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Biomedicina
LudmilaAlem
Parasitologia/2015
Resumo Parasito – Vetores Biológicos
 Insetos de ImportânciaMédica
Classe: INSECTA
OrdemHemiptera : Triatomíneos (barbeiro)
Patologia Associada: Doençade Chagas
Parasita: Trypanossoma cruzi
OrdemHemiptera: Cimícideos (percevejos de cama)
OrdemDiptera: Flebotomíneos
Patologia Associada: Leishmanioses
Parasita: Leishmania sp.
OrdemDiptera: Culicídeos
Patologia Associada: Malária, Dengue, Chinkugunya, FebreAmarela
Parasita: Plasmodiumsp., Vírus flavivírus (4 sorotipos), Vírusflavirírus
OrdemSiphonaptera: Sifonápteros (pulga)
Patologia Associada: Pestebubônica
Parasita:
 Vetores
Definição: seres vivos queveiculam o agente patogênico desde o reservatório até
hospedeiro em potencial.
Tipos: Biológico – O ser vivo é veículo que transporta a forma infectante do parasita
entre o reservatório e o hospedeiro e também permite o desenvolvimento do ciclo
parasitário.
Mecânico – Apenas transporta o parasita em seu corpo (Aparelho locomotor,
probóscide, gastro intestinal) semqualquer modificação do mesmo. Ex: mosca,
formiga, barata.
Requisitos: Ser hematófago e permitir a evolução e multiplicação do agente
etiológico (parasita) além de realizar eficiente comunicação entre reservatório xhospedeiro
x parasita sendo assimbem adaptado ao ambiente comumdos envolvidos no processo da
parasitose.
Competência Vetorial – Fatores envolvidos:
Adaptações morfológicas dos insetos: Aparelho bucal picador com bombas
localizadas na cabeça que bombeiam o sangue para dentro do intestino do inseto.
Adaptação comportamental: desenvolvimento do hematofagismo (fêmeas) –
O local da picada é também o sítio de entrada do parasita através do fluxo salivar (vetor
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transmite através da saliva o parasita), excreçãodas fezes (vetor defecana proximidade do
local da picada e o hospedeiro leva as fezes sem perceber para essesítio de entrada na
pele), bloqueiomecânicodo canal alimentar e rompimentodo aparelho bucal (parasita
causa no vetor bloqueio da porção anterior do intestino pela produção de substância
gelatinosa não permitindo que o vetor sealimente adequadamente e destruição da válvula
que impede refluxo do sangue ingerido levando esse a regurgitar no local da picada).
Adaptação fisiológica: secreção de substâncias pela glândula salivar – salivação
(anestésicos, vasodilatadores, anticoagulantes). São substânciasquevão interromper o
processo hemostático de defesa do hospedeiro (processo deagregação de plaquetas) em
resposta àquela agressão ao bloquearem etapas desses processos.
Adaptação fisiológica: Compartimentação do sistema digestivo: criação de
sítios bioquimicamente favoráveis a reprodução do parasita e sua evolução de
formas.
Adaptação sensorial: antenas equipadas com sensilas (quimio, termo,
mecanoreceptora e gustativa). Permitem a localização e percepção do hospedeiro.
 Ordem HEMIPTERA
 Distinção do hábito alimentar pela observação morfológicada prosbócide.
a) Fitófagos: prosbócidelonga
b) Predadores: prosbócidecurta e curva.
c) Hematófagos: prosbócidecurta e retilínea ao eixo da cabeça.
 Triatomíneos (barbeiro)
a) Inseto hematófago;
b) 142 espécies conhecidas;
c) Ver ciclo reprodutivo e transmissão da doença de Chagas
d) Desenvolvimento do vetor é ametábolo (Inseto que eclode do ovo possueforma
semelhante ao inseto adulto semque ocorra o processo de metamorfose)
e) Porção anterior do intestino (formas encontradas tripomastigota e epimastigota),
porção média do intestino (formas epimastigota e amastigota), porção inferior
(formas epimastigota e tripomastigota)
f) Controle da disseminação da doença através do controle vetorial nas habitações
humanas.
 Cimicídeos (percevejo)
a) Inseto hematófago;
b) 40 espécies das quais 2 vivem em domicílio humano;
c) Não apresentariscoepidemiológico;
d) Desenvolvimento do vetor é hemimetábolo (Inseto apresenta processo de
metamorfoseincompleto, do ovo eclode uma forma que ainda vai maturar, a ninfa)
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e) Picadas causamirritação, inflamção e infecção.
 Ordem DIPTERA
 Flebotomíneos (MosquitoPalha)
a) Inseto hematófago;
b) Vetor do parasita Leishmania sp.;
c) Patologia associada: Leishmaniose;
d) Nem todo vetor vai transmitir toda espécie de parasita, existem combinações
naturais que regem essa associação;
e) Desenvolvimento do vetor é holometábolo (Inseto passa por umprocesso de
metamorfosecompleta, ovo-larva-pupa-inseto adulto)
f) Parasita muda de forma evolutiva ao passar pelas diferentes regiões dentro do vetor
(Ver ciclo do agente etiológico Leishmania sp)
g) Parasita se aloja no intestino anterior do vetor – por afinidade ele se liga na
superfíciedo intestino (ligação parasita/vetor específica)
h) Vetor com altacarga de parasitáriana porção anterior dointestino ->dificuldade
para se alimentar de forma satisfatória e há a produção de uma substância
gelatinosaPSG pela leishmania em sua forma promastigota que protege o parasita
durante a alimentação do vetor e também colgalabora na infecção do hospedeiro
visto que esse gel é eliminado junto com a forma infectante do parasita durante a
picada do inseto vetor.
i) Parasita destrói a válvula cibarial do vetor – válvula que impede o refluxo do sangue
ingerido.
j) Com a válvula cibarial corrompida e com a oclusãocausada pelogel PSG, o vetor é
levado a regurgitar e nesse processo os parasitas entramfazema infecção do
hospedeiro.
 Culicídeos (Anopheles, Aedes e Culex)
a) Insetos hematófagos;
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b) Duas asas e antenas longas;
c) Desenvolvimento holometábolo (Metamorfosecompleta);
d) Gêneros: Aedes e Culex // Anopheles;
1. Diferença no sifão respiratório noestágiolarval (longo, curto, rudimentar ‘ausente’) –
respectivamente.
2. Diferença na angulação morfológicada probócide e corpo
3. Diferenças morfológicas entre machos e fêmeas culicídeos
3.1 Macho: Antenas plumosas, palpos longos e prosbócidemais curta.
3.2Fêmea: Antenas pilosas, palpos curtos e prosbócidemais longa que os palpos.
o Mosquitos Anofelinos (Anopheles) –MosquitoPrego
- Vetores do parasita (Plasmodium sp) que causa Malária;
-Principalvetor brasileiro: Anophelesdarlingi;
-Mosquitos pequenos e de hábito noturno;
-Morfologia: palpos tão longos quanto probóscidee descansamcomo abdômen em ângulo
para cima (angulação morfológicaprobóscidee corpo é a mesma)
-Ver ciclo do parasita e quadro clínico da Malária;
-Alta especificidade do parasita com as fêmeas dos anofelinos.
-Controle dovetor: controle químico de vetores adultos, borrifação intradomiciliar,
controle larvário com biolarvicidas, drenagemde possíveis focos, interrupção do ciclo
parasitário dentro do vetor através da microbiota.
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Ciclodo Plasmodium sp dentrodo vetor Anopheles: Ao picar um hospedeiro
infectado, o mosquito anófeles contrái o parasita. Essefaz reprodução sexuada,
gametas fecundamdentro do intestino do vetor, com formação de zigoto. O
parasita então sealoja na membrana basal do epitélio intestinal em sua forma
ookinete, esseparasita inicia um processo de invasão dessa membrana. Ocorrea
formação de cistos seguido de sucessivas mitoses. O Plasmodium sp agora em alta
carga parasitária migra do intestino em direção a glândula salivar e ali inicia o
processo deinvasão do epitélio dessa glândula salivar em sua forma esporozoíto. Ao
invadir a glândula, um pequeno número de esporozoítos entra no ducto secretor e
serão liberados durante a picada do vetor.
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Anopheles: Descansamcomo abdômen para cima, cabeça e corpo estão na mesma angulação.
o Mosquitos Aedese Culex –MORFOLOGIA
a) Larvas comsifão respiratório
b) Fêmeas: palpos curtos menores que a probóscida e antenas pilosas - Machos:
palpos longos e antenas plumosas
c) Descansa o corpo em paralelo a superfície
d) Cabeça e corpo estão em ângulos diferentes
 Gênero Aedes
-Patologia associada: Dengue, Febre Amarelae Febre Chikungunya(agente etiológico:
vírus)
-Principalespécie vetor: Aedes aegypti
Anopheles:Observardiferençamorfológicaentre machoe fêmea
quantoantenase probóscide.
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-Ovos: postos acima do limite da água e duram até um ano sem contato com esta
-Após ser infectado o vetor transmite o vírus após 5 a 6 dias
-Mecanismodovírus dentrodo vetor: Ao picar um hospedeiro infectado, o vetor
adquire o vírus quepassa através de seu tubo digestivo e posteriormenteinfecta sua
glândula salivar. (Processode incubaçãoextrínseca) Dentro de5 a 7 dias o vetor já é
capaz de através da picada infectar outros hospedeiros. (Processode incubação
intrínseca –dentro de um novo hospedeiro)
-O vetor (mosquito fêmea) faz hematofagia porque precisa de sangue para maturar seus
ovos e quando infectada, o víruspode colonizar seusováriosassim o vírus pode ser
transmitido de mãe para filho logo a prole já nasce infectada com o vírus da dengue.
-O mecanismo de ação do vírus dentro do vetor é o mesmo para a Febre Chikungunya e
para a FebreAmarela.
-Controle dovetor: químico dos adultos através da borrifação intradomiciliar, controle
larvário através do uso de biolarvicidas e interrupção do ciclo do parasita dentro do
vetor através da manipulação da microbiota (ex: wolbachia)
 Gênero Culex
-Patologia Associada: Filarioselinfática(agente etiológico:Wuchereriabancrofiti)
-Vetor de hábito noturno e bem adaptado ao ambiente doméstico => são antropofílicos
(maior preferência/tropismo pelo homem)
-Mecanismode ação do parasitadentrodo vetor: Mosquito Culexadquire o parasita na
forma microfilária ao picar um hospedeiro infectado. A microfilária sealoja no intestino
ganhando acesso a hemolinfa e posteriormentemigra para os músculos torácicos ->se
desevolvee no terceiro estágio larvalmigra para a cabeça e probóscide. O vetor ao se
alimentar novamente já é capaz de infectar um novo hospedeiro.
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Parasitologia/2015

 Ordem Siphonaptera
 Sifonápteros (Pulgas)
a) Desenvolvimento holometábolo (metamorfosecompleta – ovo, larva, pupa e adulto)
b) Aparelho bucal picador/sugador
c) Inseto hematófago
d) Áptero (semasas)
e) Coxas do terceiro par de patas adaptadas para pular
f) Quando apenas ectoparasitas: causamdermatites
g) Quando vetores -> Patologia associada:Tifo e Peste Bubônica (Parasitanapeste:
bactériaYersinia pestis)
h) Há 3 tipos de peste (bubônica, septicêmicae pneumônica)
i) Mecanismode ação da bactériadentrodo vetor sifonáptero: Vetor (pulga) pica rato
(reservatório do parasita) e adquire a bactéria Yersinia pestis. Dentro da pulga a
bactéria coloniza o intestino posterior, migra e no intestino anterior forma um
biofilme protetor. A presença da bactéria acaba bloqueando a passagem de sangue
para o estômago. O sangue ingerido pela pulga fica no esôfago e acaba se
misturando com a população de bactérias. A cada nova picada, a pulga acaba
regurgitando sanguemisturado com bactéria no local da picada e assiminfecta novos
hospedeiros.
j) Controle: eliminar vetores através da dedetização, tratar tocas de roedores, evitar o
contato com estes, catação manual em animais domésticos.
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  • 1. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015 Resumo Parasito – Vetores Biológicos  Insetos de ImportânciaMédica Classe: INSECTA OrdemHemiptera : Triatomíneos (barbeiro) Patologia Associada: Doençade Chagas Parasita: Trypanossoma cruzi OrdemHemiptera: Cimícideos (percevejos de cama) OrdemDiptera: Flebotomíneos Patologia Associada: Leishmanioses Parasita: Leishmania sp. OrdemDiptera: Culicídeos Patologia Associada: Malária, Dengue, Chinkugunya, FebreAmarela Parasita: Plasmodiumsp., Vírus flavivírus (4 sorotipos), Vírusflavirírus OrdemSiphonaptera: Sifonápteros (pulga) Patologia Associada: Pestebubônica Parasita:  Vetores Definição: seres vivos queveiculam o agente patogênico desde o reservatório até hospedeiro em potencial. Tipos: Biológico – O ser vivo é veículo que transporta a forma infectante do parasita entre o reservatório e o hospedeiro e também permite o desenvolvimento do ciclo parasitário. Mecânico – Apenas transporta o parasita em seu corpo (Aparelho locomotor, probóscide, gastro intestinal) semqualquer modificação do mesmo. Ex: mosca, formiga, barata. Requisitos: Ser hematófago e permitir a evolução e multiplicação do agente etiológico (parasita) além de realizar eficiente comunicação entre reservatório xhospedeiro x parasita sendo assimbem adaptado ao ambiente comumdos envolvidos no processo da parasitose. Competência Vetorial – Fatores envolvidos: Adaptações morfológicas dos insetos: Aparelho bucal picador com bombas localizadas na cabeça que bombeiam o sangue para dentro do intestino do inseto. Adaptação comportamental: desenvolvimento do hematofagismo (fêmeas) – O local da picada é também o sítio de entrada do parasita através do fluxo salivar (vetor
  • 2. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015 transmite através da saliva o parasita), excreçãodas fezes (vetor defecana proximidade do local da picada e o hospedeiro leva as fezes sem perceber para essesítio de entrada na pele), bloqueiomecânicodo canal alimentar e rompimentodo aparelho bucal (parasita causa no vetor bloqueio da porção anterior do intestino pela produção de substância gelatinosa não permitindo que o vetor sealimente adequadamente e destruição da válvula que impede refluxo do sangue ingerido levando esse a regurgitar no local da picada). Adaptação fisiológica: secreção de substâncias pela glândula salivar – salivação (anestésicos, vasodilatadores, anticoagulantes). São substânciasquevão interromper o processo hemostático de defesa do hospedeiro (processo deagregação de plaquetas) em resposta àquela agressão ao bloquearem etapas desses processos. Adaptação fisiológica: Compartimentação do sistema digestivo: criação de sítios bioquimicamente favoráveis a reprodução do parasita e sua evolução de formas. Adaptação sensorial: antenas equipadas com sensilas (quimio, termo, mecanoreceptora e gustativa). Permitem a localização e percepção do hospedeiro.  Ordem HEMIPTERA  Distinção do hábito alimentar pela observação morfológicada prosbócide. a) Fitófagos: prosbócidelonga b) Predadores: prosbócidecurta e curva. c) Hematófagos: prosbócidecurta e retilínea ao eixo da cabeça.  Triatomíneos (barbeiro) a) Inseto hematófago; b) 142 espécies conhecidas; c) Ver ciclo reprodutivo e transmissão da doença de Chagas d) Desenvolvimento do vetor é ametábolo (Inseto que eclode do ovo possueforma semelhante ao inseto adulto semque ocorra o processo de metamorfose) e) Porção anterior do intestino (formas encontradas tripomastigota e epimastigota), porção média do intestino (formas epimastigota e amastigota), porção inferior (formas epimastigota e tripomastigota) f) Controle da disseminação da doença através do controle vetorial nas habitações humanas.  Cimicídeos (percevejo) a) Inseto hematófago; b) 40 espécies das quais 2 vivem em domicílio humano; c) Não apresentariscoepidemiológico; d) Desenvolvimento do vetor é hemimetábolo (Inseto apresenta processo de metamorfoseincompleto, do ovo eclode uma forma que ainda vai maturar, a ninfa)
  • 3. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015 e) Picadas causamirritação, inflamção e infecção.  Ordem DIPTERA  Flebotomíneos (MosquitoPalha) a) Inseto hematófago; b) Vetor do parasita Leishmania sp.; c) Patologia associada: Leishmaniose; d) Nem todo vetor vai transmitir toda espécie de parasita, existem combinações naturais que regem essa associação; e) Desenvolvimento do vetor é holometábolo (Inseto passa por umprocesso de metamorfosecompleta, ovo-larva-pupa-inseto adulto) f) Parasita muda de forma evolutiva ao passar pelas diferentes regiões dentro do vetor (Ver ciclo do agente etiológico Leishmania sp) g) Parasita se aloja no intestino anterior do vetor – por afinidade ele se liga na superfíciedo intestino (ligação parasita/vetor específica) h) Vetor com altacarga de parasitáriana porção anterior dointestino ->dificuldade para se alimentar de forma satisfatória e há a produção de uma substância gelatinosaPSG pela leishmania em sua forma promastigota que protege o parasita durante a alimentação do vetor e também colgalabora na infecção do hospedeiro visto que esse gel é eliminado junto com a forma infectante do parasita durante a picada do inseto vetor. i) Parasita destrói a válvula cibarial do vetor – válvula que impede o refluxo do sangue ingerido. j) Com a válvula cibarial corrompida e com a oclusãocausada pelogel PSG, o vetor é levado a regurgitar e nesse processo os parasitas entramfazema infecção do hospedeiro.  Culicídeos (Anopheles, Aedes e Culex) a) Insetos hematófagos;
  • 4. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015 b) Duas asas e antenas longas; c) Desenvolvimento holometábolo (Metamorfosecompleta); d) Gêneros: Aedes e Culex // Anopheles; 1. Diferença no sifão respiratório noestágiolarval (longo, curto, rudimentar ‘ausente’) – respectivamente. 2. Diferença na angulação morfológicada probócide e corpo 3. Diferenças morfológicas entre machos e fêmeas culicídeos 3.1 Macho: Antenas plumosas, palpos longos e prosbócidemais curta. 3.2Fêmea: Antenas pilosas, palpos curtos e prosbócidemais longa que os palpos. o Mosquitos Anofelinos (Anopheles) –MosquitoPrego - Vetores do parasita (Plasmodium sp) que causa Malária; -Principalvetor brasileiro: Anophelesdarlingi; -Mosquitos pequenos e de hábito noturno; -Morfologia: palpos tão longos quanto probóscidee descansamcomo abdômen em ângulo para cima (angulação morfológicaprobóscidee corpo é a mesma) -Ver ciclo do parasita e quadro clínico da Malária; -Alta especificidade do parasita com as fêmeas dos anofelinos. -Controle dovetor: controle químico de vetores adultos, borrifação intradomiciliar, controle larvário com biolarvicidas, drenagemde possíveis focos, interrupção do ciclo parasitário dentro do vetor através da microbiota.
  • 5. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015 Ciclodo Plasmodium sp dentrodo vetor Anopheles: Ao picar um hospedeiro infectado, o mosquito anófeles contrái o parasita. Essefaz reprodução sexuada, gametas fecundamdentro do intestino do vetor, com formação de zigoto. O parasita então sealoja na membrana basal do epitélio intestinal em sua forma ookinete, esseparasita inicia um processo de invasão dessa membrana. Ocorrea formação de cistos seguido de sucessivas mitoses. O Plasmodium sp agora em alta carga parasitária migra do intestino em direção a glândula salivar e ali inicia o processo deinvasão do epitélio dessa glândula salivar em sua forma esporozoíto. Ao invadir a glândula, um pequeno número de esporozoítos entra no ducto secretor e serão liberados durante a picada do vetor.
  • 6. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015 Anopheles: Descansamcomo abdômen para cima, cabeça e corpo estão na mesma angulação. o Mosquitos Aedese Culex –MORFOLOGIA a) Larvas comsifão respiratório b) Fêmeas: palpos curtos menores que a probóscida e antenas pilosas - Machos: palpos longos e antenas plumosas c) Descansa o corpo em paralelo a superfície d) Cabeça e corpo estão em ângulos diferentes  Gênero Aedes -Patologia associada: Dengue, Febre Amarelae Febre Chikungunya(agente etiológico: vírus) -Principalespécie vetor: Aedes aegypti Anopheles:Observardiferençamorfológicaentre machoe fêmea quantoantenase probóscide.
  • 7. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015 -Ovos: postos acima do limite da água e duram até um ano sem contato com esta -Após ser infectado o vetor transmite o vírus após 5 a 6 dias -Mecanismodovírus dentrodo vetor: Ao picar um hospedeiro infectado, o vetor adquire o vírus quepassa através de seu tubo digestivo e posteriormenteinfecta sua glândula salivar. (Processode incubaçãoextrínseca) Dentro de5 a 7 dias o vetor já é capaz de através da picada infectar outros hospedeiros. (Processode incubação intrínseca –dentro de um novo hospedeiro) -O vetor (mosquito fêmea) faz hematofagia porque precisa de sangue para maturar seus ovos e quando infectada, o víruspode colonizar seusováriosassim o vírus pode ser transmitido de mãe para filho logo a prole já nasce infectada com o vírus da dengue. -O mecanismo de ação do vírus dentro do vetor é o mesmo para a Febre Chikungunya e para a FebreAmarela. -Controle dovetor: químico dos adultos através da borrifação intradomiciliar, controle larvário através do uso de biolarvicidas e interrupção do ciclo do parasita dentro do vetor através da manipulação da microbiota (ex: wolbachia)  Gênero Culex -Patologia Associada: Filarioselinfática(agente etiológico:Wuchereriabancrofiti) -Vetor de hábito noturno e bem adaptado ao ambiente doméstico => são antropofílicos (maior preferência/tropismo pelo homem) -Mecanismode ação do parasitadentrodo vetor: Mosquito Culexadquire o parasita na forma microfilária ao picar um hospedeiro infectado. A microfilária sealoja no intestino ganhando acesso a hemolinfa e posteriormentemigra para os músculos torácicos ->se desevolvee no terceiro estágio larvalmigra para a cabeça e probóscide. O vetor ao se alimentar novamente já é capaz de infectar um novo hospedeiro.
  • 8. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015   Ordem Siphonaptera  Sifonápteros (Pulgas) a) Desenvolvimento holometábolo (metamorfosecompleta – ovo, larva, pupa e adulto) b) Aparelho bucal picador/sugador c) Inseto hematófago d) Áptero (semasas) e) Coxas do terceiro par de patas adaptadas para pular f) Quando apenas ectoparasitas: causamdermatites g) Quando vetores -> Patologia associada:Tifo e Peste Bubônica (Parasitanapeste: bactériaYersinia pestis) h) Há 3 tipos de peste (bubônica, septicêmicae pneumônica) i) Mecanismode ação da bactériadentrodo vetor sifonáptero: Vetor (pulga) pica rato (reservatório do parasita) e adquire a bactéria Yersinia pestis. Dentro da pulga a bactéria coloniza o intestino posterior, migra e no intestino anterior forma um biofilme protetor. A presença da bactéria acaba bloqueando a passagem de sangue para o estômago. O sangue ingerido pela pulga fica no esôfago e acaba se misturando com a população de bactérias. A cada nova picada, a pulga acaba regurgitando sanguemisturado com bactéria no local da picada e assiminfecta novos hospedeiros. j) Controle: eliminar vetores através da dedetização, tratar tocas de roedores, evitar o contato com estes, catação manual em animais domésticos.
  • 9. Universidade Federal doRiode Janeiro Biomedicina LudmilaAlem Parasitologia/2015