3. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
ALUÍSIO Tancredo Gonçalves de AZEVEDO
Romancista, contista, cronista, diplomata,
caricaturista e jornalista brasileiro; além de bom
desenhista e discreto pintor;
Irmão do também escritor Arthur Azevedo;
Maior nome do Naturalismo no Brasil e um dos
principais do mundo.
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o autor
6. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
• Obra-prima do Naturalismo brasileiro.
• Personagem principal: o próprio Cortiço.
• Cortiço: um organismo vivo.
• Romance social: cortiço versus sobrado.
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o livro
7. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
Em primeiro plano, está a história do português João Romão, que, em sua
ambição desmedida, ascende socialmente de vendeiro amante de uma
escrava a dono de um “Império” (o Cortiço), futuro Visconde e respeitado
marido da filha do Barão.
Paralelamente, são apresentadas histórias dos miseráveis moradores do
Cortiço, que têm suas vidas condicionadas pelo ambiente em que vivem,
pela natureza brasileira, pelas raças a que pertencem...
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o livro
9. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
O romance apresenta, como é comum na narrativa naturalista, um
NARRADOR ONISCIENTE, que tudo observa, relata, investiga.
É comum o movimento narrativo que parte de um quadro geral ou vista
panorâmica do ambiente para a enumeração e ou descrição exaustiva de
seus detalhes (objetos, personagens, ações), capacidade extraordinária
para fixar os movimentos das cenas.
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narrador
11. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CRONOLÓGICO. Em O Cortiço, o tempo é trabalhado de maneira linear,
com princípio, meio e desfecho da narrativa.
ÉPOCA: A história se desenrola no Brasil do século XIX, sem precisão de
datas. Há, no entanto, que ressaltar a relação do tempo com o
desenvolvimento do cortiço e com o enriquecimento de João Romão.
DURAÇÃO: por volta de três anos;
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tempo
13. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
São dois os espaços explorados na obra.
O primeiro é o CORTIÇO, amontoado de casebres mal-arranjados, onde os
pobres vivem.
Esse espaço representa a mistura de raças e a promiscuidade das classes
baixas. Funciona como um organismo vivo.
Junto ao cortiço estão a pedreira e a venda do português João Romão.
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espaço
14. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
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espaço
15. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
O segundo espaço, que fica ao lado do cortiço, é o SOBRADO
aristocratizante do comerciante Miranda e de sua família.
O sobrado representa a burguesia ascendente do século XIX.
Esses espaços fictícios são enquadrados no cenário do bairro de Botafogo,
explorando a exuberante natureza local como meio determinante.
Dessa maneira, o sol abrasador do litoral americano funciona como elemento
corruptor do homem local.
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espaço
17. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
O ambiente social e a natureza impõem-se sobre o indivíduo, ao gosto
dos deterministas.
O cortiço e a natureza tropical são tratados como organismos vivos.
Personagens planas (sem profundidade psicológica) – interessa o fatalismo
determinista.
Personagens, constantemente, animalizadas
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personagens
18. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
JOÃO ROMÃO
Dos treze aos vinte e cinco anos trabalha como empregado de um patrício.
Movido pela ambição capitalista.
A falta de escrúpulos é parte “natural” de sua personalidade, é consequência
da patologia de que sofre (“moléstia nervosa, febre de enriquecer”).
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personagens
19. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
JOÃO ROMÃO
Comporta-se de acordo com sua própria MORAL, segundo a qual tudo se
justifica em nome dos seus interesses.
O fato de ser um explorador dos seus semelhantes faz parte da ordem
natural das coisas: é um animal vencedor impondo sua força na selva da
vida.
Deseja ascender economicamente, mas, depois, também socialmente
(busca status).
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personagens
20. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
BERTOLEZA
No início da narrativa, é uma “crioula” de cerca de trinta anos, quitandeira
afamada, escrava de ganho (que pagava aluguel por sua liberdade) de um
velho cego do interior.
A união com João Romão não altera sua natureza e muito menos seus
hábitos de escrava, pelo contrário: passa a carregar (de bom grado, é
verdade, pois agora está “livre”) três fardos de uma só vez – torna-se
caixeira e criada (trabalhando como burro de carga para enriquecer o
amante-patrão) e amante (servindo de fêmea ao seu homem):
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personagens
21. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
BERTOLEZA
“(...) Bertoleza, sempre suja e tisnada [escuro, enegrecido], sempre sem
domingo nem dia santo”.
Apenas em um momento da narrativa Bertoleza tem voz ativa: quando se
recusa a ser encostada por João Romão como um traste qualquer: tem
consciência do quanto é responsável pela ascensão do amante e quer
tratamento à altura de sua importância na vida dele.
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personagens
22. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
MIRANDA
“Prezava, acima de tudo, a sua posição social e tremia só com a ideia de
ver-se novamente pobre, sem recursos e sem coragem para recomeçar a
vida, depois de se haver habituado a umas tantas regalias e afeito à
hombridade de português rico que já não tem pátria na Europa.”
Seu nome vem do latim “miror” – admirar – e indica seu papel em relação a
João Romão.
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personagens
23. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
MIRANDA
Enquanto João Romão vence pela capacidade de traba-
lho, pela habilidade natural para negociar e explorar
e pela falta de escrúpulos, Miranda vence pela
capacidade de dobrar-se às conveniências sociais: é
humilhado pela mulher, com quem se casou para
enriquecer, e sente inveja da força e esperteza do
vizinho vendeiro, mas consegue o reconhecimento e a
admiração dos homens ao fazer fortuna com a herança
de Estela e conquistar o título de Barão.
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personagens
24. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
ESTELA
É a personagem que melhor representa a hipocrisia social na narrativa.
É uma caricatura naturalista típica, pois só tem defeitos: manias (a
proteção ao Valentim, a fixação com a beleza), taras (a insaciabilidade
sexual).
A relação entre Miranda e Estela, baseada apenas em convenções sociais,
revela uma crítica (comum na literatura realista e naturalista) aos
casamentos arranjados, baseados em interesses ou conveniências.
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personagens
25. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
ESTELA
“Dona Estela, coitada! é que se precipitava, a passos de granadeiro, para
a velhice, a despeito da resistência com que se rendia; tinha já dois
dentes postiços, pintava o cabelo, e dos cantos da boca duas rugas
serpenteavam-lhe pelo queixo abaixo, desfazendo-lhe a primitiva graça
maliciosa dos lábios; ainda assim, porém, conservava o pescoço branco,
liso e grosso, e os seus braços não desmereciam dos antigos créditos.”
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26. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
ZULMIRA
Filha de Miranda e Estela.
O pai a repudiava por acreditar que era filha de outro homem. A mãe a
repudiava, pois tinha certeza que era filha de Miranda.
Vivia para satisfazer a vontade do pai. “...pálida, magrinha, com
pequeninas manchas roxas nas mucosas do nariz, das pálpebras e dos
lábios (...) olhos grandes, negros, vivos e maliciosos.”
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27. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
JERÔNIMO
Português, funcionário de João Romão na pedreira;
Nostálgico, forte, trabalhador, dedicado e honesto. É casado com Piedade,
mas sucumbe à malemolência de Rita Baiana.
“... a força de touro que o tornava respeitado e temido por todo
pessoal...”, “... grande seriedade do seu caráter e a pureza austera dos
seus costumes...”. “... um pulso de Hércules...”.
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28. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
JERÔNIMO
Português, funcionário de João Romão na pedreira;
Nostálgico, forte, trabalhador, dedicado e honesto. É casado com Piedade,
mas sucumbe à malemolência de Rita Baiana.
“... a força de touro que o tornava respeitado e temido por todo
pessoal...”, “... grande seriedade do seu caráter e a pureza austera dos
seus costumes...”. “... um pulso de Hércules...”.
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29. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
PIEDADE DE JESUS
Esposa amantíssima de Jerônimo. Era lavadeira no cortiço;
“teria trinta anos, boa estatura, carne ampla e rija, cabelos fortes de um
castanho fulvo, dentes pouco alvos, mas sólidos e perfeitos, cara cheia,
[...] Piedade merecia bem o seu homem, muito diligente, sadia, honesta,
forte, bem acomodada com tudo e com todos, trabalhando de sol a sol e
dando sempre tão boas contas da obrigação, que os seus fregueses de
roupa, apesar daquela mudança para Botafogo, não a deixaram quase
todos“.
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30. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
RITA BAIANA
Símbolo da força sensual da natureza tropical brasileira.
Rita é o centro irradiador de ALEGRIA e SENSUALIDADE no cortiço: “E
toda ela respirava o asseio das brasileiras e um odor sensual de trevos e
plantas aromáticas. Irrequieta, saracoteando o atrevido e rijo quadril
baiano, (...) pondo à mostra um fio de dentes claros e brilhantes que
enriqueciam a sua fisionomia com um realce fascinador”.
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31. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
RITA BAIANA
Descrita por meio de metáforas ou comparações a elementos da flora e
da fauna brasileira, Rita resume o fascínio e o poder da terra brasileira sobre
o estrangeiro (particularizado em Jerônimo), entorpecendo e enfeitiçando-lhe
as sensações:
“Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que
ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor
vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das
baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmeira virginal e
esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno
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32. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
RITA BAIANA
e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do
caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e
traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito
tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as
fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe
cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota
daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de
cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar
numa fosforescência afrodisíaca.”
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33. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
FIRMO
É um capoeira, de trinta e tantos anos (embora aparentasse ter dez a
menos), mulato, delgado de corpo e ágil como um cabrito, representante da
malandragem carioca, apaixonado por Rita Baiana, com quem chegou a ter
um caso.
De profissão era oficial torneiro. Usava sempre um chapéu de palha, que
punha de banda, um paletó de lustrina preta, sem gravata nem colete, já
bastante usado, calças apertadas nos joelhos, mas tão largas na bainha que
lhe engoliam os pezinhos secos e ligeiros.
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personagens
34. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
POMBINHA E DONA ISABEL
Pombinha é filha de dona Isabel. Dona Isabel é uma respeitada moradora do
cortiço pelos seus modos graves que indicavam o fino tratamento que tivera
em tempos idos.
É, contudo, uma pobre mulher comida de desgostos: fora casada com um
vendedor de chapéus que se suicidou, sendo tal fato a causa de estar ela
com a filha naquela estalagem, a qual tanto odeia.
Sacrificou-se para dar requintada educação à filha, até concedendo-lhe
aulas de francês.
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personagens
35. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
POMBINHA E DONA ISABEL
Pombinha era noiva de João da Costa, que conheceu juntamente com dona
Isabel numa casa de dança. O rapaz trabalha no comércio com o tio. Reserva a
grande esperança de dona Isabel de sair daquele cortiço.
Entretanto, um empecilho impede o imediato casamento entre os dois: àquela
altura, Pombinha tem seus dezoito anos de idade e NUNCA MENSTRUOU.
Dona Isabel crê, então, que ela não pode casar-se, haja vista que ainda não
ingressou na idade de mulher. Ela levava-a até médicos, pedia conselhos a
moradores do cortiço e fazia promessas a fim de que a filha menstruasse.
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36. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
POMBINHA E DONA ISABEL
Pombinha é filha de dona Isabel. Dona Isabel é uma respeitada moradora do
cortiço pelos seus modos graves que indicavam o fino tratamento que tivera
em tempos idos.
É, contudo, uma pobre mulher comida de desgostos: fora casada com um
vendedor de chapéus que se suicidou, sendo tal fato a causa de estar ela
com a filha naquela estalagem, a qual tanto odeia.
Sacrificou-se para dar requintada educação à filha, até concedendo-lhe
aulas de francês.
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37. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
LÉONIE
Protótipo da mulher do cortiço que saiu para a prostituição de elite, mantém
trânsito livre entre um conjunto e outro.
O modelo de Léonie repete-se em Pombinha, que é por ela seduzida,
deixando de lado seu aspecto angelical para assumir a imagem da “serpente”
Repete-se o determinismo: a Pombinha vai ser “devorada” pela “leoa” através
da iniciação homossexual.
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38. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
OUTROS PERSONAGENS
Henrique: filho de um fazendeiro importante que se encontra aos
cuidados de Miranda até o fim de seus estudos. Cultivará um caso com D.
Estela.
Valentim: filho alforriado de uma escrava por quem D. Estela nutria afeição
ilimitada.
Leonor: negrinha virgem, moradora do cortiço
Leandra (Machona): portuguesa feroz, habitante do cortiço.
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39. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
OUTROS PERSONAGENS
Ana das Dores: filha desquitada de Machona
Neném: filha virgem de Machona, muito cobiçada.
Agostinho: filho caçula de Machona que morre num acidente da pedreira.
Augusta: brasileira branca, honesta, casada com Alexandre e com muitos
filhos.
Alexandre: mulato, militar, dava muito valor ao seu emprego.
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40. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
OUTROS PERSONAGENS
Juju: afilhada de Leónie.
Leocádia: portuguesa, esposa de Bruno, comete adultério com Henrique.
Bruno: ferreiro casado com Leocádia.
Paula (a Bruxa): cabocla velha que exercia função de curandeira. Põe fogo
no cortiço duas vezes após enlouquecer, morrendo na segunda tentativa.
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personagens
41. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
OUTROS PERSONAGENS
Marciana: mulata velha, com mania de limpeza, mãe de Florinda, que
perde o juízo quando a filha foge de casa.
Florinda: filha virgem de Marciana, que engravida de um dos vendeiros de
Romão e foge de casa.
Albino: lavadeiro homossexual, morador do cortiço.
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42. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
OUTROS PERSONAGENS
Delporto, Pompeo, Francesco e Andrea: imigrantes italianos que residiam
no cortiço. Azevedo foi um dos primeiros a caracterizar literariamente a figura
do imigrante italiano no Brasil, mesmo que de forma preconceituosa,
retratando-os como carcamanos imundos.
Porfiro: mulato capoeira amigo de Firmo.
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43. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
OUTROS PERSONAGENS
Libório: velho pão-duro que esmolava entre os outros moradores do Cortiço,
mas que possuía uma fortuna escondida, da qual Romão irá se apoderar
depois da morte de Libório no segundo incêndio provocado por Bruxa.
Pataca: cúmplice de Jerônimo no assassinato de Firmo, torna-se um dos
aproveitadores de Piedade depois que Jerônimo vai morar com Rita.
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personagens
45. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 1
Apresentação dos personagens João Romão, Bertoleza, Miranda, Estela e
Zulmira;
Destaque para a falta de ética de João Romão e para o relacionamento
confuso de Miranda e Estela.
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46. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 2
Centrado na família de Miranda.
Apresenta a safadeza de Estela e o jogo de interesse que mantém o velho
Botelho como hóspede permanente da casa.
Conhecia todas as faltas de Estela e, naquele dia, surpreendeu-a “entalada
entre o muro e o Henrique”.
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47. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 3
Um dos mais conhecidos da obra.
Descreve, com detalhes, o acordar do cortiço, em que toda a cena é rica em
detalhes, sons e movimentações.
São apresentados todos os moradores do cortiço: as lavadeiras, seus
maridos e filhos.
Destaque para a personagem Pombinha.
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48. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 4
Jerônimo chega ao cortiço e se oferece para trabalhar na pedreira de João
Romão;
Pede 70 contos de réis, um valor bem acima do que João Romão intentava
pagar;
Desde o início, mostra seu valor e determinação, pois convence o patrão a
lhe pagar o salário.
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49. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 5
Jerônimo com sua esposa Piedade se mudam para o cortiço;
Como sempre, a população fica curiosa com os novos moradores;
Jerônimo mostra-se um trabalhador obstinado: Jerônimo acordava todos os
dias às quatro horas da manhã, fazia antes dos outros a sua lavagem à bica
do pátio
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50. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 6
Volta de Rita Baiana para o cortiço, o que se transforma em motivo de festa
e alegria para todos.
Estivera fora (em Jacarepaguá) por alguns anos com seu homem, Firmo. Rita
carregou para dentro do seu cômodo as provisões que trouxera; abriu logo a
janela e pôs-se a cantar.
Sua presença enchia de alegria a estalagem toda.
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51. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 7
Tarde de domingo muito animada no cortiço.
Miranda vocifera contra o barulho, mas só ouve gargalhadas como resposta.
À noite, arma-se uma roda de samba animadíssima.
Rita, dançando, encanta a todos, principalmente a Jerônimo
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52. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 8
Jerônimo fica doente (chá versus café + parati);
Henrique, hóspede de Miranda, olha para Leocádia e mostra-lhe um lindo
coelhinho e dá a entender que em troca de favores sexuais, poderia dar o
coelhinho para ela.
Vão ter a relação sexual atrás do cortiço. Ao final, são surpreendidos por
Bruno, marido de Leocádia, que arma um escândalo. Tanto Henrique como o
coelhinho fogem. Expulsa de casa, Leocádia recebe o apoio de Rita Baiana.
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53. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 9
Início da transformação lenta, mas gradativa de Jerônimo;
Marciana descobre que sua filha, Florinda, está grávida de seu Domingos,
o caixeiro da venda de João Romão.
As lavadeiras se solidarizam. Marciana ameaça ir à polícia, mas João
Romão diz que irá acertar tudo.
Chegada de Léonie, prostituta e lésbica, com sua afilhada Juju, filha de
Augusta e Alexandre. Léonie pergunta por Pombinha.
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54. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 10
Preparos da festa de Miranda: título de Barão do Freixal.
No cortiço, descobre-se que o caixeiro fugira. João Romão fingiu que não
sabia de nada e que também havia sido prejudicado.
De tanto Marciana bater em sua filha, esta foge.
João Romão expulsa Marciana por não querer mais escândalo por lá. Na
verdade, ele estava corroído de inveja pelo título de Miranda.
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55. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 10 (Continuação)
Festa também no cortiço: roda de samba;
Rita Baiana desperta o desejo de Jerônimo, Firmo enciumado;
Briga; Firmo bate em Jerônimo e foge.
A polícia tenta entrar no cortiço e vence a resistência de Romão;
Confusão, incêndio, temporal;
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56. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 11
O narrador entrega a culpada pelo incêndio: Paula, a bruxa;
Jerônimo é consolado por Rita e Piedade no hospital;
Pombinha é ABUSADA por Léonie;
Pombinha, enfim, menstrua.
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57. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 12
D. Isabel, radiante, conta para todo o cortiço que Pombinha, finalmente,
menstruara;
Pombinha vai se casar João da Costa, mas sente que nunca o amará;
Chega a sentir nojo, mas se casa por conveniência.
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58. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 13
Surge outro cortiço (“Cqbeça-de-Gato”) e os moradores do cortiço de João
Romão passam a ser chamados de “Carapicus”;
O português temeu pela concorrência, mas no fim aumentou seus lucros.
Passa a se vestir melhor e está visivelmente mudado;
Botelho, hóspede de Miranda, sugere a João Romão que ele se case com
Zulmira.
Romão gosta da ideia, mas precisaria se livrar de Bertoleza.
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59. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 14
Depois do incidente com Jerônimo, o relacionamento entre Rita e Firmo foi
esfriando a ponto de ela faltar aos encontros com ele.
Jerônimo se restabelece e volta ao cortiço, com dois objetivos em mente:
matar Firmo e ir viver com Rita Baiana.
Pataca e Zé Carlos o convencem de que o “serviço” seja feito naquela
mesma noite, pois Firmo está bêbado e é presa fácil.
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60. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 15
Pataca, fingindo-se bêbado, vai ao encontro de Firmo e lhe conta que vira
Rita na praia da Saudade. Firmo, muito bêbado, vai para lá.
Forma-se a emboscada, e Jerônimo e os dois colegas matam Firmo a
PAULADAS e o jogam, de uma ribanceira, ao mar.
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61. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 16
Jerônimo dirige-se à casa de Rita Baiana e conta que matou Firmo.
Amam-se e resolvem fugir juntos.
Piedade procura pelo marido por todo o cortiço.
Ao saber da morte de Firmo, entende tudo: foi Jerônimo, e ele a abandonaria
por causa daquela maldita mulata.
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62. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 16 (continuação)
Piedade provoca Rita Baiana para uma briga e elas rolam pelo pátio do
cortiço.
Há torcidas de portugueses e de brasileiros, mas, no melhor da luta, o cortiço
é invadido pelos capoeiras do cabeça-de-gato que vinham vingar Firmo, o
chefe da malta.
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63. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 17
Guerra entre os dois cortiços para que os Cabeça-de-gato vinguem a morte
de Firmo;
Aproveitando a confusão, Paula, a Bruxa, põe novamente fogo no cortiço;
Os moradores dos dois cortiços se unem para apagar o fogo, mas
fracassam, pois o cortiço de João Romão se consome em chamas.
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64. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 18
Rita aproveita o incêndio para sumir do cortiço, pois Jerônimo a esperava
em uma casinha que arranjara;
Miranda cumprimenta João Romão, pois como ele tinha seguro, não teria
prejuízos financeiros;
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65. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 19
As obras para a reconstrução do cortiço se iniciam a todo vapor.
Miranda e Botelho admiravam a prosperidade de João Romão e sempre
estavam por lá.
Aos domingos, João Romão jantava com o Barão e sua família, iam ao
teatro etc.
O único EMPECILHO era Bertoleza.
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66. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 19 (continuação)
Jerônimo e Rita construíram uma nova vida, pouco trabalhavam e viviam na
cama ou tocando violão e dançando.
Piedade, abandonada, entrega-se aos poucos à bebida, perde a freguesia e
seu único alento é a filha.
Jerônimo não pagou, durante 6 meses, o colégio da filha e a diretora enviou
uma carta com a conta, que, se não fosse paga, vetaria a entrada da criança
na escola.
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67. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 19 (continuação)
Piedade, desesperada, vai atrás de Jerônimo em sua nova moradia.
Encontra-o abatido e choram abraçados. Jerônimo promete pagar o
colégio, mas não o faz.
Piedade retorna à sua casa, agora com a filha. Jerônimo, já embriagado,
recebe-as muito bem e as convida para jantar.
Piedade, insuflada pela bebida, cobra mais uma vez a dívida do colégio, e
Jerônimo irritado, expulsa-as de sua casa.
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resumo
68. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 20
O novo cortiço em nada lembrava o anterior. Muito melhor e mais cuidado,
oferecia 400 cômodos, quase todos já ocupados.
Nessa noite, Piedade bebeu em excesso: “Era a boba da roda. Batiam-lhe
palmadas no traseiro e com o pé embaraçavam-lhe as pernas, para a ver cair
e rebolar-se no chão.”
Forma-se uma nova roda de samba. João Romão chega e dispersa a
barulheira.
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69. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 20 (continuação)
Piedade e Pataca, embriagados, dirigem-se à casa dela. Lá, Pataca a ataca
e rolam pelo chão.
A filha, que tudo viu, acode a mãe, quando esta, ao final, vomita e desmaia.
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70. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 21
João Romão está com a ideia fixa de despachar Bertoleza para longe de si.
Não sabe como fazê-lo;
Junto com Botelho tem a ideia de devolvê-la ao seu antigo dono:
Botelho receberia a quantia de duzentos mil-réis para resolver o caso.
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71. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 22
Tanto a casa comercial como a “Avenida São Romão” prosperavam
incessantemente.
Bertoleza, desconfiada, sofria temerosa e mal conseguia dormir.
Destino de Pombinha: desencantada com o casamento, abandona o marido e se
entrega a outros homens.
Procura Léonie e juntas dominam o meretrício da cidade.
Pombinha será “substituída” por Senhorinha.
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72. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 23
Nesse Capítulo final, João Romão consegue atingir seu último intento: retirar,
para sempre, Bertoleza de sua vida e casar-se com Zulmira, filha de
Miranda, para então ascender, finalmente, à classe “nobre” de imigrantes do
Rio de Janeiro.
O desfecho trágico de Bertoleza e a ironia no final.
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73. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
CAPÍTULO 23
Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um
salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe
certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado. E depois embarcou para
a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.
João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o
rosto com as mãos. Nesse momento parava à porta da rua uma
carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca!
trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito. Ele mandou
que os conduzissem para a sala de visitas.
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resumo
75. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
• Linguagem precisa, sóbria e objetiva empregada pelo narrador.
• Registro da linguagem falada do Brasil e de Portugal
• Gírias, jargões, ditos populares e xingamentos agressivos.
• Valorização dos estímulos visuais – CROMATISMO.
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linguagem
76. O CORTIÇO Aluísio Azevedo
• Mistura da percepção de diferentes sentidos – SINESTESIA.
• Prosa sonora – aliterações, assonâncias e onomatopéias.
• Comparações e metáforas – presença marcante de animais.
• Pontuação emotiva – exagero de exclamações e reticências.
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