Um cachorro foi visto falando ao telefone discutindo preços. Logo outros cachorros se juntaram em uma assembléia planejando uma revolução canina contra a falta de alimentos e o tratamento dos humanos. A narradora testemunha isso perplexo e mais tarde conversa com um dos cachorros que pede asilo para os cães da universidade.

1. Texto colaborativo
REVOLUÇÃO CANINA.
Horário de verão, saí de casa muito cedo, e já estava próximo à Universidade, quando, de
repente, me deparei com a mais surpreendente cena: Um cachorro falando ao telefone! E não
só falava, como gesticulava e até gritava. Discutia. Era notável que estava alterado. Pelo que
pude ouvir, ele reclamava com alguém sobre o preço de alguma coisa... Furioso, o cachorro
falante soltou um grande uivo, em menos de um minuto outros dez cachorros se aproximaram
e começaram uma espécie de assembléia. Tramavam algo, estavam todos furiosos, o lider, um
forte e agitado pitbull, não quis saber de arredar patas até que tudo estivesse solucionado. Não
poderiam, jamais, aceitar que os manipulassem dessa forma. Alimentação é uma necessidade
básica. É inadmissível que tenhamos que pagar uma fortuna pela ração e enterrá­la para não
sofrer saques. Além disso, não é direito sair por aí remexendo as latas de lixo dos humanos
atrás de algo que se possa comer. Isso tudo pensou o pitbull antes de perceber que eu estava
ali parada ouvindo tudo, ele olhou em mim, e por alguns instantes me examinou, e
simplesmente latiu. Fiquei confusa. Continuei meu trajeto, com aquela cena gravada em minha
mente. Cheguei na Universidade e contei para minha colega de serviço, mas ela não acreditou
como eu já havia imaginado. Então fui buscar um documento no setor de protocolo, e vi uns dos
cachorros no gramado de acesso a sala, ele me olhou fixamente. Fiquei com medo. Resolvi
então falar com ele, me aproximei aos poucos, com as mãos suadas pelo nervosismo e o
cumprimentei com a voz suave... O cão apenas me observou, perguntei se estava alí para
protocolar algum documento, também permaneceu em silêncio, com um olhar de peixe morto
continuou a me observar... Neste momento, percebi meu chefe se aproximando, que me disse:
conversando com um cachorro? O cão respondeu a ele, antes de qualquer ação minha:
“Estava esperando para protocolar, não posso?”O homem, ao ouvir o cachorro falando, saiu em
disparada.Foi então que o cão chegou mais perto e disse que tinha ido na universidade
protocolar um pedido de asilo aos cães que ali perambulavam e sofriam com a a falta de
alimento.Bóris era seu nome, o líder chamou seus demais colegas caninos e assim todos
ficaram em minha frente esperando e observando meus movimentos.Disseram eles em
coro:”revolução”!