Este documento descreve a história de Melissa, uma jovem brasileira de 15 anos que vive no século XXI. Ela está distraída em sua aula de história lendo notícias sobre o golpe militar de 1964 no Brasil, que completou 50 anos, quando é pega pela professora. Apesar de viver em um período democrático, Melissa não demonstra muito interesse pelos acontecimentos históricos do país.
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COLÉGIO FUNDAMENTUM
Projeto Interdisciplinar 2015
História
Língua Portuguesa
Geografia
Organização
Kerol C. B. Brombal
Brenda V. Tacchelli
Wellington D. Strabello
Ilustrações
Capa: Raquel Carvalho
Ilustrações Interiores:
Raquel Carvalho
Ellen C. Bento
Guilherme Coury
Giulia Barbosa Ferreira
Luiza Rennó
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Autógrafos
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Autógrafos
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O Projeto Jovens Jovens Brasileiros
A concepção do projeto deste livro nasceu, como
nascem muitas boas ideias, em reuniões de planejamento
com professores sonhadores. Graças ao apoio de
professores idealistas e que acreditam no potencial
transformador de nossos jovens alunos, as primeiras
estratégias puderam ser pensadas.
Já em sala de aula, a adoção do livro paradidático
"Jovens Brasileiros: uma aventura literária em 10
momentos da nossa história", de Ivan Jaf, Vera Lúcia
Vilhena de Toledo e Maria Odette Simão Brancatelli,
serviu-nos de inspiração para a elaboração das crônicas
sobre novos jovens brasileiros, os que vivem o século da
transformação, o século XXI.
A parceria entre as áreas de História, Geografia e
Língua Portuguesa deram início ao projeto interdisciplinar
e à elaboração das primeiras atividades. Foi um projeto
longo e proveitoso. Pesquisas foram realizadas; relatos
históricos, elaborados; as primeiras, segundas, terceiras
versões, escritas e reescritas.
Apenas alunos tão inspirados como estes poderiam
pensar em alçar voo além do plano inicial e elaborar um
material com tamanha qualidade como o que se verá nas
páginas que se seguem.
Como educadores, acreditamos que a formação
acadêmica de nossos jovens, voltada à reflexão acerca de
temas contemporâneos, contribuirá para a consolidação
dos princípios democráticos em nosso país, garantindo
assim um futuro melhor a todos os jovens brasileiros.
Professores: Kerol Cristina Brombal Briotto
Brenda Veloso Tacchelli
Wellington Donizete Strabello
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É encantador deparar-se com textos bem
produzidos, dentro das possibilidades de cada um, de
maneira acadêmica, ressaltando a pesquisa, o debate e a
construção de valores. Sempre acreditei que o trabalho
com a formação de alunos não deveria limitar-se apenas à
apresentação de conteúdos, fatos e problemas da
sociedade em diferentes áreas de conhecimentos, mas
ampliar-se para a possibilidade da análise, da compreensão
e da busca pela reflexão e da ação criativa. Esses jovens
visualizam que pode haver possíveis mudanças na
sociedade, acreditam que a transformação pode acontecer
quando se quer, quando se tem valores éticos e morais. É
por isso que a emoção tomou conta de mim ao ler esses
textos, que trazem sempre palavras otimistas de jovens que
podem, sim, ser o futuro da nação. É por isso que convido
você, leitor, a ter a mesma oportunidade.
Alessandra R Barrionovo
(Coordenadora Pedagógica EFII e EM)
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Em nosso colégio, os professores sempre desejam
algo mais, além dos conceitos e fatos apresentados.
Acreditamos que o aluno deva avançar, pensar e construir
diferentes opiniões sobre situações da realidade e também
compreender e se sensibilizar com as pessoas envolvidas
nas diferentes posições sociais.
Nesta obra, alunos e professores demostram que se
importam, desejam viver numa sociedade mais justa,
interpretando e propondo novas soluções para os dilemas
de nossas vidas.
Parabéns a todos por esta iniciativa! Isso é formar
cidadãos conscientes e responsáveis.
Laura Agessi
(Diretora Pedagógica)
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Apresentação 8˚A
Nós, alunos do 8º ano A do Colégio Fundamentum,
somos uma classe animada e criativa. Gostamos muito de
sair juntos e conversar, mas sabemos o momento certo em
que devemos nos dedicar. Como a maioria dos jovens de
nossa idade, praticamos esportes, nos divertimos, vamos a
festas e estudamos. Somos uma classe muito unida pela
amizade, e aqui todos se ajudam!
Esperamos que gostem de nosso livro!
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Für Elise
Raquel Lopes De Carvalho
Eliza nasceu no começo do século XXI, no dia 20 de
Setembro de 2001, apenas alguns dias depois do atentado
terrorista às torres gêmeas. Chegou ao mundo com a pele
escura como café torrado, cabelos cacheados feito molas e
olhos de uma cor de mel incrível. Nasceu em uma família
de classe média amorosa, que festejava a chegada de seu
segundo bebê. Seu nome foi uma homenagem à sinfonia
“Für Elise” de Bethoven.
Eliza foi criada com direitos iguais ao seu irmão
mais velho, o que não era tão comum naquela época (e
nem hoje). Brincava tanto de bonecas quanto de carrinhos.
Assistiu à copa do mundo e viu o Brasil ser pentacampeão,
apesar de não se lembrar. Aprendeu a ler com quatro anos,
sendo ensinada por seu irmão, Bernardo. Aos cinco anos,
já sabia usar a internet e aos seis já era melhor que seus
pais na tecnologia. Com sete anos ganhou dos pais a saga
Harry Potter, que fazia muito sucesso e assim começou a
ler tudo o que via pela frente: panfletos, jornais, até mesmo
os livros de psicologia da mãe, apesar de não entender
80% do conteúdo. Com oito anos, leu uma reportagem
sobre o primeiro presidente negro dos Estados Unidos e
não entendeu porque era uma coisa tão chocante.
Quando completou dez anos, começou a entender o
preconceito. Algumas pessoas faziam brincadeiras de mau
gosto com seu cabelo, outras faziam brincadeiras sobre sua
cor de pele. Eliza vivia escutando sobre como ela deveria
agir “como uma dama” e parar de ser tão moleca, vivia
escutando sua mãe ficar furiosa quando diziam que lugar
de mulher não era na área de medicina e sim na cozinha.
Seu pai lhe disse e disse ao seu irmão que nada daquilo era
verdade, e assim Eliza acreditou.
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Eliza refletia muito sobre o mundo e sobre como
todos falavam que este tinha evoluído. E era verdade.
Antigamente ela não teria direitos, para a sociedade ela
seria apenas uma mulher negra sem lugar na vida, sem
chances de fazer seu destino e, caso tentasse, seria punida.
Felizmente isso mudou, mas ainda estamos tão imersos
num mundo de preconceito, ainda temos tanto a mudar...
Cresceu, fez amigos e amigas, aprendeu a tocar “Für
Elise” no piano, começou a assistir séries, viu um
terremoto devastar o Haiti, um tsunami varrer o Japão,
dezenas de reportagens sobre jovens marginalizados,
propagandas que incentivavam o consumismo, pessoas em
condições precárias, criou um blog onde postava suas
opiniões e lutava pelo direito das minorias, assistiu à copa
ser sediada no Brasil, descobriu que sua religião não era o
cristianismo e mais uma vez conheceu o preconceito de
perto, assim como quando descobriu que era bissexual. No
curto período de tempo em que Eliza esteve nesse mundo,
viu o Brasil passar por altos e baixos, viu o preconceito,
descobriu o que era amizade verdadeira, viu o mundo
mudar (nem sempre pra melhor) e, acima de tudo,
percebeu que queria deixar sua marca na humanidade.
Ela é movida pela vontade de fazer algo, pelo querer,
pela liberdade, pela adrenalina. Não se importa com o que
esperam dela ou como acham que ela deve agir. Ela está
em busca da igualdade.
Eliza é uma jovem brasileira da atualidade.
! Classe Média:
Uma das três classes sociais definidas por estudiosos, não é tão
favorecida como a classe Alta, mas também não é tão necessitada
como a classe baixa.
! Direitos Iguais:
Constituição da República Federativa de 1988:
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Título II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo I
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade [...].”
! Preconceito: pre.con.cei.to
sm (pre+conceito) 1 Conceito ou opinião formados antes de ter os
conhecimentos adequados. 2 Opinião ou sentimento desfavorável,
concebido antecipadamente ou independente de experiência ou
razão. 3 Superstição que obriga a certos atos ou impede que eles se
pratiquem. 4 Sócio Atitude emocionalmente condicionada, baseada
em crença, opinião ou generalização, determinando simpatia ou
antipatia para com indivíduos ou grupos. P. de classe: atitudes
discriminatórias incondicionadas contra pessoas de outra classe
social. P. racial: manifestação hostil ou desprezo contra indivíduos
ou povos de outras raças. P. religioso: intolerância manifesta
contra indivíduos ou grupos que seguem outras religiões.
! Minorias: mi.no.ri.a
sf (lat minore+ia1
) 1 Inferioridade em número. 2 A parte menos
numerosa de uma corporação deliberativa (por contraposição
a maioria).
! Igualdade: i.gual.da.de
sf (lat aequalitate) 1 Qualidade daquilo que é igual;
uniformidade. 2Conformidade de uma coisa com outra em natureza,
forma, qualidade ou quantidade. 3 Relação entre coisas
iguais. 4 Completa semelhança. 5 Paridade. 6 Identidade.
7 Mat Expressão da relação entre duas quantidades iguais;
equação. 8 Polít Identidade de condições entre os membros da
mesma sociedade. 9 p us Equidade, justiça.
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Quando vivemos
Mariana Amaral Dotta
"Brasil consolida Democracia 50 anos depois do
golpe de 1964." ; "50 anos do Golpe Militar".
As frases estavam estampadas em todas as capas de
jornais. Em todos os sites da internet. Nas capas das
revistas que circulavam pela cidade.
Em qualquer rede social que Melissa pudesse
checar.
"Como um pesadelo que ainda provoca calafrios e
aflições e não se dissipa com raios da manhã, o golpe
militar de 31 de março de 1964, que completa 50 anos
hoje — a menina rolou os olhos sobre a tela enquanto lia o
texto superficialmente — ainda está vivíssimo na memória
do País como um período de tenebrosas violações da
liberdade, dos direitos humanos que deixou milhares de
mortos, desaparecidos e torturados e se prolongou por
longos 21 anos.".
- Por favor - ela balbuciou, quase que sussurrou, e
assoprou uma mecha de cabelo que estava caída sobre os
olhos - Por que insistem em postar essas coisas ridículas?
- Estou atrapalhando em algo, Melissa? Se
importa?
Ela levantou a cabeça e jogou o celular debaixo da
carteira. Deu um pequeno sorriso e encarou a professora.
- É claro que não, Ester. - ela cruzou os dedos para
que tivesse falado o nome correto - Aliás, estou achando
bem interessante, aaanh, - Mel procurou por palavras
importantes no quadro - aprender sobre a... Guerra Fria?
A professora andou até ela e passou a mão pela
parte de baixo da mesa, onde se é guardado o material
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escolar. A aluna pôde perceber os cochichos vindos de
outros cantos da sala.
- Boa tentativa. - Ester disse, andando novamente
até a lousa e guardando o celular no bolso - Da próxima
vez, tente colocá-lo na mochila.
Algumas risadas abafadas ecoaram, e a professora
voltou a falar.
Mel estourou uma bola de chiclete. Cruzou os
braços e afundou-se em sua cadeira. Tinha 15 anos (e
também tinha tudo aquilo que queria), estudava na Escola
do Norte, fazia amigos com facilidade. Passava todas suas
tardes deitada no quarto mexendo em seus aparelhos
eletrônicos. Odiava estudar (e qual é o jovem que não
odeia?) e passava a maior parte dos dias com os colegas de
classe.
- Então, turma, - a professora lançou um olhar para
a garota, que fez questão de revirar os olhos - todos já
devem ter visto na internet que hoje, dia 31 de março de
2014, - ela apontou para a data escrita no quadro - está
sendo completo o 50° ano desde o Golpe Militar de 1964.
Esse foi um marco da Ditadura no Brasil, que durou 21
anos. Em que ano começou a Democracia?
- 1985! - Anna respondeu
- Exatamente. - Ester sorriu - Tenho certeza que
cada um de vocês têm, pelo menos, uma vaga ideia do
pesadelo que foi esse período. Mel, pode nos dizer como
era viver lá?
O resto dos alunos a encararam.
- Eu não sei - deu de ombros - Mas tenho certeza
que era bem melhor do que aqui.
É claro que havia sussurrado a última parte.
- Não vai continuar com sua classe por muito
tempo se continuar assim, Melissa. Só acho que...
O sinal tocou. Todos levantaram alvoroçados para
sair, mas Mel parou em frente a mesa da professora.
- Quero meu celular - ela resmungou.
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A mulher o retirou do bolso e o pôs na palma de
sua mão. Melissa virou as costas e saiu sem dizer mais
nada.
Mais tarde, lá pelas duas horas, a menina chegou
em casa. Jogou a mochila em um canto do quarto, junto
com alguns cadernos que estava levando nas mãos.
- Como foi o dia, querida? - sua mãe gritou da
cozinha enquanto a menina se deitava na cama - Sobre o
que aprendeu hoje?
- Sobre os 50 anos de Ditadura, - ela disse ao
mesmo tempo que via os mesmos posts que havia visto
pela manhã em seu Facebook - e sobre a Guerra, a
Guerra... não faço ideia, certo?
Melissa fechou a porta, que ficava logo ao lado de
sua cama.
- Tudo muito ridículo.
Por mais contraditório que fosse, ela entrou
novamente no mesmo link que havia entrado pela manhã,
enquanto tentava se distrair na aula. Deslizou os dedos
para que chegasse na parte que havia parado.
"Nesses 50 anos dessa violenta ruptura
institucional, não há absolutamente nada a comemorar.
Não há vencedores, nem vencidos. Até porque alguns dos
mais ilustres e impetuosos combatentes da ditadura – os
supostos mocinhos deste filme de terror – estão presos
numa cadeia em Brasília condenados pelo vil crime de
corrupção."
- Por que temos que aprender sobre isso? É um fato
de anos atrás - ela jogou o celular do outro lado da cama e
virou-se de bruços - Democracia, Ditadura, Golpe
Militar... que diferença isso faz?
E fechou os olhos.
Mel levantou-se de sua cama e percorreu todo o
corredor de sua casa.
Sua casa que estava vazia?
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Abriu a porta e chamou por sua mãe. Nada. Várias
mulheres estavam andando na rua, com bonitos vestidos.
Andando?? Por toda rua?
"Estou sonhando" conseguiu pensar. "E pelo jeito
tudo aqui é muito velho. Aquela professora vai me
perseguir até aqui, não é mesmo?".
Andou mais um pouco, até ter certeza de que não
estava sendo notada por qualquer uma das mulheres que
caminhavam.
A menina sorriu. Era tudo bem calmo ali. Não
tinha que aguentar todas as pessoas tentando falar com ela,
nem mesmo as buzinas dos carros do lado de fora da casa,
na avenida movimentada, enquanto os motoristas
discutiam.
De repente, um grito alto ecoou por todo o
quarteirão. Mel assustou-se e cobriu a boca com as mãos,
abafando um berro.
Policiais invadiram o lugar, armados. Levavam
algumas pessoas com eles, desmaiadas, mortas quem sabe,
ela nunca saberia bem dizer. E eles estavam avançando até
ela, que correu, mas não rápido o suficiente para escapar.
Houve um baque surdo. Melissa acordou suando
frio.
- Um pesadelo - ela repetiu.
Correu para a sala, e sentiu-se muito aliviada
quando viu sua mãe ali. Olhou pela janela: haviam carros,
e não pessoas.
Pode perceber então: sua vida era a melhor. Não
era a mais rica, mas tinha uma casa e não precisava morar
nas ruas. Vivia em uma época em que tinha seus direitos
respeitados, liberdade, deveres, os bens mínimos (e muito
mais) em sua vida.
Mas é claro, tudo isso ela percebeu apenas agora,
que completa 25 anos e, depois de bastante tempo, está se
formando em direito. Era jovem.
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Os jovens não conseguem ver o quanto possuem
uma vida boa.
• Democracia: É governo em que o poder é exercido pelo
povo. No Brasil, seu início foi marcado pelo primeiro governo de
Getúlio Vargas (1930-1934), e se estende até os dias atuais.
• Golpe Militar: Ocorrido em 31 de março de 1964, foi o
marco inicial da Ditadura Brasileira. Deixou milhares de mortos,
desaparecidos e torturados, e se prolongou por longos 21 anos.
• Guerra Fria: Teve seu início logo após a Segunda Guerra
Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética desejavam
disputar hegemonia política. Apesar de ser uma Guerra, houve a
Paz Armada, travando uma grande “batalha” no que se refere aos
avanços espaciais, determinando para o mundo qual era o sistema
mais avançado.
• Ditadura: Governo autoritário, exercido por uma pessoa ou
um grupo de pessoas que tomam como base seus próprios
interesses. No Brasil, podemos defini-la como o período que os
militares governaram (1964 – 1985).
• Vestidos: As vestimentas daquela época eram bastante
diferentes das atuais. Os vestidos tinham como característica uma
gola mais marcada, com cores como o preto, o branco e o
vermelho.
Fontes
FONSECA, Celso. "50 anos do Golpe Militar: um pesadelo vivo na memória do
Brasil". Disponível em: <http://noticias.r7.com/brasil/50-anos-do-golpe-militar-um-
pesadelo-vivo-na-memoria-do-brasil-31032014> . Acesso em 18 jul. 2015.
“O Inicio da Democracia no Brasil”. Disponível em:
<http://www.clickestudante.com/o-inicio-da-democracia-no-brasil.html>. Acesso
em 13 ago. 2015.
“Ditadura Militar no Brasil”. Disponível em:
<http://www.suapesquisa.com/ditadura>. Acesso em 13 ago. 2015.
“Vestidos que estavam na moda em 1960”. Disponível em:
<http://www.ehow.com.br/vestidos-estavam-moda-1960-lista_85028>. Acesso em
13 ago. 2015.
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Somos Todos Livres!
Fernanda Iamarino
Gabriela Nazário
Jade é uma jovem de 17 anos e mora sozinha com
sua mãe Marina, que engravidou ainda adolescente e seu
companheiro não assumiu a responsabilidade. Sua mãe,
guerreira desde cedo, trabalhou, teve ajuda dos avós e
cuidou da filha. A condição financeira delas é apertada,
por isso a filha procura se concentrar o máximo possível
nas aulas e estudar bastante para conseguir um bom
emprego e ajudar a mãe, um exemplo de independência
para Jade, que quer ser como ela.
Antes de a filha ir para a faculdade e a mãe para o
trabalho, elas sempre tomam café da manhã juntas e
assistem ao jornal. Porém, hoje estava passando um
assunto que interessou muito à filha, sobre a lei Maria da
Penha. Sua mãe disse que teriam de ir logo para não
chegarem atrasadas e, por isso, desligou a TV. Mas, antes
de desligar, Jade ouviu a seguinte frase "As mulheres não
podem ter medo de denunciar, e sim de continuar a serem
agredidas”.
As duas foram até a estação de ônibus, porém
Marina pegava um ônibus antes de Jade para ir ao trabalho,
então ela ia sozinha. Como chegou cedo, garantiu seu
lugar. O ônibus foi enchendo, e um homem de aparência
muito estranha sentou ao lado de Jade, que pensou "Só
serão alguns minutos e já me livro dele."
Logo que o ônibus partiu, a jovem sentiu uma coisa
pontuda e fria em suas costas. "O que é is...?" Sua boca foi
tapada pela mão do homem. “É uma faca. Não grite, se não
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a enfio em sua coluna" respondeu “Você deve estar se
perguntando o que eu quero de você. É simples, vou te
levar a um motel mais próximo e se você me obedecer e
for boazinha, te deixo sair de lá, é claro depois de
fazermos...”. A expressão de Jade foi de aterrorizada, ela
só pensava que aquilo não podia estar acontecendo com
ela, e que precisava fazer alguma coisa.
Então, no meio da multidão do ônibus, ela viu que
um rosto familiar a observava. Lembrou que ele era um
garoto de um ano mais velho que estudava no mesmo
colégio que Jade. Ela pensou em um jeito de pedir ajuda.
Nisso, o ônibus freou e todos foram para frente, até mesmo
estuprador. Assim, sem que ele visse, ela conseguiu mexer
a boca sussurrando "Me ajuda". Ele entendeu, mas não
sabia exatamente o que fazer, então teve uma ideia, olhou
para os lados e quando olhou novamente para Jade, disse
bem alto “Luísa! Quanto tempo!". A garota mesmo
assustada conseguiu dizer "João! Que saudades!" Então o
suposto "João" começou a conversar com ela sobre
família, amigos, lazer, alguns fatos reais e outros fictícios.
Todos do ônibus estavam ouvindo. Foi então que ele falou
"Vagou dois lugares lá na frente. Vamos nos sentar juntos.
Venha!". Ele agarrou o braço de Jade, que foi sentindo o
estuprador baixando a faca, para ninguém ver, e ela se
sentiu livre.
Após os dois sentarem, Jade contou ao suposto João,
que na verdade se chamava Alexi, o que havia acontecido
e que nunca havia estado com tanto medo. Agradeceu
muito a ele, que insistiu em ir com ela até a delegacia das
mulheres, prestar queixa, pois o homem poderia fazer isso
com mais meninas inocentes e, das próximas vezes, elas
poderiam não ser salvas. "Sim, ele tinha razão, se nós
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temos a lei Maria da Penha a nosso favor, devemos usá-
la", Jade concluiu.
Durante o percurso até a delegacia, Alexi contou que
participava de um movimento chamado Passe Livre, que
tinha como objetivo impedir o aumento do custo das
passagens de ônibus e que o Brasil inteiro foi atingido.
Disse que, na próxima semana, haveria uma manifestação,
e a convidou para também ir lutar pelos seus direitos. Com
isso, Jade já estava mais calma e aceitou o pedido.
Ao chegar à delegacia, ela contou todo o caso para a
policial, que pediu para descrever o agressor, e ela o
descreveu. A policial disse para Jade que ela era uma
garota corajosa, pois muitas mulheres ainda sofriam
caladas.
A jovem encontrou-se com sua mãe, que agradeceu
muito a Alexi e o convidou para almoçar. Marina disse à
filha que estava orgulhosa dela, e que ela havia feito a
coisa certa em pedir ajuda e denunciar.
Chegou o dia marcado, 13 junho de 2013. Tinha
muita gente na manifestação, mas o que ninguém esperava
aconteceu. Algumas pessoas começaram a ser agredidas
pela polícia, e de repente, formou-se uma confusão só.
Todos corriam e ninguém sabia o porquê. Para a sorte
deles, não foram pegos.
Após três dias, Alexi e Jade descobriram que o
motivo pelo que eles haviam lutado aconteceu; o passe não
ficou de graça, mas diminuiu um pouco, o que beneficiou
ambos, pois pegavam o mesmo ônibus para ir ao colégio,
onde se encontravam todos os dias.
Um mês depois, a delegacia ligou para Jade e contou
que o estuprador havia sido pego, e que agora ele não faria
mais nada com inocentes. Enfim, a lei estava fazendo
efeito. Porém a garota não parava de pensar "Quantos mais
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agressores existiam pelo mundo? E quantas mais vítimas
como eu? Certamente, muitos casos”.
Pelo menos, isso fez Jade ter mais vontade de se
proteger e ajudar outras como ela. Por isso estudou
bastante, começou a fazer estágio de policial, ajudava a
resolver muitos casos e se sentia importante. Descobriu
que 81% das mulheres deixavam de fazer algo com medo
de assédio e a cada ano. No Brasil, cinquenta mil são
estupradas. "De vítima, á heroína" era o que as pessoas e,
principalmente, Alexi diziam a ela. Mas o que lhe
aconteceu ainda era um pesadelo, porém ela aprendeu a
lutar contra ele. Diante dos bons resultados das lutas pelos
seus direitos, Alexi e Jade resolveram participar de tudo
aquilo que consideravam uma boa causa.
• Lei Maria da Penha: Sancionada em 7 de agosto de 2006, defende as
mulheres contra abuso sexual e violência feitas pelos homens. Porém,
90% das agredidas, não denunciam o agressor por medo de morte,
vergonha, humilhação e sentimento de culpa.
• Estuprador: No Brasil, a cada 4 minutos, ocorre um estupro, e
durante todo o ano são registrados 50 mil casos.
• Passe Livre: É uma manifestação que tem como objetivo impedir o
aumento do custo das passagens de ônibus, no Brasil quase todos foram
atingidas.
• Agressões policiais: Em uma das manifestações, mais de 10 pessoas
foram detidas por danos ao patrimônio, pichação, desacato ou
desobediência.
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A culpa é sempre dela!
Giulia Barbosa Ferreira
Júlia Moraes
Maysa Helena Ramos Pereira
Marina tem 15 anos, vive em uma cidade pequena do
interior de São Paulo e é uma jovem brasileira do século
XXI. É conhecedora de seus deveres e direitos como
acesso à saúde, moradia e escola. Também sabe que as
mulheres brasileiras são protegidas pela lei e que esses
temas estão em discussão nas pautas do Congresso
Nacional e de muitas ONGs ligadas às minorias; é uma
jovem antenada, por dentro de discussões sobre
atualidades e política.
Sempre foi uma menina estudiosa, tira notas
excelentes e tem ótimo comportamento, mas, como toda
jovem, em certo momento de sua rebelde adolescência
começou a aparecer. Adorava as redes sociais e ficava
cada dia mais tempo conectada. Tinha perfil em todos as
redes sociais, mas foi no Facebook que ela se envolveu
com um menino chamado João que, em seu perfil, dizia ter
15 anos, ser loiro, ter olhos azuis e estudar na escola mais
top da cidade. Ele era muito carinhoso com ela, ouvia seus
problemas, dava conselhos e, como não podia deixar de
ser, Marina se apaixonou por ele.
O relacionamento foi se aprofundando, o namoro era
virtual, mas era como se conhecessem por toda a vida.
Certo dia, João a convidou para ir ao shopping, o mais
badalado da cidade, para assistirem ao novo lançamento, o
filme 300. A sessão eras às 21h30, mas se encontrariam
meia hora antes. Marina concordou com tudo.
O dia tão esperado chegou, Marina mentiu para
seus pais dizendo que ia ao shopping com suas amigas.
Chegou no horário combinado, mas João, aquele menino
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bonito do Facebook não estava lá, e sim um homem mais
velho, de uns 40 anos, que a reconheceu imediatamente,
segurando-a fortemente pelo braço e disse:
- Legal, então você é a bobinha que acreditou que
eu tinha 15 anos? Eu sou Joao, mas não sou loiro, não
tenho olhos claros e muito menos 15 anos! Hoje vou te
levar para um lugar especial, você nunca vais se esquecer,
tenho certeza disso!
Marina começou a tremer, chorar e, quieta, foi
arrastada para um carro de luxo onde já havia um homem
dirigindo. Sem ter como se defender, foi levada para um
motel não muito distante dali. Tentou gritar por socorro,
mas eles a agrediam física e verbalmente. O abuso sexual
sofrido a traumatizaria para o resto de sua vida. Apesar de
toda dor e vergonha, não conseguia parar de pensar em
como pôde ser ingênua e facilmente enganada. Foi deixada
pelos homens na entrada do mesmo shopping 1 hora e
meia depois, exatamente o tempo da sessão do filme. Mas
agora era outra menina, desprovida de sonhos e dignidade.
Chegou em casa chorando e tremendo, mais uma vez
mentiu para os pais e não contou o que aconteceu com
medo que achassem que a culpa fosse dela porque, hoje em
dia, muitos casos de abuso sexual são vistos como sendo
culpa própria da mulher. Usar roupas curtas, decote,
andar sozinha, dar bola para os homens, imagina o caso de
Marina, então? Deixou-se enganar por um estranho na
internet e mentiu sobre o cinema....
Os dias se passaram e a tristeza só aumentava, ela
começou a não querer sair de casa, ver os amigos ou
mesmo usar a internet, por sentir-se tão diferente das
outras meninas, por ter sido ingênua e ter sofrido tamanha
violência. Quando estava quase desistindo de tudo, decidiu
pesquisar se existiam grupos de apoio a quem tinha sofrido
com esse tipo de violência, afinal, muito se falava sobre
isso.
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Encontrou um grupo que se reunia no salão
comunitário da igreja de sua cidade, formado por uma
equipe de médicos, psicólogos, enfermeiras, assistente
social, educadores, advogados e universitários, que, juntos,
procuravam dar assistência médica, psicológica e jurídica a
pacientes violentados sexualmente. E lá ia uma vez por
semana de ônibus, era um pouco longe e o caminho era
meio perigoso, mas a cada encontro Marina aprendia mais
e mais limpava aquele pensamento de diferença e
vergonha. Cada vez mais ela entendia que a culpa não era
sua.
Após um período frequentando as reuniões com o
grupo de apoio, Marina foi aceitando que o acontecido
com ela não tinha como mudar e decidiu contar para seus
pais. Eles ficaram chocados e magoados, mas depois do
choque, entenderam a situação da filha e se deram conta
que deviam fazer o possível para ajudá-la a conviver com a
situação.
Marina entendeu que não era possível reverter o que
tinha conhecido com ela, mas decidiu criar um blog
falando das dificuldades que enfrentou depois do abuso,
sua experiência, as dificuldades que enfrentou, mas que
apesar delas, é necessário erguer a cabeça, não se excluir
da sociedade, não se achar diferente e denunciar a pessoa
culpada para que a polícia possa fazer sua parte, evitando
que novas pessoas sejam vítimas. Contar para os pais e
procurar o apoio deles, bem como procurar ajuda
profissional se faz necessário. E, mais importante, não se
sentir culpada, a culpa não é da vítima, e sim do agressor!
-Direitos e Deveres dos Jovens:
Os jovens tem seus direitos porém tem seus deveres, são eles:
- Respeitar todas as pessoas independentes de raça, cor, sexo, religião
ou classe social
- Aceitar a opinião de todos
-Obedecer a ordens dos pais, familiares e professores.
-Cumprir regras e normas
17. ............
- 33 -
- Abuso Sexual:
No Brasil, temos o abuso sexual praticado em jovens, adolescentes e
crianças (ou até em adultos) do sexo feminino, o país marca cerca de
20 mil mortes pelo abuso a cada ano.
- A Culpa é da Mulher:
No Brasil, há pessoas que acham que as mulheres são as culpadas
pelos estupros ocorridos, cerca de 58,5% da população de todo o país
acha isso.
- O Grupo de Apoio:
É um espaço de encontro e aprendizagem especialmente para crianças,
jovens ou idosos com doenças, no qual os participantes têm a
oportunidade de refletir sobre a tarefa de cuidado sob novas
perspectivas de vida.
Fonte
http://apoioasvitimas.blogspot.com.br/2010/04/abuso-sexual-consequencias-e-
como.html
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=21849
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/03/b-culpa-e-delasb-e-o-que-pensam-os-
brasileiros-sobre-violencia-contra-mulher.html
............
- 34 -
O 11 de setembro de 2001
Leonardo Ambrogi
Matheus Brumatti Ribeiro
Meu nome é Matheus, tenho 25 anos, moro no
Brasil, em Valinhos. O dia 11 de setembro de 2001 parecia
ser uma manhã como outra qualquer, estava em minha
casa, tomando café com meus pais quando toda a
programação da TV foi interrompida para uma notícia
chocante: os Estados Unidos estavam sob ataque. Nova
York tinha sido alvo de um atentado e uma das torres do
World Trade Center atingida por um avião. Estávamos
boquiabertos! De repente, ao vivo, assistimos o choque do
segundo avião com a segunda torre. Tudo estava uma
confusão, havia muitas hipóteses, mas ninguém sabia
direito o que ocorria, a situação piorou quando um terceiro
avião foi abatido no momento em que se direcionava ao
Pentágono.
Fiquei muito curioso para saber o que estava
acontecendo e não queria esperar a TV trazer mais
informações, por isso fui para o meu computador e
comecei a pesquisar mais sobre essa tragédia, fiquei
surpreso ao entender que isso aconteceu pela interferência
militar americana em países periféricos da África e da
Ásia, principalmente nas décadas de 60 até 1990, armavam
milícias locais que no momento se voltaram contra os
Estados Unidos. O ataque terrorista foi assumido pelo
grupo islâmico Al Qaeda, dizia que o Osama Bin Laden
tinha coordenado o ataque. Ninguém parecia acreditar que
o país com maior influência do mundo iria sofrer um
18. ............
- 35 -
ataque repentino, esse atentado ocasionou a queda de 2
torres e a morte de 3 mil pessoas.
Diante desse fato, o sentimento era de medo e
insegurança, porque se um país como os Estados Unidos,
com grande influência, sofreu um ataque desses, a chance
de acontecer em outro era ainda maior. Concluí então que
ninguém consegue ser dono do mundo, algo que os EUA
estavam tentando ser e não tiveram sucesso.
Nos dias que se seguiram, muito se discutiu sobre
direitos humanos, garantido pela legislação dos países, ela
mostra os direitos básicos dos seres humanos, que têm
como finalidade a igualdade entre todos, isso que eu quero
para o futuro: um país politicamente organizado e sem
preconceitos contra pessoas de culturas opostas.
A Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH) é um documento marco na história dos
direitos humanos. Elaborada por representantes de
diferentes origens jurídicas e culturais de todas as regiões
do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia
Geral das Nações Unidas em Paris, em 10 de Dezembro de
1948, através da Resolução 217 A (III) da Assembleia
Geral como uma norma comum a ser alcançada por todos
os povos e nações. Ela estabelece, pela primeira vez, a
proteção universal dos direitos humanos.
Nos anos que se seguiram, os EUA não aceitaram a
deliberação da ONU e invadiram o Afeganistão e o Iraque,
procurando o Osama Bin Laden, ele foi encontrado em um
forte, seu corpo nunca foi divulgado ao público, mas o
mundo sentiu que sua morte foi uma punição contra seus
atos e fico impressionado que, faltando nove anos para o
século 21, ainda existe rivalidade entre as pessoas, mas
será que os Estados Unidos teriam direito de assassinar
............
- 36 -
uma pessoa, mesmo que um terrorista, sem um julgamento
justo?
Acho que a única maneira de acabar com essa raiva é
promover a paz com todos os povos. No Brasil atual
também buscamos a luta contra o racismo, a homofobia e
várias outras formas de preconceitos, infelizmente algumas
pessoas não são a favor de pessoas diferentes a elas e
buscam razões para garantir sua tese e repudiar essas
pessoas.
14 anos se passaram, eu já estou adulto agora, mas
ainda um jovem brasileiro que luta pelos direitos iguais e a
paz em seu próprio país.
O World Trade Center fica em Lower
Manhattan, Nova Iorque, Estados Unidos, é
caracterizado pelo seu complexo de edifícios e por ter
sido marcado como o local onde sofreu o maior
atentado terrorista.
Osama Bin Laden (1957-2011) foi um
terrorista saudita. Fundou a organização terrorista
Al-Qaeda, que praticou o atentado contra as torres
gêmeas, em 11 de setembro de 2001. Foi o
responsável pelo maior atentado de todos os
tempos.
A Al Qaeda foi criada por Osama Bin Laden em 1989 ela é
uma organização principalmente formada por fundamentalistas
islâmicos e árabes. Quando foi criada ela tinha como melhor objetivo
expulsar as tropas russas do Afeganistão.
19. ............
- 37 -
Homofobia é o que define o ódio
e o preconceito que algumas
pessoas têm contra os
homossexuais. Os que por algum
motivo possuem essa fobia em
sua mente, porque ainda não
definiram sua identidade sexual.
Muitas vezes essa troca de sexo
ocorre por causa da pressão.
Racismo é qualquer pensamento ou
atitude que separam as raças da
humanidade, por considerarem algumas
superiores do que as outras. Quando se
fala em racismo o primeiro pensamento
é sobre pessoas de cor negra. Em cada pessoa o racismo pode ter
diversas origens como: a partir da família, a partir dos amigos, entre
varias formas.
Fontes
http://ultimosegundo.ig.com.br/11desetembro/
https://www.youtube.com
http://www.infoescola.com/psicologia/homofobia/
https://en.wikipedia.org/wiki/World_Trade_Center_(1973%E2%80%932001)
http://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2014/11/noticias/mundo/100934-militar-que-
matou-bin-laden-revela-identidade.html
http://www.bahiaemdebate.com.br/al-qaeda-planeja-ataques-em-grande-escala-no-
ocidente/
http://diariodeumgay2010.blogspot.com.br/2014/03/propaganda-homofobica-2014-cade-
o-conar.html
http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php/?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=20&id_noticia=1
30000
............
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20. ............
- 39 -
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- 40 -
Arpoador
Beatriz Folegatti
Carollina Lopes
Camila era uma menina de 13 anos que morava com
seus pais no Rio de Janeiro. Quando pequena, brigava
menos com seus pais, mas com o passar dos anos as coisas
mudaram... Passou a se interessar mais por tecnologia,
ficava “cutucando” o dia inteiro no iPhone com os amigos
no WhatsApp, mexia muito no seu Ipad, vivia com seus
fones de ouvido pop e rock, não conversava mais com
tanta frequência com seus familiares, se tornou mais
rebelde e também mais estressada.
Certo dia, Camila foi convidada para uma festa com
os amigos, às 20h30. Quando foi falar com seus pais sobre
o assunto, a resposta imediata foi não. Foi o que bastou
para que começassem a brigar, então a menina se trancou
no quarto e começou a bolar um plano para fugir e ir à
festa.
A ideia não demorou para surgir, de repente Camila
pegou uma pilha de lençóis e os uniu por meio de nós.
Colocou-os na janela e desceu. Correu para a festa, se
divertiu e acabou se esquecendo de seus pais. Quando
estava saindo, deu de cara com eles, que a esperavam,
claro que ela ficou de castigo.
Com muita vergonha e raiva, a jovem saiu correndo,
pegou um ônibus. O trajeto foi mais demorado, devido às
manifestações que estavam ocorrendo por causa da
insatisfação do povo com o governo. Foi para a praia do
Arpoador, sua praia preferida, onde sentou em uma pedra e
começou a chorar. Enquanto se lamentava, observou um
casal de namorados de aproximadamente vinte e um anos
que aparentavam estar dançando uma valsa, bem
desengonçada. Camila ficou olhando para as estrelas e
21. ............
- 41 -
sentiu vontade de ser feliz daquele jeito, já que pensava
que não era feliz daquele modo há muito tempo. E com o
som das ondas, acabou adormecendo na praia.
Quando acordou, levou um susto ao se deparar com
um homem encarando-a. Ele era um mendigo grande e
barbudo, que estava observando-a fixamente. Assustada, a
menina saiu correndo, e foi quando o homem gritou:
- Ei menina! Espere um momento, não vou te
machucar, apenas estava te observando! É que não é
comum encontrar uma jovem dormindo aqui, você está
bem?
- Sim, eu apenas levei um susto!
- Olha, eu não queria te assustar! Me desculpe!
- Não tem problema! Eu estava realmente muito
assustada!
- O que faz por aqui menina?
- Bom, eu estava fugindo de casa até agora!
O homem riu e continuou:
- Mas, por que você está fugindo de casa?
A jovem contou toda sua história ao homem e ele
contou a sua:
- Se eu fosse você correria para casa, porque você
ainda tem a chance de ver seus pais!
- Como assim? Eu ainda tenho a chance de ver meus
pais? Você não tem pais?
- Na verdade não, quando tinha 16 anos sofri um
acidente de carro com eles, fui o único que sobreviveu, e
depois disso fui para o orfanato, mas ninguém me adotou.
Logo depois, já fiz dezoito anos e então tentei começar
minha vida!
- E como você veio parar aqui na rua?
- Bom, alguns anos atrás eu me envolvi com drogas,
e por causa disso não consegui emprego, então fui
perdendo tudo que tinha e acabei na rua!
Depois de ouvir isso, Camila ficou sem saber o que
dizer, ela já sabia como as drogas eram ruins, mas não
............
- 42 -
tinha noção de como era a “visão” de uma pessoa que já
havia usado.
- Eu sinto muito!
- Obrigada, mas como eu ia dizendo, não fuja de
casa! Vai por mim, é a pior coisa a se fazer! Na vida você
irá encontrar muitas dificuldades, então é preciso aprender
a resolvê-las e não fugir delas, e fica muito mais fácil
quando se tem apoio, principalmente de casa. E se me
permite mais um, não desista de seus sonhos
independentemente dos obstáculos que irá encontrar.
- Mas meus pais são insuportavelmente chatos!
- Eu sei! Os meus também eram, mas esqueça isso e
volte para casa, você não tem ideia de como é viver aqui!
- Pensando melhor, acho que você tem razão, melhor
eu voltar!
- Sim, é bem melhor!
- Foi um prazer senhor...
- Fernando! Me chamo Fernando!
- E eu Camila! Foi um prazer conhecer o senhor, te
desejo tudo de bom!
- Igualmente. Muito obrigada e tudo de bom
também!
A menina riu e respondeu:
- Pode deixar!
Com isso Camila foi embora e ficou pensando no
que Fernando havia dito, nunca penso que aquilo podia tê-
la “tocado” tanto, principalmente porque nunca tinha tido
uma experiência daquelas!
Quando chegou em casa, levou uma imensa bronca
de seus pais, mas resolveu desabafar, então começou a
falar que se sentia “presa”, porque não conseguia fazer o
que queria e suas decisões não eram apoiadas, aproveitou
que estava falando e contou sobre o mendigo que havia
conhecido. Seus pais ficaram meio apreensivos, mas logo
depois gratos ao mendigo por convencer a filha a voltar
pra casa.
22. ............
- 43 -
O pai subiu, e a mãe aproveitou para conversar com
a menina:
- Filha, agora que seu pai saiu, precisamos conversar
sobre a sua atitude perante os estudos!
- Ah mãe! Pelo amor de Deus! Você quer falar disso
justo agora?! Eu acabei de voltar, passei a noite toda fora,
estou exausta!
- Camila não mude de assunto! Esse homem que
você conheceu conseguiu estudar como você?
- Não sei, mãe!
- Filha, você tem que parar de ser assim, você tem
que se dedicar mais aos estudos! Sabe quanto custa a tua
escola?! É mais ou menos o preço de dois salários
mínimos!
- Eu sei mãe, mas é que é tão chato!
- Eu sei filha, mas você tem que agradecer por ter
uma escola boa, tem muita criança da sua idade que não
tem essa mesma oportunidade!
Alguns meses depois, Mila e sua família se mudaram
para Curitiba, por causa da transferência de emprego do
pai. Moraram na cidade até a garota fazer vinte e três anos
e voltar para o Rio pra continuar sua faculdade de direito.
Ela comprou um apartamento.
Voltou à praia do Arpoador e lembrou de Fernando,
se sentou na mesma pedra e, olhando para o horizonte,
uma pessoa sentou ao seu lado. Quando se virou, era
Fernando!
- Ah, oi Fernando!! Como você está?
O homem riu e disse:
- Oi Camila! Quanto tampo não?!
- Depois daquele dia, eu acabei me mudando para
Curitiba e agora tive que voltar para continuar minha
faculdade, sabe como é?! Eu queria voltar pra cá!
- Que legal! E o que você estuda?
Camila observou que ele estava com uma nova
aparência.
............
- 44 -
- Eu estudo direito, e hoje quero ser uma juíza, e
você?
- Bom, depois daquela conversa, resolvi tomar um
rumo na vida, voltei a estudar e hoje sou engenheiro!
- Sério? Que legal! Fico feliz de você ter dado a
volta por cima!
- Posso te contar algo? Um dia eu perguntei para
uma criança o que ela gostaria de ser quando crescesse, e
ela me disse que sonhava em ser médico, então respondi
que era preciso estudar muito, mas se ele se esforçasse,
conseguiria!
- Nossa! Tenho certeza que você conseguiu dar
esperança a ele!
O homem riu e disse:
- Deu trabalho, mas eu consegui! Eu fiquei pensando
no conselho que lhe dei e àquele menino, então eu resolvi
segui-lo! Desde pequeno eu sonhava em ser um
engenheiro igual ao meu pai, então fui atrás, porque não
importa quem você seja ou de onde venha, as coisas não
caem do céu, para conquistá-las é preciso muita força de
vontade e coragem para enfrentar as dificuldades, pois são
muitas.
23. ............
- 45 -
• Manifestações:
Desde junho de 2013 até hoje, o Brasil inteiro começou a fazer
manifestações que marcaram a história do país. Lutavam contra e a
favor do governo, direitos, etc. Os principais lugares foram sempre
capitais e grandes cidades ( de todo o país), e participaram em média
mais de 100.000 pessoas em cada manifestação.
• Tecnologia:
Entre os usuários com ensino superior, 72% acessam a internet todos
os dias, com uma intensidade média diária de 5h41, de segunda a
sexta-feira. Entre as pessoas com até a 4ª série, os números caem para
5% e 3h22. A pesquisa mostra também que os jovens são usuários
mais intensos das novas mídias, já que 65% dos usuários na faixa de
16 a 25 se conectam todos os dias, em média 5h51 durante a semana,
contra 4% e 2h53 dos usuários com 65 anos ou mais.
............
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Fontes
https://leonardoboff.wordpress.com/2013/06/28/as-multidoes-nas-ruas-como-interpretar/
http://blog.planalto.gov.br/brasileiros-ficam-mais-tempos-conectados-que-assistindo-tv-
confirma-pesquisa-de-midia-da-secom/
24. ............
- 47 -
Bullying: do parágrafo ao ponto final
Juliana Alcântara Brugnoli
Maria Eduarda Porto Salla
Marcela e Lucas, de 13 e 15 anos, respectivamente,
viviam com sua mãe Luciana em um apartamento no
Morumbi em São Paulo. Seus pais eram separados e às
vezes visitavam o pai e a madrasta, o que não lhes
agradava.
A mãe dava tudo do mais tecnológico para suprir a
falta de atenção por parte dos pais e trabalhava muito em
sua empresa de venda de imóveis e no escritório de seu
apartamento.
Marcela acabava descontando essa frustração em
comida e, apesar de ser acima do peso ideal para sua
estatura, era vaidosa e adorava se maquiar, tinha olhos
expressivos e um cabelo maravilhoso.
Lucas passava a maior parte do dia trancado no
quarto ouvindo música e mexendo em seus eletrônicos de
última geração, era um menino que acompanhava os
padrões de beleza: loiro, alto, magro, olhos azuis.
As férias estavam acabando, os meninos iriam para
uma nova escola esse ano no período integral, entrariam às
7h e iriam embora às 18h; isso, contra sua vontade, mas
sua mãe dizia que eles iriam gostar e se acostumar rápido.
No primeiro dia de aula, os dois não conheciam
ninguém, Lucas se enturmou rápido. Já Marcela foi
ignorada por sua turma. A menina imaginou que com o
tempo faria amigos e estava esperando por isso. No
começo, os irmãos almoçavam juntos, mas, depois de um
tempo, Lucas passou a ficar com seus amigos e deixar a
irmã e o estudo de lado.
Depois de três meses, Marcela continuava sozinha,
estava deixando sua vaidade e a vontade de ir pra escola de
............
- 48 -
lado e passando a se entristecer e se culpar por não ter
amigos, enquanto Lucas ia a festas todos os fins de
semana, estava ficando rebelde e andando com más
influências, porém, os pais não tinham tempo para
acompanhar o desenvolvimento de seus filhos.
No quarto mês letivo, Marcela fez uma amiga, uma
menina popular, loira, magra, que andava com seu
grupinho de meninas. Logo essa menina, Carolina,
adicionou Marcela em suas redes sociais e convidou-a
para uma festa do pijama, onde todas as meninas de seu
grupinho também estariam. Marcela aceitou sem pensar
duas vezes, não via maldade e queria muito conhecer
novas meninas e fazer amizades.
Sábado, dia da festa do pijama, às 19h, Luciana
levou sua filha para a casa de Carolina. Chegando lá,
Marcela foi bem recebida pelas meninas, que já estavam
todas em seus colchões, conversando sobre meninos,
roupas, maquiagens, eletrônicos, típicos assuntos de
meninas de 13 anos. A hora do jantar chegou, serviram
fondue, todas as meninas observavam Marcela comer e
riam discretamente para a menina não perceber. Depois do
jantar, o combinado era uma guerra de travesseiros,
durante essa brincadeira todas se viraram contra Marcela, a
menina que estava muito feliz por estar na festa, achou que
era parte da brincadeira e nem ligou.
Já era tarde, hora de dormir, elas apagaram as luzes e
fingiram dormir até Marcela cair no sono, tudo isso já
estava combinado pelo grupinho de Carolina.
Assim que Marcela dormiu, as meninas pegaram
uma tesoura e cortaram o cabelo e os cílios dela, também
passaram pasta de dente e batom em seu rosto. No outro
dia, Marcela acordou e foi se arrumar. Enquanto ia ao
banheiro, as outras riam muito e ela nem imaginava o
motivo.
Quando se olhou no espelho, começou a chorar
desesperadamente, ligou para sua mãe e pediu para que
25. ............
- 49 -
viesse o mais rápido possível e enquanto Luciana não
chegou Marcela não saiu do banheiro. Esperando sua mãe,
a menina lavou o rosto e se recompôs. Quando Luciana
buzinou, a filha saiu do banheiro correndo, pegou seus
pertences e entrou no carro sem se despedir.
Marcela, no banco de trás, respondeu um "oi" frio de
sua mãe, que parecia nem se importar com o motivo de sua
filha ter saído mais cedo da festa. Luciana não havia nem
olhado para a filha, não percebeu as mudanças causadas
pelas outras meninas, e a garota se aborreceu ainda mais.
Chegando em casa, Marcela, cabisbaixa e correndo,
foi ao seu quarto para tentar consertar sozinha o erro das
outras. Chorando em frente ao espelho, com uma tesoura
em mãos, cortou o cabelo todo no nível que as outras
meninas haviam repicado, e pensou o porque daquela vida,
porque as pessoas que nem a conheciam direito não
gostavam dela, porque sua mãe nem sequer a olhava,
conhecia-a ou conversava com ela.
Seu cabelo já estava pronto, passou um rímel que
igualou os cílios e se deitou até a hora do almoço.
No domingo a empregada não ia trabalhar, então
eles esquentavam a comida que ela deixava pronta.
Luciana fez isso e chamou os filhos, todos se sentaram em
volta da mesa e se serviram, sem dizer uma palavra.
Marcela não mexeu na comida, não quis almoçar e logo foi
para o seu quarto.
Deitou na cama e ficou lá, muda, resistindo ao
choro, até que seu celular recebeu uma mensagem e
vibrou. Marcela pegou seu celular e leu a mensagem, era
de Carolina, uma mensagem um tanto quanto insensível:
"achou mesmo que eu ia ser sua amiga, Marcela? Nunca
você conseguiria alcançar os padrões para se encaixar no
meu grupo. Você é gorda, nojenta. Se situa garota!". Como
se já não bastasse a exclusão, os problemas familiares, a
menina ainda estava sofrendo bullying e ciberbullying.
............
- 50 -
A autoestima da garota, que já estava baixa, caiu ao
nível zero, e ela desabou em lágrimas. Ficou no seu quarto
o resto do dia. Sua mãe gritou para ela ir jantar, mas
Marcela nem se levantou.
Mais uma segunda-feira, os meninos levantaram
cedo e sua mãe os deixou na escola, Lucas como sempre
foi com seus amigos e Marcela foi mais zoada do que
nunca, já que seu cabelo estava curto.
Marcela já não sabia mais onde se enfiar, o que
fazer, ela não tinha ninguém em quem confiar, quem
ajudá-la, pensava em seus pais, mas eles não tinham
tempo, pensavam em seus amigos, mas, que amigos?
Naquele dia, a garota não foi participativa como de
costume na escola, ficou de canto na sala, com a cabeça
abaixada. Seu professor de história percebeu seu desânimo
e pediu para ela esperar na sala assim que todos saíssem.
Quando ficaram a sós, o professor perguntou o que
estava acontecendo e Marcela viu uma oportunidade de
desabafar, contou tudo o que estava acontecendo com ela e
sobre o irmão estar indo para o mal caminho para o
professor, que ficou surpreso e indignado, e logo saiu para
contar à diretora.
Márcia, a diretora, também ficou surpresa com os
problemas de Marcela e decidiu chamar os pais das
meninas que praticaram bullying, contou o que elas
haviam feito e suspendeu todas por cinco dias. Quanto aos
problemas familiares, Márcia chamou os pais dos irmãos e
explicou o que havia acontecido, além de dar direções para
melhorar o convívio da família e ajudar Lucas quanto às
drogas e bebidas.
Depois disso, a convivência e a comunicação da
família melhorou muito, o pai passou a ver os filhos mais
vezes e a mãe diminuiu o horário de trabalho. Assim,
Marcela parou de ter problemas com sua alimentação e
Lucas começou a repensar suas atitudes e amizades.
26. ............
- 51 -
• Rede social: estrutura online na qual diversas pessoas estão
conectadas umas às outras, partilhando ideias, objetivos,
pensamentos e valores em comum.
• Festa do pijama: reunião de amigos no período da noite
• Rímel: maquiagem utilizada para alongar os cílios
• Bullying: toda ação repentina com a intenção de machucar o outro,
seja ele verbalmente ou fisicamente.
• Cyberbullying: palavra em inglês que no português significa
intimidação virtual.
• Zoar: tirar sarro de alguém, debochar.
O jovem atual tem o estudo como obrigação e direito,
segundo o ECA – 1990.
Segundo o IBGE, três em cada dez estudantes sofrem
bullying no Brasil.
Marcela foi ignorada e mal tratada pelas pessoas ao seu
redor por ser acima do peso, porém o artigo 5º da
Constituição da República Federativa do Brasil (Título II,
dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo I, dos
Direitos e Deveres Individuais e Coletivos) determina:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]”,
ou seja, somos todos iguais, indiferentemente da etnia,
classe social, cor, ou qualquer outro aspecto.
Fontes
http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/03/tres-em-cada-dez-estudantes-no-
brasil-sofrem-bullying-diz-ibge.html
http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/con1988_05.10.1988/art_5_.shtm
............
- 52 -
Jovem Luana
Natalie Correa Gabeta
Durante muito tempo, os jovens se mantiveram
calados, sendo proibidos de expressar suas opiniões.
Luana, uma jovem brasileira que vive em 2015, agradece
pela sociedade ter mudado bastante.
Atualmente ela é livre para se expressar, para
escolher sua profissão, sua religião, e até sua opção sexual,
o que era impensável em outra época, embora ainda exista
o preconceito, a intolerância e a descriminação.
Em 2011, foi autorizado pelo supremo tribunal
federal o casamento de pessoas do mesmo sexo. Por mais
que exista essa lei, infelizmente há pessoas muito
preconceituosas e homofóbicos, a ponto de cometer crimes
com homossexuais.
Luana descobriu há algum tempo que gosta de se
relacionar com pessoas do mesmo sexo, ou seja, Luana é
homossexual.
Não foi fácil para ela dizer aos pais que se
relacionava com mulheres, pois seus pais achavam que ser
homossexual era pecado, errado, coisa do “demônio”.
Luana procurou apoio de um psicólogo, de seus
amigos e, hoje, seus pais a entendem, aceitam-na e
também mudaram sua linha de pensamento.
Luana atualmente procura uma universidade para
fazer após terminar seu ensino médio. Ela pretende se
formar em Psicologia, para poder ajudar outras pessoas
que passam pela mesma situação em que ela esteve.
Ela se dedica muito aos estudos para, futuramente,
ter uma faculdade e sucesso.
O mundo atual está mais apto a aceitar as diferenças,
ele é movido pelo “querer”, pela liberdade e pelo respeito
igual, seja quem você for, pois não devemos tratar as
27. ............
- 53 -
pessoas com respeito diferente, pois ninguém é maior e
nem menor que ninguém, afinal, somos todos seres
humanos, não?
Luana não se importa com o que esperam dela, ou o
que pensam ser correto ou não, pois é ela que gira o
mundo, não os outros.
Luana é uma jovem brasileira, com a vida toda pela
frente.
• Homossexualidade: gente que gosta de ter relações amorosas com
pessoas do mesmo sexo;
• Liberdade: quando a pessoa é faz algo por pura vontade e que nada a
impede;
• Profissão: aquilo que você escolhe trabalhar/ ter de emprego;
• Respeito: tratar as pessoas do mesmo modo que gostaria de ser
tratado.
............
- 54 -
A história de Dora
Piera Ferraro Barduchi
Dora era filha de Marcelo e Daniela e morava na
cidade de Campinas. Era uma garota tímida, estudava no
mesmo colégio desde o infantil e agora cursa o Segundo
Ano do Ensino Médio.
Ao entrar na adolescência, Dora começou a sentir
desmotivação. Não quis mais frequentar sua aula de dança,
não queria mais sair com seus amigos. A maior parte do
tempo passava deitada em sua cama. Seus pais começaram
a se preocupar com seu estranho comportamento.
O auge da preocupação dos pais foi no dia em que
Dora foi convidada para ir ao cinema com seus amigos,
um passeio que ela nunca recusou, e ela não quis ir. Foi ai
que seus pais decidiram que iam procurar alguma ajuda
para sua filha.
De início procuraram a escola para ver se esse
comportamento se repetia com os professores e com seus
colegas, e isso foi confirmado pela coordenadora, que já
havia verificado alguns comportamentos diferentes em
Dora: não participava mais dos trabalhos em grupo com
tanta vontade como antes, durante o intervalo permanecia
mais tempo sozinha e verificou também uma queda em
suas notas.
Os pais foram orientados a procurar ajuda
profissional e iniciaram um tratamento com um psicólogo
especializado em jovens. Foi ai que descobriram que a
menina estava sofrendo de depressão: a doença do século
XXI.
Eles visitaram um psicólogo chamado Doutor
Antônio, ele queria explicar alguns fatos sobre a depressão
quando Daniela o interrompeu e disse chorando:
28. ............
- 55 -
- Eu não acredito que a nossa filha, que criamos com
tanto amor e carinho, está sofrendo de depressão!
O médico respondeu:
-Vocês não precisam ficar tão desesperados assim.
O caso da depressão aumentou 705% em apenas 16 anos,
está se tornando mais comum a cada ano que se passa.
- Mas a nossa filha? Ela cresceu recebendo tanto
carinho de nós, fizemos tudo para que ela ficasse feliz...
- Olha, eu sei que vocês estão preocupados e com
medo de que possa acontecer algo com sua filha, mas
vocês não podem demonstrar isso para ela, pois não
ajudará. Ela tem que saber que não passamos a vida sem
sofrer e que temos sim que ser fortes para encarar os
problemas que irão aparecer, pois é assim que
amadurecemos. E em relação à escola, vou orientá-los a
realizarem eventos em grupos com seus alunos, para que
mobilizem turmas inteiras e não apenas três ou
quatro pessoas. Assim eles saberão que são parte
importante de um todo e que eles fazem diferença, que eles
são essenciais para a construção do futuro de todos.
Depois de toda essa explicação, Dora entrou na sala
de Doutor Antônio e conversou com ele por mais ou
menos umas duas horas e meia. Ela saiu de lá um pouco
mais animada do que havia entrado.
A família tinha voltado para a casa e descobriram
que os amigos de Dora tinham-na convidado para uma
festa que ia acontecer naquela noite. Daniela e Marcelo
entraram no quarto de Dora e tentaram convencê-la a ir à
festa com seus amigos, Dora recusou e, como desculpa, ela
falou que não estava se sentindo muito bem para sair
naquele momento e que ela estava muito cansada, pois
tinha chegado do médico agora.
Os pais de Dora ligaram para os seus amigos e
avisaram-nos que ela não iria, pois não estava disposta.
Seus amigos falaram que não aceitariam que Dora não
............
- 56 -
fosse a essa festa e que, se ela não fosse, eles iam buscá-la.
Dora não aceitou mesmo ao pedido de seus amigos.
Depois de uns 15 minutos que seus amigos ligaram,
a campainha tocou e, quando Marcelo abriu a porta, lá
estava toda a classe de Dora. A melhor amiga de Dora,
Tatiana, perguntou:
- Olá, Marcelo, será que nós podemos falar com a
“Dorinha”?
Marcelo com um sorriso grande no rosto respondeu:
- Mas é claro que podem! Subam.
- Obrigada!
A classe inteira de Dora subiu as escadas e bateram
em sua porta. Novamente Tatiana perguntou:
- “Dorinha”, podemos entrar?
Dora com um tom estranho de voz respondeu:
- Sim.
Quando Dora viu todos os seus amigos em seu
quarto ela se emocionou e foi direto abraçar Tatiana. Seus
amigos começaram a dizer:
- “Dorinha”, porque você está faltando em tudo que
nós marcamos? É tudo muito chato sem você, nós te
queremos naquela festa, pois ela se chama “Segundão” e
sem você não é o segundo ano do colegial inteiro, falta
uma parte. Não aceitamos voltar naquela festa sem você!
Dora emocionada disse:
- Gente, obrigada por tudo que vocês me fizeram até
agora, obrigada por vocês fazerem eu me sentir melhor! Eu
amo muito todos vocês... Agora “Tati”, você pode me
ajudar a escolher a roupa?
Todos riram e foram abraçar Dora com muito
carinho. Enquanto Dora estava se arrumando com ajuda de
Tatiana, todos os seus outros amigos estavam esperando na
sala de estar.
Dora colocou sua melhor roupa, todos ficaram
encantados e muito orgulhosos de Dora por ter superado
tudo isso que ela estava passando. Ela foi à festa com seus
29. ............
- 57 -
amigos e gostou muito, falou que não perderia mais
nenhuma.
Jovens: uma pessoa com pouca idade, que existe a pouco
tempo. Destina-se ou se adequa a pessoas com a mesma
idade, imaturo, está em fase de crescimento.
Adolescência: Adolescência é uma etapa intermediária do
desenvolvimento humano, entre a infância e a fase adulta.
Este período é marcado por diversas transformações
corporais, hormonais e até mesmo comportamentais. Não
se pode definir com exatidão o início e fim da
adolescência.
Psicólogo: Psicologia é o estudo científico dos processos
mentais e do comportamento do ser humano e as suas
interações com o ambiente físico e social. Por tanto,
psicólogo é uma pessoa especializada em psicologia.
Depressão: Doença do século XXI
Caso da Depressão: A depressão ou depressão nervosa é
um estado patológico com um humor triste e
doloroso associado à redução da atividade psicológica e
física. A pessoa afetada pela depressão se sente impotente
e a doença vem quase sempre acompanhada de outros
sintomas, como a ansiedade ou a insônia.
Fontes
http://www.cartanaescola.com.br/single/show/439
http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/jovens
http://www.criasaude.com.br/N2757/doencas/depressao/definicao-depressao.html
http://www.significados.com.br/psicologia/
http://4.bp.blogspot.com/WsJKQMDmgtw/U2O7hvIFVKI/AAAAAAAABd8/RrOjg8R
6qao/s1600/tumblr_inline_mpzumny3Wz1qz4rgp.png
............
- 58 -
Alice, uma jovem brasileira
Beatriz Cezar Fernandes
Giovanna C. Fim
Alice é uma adolescente de 15 anos como qualquer
outra, tem desejos, direitos e deveres. É comum entre os
adolescentes sempre chegar aquele momento em que seu
cérebro não pensa antes de agir, e com Alice não foi
diferente.
Alice mora um pouco longe da cidade, mas
também não em zona rural, é meio a meio. Sua família é
simples: seu pai Arnaldo, sua mãe Joana e seu irmão mais
novo, Joaquim, de 12 anos.
Mas sua vida é complicada, seu pai está
desempregado e é alcoólatra, quando chega bêbado em
casa culpa a todos sem motivo, é violento, bate em sua
esposa, nela e em seu irmão. Sua mãe é a amiga que
sempre ajuda seus filhos em tudo, pois sabe que a vida não
será fácil, é dona de casa e se esforça para que a família
permaneça unida, apesar das dificuldades.
Alice estuda em uma escola pública, é uma
excelente aluna, tem uma melhor amiga, fiel, chamada
Lorena, elas nunca se desgrudavam, se consideram irmãs
do coração. As duas estão no Segundo Ano do Ensino
Médio. Elas sabem que essa fase da vida não é fácil.
30. ............
- 59 -
Lorena sabe que Alice tem problemas em casa e tem medo
de que a amiga não consiga se concentrar. Sua frase
preferida é: “A vida é cheia de desafios, e nada melhor que
um obstáculo para trazer mais aprendizado”.
A rotina da menina é tão apertada que nem tem
tempo para se divertir. Acorda às 6 horas, toma café, leva
Joaquim à escola dele, anda mais 500 metros para chegar
em sua escola às 7h, estuda até 13h. Após o término da
aula, vai buscar seu maninho, chega em casa, almoça,
ajuda a mãe a limpar a casa, depois faz seu dever, ajuda
seu irmão no dele e, quando olha, são 19h. Seu pai nem
sempre volta para casa após o trabalho. Às vezes, só volta
de madrugada, embriagado, acorda todo mundo aos berros
e acusações. É muito difícil viver essa realidade.
Nessa semana Alice estava na sua aula de geografia
quando recebeu a notícia que tinha ido mal na prova,
começou a se desesperar, pois sempre foi uma boa aluna,
como tinha recebido uma nota ruim? Como o pai reagiria?
De repente as lágrimas vieram, não conseguia parar de
chorar...
Quando as aulas acabaram, Alice já está pronta
para a bronca de seu pai e para a surra que ele iria dar.
Chagando em casa, junto de seu irmão, sabia que
encontraria sua mãe. Joana, sempre compreensiva, ouve as
angústias da filha, que conta sobre a nota e, em vez de
bronca, a mãe só deu um conselho: “se esforce mais da
próxima vez, você é muito capaz e essas coisas
acontecem!”
Nesse dia, seu pai chegou cedo, mas não estava
bêbado como de costume. Ele cumprimentou-a e sua mãe
como se nada tivesse acontecido, elas estranharam, mas
como não tinha bebido, entenderam. Sua mãe a encorajou
para dizer ao seu pai, mas o medo era insuportável. Depois
de muito esforço, contou, já está esperando a bronca, mas
em vez disso, seu pai lhe deu um beijo na testa, deu-lhe o
mesmo conselho de sua mãe e a elogiou dizendo saber que
............
- 60 -
ela é uma excelente aluna, esforçada e que uma nota não
iria prejudicar seu futuro acadêmico.
Mais tarde, naquela mesma noite, ele chamou a
todos para ter uma conversa. Nessa conversa ficou
surpresa com a coragem do pai ao falar dos problemas que
eles vinham enfrentando, que tudo aquilo era uma fase
difícil, que ele teve problemas e acabou bebendo para
esquecer. Explicou que estava indo a vários grupos de
apoio, ouvindo diferentes histórias e esperava que eles o
ajudassem a enfrentar os problemas sem a bebida.
Ela o admirou muito nesse momento, mas ao
mesmo tempo teve raiva, pois se ela fugisse todas as vezes
que houvesse um problema em sua vida e fugisse dele,
nunca estaria onde está agora, sendo uma boa filha, irmã,
aluna, amiga. Acaba de soltar a voz para o pai, diz tudo
aquilo que desejava dizer e que estava entalado na
garganta, era fácil pedir desculpas e seguir em frente
como se nada houvesse acontecido, esperando que
perdoassem-no por todas as noites que sua perna ficou
dolorida, roxa, pelo seu rosto machucado, e principalmente
pelo coração partido de ver alguém se ama te batendo, te
maltratando, por uma coisa que não tem culpa.
Seu pai ficou surpreso de ver a filha lhe
respondendo de modo tão rude; ele se levantou, deu um
abraço nela e disse saber os erros que cometeu, que ficou
noites em claro pensando em como queria dar uma vida
boa para sua família, disse que nunca quis maltratar, que
foi a bebida que fez isso com ele, que estava doente e saber
que seria difícil de ela perdoá-lo. No final, ela soltou um
"eu te amo", e ele retribuiu com o mesmo sentimento e um
abraço. Todos, com os olhos encharcados de felicidade,
finalmente se entenderiam, o orgulho da mãe em ver os
filhos e o marido reunidos novamente era imenso. Alice
poderia ter a família do seu lado, como sempre desejou,
apoiando-a. Sentia-se agora forte para nunca desistir, lutar
31. ............
- 61 -
e vencer na vida, pois juntos poderiam fazer o possível e o
impossível.
Daquela noite em diante, Alice estudaria para
conseguir terminar o Ensino Médio, para passar no
vestibular e para conseguir um bom futuro.
- Violência doméstica:
Todos só dias cerca de 360 crianças são vítimas de violência
doméstica. 63% das vítimas de violência no espaço doméstico são
mulheres. Destas, 43,6% têm entre 18e 29 anos; e outros 38,4%, entre
30 e 49 anos. Em 70% dos casos, os agressores são os próprios
maridos e companheiros.
- Grupo de apoio a pessoas com problemas com bebida alcóolica:
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil está entre os
maiores consumidores de bebidas alcóolicas do mundo. Existem
muitos grupos de ajuda ao alcóolatra e sua família, como o Al Lanon e
Alcóolicos Anônimos.
Fontes
http://alcoolismo.tudosobre.org/consumo-de-bebida-alcoolica-no-brasil.html
http://www.aars.org.br/aaII/funciona.html
http://www.cantareira.org/noticias/periferia-brasilandia-jardim-vista-alegre-violencia-
domestica
............
- 62 -
A Era Tecnológica
Aline Leão Moisés
Cíntia Zago Polidoro
Laís de Paula Nogueira
Isabella Rodrigues é uma jovem brasileira do
século XXI, tem 20 anos e cursa Engenharia Mecatrônica
na USP, disputou sua vaga com 350 pessoas, pois essa é
uma das melhores universidades do país. Ela se destaca
entre os demais, tira boas notas, participa de causas sociais
e se preocupa com o modo como as pessoas são tratadas
pela sociedade. Seus colegas de sala têm uma boa
condição financeira, pertencem à alta e média classe.
Escolheu essa área porque está em alta. Ela
trabalha com ferramentas de última geração. Essa área foi
responsável por criações como
a internet, os smartphones, e os tablets. Ela se sente
importante por fazer parte de um grupo seleto de pessoas
que trabalham em meio a muitas transformações.
É muito empreendedora e independente. Em tempo
integral, trabalha em uma empresa multinacional de
tecnologia como assistente, assim como 70% dos alunos
da graduação no Brasil. Seu dia a dia é muito corrido,
acorda cedo, toma seu café e dirige para o local de
trabalho. Leva em média uma hora ou mais para chegar,
pois enfrenta a lentidão e intensidade do trânsito que a
metrópole tem nos horários de pico. Nos dois últimos
anos, São Paulo enfrenta ainda ondas de protestos ligadas
a movimentos políticos, por isso, nos finais de tarde, às
vezes, fica muito tempo parada, mas sabe que essas
paralisações buscam melhorias na qualidade de vida e
também cobram que o governo lhes ofereça
32. ............
- 63 -
os direitos garantidos na Constituição, portanto, apesar do
cansaço, sabe que são válidas.
Todos os dias enfrenta novos desafios, a tecnologia
está em constante transformação. Nas últimas décadas tem
se revigorado rapidamente, e estão sendo vendidos em
números alarmantes. Só esse ano de 2015, a expectativa é
de 63,3 milhões, dessa forma, a criatividade deve estar
presente em todos os seus projetos, é preciso configurar
softwares, elaborar um o modelo esteticamente atraente e
estar antenada nas tendências do mercado. A própria
utiliza a tecnologia o tempo todo para desenhar os
modelos; pesquisar tendências e coisas do tipo foram os
motivos que a fizeram escolher essa área.
No final do dia, após a aula, lá pela meia noite,
chega em casa, onde mora com sua família. Seus pais têm
por volta de 50 anos e seus irmãos 15 e 11 anos. Ela ajuda
os pais a pagar as despesas da família, pois os pais fizeram
muito por ela, sempre se esforçaram para garantir que nada
lhe faltasse e tivesse uma boa formação, podendo hoje
estudar em uma das melhores universidades do país.
Isabella participa de causas sociais em seus finais de
semana livres, ou seja, quando não está estudando ou
trabalhando, em específico na ONG "Sonhando
Acordados", que busca levar alegria e diversão a crianças
doentes, a maioria com câncer e doenças crônico-
degenerativas, resgatando a sua esperança. Buscam,
também, realizar o sonho de vida dessas criança que tanto
precisam de esperança. Quando está trabalhando com as
crianças, sente-se importante, pois contribui para trazer
felicidade e esperança àqueles que precisam.
Isabella é uma jovem brasileira batalhadora e
sonhadora, não desiste diante dos desafios. Luta pela
melhoria da vida dos jovens e de sua família.
............
- 64 -
- USP: Universidade de São Paulo, uma das mais conceituadas no
país.
- Internet: é um substantivo feminino, rede de computadores
dispersos por todo o planeta que trocam dados e mensagens utilizando
um protocolo comum, unindo usuários particulares, entidades de
pesquisa, órgãos culturais, institutos militares, bibliotecas e empresas
de toda envergadura.
- Smartphone: é um termo é inglês que significa “telefone
inteligente” e é usado para designar uma nova linhagem de telefones
celulares que possuem uma série de tecnologias integradas no mesmo
aparelho.
- Tablet: é um tipo de computador portátil, de tamanho pequeno, fina
espessura e com tela sensível ao toque (touchscreen). É um dispositivo
prático com uso semelhante a um computador portátil convencional,
no entanto, é mais destinado para fins de entretenimento que para uso
profissional.
- Software: é um conjunto de componentes lógicos de um computador
ou sistema de processamento de dados; programa, rotina ou conjunto
de instruções que controlam o funcionamento de um computador;
suporte lógico, todo programa armazenado em discos ou circuitos
integrados de computador, esp. destinado a uso com equipamento
audiovisual.
ONG é a sigla para Organização Não-
Governamental: são todas as
organizações, sem fins lucrativos,
criadas por pessoas que trabalham
voluntariamente em defesa de uma causa, seja ela, proteção do meio
ambiente, defesa dos direitos humanos, erradicação do trabalho infantil
etc.
Fontes
http://www.sonharacordado.org.br/saopaulo/lettera.php?idsec=8
www.dicionarioinformal.com.br
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/universitarios-brasileiros-assumem-perfil-
independente-e-empreendedor-diz-estudo
33. ............
- 65 -
As incertezas de Caio
Breno Furlan Ceolato
Caio Eduardo de Melo Ríbolli
Caio é um jovem brasileiro. Como todo jovem, tem
seu direitos, um direito que julga fundamental é o acesso a
uma boa educação para que no futuro possa exercer uma
boa profissão, após ter tido uma boa atividade acadêmica.
Além disso, tem direito à liberdade de expressão, moradia
digna, a transporte de qualidade, à igualdade e segurança.
Quando sobra um tempo para Caio, ele tem direito à
diversão. No entanto, também tem seus deveres: deve
respeitar, ser educado, preservar o patrimônio histórico-
cultural, como todo jovem cidadão.
Hoje, a juventude é muito diferente da época dos
pais de Caio, eles gostam de dizer que aproveitavam muito
melhor seu tempo, pois conversavam com os amigos,
brincavam na rua, jogavam queimada, soltavam pipa e não
eram reféns de tecnologia, claro que ele não concorda. Aos
13 anos, seu passatempo preferido é andar de skate e se
arriscar em manobras cada vez mais radicais. No restante
do tempo livre, assiste televisão, joga vídeo games, mexe
no seu celular ou tablet. Apesar de gostar muito de
basquete, o tempo que se dedica a este esporte é pequeno
se comparado ao tempo que passa no celular. Seu tipo de
música preferida, a mais motivadora, é o rap, muitas vezes
ele cria letras e tenta reproduzir as músicas.
Desde sempre o mundo é dividido em classes
sociais. A classe alta, que são as pessoas com um enorme
poder financeiro, os ricos. A classe média, famílias que
ganham dinheiro o suficiente para ter uma vida
............
- 66 -
confortável. E a classe baixa, que são as pessoas pobres,
que vivem com muitas dificuldades financeiras e não tem
acesso a bens de consumo. Caio é da classe média, não
tem tudo o que quer, mas sua família luta para conseguir o
que deseja.
Quando quer um jogo novo, um celular novo,
qualquer coisa, primeiro pede a sua mãe. Tenta convencê-
la a lhe dar um ou a ajudá-lo a comprar. Sua mãe, como a
dos seus amigos, incentiva-o a economizar, a lutar pelo
que quer e tenta lhe mostrar que é possível conseguir o que
se deseja, mas é preciso lutar.
A seu ver, a coisa mais importante para o jovem,
depois de sua família, são os amigos. Eles estão passando
pelas mesmas situações, dividem angústias e bons
momentos de risadas e diversão. Ele e seus amigos estão
passando por diversas mudanças corporais e hormonais; do
ano passado para esse, percebeu que seus amigos
cresceram muito, a voz mudou e muitos gostos também.
Ele tenta entender um pouco de política, vê nos
noticiários que assiste e nos post do facebook que o país
está passando por um período de crise. O combustível vem
encarecendo, muitos empresários e donos de empresas
estão sendo presos, ocorre por causa dos políticos
corruptos e donos de empreiteiras, ligados à Petrobrás. É
a Operação Lava-Jato. Tudo isso lhe causa preocupação
e ansiedade, o que será do futuro?
Quando for adulto, Caio gostaria de ser médico,
essa profissão ajuda as pessoas. Esse desejo seu pela
profissão veio a partir de um problema que teve no tendão
do pé esquerdo. Foi a um hospital e o médico disse que
não era nada, que ele apenas tinha que alongar. A dor não
passou, então foi a um consultório particular e o médico
34. ............
- 67 -
disse que precisaria fazer um tratamento, caso contrário
seu tendão poderia vir a romper. Caio pensa que se não
fosse por um médico competente ele poderia estar com um
tendão rompido. Pensa muito no futuro, e sabe que terá o
auxílio da tecnologia em seu trabalho, isso trará inúmeros
benefícios. Gosta de pensar que será uma pessoa bem
sucedida e que poderá colaborar para a construção de um
país melhor e com mais igualdade.
º Rap- A sigla ¨RAP¨ vem do inglês ¨Rhythm and Poetry¨ - ¨ Ritmo e
Poesia¨. É um dos elementos da cultura ¨hip-hop¨. Sua origem foi na
Jamaica, mais ou menos na década de 1960.
Com a instabilidade politica do país muitos jamaicanos imigraram
para os Estados Unidos, e assim o ritmo se espalhou. Hoje o rap é
tocado no mundo todo.
º Empreiteiras- Empresa que realiza obras ou vende mão de obra,
principalmente para construções, mediante acordo antecipado, sendo o
trabalho pago em sua totalidade após a finalização do serviço:
empreiteiras contratadas pelo governo.
Empresa especializada que realiza obras por empreitada.
º Operação lava jato- Operação Lava Jato é o nome de uma
investigação realizada pela Polícia Federal do Brasil, cuja deflagração
da fase ostensiva foi iniciada em 17 de março de 2014, com o
cumprimento de mais de uma centena de mandados de busca e
apreensão, prisões temporárias, preventivas e conduções coercitivas,
............
- 68 -
tendo como objetivo apurar um esquema de lavagem de dinheiro
suspeito de movimentar mais de dez bilhões de reais. É considerado
pela Polícia Federal como a maior investigação de corrupção da
história do País.
Fontes
http://www.dicionarioinformal.com.br/rap/
http://www.infoescola.com.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/
35. ............
- 69 -
............
- 70 -
Por um mundo melhor, a história de
Pedro
Guilherme Coury Ribeiro
Pedro é um menino prodígio de 13 anos, mora em
Paraisópolis, em São Paulo. Gosta de ir à escola e
aprender, principalmente ciências. Sua mãe se chama Luci
e é muito batalhadora, sempre correndo atrás de trabalho
para pagar a escola do filho, e com todo o trabalho de casa
fica sempre exausta. Ele não conheceu seu pai, que morreu
em um tiroteio.
Pedro sempre conversa com sua mãe ao voltar da
escola, seu assunto preferido é sobre o que aprendeu nas
aulas de ciências. Luci, como tem pouca informação,
sente-se encantada ao ouvir o filho contar como forma a
chuva e que gosta do jeito que os pingos caem sobre suas
mãos, ela fica admirada com sua clareza, seu
conhecimento, e decide colocá-lo em uma escola melhor,
pois ele é muito merecedor e esforçado. Para Luci, o
estudo será a única herança que deixará a seu filho.
Procurou uma escola particular próxima à
Paraisópolis, muito conceituada e famosa. Embora a favela
seja muito pobre, os bairros que a cercam são ricos e
contam com uma infraestrutura de primeiro mundo. O
objetivo era fazer a matrícula, quando viu o preço
percebeu que não seria possível pagar, pois havia
aumentado e comprometeria muito a renda da família.
Era tarde e ela voltou arrasada para casa, falou para o
filho que não poderia pagar a escola. O menino se
entristeceu por alguns minutos, mas teve uma excelente
ideia, iria batalhar muito para conseguir mudar a sua vida,
estudando mais ainda para as provas, para assim no futuro
conseguir um emprego bom. No Brasil, há alguns anos, o
36. ............
- 71 -
governo federal implantou um programa chamado ProUni,
que ajuda pessoas carentes a ingressar na Universidade.
No dia seguinte, acordou mais cedo para estudar os
capítulos das aulas do dia, após o estudo se preparou para
longa caminhada até a sua escola. Passou pelo Morumbi, o
lugar mais bonito que já viu em toda a sua vida, muito rico
e enfeitado, com árvores grandes e muito verde, toda vez
que passava por lá sentia como se houvesse uma barreira
invisível, mas presente, entre sua realidade e aquele mundo
de privilegiados.
Durante as aulas, sentiu um cheiro estranho de
fuligem, mas não deu muita bola para isso, pois estava
muito concentrado. O sinal havia acabado de bater e, feliz
com seu progresso escolar, foi embora. Quanto mais se
aproximava de sua casa, sentia aumentar um cheiro
estranho de fumaça e, ao chegar em seu bairro, viu o
incêndio imenso.
Ele não queria acreditar no que via, tinha carros de
bombeiros por toda parte, entrou na sua casa à procura de
sua mãe, viu muitas paredes caídas e muitas coisas
quebradas. Embaixo dos escombros, viu uma mão, chamou
os bombeiros, e esperou até tirarem-na de lá. Ela estava
muito machucada, mas acordada, o que era um bom sinal.
Levaram-na para o hospital, Pedro a acompanhou em
todos os momentos. Felizmente, nada de muito grave a
havia afetado, no entanto, mais de 200 famílias ficaram
desabrigadas após o incêndio.
Naquele momento, Pedro sentiu a injustiça e o
desespero dos desabrigados. O menino decidiu que não
iria mudar só a sua vida, e sim a vida de todos que
passaram por isso. Encontrou no hospital pessoas ligadas a
uma ONG que realizavam trabalhos voluntários na favela e
a eles se uniu para ajudar como podia, ensinando as
crianças e oferecendo ajuda com seus estudos.
............
- 72 -
Pedro é um jovem brasileiro que caminha de cabeça
erguida e estuda para transformar o Brasil em um lugar
melhor.
- Prodígio: adj. Diz-se da criança que demonstra possuir uma
inteligência extraordinária ou um talento excepcional para a sua idade:
menina prodígio. s.m. Ocorrência que parece se opor às leis da
natureza; acontecimento contrário às leis naturais. Circunstância ou
aquilo que é fora do comum (extraordinário); milagre. Indivíduo
excessivamente talentoso; gênio ou portento. (Etm. do latim:
prodigium.ii) .
- Paraisópolis: Localizada em uma das regiões mais ricas da cidade
paulistana, a favela limita-se com os luxuosos condomínios Jardim
Vitória Régia, Paço dos Reis e Portal do Morumbi, sendo este último o
primeiro condomínio vertical da região; o distrito do Morumbi e a
favela do Jardim Colombo.
ProUni: É o programa do
Ministério da Educação que
concede bolsas de estudo integrais
e parciais de 50% em instituições
privadas de educação superior, em
cursos de graduação e sequenciais
de formação específica, a
estudantes brasileiros sem diploma
de nível superior.
- Salário mínimo: O valor do Salário mínimo de 2015 nacional é de
R$ 788.00
Fontes
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/01/politica/1433185554_574794.html
http://www.dicio.com.br/prodigio/
http://www.salariominimo2015.net.br/
http://siteprouni.mec.gov.br/
http://siteprouni.mec.gov.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Parais%C3%B3polis_(bairro_de_S%C3%A3o_Paulo)
37. ............
- 73 -
Muda que quando a gente muda o
mundo muda com a gente
Gabriel Fonseca Mengaldo
Matheus Macedo Gravalos
"Muda - que quando a gente muda
o mundo muda com a gente;
A gente muda o mundo na mudança da mente."
"Pensa!
O pensamento tem poder. Mas não adianta só pensar.
Você também tem que dizer!
Diz!
Porque as palavras têm poder.
Mas não só dizer.
Você também tem que fazer!
Faz!
Porque você só vai saber se o final vai ser feliz
depois que tudo acontecer".
Gabriel O Pensador
Pedro é um menino de 17 anos, negro, mora com
seus pais e seus irmãos na favela da Rocinha, no Rio de
Janeiro. Ali, ele e sua família passam muitas dificuldades,
sem respeito, pouca segurança e falta de higiene.
A família de Pedro enfrenta muitas dificuldades
financeiras, sua mãe está desempregada e seu pai tem que
sustentar a família com seu salário de gari, ele trabalha
recolhendo sacos de lixo pela cidade. Alguns amigos riem
dele, fazendo piadas sobre a situação do pai “lixeiro”.
Pedro pretende trabalhar como designer gráfico,
escolheu essa profissão, pois é bem criativo e gosta de usar
computadores para trabalhos escolares, diversão,
............
- 74 -
pesquisar, e sempre quis saber editar imagens. Ele sabe
que será difícil, estuda em escola pública, por isso nem
sempre tem aula, faltam professores e, além de tudo, ele
tem problemas para se concentrar. Os professores já
pediram para que os pais o levem ao médico, mas as filas
são longas e a consulta ainda vai demorar alguns meses.
Na comunidade existe uma ONG, a Pensando
Junto, o trabalho deles é mesmo muito legal, é um Projeto
Social, educativo e cultural, que atende a crianças e jovens
da comunidade da Rocinha, proporcionando a seus
participantes acesso a cultura, educação, lazer,
alimentação, acompanhamento médico, odontológico e
psicológico. O projeto foi criado a partir da indignação do
rapper e ativista social Gabriel O Pensador, que de perto
acompanhava o crescimento de jovens que faziam
malabares em um sinal de trânsito. Pedro realiza muitas
atividades ali, além de receber orientação profissional.
Acredita que, dentro de alguns anos, poderá entrar
na faculdade por causa das cotas estudantis; com muito
esforço e estudo, poderá se tornar um designer gráfico.
Quer ter uma família e ajudar seus pais.
- Favela da Rocinha: Atualmente vivem aproximadamente 69.356
pessoas na favela da Rocinha
-Gari no Rio de Janeiro: Hoje um Gari no Rio de Janeiro ganha
1.100 reias por mês
- Designer gráfico: Cria sistemas que agreguem textos e imagens em
meios impressos e eletrônicos. Concebe novos produtos de acordo
com as necessidades do cliente e customiza os já existentes,
adequando-os às transformações tecnológicas e sociais. Realiza a
construção e o desenvolvimento de identidades visuais, marcas,
logotipos e embalagens, além de trabalhar em sistemas de sinalização
de espaços diversos. E tem uma media salarial de R$1.600 por mês
38. ............
- 75 -
Fontes
http://www.rocinha.org/institucional/
http://www.rocinha.org/ongs/view.asp?id=1444
http://www.brasil247.com/pt/247/favela247/126597/Quantas-pessoas-moram-nas-
favelas-do-Rio.htm
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/guia-de-profissoes/design-
grafico/4edd200a51881c5a34000008.html
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Rafael
Bruno Salles
Vitor Bandeira
Rafael é um jovem que vive em Valinhos no ano de
2015, tem direitos e deveres, como: de estudar, de ter
moradia digna e saúde, seu deveres são: respeitar o
próximo, aceitar a opinião da outra pessoa e não agredir
uma pessoa física ou psicologicamente.
Sua família o ajuda em seu dia a dia, na escola com
as suas tarefas e em suas pesquisas. Às vezes, ele briga
com a sua mãe, mas os dois chegam num acordo e voltam
à relação de mãe e filho, de amor e carinho. Seus amigos
também o auxiliam em suas dúvidas, e em seus momentos
de lazer jogam videogame e conversam.
Rafael sonha em ser médico otorrino, pelo motivo
de seu avô ter tido uma infecção no ouvido que seria
simples de ser curada, mas com um diagnóstico errado de
um médico de um hospital público, seu avô ficou
praticamente surdo, e hoje só escuta por meio de
aparelhos. Ele quer ser médico otorrino para não cometer o
mesmo erro de diagnóstico e evitar que outras pessoas
sofram como seu avô.
Em dezembro, ele foi para Orlando com a sua tia.
Durante o voo, o piloto fez uma escala inesperada em
Miami, mas Rafael sabia que não era uma escala, e sim um
pouso forçado, pois uma turbina estava com defeito, mas
tudo ocorreu bem e ele se divertiu muito.
Em suas férias de julho, ele foi para João Pessoa,
uma cidade litorânea no nordeste do Brasil, seu pai e a sua
mãe foram também. Lá ele se divertiu muito nas praias, ele
também foi para a praia de Coqueirinho, onde tem um mar
esplêndido e sua areia era preta por causa do calcário que
havia em suas rochas. Nos últimos dias, ele ficou meio
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triste, pois estava deixando um lugar muito legal e
interessante, com caranguejos em todos os lugares, e um
forte do ano de 1549, mas ele também estava feliz pois
estava voltando para a sua casa.
E essa foi a vida de um jovem brasileiro, com os
seus familiares , amigos e suas inesperadas aventuras.
- Praia de Coqueirinho: Localizada no município de Conde, 25 km
ao sul de João Pessoa, a praia é relacionada entre as mais belas praias
do Brasil por qualquer revista dedicada ao turismo.
- Sonho: Reunião das imagens, ideias, pensamentos ou fantasias que,
geralmente confusas e sem nexo, se apresentam à mente no decorrer
do sono. Ou desejos
- Jovem: Moço, de pouca idade: mulher jovem. Que não tem o
espírito amadurecido; ingênuo: ele ainda é muito jovem.
Fontes
http://www.dicio.com.br/
http://paraibanos.com/joaopessoa/mapas/coqueirinho.htm
http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1054
5
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A Luta de Luana
Liara Horie Lacerda
Meu nome é Luana, eu nasci em São Paulo no ano
de 1985, sou negra. Minha família é muito pobre, não
tive acesso a várias coisas que pessoas da classe média
têm. Meu sonho era ser médica, mas para isso eu precisava
estudar em uma escola boa, eu ia a uma escola pública, eu
era esforçada, me destacava em todas as áreas.
Um dia tivemos na escola uma olimpíada de
matemática e disputamos com outras escolas de vários
estados do Brasil, eu fui a que se destacou. Sempre gostei
muito de matemática! Uma das melhores escolas de São
Paulo me procurou, me deram uma bolsa de 100% no
valor da mensalidade. Com certeza eu aceitei, minha
família ficou muito orgulhosa de mim, fomos direto fazer a
matrícula, deu tudo certo e no próximo trimestre eu já
poderia começar, mas para isso precisava me preparar.
Quando comecei no novo colégio, estava muito feliz
e com medo ao mesmo tempo, pois a partir dali tudo ia
mudar. Todos eram muito ricos e com o nariz empinado.
Algumas meninas me ofenderam já de cara, me chamavam
de macaca, preta... Enfim, nomes muito horríveis, mas era
sempre baixinho, para que nenhum funcionário do colégio
ouvisse. Eu fiquei muito triste, mas não me deixei abalar,
mesmo com todos me zoando. Eu era a melhor em tudo o
que eu fazia na escola, as pessoas não gostavam de mim
por esse simples motivo e por eu ser negra.
Um dia nós, do terceiro ano do ensino médio,
tivemos uma prova e quem atingisse a melhor nota
ganharia bolsa, transporte e hospedagem para ir estudar
nos Estados Unidos em uma das melhores universidades
do mundo, e poderíamos escolher qualquer área.
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Eu estudei muito, nunca estudei tanto, passei noites
acordada para realizar meu sonho e mostrar que não é só
porque eu sou negra que eu não posso ser médica.
O dia da prova chegou, e eu estava super nervosa,
mas depois fiquei calma e fiz a prova com toda facilidade.
Tivemos que esperar o resultado da prova por uma
semana. Quando ele finalmente chegou, vi a minha nota...
100%!
Na hora eu não acreditei e fiquei muito feliz.
Ninguém acreditou, e a partir daquele dia ninguém mais
zoou, pelo contrário, todos começaram a falar comigo e a
querer serem meus amigos.
Hoje voltei a São Paulo, eu sou uma boa médica,
faço parte de várias ONGs e realizo trabalho social. Digo
para quem sofre com o racismo: não desistam dos seus
sonhos só pelo fato de ser negro, a sua cor é motivo de
orgulho! Você é igual a todos, mas não devemos sofrer
calados, racismo é crime inafiançável e quem o comete
deve arcar com as consequências!
• Nariz empinado: “Ser demasiado orgulhoso, sentir-se superior
às outras pessoas”.
• Classe Média: “O governo brasileiro já tem uma nova definição
para a classe média brasileira. Considerando a renda familiar
como critério básico, uma comissão de especialistas formada
pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da
República definiu que a nova classe média é integrada pelos
indivíduos que vivem em famílias com renda per capita
(somando-se a renda familiar e dividindo-a pelo número de
pessoas que compõem a família) entre R$ 291 e R$ 1.019”.
• Racismo: “É a convicção sobre a superioridade de determinadas
raças, com base em diferentes motivações, em especial as
características físicas e outros traços do comportamento
humano”.
• Crime de Racismo: Em 1989, foi criada a Lei 7716/89, mais
conhecida como “Lei Caó”. Proposta pelo jornalista, ex-vereador
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e advogado Carlos Alberto Caó Oliveira dos Santos, essa lei
determinava a igualdade racial e o crime de intolerância
religiosa. Um dos maiores triunfos com o aprimoramento da lei
contra o racismo foi sua pena. Crime de racismo é inafiançável,
mas especifica a diferença entre atitudes que podem ser
consideradas como racismo.
Fontes
http://www.casota.org/expressions/expression/index.php?id=254> Acessado
em: 02/09/2015 às 08h18.
http://www.sae.gov.br/imprensa/sae-na-midia/governo-define-que-a-classe-
media-tem-renda-entre-r-291-e-r-1-019-cidade-verde-em-24-07-2013/ >
Acessado em: 02/09/2015 às 08h27.
http://www.significados.com.br/racismo/> Acessado em: 02/09/15 às 08h32
http://racismo-no-brasil.info/lei-e-penalidade.html Acessado em: 02/09/15 às
09:53
41. ............
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Jovens Escritores
Kaory Moriyama Kawashima
Hoje Julia, Mariana, Carla, Pedro e Lucas são
mundialmente conhecidos, pois escreveram um livro sobre
como é a vida de um adolescente no Brasil, mas antes de
eu começar a falar da carreira deles, é melhor eu explicar
como tudo começou.
Era sábado de manhã quando Mariana teve a
brilhante ideia de escrever um livro, mas como ela não
conseguiria escrevê-lo sozinha, pediu para que seus
amigos participassem também. Obviamente todos
aceitaram. Eles fizeram várias reuniões para decidir o tema
do livro, mas não conseguiram nada.
Após exatamente um mês, Pedro teve uma ideia
para o tema do livro, que tinha visto em seu sonho. Os
amigos adoraram a ideia e, no último dia de aula, eles
combinam de que nas férias todos iriam escrever um
pouco para que quando voltassem às aulas eles juntariam
as melhores partes dos textos e o livro estaria quase
pronto. Dito e feito, o livro só precisava de alguns ajustes
e estaria pronto.
Quando finalmente o livro ficou pronto, eles
notaram a importância do avanço da tecnologia, pois sem
ela eles não estariam escrevendo o livro em seus
computadores e nem conversando e trocando ideias no
WhatsApp.
Os jovens levaram o livro em várias gráficas e
editoras, mas elas recusaram o projeto, pois achavam que
ele não faria sucesso e que era perda de tempo investir em
algo como aquilo, porém houve uma gráfica que aceitou o
livro com o maior prazer, o dono falou que as histórias
eram divertidas e cheias de vida, ele tinha certeza de que
faria sucesso, ainda mais sendo escrito por jovens
brasileiros.
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O livro foi um sucesso! E aquelas gráficas que não
aceitaram o livro se arrependeram muito. Muitas gráficas
do mundo todo querem traduzi-lo em outras línguas para
que o mundo inteiro o leia. Enfim foi assim que o livro
escrito por jovens brasileiros surgiu.
Eles não pararam por aí não, eles também
escreveram muitas de outras coleções para crianças de
todas as idades e adolescentes. Neste instante, os jovens
estão viajando pelo mundo, tentando encontrar inspiração
para uma nova coleção. Seus pais estão muito orgulhosos,
não veem a hora de poder ler a mais nova coleção e, ainda
por cima, autografada.
E como eu sei de tudo isso? Bem, digamos que sou
amiga dos escritores mais jovens do mundo.
• Livro: Conjunto de folhas impressas e reunidas em volume
encadernado ou brochado. Obra em prosa ou verso, de qualquer
extensão.
• Jovens: Moço, de pouca idade: mulher jovem, que ainda possui o
vigor da juventude.
• Tecnologia: Teoria ou análise organizada das técnicas, procedimentos,
métodos, regras, âmbitos ou campos da ação humana.
Fonte
http://www.dicio.com.br/tecnologia/
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A conquista
Matheus de Oliveira
No Paraná vivia um menino que se chamava Lucas.
Ele morava em uma fazenda de seus pais, lá ele não ia à
escola, pois trabalhava na fazenda, plantava e colhia, tirava
o leite da vaca, e aos sábados ele aproveitava o tempo livre
e ia até o rio perto de sua casa para pescar o almoço de
todos.
Um dia Lucas acordou à noite e escutou seu pai
conversando com sua mãe Cláudia sobre a péssima
qualidade de vida que eles estavam tendo e as dificuldades
que estavam passando, o sonho deles era que de Lucas
pudesse ir à escola e ter um futuro melhor que aquele no
campo. Eles estavam pensando em ter uma vida melhor na
cidade e Lucas poderia ir à escola.
Ele ficou com muito medo dessa ideia, mas também
acreditava na possibilidade de ter um futuro melhor para
ele e sua família.
No dia seguinte, eles arrumaram as malas e foram
pra São Paulo. Venderam a fazenda. Lucas ficou triste,
pois gostava do Paraná, mas acreditava que teria um futuro
melhor na cidade.
Ao chegar a São Paulo, Lucas não gostou do que viu,
pois achou o lugar muito diferente de sua cidade natal,
achou o lugar muito triste e poluído. Eles foram morar em
um apartamento, Claudia deu o maior quarto para Lucas,
que ficou muito contente, ele saiu em sua sacada e avistou
uma escola a uma quadra do seu apartamento, sua mãe lhe
disse que era lá o local onde ele estudaria.
O valor da matrícula e da mensalidade eram altos,
ele ficou contente pela chance de ir à escola, mas triste,
pois o valor comprometeria o salário de João, que estava
trabalhando na fábrica, sobraria muito pouco pra eles.
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No dia seguinte, acordou cedo para ir à escola a pé,
já que era muito perto de sua casa. Ao chegar, sentiu um
frio na barriga, mas ele ergueu a cabeça e seguiu em frente,
indo em direção à sua sala, quando apareceu na sua frente
um menino grande e forte e disse:
- Olha um aluno no novo!
Lucas, com confiança, respondeu:
- Olá sou Lucas!
O menino olhou com uma cara de deboche para
Lucas e lhe deu um soco. No chão do corredor, Lucas
encontrou um papel e o agarrou, enquanto recebia outro
soco no estômago.
- Até mais otário!
Lucas levantou do chão e foi para a aula,
observando o papel que era uma lista para inscrição, para o
curso de robótica da escola na sala 7. Quando a aula
acabou, Lucas vai até à sala 7, com o papel em sua mão,
perguntou para o professor:
- Essas aulas são de robótica são pagas?
O professor da risada e reponde:
- Não, porque você está interessado ?
- Estou sim!
-Vamos, assine então!
A partir daquele momento ele fazia parte do curso,
ficou muito feliz. Ao chegar em casa, contou à sua família
que ficou muito satisfeita, mas percebeu que ele estava
machucado e a mãe preocupada perguntou:
- Lucas o que aconteceu com você filho?
Lucas contou para os pais o encontro com o garoto
que o machucou. A mãe ficou muito brava, ligou na escola
e a direção tomou todas as medidas necessárias, garantindo
que isso não iria mais acontecer.
Com o passar do tempo, Lucas conquistou muitos
amigos e não permitia que nenhum aluno novo fosse
agredido pelos mais velhos. Era muito querido na escola.
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Na robótica se destacou, provando seu potencial. O
professor, impressionado, contratou-o como estagiário e
logo ele se tornou monitor, ganhando um dinheirinho a
mais que podia investir em tecnologia.
Potencial: capacidade de desenvolvimento.
Deboche: desrespeitar ou tirar sarro.
Respeito: tolerar algo.