Covid-19 e sua influência na Natureza
Estive lendo esses dias uma notícia no jornal da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora)
que me deixou tranquila e, até certo ponto, satisfeita. Na matéria dizia que em meio a tantos
prejuízos devido à pandemia do Covid-19 alguns benefícios estão podendo ser constatados!
Sim benefícios!
Estamos mobilizados mundialmente desde que a OMS - Organização Mundial da Saúde -
declarou estado de pandemia para a Covid-19. Muitas sugestões têm surgido para ajudar na
contenção da disseminação do vírus, no entanto, o isolamento social parece o mais eficaz,
sendo adotado em muitos países. Contudo, este ato vem causando muitos prejuízos às
pessoas, principalmente, no que tange à economia, já com relação ao meio ambiente, a
redução das atividades humanas têm demonstrado um favorecimento muito bem-vindo.
Estamos usando menos os automóveis, o tráfego dos veículos diminuiu muito, as indústrias
também reduziram suas tarefas e as pessoas estão circulando menos.
Segundo Fabrício Alvim Carvalho, professor do programa pós-graduação em ecologia da UFJF,
essas ações acerca da quarentena são benéficas tanto para a sociedade quanto para o meio
ambiente:
“É nítida a diminuição da exposição humana à poluição ambiental; consequentemente,
diminui-se também os problemas respiratórios relacionados. De certa maneira, também é
positivo para a fauna silvestre, igualmente exposta a essas elevadas concentrações de gases”.
Essas afirmações de Carvalho podem ser comprovadas, por exemplo, na constatação do
Conselho Central de Controle de Poluição da Índia (CPCB) que mostra que lá, com
aproximadamente, 1,4 bilhão de habitantes, houve cerca de 33% de mudança na qualidade do
ar no mês de março, sendo que sua quarentena iniciou no dia 22 do mesmo mês. Algo muito
interessante nesse sentido aconteceu no norte do país, onde moradores antigos podem ver o
Himalaia a 200 quilômetros de distância, algo que não podia ser contemplado há 30 anos!!!
Segundo os moradores até mais estrelas estão visualizando no céu.
Não só na Índia, mas segundo as pesquisas da UFJF, a poluição está tendo uma queda
significativa no mundo. Bom se continuassem, mas, infelizmente, essas mudanças são
temporárias, vão acabar quando tudo voltar ao “normal”, no “pós-pandemia” pois elas estão
condicionadas ao momento atual que estamos passando, sem nenhuma garantia de
permanência. Por outro lado, há o consumo exagerado, as pessoas necessitam se conscientizar
que não é preciso muito para se viver bem. Eu mesma não sou tão consumista, mas convivo
com pessoas que não param de “mastigar”(dizem ser ansiedade) ou comprar online!!! Ouço e
vejo nas redes sociais muitos memes acerca de ganho de peso ou pessoas reclamando que
estão engordando nesse período. Em relação a isto, Carvalho diz ter uma visão cética e realista
quanto aos problemas ambientais causados pela humanidade, pontua ainda que essa
pandemia será insuficiente para impedir a degradação da natureza vindo principalmente pelo
consumo exagerado da espécie humana. Ele ainda complementa dizendo que
“É óbvio que uma pequena parte da sociedade, com mais informação e um pouco mais de
consciência ambiental, vai diminuir seu padrão de consumo. Mas, para o geral, é algo
momentâneo. Não há o que se comemorar em médio ou longo prazo, pois, ao contrário de
uma possível paralisação por uma questão de conscientização ou uma súbita revolução da
consciência ambiental e de políticas de sustentabilidade, essa quarentena é pura e
simplesmente uma imposição forçada por um problema de saúde pública [...]”.
Diante desses fatos, constatamos o quanto somos prejudiciais ao meio ambiente! Até animais
que estão em extinção podem viver mais um pouco!!! Não parece muito para muitos, mas é o
suficiente para procriação de algumas espécies.
A natureza está se recuperando sem a nossa interferência. Agindo em isolamento social,
conseguimos comprovar que os bens materiais não são tão imprescindíveis assim e que
podemos viver bem com pouco e consumindo conscientemente o que é devido.
Por Jaqueline Cristina Gomes da Silva