conseguiu convencê-la a abrir uma porta para que ele pudesse entrar de noite no castelo. A donzela assim fez. Mas nessa noite, pela porta aberta, entraram os invasores cristãos que traiçoeiramente conquistaram a fortaleza. Ao verem isto, o emir e sua filha, estreitamente abraçados, lançaram-se das muralhas do castelo ao rio, preferindo a morte à derrota humilhante.
  • 16. -Como se chamava ela? -Não sei, a lenda não conta. -Que pena –lamentou a jovem. Estavam os dois sentados no chão. Os ruídos da noite pareciam crescer. A madeira continuava a ranger, ouviam-se águas do rio, como se barcos cruzassem sem parar, pássaros piavam. O rapaz cerrava os dentes com força e respirava fundo. -Explica-me o teu nome –pediu a rapariga. -É um anagrama… -Como? -Foi o meu avô que me ensinou. Ele tem o mesmo nome que eu. Baralhámos as letras e achámos outros nomes. -Como se faz? -Oh, é fácil. Por exemplo: ramo. Se combinares as letras de outra maneira, pode ser Roma. Ou amor. De repente, ouviram-se pesados passos na escada.
  • 17. O rapaz levantou-se e começou a lutar com um vulto perceber: -Sou o avô , filho! Sou o teu avô! Então, o rapaz parou e deixou-se levar. Na barca havia mais gente. Uma senhora chorava abraçada à jovem de branco. Outra fazia festas na cara do rapaz: -Coitadinhos, coitadinhos! Passaram muitas semanas. Explicaram-lhe que a rapariga era uma noiva fugida que tinha partido para uma terra distante. Era impossível esquecer aquele mistério. Passaram mais semanas e meses. Até que, um dia, o avô lhe entregou um envelope com selos estrangeiros. Lá dentro, estava uma carta e uma fotografia.
  • 18. «Para o Cavaleiro D.Dragonel Meinuf, Era uma vez uma donzela que queria viajar para longe, mas estava prometida para casar com um elo e rico rapaz. Não podia partir e à medida que se aproximava o dia do casamento, mais triste ia ficando. À força de tentar resolver se fugia ou ficava, o cérebro cansou-se. Foi então que conheceu o nobre cavaleiro do castelo da ilha, que a protegeu e conseguiu devolver-lhe a memória para ela decidir o que queria fazer. Agradeço-te por tudo, Dama Garri Ou seja, Margarida! Já descobri também o teu nome, mas guardo o segredo. Ah! E descobri de quem era o colar. Afinal, era da rainha Lália.» Foi então que viu a foto. Num jardim, a sua amiga estava sentada ao lado da rainha. Uma grande gata branca, com uma corrente de medalhinhas ao pescoço.
  • 19.
  • 20. 1Afinal, como se escreve? Almoriol, Almorol, Almourel, Almuriel, Al-morolan (pedra alta) Não se sabe bem a origem do nome Almourol. Ao longo dos séculos já se escreveu de várias maneiras. Agora, felizmente, há só uma: ALMOUROL. 2Um castelo em cima de outro castelo Como acontece com muitos castelos portugueses, o Castelo medieval de Almourol foi construído em cima de outras fortalezas. Os primeiros habitantes podem ter sido os Lusitanos, pelo século II a.C. O castro ou fortificação que aqui construíram foi depois conquistada pelos Romanos, que o ocuparam ao longo do século I a.C. Mais tarde, o local foi tomado por outros povos: Alanos, Visigodos e Mouros, até à Reconquista cristã no século XII. 3A torre de menagem A torre de menagem é a parte principal dos castelos medievais. Tem um desenho quadrangular e é mais alta do que a muralha. Foi graças ao conhecimento de arquitectura militar dos Templários que se introduziu este tipo de construção em Portugal.
  • 21. 4 A Ordem dos Templários Na torre de menagem do Castelo de Almourol existe uma pedra com a cruz patesca, a primeira cruz usada pelos Templários. Os Templários eram cavaleiros medievais que, inicialmente, se dedicavam à protecção dos peregrinos que iam à Terra Santa. Em Portugal, foram aliados na Reconquista e ajudaram os primeiros reis de Portugal a expulsar os Mouros da Península Ibérica. 5Já navegaste num picarete? E numa chata? Chatas e picaretes são o nome das embarcações tradicionais da região de Almourol. Em poucos minutos fazem a travessia até ao Castelo. 6Vem brincar ao pé do Castelo! O Castelo de Almourol é um cenário fantástico para qualquer aventura, mas ao redor também há muito para fazer. A canoagem, por exemplo, é muito popular naquela zona. As vilas de Constância e Vila Nova têm centros náuticos que organizam passeios. Vale a pena também ir ao Parque Barquinha, um imenso prado para verde onde se pode brincar, jogar à bola, observar os patos, andar de bicicleta ou passear á vontade.
  • 22. Anagramas Na história, o rapaz fala deste jogo. Trata-se de usar as letras de uma palavra para escrever outras. Experimenta: ratos tropas vales Roma E agora, consegues descobrir os nomes verdadeiros do rapaz e do avô? Já sabes que são iguais. Dragonel Meinuf e Grande Luminofe Histórias secretas Os castelos escondem muitos segredos e mistérios. Também tu podes enviar as tuas mensagens sem ninguém perceber. Basta fazer tinta invisível: Espreme um limão. Pega num pincel fininho, mergulha-o nesta «tinta» e escreve a tua mensagem num papel branco; também podes tentar com um palito. Deixa secar bem. O destinatário da tua mensagem só tem depois de engomar o papel. Isso mesmo. O calor no papel torna castanhas as letras escritas com limão! Anagramas soluções: astro, rasto, ostra raptos, trapos, pratos selva, salve, levas amor, ramo, mora Miguel Fernando