1. MICROLEARNING E MICROCONTEÚDO APLICADO AO ENSINO EM
SAÚDE: CRIANDO UM CURSO SOBRE FEBRE AMARELA
Laura Gris Mota
Thomas Petit
Daniela Fontinele
Vinicius Oliveira
Ana Furniel
Adriana Coser
No ciberespaço, os cursos autoinstrucionais permitem e promovem um certo acesso,
muitas vezes gratuito, à formação continuada, na perspectiva da educação ao longo da
vida característica do século XXI. Esse modelo de educação a distância (EaD), como
indicou João Mattar (2014, p. 105), é predominante no Brasil. Este é um dos modelos
utilizados pelo Campus Virtual Fiocruz e pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS).
Como parte do processo inovativo do âmbito de EaD para a área da saúde, promovido
pela UNA-SUS/Fiocruz, iniciou-se estudos para adoção dos princípios de microlearning
na construção recursos educacionais. O primeiro resultado desses estudos foi o
microcurso Vacinação para Febre Amarela - ofertado pelo Instituto Nacional de
Infectologia (INI), por meio do Campus Virtual Fiocruz, em outubro de 2018. Nesse
curso, o processo de recontextualização para o microlearning (FRIESEN, 2006) foi
elaborado com base na ação e interação do aluno e organizado de forma a contemplar o
conteúdo em pequenos seguimentos de aprendizagem. O design educacional foi, portanto,
direcionado para atender ao objetivo de orientar para ação em casos específicos sobre a
vacinação de febre amarela, por meio de perguntas reflexivas em situações específicas.
Sabendo-se que o ciberespaço é um ambiente cada vez mais multimodal, como
ressaltaram Barton e Lee (2015), a estratégia de linguagem adotada foi textual e
imagética. O tamanho dos microtextos - de no máximo 300 caracteres - foi definido em
função da área disponível na tela de um celular e do tamanho de fonte que permitisse
legibilidade. O desafio da redação dos conteúdos seguiu as orientações de Eibl (2007),
onde os 300 caracteres deveriam ser autoexplicativos e no seu todo, o microcurso deveria
ser autocontido. As ilustrações foram um aporte visual complementar para memorização
e contextualização das situações. Ainda no contexto de ação, foi permitido o
compartilhamento de conteúdos relevantes do curso em redes sociais abertas durante o
processo de aprendizagem. Em relação à aplicabilidade para educação em saúde, pode-
se afirmar que o formato é indicado como parte de uma experiência de aprendizagem e
2. que deve ser utilizado em conjunto com outros recursos educacionais. Em relação ao
processo de produção do microcurso, identificou-se como fator crítico de sucesso para
um curso no formato de microlearning a necessidade de capacitação dos conteudistas em
relação a microconteúdos, concisão textual e linearidade de informação. Outro fator
crítico é o trabalho conjunto de design educacional e de interação que, juntos, constroem
a experiência de aprendizagem do
aluno.
Referências
EIBL, Thomas. What Size is Micro? - Using a Didactical Approach Based on Learning
Objectives to Define Granularity. Didatics of Microlearning. 1. ed. [S.l.]: Waxmann
Verlag, 2007. p. 117–130.
FRIESEN, Norm. Microlearning and (Micro)Didaktik. . [S.l: s.n.]. Disponível em:
<https://view.officeapps.live.com/op/view.aspx?src=http://learningspaces.org/papers/mi
crodidaktik.doc>. Acesso em: 21 mar 2018. , 2006
MATTAR, João. Design Educacional: educação a distância na prática. 1. ed. São
Paulo: Artesanato Educacional, 2014.