AGENDASÃOPAULO2017
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AGENDASÃOPAULO2017 3
EDITORIAL
Um caminho para se
conseguir mudar o país
Chegamos à quarta edição do Agenda, o grupo de seminários que procura
discutir problemas e apresentar soluções para as cidades. E, este ano, optamos
por discutir o empreendedorismo social, uma modalidade de negócios que
une a inovação (e a resiliência) inerente ao empreendedorismo, como um
fim social. Não por acaso, esse tipo de atividade também é conhecida como
negócios sociais.
Para falar sobre isso tudo, convidamos o jornalista, escritor e
empreendedor social, Eduardo Lyra, que criou uma instituição que hoje atende
a mais de 1,2 mil famílias carentes da região de Poá, na Grande São Paulo,
onde mora. A sua história de vida, você vai conhecer ao longo das próximas
páginas, mas é um exemplo de como o meio, por mais asfixiante que seja, não
consegue se impor à determinação humana.
Assistir a uma palestra do Edu é algo digno de registro. E, por trás
de expressões inusitadas, como “É Nóis” e “Tamo Junto”, o que se vê é um
jovem que, apesar de tudo, aposta na solidariedade e em mais diálogo entre
diferentes, como forma de se mudar um país.
E, o que descobrimos neste Agenda foi que, felizmente, também temos
muitos “Edus” por aqui. Ainda bem.
O ciclo Agenda é uma realização da OA Eventos,
que integra as Empresas Pioneiras (EP).
Conta ainda com a participação da Diretoria
de Relações Institucionais do grupo e na
organização e parceria direta da Diretoria de
Jornais e Mídias Digitais, com o jornal A Cidade
(Ribeirão Preto) e os sites ACidade ON (Ribeirão,
Araraquara, São Carlos e Campinas). O evento
conta ainda com apoio de mídia das rádios CBN
e Jovem Pan e apoio institucional da EPTV.Todas
as empresas citadas integram o grupo EP.
EXPEDIENTE ORGANIZADORES
Antonio Carlos Coutinho Nogueira
José Bonifácio Coutinho Nogueira Filho
André Coutinho Nogueira
José Bonifácio Coutinho Nogueira Neto
Paulo Brasileiro
Josué Suzuki
Fernanda Freitas
Fernanda Caribé
Guilherme Aranha
Ligia Boareto
José Manuel Lourenço
Edição e textos: José Manuel Lourenço
Edição de fotos: Mariana Martins
Tratamento de imagens: Mariana Martins
Editor de arte: DanielTorrieri
GRUPO EPTV
PRODUÇÃO
REVISTA
AGENDA
2017
AGENDASÃOPAULO2017 5
O PROBLEMA
EM BUSCA DO
EMPREENDEDORISMO
SOCIALO termo é relativamente novo e as suas aplicações, no Brasil, ainda
tímidas. Em termos gerais, o empreendedorismo social ou negócios
sociais são uma vertente do empreendedorismo que une um modelo de
negócios tradicional, que visa lucro, mas que vai além disso: o seu foco
são sempre ações que tenham por finalidade suavizar ou eliminar um
determinado problema social de uma comunidade. Para as quatro edições
paulistas do Agenda 2017, o palestrante convidado foi o jornalista e
empreendedor social, Eduardo Lyra, de 29 anos, criador do Instituto
Gerando Falcões, uma organização que atua na periferia de São Paulo.
6 AGENDASÃOPAULO2017
EDUARDO LYRA
Jovem empreendedor de
São Paulo usou a sua
experiência de vida para
criar uma organização do
Terceiro Setor que ajuda a
mais de 1,2 mil famílias na
região de Poá, na Grande
São Paulo
29 anosé a idade do palestrante
convidado para os seminários
do Agenda no Estado de São
Paulo, Eduardo Lyra
Da favela para Harvard: a
história de Eduardo Lyra
Eduardo Lyra narra sua história de quem nasceu numa favela.
Seu pai se tornou usuário de drogas, ingressou no crime, e foi preso. O
contraponto foi a sua mãe, Maria Gorete Brito Lira. Ela colocou na cabeça
do filho, que ele podia ser maior e com esta frase mudou a sua vida: “Não
importa de onde você vem, mas, sim, pra onde vai”. Inspirado, Edu se
tornou o que muitos imaginaram que ele não seria: jornalista, escritor,
roteirista e empreendedor social. Com essa narrativa ele prova que tudo é
possível e todos podem. Prova disso, é que ele fundou o Instituto Gerando
Falcões há quatro anos.
Hoje, a ONG possui vinte projetos sociais e atende a 1,2 mil famílias
da região de Poá, na Grande São Paulo, através da educação com foco em
esporte, cultura, qualificação profissional e geração de renda. Pelo seu
trabalho, foi selecionado pelo Fórum Econômico Mundial, como um dos
15 jovens brasileiros que podem mudar o mundo, fazendo parte do Global
Shapers. Saiu na lista da revista Forbes entre os 30 jovens mais influentes
do Brasil, e recebeu o prêmio Jovem Empreendedor de 2014 pelo Lide
(Grupo de Líderes Empresariais). Há 20 anos, o pai de Edu abandonou o
crime e pagou sua dívida com a Justiça para cuidar da sua família.
AGENDASÃOPAULO2017 7
WEBER SIAN / A CIDADE
Negócios sociais ajudam a
comunidade, mas são negócios
O Brasil precisa superar a ideia de que o trabalho com ações
sociais deve ser gratuito, fruto de ações de voluntariado. Ou, em outras
palavras, o empreendedorismo social é um negócio e deve permitir a
quem trabalha com ele as condições necessárias para se sustentar.
Quem defende esse ponto de vista é o consultor do Sebrae-
SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas),
Vinicius Nóbrega, 30 anos. “No Brasil, se alguém tem uma iniciativa
de empreendedorismo tradicional, como criar uma indústria, um
escritório de advocacia ou de prestação de serviços, é visto pela
sociedade como uma pessoa bem-sucedida. No entanto, se faz alguma
coisa com foco social, é criticada por estar ganhando dinheiro com
isso”, disse.
Entre as atividades desenvolvidas por um empreendedor social
estão, por exemplo, criar ideias úteis para resolver problemas sociais,
combinando práticas e conhecimentos de inovação, utilização de
enfoques baseados no mercado para resolver problemas sociais e a
identificação de novos mercados e oportunidades para financiar uma
missão social.
No Brasil, as
pessoas são
criticadas
se fazem
algo com
foco social
e ganham
dinheiro com
isso.
VINICIUS NÓBREGA
CONSULTOR DO SEBRAE
8 AGENDASÃOPAULO2017
PROJETOS
No Brasil, os negócios
sociais ainda têm como
principal característica
suprir deficiências em
setores essenciais, como
educação, saúde e cultura,
que o Estado não consegue
preencher
1990é quando surgem, no Brasil,
as primeiras iniciativas de
empreendedorismo social
Setor ainda precisa de legislação
específica para poder atuar melhor
No Brasil, o empreendedorismo social existe, tem histórias
inspiradoras, mas ainda precisa de um arcabouço jurídico para se
efetivar. A constatação foi feita pelo professor da Unesp Araraquara,
economista e consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
e das Nações Unidas, Leandro Pereira Morais.
“Muitas das empresas que existem no Brasil funcionam sem um
caminho jurídico muito claro e a criação dessa estrutura legal deveria
ser o nosso próximo passo”, afirmou. Esse “arcabouço jurídico”, como
disse, deve ser uma das partes mais importantes de uma política de
Estado que deve ser criada no país para área de empreendedorismo
social, em contrapartida às atuais políticas de governo. “Hoje, não
existem garantias de continuidade de políticas”, disse.
“Esta situação vivida no País acaba criando um clima de
instabilidade adicional para os empreendedores sociais e afeta o
desempenho dessas empresas, uma vez que o futuro delas depende
muito mais de decisões políticas do que de um plano (municipal,
estadual ou federal) que aponte políticas permanentes para o setor”,
concluiu Leandro Morais.
AGENDASÃOPAULO2017 9
DIVULGAÇAO FREEPICK
No exterior, negócios sociais
aprimoram a cidadania
A existência do conjunto de leis que delimita e protege o espaço
de atuação dos chamados negócios sociais faz com que, nos países
desenvolvidos, (parte da Europa, EUA, Canadá e Coreia do Sul) o
empreendedorismo social tenha como principal característica o
aprimoramento de ganhos sociais já existentes.
No Brasil, isso não acontece e, de certa forma, as empresas
sociais ainda funcionam, de certa forma, para preencher espaços
que deveriam estar sendo ocupados pelo próprio Estado. “Aqui, esse
tipo de iniciativa existe para suprir algumas condições e direitos que
uma grande parcela da população não tem acesso, como educação de
qualidade, cultura, esportes, informação, segurança, saúde etc.”, disse
o gerente regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae), Fernando Amêndola Sanches. Pós-graduado em
administração de empresas e especialista em gestão de pessoas pela FGV,
ele concorda com Morais e diz que a prioridade deve ser a definição do
que é, juridicamente, uma empresa social. “Me parece que a diferença
primordial entre o tipo de empreendedorismo social que existe lá fora e
o que praticamos no Brasil está aí”, completou.
As empresas
sociais, no
Brasil, ainda
existem
para suprir
condições e
direitos a que
uma grande
parcela da
população não
tem acesso
FERNANDO SANCHES
SEBRAE
AGENDASÃOPAULO2017 11
Estudo realizado pelo Sebrae
mapeou perfil do empreendedor
Há dois anos, o Sebrae elaborou um estudo que aponta a existência
de vários perfis de empreendedores sociais. Um dos principais mostra o
empreendedor como sendo das classes C, D e E: são sócios, fornecedores
e/ou distribuidores cujos produtos e serviços trazem impactos sociais ou
ambientes positivos para comunidades locais.
Além deles, o estudo do Sebrae também apontou, entre os perfis
de empreendedores socias, profissionais buscando reposicionamento
de carreiras, recém-formados ou estudantes universitários que tenham
interesse em abrir uma start-up de negócios sociais e gerentes e
empreendedores de negócios sociais oriundos do Terceiro Setor.
O trabalho também apresenta dois tipos específicos de
empresários sociais: o primeiro, de grupos de pessoas envolvidas em
empreendimentos coletivos, solidários e geridos por eles mesmos
(empreendimentos de economia solidária, comércio justo, cooperativas,
consórcios, etc.); o segundo tipo são pessoas oriundas de grupos com
dificuldades de inserção no mercado de trabalho, como egressos do
sistema penal, portadores de necessidades especiais ou integrantes de
minorias étnicas.
Existe uma
certa confusão
de que quem
atua nessa
área está
explorando
uma carência
para ter o seu
ganho. Em
outros países
isso já foi
superado.
ROBERTO GANDARA
ECONOMISTA
10 AGENDASÃOPAULO2017
PONTO COMUM
Todas as ações ligadas
ao empreendedorismo
social têm como
finalidade poder
melhorar a situação
social de uma
determinada localidade
1995Foi quando surgiu, no
Rio de Janeiro, o Comitê
de Democratização da
Informática, uma das
primeiras iniciativas de
empreenderismo social
no País; visa a inclusão
digital de jovens carentes
DIVULGAÇÃO FREEPICK
Definição sobre atividade ainda
não está claramente definida
Um dos pontos comuns a todas as edições paulistas do Agenda
foi a necessidade de se diferenciar empreendedorismo social de outros
tipos de atividades que são exercidas no meio social e que, sobretudo,
a sociedade deve superar: empreendedorismo social não é filantropia e
um empreendedor social é, antes de mais nada, um empresário.
Ou seja, ele gere uma empresa, que deve ter um plano de
negócios e que, ao final, deve apresentar condições que garantam
a sustentabilidade financeira do proprietário ou proprietários das
empresas. Independentemente de o alvo das ações da empresa ser
o meio social, é importante que essa empresa seja gerida dentro
dos princípios gerais do empreendedorismo, ou seja, que ela pague
impostos, tenha um plano de negócios com metas definidas e que,
sobretudo, que possa dar lucro.
“Existe uma certa confusão de que quem atua nessa área está
explorando uma carência para ter seu ganho. Em outros países isso
já foi superado. No Brasil, é uma ideia que pode dar muito certo,
mas que ainda depende de quebrar alguns paradigmas”, afirmou o
economista Roberto Gandara.
12 AGENDASÃOPAULO2017
O DEBATE
SETOR
AINDA BUSCA O SEU
ESPAÇO
Pelo fato de ainda ser um conceito relativamente novo, o
empreendedorismo social ainda enfrenta diversos desafios,
sobretudo um espaço que permita diferenciá-lo de outras ações no
meio social. A ideia de que o responsável por uma empresa social
seja remunerado pelo seu trabalho e que a empresa gere lucros,
ainda é vista com algumas restrições por boa parte da sociedade.
Esse foi um dos pontos principais dos debates realizados pelo
Agenda em Araraquara, São Carlos, Ribeirão Preto e Campinas.
Uma discussão produtiva, como você lerá a seguir.
14 AGENDASÃOPAULO2017
AMANDAROCHA/ESPECIAL
ARARAQUARA
Lyra destaca a necessidade de o
País produzir líderes legítimos
Em uma das apresentações mais surpreendentes das três edições
do Agenda Araraquara, o jovem nascido em uma favela de Guarulhos,
e que teve na violência e discriminação companhias constantes, fez um
discurso emocionante em defesa da conciliação e do diálogo nacionais,
como forma de tornar o Brasil um país com menos desigualdades
sociais.
Longe de ser piegas, a apresentação de Eduardo Lyra, 29 anos,
fundador do Instituto Gerando Falcões, de São Paulo, mostrou que esse
processo de pôr para conversar, por exemplo, direita com esquerda e
ricos com pobres deve ser feito por pessoas com capacidade de liderança.
“O que eu quero dizer é que líderes são aquelas pessoas que têm a
sensibilidade de entender que alguns momentos são mais delicados do
que outros. E, que o Brasil enfrenta um período muito delicado da sua
história e, nessas horas, a gente não pode olhar para as diferenças”,
afirmou. E, quem são os líderes? Para Eduardo Lyra, são atores (locais,
regionais ou nacionais) cujas características estão presentes em duas
expressões largamente usadas em comunidades: “É Nóis” e “Tamo
Junto”. A primeira, no sentido de que seja alguém que chame para si a
responsabilidade em momentos críticos; a segunda, que mesmo com
essa atitude, tenha a sensibilidade de perceber que a mudança não se faz
sozinho, mas em conjunto.
25/8Foi quando o Agenda foi
realizado em Araraquara,
no Sesc local
MESA
A edição de estreia
do Agenda 2017 foi
realizada em Araraquara,
no Sesc local; os
palestrantes convidados
foram o gerente do
Sebrae, Fernando
Sanches e o professor da
Unesp, Leandro Pereira
Morais
AGENDASÃOPAULO2017 15
LEANDRO PEREIRA MORAIS
TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL COMO META
Um dos pontos principais da
apresentação do professor da Unesp
Araraquara, Leandro Pereira Morais,
foi o fato de o empreendedorismo
social poder ser parte de um
processo de transformação de
um modelo econômico, que
trouxe avanços tecnológicos mas,
também, aumento da desigualdade
social. “É uma ideia que permeia
o modelo de desenvolvimento
alternativo a um modelo de
desenvolvimento excludente”, disse.
Para Morais, o empreendedorismo
social representa, por um lado, a
possibilidade de iniciar processos
de inclusão social, mas não deve
ficar só nisso. “É preciso tentar
dar o passo à frente, no sentido de
entendê-lo como algo que vai além
da ideia da inclusão e que se integre
a um modelo de desenvolvimento
é um estilo de vida muito melhor
do que o modelo atual nos coloca”,
completou.
FERNANDO SANCHES
BRASIL AINDA LUTA
PARA CONSEGUIR O
BÁSICO
“No Brasil, existe uma grande
lacuna entre o que as pessoas
precisam e o que elas realmente têm
e essa lacuna está nas coisas mais
básicas, como segurança, educação e
saúde”. A frase do diretor regional do
Sebrae, Fernando Sanches, serviu de
introdução para dizer que os diversos
exemplos de empreendedorismo
social no País existem para “colocar
oportunidades para que todos
possam ter um dia a dia melhor e
alçar novos voos”. Ou, em outras
palavras, o nicho de oportunidades
para um empreendedor social está
na sua capacidade de conseguir
suprir a incapacidade do Estado, a
incapacidade das administrações
públicas, e em fornecer os serviços
básicos para a população.
AMANDAROCHA/ESPECIAL
2013Foi quando entrou em funcionamento, em Poá, o Instituto Gerando Falcões,
fundado pelo jornalista e escritor Eduardo Lyra; atualmente, a ONG tem
parceiros como a Microsoft, Accenture, Ambev, Motorola, entre outros
É inaceitável que o lugar
onde alguém nasça determine
aonde vai chegar na vida.
EDUARDO LYRA
EMPREENDEDOR SOCIAL
16 AGENDASÃOPAULO2017
AMANDAROCHA/ESPECIAL
SÃO CARLOS
O dia em que um menino de
favela disse que sonhos existem
e que vale a pena persegui-los
O Agenda São Carlos ficou marcado por uma história de luta,
perseverança e pela apresentação de conceitos que fogem ao rigor
científico. A ideia-chave da apresentação de Eduardo Lyra no auditório
da EPTV foi inesperada: sonhos e a capacidade de os jovens acreditarem
neles e torná-los realidade. “Tô contando a história da minha vida, de ter
nascido em favela, de ter tido amigos perdidos para o tráfico para ficar
provado que o jovem pode sonhar, que é difícil, mas é possível. Sair da
senzala ainda é uma exceção para poucos ‘Edus’. Mas, quando a gente
consegue reunir numa sala tantas lideranças, tantas cabeças boas, acredito
que isso vai deixar de ser uma exceção e virar a regra. Isso, para as pessoas
refazerem o seu destino e não permitirem que o medo, a incerteza, a
pobreza, a violência, ditem onde elas vão chegar”, afirmou.
E, depois dos slogan “É Nóis” e “Tamo Junto”, Lyra lançou o terceira
ideia, para exemplificar o que disse acima: “Agora é comigo”. “Se a gente
quiser virar o jogo social do nosso país, se quiser deixar um futuro para
os nossos filhos - e quando a gente vira pai as coisas deixam de ser sobre
você e passa a ser sobre os filhos -, a gente vai ter de responder a uma
pergunta difícil: se vamos ter ou não a coragem de olhar para o problema
e dizer, problema, agora é comigo.”
27/10O Agenda São Carlos foi realizado
no auditório da EPTV e, entre as
autoridades presentes, estiveram o
diretor de Relações Institucionais
da EPTV, o vice-prefeito
Juliano Cardinali e o deputado
federal, Lobbe Neto, além de
representantes dos poderes
Executivo e Legislativo locais,
associações de classe e estudantes
AUDITÓRIO EPTV
A segunda edição do
Agenda foi realizada
com a presença dos
professores Leandro
Pereira Morais, da
Unesp, e Maria Zanin, da
Universidade Federal de
São Carlos
AGENDASÃOPAULO2017 17
MARIA ZANIN
A IMPORTÂNCIA
DA ECONOMIA
SOLIDÁRIA
A apresentação da professora da
UFSCar (Universidade Federal de São
Carlos) teve como ponto principal
a exposição de diversos exemplos
locais de economia solidária, entre
eles a existência de um banco
comunitário em São Carlos. O foco
da sua palestra esteve nos processos
de tomada de decisão de diversas
associações e cooperativas, que é
feito de forma coletiva pelos seus
integrantes.
LEANDRO PEREIRA MORAIS
É NEGÓCIO,
MAS VISA MUDAR
A REALIDADE
O professor da Unesp, Leandro
Pereira Morais, afirmou que, até
pela novidade do tema, do ponto de
vista teórico-conceitual não existe
um conceito consensual a respeito
do que seja empreendedorismo
social. “Isso varia de país para país,
inclusive dentro do próprio País há
divergências e isso oscila de acordo
com a história política e a formação
socioeconômica de cada um”, disse.
Segundo ele, as definições
vão da parte mais filantrópica,
que envolvem, geralmente ações
de voluntariado, mas de caráter
assistencialista, passando por ações
de grandes empresas que aplicam
ações destinadas a melhorar as
comunidades onde estão inseridas,
até a parte mais subversiva do ponto
de vista da economia solidária. No
entanto, apesar das indefinições a
respeito do que é empreendedorismo
social, o professor da Unesp disse
que uma característica principal
pode ser atribuída a esse conceito:
tem uma preocupação muito grande
com a sustentabilidade econômica
e financeira mas, ao mesmo tempo,
vai além disso e foca as suas ações
em melhorar as condições sociais e
ambientais de uma comunidade.
AMANDAROCHA/ESPECIAL
69%Um levantamento feito pela associação Artemísia com 1,2
mil empreendedores sociais mostrou que, de cada três
empreendedores sociais no País, dois são do sexo masculino
Sair da senzala ainda é uma
exceção para poucos ‘Edus’,
mas acredito que vai deixar de
ser uma exceção e virar regra.
EDUARDO LYRA
PALESTRANTE DOS SEMINÁRIOS AGENDA
AGENDASÃOPAULO2017
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20 AGENDASÃOPAULO2017
WEBERSIAN/ACIDADE
RIBEIRÃO PRETO
Gerando Falcões cria asas e vai
se tornar uma das primeiras
franquias sociais do País
A cidade escolhida para iniciar o projeto Agenda, há quatro anos, foi
o local onde Eduardo Lyra fez uma das revelações mais importantes de
todos os seminários: o Instituto Gerando Falcões, criado por ele há cerca
de quatro anos, na periferia de São Paulo, vai lançar uma franquia social.
“O projeto ainda está na fase de desenho, mas quero construir uma rede
de organizações que trabalhem juntas e que criem impacto com mais
eficiência. A franquia social, como a chamamos, é um rótulo que pode
ser uma rede, um grupo, mas o que a gente quer, de fato, é compartilhar
recursos, network, gestão, eficiência e estímulos para que esses
empreendedores não parem no meio do caminho, mas criem o devido
impacto nas suas comunidades”. Segundo ele, já existem conversas
bem encaminhadas para desenvolver projetos-piloto em uma cidade do
Nordeste do País e outro no Estado do Rio de Janeiro.
O seminário de Ribeirão Preto também ficou marcado por uma das
cenas mais emocionantes dos quatro anos do Agenda: na plateia, meninos
de comunidades carentes fizeram fila para tirar fotos ao lado daquele
a quem faziam questão de chamar de ídolo: um jovem de 29 anos, que
contra todas as estatísticas, se tornou um empreendedor social.
15/9Foi a data do Agenda
Ribeirão, realizado no
auditório da Faculdades
Armando Alvares Penteado
MESA
Em Ribeirão Preto, a
mesa de debates foi
formada pela fundadora
do Clube da Borboleta,
Fabíola Medeiros, e
pelo gerente do Supera
Parque, Eduardo Cicconi
AGENDASÃOPAULO2017 21
EDUARDO CICCONI
SUPERA PARQUE VAI
CRIAR PROGRAMA
A partir do próximo ano,
o Supera Parque vai criar um
programa voltado exclusivamente
para auxiliar na criação e
desenvolvimento de empresas com
impacto social. “Vamos ajudar as
pessoas que tenham uma ideia
de criar uma empresa de impacto
social. Já houve um chamamento
para incubadoras do Brasil inteiro
que tenham interesse de trabalhar
com esses novos programas
e nós fomos selecionados. A
partir daí participamos de uma
capacitação e desenvolvemos esse
novo programa com métodos
focados neste tipo de empresa”,
disse o gerente do Supera Parque,
Eduardo Cicconi.
FABÍOLA MEDEIROS
CAPACITAR QUEM
FAZ E QUEM ERRA
Fabíola Medeiros, criadora do
Clube da Borboleta, um fenômeno
das redes sociais que já reúne perto
de 300 mil pessoas, foi a segunda
palestrante do Agenda Ribeirão
2017. O ponto principal da sua
apresentação foi uma experiência
que o clube está desenvolvendo na
sua sede física, que cede parte da
área para que os associados possam
usá-la como balcões de venda dos
seus produtos. Se, em dois ou
três meses, o negócio não decolar,
outro associado assume o local.
Quando o negócio não dá certo, o
empreendedor volta para o processo
de capacitação, para descobrir onde
errou e também para que o erro não
venha a se repetir.
WEBERSIAN/ACIDADE
Vamos ajudar
as pessoas
que tenham
uma ideia
de criar uma
empresa
de impacto
social.
EDUARDO CICCONI
GERENTE DO SUPERA PARQUE
22 AGENDASÃOPAULO2017
DENNYCESARE/CÓDIGO19
CAMPINAS
Palestrante diz que é preciso
desenvolver mentalidade
empresarial em negócios sociais
Campinas encerrou a série paulista do Agenda. E foi na cidade que
o palestrante Eduardo Lyra tocou em um ponto vital para quem quiser
ser um empreendedor social. “Tem uma frase bastante conhecida que diz
que você pode mudar o mundo e ainda ganhar algum dinheiro”. A frase
foi dita a respeito dos negócios sociais atualmente, no Brasil, serem mais
sociais do que negócios.
“Hoje, para as ONGs poderem sobreviver precisam estar conectadas
com o setor empresarial do país, gerar produtos, iniciativas, receitas,
para não para no meio do caminho”, disse. Segundo ele, é preciso
desenvolver uma mentalidade mais empresarial, inclusive no que diz
respeito à arrecadação de recursos.
“É preciso cultivar a ideia da doação, pedir dinheiro não é vergonha,
mesmo porque todo mundo faz a sua parte. O empreendedor faz o
impacto na comunidade e o empresário e o cidadão estão trabalhando,
sabendo que o seu recurso está aindo para a comunidade. Então temos
de fomentar, cada vez mais, essa prática”, completou. Segundo ele,
o Instituto Gerando Falcões tem um programa, chamado “Amigo da
Comunidade” onde, quem doa R$ 10, R$ 20 ou R$ 40 ganha um selo que
o identifica como doador.
ACADEMIA
A edição de Campinas teve
como palestrantes convidados
o professor da Unicamp,
Paulo Lemos, e o consultor de
empresas e, também, professor
da Unicamp, Roberto Gandara
10/11Campinas encerrou a série
de quatro seminários do
Agenda, que foi realizado
noVitória Hotel
AGENDASÃOPAULO2017 23
4%do capital necessário
para abrir um negócio
social no Brasil veio por
meio do crowdfunding
PAULO LEMOS
MUITO ALÉM DE
UM MODISMO
O economista Paulo Lemos,
da Unicamp, destacou que o
empreendedorismo social e, de
modo geral, todas as formas
de empreendedorismo, exigem
de quem o pratica uma atitude
empreededora. “Essas pessoas
têm que ser empreendedoras, agir
dessa forma nas suas atividades
profissionais, dentro da sua casa,
em relação à vida ou seja realmente
ter uma postura empreendedora
perante todas as coisas que você vai
enfrentar”, afirmou.
Segundo Lemos, o
empreendedorismo social já deixou
de ser uma espécie de modismo
para se tornar algo real, com a
capacidade de poder transformar
uma realidade marcada pela
desigualdade social. E, segundo
ele, uma das melhores formas de se
fazer isso, é usando a criatividade.
ROBERTO GANDARA
MUDANÇA DE
MENTALIDADE
Na sua apresentação, o
consultor de empresas Roberto
Gandara destacou a mudança de
mentalidade que já começa a se
instalar entre empreendedores
jovens. Antes, a ideia era fazer o
primeiro milhão de reais antes dos
30 anos. Hoje, a ideia continua
sendo conseguir o primeiro milhão,
mas, em vez de dinheiro, de pessoas
influenciadas pelas suas atitudes.
Segundo ele, esse tipo de
empreendedor tem hoje as condições
ideais para fazer a diferença, não
com foco assistencialista, mas com
a cabeça de empreendedor. “Vamos
parar de falar ‘lucro’ como se fosse
uma coisa feia, mesmo quando
falamos de ações na área social”,
afirmou. Para Gandara, são pessoas
com esse tipo de perfil que podem
fazer a diferença, em um país
marcado pelas desigualdades sociais.
DENNYCESARE/CÓDIGO19
Vamos parar
de falar ‘lucro’
como se fosse
uma coisa
feia, mesmo
quando nos
referimos a
ações na área
social.
ROBERTO GANDARA
CONSULTOR DE EMPRESAS
24 AGENDASÃOPAULO2017
AS IDEIAS
EMPREENDEDORISMO
SOCIAL
AÇÕES QUE
FUNCIONAMPelo Brasil e nos demais países, são vários os exemplos
inspiradores de ações ligadas ao empreendedorismo social,
cujo impacto nas comunidades em que foram aplicadas foi
forte o suficiente para mudar a realidade daquele locais. Alguns
são extremanente simples, mas poderosos o suficiente para
produzir ganhos reais na qualidade de vida de moradores de uma
determinada localidade. Outros, de maior dimensão, chegam a
influenciar não apenas um bairro ou uma cidade, para estender a
sua influência a uma região. A seguir, listamos alguns deles.
26 AGENDASÃOPAULO2017
Temos de
pensar sobre
como a gente
pode dividir
o nosso palco
com pessoas
que nunca
subiram em
um palco,
como podemos
colocar os
holofotes sobre
o outro. Isso é
liderança, visão
social.
EDUARDO LYRA
SUCESSO É
MEDIDO PELO
IMPACTO SOCIAL
Ações de um projeto de empreendedorismo social têm
como alvo a capacidade de interferirem, de forma positiva,
na realidade do seu entorno ou da sua cidade
“Temos de parar de falar sobre o nosso sucesso e começar
a falar sobre como a gente consegue compartilhar sucesso e
fazer com que ele chegue a outras bandas da sociedade, em
outros CEPs, como a gente pode dividir o nosso palco com
pessoas que nunca subiram em um palco, como podemos
colocar os holofotes sobre o outro. Isso é liderança, visão
social, protagonismo. Eu não quero viver em outro país, quero
construir um novo Brasil. Para fazer isso temos de engajar a
sociedade, a gente tem de despertar o melhor que existe nas
pessoas e dizer que se o seu desejo é mudar o Brasil existe um
lugar para você.”
A frase de Eduardo Lyra, que hoje gere uma das mais
bem-sucedidas experiências brasileiras de empreendedorismo
social, mostra que a prática dos negócios sociais tem sempre
em vista o outro.
Os negócios sociais, como também são chamados,
começaram a existir por causa da incapacidade de o Estado em
prover o cidadão de suas necessidades mais básicas, mas hoje
não são só isso.
Longe da filantropia, os empreendedores gerem as suas
empresas como negócios. Mas, a grande diferença em relação
ao empreendedorismo tradicional, é que não visa só o lucro,
mas formas de poder melhorar as comunidades onde estão
inseridos. Veja alguns exemplos, a seguir.
AGENDASÃOPAULO2017 27
360.000pessoas são atendidas na Costa Rica pela empresa
Asembis, que promove campanhas subsidiadas de
atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade
em zonas rurais marginalizadas, centros penitenciários,
casas de idosos e clínicas públicas.
140.000é o número de visitas/mês do site Sautil, que divulga
dados e informações sobre remédios e tratamentos
gratuitos em todas as cidades do País.
AGENDASÃOPAULO2017
O QUE
SÃO NEGÓCIOS
SOCIAIS?
São empreendimentos que focam
o seu negócio principal
na solução, ou minimização,
de um problema social ou ambiental
de uma coletividade. Esse objetivo
faz parte do seu plano de negócios
e é o que vai trazer lucro
para a empresa. A viabilidade
econômica do negócio é crucial
para sua sobrevivência,
que não busca subvenções
e patrocínios.
QUAL É O PÚBLICO ALVO
DESSES NEGÓCIOS?
Os clientes dos negócios sociais serão
pessoas da faixa de renda mais baixa,
as chamadas classes C, D e E. Também
podem ser todos aqueles envolvidos com
a minimização de impactos ambientais,
sejam pessoas físicas ou jurídicas.
EXISTE ALGUMA LEI QUE DEFINA O
QUE SÃO NEGÓCIOS SOCIAIS? HÁ
ALGUM TRATAMENTO DIFERENCIADO?
Não. Os negócios sociais são como outros quaisquer,
diferenciando-se em sua finalidade. Mas vale lembrar
que há políticas públicas muito importantes de apoio e
fomento aos pequenos negócios que desburocratizam
e os desoneram muito, além de dar a eles ferramentas
de ampliação de competitividade e acesso a mercados.
ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS,
COMO ASSOCIAÇÕES E FUNDAÇÕES?
QUAL A DIFERENÇA?
Ao contrário de instituições sem fins lucrativos como associações
e fundações, os negócios sociais têm o intuito lucrativo
e podem repartir esses dividendos entre seus sócios e investidores.
AGENDASÃOPAULO2017
69%É o percentual de homens que atuam no mercado dos negócios
sociais, de acordo com pesquisa feita pela Artemísia
CONHEÇA
ALGUMAS IDEIAS
PRÁTICAS PARA
EMPREENDEDORISMO
EM NEGÓCIOS DE
IMPACTO SOCIAL
1) AGRICULTURA
por exemplo: um negócio
social que trabalhe com
a formação de pequenos
agricultores dentro das
técnicas da agroecologia
e cria um modelo de
distribuição de cestas de
produtos orgânicos aos
consumidores, promovendo
uma eficiente cadeia
produtiva.
2) CANAIS DE
DISTRIBUIÇÃO
um dos maiores
problemas para
artesãos e pequenos
produtores rurais é
a comercialização
dos produtos. Uma
das saídas que busca
resolver esta questão
é a criação de uma
rede de venda direta,
porta a porta, de
produtos artesanais
produzidos por grupos
de baixa renda. A
rede é operada por
vendedoras que
ganham comissão a
partir de suas vendas.
E os grupos produtivos
ampliam sua receita
não só com as
vendas, mas com
o fortalecimento da
qualidade produtiva.
3) EDUCAÇÃO
Creches comunitárias
particulares
oferecendo educação
de alta qualidade e
em horário comercial
para que os pais
possam trabalhar, a
um preço acessível
para as famílias
de baixa renda; ou
aulas interativas
de reforço escolar
para determinadas
disciplinas via
plataforma online que
pode ser acessada
gratuitamente.
4) ENERGIA
Negócio social que
desenvolve tecnologia
de geração de
energia solar, como
é o caso de fogões
solares, a preços
acessíveis para
famílias sem acesso
à rede de distribuição
elétrica.
5) SAÚDE
Oferecimento de
consultas e exames
médicos de boa
qualidade a preços
acessíveis para
a população de
baixa renda que
não tem acesso a
planos de saúde e
desenvolvimento de
aparelhos médicos
com tecnologia
de ponta, mas
de baixo custo
financeiro.
59%dos negócios dependem
diretamente da internet,
segundo levantamento
realizado pela empresa
Din4mo, que consultou
1200 empreendedores.
30 AGENDASÃOPAULO2017
ÔNUS DA POBREZAConhecido como poverty penalty em inglês, ônus da pobreza é o fenômeno que descreve como as pessoas
mais pobres pagam mais por produtos ou serviços do que pessoas de renda média e alta. Comparando
os custos de diversos itens em dois bairros de Mumbai, um bairro de periferia e um de alta renda, o autor
da tese, o indiano C. K. Prahalad (foto acima) concluiu que a população de baixa renda pagava de uma a
53 vezes mais pelo acesso a itens como arroz, ligações telefônicas, água e crédito. Esse custo excessivo
deve-se a monopólios locais, acesso inadequado, distribuição precária e fortes atravessadores.
(Fonte: Artemísia)
O QUE SÃOOs negócios sociais também são chamados de empresas sociais, empresas 2.5, empresas
BOP (base da pirâmide) ou negócios inclusivos. Podem distribuir seus lucros entre os
investidores e sócios, da mesma maneira que podem reinvestir todo o resultado no próprio
negócio de forma a gerar mais resultados e mais impacto social. (Fonte: Sebrae)
DIVULGAÇÃO
AGENDASÃOPAULO2017 31
PLANO DE NEGÓCIOS
Ferramenta utilizada pelo empreendedor para projetar como determinado modelo de negócio deve se
comportar na prática. Contém dados sobre a criação da empresa, descrição do produto ou serviço,
análises de mercado, necessidade de investimentos, estratégias de vendas e marketing, informações sobre
os gestores e infraestrutura, entre outros detalhes operacionais. Pode ser utilizado pelo empreendedor
tanto como um guia para a gestão quanto para apresentar o negócio a possíveis investidores. (Fonte: PEGN)
ACELERADORA
São uma versão do século 21 das
incubadoras. As empresas aceitas por
aceleradoras ganham acesso a uma
ampla rede relacionamentos, passam por
mentoria e têm seu modelo de negócio
aprimorado. Com isso, ganham visibilidade
e credibilidade e se desenvolvem mais
rapidamente. Em geral, as aceleradoras
fazem pequenos aportes no negócio e
recebem em troca um percentual que varia
entre 5% e 15% das cotas da empresa.
(Fonte: PEGN)
CROWDFUNDING
Contribuição de pequenas quantias,
geralmente feita por pessoas físicas, para
financiar um projeto.
VULNERABILIDADE SOCIAL
É definida como situação em que os recursos e habilidades de um dado grupo social são
insuficientes e inadequados para lidar com as oportunidades oferecidas pela sociedade5.
Caroline Moser6 estuda a relação da pobreza com a acumulação de ativos, ou seja, recursos
financeiros, humanos, naturais ou sociais que podem ser adquiridos, desenvolvidos, melhorados
e transferidos. Os ativos ajudam a reduzir a vulnerabilidade social dos indivíduos
ANJOInvestidor individual, com
experiência em gestão e
finanças, que aposta em
startups com valores de
R$ 50 mil a R$ 1 milhão.
32 AGENDASÃOPAULO2017
EU FUI... MARCO FLÁVIO SANTOS / AGÊNCIA CONQUEST
FOTOS AMANDA ROCHA / ESPECIAL
BATE-PAPO
O presidente do Sincomercio de Araraquara, Antonio Deliza Neto com
o diretor de Jornais e Mídias Digitais do Grupo EP, Josué Suzuki
#TAMOJUNTO
A gerente geral do Instituto EPTV, Renata Nogueira,
com Eduardo Lyra, rodeados de integrantes do projeto
ComVocê, do instituto
SÃO PAULO
O deputado estadual
Roberto Massafera
ARARAQUARA
O prefeito de Araraquara,
Edinho Silva, com o diretor
de Relações Institucionais
do Grupo EP,
Paulo Brasileiro
AGENDASÃOPAULO2017 33
MARCO FLÁVIO SANTOS / AGÊNCIA CONQUEST
FOTOS AMANDA ROCHA / ESPECIAL
MUNICÍPIO
O vice-prefeito de São Carlos, Giuliano
Cardinali, durante o Agenda local
UNESP O economista Leandro
Pereira Morais, palestrante dos
Agenda Araraquara e São Carlos
AGENDA
CAMPINAS
A partir da esquerda:
Adriana Flosi
(presidente Acic),
Guilherme Campos
Junior (presidente
Correios), Henrique
MagalhãesTeixeira
(vice-prefeito),
Márcio França (vice-
governador), Rafa
Zimbaldi (presidente
da Câmara), Antônio
Carlos Coutinho
Nogueira (Toni)
e José Bonifácio
Coutinho Nogueira
Neto (Joe), diretores
do Grupo EPTV
MARIA ZANIN
Economista da UFSCar foi uma das palestrantes
convidadas do Agenda São Carlos
CONGRESSO NACIONAL
Deputado Lobbe Neto
também esteve no Agenda
COMPANHEIRA
A companheira de Eduardo Lyra, Mayara Nassaro
34 AGENDASÃOPAULO2017
EU FUI...
AMANDA ROCHA / ESPECIAL
WEBER SIAN / A CIDADE
WEBERSIAN/ACIDADE
REGISTRO
Selfies foram
constantes após as
apresentações de
Edu Lyra
RIBEIRÃO PRETO
O prefeito Duarte Nogueira
e a primeira-dama,
Samanta Pineda, durante o
Agenda, em setembro
GUILHERME CAMPOS JR.
Presidente dos Correios
esteve em duas edições do
Agenda
EPTV
O diretor da EPTV, Antonio
Carlos Coutinho Nogueira,
durante a apresentação do
Agenda Campinas
MARCO FLÁVIO SANTOS / AGÊNCIA CONQUEST