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Ventos de mudança,
brisas de esperança.
O despontar de uma
nova era, conforme
 apontam muitos.
A respeito de Barack
 Obama tem-se escrito
muitas coisas, relativas à
sua raça, à sua geração.

 Mas não se mencionou
 o mais significativo da
 sua inspiração íntima:
     a jovem mãe.
Obama
Diante do oceano de possibilidades da vida,
cabe aos pais conduzir os passos
          dos filhos pelo melhor caminho.
Obama teve em sua mãe um
             vivo exemplo de
generosidade           e de serviço
           ao próximo.
Dela Obama herdou
um certo modo de olhar.
“Tenha coragem de ir correr
                 o mundo, e de
         buscar a vida...”
Ann Dunham
 nasceu no estado
   de Kansas, em
novembro de 1942.
A herança mais preciosa
 que legou a Obama foi,
certamente, o seu modo
peculiar de se relacionar
 com as pessoas e com
  o mundo à sua volta.

O seu olhar solidário,
o seu olhar compassivo.
Filha única do casal Dunham,
Ann cresceu numa família de classe média
  norte-americana, no estado do Hawaii.
Seu pai, Stanley, trabalha numa firma de móveis,
     e sua mãe, Madelyn, é dona-de-casa.
Desde cedo, Ann destaca-se nos estudos, e ainda
adolescente, antes de concluir o ensino médio, ganha
uma bolsa de estudo para a Universidade de Chicago.
Mas seu pai pede que ela recuse
         o convite e permaneça junto à
                família.
“Pássaro novo tem que voar
     perto do ninho”, pensa seu pai,
sem poder imaginar as conseqüências
      que tal decisão acarretará...
Existem lares,
e existem famílias...
E Ann, filha obediente que é, permanece ao
lado de seus pais e, após concluir o ensino
médio, ingressa na Universidade do Hawaii.
A jovem universitária, reservada e
pensativa, valoriza as amizades, e
    nutre um gosto especial pela cultura.
Cursa Antropologia, e demonstra um
interesse especial pelos emergentes
    movimentos de direitos civis.
O que o futuro lhe reserva?
    O futuro, o destino, o acaso, o inevitável são
diferentes maneiras de se dizer a mesma coisa...
A grande verdade é que
      a vida é feita de escolhas.
As escolhas da mente,
e as escolhas do coração...
E ainda no início
     do curso, Ann se
  apaixona por um
 estudante africano
    que veio fazer
   intercâmbio nos
   Estados Unidos.
Ela, uma jovem
  de dezenove anos,
inteligente, recatada
         e tímida.

    Ele, um jovem
     inteligente e
     carismático,
constante centro das
 atenções, com mil
histórias para contar
de sua terra natal, a
 longínqua Quênia.
Quem algum dia
  irá desvendar os
segredos do coração,
os mistérios
   da paixão?...
E eles resolvem
       se casar.
Ainda a barriga não
   cresceu e já os
 filhos brilham nos
  olhos das mães,
escreveu certa vez
    um poeta.
Em 04 de agosto
   de 1961,
a maternidade
 sorri para Ann
 e lhe presenteia
 com o pequeno
 Barack Obama.
A irradiante
felicidade de uma
jovem mãe que
 leva ao colo seu
   primogênito.
A irradiante
felicidade de uma
jovem mãe que
 leva ao colo seu
   primogênito.

Em verdade,
há horas felizes...
Que destino os
    aguardará?

 Destino, futuro,
 acaso, inevitável,
diferentes maneiras
   de se dizer a
  mesma coisa...
Uma típica
família, no início.
Mas um belo dia,
  o Sr. Obama anuncia
que vai transferir
     seu curso para a
 Universidade de Harvard.
Ann estranha a decisão,
  pois tal transferência
implica o corte da bolsa
de estudos. Como irá ele
   sustentar a família?
Mas Sr. Obama
mostra-se resoluto
 na sua decisão,
alega a superioridade
     do nível de ensino.
O pequeno Barack Obama
ainda não completou dois
   anos quando seu pai
   deixa a família e se
    muda do Hawaii.
Pouco tempo depois
chega a notícia de que
ele, após a conclusão
   do curso, resolveu
   regressar à África.
Sr. Obama retorna à sua
terra natal, abandonando
      esposa e filho.
Diz-se que as primeiras
 lembranças conscientes
     que guardamos
remontam aos
    três anos de idade.

Barack Obama passa sua
primeira infância, então,
     sem nenhuma
 lembrança da presença
       de seu pai.
Tem mais presença
 em mim o que
       me falta,

  escreveu certa
   vez um poeta.
O que podem a mãe e os
avós de Barry (carinhoso
  apelido utilizado pela
  família) fazer, senão
    amá-lo de modo
     redobrado?...
À medida que vai
crescendo, surgem as
inevitáveis perguntas:

“Onde está meu pai?
Por que foi embora?
 Quando voltará?”
E a sua família,
  composta agora por
   sua mãe e seus avós,
   sem ter as respostas,
 procura suprir, na medida
do possível, a ausência com
                    amor e
         carinho.
Avô e neto.

 Praias do Hawaii.

 O amor sincero que
faz aflorar sorrisos
     nos rostos.
Em verdade,
há momentos felizes.
Uma infância
amorosa e ordenada
 é o chão pelo qual
caminharemos até
     a velhice...
...e a nossa aventura
existencial terá mais
 ou menos chances à
   medida que esse
  chão for confiável,

escreveu certa vez
   uma poetisa.
Uma infância
amorosa e ordenada
 é o chão pelo qual
caminharemos até
      a velhice.
Ann está com seus
  vinte e poucos anos,
 e mantém o frescor
do entusiasmo que
   a faz ver a vida
  como um oceano de
possibilidades positivas.
Sabe que o fracasso
 de um amor não é o
  fracasso do Amor,
  E nem o fracasso de
    um casamento, o
fracasso do Matrimônio.

       E ela se
      apaixona
     novamente.
Todos os dias têm
  a sua história.
Quando um novo
  amor floresce,
 o sol aparece
mais belo no céu,
e as cores do dia
 nascem com um
brilho diferente.
E em 1967,
  no verdor dos
 seus vinte e cinco
  anos de idade,
Ann decide se casar
   novamente.
Dentro em breve,
            o destino
      lhe sorrirá
     novamente.
   E a maternidade
passará suavemente
     as mãos por sobre
          a sua cabeça
 pela segunda vez...
Em 15 de agosto
de 1970 nasce
     a sua filha,
 que recebe o
      nome de
      Maya.
Escreveu certa vez um
  poeta que os olhos
 das mães continuam
a brilhar na penumbra
da noite mesmo depois
de todas as luzes    se
       apagarem.

Sucede a todas as mães,
   conforme ele nos
   recorda, desde o
 princípio do mundo...
E os olhos de Ann
passam a brilhar com
um brilho redobrado,
agora pelo nascimento
de sua pequena filha.
Na sua nova família, além da irmã,
 Obama ganha um padrasto, Lolo Soetoro,
          de nacionalidade indonésia.
Nos primeiros anos, a família mora
    no Hawaii, onde Lolo Soetoro completa
            seus estudos em Geologia.
Barack Obama está com seis anos de idade,
 quando a família resolve se mudar
    para Jacarta, capital da Indonésia.
Passam a residir num bairro humilde na
 periferia da cidade. São os primeiros
  estrangeiros a morar na vizinhança.
No início, Obama é alvo de chacota, não apenas
por causa da sua cor, mas também por ser mais
      “gordinho” do que as crianças locais.
Desde cedo se vê diante da tarefa de construir
    pontes, e em pouco tempo faz amizades na
vizinhança, passando as tardes brincando nas ruas
      ou subindo nas árvores atrás de goiaba.
Pela primeira vez Ann tem contato com a dura
 realidade das famílias que vivem à margem da
sociedade, e a miséria deixa de ser para ela uma
  vaga abstração para se tornar algo palpável.
Inicialmente, Ann fornece ajuda a
todo pedinte que bate à sua porta,
e não tarda para que uma “caravana
 de miséria” se forme em frente à
  sua casa, obrigando-a a se tornar
   mais seletiva na sua caridade.
Ela passa a dividir seu tempo entre as aulas de
  inglês que ministra na Embaixada dos EUA
e o apoio a projetos sociais e ações comunitárias
   que visam à melhoria das condições sócio-
econômicas de famílias esquecidas pelo destino.
Lolo Soetoro consegue emprego na filial de uma
empresa petroquímica norte-americana e logo
       é promovido a um posto de chefia.
A família muda-se para um bairro melhor.
   Passam a freqüentar o
       círculo da alta-sociedade.
Enquanto Ann se integra à realidade do país,
intrigada pela miséria, seu marido torna-se cada vez
mais ocidentalizado, freqüenta campos de golfe
  e sonha com mansões, e o consumismo o seduz.
Embora o casal raramente discuta,
     a cada momento tem menos
       assuntos em comum.
O silêncio começa a vigorar.
Num relacionamento
        há dois tipos de
         silêncio:
O primeiro é o silêncio da comunhão,
que representa o encontro do essencial,
       onde o dois se torna um.
Um silêncio que dispensa
       e transcende as palavras.
E existe um segundo silêncio,
      que é o silêncio das
                 palavras não-
                ditas.
O silêncio onde cada parte
habita uma ilha própria, isolada.
Um silêncio onde nem as aspirações
íntimas, nem os suaves movimentos da
       alma são compartilhados.
Obama relataria anos mais tarde que sua mãe
  não estava preparada para a solidão, e que a
solidão constante para ela era como falta de ar.
Mal vai o amor, se não diz tudo.
E após seis anos de casamento,
    Ann decide se separar.
Conforme Maya anos
 mais tarde recordaria,
  sua mãe, apesar
  dos dois casamentos
 desfeitos, em nenhum
 momento queixava-se
da trajetória de sua vida.


       Ela sempre procurou poupar os filhos
               das suas desilusões amorosas
       ou possíveis ressentimentos afetivos.
Sabia que o Amor
 é maior do que dois
amores fracassados...
Nunca na frente dos
 filhos se queixou do
amor ou do casamento.
 Longe de lamentar
   os relacionamentos
  desfeitos, agradecia
 constantemente pelos
belos filhos que
   a Vida lhe concedera.
Pequenos detalhes
   que muitas vezes
passam despercebidos,
    mas que fazem
 tamanha diferença...
O nosso mal é
 julgarmos que só
as grandes coisas
   são importantes,
    quando é nos
   detalhes sutis da
   existência que o
verdadeiro caráter se
      manifesta.
Há quem diga
    que viver é dançar
           na corda
   oscilante      do
      inesperado.
 E o que hão de fazer
uma jovem mãe
        e seus dois
  pequenos rebentos
   numa         terra
     estrangeira?
Talvez o melhor a
 fazer seja retornar
  ao primeiro ninho.

  E Ann compra três
passagens de regresso
 aos Estados Unidos.
O casal Dunham
recebe de volta
    a filha e os dois
   netos de braços
       abertos.
Pais amorosos são
      e sempre serão
       o porto mais
       seguro.
Sr. Stanley Dunham, Ann, Maya e o jovem Obama.
Mãos que se tocam,
  o sorriso fácil e acolhedor,
 próprio daqueles que sabem
valorizar da vida o essencial...
Há momentos de felicidade
        profunda, sem motivo,
   apenas                pela
     gratidão de respirar.
A pureza das crianças pequenas,
      aqueles que amamos,
  o sol, a grama, a brisa, o mar...
Pai e filha,   Mãe e filhos,

       Avó e netos,     Irmãos...
Todas as famílias são iguais,
o que muda são as histórias...
Certa vez, escreveu alguém
que a verdadeira felicidade
reside no seio da família,...
...quando há afinidade
de sensibilidade e espírito.
Em verdade,
há momentos felizes.
E a vida continua.

   Barack Obama, agora com dez
    anos de idade, é matriculado
      numa escola do Hawaii.

Ainda tão novo em idade,
e tantas mudanças, tantas andanças...
É o único estudante negro
   na turma de trinta alunos.
Enquanto sua mãe, com
 Maya ao colo, continua
empenhada em projetos
  sociais pelo mundo,
o pequeno Obama passa
           a morar com
  os avós            e
    estudar nos EUA.
Ao menos duas vezes
 ao ano, nas férias de
verão e nas festividades
de fim-de-ano, a família
     toda se reúne.
Ao menos duas vezes
 ao ano, nas férias de
verão e nas festividades
de fim-de-ano, a família
     toda se reúne.
O tempo passa e
transforma as crianças
  em adolescentes e
    jovens adultos.
Uma família multirracial,
      multiétnica,
     multinacional.
Obama, sendo nove
anos mais velho, procura
 auxiliar na educação
       de sua irmã.

  Chama sua atenção,
toda vez que ela passa
   tempo demais na
   frente da televisão.

Indica bons livros, discos,
 filmes, como todo bom
  irmão costuma fazer.
Ann, embora passe boa
parte do tempo envolvida
  em projetos sociais,
      faz questão de
acompanhar de perto
a rotina dos filhos,
     e cobri-los com todo
           o seu amor e
         carinho.
Num mundo onde o
 diferente é olhado com
 frieza e desconfiança,
 ela busca dotar os filhos
 de um olhar que acolhe
     e que é capaz de
enxergar a beleza
       da variedade.
“Em nossa casa, a Bíblia,
                    o Alcorão e
ficavam o Bhagavadna prateleira...”
        lado a lado Gita
                            Barack Obama
“Todas as religiões foram
      verdadeiras, para o seu tempo.
Quem for capaz de reconhecer o aspecto não
perecível da sua verdade e separá-lo do que é
    circunstancial, terá apreendido isso.”
                                    Joseph Campbell
                          (um dos escritores favoritos de Ann)
Com sua mãe e irmã constantemente viajando,
o porto seguro de Obama são os avós,
           Sr. Stanley e Sra. Madelyn.
Para se entender um pouco do espírito do casal
  Dunham, é preciso recordar a serenidade com
que receberam o fato de que sua única filha, Ann,
 resolvera se casar com um estudante africano.
É preciso lembrar que no início dos anos 1960
 o casamento inter-racial era considerado crime
   em metade dos estados norte-americanos,
                            e mesmo nos demais
                              estados, onde era
                            tolerado em lei, como
                            no estado do Hawaii,
                              o casamento entre
                              pessoas brancas e
                             negras não era visto
                             com bons olhos pela
                              sociedade vigente.
No entanto, eles, confiantes na educação que
haviam transmitido, apoiavam sua filha nas suas
       escolhas pelos caminhos da vida.
E com pleno amor criaram e acolheram
       o seu amado neto no modesto
 apartamento de dois quartos onde moravam.
É nos detalhes sutis
da existência que
o verdadeiro caráter
    se manifesta.
O tempo passa,
   e todos um dia
haveremos de partir...
Em fevereiro de 1992,
Sr. Stanley Dunham morre
  aos 74 anos de idade.
Um pai e um esposo amoroso.
 (na foto, com Ann e Madelyn)
Um avô e “pai” que amou
na sua plena capacidade
   os seus amados netos.
A vida não se mede      pela
  quantidade de       anos
      que se vive...,
A vida se mede
 pela quantidade de alegria
       que se distribui,
escreveu certa vez um poeta.
E a vida continua,

Por entre a tristeza
         das partidas
  e a alegria das chegadas.
Pessoas amadas que partem,

Pessoas amadas que chegam.
É na firma de advocacia em Chicago onde
trabalha que Barack Obama conhece
     a jovem advogada Michelle Robinson.
E não tardará muito para
que eles decidam se casar.
O casamento é uma ponte que conduz ao céu,
     afirmou certa vez um antigo sábio.
Obama
Marian Robinson com
  sua filha, Michelle
Ann Dunham com
seu filho, Barack Obama
Duas famílias
            que se
        unem,
Histórias, memórias,
sonhos, lembranças
que se entrelaçam...
Em verdade,
há momentos felizes.
Porém, a vida é
  uma dança na corda
oscilante do inesperado.
Pessoas amadas que chegam,

Pessoas amadas que partem.
Em 1995, Ann interrompe
    suas atividades em
projetos sócio-econômicos
  na Ásia para cuidar da
saúde nos Estados Unidos.

  Há cerca de um ano ela começou a sentir
 dores no estômago, cuja causa os médicos locais
            não conseguem descobrir.
Os novos exames
  diagnosticam câncer.

  E ela começa o penoso
 tratamento no Hawaii.


No entanto, o diagnóstico tardio reduz
     as chances de vencer a enfermidade, e ela
  perde a luta contra o câncer, aos 52 anos de
                     idade.
A sua prematura partida
  deixa atônita a família,
tendo em vista o amor
    e a paixão que ela
  manifestava pela vida.

      Compartilhava que queria adotar
             uma criança refugiada, sonho
        este                que não teve
                tempo de realizar.
Barack Obama afirma que
seu maior erro na vida foi
não ter estado presente
 ao lado de sua mãe na
   sua hora derradeira.

    Tanto a família quanto os médicos
    nutriam enormes esperanças de que ela
         conseguisse vencer a batalha.
Sua filha recorda que ela
  tinha um coração muito
delicado e que chorava com
         facilidade,
bastava ver algum animal
ser maltratado, ou alguma     Por outro lado,
criança vítima de injustiça    era destemida e
ou crueldade, uma notícia      determinada nas
    ou um filme triste.          suas ações.
Morou em mais de treze
países, e em todos eles
   se sentia em casa.

 Considerava-se uma
  cidadã do mundo.

   Durante toda a sua vida acordou muito
     antes do nascer do dia e se dedicou
    incansavelmente às ações sociais, em
    especial àquelas que beneficiassem os
  excluídos e marginalizados da sociedade.
Atendendo ao seu pedido,
a família e alguns poucos
amigos íntimos lançam as
suas cinzas nas costas do
Oceano Pacífico, numa
   das praias do Hawaii.
Ann Dunham
(29/11/1942 - 07/11/1995)
Obama
Obama
Viveu o suficiente
 para ver o casamento
     do seu filho.

   Mas quis o destino
  levá-la antes que
  sua filha se casasse,
  ou que nascessem os
seus netos; ela que tanto
  amava as crianças...
Em sua breve vida
terrena abraçou      o
    papel de mãe,
   da grande mãe.

Aquela que abriga
 e protege os filhos.
Não apenas os gerados
    em seu ventre,
mas os filhos
        do mundo,
em especial,
  os carentes, esquecidos,
 excluídos, necessitados.
E foi esta inspiração
íntima, certamente,
 a herança mais nobre
  que deixou aos filhos.
Que o olhar compassivo
da mãe possa continuar a
brilhar nos olhos do filho,
 durante os importantes
desafios que ombreará
  nos próximos anos...
Obama
Obama
Obama
Obama
Obama
Obama
As responsabilidades
e as expectativas que
    Barack Obama
     ombreia não
 encontram paralelo
na história recente.
Certamente o
  acompanharão nesta
    missão que lhe foi
 destinada as orações e
os pensamentos de todos
  aqueles que sonham
com um mundo melhor.
E certamente o acompanhará também a eterna
                  presença de sua amada mãe, a
fonte mais significativa de sua inspiração íntima.
E o coração da jovem mãe por certo
    se alegra com as flores e os frutos de amor
             que os seus dedicados esforços têm
                  produzido...
Barack Obama e sua irmã Maya,
com as suas respectivas famílias.
O casal Obama com as filhas,
            Malia Ann (de 10 anos) e Natasha (7
                    anos).
Maya Soetoro é professora de História,
 casada com Konrad Ng, canadense
      de ascendência chinesa,
   e mãe da pequena Suhaila,
                 de quatro anos
Os amigos e familiares
próximos recordam a
 afinidade que unia
     mãe e filho,
relatando que
 eram muito próximos,
 “extraordinariamente
       próximos”.
Para compartilhar
  aquilo que sentiam,
  pareciam em muitas
ocasiões dispensar
    o uso das palavras.
Há sentimentos
   que transcendem
        este limitado
recurso que utilizamos,
    - as palavras...
Os sonhos da mãe,
    e os sonhos do
        filho.
O sonho de
   um mundo melhor,
     mais justo,
  fraterno, solidário.
São os sonhos
 que seguram o mundo
    em sua órbita.
Que seria de
      nós se não
 sonhássemos?...
Tema musical:
     “Magic City”, interpretado por
Johannes Linstead e Nicholas Gunn

                      Formatação:
       um_peregrino@hotmail.com
Obama
Obama
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Obama

  • 1. Ventos de mudança, brisas de esperança.
  • 2. O despontar de uma nova era, conforme apontam muitos.
  • 3. A respeito de Barack Obama tem-se escrito muitas coisas, relativas à sua raça, à sua geração. Mas não se mencionou o mais significativo da sua inspiração íntima: a jovem mãe.
  • 5. Diante do oceano de possibilidades da vida, cabe aos pais conduzir os passos dos filhos pelo melhor caminho.
  • 6. Obama teve em sua mãe um vivo exemplo de generosidade e de serviço ao próximo.
  • 7. Dela Obama herdou um certo modo de olhar.
  • 8. “Tenha coragem de ir correr o mundo, e de buscar a vida...”
  • 9. Ann Dunham nasceu no estado de Kansas, em novembro de 1942.
  • 10. A herança mais preciosa que legou a Obama foi, certamente, o seu modo peculiar de se relacionar com as pessoas e com o mundo à sua volta. O seu olhar solidário, o seu olhar compassivo.
  • 11. Filha única do casal Dunham, Ann cresceu numa família de classe média norte-americana, no estado do Hawaii.
  • 12. Seu pai, Stanley, trabalha numa firma de móveis, e sua mãe, Madelyn, é dona-de-casa.
  • 13. Desde cedo, Ann destaca-se nos estudos, e ainda adolescente, antes de concluir o ensino médio, ganha uma bolsa de estudo para a Universidade de Chicago.
  • 14. Mas seu pai pede que ela recuse o convite e permaneça junto à família.
  • 15. “Pássaro novo tem que voar perto do ninho”, pensa seu pai, sem poder imaginar as conseqüências que tal decisão acarretará...
  • 16. Existem lares, e existem famílias...
  • 17. E Ann, filha obediente que é, permanece ao lado de seus pais e, após concluir o ensino médio, ingressa na Universidade do Hawaii.
  • 18. A jovem universitária, reservada e pensativa, valoriza as amizades, e nutre um gosto especial pela cultura.
  • 19. Cursa Antropologia, e demonstra um interesse especial pelos emergentes movimentos de direitos civis.
  • 20. O que o futuro lhe reserva? O futuro, o destino, o acaso, o inevitável são diferentes maneiras de se dizer a mesma coisa...
  • 21. A grande verdade é que a vida é feita de escolhas.
  • 22. As escolhas da mente, e as escolhas do coração...
  • 23. E ainda no início do curso, Ann se apaixona por um estudante africano que veio fazer intercâmbio nos Estados Unidos.
  • 24. Ela, uma jovem de dezenove anos, inteligente, recatada e tímida. Ele, um jovem inteligente e carismático, constante centro das atenções, com mil histórias para contar de sua terra natal, a longínqua Quênia.
  • 25. Quem algum dia irá desvendar os segredos do coração, os mistérios da paixão?...
  • 26. E eles resolvem se casar.
  • 27. Ainda a barriga não cresceu e já os filhos brilham nos olhos das mães, escreveu certa vez um poeta.
  • 28. Em 04 de agosto de 1961, a maternidade sorri para Ann e lhe presenteia com o pequeno Barack Obama.
  • 29. A irradiante felicidade de uma jovem mãe que leva ao colo seu primogênito.
  • 30. A irradiante felicidade de uma jovem mãe que leva ao colo seu primogênito. Em verdade, há horas felizes...
  • 31. Que destino os aguardará? Destino, futuro, acaso, inevitável, diferentes maneiras de se dizer a mesma coisa...
  • 33. Mas um belo dia, o Sr. Obama anuncia que vai transferir seu curso para a Universidade de Harvard.
  • 34. Ann estranha a decisão, pois tal transferência implica o corte da bolsa de estudos. Como irá ele sustentar a família?
  • 35. Mas Sr. Obama mostra-se resoluto na sua decisão, alega a superioridade do nível de ensino.
  • 36. O pequeno Barack Obama ainda não completou dois anos quando seu pai deixa a família e se muda do Hawaii.
  • 37. Pouco tempo depois chega a notícia de que ele, após a conclusão do curso, resolveu regressar à África.
  • 38. Sr. Obama retorna à sua terra natal, abandonando esposa e filho.
  • 39. Diz-se que as primeiras lembranças conscientes que guardamos remontam aos três anos de idade. Barack Obama passa sua primeira infância, então, sem nenhuma lembrança da presença de seu pai.
  • 40. Tem mais presença em mim o que me falta, escreveu certa vez um poeta.
  • 41. O que podem a mãe e os avós de Barry (carinhoso apelido utilizado pela família) fazer, senão amá-lo de modo redobrado?...
  • 42. À medida que vai crescendo, surgem as inevitáveis perguntas: “Onde está meu pai? Por que foi embora? Quando voltará?”
  • 43. E a sua família, composta agora por sua mãe e seus avós, sem ter as respostas, procura suprir, na medida do possível, a ausência com amor e carinho.
  • 44. Avô e neto. Praias do Hawaii. O amor sincero que faz aflorar sorrisos nos rostos.
  • 46. Uma infância amorosa e ordenada é o chão pelo qual caminharemos até a velhice...
  • 47. ...e a nossa aventura existencial terá mais ou menos chances à medida que esse chão for confiável, escreveu certa vez uma poetisa.
  • 48. Uma infância amorosa e ordenada é o chão pelo qual caminharemos até a velhice.
  • 49. Ann está com seus vinte e poucos anos, e mantém o frescor do entusiasmo que a faz ver a vida como um oceano de possibilidades positivas.
  • 50. Sabe que o fracasso de um amor não é o fracasso do Amor, E nem o fracasso de um casamento, o fracasso do Matrimônio. E ela se apaixona novamente.
  • 51. Todos os dias têm a sua história. Quando um novo amor floresce, o sol aparece mais belo no céu, e as cores do dia nascem com um brilho diferente.
  • 52. E em 1967, no verdor dos seus vinte e cinco anos de idade, Ann decide se casar novamente.
  • 53. Dentro em breve, o destino lhe sorrirá novamente. E a maternidade passará suavemente as mãos por sobre a sua cabeça pela segunda vez...
  • 54. Em 15 de agosto de 1970 nasce a sua filha, que recebe o nome de Maya.
  • 55. Escreveu certa vez um poeta que os olhos das mães continuam a brilhar na penumbra da noite mesmo depois de todas as luzes se apagarem. Sucede a todas as mães, conforme ele nos recorda, desde o princípio do mundo...
  • 56. E os olhos de Ann passam a brilhar com um brilho redobrado, agora pelo nascimento de sua pequena filha.
  • 57. Na sua nova família, além da irmã, Obama ganha um padrasto, Lolo Soetoro, de nacionalidade indonésia.
  • 58. Nos primeiros anos, a família mora no Hawaii, onde Lolo Soetoro completa seus estudos em Geologia.
  • 59. Barack Obama está com seis anos de idade, quando a família resolve se mudar para Jacarta, capital da Indonésia.
  • 60. Passam a residir num bairro humilde na periferia da cidade. São os primeiros estrangeiros a morar na vizinhança.
  • 61. No início, Obama é alvo de chacota, não apenas por causa da sua cor, mas também por ser mais “gordinho” do que as crianças locais.
  • 62. Desde cedo se vê diante da tarefa de construir pontes, e em pouco tempo faz amizades na vizinhança, passando as tardes brincando nas ruas ou subindo nas árvores atrás de goiaba.
  • 63. Pela primeira vez Ann tem contato com a dura realidade das famílias que vivem à margem da sociedade, e a miséria deixa de ser para ela uma vaga abstração para se tornar algo palpável.
  • 64. Inicialmente, Ann fornece ajuda a todo pedinte que bate à sua porta, e não tarda para que uma “caravana de miséria” se forme em frente à sua casa, obrigando-a a se tornar mais seletiva na sua caridade.
  • 65. Ela passa a dividir seu tempo entre as aulas de inglês que ministra na Embaixada dos EUA e o apoio a projetos sociais e ações comunitárias que visam à melhoria das condições sócio- econômicas de famílias esquecidas pelo destino.
  • 66. Lolo Soetoro consegue emprego na filial de uma empresa petroquímica norte-americana e logo é promovido a um posto de chefia.
  • 67. A família muda-se para um bairro melhor. Passam a freqüentar o círculo da alta-sociedade.
  • 68. Enquanto Ann se integra à realidade do país, intrigada pela miséria, seu marido torna-se cada vez mais ocidentalizado, freqüenta campos de golfe e sonha com mansões, e o consumismo o seduz.
  • 69. Embora o casal raramente discuta, a cada momento tem menos assuntos em comum.
  • 70. O silêncio começa a vigorar. Num relacionamento há dois tipos de silêncio:
  • 71. O primeiro é o silêncio da comunhão, que representa o encontro do essencial, onde o dois se torna um.
  • 72. Um silêncio que dispensa e transcende as palavras.
  • 73. E existe um segundo silêncio, que é o silêncio das palavras não- ditas.
  • 74. O silêncio onde cada parte habita uma ilha própria, isolada.
  • 75. Um silêncio onde nem as aspirações íntimas, nem os suaves movimentos da alma são compartilhados.
  • 76. Obama relataria anos mais tarde que sua mãe não estava preparada para a solidão, e que a solidão constante para ela era como falta de ar.
  • 77. Mal vai o amor, se não diz tudo.
  • 78. E após seis anos de casamento, Ann decide se separar.
  • 79. Conforme Maya anos mais tarde recordaria, sua mãe, apesar dos dois casamentos desfeitos, em nenhum momento queixava-se da trajetória de sua vida. Ela sempre procurou poupar os filhos das suas desilusões amorosas ou possíveis ressentimentos afetivos.
  • 80. Sabia que o Amor é maior do que dois amores fracassados...
  • 81. Nunca na frente dos filhos se queixou do amor ou do casamento. Longe de lamentar os relacionamentos desfeitos, agradecia constantemente pelos belos filhos que a Vida lhe concedera.
  • 82. Pequenos detalhes que muitas vezes passam despercebidos, mas que fazem tamanha diferença...
  • 83. O nosso mal é julgarmos que só as grandes coisas são importantes, quando é nos detalhes sutis da existência que o verdadeiro caráter se manifesta.
  • 84. Há quem diga que viver é dançar na corda oscilante do inesperado. E o que hão de fazer uma jovem mãe e seus dois pequenos rebentos numa terra estrangeira?
  • 85. Talvez o melhor a fazer seja retornar ao primeiro ninho. E Ann compra três passagens de regresso aos Estados Unidos.
  • 86. O casal Dunham recebe de volta a filha e os dois netos de braços abertos.
  • 87. Pais amorosos são e sempre serão o porto mais seguro.
  • 88. Sr. Stanley Dunham, Ann, Maya e o jovem Obama.
  • 89. Mãos que se tocam, o sorriso fácil e acolhedor, próprio daqueles que sabem valorizar da vida o essencial...
  • 90. Há momentos de felicidade profunda, sem motivo, apenas pela gratidão de respirar.
  • 91. A pureza das crianças pequenas, aqueles que amamos, o sol, a grama, a brisa, o mar...
  • 92. Pai e filha, Mãe e filhos, Avó e netos, Irmãos...
  • 93. Todas as famílias são iguais, o que muda são as histórias...
  • 94. Certa vez, escreveu alguém que a verdadeira felicidade reside no seio da família,...
  • 95. ...quando há afinidade de sensibilidade e espírito.
  • 97. E a vida continua. Barack Obama, agora com dez anos de idade, é matriculado numa escola do Hawaii. Ainda tão novo em idade, e tantas mudanças, tantas andanças...
  • 98. É o único estudante negro na turma de trinta alunos.
  • 99. Enquanto sua mãe, com Maya ao colo, continua empenhada em projetos sociais pelo mundo, o pequeno Obama passa a morar com os avós e estudar nos EUA.
  • 100. Ao menos duas vezes ao ano, nas férias de verão e nas festividades de fim-de-ano, a família toda se reúne.
  • 101. Ao menos duas vezes ao ano, nas férias de verão e nas festividades de fim-de-ano, a família toda se reúne.
  • 102. O tempo passa e transforma as crianças em adolescentes e jovens adultos.
  • 103. Uma família multirracial, multiétnica, multinacional.
  • 104. Obama, sendo nove anos mais velho, procura auxiliar na educação de sua irmã. Chama sua atenção, toda vez que ela passa tempo demais na frente da televisão. Indica bons livros, discos, filmes, como todo bom irmão costuma fazer.
  • 105. Ann, embora passe boa parte do tempo envolvida em projetos sociais, faz questão de acompanhar de perto a rotina dos filhos, e cobri-los com todo o seu amor e carinho.
  • 106. Num mundo onde o diferente é olhado com frieza e desconfiança, ela busca dotar os filhos de um olhar que acolhe e que é capaz de enxergar a beleza da variedade.
  • 107. “Em nossa casa, a Bíblia, o Alcorão e ficavam o Bhagavadna prateleira...” lado a lado Gita Barack Obama
  • 108. “Todas as religiões foram verdadeiras, para o seu tempo. Quem for capaz de reconhecer o aspecto não perecível da sua verdade e separá-lo do que é circunstancial, terá apreendido isso.” Joseph Campbell (um dos escritores favoritos de Ann)
  • 109. Com sua mãe e irmã constantemente viajando, o porto seguro de Obama são os avós, Sr. Stanley e Sra. Madelyn.
  • 110. Para se entender um pouco do espírito do casal Dunham, é preciso recordar a serenidade com que receberam o fato de que sua única filha, Ann, resolvera se casar com um estudante africano.
  • 111. É preciso lembrar que no início dos anos 1960 o casamento inter-racial era considerado crime em metade dos estados norte-americanos, e mesmo nos demais estados, onde era tolerado em lei, como no estado do Hawaii, o casamento entre pessoas brancas e negras não era visto com bons olhos pela sociedade vigente.
  • 112. No entanto, eles, confiantes na educação que haviam transmitido, apoiavam sua filha nas suas escolhas pelos caminhos da vida.
  • 113. E com pleno amor criaram e acolheram o seu amado neto no modesto apartamento de dois quartos onde moravam.
  • 114. É nos detalhes sutis da existência que o verdadeiro caráter se manifesta.
  • 115. O tempo passa, e todos um dia haveremos de partir...
  • 116. Em fevereiro de 1992, Sr. Stanley Dunham morre aos 74 anos de idade.
  • 117. Um pai e um esposo amoroso. (na foto, com Ann e Madelyn)
  • 118. Um avô e “pai” que amou na sua plena capacidade os seus amados netos.
  • 119. A vida não se mede pela quantidade de anos que se vive...,
  • 120. A vida se mede pela quantidade de alegria que se distribui, escreveu certa vez um poeta.
  • 121. E a vida continua, Por entre a tristeza das partidas e a alegria das chegadas.
  • 122. Pessoas amadas que partem, Pessoas amadas que chegam.
  • 123. É na firma de advocacia em Chicago onde trabalha que Barack Obama conhece a jovem advogada Michelle Robinson.
  • 124. E não tardará muito para que eles decidam se casar.
  • 125. O casamento é uma ponte que conduz ao céu, afirmou certa vez um antigo sábio.
  • 127. Marian Robinson com sua filha, Michelle Ann Dunham com seu filho, Barack Obama
  • 128. Duas famílias que se unem, Histórias, memórias, sonhos, lembranças que se entrelaçam...
  • 130. Porém, a vida é uma dança na corda oscilante do inesperado.
  • 131. Pessoas amadas que chegam, Pessoas amadas que partem.
  • 132. Em 1995, Ann interrompe suas atividades em projetos sócio-econômicos na Ásia para cuidar da saúde nos Estados Unidos. Há cerca de um ano ela começou a sentir dores no estômago, cuja causa os médicos locais não conseguem descobrir.
  • 133. Os novos exames diagnosticam câncer. E ela começa o penoso tratamento no Hawaii. No entanto, o diagnóstico tardio reduz as chances de vencer a enfermidade, e ela perde a luta contra o câncer, aos 52 anos de idade.
  • 134. A sua prematura partida deixa atônita a família, tendo em vista o amor e a paixão que ela manifestava pela vida. Compartilhava que queria adotar uma criança refugiada, sonho este que não teve tempo de realizar.
  • 135. Barack Obama afirma que seu maior erro na vida foi não ter estado presente ao lado de sua mãe na sua hora derradeira. Tanto a família quanto os médicos nutriam enormes esperanças de que ela conseguisse vencer a batalha.
  • 136. Sua filha recorda que ela tinha um coração muito delicado e que chorava com facilidade, bastava ver algum animal ser maltratado, ou alguma Por outro lado, criança vítima de injustiça era destemida e ou crueldade, uma notícia determinada nas ou um filme triste. suas ações.
  • 137. Morou em mais de treze países, e em todos eles se sentia em casa. Considerava-se uma cidadã do mundo. Durante toda a sua vida acordou muito antes do nascer do dia e se dedicou incansavelmente às ações sociais, em especial àquelas que beneficiassem os excluídos e marginalizados da sociedade.
  • 138. Atendendo ao seu pedido, a família e alguns poucos amigos íntimos lançam as suas cinzas nas costas do Oceano Pacífico, numa das praias do Hawaii.
  • 139. Ann Dunham (29/11/1942 - 07/11/1995)
  • 142. Viveu o suficiente para ver o casamento do seu filho. Mas quis o destino levá-la antes que sua filha se casasse, ou que nascessem os seus netos; ela que tanto amava as crianças...
  • 143. Em sua breve vida terrena abraçou o papel de mãe, da grande mãe. Aquela que abriga e protege os filhos.
  • 144. Não apenas os gerados em seu ventre, mas os filhos do mundo, em especial, os carentes, esquecidos, excluídos, necessitados.
  • 145. E foi esta inspiração íntima, certamente, a herança mais nobre que deixou aos filhos.
  • 146. Que o olhar compassivo da mãe possa continuar a brilhar nos olhos do filho, durante os importantes desafios que ombreará nos próximos anos...
  • 153. As responsabilidades e as expectativas que Barack Obama ombreia não encontram paralelo na história recente.
  • 154. Certamente o acompanharão nesta missão que lhe foi destinada as orações e os pensamentos de todos aqueles que sonham com um mundo melhor.
  • 155. E certamente o acompanhará também a eterna presença de sua amada mãe, a fonte mais significativa de sua inspiração íntima.
  • 156. E o coração da jovem mãe por certo se alegra com as flores e os frutos de amor que os seus dedicados esforços têm produzido...
  • 157. Barack Obama e sua irmã Maya, com as suas respectivas famílias.
  • 158. O casal Obama com as filhas, Malia Ann (de 10 anos) e Natasha (7 anos).
  • 159. Maya Soetoro é professora de História, casada com Konrad Ng, canadense de ascendência chinesa, e mãe da pequena Suhaila, de quatro anos
  • 160. Os amigos e familiares próximos recordam a afinidade que unia mãe e filho, relatando que eram muito próximos, “extraordinariamente próximos”.
  • 161. Para compartilhar aquilo que sentiam, pareciam em muitas ocasiões dispensar o uso das palavras.
  • 162. Há sentimentos que transcendem este limitado recurso que utilizamos, - as palavras...
  • 163. Os sonhos da mãe, e os sonhos do filho.
  • 164. O sonho de um mundo melhor, mais justo, fraterno, solidário.
  • 165. São os sonhos que seguram o mundo em sua órbita.
  • 166. Que seria de nós se não sonhássemos?...
  • 167. Tema musical: “Magic City”, interpretado por Johannes Linstead e Nicholas Gunn Formatação: um_peregrino@hotmail.com