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09/11/12 - Início do Curso de Informática Específico ao Professor - SRE

     Aprendizagem continuada ao longo da vida o exemplo da terceira idade - José Armando Valente

Resumo: A formação de qualquer individuo, para viver e ser capaz de atuar na sociedade do conhecimento, não
pode ser pensada como algo que acontece somente no âmbito da escola. E importante entender a aprendizagem
como uma atividade contínua, estendendo-se ao longo da vida. A análise dos processos de aprendizagem nos
diferentes períodos da nossa vida mostra que aprendizagem como construção de conhecimento acontece na
infância e na terceira idade.

Neste artigo são discutidos os sentidos de ensinar e aprender, a aprendizagem que acontece nos diferentes
períodos da vida como na infância, na terceira idade, no período escolar e pós-escolar e como estas diferentes
modalidades de aprendizagem podem contribuir para a implantação da aprendizagem continuada ao longo da
vida. São discutidos também os fatores que podem estimular esta aprendizagem, especificamente o papel da
escola e dos agentes que devem auxiliar as pessoas a aprender continuadamente ao longo da vida.

Indica também que todas as características prazerosas da aprendizagem que a terceira idade está descobrindo e
vivenciando devem estar presentes em outros períodos da nossa vida educacional, principalmente no escolar e
no profissional.

A proposta é que a aprendizagem que acontece no período escolar e na vida profissional não deve ser diferente
da que se dá na infância e da que está ocorrendo nas experiências com a terceira idade, conforme relatado ao
longo deste livro.
A análise do que acontece com a aprendizagem durante diferentes períodos em nossa vida mostra que,
ironicamente, o período escolar e profissional, de maior vigor mental, está entrincheirado entre o período da
infância e o da terceira idade que constituem as experiências de verdadeira construção de conhecimento e do
prazer de aprender, em vez da memorização da informação e da escola maçante e chata.

1. O que significa ensinar e aprender: O conceito de aprender está muito vinculado ao de ensinar. No entanto,
as concepções atuais sobre aprendizagem mostram que a ação de ensinar pode provocar diferentes tipos de
aprendizagem.

A educação significa proporcionar condições para que a aprendizagem seja produto de um processo de
construção de conhecimento que o aprendiz realiza na interação com o mundo dos objetos e do social. Neste
sentido, aprender significa o aprendiz ser capaz de utilizar sua experiência de vida e conhecimentos já
adquiridos na atribuição de novos significados e na transformação da informação obtida, convertendo-a em
conhecimento.

Passamos e recebemos informação, e ter uma informação armazenada na mente é conhecer no sentido fraco,
como definido por Espósito (1999). Já o conhecimento construído é o produto do processamento, da
interpretação, da compreensão da informação.

2. Aprendizagem durante a infância: A criança antes de entrar na escola é motivada para a aprendizagem e
assume uma atitude de ativa busca de informação.
As teorias sócio-interacionistas explicam a aprendizagem como fruto da interação do aprendiz com o mundo
dos objetos e das pessoas (Freire, 1970; Piaget, 1976; Vygotsky, 1991; Wallon, 1989). A diferença entre esses
autores está na ênfase colocada nas interações com os objetos, o papel do mediador no processo de apropriação
da informação e a função da sociedade como fonte de recursos culturais a serem adquiridos. No entanto, Piaget
Piaget mostrou que as pessoas têm uma capacidade de aprender a todo momento, desde os primeiros minutos de
vida. O bebê já demonstra aprendizagem no estabelecimento de relações com a mãe e na atividade de
amamentação. Aprendemos tudo isso vivendo, fazendo coisas e interagindo com objetos e pessoas do nosso
dia-a-dia. Não somos ensinados no sentido tradicional de aulas expositivas.
Portanto, durante a infância, principalmente no período que antecede a entrada na escola, as crianças aprendem
porque estão imersas em ambientes onde enco
3. Aprendizagem na escola e na vida profissional: Embora o individuo possa aprender multo interagindo
com os objetos e com as pessoas, a complexidade do mundo acaba demandando que ele procure ajuda para
formalizar aquilo que faz intuitivamente.
Neste período, é multo difícil encontrar alunos engajados em uma experiência ótima, no sentido da teoria do
fluxo.
4. O que significa ensinar e aprender: O conceito de aprender está muito vinculado ao de ensinar. No entanto,
as concepções atuais sobre aprendizagem mostram que a ação de ensinar pode provocar diferentes tipos de
aprendizagem.




Aprendizagem na terceira idade: No outro extremo da nossa vida, temos a aprendizagem que acontece depois
que a pessoa deixa a vida profissional - ou diminuem as obrigações familiares - e passa a dedicar parte do seu
tempo para "fazer as coisas de que gosta" ou aquelas que não foram realizadas por conta da "falta de tempo". E
esta "coisa" pode ser multo variada e relacionada com praticamente todas as áreas do conhecimento, mas,
certamente, envolvendo uma grande dose de aprendizagem. Há uma predisposição para a aprendizagem e esta
acontece de modo muito semelhante á aprendizagem do período infantil.


. No Brasil, segundo dados do IBGE, em 1992 eram 11,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
O duplo salário ¬da pensão e do trabalho -coloca-os em uma posição confortável economicamente (Pavon,
2001). Por exemplo, em alguns casos envolvem o domínio da tecnologia da informação, como é o tipo de
atividade que está sendo desenvolvida no curso de Introdução á Informática na Universidade Aberta para a
Maturidade, da PUCSP, ministrado pela pesquisadora Vitória Kachar (Kachar, 2000).
Os alunos escolhem este curso para entender a magia do computador. Em questionários e entrevistas
conduzidas no inicio do curso, os alunos falam explicitamente em "desmistificar a máquina", "atualização" e
"desafios".
Esta sensação de "empowernent" observada em outras circunstâncias de uso da informática na educação
(Valente, 1999) também se faz presente neste contexto.
Este tipo de sensação está muito longe de ser vivenciada por alunos do ensino tradicional.
Aprendizagem na escola e na vida profissional
Embora o individuo possa aprender multo interagindo com os objetos e com as pessoas, a complexidade do
mundo acaba demandando que ele procure ajuda para formalizar aquilo que faz intuitivamente.
Neste período, é multo difícil encontrar alunos engajados em uma experiência ótima, no sentido da teoria do
fluxo. A predisposição de receptor-passivo é produto de um sistema educacional que funciona com base na
transmissão de informação.
Indica também que todas as características prazerosas da aprendizagem que a terceira idade está descobrindo e
vivenciando devem estar presentes em outros períodos da nossa vida educacional, principalmente no escolar e
no profissional.

A proposta é que a aprendizagem que acontece no período escolar e na vida profissional não deve ser diferente
da que se dá na infância e da que está ocorrendo nas experiências com a terceira idade, conforme relatado ao
longo deste livro..

A análise do que acontece com a aprendizagem durante diferentes períodos em nossa vida mostra que,
ironicamente, o período escolar e profissional, de maior vigor mental, está entrincheirado entre o período da
infância e o da terceira idade que constituem as experiências de verdadeira construção de conhecimento e do
prazer de aprender, em vez da memorização da informação e da escola maçante e chata.
O que significa ensinar e aprender
O conceito de aprender está muito vinculado ao de ensinar. No entanto, as concepções atuais sobre
aprendizagem mostram que a ação de ensinar pode provocar diferentes tipos de aprendizagem.

Aprender, segundo esta concepção, significa memorizar a informação que foi transmitida. Esta aprendizagem
será tanto melhor quanto mais fidedigna for a capacidade do aprendiz de reproduzir a informação recebida. Ou
seja, quanto menos interferência da sua capacidade mental na alteração da informação passada pelo professor,
melhor.

Por outro lado, a Educação pode assumir outra dimensão em que o ensinar pode ter um outro significado:
proporcionar condições para que a aprendizagem seja produto de um processo de construção de conhecimento
que o aprendiz realiza na interação com o mundo dos objetos e do social. Neste sentido, aprender significa o
aprendiz ser capaz de utilizar sua experiência de vida e conhecimentos já adquiridos na atribuição de novos
significados e na transformação da informação obtida, convertendo-a em conhecimento.

Passamos e recebemos informação, e ter uma informação armazenada na mente é conhecer no sentido fraco,
como definido por Espósito (1999). Já o conhecimento construído é o produto do processamento, da
interpretação, da compreensão da informação.

Aprendizagem durante a infância
A criança antes de entrar na escola é motivada para a aprendizagem e assume uma atitude de ativa busca de
informação.
As teorias sociointeracionistas explicam a aprendizagem como fruto da interação do aprendiz com o mundo dos
objetos e das pessoas (Freire, 1970; Piaget, 1976; Vygotsky, 1991; Wallon, 1989). A diferença entre esses
autores está na ênfase colocada nas interações com os objetos, o papel do mediador no processo de apropriação
da informação e a função da sociedade como fonte de recursos culturais a serem adquiridos.
Piaget mostrou que as pessoas têm uma capacidade de aprender a todo momento, desde os primeiros minutos de
vida. O bebê já demonstra aprendizagem no estabelecimento de relações com a mãe e na atividade de
amamentação.
Aprendemos tudo isso vivendo, fazendo coisas e interagindo com objetos e pessoas do nosso dia-a-dia. Não
somos        ensinados         no         sentido        tradicional      de          aulas        expositivas.
Aprendemos e ensinamos porque temos que resolver problemas reais e interagir com pessoas e objetos do nosso
dia-a-dia.
 Indica também que todas as características prazerosas da aprendizagem que a terceira idade está descobrindo e
vivenciando devem estar presentes em outros períodos da nossa vida educacional, principalmente no escolar e
no                                                                                                profissional.

A proposta é que a aprendizagem que acontece no período escolar e na vida profissional não deve ser diferente
da que se dá na infância e da que está ocorrendo nas experiências com a terceira idade, conforme relatado ao
longo                                              deste                                               livro..

A análise do que acontece com        a aprendizagem durante diferentes períodos em nossa vida mostra que,
ironicamente, o período escolar e    profissional, de maior vigor mental, está entrincheirado entre o período da
infância e o da terceira idade que   constituem as experiências de verdadeira construção de conhecimento e do
prazer de aprender, em vez            da memorização da informação e da escola maçante e chata.

O             que               significa           ensinar               e             aprender
O conceito de aprender está muito vinculado ao de ensinar. No entanto, as concepções atuais sobre
aprendizagem mostram que a ação de ensinar pode provocar diferentes tipos de aprendizagem.

Aprender, segundo esta concepção, significa memorizar a informação que foi transmitida. Esta aprendizagem
será tanto melhor quanto mais fidedigna for a capacidade do aprendiz de reproduzir a informação recebida. Ou
seja, quanto menos interferência da sua capacidade mental na alteração da informação passada pelo professor,
melhor.

Por outro lado, a Educação pode assumir outra dimensão em que o ensinar pode ter um outro significado:
proporcionar condições para que a aprendizagem seja produto de um processo de construção de conhecimento
que o aprendiz realiza na interação com o mundo dos objetos e do social. Neste sentido, aprender significa o
aprendiz ser capaz de utilizar sua experiência de vida e conhecimentos já adquiridos na atribuição de novos
significados e na transformação da informação obtida, convertendo-a em conhecimento.

Passamos e recebemos informação, e ter uma informação armazenada na mente é conhecer no sentido fraco,
como definido por Espósito (1999).

Aprendizagem                            durante                         a                        infância
A criança antes de entrar na escola é motivada para a aprendizagem e assume uma atitude de ativa busca de
informação.
As teorias sociointeracionistas explicam a aprendizagem como fruto da interação do aprendiz com o mundo dos
objetos e das pessoas (Freire, 1970; Piaget, 1976; Vygotsky, 1991; Wallon, 1989). A diferença entre esses
autores está na ênfase colocada nas interações com os objetos, o papel do mediador no processo de apropriação
da informação e a função da sociedade como fonte de recursos culturais a serem adquiridos.
Piaget mostrou que as pessoas têm uma capacidade de aprender a todo momento, desde os primeiros minutos de
vida. O bebê já demonstra aprendizagem no estabelecimento de relações com a mãe e na atividade de
amamentação.
Aprendemos tudo isso vivendo, fazendo coisas e interagindo com objetos e pessoas do nosso dia-a-dia. Não
somos       ensinados        no        sentido        tradicional        de       aulas         expositivas.
Aprendemos e ensinamos porque temos que resolver problemas reais e interagir com pessoas e objetos do nosso
dia-a-dia.

Há uma predisposição para a aprendizagem e esta acontece de modo muito semelhante á aprendizagem do
período infantil.


No Brasil, segundo dados do IBGE, em 1992 eram 11,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
O duplo salário ¬da pensão e do trabalho -coloca-os em uma posição confortável economicamente (Pavon,
2001).
Por exemplo, em alguns casos envolvem o domínio da tecnologia da informação, como é o tipo de atividade
que está sendo desenvolvida no curso de Introdução á Informática na Universidade Aberta para a Maturidade,
da PUCSP, ministrado pela pesquisadora Vitória Kachar (Kachar, 2000).
Os alunos escolhem este curso para entender a magia do computador. Em questionários e entrevistas
conduzidas no inicio do curso, os alunos falam explicitamente em "desmistificar a máquina", "atualização" e
"desafios".
Esta sensação de "empowernent" observada em outras circunstâncias de uso da informática na educação
(Valente, 1999) também se faz presente neste contexto.

Este tipo de sensação está muito longe de ser vivenciada por alunos do ensino tradicional.

Aprendizagem            na          escola           e            na            vida        profissional
Embora o individuo possa aprender multo interagindo com os objetos e com as pessoas, a complexidade do
mundo acaba demandando que ele procure ajuda para formalizar aquilo que faz intuitivamente.
Neste período, é multo difícil encontrar alunos engajados em uma experiência ótima, no sentido da teoria do
fluxo.
A predisposição de receptor-passivo é produto de um sistema educacional que funciona com base na
transmissão de informação.
Essa estratificação de conteúdos continua até a universidade e, dessa forma, a escola não promove o
desenvolvimento de habilidades de aprendizagem que auxiliam as pessoas a aprenderem a aprender e a
continuarem a aprender após a educação escolar. As pessoas deveriam aprender a buscar a informação, aprender
como usá-la e, assim, apropriarem-se dessa experiência, convertendo-a em algo pessoal.

Embora a escola esteja cultivando o desenvolvimento da predisposição de receptor¬passivo, o cacador-ativo
continua a existir. Essas predisposições caminham em paralelo e são usadas alternadamente dependendo do
interesse, das circunstâncias e do estilo de trabalho. Em alguns casos, não somos conscientes da existência
dessas predisposições e ignoramos a do cacador-ativo.
A Figura I sintetiza as diferentes predisposições de aprendizagem que acontecem nos diferentes períodos da
nossa vida.




Uma solução mais efetiva é a de desenvolver a predisposição de aprendizagem continuada ao longo da vida
(lifelong-Iearning mindset).
A função da escola deveria ser a de trabalhar com a predisposição de cacador-ativo e auxiliar o aprendiz a
desenvolver a predisposição de aprendizagem continuada ao longo da vida. Essa predisposição, portanto, passa
a ser uma extensão, una aprimoramento, do cacador-ativo. A Figura 2 mostra a predisposição de aprendizagem
continuada ao longo da vida.
No Brasil, segundo dados do IBGE, em 1992 eram 11,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
Por exemplo, em alguns casos envolvem o domínio da tecnologia da informação, como é o tipo de atividade
que está sendo desenvolvida no curso de Introdução á Informática na Universidade Aberta para a Maturidade,
da PUCSP, ministrado pela pesquisadora Vitória Kachar (Kachar, 2000).
Os alunos escolhem este curso para entender a magia do computador. Em questionários e entrevistas
conduzidas no inicio do curso, os alunos falam explicitamente em "desmistificar a máquina", "atualização" e
"desafios".
Esta sensação de "empowernent" observada em outras circunstâncias de uso da informática na educação
(Valente, 1999) também se faz presente neste contexto.
Este tipo de sensação está muito longe de ser vivenciada por alunos do ensino tradicional. Aprendizagem na
escola                     e                     na                    vida                     profissional
Embora o individuo possa aprender multo interagindo com os objetos e com as pessoas, a complexidade do
mundo acaba demandando que ele procure ajuda para formalizar aquilo que faz intuitivamente.
Neste período, é multo difícil encontrar alunos engajados em uma experiência ótima, no sentido da teoria do
fluxo. A predisposição de receptor-passivo é produto de um sistema educacional que funciona com base na
transmissão de informação.
As pessoas deveriam aprender a buscar a informação, aprender como usá-la e, assim, apropriarem-se dessa
experiência,              convertendo-a                 em                 algo                 pessoal.

Embora a escola esteja cultivando o desenvolvimento da predisposição de receptor¬passivo, o cacador-ativo
continua a existir. Essas predisposições caminham em paralelo e são usadas alternadamente dependendo do
interesse, das circunstâncias e do estilo de trabalho. Em alguns casos, não somos conscientes da existência
dessas predisposições e ignoramos a do cacador-ativo.

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Aprendizagem ao longo da vida

  • 1. 09/11/12 - Início do Curso de Informática Específico ao Professor - SRE Aprendizagem continuada ao longo da vida o exemplo da terceira idade - José Armando Valente Resumo: A formação de qualquer individuo, para viver e ser capaz de atuar na sociedade do conhecimento, não pode ser pensada como algo que acontece somente no âmbito da escola. E importante entender a aprendizagem como uma atividade contínua, estendendo-se ao longo da vida. A análise dos processos de aprendizagem nos diferentes períodos da nossa vida mostra que aprendizagem como construção de conhecimento acontece na infância e na terceira idade. Neste artigo são discutidos os sentidos de ensinar e aprender, a aprendizagem que acontece nos diferentes períodos da vida como na infância, na terceira idade, no período escolar e pós-escolar e como estas diferentes modalidades de aprendizagem podem contribuir para a implantação da aprendizagem continuada ao longo da vida. São discutidos também os fatores que podem estimular esta aprendizagem, especificamente o papel da escola e dos agentes que devem auxiliar as pessoas a aprender continuadamente ao longo da vida. Indica também que todas as características prazerosas da aprendizagem que a terceira idade está descobrindo e vivenciando devem estar presentes em outros períodos da nossa vida educacional, principalmente no escolar e no profissional. A proposta é que a aprendizagem que acontece no período escolar e na vida profissional não deve ser diferente da que se dá na infância e da que está ocorrendo nas experiências com a terceira idade, conforme relatado ao longo deste livro. A análise do que acontece com a aprendizagem durante diferentes períodos em nossa vida mostra que, ironicamente, o período escolar e profissional, de maior vigor mental, está entrincheirado entre o período da infância e o da terceira idade que constituem as experiências de verdadeira construção de conhecimento e do prazer de aprender, em vez da memorização da informação e da escola maçante e chata. 1. O que significa ensinar e aprender: O conceito de aprender está muito vinculado ao de ensinar. No entanto, as concepções atuais sobre aprendizagem mostram que a ação de ensinar pode provocar diferentes tipos de aprendizagem. A educação significa proporcionar condições para que a aprendizagem seja produto de um processo de construção de conhecimento que o aprendiz realiza na interação com o mundo dos objetos e do social. Neste sentido, aprender significa o aprendiz ser capaz de utilizar sua experiência de vida e conhecimentos já adquiridos na atribuição de novos significados e na transformação da informação obtida, convertendo-a em conhecimento. Passamos e recebemos informação, e ter uma informação armazenada na mente é conhecer no sentido fraco, como definido por Espósito (1999). Já o conhecimento construído é o produto do processamento, da interpretação, da compreensão da informação. 2. Aprendizagem durante a infância: A criança antes de entrar na escola é motivada para a aprendizagem e assume uma atitude de ativa busca de informação. As teorias sócio-interacionistas explicam a aprendizagem como fruto da interação do aprendiz com o mundo dos objetos e das pessoas (Freire, 1970; Piaget, 1976; Vygotsky, 1991; Wallon, 1989). A diferença entre esses autores está na ênfase colocada nas interações com os objetos, o papel do mediador no processo de apropriação da informação e a função da sociedade como fonte de recursos culturais a serem adquiridos. No entanto, Piaget Piaget mostrou que as pessoas têm uma capacidade de aprender a todo momento, desde os primeiros minutos de vida. O bebê já demonstra aprendizagem no estabelecimento de relações com a mãe e na atividade de amamentação. Aprendemos tudo isso vivendo, fazendo coisas e interagindo com objetos e pessoas do nosso
  • 2. dia-a-dia. Não somos ensinados no sentido tradicional de aulas expositivas. Portanto, durante a infância, principalmente no período que antecede a entrada na escola, as crianças aprendem porque estão imersas em ambientes onde enco 3. Aprendizagem na escola e na vida profissional: Embora o individuo possa aprender multo interagindo com os objetos e com as pessoas, a complexidade do mundo acaba demandando que ele procure ajuda para formalizar aquilo que faz intuitivamente. Neste período, é multo difícil encontrar alunos engajados em uma experiência ótima, no sentido da teoria do fluxo. 4. O que significa ensinar e aprender: O conceito de aprender está muito vinculado ao de ensinar. No entanto, as concepções atuais sobre aprendizagem mostram que a ação de ensinar pode provocar diferentes tipos de aprendizagem. Aprendizagem na terceira idade: No outro extremo da nossa vida, temos a aprendizagem que acontece depois que a pessoa deixa a vida profissional - ou diminuem as obrigações familiares - e passa a dedicar parte do seu tempo para "fazer as coisas de que gosta" ou aquelas que não foram realizadas por conta da "falta de tempo". E esta "coisa" pode ser multo variada e relacionada com praticamente todas as áreas do conhecimento, mas, certamente, envolvendo uma grande dose de aprendizagem. Há uma predisposição para a aprendizagem e esta acontece de modo muito semelhante á aprendizagem do período infantil. . No Brasil, segundo dados do IBGE, em 1992 eram 11,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos. O duplo salário ¬da pensão e do trabalho -coloca-os em uma posição confortável economicamente (Pavon, 2001). Por exemplo, em alguns casos envolvem o domínio da tecnologia da informação, como é o tipo de atividade que está sendo desenvolvida no curso de Introdução á Informática na Universidade Aberta para a Maturidade, da PUCSP, ministrado pela pesquisadora Vitória Kachar (Kachar, 2000). Os alunos escolhem este curso para entender a magia do computador. Em questionários e entrevistas conduzidas no inicio do curso, os alunos falam explicitamente em "desmistificar a máquina", "atualização" e "desafios". Esta sensação de "empowernent" observada em outras circunstâncias de uso da informática na educação (Valente, 1999) também se faz presente neste contexto. Este tipo de sensação está muito longe de ser vivenciada por alunos do ensino tradicional. Aprendizagem na escola e na vida profissional Embora o individuo possa aprender multo interagindo com os objetos e com as pessoas, a complexidade do mundo acaba demandando que ele procure ajuda para formalizar aquilo que faz intuitivamente. Neste período, é multo difícil encontrar alunos engajados em uma experiência ótima, no sentido da teoria do fluxo. A predisposição de receptor-passivo é produto de um sistema educacional que funciona com base na transmissão de informação. Indica também que todas as características prazerosas da aprendizagem que a terceira idade está descobrindo e vivenciando devem estar presentes em outros períodos da nossa vida educacional, principalmente no escolar e no profissional. A proposta é que a aprendizagem que acontece no período escolar e na vida profissional não deve ser diferente da que se dá na infância e da que está ocorrendo nas experiências com a terceira idade, conforme relatado ao longo deste livro.. A análise do que acontece com a aprendizagem durante diferentes períodos em nossa vida mostra que, ironicamente, o período escolar e profissional, de maior vigor mental, está entrincheirado entre o período da infância e o da terceira idade que constituem as experiências de verdadeira construção de conhecimento e do prazer de aprender, em vez da memorização da informação e da escola maçante e chata.
  • 3. O que significa ensinar e aprender O conceito de aprender está muito vinculado ao de ensinar. No entanto, as concepções atuais sobre aprendizagem mostram que a ação de ensinar pode provocar diferentes tipos de aprendizagem. Aprender, segundo esta concepção, significa memorizar a informação que foi transmitida. Esta aprendizagem será tanto melhor quanto mais fidedigna for a capacidade do aprendiz de reproduzir a informação recebida. Ou seja, quanto menos interferência da sua capacidade mental na alteração da informação passada pelo professor, melhor. Por outro lado, a Educação pode assumir outra dimensão em que o ensinar pode ter um outro significado: proporcionar condições para que a aprendizagem seja produto de um processo de construção de conhecimento que o aprendiz realiza na interação com o mundo dos objetos e do social. Neste sentido, aprender significa o aprendiz ser capaz de utilizar sua experiência de vida e conhecimentos já adquiridos na atribuição de novos significados e na transformação da informação obtida, convertendo-a em conhecimento. Passamos e recebemos informação, e ter uma informação armazenada na mente é conhecer no sentido fraco, como definido por Espósito (1999). Já o conhecimento construído é o produto do processamento, da interpretação, da compreensão da informação. Aprendizagem durante a infância A criança antes de entrar na escola é motivada para a aprendizagem e assume uma atitude de ativa busca de informação. As teorias sociointeracionistas explicam a aprendizagem como fruto da interação do aprendiz com o mundo dos objetos e das pessoas (Freire, 1970; Piaget, 1976; Vygotsky, 1991; Wallon, 1989). A diferença entre esses autores está na ênfase colocada nas interações com os objetos, o papel do mediador no processo de apropriação da informação e a função da sociedade como fonte de recursos culturais a serem adquiridos. Piaget mostrou que as pessoas têm uma capacidade de aprender a todo momento, desde os primeiros minutos de vida. O bebê já demonstra aprendizagem no estabelecimento de relações com a mãe e na atividade de amamentação. Aprendemos tudo isso vivendo, fazendo coisas e interagindo com objetos e pessoas do nosso dia-a-dia. Não somos ensinados no sentido tradicional de aulas expositivas. Aprendemos e ensinamos porque temos que resolver problemas reais e interagir com pessoas e objetos do nosso dia-a-dia. Indica também que todas as características prazerosas da aprendizagem que a terceira idade está descobrindo e vivenciando devem estar presentes em outros períodos da nossa vida educacional, principalmente no escolar e no profissional. A proposta é que a aprendizagem que acontece no período escolar e na vida profissional não deve ser diferente da que se dá na infância e da que está ocorrendo nas experiências com a terceira idade, conforme relatado ao longo deste livro.. A análise do que acontece com a aprendizagem durante diferentes períodos em nossa vida mostra que, ironicamente, o período escolar e profissional, de maior vigor mental, está entrincheirado entre o período da infância e o da terceira idade que constituem as experiências de verdadeira construção de conhecimento e do prazer de aprender, em vez da memorização da informação e da escola maçante e chata. O que significa ensinar e aprender O conceito de aprender está muito vinculado ao de ensinar. No entanto, as concepções atuais sobre aprendizagem mostram que a ação de ensinar pode provocar diferentes tipos de aprendizagem. Aprender, segundo esta concepção, significa memorizar a informação que foi transmitida. Esta aprendizagem será tanto melhor quanto mais fidedigna for a capacidade do aprendiz de reproduzir a informação recebida. Ou
  • 4. seja, quanto menos interferência da sua capacidade mental na alteração da informação passada pelo professor, melhor. Por outro lado, a Educação pode assumir outra dimensão em que o ensinar pode ter um outro significado: proporcionar condições para que a aprendizagem seja produto de um processo de construção de conhecimento que o aprendiz realiza na interação com o mundo dos objetos e do social. Neste sentido, aprender significa o aprendiz ser capaz de utilizar sua experiência de vida e conhecimentos já adquiridos na atribuição de novos significados e na transformação da informação obtida, convertendo-a em conhecimento. Passamos e recebemos informação, e ter uma informação armazenada na mente é conhecer no sentido fraco, como definido por Espósito (1999). Aprendizagem durante a infância A criança antes de entrar na escola é motivada para a aprendizagem e assume uma atitude de ativa busca de informação. As teorias sociointeracionistas explicam a aprendizagem como fruto da interação do aprendiz com o mundo dos objetos e das pessoas (Freire, 1970; Piaget, 1976; Vygotsky, 1991; Wallon, 1989). A diferença entre esses autores está na ênfase colocada nas interações com os objetos, o papel do mediador no processo de apropriação da informação e a função da sociedade como fonte de recursos culturais a serem adquiridos. Piaget mostrou que as pessoas têm uma capacidade de aprender a todo momento, desde os primeiros minutos de vida. O bebê já demonstra aprendizagem no estabelecimento de relações com a mãe e na atividade de amamentação. Aprendemos tudo isso vivendo, fazendo coisas e interagindo com objetos e pessoas do nosso dia-a-dia. Não somos ensinados no sentido tradicional de aulas expositivas. Aprendemos e ensinamos porque temos que resolver problemas reais e interagir com pessoas e objetos do nosso dia-a-dia. Há uma predisposição para a aprendizagem e esta acontece de modo muito semelhante á aprendizagem do período infantil. No Brasil, segundo dados do IBGE, em 1992 eram 11,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos. O duplo salário ¬da pensão e do trabalho -coloca-os em uma posição confortável economicamente (Pavon, 2001). Por exemplo, em alguns casos envolvem o domínio da tecnologia da informação, como é o tipo de atividade que está sendo desenvolvida no curso de Introdução á Informática na Universidade Aberta para a Maturidade, da PUCSP, ministrado pela pesquisadora Vitória Kachar (Kachar, 2000). Os alunos escolhem este curso para entender a magia do computador. Em questionários e entrevistas conduzidas no inicio do curso, os alunos falam explicitamente em "desmistificar a máquina", "atualização" e "desafios". Esta sensação de "empowernent" observada em outras circunstâncias de uso da informática na educação (Valente, 1999) também se faz presente neste contexto. Este tipo de sensação está muito longe de ser vivenciada por alunos do ensino tradicional. Aprendizagem na escola e na vida profissional Embora o individuo possa aprender multo interagindo com os objetos e com as pessoas, a complexidade do mundo acaba demandando que ele procure ajuda para formalizar aquilo que faz intuitivamente. Neste período, é multo difícil encontrar alunos engajados em uma experiência ótima, no sentido da teoria do fluxo.
  • 5. A predisposição de receptor-passivo é produto de um sistema educacional que funciona com base na transmissão de informação. Essa estratificação de conteúdos continua até a universidade e, dessa forma, a escola não promove o desenvolvimento de habilidades de aprendizagem que auxiliam as pessoas a aprenderem a aprender e a continuarem a aprender após a educação escolar. As pessoas deveriam aprender a buscar a informação, aprender como usá-la e, assim, apropriarem-se dessa experiência, convertendo-a em algo pessoal. Embora a escola esteja cultivando o desenvolvimento da predisposição de receptor¬passivo, o cacador-ativo continua a existir. Essas predisposições caminham em paralelo e são usadas alternadamente dependendo do interesse, das circunstâncias e do estilo de trabalho. Em alguns casos, não somos conscientes da existência dessas predisposições e ignoramos a do cacador-ativo. A Figura I sintetiza as diferentes predisposições de aprendizagem que acontecem nos diferentes períodos da nossa vida. Uma solução mais efetiva é a de desenvolver a predisposição de aprendizagem continuada ao longo da vida (lifelong-Iearning mindset). A função da escola deveria ser a de trabalhar com a predisposição de cacador-ativo e auxiliar o aprendiz a desenvolver a predisposição de aprendizagem continuada ao longo da vida. Essa predisposição, portanto, passa a ser uma extensão, una aprimoramento, do cacador-ativo. A Figura 2 mostra a predisposição de aprendizagem continuada ao longo da vida. No Brasil, segundo dados do IBGE, em 1992 eram 11,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Por exemplo, em alguns casos envolvem o domínio da tecnologia da informação, como é o tipo de atividade que está sendo desenvolvida no curso de Introdução á Informática na Universidade Aberta para a Maturidade, da PUCSP, ministrado pela pesquisadora Vitória Kachar (Kachar, 2000). Os alunos escolhem este curso para entender a magia do computador. Em questionários e entrevistas conduzidas no inicio do curso, os alunos falam explicitamente em "desmistificar a máquina", "atualização" e "desafios". Esta sensação de "empowernent" observada em outras circunstâncias de uso da informática na educação (Valente, 1999) também se faz presente neste contexto. Este tipo de sensação está muito longe de ser vivenciada por alunos do ensino tradicional. Aprendizagem na escola e na vida profissional Embora o individuo possa aprender multo interagindo com os objetos e com as pessoas, a complexidade do
  • 6. mundo acaba demandando que ele procure ajuda para formalizar aquilo que faz intuitivamente. Neste período, é multo difícil encontrar alunos engajados em uma experiência ótima, no sentido da teoria do fluxo. A predisposição de receptor-passivo é produto de um sistema educacional que funciona com base na transmissão de informação. As pessoas deveriam aprender a buscar a informação, aprender como usá-la e, assim, apropriarem-se dessa experiência, convertendo-a em algo pessoal. Embora a escola esteja cultivando o desenvolvimento da predisposição de receptor¬passivo, o cacador-ativo continua a existir. Essas predisposições caminham em paralelo e são usadas alternadamente dependendo do interesse, das circunstâncias e do estilo de trabalho. Em alguns casos, não somos conscientes da existência dessas predisposições e ignoramos a do cacador-ativo.