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Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                         Escoamento com superfície livre - Definição

     Diz-se que um escoamento de um líquido é com superfície livre se alguma parte do
     contorno da secção de escoamento está em contacto com a atmosfera.


     Qual o significado disto?
      Como a superfície do líquido está à pressão atmosférica, esta coincide com a linha
     piezométrica




                                                                                        1
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Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                          Escoamento com superfície livre - Definição

     Apesar de a designação de canal também ser algumas vezes aplicada também a
     cursos de água naturais (rios, ribeiras), em geral, esta costuma associar-se a cursos
     de água artificiais.
     Ao lugar geométrico dos pontos mais baixos de um canal atribui-se a designação de
     talvegue ou linha de fundo do canal. A sua planificação, constitui o perfil longitudinal
     do leito.




                                                                                            2
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Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                          Escoamento com superfície livre - Definição

     Ora, quando se fala do declive de um canal (simbolizado por i), este diz respeito ao
     declive longitudinal do seu leito, sendo medido pela tangente trigonométrica do ângulo
     θ que aquele forma com a horizontal.
                                      i  tg ( )
     Consoante o perfil longitudinal é descendente ou ascendente no sentido do
     escoamento, o declive é positivo (favorece o escoamento) ou negativo (dificulta o
     escoamento).




                                                                                          3
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                          Escoamento com superfície livre - Definição


     Os tipos de escoamento mantêm-se para escoamentos com superfície livre (uniforme,
     permanente e variável).
     Quanto ao uniforme, só é possível em canais prismáticos (quando não há variação
     da secção com o percurso) e de rugosidade constante ao longo da geratriz. Num canal
     em tais condições em que não há variação do caudal, o escoamento tende para
     uniforme, desde que em zonas suficientemente afastadas de possíveis perturbações
     do escoamento.
     O regime permanente, para escoamentos com superfície livre, pode dividir-se em
     regime permanente gradualmente variado (também chamado por regolfo) e em regime
     permanente rapidamente variado.




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Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                          Escoamento com superfície livre - Definição




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Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                Escoamentos Uniformes




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Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                  Escoamentos Uniformes

     Nos escoamentos em superfície livre em regime uniforme, tanto o perfil da superfície
     livre (e portanto a linha piezométrica) como a linha de energia e o perfil longitudinal do
     leito são rectilíneos e paralelos. A perda de carga unitária, J, é portanto igual à
     diminuição, na unidade de percurso, da cota do perfil longitudinal do leito:

                                      J  sen( )
     Na grande parte dos casos, acontece que o perfil forma um ângulo pequeno com a
     horizontal, e para θ pequeno, J = sen(θ) ≈ tg(θ) = i.
     Assim, é possível calcular a altura do escoamento com base nas leis empíricas de
     Chézy e de Gauckler-Manning.


     Para o dimensionamento de grandes canais, é aconselhável recorrer à fórmula de
     Colebrook-White, substituindo o diâmetro na fórmula pelo diâmetro hidráulico, que por
     sua vez é igual ao quádruplo do raio hidráulico.

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Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                Escoamentos Uniformes




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Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                           Escoamentos Uniformes – Forças




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Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                            Escoamentos Uniformes – Forças

     A equação de equilíbrio de forças segundo a direcção do escoamento é então:




     Se se trata de um escoamento uniforme, F1 é idêntico a F2. A mesma equação fica
     reduzida a:




      Resta acrescentar que, para escoamentos turbulentos em canais abertos, a tensão
      tangencial na superfície do canal é dada por:




                                                                                    10
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                 Cálculo da altura uniforme

      Para efectuarmos o cálculo da altura uniforme, à partida temos dois métodos mais
      directos, que são:


       Resolução por tentativas: Isolam-se num dos lados da equação todas as
      constantes, deixando no outro membro uma função dependente do valor da altura de
      escoamento. Vai-se adoptando valores para a altura de forma a aproximar o
      resultado de ambos os membros da equação (aconselha-se a fazer uma tabela para
      organizar os resultados obtidos).


       Resolução pelo método de convergência: Isola-se num dos lados da equação
      somente um h, ao qual vamos designar de hn+1. Do outro lado, substituímos todos os
      valores de h por hn. Vamos escolher um valor inicial para h0, calculamos h1,
      repetindo este processo até o erro ser aceitável (efectuar iterações).


                                                                                       11
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                      Distribuição de velocidades na secção transversal



       A velocidade máxima não ocorre à superfície, mas ligeiramente abaixo desta;
       A máxima velocidade superficial verifica-se na zona central, denominado filão, onde
      a superfície está ligeiramente mais baixa do que nas margens;
       Corpos flutuantes colocados nas margens têm tendência a mover-se para a zona
      central;
       As linhas de igual valor de velocidade denominam-se de isótacas ou linhas
      isotáquicas;
       Como se trata de escoamentos turbulentos, as linhas isotáquicas dizem respeito a
      velocidades médias no tempo.




                                                                                          12
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                      Distribuição de velocidades na secção transversal




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Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                      Distribuição de velocidades na secção transversal




                      Isotáquias


              V f  (0,6 a 0,9)  Vm

              Vm  (0,8 a 0,9)  VS
                                                    Variação de velocidades na
                                                             vertical

                                                                                 14
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                      Distribuição de velocidades na secção transversal




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                                            Secções mistas

      Designa-se por secção mista uma secção de um canal que possui rugosidade não
      uniforme ao longo do perímetro molhado.
      Isto acontece, por exemplo, quando se tem uma secção trapezoidal com o fundo
      revestido a betão e os taludes em terra, ou vice-versa.
      Este problema resolve-se calculando um coeficiente de rugosidade equivalente (Keq),
      calculado pela fórmula de Einstein.


                                                2
                                                  3
                                           
                                  P        
                          K eq                       P   Pj
                                     Pj    
                                   K 32
                                                                j
                                            
                                  j   j    


                                                                                            16
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                    Secções compostas

      Quando o escoamento se processa numa secção composta, isto é, de leito múltiplo
      (um leito menor e um, ou vários, leito maior), em que um dos leitos só é ocupado em
      época de cheias e portanto maiores caudais, o cálculo da altura uniforme não pode
      ser efectuado de forma usual, sob pena de se verificar uma solução absurda.


      Qual é essa situação?


      Ora, imaginem-se dois escoamentos uniformes, um com altura h ocupando
      completamente o leito menor (mas sem invadir o leito maior), e outro com altura h’,
      ligeiramente acima, de forma a que o leito maior já seja ocupado na sua parte inferior.


      Acontece que as áreas das correspondentes secções líquidas, A e A’, são
      praticamente idênticas, mas há uma grande diferença entre os perímetros molhados
      P e P’, o que implica que os raios hidráulicos também sejam bastante diferentes.
                                                                                                17
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                   Secções compostas

      Nestas condições, usando directamente a fórmula de Gauckler-Manning, teríamos o
      absurdo de transportar menor caudal com maior altura de água, o que é totalmente
      sem lógica.
      Para resolver este problema, temos de dividir o canal de secção composta em vários
      sub-canais, conforme está representado na figura. Calcula-se então a capacidade de
      transporte separadamente, e adicionam-se para obter a capacidade total.




                                                                                       18
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                     Secções fechadas

      Neste tipo de secções, como o caso mais típico de secções circulares ou
      elipsóides/ovóides (muito utilizadas em colectores de esgoto), a secção é fechada na
      zona superior, apesar de o escoamento continuar a processar-se com superfície livre
      à pressão atmosférica.
      Ao contrário de secções abertas, a máxima capacidade de transporte (e
      consequentemente o máximo caudal) para regime uniforme não corresponde à
      máxima altura líquida possível para a secção (e.g. diâmetro do tubo circular).
      Isto acontece devido ao facto de, a partir de certa altura de água, o aumento de área
      de escoamento não compensa a redução do raio hidráulico.




                                                                                          19
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                   Secções fechadas




                                                              Trajecto da linha de
                                                                    energia




                                                        B – largura da superfície
                                                        D – diâmetro do tubo
                                                        A – área de escoamento
                                                        P – perímetro molhado
                                                        d – altura de água
                                                        Θ – ângulo de abertura em
                                                        relação ao centro do tubo
                                                                                     20
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                     Secções fechadas

                Grandezas geométricas adimensionais para secções circulares


                                       
                 2  arc cos 1  2  h D , sendo em radianos

                              A   sen
                                2
                                  
                              D     8

                                 R   sen
                                   
                                 D   4 

                                   P 
                                    
                                   D 2

                                  B       
                                     sen 
                                  D      2
                                                                              21
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                    Secções fechadas




                                                               Variação da capacidade
                                                                 de transporte com a
                                                                altura de escoamento




                                       Observações:

      O caudal máximo ocorre para h/D = 0,94;
      O caudal escoado para a secção cheia (h/D = 1,0 – situação em que a linha
     piezométrica coincide com a linha de fecho da abóboda) é igual a 0,93 vezes o
     caudal máximo;
      O caudal escoado para h/D = 0,82 é idêntico ao caudal para a secção cheia.

                                                                                        22
Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                   Secções fechadas




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Autor: Prof. João Braga
Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1)

                                   Secções fechadas




                                                                         24
Autor: Prof. João Braga

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Hidráulica II - Escoamentos com superfície livre

  • 1. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamento com superfície livre - Definição Diz-se que um escoamento de um líquido é com superfície livre se alguma parte do contorno da secção de escoamento está em contacto com a atmosfera. Qual o significado disto?  Como a superfície do líquido está à pressão atmosférica, esta coincide com a linha piezométrica 1 Copyright © por Prof. João Braga
  • 2. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamento com superfície livre - Definição Apesar de a designação de canal também ser algumas vezes aplicada também a cursos de água naturais (rios, ribeiras), em geral, esta costuma associar-se a cursos de água artificiais. Ao lugar geométrico dos pontos mais baixos de um canal atribui-se a designação de talvegue ou linha de fundo do canal. A sua planificação, constitui o perfil longitudinal do leito. 2 Autor: Prof. João Braga
  • 3. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamento com superfície livre - Definição Ora, quando se fala do declive de um canal (simbolizado por i), este diz respeito ao declive longitudinal do seu leito, sendo medido pela tangente trigonométrica do ângulo θ que aquele forma com a horizontal. i  tg ( ) Consoante o perfil longitudinal é descendente ou ascendente no sentido do escoamento, o declive é positivo (favorece o escoamento) ou negativo (dificulta o escoamento). 3 Autor: Prof. João Braga
  • 4. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamento com superfície livre - Definição Os tipos de escoamento mantêm-se para escoamentos com superfície livre (uniforme, permanente e variável). Quanto ao uniforme, só é possível em canais prismáticos (quando não há variação da secção com o percurso) e de rugosidade constante ao longo da geratriz. Num canal em tais condições em que não há variação do caudal, o escoamento tende para uniforme, desde que em zonas suficientemente afastadas de possíveis perturbações do escoamento. O regime permanente, para escoamentos com superfície livre, pode dividir-se em regime permanente gradualmente variado (também chamado por regolfo) e em regime permanente rapidamente variado. 4 Autor: Prof. João Braga
  • 5. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamento com superfície livre - Definição 5 Autor: Prof. João Braga
  • 6. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamentos Uniformes 6 Autor: Prof. João Braga
  • 7. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamentos Uniformes Nos escoamentos em superfície livre em regime uniforme, tanto o perfil da superfície livre (e portanto a linha piezométrica) como a linha de energia e o perfil longitudinal do leito são rectilíneos e paralelos. A perda de carga unitária, J, é portanto igual à diminuição, na unidade de percurso, da cota do perfil longitudinal do leito: J  sen( ) Na grande parte dos casos, acontece que o perfil forma um ângulo pequeno com a horizontal, e para θ pequeno, J = sen(θ) ≈ tg(θ) = i. Assim, é possível calcular a altura do escoamento com base nas leis empíricas de Chézy e de Gauckler-Manning. Para o dimensionamento de grandes canais, é aconselhável recorrer à fórmula de Colebrook-White, substituindo o diâmetro na fórmula pelo diâmetro hidráulico, que por sua vez é igual ao quádruplo do raio hidráulico. 7 Autor: Prof. João Braga
  • 8. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamentos Uniformes 8 Autor: Prof. João Braga
  • 9. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamentos Uniformes – Forças 9 Autor: Prof. João Braga
  • 10. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Escoamentos Uniformes – Forças A equação de equilíbrio de forças segundo a direcção do escoamento é então: Se se trata de um escoamento uniforme, F1 é idêntico a F2. A mesma equação fica reduzida a: Resta acrescentar que, para escoamentos turbulentos em canais abertos, a tensão tangencial na superfície do canal é dada por: 10 Autor: Prof. João Braga
  • 11. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Cálculo da altura uniforme Para efectuarmos o cálculo da altura uniforme, à partida temos dois métodos mais directos, que são:  Resolução por tentativas: Isolam-se num dos lados da equação todas as constantes, deixando no outro membro uma função dependente do valor da altura de escoamento. Vai-se adoptando valores para a altura de forma a aproximar o resultado de ambos os membros da equação (aconselha-se a fazer uma tabela para organizar os resultados obtidos).  Resolução pelo método de convergência: Isola-se num dos lados da equação somente um h, ao qual vamos designar de hn+1. Do outro lado, substituímos todos os valores de h por hn. Vamos escolher um valor inicial para h0, calculamos h1, repetindo este processo até o erro ser aceitável (efectuar iterações). 11 Autor: Prof. João Braga
  • 12. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Distribuição de velocidades na secção transversal  A velocidade máxima não ocorre à superfície, mas ligeiramente abaixo desta;  A máxima velocidade superficial verifica-se na zona central, denominado filão, onde a superfície está ligeiramente mais baixa do que nas margens;  Corpos flutuantes colocados nas margens têm tendência a mover-se para a zona central;  As linhas de igual valor de velocidade denominam-se de isótacas ou linhas isotáquicas;  Como se trata de escoamentos turbulentos, as linhas isotáquicas dizem respeito a velocidades médias no tempo. 12 Autor: Prof. João Braga
  • 13. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Distribuição de velocidades na secção transversal 13 Autor: Prof. João Braga
  • 14. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Distribuição de velocidades na secção transversal Isotáquias V f  (0,6 a 0,9)  Vm Vm  (0,8 a 0,9)  VS Variação de velocidades na vertical 14 Autor: Prof. João Braga
  • 15. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Distribuição de velocidades na secção transversal 15 Autor: Prof. João Braga
  • 16. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções mistas Designa-se por secção mista uma secção de um canal que possui rugosidade não uniforme ao longo do perímetro molhado. Isto acontece, por exemplo, quando se tem uma secção trapezoidal com o fundo revestido a betão e os taludes em terra, ou vice-versa. Este problema resolve-se calculando um coeficiente de rugosidade equivalente (Keq), calculado pela fórmula de Einstein. 2   3    P  K eq    P   Pj  Pj    K 32 j   j j  16 Autor: Prof. João Braga
  • 17. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções compostas Quando o escoamento se processa numa secção composta, isto é, de leito múltiplo (um leito menor e um, ou vários, leito maior), em que um dos leitos só é ocupado em época de cheias e portanto maiores caudais, o cálculo da altura uniforme não pode ser efectuado de forma usual, sob pena de se verificar uma solução absurda. Qual é essa situação? Ora, imaginem-se dois escoamentos uniformes, um com altura h ocupando completamente o leito menor (mas sem invadir o leito maior), e outro com altura h’, ligeiramente acima, de forma a que o leito maior já seja ocupado na sua parte inferior. Acontece que as áreas das correspondentes secções líquidas, A e A’, são praticamente idênticas, mas há uma grande diferença entre os perímetros molhados P e P’, o que implica que os raios hidráulicos também sejam bastante diferentes. 17 Autor: Prof. João Braga
  • 18. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções compostas Nestas condições, usando directamente a fórmula de Gauckler-Manning, teríamos o absurdo de transportar menor caudal com maior altura de água, o que é totalmente sem lógica. Para resolver este problema, temos de dividir o canal de secção composta em vários sub-canais, conforme está representado na figura. Calcula-se então a capacidade de transporte separadamente, e adicionam-se para obter a capacidade total. 18 Autor: Prof. João Braga
  • 19. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções fechadas Neste tipo de secções, como o caso mais típico de secções circulares ou elipsóides/ovóides (muito utilizadas em colectores de esgoto), a secção é fechada na zona superior, apesar de o escoamento continuar a processar-se com superfície livre à pressão atmosférica. Ao contrário de secções abertas, a máxima capacidade de transporte (e consequentemente o máximo caudal) para regime uniforme não corresponde à máxima altura líquida possível para a secção (e.g. diâmetro do tubo circular). Isto acontece devido ao facto de, a partir de certa altura de água, o aumento de área de escoamento não compensa a redução do raio hidráulico. 19 Autor: Prof. João Braga
  • 20. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções fechadas Trajecto da linha de energia B – largura da superfície D – diâmetro do tubo A – área de escoamento P – perímetro molhado d – altura de água Θ – ângulo de abertura em relação ao centro do tubo 20 Autor: Prof. João Braga
  • 21. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções fechadas Grandezas geométricas adimensionais para secções circulares     2  arc cos 1  2  h D , sendo em radianos A   sen 2  D 8 R   sen  D 4  P   D 2 B    sen  D 2 21 Autor: Prof. João Braga
  • 22. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções fechadas Variação da capacidade de transporte com a altura de escoamento Observações:  O caudal máximo ocorre para h/D = 0,94;  O caudal escoado para a secção cheia (h/D = 1,0 – situação em que a linha piezométrica coincide com a linha de fecho da abóboda) é igual a 0,93 vezes o caudal máximo;  O caudal escoado para h/D = 0,82 é idêntico ao caudal para a secção cheia. 22 Autor: Prof. João Braga
  • 23. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções fechadas 23 Autor: Prof. João Braga
  • 24. Hidráulica II – Escoamentos com superfície livre (parte 1) Secções fechadas 24 Autor: Prof. João Braga