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Comunicado
Técnico
2
Construção e Utilização
do Terreiro Híbrido para
a Secagem do Café
Introdução
A cafeicultura representa importante papel nas
exportações brasileiras e o Brasil, além de ser
o maior produtor, ocupa o segundo lugar como
consumidor mundial. Além da produção, o País
também se destaca como o maior consumidor entre
os países produtores.
Para a manutenção de uma cafeicultura competitiva
em produção, produtividade, qualidade e
economicamente sustentável, o conhecimento de
técnicas modernas de produção é indispensável.
Para o mercado exportador, é de fundamental
importância que o café apresente propriedades
organolépticas e químicas desejáveis. Essas
propriedades são dependentes da eficiência do pré-
processamento ao qual o produto foi submetido.
Nesse caso, o método de secagem utilizado é a
operação que exerce maior influência na qualidade
final do produto e é durante os três primeiros dias,
Juarez de Sousa e Silva1
Sérgio Maurício Lopes Donzeles2
Douglas Gonzaga Vitor3
1
Engenheiro Agrônomo, Ph.D. em Engenharia Agrícola, Professor Titular (aposentado) da UFV e bolsista do Consórcio
Pesquisa Café, Viçosa, MG, juarez@ufv.br
2
Engenheiro Agrícola, DS. em Engenharia Agrícola, Pesquisador da EPAMIG, slopes@ufv.br
3
Engenheiro Agrônomo, bolsista do Consórcio Pesquisa Café (EPAMIG), Viçosa, MG, douglas.vitor@ufv.br
ISSN 2179-7757
Maio, 2013
Brasília, DF
após a colheita, que o cafeicultor tem condições de
manter a qualidade do produto colhido.
Para atingir padrão de qualidade, basta que, depois
de devidamente preparado, o café seja secado
até que atinja um teor de água abaixo de 18%
em, no máximo, cinquenta horas. A partir desse
ponto, o café é menos suscetível à deterioração e
o cafeicultor terá melhores condições de completar
a secagem, de forma segura, sem a necessidade
de usar altas temperaturas de secagem e pode,
segundo Silva et al. (2011), completar a secagem
com ar natural durante o armazenamento em silos
secadores ou tulhas, com sistema de ventilação.
Com o intuito de reduzir os custos com energia
na secagem mecânica ou por desconhecimento
de tecnologias mais adequadas para a fase de
pós-colheita, o cafeicultor brasileiro continua a
utilizar o terreiro convencional para a pré-secagem
e mesmo para a secagem completa do produto.
2 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café
É com a utilização de equipamentos ineficientes
ou de processos obsoletos, especificamente, que
o cafeicultor prejudica sensivelmente a qualidade
final do produto e aumenta o custo de produção.
Até recentemente não existia um sistema de
secagem de café para atender, satisfatoriamente,
à maioria dos produtores. Por ser considerado um
gargalo para muitas regiões produtoras, o terreiro
convencional tem sido inadequado, pois ele expõe
o produto a condições adversas do clima, apresenta
baixa eficiência de secagem e exige muita mão de
obra; já os secadores mecânicos comerciais, além
de necessitarem de uma pré-secagem, apresentam
alguns problemas, como: manutenção, necessidade
energética alta e possíveis danos térmicos ao
produto, quando operados inadequadamente.
É sabido que um secador bem dimensionado,
dotado de qualquer sistema de carga, revolvimento,
descarga, aquecimento e ventilação, produzirá um
café de qualidade se a matéria-prima, saída da pré-
secagem (natural ou artificial), for de qualidade.
Em outras palavras, não se pode melhorar a
qualidade de um produto no secador, o que se pode
conseguir é a manutenção da qualidade colhida ou
a redução, a um mínimo possível, da intensidade de
degradação do produto. Assim, por mais eficiente
que seja o sistema de secagem mecânica, se a
umidade inicial do café não for reduzida a níveis
seguros até o terceiro dia após a colheita, não se
pode esperar um café de qualidade superior.
Desconsiderando os altos custos de implantação e a
exigência de muita mão de obra para operacionalizar
o terreiro convencional, a inconstância da radiação
solar e a possibilidade de períodos chuvosos
durante a colheita, têm inviabilizado a produção
de cafés de qualidade em regiões de altitudes ou
com baixa incidência de radiação solar. Esse é o
caso da Zona da Mata de Minas, Serras do Espírito
Santo, Planalto da Conquista e Chapada Diamantina
(Bahia). Por tudo isso, a secagem em terreiros é
considerada a operação de custo mais elevado na
produção de café (SILVA et al., 2011).
Considerando-se que, na maioria das propriedades
produtoras de café, já existem terreiros
convencionais, Donzeles (2002) analisou a
adaptação de um sistema de ventilação com ar
quente para melhorar o desempenho e reduzir o
tempo de secagem de um terreiro convencional.
Com esse trabalho, deu-se a origem ao terreiro
híbrido (SILVA et al., 2003). Mesmo funcionando
com qualquer fonte de calor, os autores optaram
por uma fornalha a carvão vegetal, estudada
por Lopes (2002), para transformar um terreiro
convencional em um secador a altas temperaturas
durante os períodos noturnos, chuvosos ou na
ausência de radiação solar. Esse sistema foi
analisado, também, por Resende et al. (2011) para
secagem de café conilon.
O terreiro híbrido (Figura 1) é simples, econômico
e capaz de secar o café recém-saído do lavador ou
descascador em menos de cinquenta horas efetivas
de funcionamento com o ar aquecido a 50o
C.
Resumindo, o terreiro híbrido nada mais é que o uso
de parte de um terreiro convencional onde se adapta
um sistema de ventilação composto de ventilador,
túnel e distribuidores de ar (tomadas de ar e
calhas de distribuição), cujo ar é aquecido por uma
fornalha para biomassa ou qualquer outra forma de
aquecimento para secagem do produto enleirado
sobre as calhas de distribuição (Figuras1 e 2).
É recomendado, como mostrado na Figura 2,
cobrir a área do terreiro que contém o sistema de
ventilação (fornalha, ventilador, dutos e calhas) com
um telhado permanente. Entretanto, para reduzir
custos iniciais de implantação do sistema, pode-se
cobrir o sistema com lonas durante a noite ou em
períodos chuvosos (Figura 3). Na Figura 4, vê-se
que o terreiro híbrido foi construído acima do piso
do terreiro convencional e a cobertura comum foi
substituída por um sistema de captação da energia
solar ou, mais precisamente, por um teto coletor
solar. Nesse caso, é mais econômico e prático
deixar o produto enleirado durante os períodos de
incidência solar, desligar a fonte de aquecimento e
usar apenas a energia fornecida pelo teto coletor
solar para a secagem do produto.
Detalhes sobre a construção de um teto
coletor solar para secador de grãos podem ser
encontrados no capítulo 7 da obra de Silva (2008).
Na Figura 5, é mostrado um exemplo de secador,
projetado e construído na UFV, que utiliza um teto
coletor solar para, nos momentos de luminosidade
solar, economizar biomassa na secagem de
produtos agrícolas.
3Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café
Figura 1. Detalhe de transformação do terreiro convencional em
terreiro híbrido.
Figura 4. Detalhes de um terreiro híbrido com opção para
aquecimento com energia solar.
Figura 5. Detalhes de um secador que usa energia da biomassa e
um teto coletor solar.
Fonte: Silva et al. (2005).
Figura 2. Cafés (natural e descascado) enleirados para a secagem
na ausência de radiação solar.
Figura 3. Uso da cobertura de lona plástica para cobertura da
leira de secagem do sistema híbrido.
(a)
(b)
Diante do exposto, é objetivo deste material
apresentar os detalhes técnicos para a construção e
utilização de um terreiro híbrido como parte de uma
infraestrutura mínima para produção de café com
qualidade.
Construção passo a passo
Passo 1 – A primeira providência para a
construção do Terreiro Híbrido é a seleção do
local. Como o terreiro não é muito dependente
da disponibilidade de radiação solar para o bom
funcionamento, esse item pode não ter muita
importância e o melhor local para a instalação
dependerá do manejo que se pode dar ao
produto. Terreiros híbridos, como os mostrados
nas Figuras 1 e 2, devem ser localizados em
posição que torne fácil o recebimento do
produto úmido do lavador ou do descascador e
o transporte do produto parcialmente seco ou
seco para o secador ou para a armazenagem,
respectivamente. Um terreiro híbrido de tamanho
normal ocupará uma área de, aproximadamente,
70 m2
, incluindo a fonte de aquecimento
(fornalha ou queimadores) e o depósito para o
combustível (lenha ou carvão), que deve ser
consumido diária ou semanalmente.
4 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café
Passo 2 – A segunda etapa se refere ao
posicionamento do sistema de aquecimento
(ventilador e fornalha). Sua importância está em
usar a melhor distribuição do ar quente devido ao
comprimento do terreiro (15 m é o comprimento
máximo aconselhado) e, se houver necessidade de
adaptação de terreiro híbrido maior, é conveniente
construir duas ou mais unidades. Caso queira, pode-
se usar sistema de aquecimento único (ventilador e
fornalha), bem dimensionado, para atender a dois
terreiros híbridos.
Como é conveniente utilizar parte do terreiro
convencional para a adaptação do sistema de
aquecimento e conseqüente transformação em
“Terreiro Híbrido”, o posicionamento da fornalha
pode dificultar o projeto. Na Figura 6a, o sistema
de aquecimento (ventilador e fornalha) fica
localizado ao meio do comprimento do terreiro
híbrido e é o posicionamento que permite a
melhor distribuição e desempenho do ventilador.
Por outro lado, na Figura 6b é mostrada a opção
de se instalar a fornalha na extremidade do
terreiro híbrido. Como o ar deve ser igualmente
distribuído ao longo do canal principal, deve-se,
para o segundo caso, construir um canal paralelo
para permitir a entrada de ar no meio do canal
principal (Figura 6b).
(a)
(b)
Figura 6. Posicionamento do sistema de ventilação (a) perpendicular
ao comprimento e (b) paralelo e na extremidade do terreiro.
Figura 7. Terreiro híbrido com os canais abaixo do nível do piso do
terreiro convencional.
Figura 8. Construção dos canais (túneis) do terreiro híbrido abaixo
do nível do terreiro convencional.
Para construção do terreiro secador (terreiro
híbrido), podem-se usar duas opções em relação
ao nível do piso do terreiro convencional, ou seja,
construir os canais (túneis) do terreiro híbrido abaixo
do nível do piso do terreiro convencional, como nas
Figuras 1, 2a e 7, ou construir os canais acima do
piso do terreiro (Figuras 2b e 4) ou com metade
acima e metade abaixo do piso do terreiro. Nada
impede, porém, que o terreiro seja construído em
local independente do terreiro convencional. De
qualquer modo, as dimensões internas dos canais
(principal ou de distribuição) devem ser de, no
mínimo, (40 x 40) cm.
Passo 3 – O terceiro passo, depois da marcação
do local de construção, se refere à escavação
dos locais de construção dos dutos (túneis) e
paredes laterais, caso os canais do terreiro híbrido
sejam construídos abaixo do nível do terreiro
convencional. Nesse caso, apesar de apresentar
menor custo, o cafeicultor deve estar certo de que
não haverá problemas com águas de chuva.
Passo 4 – Construção e acabamento interno dos
dutos. Caso o sistema seja construído no nível do
terreiro convencional, a locação e a escavação do
local de construção do sistema de dutos são o início
da adaptação do terreiro (Figura 8). Entretanto,
a adaptação do terreiro híbrido acima do piso do
terreiro convencional é garantia de que não haverá
problema com escoamento de águas de chuvas.
5Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café
Figura 9. Terreiro híbrido construído acima do nível do terreiro
convencional e sob uma cobertura permanente.
Figura 11. Detalhes das paredes laterais e dos canais de distribuição.
Figura 12. Construção das lajes sobre formas de madeira.
Figura 10. Detalhes da marcação do terreiro híbrido sobre o terreiro
convencional.
Deste ponto em diante, serão mostrados todos os
detalhes para a adaptação do terreiro híbrido acima
do piso do terreiro convencional, como mostrado na
Figura 2b e na Figura 4.
Na Figura 9, é mostrado parte de um terreiro
convencional transformado em terreiro híbrido
com uma fornalha a carvão vegetal. Entretanto,
o cafeicultor pode usar qualquer tipo de fornalha
ou mesmo queimadores a gás como fonte de
aquecimento para o ar de secagem.
Como se vê na figura, o terreiro híbrido foi construído
sob uma cobertura permanente, projetada com telhado
fixo. Apesar de um investimento adicional, a cobertura
é mais aconselhável no médio prazo. Se preferir, o
proprietário poderá investir um pouco mais e cobrir o
terreiro híbrido com um teto solar semelhante ao da
Figura 4 e projetado como na Figura 5.
Passo 5 – Considerando-se que a construção do
terreiro híbrido será acima do nível do terreiro
convencional, o quinto passo consiste na marcação
dos locais de construção das paredes laterais e dos
canais de distribuição de ar quente (Figura 10).
Passo 6 – Após marcação, as paredes podem
ser construídas e, como mostrado na Figura
11, a altura deve ser de 40 cm. As dimensões
internas dos canais, depois de um acabamento
bem feito, devem ser de (40 x 40) cm. Como
será necessária uma determinada resistência
das paredes, é aconselhável que a argamassa de
assentamento dos tijolos seja preparada em um
traço forte (cimento, cal e areia).
Passo 7 – Confecção da laje ou piso do terreiro
híbrido. Três possibilidades podem ser usadas:
1.	 usando tablados de madeira (taipas) entre as
paredes laterais e as dos canais e, sobre eles, a
montagem das lajes (Figura 12). Nesse caso, a
madeira ficará permanentemente sob as lajes;
2.	 usando segmentos pré-moldados como na
Figura 13; nesse caso, recomenda-se a leitura
de Silva et al. (2003); e
3.	 exceto para os canais, encher os espaços entre as
paredes com terra que deve ser compactada antes
de receber a ferragem e o concreto. O desenho
representado pela Figura 14a e a foto (Figura 14b)
tirada durante a construção de um terreiro híbrido,
ilustram a importância do passo 7.
6 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café
Figura 13. Construção do piso com lajes pré-moldadas.
Figura 15a. Esquema das lajes sobre os canais de distribuição de
ar quente.
Figura 16a. Terreiro híbrido mostrando paredes, posição do
ventilador e tomadas de ar de secagem.
Figura 15b. Detalhes dos anéis de PVC para formação das tomadas
de ar quente, antes de adicionar o concreto para formação do piso.
Figura 16b. Detalhes dos anéis de PVC para formação das tomadas
de ar quente, antes de adicionar o concreto para formação do piso.
Figura 14b. Detalhe da construção da laje piso e colocação dos
anéis de PVC para formar a tomada de ar quente.
Figura 14a. Desenho mostrando detalhes da construção do piso
sobre aterro e dos canais com telhas de amianto.
Passo 8 – Construção das lajes sobre os canais de
distribuição de ar quente. Deve-se lembrar de que
a laje de distribuição longitudinal deve possuir pelo
menos seis aberturas circulares com 20 a25 cm de
diâmetro. Podem ser construídas com anéis de PVC
ou com pedaços de madeira cilíndricos. Assim que a
laje atingir um determinado nível de endurecimento,
os anéis ou cilindros de madeira devem ser removidos
para permanecer os furos circulares (Figuras 15a e
15b) para distribuição de ar para as calhas.
Passo 9 – O nono passo consiste no acabamento
da laje e construção das paredes (extremidade e
divisórias). Caso queira, as paredes divisórias podem
ser substituídas por divisórias móveis em madeira.
Como as paredes da extremidade, elas devem
ser construídas com uma altura mínima de 80 cm
(Figuras 16a e 16b).
Passo 10 – Acabamento do sistema e construção
das rampas de acesso (Figura 17). A partir desse
ponto, o agricultor pode optar pelo tipo de fornalha
e pelo sistema de cobertura. Como o telhado coletor
solar é apenas um pouco mais caro que o telhado
comum, sugere-se que o telhado, como na Figura 5,
seja construído com a opção para receber o sistema
de cobertura transparente próprio para captar a
energia solar.
7Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café
Figura 17. Detalhes do terreiro pronto para receber fornalha e
telhado.
Figura 20. Detalhes da calha de distribuição do ar de secagem.
Figura 18. Aspecto geral do terreiro híbrido com fornalha e teto
solar visto por trás.
Figura 19. Aspecto geral do terreiro híbrido com fornalha e teto
solar visto pela frente.
Passo 11 – Com a parte essencial do terreiro
pronta, o proprietário deve decidir pelo tipo de
fornalha e tamanho do telhado. Admitindo que
a opção seja pela fornalha a carvão vegetal, nas
Figuras 18 e 19 é mostrado o aspecto final do
terreiro híbrido. Ao adquirir o Kit para construção do
sistema híbrido, não se esquecer de que, além da
fornalha e do ventilador, o fornecedor deve incluir
três calhas de distribuição, semelhantes à observada
nas Figuras 16b e 20, e um termômetro, que deve
ser instalado depois da saída do ventilador.
Operação do terreiro híbrido
Como detalhado anteriormente, na direção do
comprimento, o terreiro-secador é dotado de uma
tubulação central ou túnel para ventilação. Desse
são derivadas seis ou mais aberturas para as calhas
de distribuição de ar quente e sobre as quais são
colocadas as leiras de produto a ser secado (Figuras
2 e 3), que deve ser revolvido a cada duas a três
horas de secagem com ar quente. Opcionalmente, as
calhas podem ser substituídas por caixas removíveis,
com fundo falso (câmara plenum). Assim a secagem
do produto (lotes individualizados) ocorreria em
pequenos secadores tipo camada fixa (Figura 21).
As caixas de secagem, portáteis e construídas com
um fundo falso, feitas em chapas perfuradas (20%
de perfuração), ficam simplesmente apoiadas sobre
as aberturas da tubulação principal (Figura 22).
Ao sistema de duto deve ser acoplado um ventilador
centrífugo acionado por motor elétrico de 5cv,
1.750 rpm, que possibilita uma vazão de 1,5 m3/s
de ar aquecido por uma fornalha e, quando houver
disponibilidade de radiação solar, pelo calor captado
pelo teto-coletor solar. Portanto, na ausência de
radiação solar, incidência de chuvas ou durante
os períodos noturnos, o produto que se encontra
espalhado no terreiro convencional deve ser recolhido
e enleirado sobre as calhas de secagem ou distribuído
nas caixas para secagem com ar aquecido.
Caso o terreiro híbrido não seja dotado de cobertura
permanente, deve-se providenciar cobertura
plástica para proteção dos grãos durante os
períodos chuvosos e à noite. Assim, a secagem
poderá ser realizada durante as 24 horas, por
meio da utilização da energia solar durante os dias
ensolarados (no terreiro convencional) e secados,
sob cobertura (terreiro híbrido), com ar aquecido
pela combustão de biomassa (lenha ou carvão
vegetal) durante a ausência da radiação solar.
Trabalho realizado por Donzeles (2002) mostrou que,
mesmo tendo disponibilidade de energia solar, o tempo
de secagem do café somente sobre a leira, usando
ar aquecido, é quase a metade do tempo quando se
combina o terreiro convencional com o sistema em
leiras ou com as caixas de secagem. Portanto, se o
cafeicultor quiser economizar energia da biomassa, ele
deve instalar um teto-coletor solar, como recomendado
por Silva et al. (2005). A energia solar coletada
8 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café
durante os dias ensolarados (para o modelo em pauta)
é praticamente igual à energia fornecida pela queima
de 15 kg por hora de lenha em uma fornalha com
aquecimento indireto.
Figura 21. Secador híbrido trabalhando com seis caixas para
secagem de lotes individualizados.
Fonte: Silva (2008).
Figura 22. Secador híbrido trabalhando com seis caixas para
secagem de lotes individualizados.
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Café
Endereço: Parque Estação Biológica - PqEB,
Av. W3 Norte (final), Ed. Sede
70770-901, Brasília - DF
Fone: (61) 3448-4010
Fax: (61) 3448-1797
E-mail: sac.cafe@sapc.embrapa.br
1ª Edição
1ª Impressão (2013): 1.500 exemplares
Presidente: Lucas Tadeu Ferreira
Vice-Presidente: Jamilsen de Freitas Santos
Secretária-Executiva: Adriana Maria Silva Macedo
Membros: Anísio José Diniz, Antonio Fernando Guerra,
Carlos Henrique Siqueira de Carvalho, Cristina Arzabe,
Helena Maria Ramos Alves, Maurício Sérgio Zacarias,
Sergio Mauro Folle.
Supervisão Editorial: Adriana Maria Silva Macedo
Revisão de texto: Flávia Raquel Bessa
Normalização bibliográfica: Alessandra Rodrigues da Silva
Fotos e ilustrações: dos autores
Tratamento das imagens: Thiago Farah Cavaton
Editoração eletrônica: Thiago Farah Cavaton
Impressão e acabamento: Embrapa Informação Tecnológica
Comunicado
Técnico, 2
Comitê de
Publicações
Expediente
Uma fornalha a carvão vegetal, como a analisada
por Lopes (2002), tem vantagens como:queima
contínua do combustível e manutenção da
temperatura do ar de secagem constante. Ela
foi projetada para funcionar automaticamente,
dispensando a presença constante do operador
e permitindo que ele exerça atividades paralelas
durante o funcionamento do sistema. O operador
deve se lembrar de que a cada três horas de
secagem ele deve revolver a leira ou a camada de
café dentro das caixas de secagem.
O carvão vegetal com queima direta, como utilizado
na fornalha, tem como vantagem ser fonte de
energia limpa, ou seja, gerar calor livre de fumaça e
de contaminantes durante a secagem.
Referências
DONZELES, S. M. L. Desenvolvimento e avaliação de
um sistema híbrido, solar e biomassa, para secagem de
café (coffea arábica L.). 2002.122 f. Tese (Doutorado
em Engenharia Agrícola) – Centro de Ciências Agrárias,
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
LOPES, R. P. Desenvolvimento de um sistema gerador
de calor com opção para aquecimento direto e indireto
de ar. 2002. 220 f. Tese (Doutorado em Engenharia
Agrícola) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa.
RESENDE, O; SIQUEIRA V.C; AFONSO JÚNIOR P.C;
CORRÊIA, P.C. Comparação entre terreiros híbrido e de
concreto na secagem do café conilon processado por via
seca e úmida. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais,
Campina Grande, v.13. n. 2, p. 117-185, 2011.
SILVA, J. S; LOPES R.P; DONZELES S.M.L; COSTA,
C.A. Infraestrutura mínima para produção de café com
qualidade: opção para a cafeicultura familiar. Brasília, DF:
Consórcio Pesquisa Café, 2011. 61 p.
SILVA, J. S. et al. Sistema híbrido para secagem de
café. Viçosa: Jard, 2003. 65 p.
SILVA, J. S. Secagem e armazenagem de produtos
agrícolas. Viçosa, : Aprenda Fácil, 2008. 502 p.
SILVA, J. S.; BERBERT, P. A.; LOPES, R, P. Hygienic
coffee processing and technologies. Brasília, DF:
Consórcio Pesquisa Café, 2011. 96 p.
SILVA, J. S.; NOGUEIRA, R. M.; ROBERTO, C. D.
Tecnologias de secagem e armazenagem para a agricultura
familiar. Visconde do Rio Branco: Suprema, 2005. 137 p.

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Construção e utilização do terreiro híbrido para secagem do café

  • 1. Comunicado Técnico 2 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café Introdução A cafeicultura representa importante papel nas exportações brasileiras e o Brasil, além de ser o maior produtor, ocupa o segundo lugar como consumidor mundial. Além da produção, o País também se destaca como o maior consumidor entre os países produtores. Para a manutenção de uma cafeicultura competitiva em produção, produtividade, qualidade e economicamente sustentável, o conhecimento de técnicas modernas de produção é indispensável. Para o mercado exportador, é de fundamental importância que o café apresente propriedades organolépticas e químicas desejáveis. Essas propriedades são dependentes da eficiência do pré- processamento ao qual o produto foi submetido. Nesse caso, o método de secagem utilizado é a operação que exerce maior influência na qualidade final do produto e é durante os três primeiros dias, Juarez de Sousa e Silva1 Sérgio Maurício Lopes Donzeles2 Douglas Gonzaga Vitor3 1 Engenheiro Agrônomo, Ph.D. em Engenharia Agrícola, Professor Titular (aposentado) da UFV e bolsista do Consórcio Pesquisa Café, Viçosa, MG, juarez@ufv.br 2 Engenheiro Agrícola, DS. em Engenharia Agrícola, Pesquisador da EPAMIG, slopes@ufv.br 3 Engenheiro Agrônomo, bolsista do Consórcio Pesquisa Café (EPAMIG), Viçosa, MG, douglas.vitor@ufv.br ISSN 2179-7757 Maio, 2013 Brasília, DF após a colheita, que o cafeicultor tem condições de manter a qualidade do produto colhido. Para atingir padrão de qualidade, basta que, depois de devidamente preparado, o café seja secado até que atinja um teor de água abaixo de 18% em, no máximo, cinquenta horas. A partir desse ponto, o café é menos suscetível à deterioração e o cafeicultor terá melhores condições de completar a secagem, de forma segura, sem a necessidade de usar altas temperaturas de secagem e pode, segundo Silva et al. (2011), completar a secagem com ar natural durante o armazenamento em silos secadores ou tulhas, com sistema de ventilação. Com o intuito de reduzir os custos com energia na secagem mecânica ou por desconhecimento de tecnologias mais adequadas para a fase de pós-colheita, o cafeicultor brasileiro continua a utilizar o terreiro convencional para a pré-secagem e mesmo para a secagem completa do produto.
  • 2. 2 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café É com a utilização de equipamentos ineficientes ou de processos obsoletos, especificamente, que o cafeicultor prejudica sensivelmente a qualidade final do produto e aumenta o custo de produção. Até recentemente não existia um sistema de secagem de café para atender, satisfatoriamente, à maioria dos produtores. Por ser considerado um gargalo para muitas regiões produtoras, o terreiro convencional tem sido inadequado, pois ele expõe o produto a condições adversas do clima, apresenta baixa eficiência de secagem e exige muita mão de obra; já os secadores mecânicos comerciais, além de necessitarem de uma pré-secagem, apresentam alguns problemas, como: manutenção, necessidade energética alta e possíveis danos térmicos ao produto, quando operados inadequadamente. É sabido que um secador bem dimensionado, dotado de qualquer sistema de carga, revolvimento, descarga, aquecimento e ventilação, produzirá um café de qualidade se a matéria-prima, saída da pré- secagem (natural ou artificial), for de qualidade. Em outras palavras, não se pode melhorar a qualidade de um produto no secador, o que se pode conseguir é a manutenção da qualidade colhida ou a redução, a um mínimo possível, da intensidade de degradação do produto. Assim, por mais eficiente que seja o sistema de secagem mecânica, se a umidade inicial do café não for reduzida a níveis seguros até o terceiro dia após a colheita, não se pode esperar um café de qualidade superior. Desconsiderando os altos custos de implantação e a exigência de muita mão de obra para operacionalizar o terreiro convencional, a inconstância da radiação solar e a possibilidade de períodos chuvosos durante a colheita, têm inviabilizado a produção de cafés de qualidade em regiões de altitudes ou com baixa incidência de radiação solar. Esse é o caso da Zona da Mata de Minas, Serras do Espírito Santo, Planalto da Conquista e Chapada Diamantina (Bahia). Por tudo isso, a secagem em terreiros é considerada a operação de custo mais elevado na produção de café (SILVA et al., 2011). Considerando-se que, na maioria das propriedades produtoras de café, já existem terreiros convencionais, Donzeles (2002) analisou a adaptação de um sistema de ventilação com ar quente para melhorar o desempenho e reduzir o tempo de secagem de um terreiro convencional. Com esse trabalho, deu-se a origem ao terreiro híbrido (SILVA et al., 2003). Mesmo funcionando com qualquer fonte de calor, os autores optaram por uma fornalha a carvão vegetal, estudada por Lopes (2002), para transformar um terreiro convencional em um secador a altas temperaturas durante os períodos noturnos, chuvosos ou na ausência de radiação solar. Esse sistema foi analisado, também, por Resende et al. (2011) para secagem de café conilon. O terreiro híbrido (Figura 1) é simples, econômico e capaz de secar o café recém-saído do lavador ou descascador em menos de cinquenta horas efetivas de funcionamento com o ar aquecido a 50o C. Resumindo, o terreiro híbrido nada mais é que o uso de parte de um terreiro convencional onde se adapta um sistema de ventilação composto de ventilador, túnel e distribuidores de ar (tomadas de ar e calhas de distribuição), cujo ar é aquecido por uma fornalha para biomassa ou qualquer outra forma de aquecimento para secagem do produto enleirado sobre as calhas de distribuição (Figuras1 e 2). É recomendado, como mostrado na Figura 2, cobrir a área do terreiro que contém o sistema de ventilação (fornalha, ventilador, dutos e calhas) com um telhado permanente. Entretanto, para reduzir custos iniciais de implantação do sistema, pode-se cobrir o sistema com lonas durante a noite ou em períodos chuvosos (Figura 3). Na Figura 4, vê-se que o terreiro híbrido foi construído acima do piso do terreiro convencional e a cobertura comum foi substituída por um sistema de captação da energia solar ou, mais precisamente, por um teto coletor solar. Nesse caso, é mais econômico e prático deixar o produto enleirado durante os períodos de incidência solar, desligar a fonte de aquecimento e usar apenas a energia fornecida pelo teto coletor solar para a secagem do produto. Detalhes sobre a construção de um teto coletor solar para secador de grãos podem ser encontrados no capítulo 7 da obra de Silva (2008). Na Figura 5, é mostrado um exemplo de secador, projetado e construído na UFV, que utiliza um teto coletor solar para, nos momentos de luminosidade solar, economizar biomassa na secagem de produtos agrícolas.
  • 3. 3Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café Figura 1. Detalhe de transformação do terreiro convencional em terreiro híbrido. Figura 4. Detalhes de um terreiro híbrido com opção para aquecimento com energia solar. Figura 5. Detalhes de um secador que usa energia da biomassa e um teto coletor solar. Fonte: Silva et al. (2005). Figura 2. Cafés (natural e descascado) enleirados para a secagem na ausência de radiação solar. Figura 3. Uso da cobertura de lona plástica para cobertura da leira de secagem do sistema híbrido. (a) (b) Diante do exposto, é objetivo deste material apresentar os detalhes técnicos para a construção e utilização de um terreiro híbrido como parte de uma infraestrutura mínima para produção de café com qualidade. Construção passo a passo Passo 1 – A primeira providência para a construção do Terreiro Híbrido é a seleção do local. Como o terreiro não é muito dependente da disponibilidade de radiação solar para o bom funcionamento, esse item pode não ter muita importância e o melhor local para a instalação dependerá do manejo que se pode dar ao produto. Terreiros híbridos, como os mostrados nas Figuras 1 e 2, devem ser localizados em posição que torne fácil o recebimento do produto úmido do lavador ou do descascador e o transporte do produto parcialmente seco ou seco para o secador ou para a armazenagem, respectivamente. Um terreiro híbrido de tamanho normal ocupará uma área de, aproximadamente, 70 m2 , incluindo a fonte de aquecimento (fornalha ou queimadores) e o depósito para o combustível (lenha ou carvão), que deve ser consumido diária ou semanalmente.
  • 4. 4 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café Passo 2 – A segunda etapa se refere ao posicionamento do sistema de aquecimento (ventilador e fornalha). Sua importância está em usar a melhor distribuição do ar quente devido ao comprimento do terreiro (15 m é o comprimento máximo aconselhado) e, se houver necessidade de adaptação de terreiro híbrido maior, é conveniente construir duas ou mais unidades. Caso queira, pode- se usar sistema de aquecimento único (ventilador e fornalha), bem dimensionado, para atender a dois terreiros híbridos. Como é conveniente utilizar parte do terreiro convencional para a adaptação do sistema de aquecimento e conseqüente transformação em “Terreiro Híbrido”, o posicionamento da fornalha pode dificultar o projeto. Na Figura 6a, o sistema de aquecimento (ventilador e fornalha) fica localizado ao meio do comprimento do terreiro híbrido e é o posicionamento que permite a melhor distribuição e desempenho do ventilador. Por outro lado, na Figura 6b é mostrada a opção de se instalar a fornalha na extremidade do terreiro híbrido. Como o ar deve ser igualmente distribuído ao longo do canal principal, deve-se, para o segundo caso, construir um canal paralelo para permitir a entrada de ar no meio do canal principal (Figura 6b). (a) (b) Figura 6. Posicionamento do sistema de ventilação (a) perpendicular ao comprimento e (b) paralelo e na extremidade do terreiro. Figura 7. Terreiro híbrido com os canais abaixo do nível do piso do terreiro convencional. Figura 8. Construção dos canais (túneis) do terreiro híbrido abaixo do nível do terreiro convencional. Para construção do terreiro secador (terreiro híbrido), podem-se usar duas opções em relação ao nível do piso do terreiro convencional, ou seja, construir os canais (túneis) do terreiro híbrido abaixo do nível do piso do terreiro convencional, como nas Figuras 1, 2a e 7, ou construir os canais acima do piso do terreiro (Figuras 2b e 4) ou com metade acima e metade abaixo do piso do terreiro. Nada impede, porém, que o terreiro seja construído em local independente do terreiro convencional. De qualquer modo, as dimensões internas dos canais (principal ou de distribuição) devem ser de, no mínimo, (40 x 40) cm. Passo 3 – O terceiro passo, depois da marcação do local de construção, se refere à escavação dos locais de construção dos dutos (túneis) e paredes laterais, caso os canais do terreiro híbrido sejam construídos abaixo do nível do terreiro convencional. Nesse caso, apesar de apresentar menor custo, o cafeicultor deve estar certo de que não haverá problemas com águas de chuva. Passo 4 – Construção e acabamento interno dos dutos. Caso o sistema seja construído no nível do terreiro convencional, a locação e a escavação do local de construção do sistema de dutos são o início da adaptação do terreiro (Figura 8). Entretanto, a adaptação do terreiro híbrido acima do piso do terreiro convencional é garantia de que não haverá problema com escoamento de águas de chuvas.
  • 5. 5Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café Figura 9. Terreiro híbrido construído acima do nível do terreiro convencional e sob uma cobertura permanente. Figura 11. Detalhes das paredes laterais e dos canais de distribuição. Figura 12. Construção das lajes sobre formas de madeira. Figura 10. Detalhes da marcação do terreiro híbrido sobre o terreiro convencional. Deste ponto em diante, serão mostrados todos os detalhes para a adaptação do terreiro híbrido acima do piso do terreiro convencional, como mostrado na Figura 2b e na Figura 4. Na Figura 9, é mostrado parte de um terreiro convencional transformado em terreiro híbrido com uma fornalha a carvão vegetal. Entretanto, o cafeicultor pode usar qualquer tipo de fornalha ou mesmo queimadores a gás como fonte de aquecimento para o ar de secagem. Como se vê na figura, o terreiro híbrido foi construído sob uma cobertura permanente, projetada com telhado fixo. Apesar de um investimento adicional, a cobertura é mais aconselhável no médio prazo. Se preferir, o proprietário poderá investir um pouco mais e cobrir o terreiro híbrido com um teto solar semelhante ao da Figura 4 e projetado como na Figura 5. Passo 5 – Considerando-se que a construção do terreiro híbrido será acima do nível do terreiro convencional, o quinto passo consiste na marcação dos locais de construção das paredes laterais e dos canais de distribuição de ar quente (Figura 10). Passo 6 – Após marcação, as paredes podem ser construídas e, como mostrado na Figura 11, a altura deve ser de 40 cm. As dimensões internas dos canais, depois de um acabamento bem feito, devem ser de (40 x 40) cm. Como será necessária uma determinada resistência das paredes, é aconselhável que a argamassa de assentamento dos tijolos seja preparada em um traço forte (cimento, cal e areia). Passo 7 – Confecção da laje ou piso do terreiro híbrido. Três possibilidades podem ser usadas: 1. usando tablados de madeira (taipas) entre as paredes laterais e as dos canais e, sobre eles, a montagem das lajes (Figura 12). Nesse caso, a madeira ficará permanentemente sob as lajes; 2. usando segmentos pré-moldados como na Figura 13; nesse caso, recomenda-se a leitura de Silva et al. (2003); e 3. exceto para os canais, encher os espaços entre as paredes com terra que deve ser compactada antes de receber a ferragem e o concreto. O desenho representado pela Figura 14a e a foto (Figura 14b) tirada durante a construção de um terreiro híbrido, ilustram a importância do passo 7.
  • 6. 6 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café Figura 13. Construção do piso com lajes pré-moldadas. Figura 15a. Esquema das lajes sobre os canais de distribuição de ar quente. Figura 16a. Terreiro híbrido mostrando paredes, posição do ventilador e tomadas de ar de secagem. Figura 15b. Detalhes dos anéis de PVC para formação das tomadas de ar quente, antes de adicionar o concreto para formação do piso. Figura 16b. Detalhes dos anéis de PVC para formação das tomadas de ar quente, antes de adicionar o concreto para formação do piso. Figura 14b. Detalhe da construção da laje piso e colocação dos anéis de PVC para formar a tomada de ar quente. Figura 14a. Desenho mostrando detalhes da construção do piso sobre aterro e dos canais com telhas de amianto. Passo 8 – Construção das lajes sobre os canais de distribuição de ar quente. Deve-se lembrar de que a laje de distribuição longitudinal deve possuir pelo menos seis aberturas circulares com 20 a25 cm de diâmetro. Podem ser construídas com anéis de PVC ou com pedaços de madeira cilíndricos. Assim que a laje atingir um determinado nível de endurecimento, os anéis ou cilindros de madeira devem ser removidos para permanecer os furos circulares (Figuras 15a e 15b) para distribuição de ar para as calhas. Passo 9 – O nono passo consiste no acabamento da laje e construção das paredes (extremidade e divisórias). Caso queira, as paredes divisórias podem ser substituídas por divisórias móveis em madeira. Como as paredes da extremidade, elas devem ser construídas com uma altura mínima de 80 cm (Figuras 16a e 16b). Passo 10 – Acabamento do sistema e construção das rampas de acesso (Figura 17). A partir desse ponto, o agricultor pode optar pelo tipo de fornalha e pelo sistema de cobertura. Como o telhado coletor solar é apenas um pouco mais caro que o telhado comum, sugere-se que o telhado, como na Figura 5, seja construído com a opção para receber o sistema de cobertura transparente próprio para captar a energia solar.
  • 7. 7Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café Figura 17. Detalhes do terreiro pronto para receber fornalha e telhado. Figura 20. Detalhes da calha de distribuição do ar de secagem. Figura 18. Aspecto geral do terreiro híbrido com fornalha e teto solar visto por trás. Figura 19. Aspecto geral do terreiro híbrido com fornalha e teto solar visto pela frente. Passo 11 – Com a parte essencial do terreiro pronta, o proprietário deve decidir pelo tipo de fornalha e tamanho do telhado. Admitindo que a opção seja pela fornalha a carvão vegetal, nas Figuras 18 e 19 é mostrado o aspecto final do terreiro híbrido. Ao adquirir o Kit para construção do sistema híbrido, não se esquecer de que, além da fornalha e do ventilador, o fornecedor deve incluir três calhas de distribuição, semelhantes à observada nas Figuras 16b e 20, e um termômetro, que deve ser instalado depois da saída do ventilador. Operação do terreiro híbrido Como detalhado anteriormente, na direção do comprimento, o terreiro-secador é dotado de uma tubulação central ou túnel para ventilação. Desse são derivadas seis ou mais aberturas para as calhas de distribuição de ar quente e sobre as quais são colocadas as leiras de produto a ser secado (Figuras 2 e 3), que deve ser revolvido a cada duas a três horas de secagem com ar quente. Opcionalmente, as calhas podem ser substituídas por caixas removíveis, com fundo falso (câmara plenum). Assim a secagem do produto (lotes individualizados) ocorreria em pequenos secadores tipo camada fixa (Figura 21). As caixas de secagem, portáteis e construídas com um fundo falso, feitas em chapas perfuradas (20% de perfuração), ficam simplesmente apoiadas sobre as aberturas da tubulação principal (Figura 22). Ao sistema de duto deve ser acoplado um ventilador centrífugo acionado por motor elétrico de 5cv, 1.750 rpm, que possibilita uma vazão de 1,5 m3/s de ar aquecido por uma fornalha e, quando houver disponibilidade de radiação solar, pelo calor captado pelo teto-coletor solar. Portanto, na ausência de radiação solar, incidência de chuvas ou durante os períodos noturnos, o produto que se encontra espalhado no terreiro convencional deve ser recolhido e enleirado sobre as calhas de secagem ou distribuído nas caixas para secagem com ar aquecido. Caso o terreiro híbrido não seja dotado de cobertura permanente, deve-se providenciar cobertura plástica para proteção dos grãos durante os períodos chuvosos e à noite. Assim, a secagem poderá ser realizada durante as 24 horas, por meio da utilização da energia solar durante os dias ensolarados (no terreiro convencional) e secados, sob cobertura (terreiro híbrido), com ar aquecido pela combustão de biomassa (lenha ou carvão vegetal) durante a ausência da radiação solar. Trabalho realizado por Donzeles (2002) mostrou que, mesmo tendo disponibilidade de energia solar, o tempo de secagem do café somente sobre a leira, usando ar aquecido, é quase a metade do tempo quando se combina o terreiro convencional com o sistema em leiras ou com as caixas de secagem. Portanto, se o cafeicultor quiser economizar energia da biomassa, ele deve instalar um teto-coletor solar, como recomendado por Silva et al. (2005). A energia solar coletada
  • 8. 8 Construção e Utilização do Terreiro Híbrido para a Secagem do Café durante os dias ensolarados (para o modelo em pauta) é praticamente igual à energia fornecida pela queima de 15 kg por hora de lenha em uma fornalha com aquecimento indireto. Figura 21. Secador híbrido trabalhando com seis caixas para secagem de lotes individualizados. Fonte: Silva (2008). Figura 22. Secador híbrido trabalhando com seis caixas para secagem de lotes individualizados. Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Café Endereço: Parque Estação Biológica - PqEB, Av. W3 Norte (final), Ed. Sede 70770-901, Brasília - DF Fone: (61) 3448-4010 Fax: (61) 3448-1797 E-mail: sac.cafe@sapc.embrapa.br 1ª Edição 1ª Impressão (2013): 1.500 exemplares Presidente: Lucas Tadeu Ferreira Vice-Presidente: Jamilsen de Freitas Santos Secretária-Executiva: Adriana Maria Silva Macedo Membros: Anísio José Diniz, Antonio Fernando Guerra, Carlos Henrique Siqueira de Carvalho, Cristina Arzabe, Helena Maria Ramos Alves, Maurício Sérgio Zacarias, Sergio Mauro Folle. Supervisão Editorial: Adriana Maria Silva Macedo Revisão de texto: Flávia Raquel Bessa Normalização bibliográfica: Alessandra Rodrigues da Silva Fotos e ilustrações: dos autores Tratamento das imagens: Thiago Farah Cavaton Editoração eletrônica: Thiago Farah Cavaton Impressão e acabamento: Embrapa Informação Tecnológica Comunicado Técnico, 2 Comitê de Publicações Expediente Uma fornalha a carvão vegetal, como a analisada por Lopes (2002), tem vantagens como:queima contínua do combustível e manutenção da temperatura do ar de secagem constante. Ela foi projetada para funcionar automaticamente, dispensando a presença constante do operador e permitindo que ele exerça atividades paralelas durante o funcionamento do sistema. O operador deve se lembrar de que a cada três horas de secagem ele deve revolver a leira ou a camada de café dentro das caixas de secagem. O carvão vegetal com queima direta, como utilizado na fornalha, tem como vantagem ser fonte de energia limpa, ou seja, gerar calor livre de fumaça e de contaminantes durante a secagem. Referências DONZELES, S. M. L. Desenvolvimento e avaliação de um sistema híbrido, solar e biomassa, para secagem de café (coffea arábica L.). 2002.122 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. LOPES, R. P. Desenvolvimento de um sistema gerador de calor com opção para aquecimento direto e indireto de ar. 2002. 220 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. RESENDE, O; SIQUEIRA V.C; AFONSO JÚNIOR P.C; CORRÊIA, P.C. Comparação entre terreiros híbrido e de concreto na secagem do café conilon processado por via seca e úmida. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.13. n. 2, p. 117-185, 2011. SILVA, J. S; LOPES R.P; DONZELES S.M.L; COSTA, C.A. Infraestrutura mínima para produção de café com qualidade: opção para a cafeicultura familiar. Brasília, DF: Consórcio Pesquisa Café, 2011. 61 p. SILVA, J. S. et al. Sistema híbrido para secagem de café. Viçosa: Jard, 2003. 65 p. SILVA, J. S. Secagem e armazenagem de produtos agrícolas. Viçosa, : Aprenda Fácil, 2008. 502 p. SILVA, J. S.; BERBERT, P. A.; LOPES, R, P. Hygienic coffee processing and technologies. Brasília, DF: Consórcio Pesquisa Café, 2011. 96 p. SILVA, J. S.; NOGUEIRA, R. M.; ROBERTO, C. D. Tecnologias de secagem e armazenagem para a agricultura familiar. Visconde do Rio Branco: Suprema, 2005. 137 p.