1. Surrealismo!
Surrealismo- O poeta francês Apollinaire foi o primeiro a
utilizar o termo surrealismo antes de o médico e escritor André
Breton publicar no seu Manifesto Surrealismo (1924), no qual
definia as características do novo movimento. Breton conhecia a
psicanálise freudiana e no decurso da sua prática como médico
durante a segunda Grande Guerra tivera ocasião de escutar as
macabras e confusas recordações dos soldados feridos.
Fig.1- André Breton
As fantasias do inconsciente fascinavam-no ao ponto de
considera-las a fonte de criatividade. O próprio Breton definiu
assim o surrealismo: “Automatismo psíquico puro, pelo qual se
pretende expressar, verbalmente ou por escrito, o
funcionamento real do pensamento. Um ditado do pensamento
à margem de toda e qualquer preocupação estética ou moral.”
Foi esta, por exemplo, a interpretação que deu às audácias e
novidades e jogos de palavras que caracterizam as obras de
2. Rimbaud e de Lautréamont, entre outros. Se bem que os
antecessores imediatos do surrealismo tenham sido a pintura
metafísica italiana, que teve em De Chirico o seu expoente
máximo, e o movimento dadaísta, é mesmo assim possível
encontrar na história da arte outros percursores, fontes de
inspiração para os surrealistas, dos quais se destacaram pintores
tão singulares como El Bosco, o renascentista Arcimboldo, com
os seus quadros de frutas animais, e as criações fantásticas de
Goya e William Blake. No seu Manifesto, Breton preconizava
também a escrita através da qual os impulsos deviam ser
libertados espontaneamente para o papel sem passarem por
qualquer filtro consciente.
3. Fig.2- Obras de Salvador Dali
Em finais dos anos 20, o autonomismo foi abandonado a favor de
um estilo mais disciplinado. Em 1930, Breton publicou o seu
Segundo Manifesto Surrealista, que ele próprio definiu como
“uma chamada aos princípios”. Proeminentes pintores
surrealistas foram os espanhóis Salvador Dali, que em 1929
começou a desenvolver uma técnica pictórica espetacularmente
precisa, e Jean Miró; os franceses René Magritte e Yves Tanguy e
o alemão Max Ernst. Na literatura, as teorias surrealistas deram
um importante impulso à linguagem ao fomentar as imagens
fantásticas e as deslocações tal como aparecem nos sonhos.
Entre os seus principais representantes cabe citar Paul Eluard,
Lois Aragon, Philippe Soupault e Pierre Unik, entres outros. Em
Portugal merece destaque o poeta e artista António Pedro.