arnaldolemos@uol.com.br
I 1964/1969 PERÍODO INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA
ORDEM
Castelo Branco(1964-1967)
Costa e Silva (1967-1969
II 1969/1974 – O MILAGRE ECONÔMICO
OS ANOS DE CHUMBO
Medici 1969/1074
III 1973/1979 - A CRISE – O FIM DO MILAGRE
A ABERTURA
Geisel (1974-1978)
IV 1979- 1984 -ABERTURA E TRANSIÇÃO
Figueiredo (1979-1985)
ETAPAS DA
DITADURA MILITAR
ANTECEDENTES : O debate sobre o
desenvolvimento brasileiro
O governo Jango (1961-1964)
A noite do Golpe
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DECADA
DE 60
Debate entre dois projetos políticos que começou no
governo Getulio
Projeto Nacional-
Desenvolvimentista
Projeto
Desenvolvimentista
ANTECEDENTES : O debate sobre o
desenvolvimento brasileiro
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ANTECEDENTES : O debate sobre o
desenvolvimento brasileiro
1962
Reformas de baseGoverno João Goulart
UNE CPC (Centro
popular de
Cultura)
Teatro Musica
Canção do
Subdesaenvolvido,
Carlos Lira
Critica à dependência cultural,
política e econômica do pais
desde o Descobrimento
Para ouvir acesse :
http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A
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“O Brasil é uma terra de amores,
Alcatifada de flores,
Onde a brisa fala amores,
Nas lindas tardes de abril.
Correi pras bandas do Sul.
Debaixo de um céu de anil,
Encontrareis um gigante deitado:
Santa Cruz, hoje o Brasil.
Mas um dia o gigante despertou
(ooaahhh!).
Deixou de ser gigante adormecido.
E dele um anão se levantou.
Era um país subdesenvolvido
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido
(bis)
E passado o período colonial,
O país passou a ser um bom quintal.
E depois de dada a conta a Portugal
Instalou-se o latifúndio nacional .. (Ai)
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido
Então o bravo brasileiro (iehéé),
Em perigos e guerras esforçados (iehéé),
Mais que prometia a força humana
Plantou couve, colheu banana.
Bravo esforço do povo brasileiro
Mandou vir capital lá do estrangeiro.
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido.
As nações do mundo para cá mandaram
Seus capitais tão desinteressados.
As nações coitadas só queriam ajudar, não
é?
Aquela ilha velha não roubou ninguém,
País de poucas terras só nos fez um bem
Um Big Ben
Um big ben , bom, bem, bom
Nos deu luz (ah)
Tirou ouro (oh)
Nos deu trem (ah)
Mas levou o nosso tesouro
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido
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Mas data houve em que se acabaram
os tempos duros e sofridos
Porque um dia aqui chegaram os
capitais dos países amigos.
País amigo, desenvolvido,
País amigo, país amigo,
Amigo do subdesenvolvido
País amigo, país amigo.
E os nossos amigos americanos
Com muita fé, com muita fé,
Nos deram dinheiro e nos plantamos
Só café, só café.
É uma terra em que se plantando tudo
dá.
Pode-se plantar tudo que quiser
Mas eles resolveram que nos devíamos
plantar
Só café, só café
Bento que bento o frade, frade.
Na boca do forno, forno.
Tirai um bolo, bolo
Fareis tudo que seu mestre mandar?
Faremos todos, faremos todos, faremos
todos.
Começaram a nos vender e nos comprar.
Comprar borracha, vender pneu.
Comprar minério, vender navio.
Pra nossa vela, vender pavio.
Só mandaram o que sobrou de lá:
Matéria plástica, que entusiástica,
Que coisa elástica, que coisa drástica,
Rock balada, filme de mocinho,
Ar refrigerado e chiclete de bola (pop)
E coca cola.
Subdesenvolvido, subdesenvolvido,
subdesenvolvido, subdesenvolvido.
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O povo brasileiro tem personalidade.
Não se impressiona com facilidade
Embora pense como americano
“Uuuuuuu, I’m going to kill that indian
before he kills me (pinim...)
Embora dance como americano
Ta-ta-ta-ta, ta-ta-ta-ta
Embora cante como americano
Eh boi, lá, lá, lá,
Eh roçado bão, lá, lá, lá,
O melhor do meu sertão, lá, lá, lá
Comeram o boi.
O povo brasileiro, embora pense, cante e
dance como americano
Não come como americano,
Não bebe como americano,
Vive menos, sofre mais
Isso é muito importante
Muito mais do que importante
Pois difere o brasileiro dos demais
Personalidade, personalidade,
personalidade sem igual,
Porém,
Subdesenvolvida, subdesenvolvida,
Essa é que é a vida nacional.”
Para ouvir acesse :
http://www.youtube.com/watch?v=opFt_gLoA5A
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ProjetosProjetos
Aliados ideológicos daAliados ideológicos da
1ºprojeto1ºprojeto
80%80%
SindicatosSindicatos
TrabalhadoresTrabalhadores
Movimentos SociaisMovimentos Sociais
Aliados ideológicosAliados ideológicos
da 2º projetoda 2º projeto
Classe media eClasse media e
alta(20%)alta(20%)
Os que gostam deOs que gostam de
ordem e segurançaordem e segurança
ForçasForças
Armadas(ESG)Armadas(ESG)
Anti-comunistasAnti-comunistas
Povo : inimigo internoPovo : inimigo interno
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Golpe de 31 de março de
1964
13 de março
19 de março
vitoria do segundo projeto
comicio pelas
reformas ou
Comicio da
Central,
organizado pela
CGT
Marcha da Família
com Deus pela
Liberdade, organizada
pela União Cívica
Feminina, IPES e com
as bênção da Igreja
Católica
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30 de março :
discurso de Jango
no Automovel
Clube do Rio
31 de março: tropas
do General Olimpio
Mourão Filho( 4ª
região militar- MG)
movimentam-se
para o Rio
“Não admitirei o golpe
das reacionários”
“O exercito dormiu janguista. O exercito
acordou revolucionario” (Elio Gaspari)
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1964/1969 -- PERÍODO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DA NOVA ORDEM
AI -1 – suspende a constituição
de 1946, organizações de base,
sindicatos, ligas camponesas,
UNE, centros acadêmicos),
cassação de direitos politicos de
centenas de pessoas
AI-2 – após eleições dos
governadores, cassa JK (candidato
a presidente), prorroga Castelo
Branco até 67, não há mais
eleições diretas (presidente e
governador), bipartidarismo (Arena
e MDB)
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AI- 3 determinava eleições
indiretas para governadores e
nomeação dos prefeitos das
capitais.
AI-4 – Convocação do Congresso
Nacional para a votação e
promulgação do projeto de
Constituição, que revogava
definitivamente a Constituição
de 1946.
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lutas com criatividade (encontros da
UNE)
subversão, clandestinidade.
Festivais de música (tratado político)
Reação
estudantil
Um grupo do
CCC(Comando de Caça
aos Cmunistas) invade o
teatro Galpão em São
Paulo, em 1968, e
espanca o elenco da
peça Roda Viva
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Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que
cresceu...
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...(4x)
Roda Viva- Chico Buarque
Para ouvir:
http://www.youtube.com/watch?
v=HRFw5u5wR4c
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- Rebelião da
juventude – Paris,
Alemanha, México
1968
Movimento Hippie
Poder Negro
Marcuse
Brasil – passeatas
morte de Edson Luis
FIC ( Vandré : Para não
dizer que não falei de
flores)
7 de setembro – Marcio
Moreira Alves
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A repressão proporcionou
uma riqueza cultural
imensurável devido à
atmosfera de tensão vivida
pelo povo.Sem outra opção, era
preciso encontrar uma
maneira de protestar através
da arte.
Dentre toda a produção
musical do período
ditatorial, “ Pra não dizer
que não falei de flores”, de
Geraldo Vandré, foi um
hino de resistência ao
regime militar.
1968
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Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Pra Não Dizer Que Não Falei Das
FloresGe
rComposição: Geraldo Vandré
aldo Vandré
Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?
v=PDWuwh6edkY
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Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição:
De morrer pela pátria
E viver sem razão...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(2x)
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não...
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição...
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer...(4x)
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AI-5
Recesso Parlamentar :
fechamento do Congresso
Plenos poderes para o
Presidente
arbitrariamente intervir
em estados e municípios
Prerrogativa presidencial:
suspender direitos
politicos e cassação de
mandatos
Ficava extinto, em caso de
crimes políticos ou contra
a economia, o habeas
corpus.
O presidente poderia
decretar, a qualquer
momento, estado de sitio,
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Opções - 1. Estudar
2. Exílio
3. Luta armada
- urbana
- rural
Caça às bruxas
Universidade de
Brasília
USP
Federal do Rio
Colégio Vocacional
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Período de intenso crescimento
econômico e de posterior
endividamento.
O PIB do Brasil cresceu acima de
10% ao ano, em média, apesar da
inflação, que oscilou entre 15% e
20% ao ano,
acentuação da desigualdade
social e aumento da pobreza,
com cerceamento às
liberdades individuais
associado à repressão
politica
Grande concentração de renda,
com redução dos salários reais
1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO
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1969/1973 – O MILAGRE ECONÔMICO
1970
50% = 14,91
30% = 22,85
15% = 27,38
5% = 34,86
Supermercados Shoppings
Industria -------- mercadoria -------
consumidor
Repressão X euforia dos
consumidores
Ideologia Brasil, ame-o ou deixe-o
Ninguém segura este
país.
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Brasil Ilha de tranquilidade
3ª abertura dos
portos
petrodolares
Aumento da dívida externa
Construção de infra-
estrutura
Pólo químico
da Bahia
Industria de
base
Grandes
projetos
Transamazônica
Rio-Niteroi
Usinas
Energia Nuclear
Ferrovia do aço
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1969/1973 – OS ANOS DE CHUMBO
A expressão anos de chumbo foi
aplicada inicialmente a um
fenômeno da Europa Ocidental,
relacionado com a Guerra Fria e
com a estratégia de tensão.
Anos 70/80 : anos marcados por
violência política, luta armada e
terrorismo de esquerda e de direita,
bem como pelo endurecimento do
aparato repressivo dos estados
democráticos da Europa Ocidental.
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Anos de
Chumbo
do Ai-5 em 13 de
dezembro daquele ano,
até o final do governo
Médici, em março de
1974
feroz combate entre a
extrema- esquerda de um
lado, e de outro, o aparelho
repressivo policial-militar do
Estado.
O governo é apoiado por
organizações paramilitares e
grandes empresas.
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Durante esse período, houve
"desaparecimento" e morte de
milhares de militantes,
políticos e estudantes de
esquerda.
A liberdade de imprensa, de
expressão e manifestação foram
cerceadas.
Por outro lado, alguns
noticiários, como o Jornal
Nacional, tentavam transmitir a
imagem de um Brasil
democrático e retratavam o
evidente desenvolvimento
nacional.
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Vendo circular pelas ruas os automóveis com o adesivo
“Brasil: ame-o ou deixe-o“, Chico Buarque se viu obrigado a
reagir com sua melhor arma: a música. E assim nasceu
“Apesar de você”:
A música foi adotada como hino de resistência aos militares
quando um jornal publicou uma notinha dizendo que “você”na
verdade, era o general Médici.
Apesar De Você
CChico Buarque
Chamado para depor, Chico disse que a música era para uma
mulher muito mandona, mas não colou. A música foi proibida
de ser executada e todos os compactos recolhidos e
queimados.
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Apesar De Você
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
(Crescendo) Amanhã vai ser outro dia x
3
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão
(Coro) Apesar de você
amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se
esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
(Coro2) Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa
Apesar de você
(Coro3) Apesar de você
Amanhã há de ser outro
dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de
repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você
(Coro4) Apesar de você
Amanhã há de ser outro
dia.
Você vai se dar mal, etc
e tal,
Para ouvir
acesse:http://www.youtube.com/watch?
v=R7xRtSUunEY
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"Cálice" é uma canção escrita e
interpretada por Chico Buarque e
Gilberto Gil em 1973.
Calice – Chico Buarque e Gilberto Gil
Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=wV4vAtPn5-Q
Na canção percebe-se um
elaborado jogo de palavras para
despistar a censura da ditadura
militar. A palavra-título, por
exemplo, é cantado pelo coral que
acompanha o cantor de forma a
soar como um raivoso "Cale-se!".
A canção teve sua execução
proibida durante anos no Brasil.
Na versão, Milton Nascimento
canta os versos de Gil.
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Cálice
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
e Gilberto Gil
Pai! Afasta de mim esse
cálice
De vinho tinto de sangue...
(2x)
Como beber
Dessa bebida amarga
Tragar a dor
Engolir a labuta
Mesmo calada a boca
Resta o peito
Silêncio na cidade
Não se escuta
De que me vale
Ser filho da santa
Melhor seria
Ser filho da outra
Outra realidade
Menos morta
Tanta mentira
Tanta força bruta...
Pai! Afasta de mim esse
cálice
De vinho tinto de sangue...
Como é difícil
Acordar calado
Se na calada da noite
Eu me dano
Quero lançar
Um grito desumano
Que é uma maneira
De ser escutado
Esse silêncio todo
Me atordoa
Atordoado
Eu permaneço atento
Na arquibancada
Prá a qualquer
momento
Ver emergir
O monstro da lagoa...
Pai! Afasta de mim
esse cálice
Pai! Afasta de mim
esse cálice
Pai! Afasta de mim
esse cálice
De vinho tinto de
sangue...
De muito gorda
A porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada
A faca já não corta
Como é difícil
Pai, abrir a porta
Pai! Afasta de mim esse
cálice
Pai! Afasta de mim esse
cálic
Como beber
Dessa bebida amarga
Tragar a dor
Engolir a labuta
Mesmo calada a boca
Resta o peito
Silêncio na cidade
Não se escuta
De que me vale
Ser filho da santa
Melhor seria
Ser filho da outra
Outra realidade
Menos morta
Tanta mentira
Tanta força bruta...
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Pai! Afasta de mim
esse cálice
Pai! Afasta de mim
esse cálice
Pai! Afasta de mim
esse cálice
De vinho tinto de
sangue...
De muito gorda
A porca já não anda
(Cálice!)
De muito usada
A faca já não corta
Como é difícil
Pai, abrir a porta
(Cálice!)
Essa palavra
Presa na garganta
Esse pileque
Homérico no mundo
De que adianta
Ter boa vontade
Mesmo calado o peito
Resta a cuca
Dos bêbados
Do centro da cidade...
Pai! Afasta de mim esse
cálice
Pai! Afasta de mim esse
cálice
Pai! Afasta de mim esse
cálice
De vinho tinto de sangue...
Talvez o mundo
Não seja pequeno
(Cale-se!)
Nem seja a vida
Um fato consumado
(Cale-se!)
Quero inventar
O meu próprio pecado
(Cale-se!)
Quero morrer
Do meu próprio veneno
(Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez
Tua cabeça
(Cale-se!)
Minha cabeça
Perder teu juízo
(Cale-se!)
Quero cheirar fumaça
De óleo diesel
(Cale-se!)
Me embriagar
Até que alguém me
esqueça
(Cale-se!)
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1973 -1979 –A crise : o fim do milagre
Crise externa A crise do petróleo
Crise interna
Esgotamento da capacidade de consumo da classe
media
Sobe o numero
de carnets
Fim da ilusãoindustria
Queima de
estoque
Aumento
dos
preços
Diminui a
capacidade
produtiva
ociosidade
desemprego
Nova força de
trabalho
subemprego
Caos social
marginalidade
policia violência
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Crise econômica
agricultura
Incentivar o latifundio : “exportar é o que
importa”
incentivos fiscais: isenção de impostos
Mão de obra barata: “boias-frias”
Destruição da pequena propriedade que
produzia alimentos para o mercado interno:
êxodo rural
Aumento do preço dos alimentos
Importação de alimentos: aumento da dívida
industria Isenção de impostos
para exportação
Começa a faltar
dinheiro para o
Estado
Políticas sociais são
afetadas
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Crise econômica
solução
Fabricar dinheiro : inflação
Aumento de imposto da classe media :
Letras do tesouro e ORNT para os ricos
comprarem. O rico só compra com juros altos
: aumenta a dívida interna
Temos que pagar a divida externa e a divida interna
solução
Emprestar mais para pagar juros da dívida
externa
Jogar mais letras no mercado
Circulo financeiro da
especulação
Cigarro.
Energia eletrica
Imposto de renda
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Crise política
1970
Organização da
sociedade civil
Movimentos de reivindicação
Comunidades eclesiais de
base
Movimento custo de vida
Renascimento do movimento
estudantil
Sindicatos:ABC – novas lideranças
Movimento dos camponeses
Foros políticos de
debates
ABI
OAB
SBPC
Igreja
Táticas do governo
76 - Lei
Falcão
77 – Pacote de
Abril
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Crise política
A repressão se empenha para
desarticular a guerrilha urbana,
prendendo, matando e
torturando.
1971
1973
Golpe Militar no Chile: Pinochet
1974
Derrota da Guerrilha do
Araguaia
Eleição de senadores de
oposição
1975 Morre Vladimir Herzog
1976 Terrorismo de direita
1977
Intensificam-se os
movimentos da sociedade civil
contra a ditadura
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1979- 1984 -Abertura e transição
Segunda crise
internacional
Novo aumento do petroleo
Aumento do juros
internacionais
Baixam os preços da matéria prima e
produtos agrícolas
Aumentam os preços da tecnologia e
produtos industrializados
Daí – mais empréstimos ---aumenta a dívida –aumenta o latifundio para
exportar
Crise econômica
Setembro de
1982
O Banco do Brasil em Nova York declarou-se sem
fundo
FMI – cartas de intenções
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Fim da década de 70. A
pressão para uma abertura
democrática no Brasil vem
de todas as formas, mas é
duramente reprimida.
Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?
v=6kVBqefGcf4
Havia os exilados, os presos, os
torturados e o resto, que não
tinha armas com que lutar contra
o governo, embora também não
pudesse continuar como estava.
Isso só acabaria com a Lei da Anistia,
sancionada no mesmo ano de criação
da musica “O Bêbado e a Equilibrista” ,
de João Bosco– (a utopia e a
esperança ) que traz, em cada verso,
um pequeno pedaço de cada batalha.
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Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...
A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...
Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...Mas sei,
que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...
Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...
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Tô Voltando
Composição: Paulo César Pinheiro e
Maurício Tapajós
Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando
Leva o chinelo pra sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar
Porque eu tô voltando
Dá uma geral, faz um bom defumador
Enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, tá calor
Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando
Faz um cabelo bonito pra eu notar
Que eu só quero mesmo é despentear
Quero te agarrar
Pode se preparar porque eu tô voltando
Põe pra tocar na vitrola aquele som
Estréia uma camisola
Eu tô voltando
Dá folga pra empregada
Manda a criançada pra casa da avó
Que eu to voltando
Diz que eu só volto amanhã se alguém
chamar
Telefone não deixa nem tocar
Quero lá, lá, lá, ia, porque eu to
voltando!
Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?
v=Ka_l9wyY7vU
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O final do governo militar
de 1964
O fim do governo militar
Em 8 de maio de 1985, o Congresso
Nacional aprovou emenda constitucional
que acabava com os últimos vestígios da
ditadura.
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Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa
noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas
imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria
fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava
carnaval,
Vai passar nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo da velha cidade essa
noite vai se arrepiar
Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais
Num tempo página infeliz da nossa história,
passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos erravam cegos pelo continente,
levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
o carnaval, o carnaval
Vai passar, palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
e os pigmeus do boulevard
Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a
cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai que vida boa, ô lerê,
ai que vida boa, ô lará
O estandarte do sanatório geral... vai passar
Vai Passar
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque e Francis
http://www.youtube.com/watch?v=9A_JrsJF6mM
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Episódio 1: Estudantes e Igreja
:
O primeiro episódio de Contos da Resistência retrata a atuação de estudantes e da Igreja contra a ditadura militar.
Relatos emocionantes de presos políticos e vítimas do regime marcam o documentário.
Episódio 2: Congresso
O segundo episódio da série Contos da Resistência enfoca as relações políticas entre Congresso Nacional e governos
militares. O objetivo da série de documentários é esclarecer fatos políticos dos 20 anos de ditadura militar, iniciada em
março de 1964, explicar como se davam as ações de poder e dominação do governo central, e como o Congresso foi,
ao mesmo tempo, núcleo de resistência e caixa de ressonância dos desejos dos militares daquela época.
Episódio 3: Artes e Imprensa
Dando continuidade à série Contos da Resistência, o terceiro episódio trata da resistência nas artes e na imprensa no
período da ditadura militar que vai de 1968 a 1979. Este período foi marcado principalmente pelo anúncio do Ato
Institucional nº 5, o AI-5. Com ele se decretou a censura prévia em jornais, revistas, emissoras de TV e também nos
espetáculos culturais de música, teatro, entre outros.
Episódio 4: Movimento Sindical
O quarto episódio da série conta como operários e líderes sindicais da região do ABC Paulista resistiam à falta de
liberdade e se organizavam por melhores salários e condições de vida. O programa mostra a trajetória dos
metalúrgicos: da alienação política à campanha pelas eleições diretas em 1984 e como a batalha por melhores
salários resultou na luta pela redemocratização do Brasil. Histórias dramáticas e curiosas de operários anônimos e
líderes reconhecidos.
Acesse http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?
lnk=CONTOS-DA-
RESISTENCIA&selecao=MATDATA&programa=90
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Dossiê Ditadura - Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964-
1985
Autor: Imprensa Oficial
Editora: Imprensa Oficial SP
1968 : O Diálogo É a Violência - Movimento Estudantil e Ditadura
Militar no Brasil
Autor: Vale, Maria Ribeiro do
Editora: Unicamp
Brasil - 1964 / 1968 - A Ditadura Já Era Ditadura
Autor: Silva, Marcos
Editora: LCTE
Memória Política , Repressão e Ditadura no Brasil
Autor: Ansara, Soraia
Editora: Jurua
A Ditadura Militar no Brasil - Repressão e Pretensão de
Legitimidade
1964-1984
Autor: Rezende, Maria José de
Editora: Eduel
A Ditadura no Brasil - Coleção Por Dentro da História
Autor: Caldevilla, Vinicius; Loconte, Wanderley
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A Resistência da Mulher À Ditadura Militar no Brasil
Autor: Colling, Ana Maria
Editora: Rosa dos Tempos
Desarquivando a Ditadura - Memória e Justiça no Brasil - 2
Volumes
Autor: Santos, Cecilia MacDowell; Teles, Edson; Teles, Janaína de Almeida
Editora: Hucitec
Fatos da Ditadura Militar no Brasil - Coleção Temas Brasileiros
Autor: S., Frederico de
Editora: Martins Editora
História Indiscreta da Ditadura e da Abertura - Brasil: 1964 - 1985
Autor: Couto, Ronaldo Costa
Editora: Record
OAB X Ditadura Militar - A História de um Período Difícil para as
Instituições Democráticas no Brasil
Autor: Souza Filho, Cid Vieira de
Editora: Quartier Latin
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Ditadura militar, esquerdas e sociedade
Autor: Reis Filho, Daniel Aarão
Editora: J. Zahar
O fim da Ditadura Militar
Autor: Kucinski, Bernardo
Editora: Contexto
Carlos Marighella: o inimigo número um da ditadura militar
Autor: José, Emiliano
Editora: Sol & Chuva
A Caixa-preta do Golpe de 64
Autor: Bastos, Paulo de Mello
Editora: Família Bastos
A Ditadura Militar no Brasil – Coleções Caros
Amigos- Doze fasciculos
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O Golpe de 64 e a Ditadura Militar - Coleção Polêmica
Autor: Chiavenato, Júlio José
Editora: Moderna
O Governo Goulart e o Golpe 64 - Coleção Tudo é História
Autor: Toledo, Caio Navarro de
Editora: Brasiliense
Propaganda e Cinema a Servico Golpe 1962/64
Autor: Assis, Denise
Editora: Mauad
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Ação Libertadora Nacional (ALN)
Comando de Libertação Nacional (COLINA)
MNR
Movimento de Libertação Popular - Molipo
Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8]
PCB
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR)
Partido Operário Comunista (POC)
POLOP
VAR-Palmares
Vanguarda Popular Revolucionária (VPR, VAR-P ou VAR-PAL)
Organizações armadas contra o regime militar
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Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES)
Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad)
Campanha da Mulher pela Democracia (Camde) - financiada pelo Ipes
União Cívica Feminina (UCF) - sob orientação do Ipes
Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (Adce) - ligada ao Ipes
Movimento Anticomunista (MAC) - formado por universitários
Frente da Juventude Democrática - formada por estudantes anticomunistas
radicais
Comando de Caça aos Comunistas (CCC) - formado por estudantes
anticomunistas radicais
Principais movimentos de direita
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Mais de mil sindicatos de trabalhadores foram fundados até 1964
Surge o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)
Pacto de Unidade e Ação (PUA) - aliança intersindical
União Nacional dos Estudantes (UNE)
Ação Popular (católicos de esquerda)
Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb) - reunindo intelectuais de
esquerda
Frente de Mobilização Popular (FMP) - liderada por Leonel Brizola
União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil
Ligas camponesas
Principais movimentos de
esquerda
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Pra frente, Brasil (1983, Brasil, direção: Roberto Farias) –
Sobre a ditadura militar brasileira nos anos 1970. Um cidadão
comum é tomado por guerrilheiro, é preso e torturado.
Ambientado durante a Copa do Mundo de 70, denuncia a
repressão para-militar do período
Lamarca (1994, Brasil, direção: Sérgio Resende) – Sobre
o militar e guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-71) que, em
1969, entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária,
abandonou um quartel em São Paulo e instalou um foco
guerrilheiro no Vale do Ribeira (SP). Em 1970 comandou o
seqüestro do embaixador suíço no Rio de janeiro; foi
morto em 17/09/1971 pelo exército no sertão da Bahia.
Cabra marcado para morrer (1984, Brasil, direção:
Eduardo Coutinho) – O diretor rodava um filme sobre o
Nordeste brasileiro, quando estourou o golpe de 1964.
Retomou o projeto em 1981, retornando aos mesmos lugares
e entrevistando as mesmas pessoas, para verificar o que
tinha ocorrido com elas
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Que bom te ver viva (1989, Brasil, direção: Lúcia Murat) – Sobre
a tortura no país. Registro das experiências de oito ex-
prisioneiras políticas sobre a tortura que sofreram durante a
ditadura militar.
Zuzu Angel (2006, Brasil, direção: Sérgio Rezende) – sobre Zuleika
Angel Jones (conhecida como Zuzu Angel), estilista conhecida
internacionalmente, que a partir de 1971 passou a procurar seu
filho Stuart Angel Jones, um militante do movimento MR-8 que foi
preso, torturado e assassinado nas dependências dos órgãos de
repressão do Brasil, que negavam o fato e não apresentaram seu
corpo.
Araguaya A conspiração do silêncio– A conspiração do
silêncio (2004, Brasil, direção: Ronaldo Duque) – Uma tentativa de
retratar a Guerrilha do Araguaia, ocorrida no início da década de
1970 por militantes do PCdoB. Importante para tomar contato com
aspectos do período da ditadura militar brasileira. Os documentos
oficiais referentes a este episódio ainda não foram divulgados e
nem os restos mortais de 59 guerrilheiros não foram localizados.
105 min.
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Batismo de Sangue (2005, Brasil, direção: Helvécio Ratton) – Com
base na obra de Frei Betto, este filme – que se passa durante os
anos de chumbo – trata mais do dominicano Frei Tito (e de outros
quatro frades) do que do próprio período militar. Mas é importante
para que se tenha consciência da tortura (choques, pau-de-arara,
prisão incomunicável e outras) implantada no país. 110
“Golpe de 64” - de Fernando Morais Março de 1964. Os olhos do mundo
estão voltados para o Brasil. Num planeta dividido entre dois blocos
antagônicos é cada vez mais difícil manter-se independente. Esquerda ou
direita? Que rumo tomar? Uma coisa é certa: a solução, infelizmente, não será
democrática. Neste cenário fervilhante, o processo político se radicaliza a cada
dia. O fatídico mês avança e a temperatura se eleva. Os comícios reúnem
centenas de milhares de pessoas, os discursos são mais inflamados do que
nunca. Nos gabinetes, conspira-se. haverá golpe? Haverá contra-golpe? Os
americanos estão de prontidão? Não há mais tempo para planejar. É preciso
agir. E rápido. Os tanques já estão nas ruas. Prepare-se para reviver um dia de
cão e de chumbo: 31 de março de 64.
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Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro" de Silvio Tendler
Conta a história, as polêmicas, as vitórias e derrotas de Carlos Marighella, um
dos líderes da luta armada contra a ditadura militar no Brasil. Autor do "Manual
do Guerrilheiro Urbano" foi fundador da Ação Libertadora Nacional, primeiro
movimento armado pós-64. Foi homenageado com o filme no ano em que
completaria 90 anos.
"O que é isso companheiro?" de Bruno Barreto
Em 1964, um golpe militar derruba o governo democrático brasileiro e, após alguns
anos de manifestações políticas, é promulgado em dezembro de 1968 o Ato
Constitucional nº 5, que nada mais era que o golpe dentro do golpe, pois acabava com
a liberdade de imprensa e os direitos civis. Neste período vários estudantes abraçam a
luta armada, entrando na clandestinidade, e em 1969 militantes do MR-8 elaboram um
plano para seqüestrar o embaixador dos Estados Unidos (Alan Arkin) para trocá-lo por
prisioneiros políticos, que eram torturados nos porões da ditadura.
Ato de Fé – Angelo Rampazzo, 2004 - O filme narra fatos já bem
conhecidos da luta armada contra a ditadura na voz de alguns de
seus personagens. Os depoimentos dominam o documentário,
sobretudo sobre as torturas sofiridas pelos freis dominicanos e sua
relação com Carlos Marighela.
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Vlado - 30 Anos Depois”de João Batista de Andrade
No dia 25 de outubro de 1975 o jornalista Vladimir Herzog acorda de manhã e se
despede da mulher Clarice: ele deve se apresentar ao DOI-CODI, órgão da repressão
política do regime militar, para um depoimento. Vlado nem imaginava que nunca mais
voltaria para casa. Naquele fatídico dia ele seria morto. Segundo fonte oficial, teria se
suicidado na prisão. Neste documentário o diretor João Batista de Andrade ouve
depoimentos de amigos, familiares, colegas que viveram com Vlado a história, a
amplitude das perseguições dos anos de chumbo, a trajetória do jornalista, desde sua
infância até sua posse como Diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo e a
perseguição a ele iniciada naquele momento. Com depoimentos de Clarice Herzog,
José Mindlin, Ruy Ohtake, Dom Paulo Evaristo Arns, Henry Sobel, Fernando Morais,
Paulo Markun, João Bosco, Aldir Blanc, Alberto Dines, Diléia Frate, Mino Carta, Rose
Nogueira.
O ano em que meus pais saíram de férias" de Cao Hamburguer
1970. O Brasil e o mundo parecem estar de cabeça para baixo, mas a maior
preocupação na vida de Mauro, um garoto de 12 anos, tem pouco a ver com a ditadura
militar que impera no país: seu maior sonho é ver o Brasil tricampeão mundial de
futebol. De repente, ele é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma "estranha" e
divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo, que abriga judeus e italianos
entre outras culturas. Uma história emocionante de superação e solidariedade.
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“Barra 68 – Sem perder a ternura” de Vladimir Carvalho
A luta de Darcy Ribeiro no início dos anos 60 para criar e implantar a Universidade
Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UNB, desde o golpe militar de 64
até os acontecimentos de 1968. Desde os seus primórdios, Brasília foi fortemente
marcada pelos acontecimentos políticos, como a renúncia de Jânio Quadros e o
golpe militar de 64. Envolvida, a comunidade conheceu a intranqüilidade e ficou
estigmatizada pela repressão. Um dos seus bens mais preciosos, a Universidade,
criada por Darcy Ribeiro, foi agredida em 64, 68 e 77. Na primeira vez a UnB foi
ocupada por tropas militares e quase perdeu todo o seu corpo docente que
voluntariamente se demitiu em protesto célebre. A crise se arrastou por quatro
longos anos e em l968, com o movimento deflagrado em reação ao assassinato de
Edson Luís, no Rio de Janeiro, as ruas de Brasília assistiram aos embates entre
estudantes e a polícia. As famílias sobressaltadas procuravam alento nos ofícios
religiosos, enquanto cerca de 5OO jovens eram detidos numa praça de esportes
no campus da UnB. Tudo culmina, depois de lances dramáticos com a prisão de
parlamentares, o fechamento do Congresso Nacional e a promulgação do AI-5.
Essa trajetória é resgatada através da urdidura de depoimentos, casos e histórias
mesclados às raras imagens e sons que ficaram e perfazem, de uma época, uma
memória imperfeita, mas sempre verdadeira.
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Hércules 56" de Silvio Da-Rin
Em 1969, em plena ditadura no Brasil, duas organizações revolucionárias
raptaram o embaixador americano Charles Elbrick e exigiram a libertação de
quinze presos políticos, levados ao México no avião Hércules, prefixo 56. Neste
documentário, os nove remanescentes do grupo e cinco membros da
organização responsáveis pelo seqüestro discutem as causas e conseqüências
da luta armada contra o regime militar.
O homem que virou suco (1980, Brasil, direção: João Batista de
Andrade) – Trata sobre migração e marginalidade urbana no Brasil no período.
Um cantor de cordel é confundido pela polícia com um operário que
esfaqueou o patrão
Jânio a 24 quadros (1981, Brasil, direção: Luiz Alberto Ferreira) – A
vida política do ex-presidente, mas com pouca profundidade na
análise histórica.
Jango (1984, Brasil, direção: Sílvio Tendler) – Coletânea de filmes,
fotos, documentários e entrevistas sobre a carreira política de João
Goulart. Do tempo em que era Ministro do Trabalho de Vargas à sua
morte no exílio.
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Linha de Montagem,( Rento Tapajós, 1982)
Os peões, (Eduardo Coutinho, 2004)
Eles não usam Black-tie,( Leon
Hirszman,1981)
Investigação sobre a gênese do movimento sindical de São Bernardo do Campo entre os
anos de 1978 e 1981, quando se produziram as maiores greves de metalúrgicos na região,
desafiando a repressão do final da ditadura militar. Radiografa-se a cidade no calor da
grande efervescência das assembléias no estádio da Vila Euclides, onde os operários
decidiam os novos rumos do movimento. As greves de 1979 e 1980 levaram à intervenção
federal no Sindicato dos Metalúrgicos, à prisão de líderes, como Luís Inácio da Silva,
processados com base na Lei de Segurança Nacional.
Documentário sobre a história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC
paulista que tomaram parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em
relativo anonimato. Eles falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos
caminhos que suas vidas trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os
sofrimentos e recompensas do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no
âmbito familiar, dão sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país. O filme foi rodado no
período final da campanha presidencial de 2002.
Um operário engravida a namorada e resolve se casar. Paralelamente, inicia-se um
movimento grevista na empresa onde trabalha, liderado por seu próprio pai. O
personagem resolve furar a greve para garantir o emprego, mas sua decisão provoca
enorme conflito com seu pai.
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Abc da Greve, (Leon Hirszman, 1979)
O filme cobre os acontecimentos na região do ABC paulista, acompanhando a trajetória do
movimento de 150 mil metalúrgicos em luta por melhores salários e condições de vida.
Sem obter êxito em suas reivindicações, decidem-se pela greve, afrontando o governo
militar. Este responde com uma intervenção no sindicato da categoria. Mobilizando
numeroso contingente policial, o governo inicia uma grande operação de repressão. Sem
espaço para realizar suas assembléias, os trabalhadores são acolhidos pela igreja.
Passados 45 dias, patrões e empregados chegam a um acordo. Mas o movimento sindical
nunca mais foi o mesmo
Braços Cruzados, Máquinas Paradas” de Roberto Gervitz, Sérgio Toledo,
São Paulo, 1978. Três chapas disputam a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São
Paulo, o maior da América Latina, com 300.000 associados, e presidido por um "pelego",
desde o golpe militar de 1964. Em meio às eleições, eclodem as primeiras greves
operárias que iriam mudar o país.
Braços Cruzados, Máquinas Paradas revela, em narrativa envolvente, como funciona a
estrutura sindical brasileira, de inspiração fascista. É também o primeiro documentário
de longa-metragem sobre as chamadas "greves espontâneas", ocorridas em São Paulo,
10 anos após a decretação do AI-5. Tais greves, que culminaram em um amplo
movimento social que traria de volta a democracia ao país, estão na base dos
acontecimentos que levaram à eleição do primeiro presidente operário da América
Latina.
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Pixote – A lei do mais fraco (1980, Brasil, direção: Hector Babenco) – Sobre
menores abandonados no Brasil no período após 64. Menores fogem de um
reformatório e passam a viver com uma prostituta. Um retrato dos menores
abandonados das grandes cidades brasileiras
Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977, Brasil, direção: Hector
Babenco) – Sobre um marginal consciente que, pouco antes de morrer, revelou
certos aspectos da corrupção policial. Trata da história de um bandido que
exerceu certo fascínio sobre faixas da população carioca nos anos 70.
Amazônia em Chamas (The Burning Season; 1994, EUA, direção:
John Frankenheimer) – Uma visão de Hollywood sobre fatos que marcaram
a vida de Chico Mendes (1944-88), o famoso sindicalista e ambientalista de
Xapuri (AC
Quase dois irmãos” de Lúcia Murat
Miguel é um senador que decide reencontrar Jorge, um antigo amigo de infância
e atualmente poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para negociar um
projeto social nas favelas. De origens diferentes, eles se tornaram amigos na
década de 1950. Nos anos 70, reencontraram-se na prisão de Ilha Grande, onde
os brancos eram prisioneiros políticos e os negros, criminosos comuns.
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Terra para Rose (1987, Brasil, direção: Tetê Morares) – A partir da história de
Rose, uma gaúcha sem-terra, este documentário fala das 1.500 famílias que
ocuparam a improdutiva Fazenda Annoni (RS). Era o momento de transição após
regime militar e o início do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
no Brasil. Rose deu à luz ao primeiro bebê nascido no acampamento.
O Sonho de Rose (2.000, Brasil, direção: Tetê Morares) – Dez anos após o
filme Terra para Rose, ocorreu este reencontro com personagens da ocupação da
Fazenda Annoni. O documentário acompanha a trajetória dos agricultores sem-
terra, narra os resultados dos assentamentos, seus conflitos e vai atrás dos filhos
de Rose. Importante para quem é contrário à reforma agrária.
Os anos JK – Silvio Tendler - 1954: suicídio de Getúlio Vargas. 1955: crise
política ameaça a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. 1956: JK
assume a presidência. Promete democracia e desenvolvimento. Supera crises e
crises. Começa a construção de Brasília. Brasil muda de tom. 1960: JK inaugura
Brasília. 1961: JK dá posse a seu sucesso Jânio Quadros. Sete meses depois
Jânio renuncia. Crise. 1964: Golpe Militar instaura ditadura. JK é cassado. Dez
anos de história. Muitas crises. O governo JK é um exercício de democracia. O
Brasil ferve. Os anos JK. Ver para não esquecer. Margarida de Prata, CNBB
Festival de Gramado - Melhor Montagem, Prêmio Especial do Júri, Associação
Paulista de Críticos de Arte - Melhor Montagem
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“Companheiras” - 2010- direção Breno Queirós – video
produzido por um grupo de concluintes do curso de Jornalismo da Puc-
Campinas. Depoimentos de companheiras de presos políticos que foram
assassinados pela ditadura militar,