O documento discute a sociedade contemporânea como uma "sociedade do espetáculo" onde a vida social é mediada por imagens e representações. Apresenta três conceitos-chave: 1) O espetáculo panóptico de Bentham que usa a vigilância para modelar comportamentos; 2) O espetáculo midiático de Debord onde a experiência é substituída por imagens; 3) O espetáculo do comum onde qualquer um pode se tornar celebridade nas redes sociais.
3. a
A vida social baseada ou dirigida
por modernas condições de
produção se apresenta como uma
imensa acumulação de
espetáculos. Tudo o que era vivido
diretamente tornou-se
representação.
4. Espetáculo:
o É uma relação social entre pessoas mediada por imagens;
o É o resultado e o projeto do modo de produção
existente;
o Sob todas as formas – informação ou propaganda,
publicidade ou consumo direto de divertimentos- o
espetáculo constitui o modelo atual de vida dominante na
sociedade;
o O espetáculo que inverte o real é efetivamente um
produto;
o A realidade surge no espetáculo, e o espetáculo é real.
5. Relação entre indivíduo e visibilidade na atualidade
o Crise da fronteira entre o público e o privado;
o Espetacularização da vida cotidiana;
o A exposição da vida social nos mais diversos meios de
comunicação – Reality Show X Mídias Sociais;
o “ Com os weblogs e webcams, passamos da tentativa
de ingresso na mídia para a possibilidade de o indivíduo
ser sua própria mídia e cria, consequentemente, seu
próprio público” (BRUNO, 2004).
o A lógica do espetáculo estaria invadindo a Internet?
o Subjetividade baseada no olhar do outro.
6. i
Crise da subjetividade
Aparência, superfície, exterioridade e máscara
Versus
Essência, profundidade, interioridade e verdade.
o Crise da subjetividade e a crise das fronteiras entre
público/ privado e natureza e artifício.
o Espetáculo panóptico de Jeremy Betham
o Espetáculo midiático de Guy Debord
o Espetáculo do comum
7. O cálculo das aparências e o
espetáculo panóptico
“ Predicai o olho, se quereis predicar com eficácia.
É por este órgão, pelo canal da imaginação, que o julgamento
da maioria da humanidade pode ser conduzido e modelado
quase que á vontade”.
BENTHAM
No modelo panóptico o foco é o indivíduo comum;
Princípio utilitarista do cálculo das aparências e
economia da realidade;
O maior número de efeitos com a mínima causa;
Tudo tem efeito, tudo é calculável, então tudo é
passível de produção e controle.
8. Visibilidade e invisibilidade do olho central, o olho
que vê sem ser visto;
“ a aparente onipresença do inspetor, combinada
com a extrema facilidade de sua real presença”;
Um máximo de vigiados com um mínimo de
vigilantes;
“ ao delinqüente, enquanto o mostramos, façamos
usar uma máscara (...)”;
Num só movimento moraliza-se o delinqüente e o
público;
“ Múltiplos efeitos para o menor número de causas; o
máximo de aparência para o mínimo de realidade.
9. dN
Um efeito desse cálculo das aparências é
a interiorização do olhar do outro.
Alma- psiquismo- subjetividade;
“ A alma, prisão do corpo” ( FOUCAULT)
No âmbito da aparência sempre é possível
mascarar ou mentir;
A crise da subjetividade se faz notar com as
formas recentes de exposição da intimidade na
internet
10. A prevalência do aparecer: o espetáculo midiático
A teoria do espetáculo de Debord deve ser compreendida no
contexto do capitalismo;
Objetos e experiências transformados em mercadoria;
Se antes o capitalismo havia operado a degradação do ser em
ter, no espetáculo impera o parecer, ou melhor, o aparecer;
“Sociedade da imagem” – experiências fake;
“O espetáculo é, assim, o sequestro da vida e a cisão do
mundo em realidade e imagem”;
O espetáculo é portanto, o “coração da irrealidade da
sociedade real”
“ O espetáculo é a supressão dos limites do verdadeiro e do
falso pelo recalcamento de toda a verdade vivida sob a presença
da falsidade”.
11. o Quanto mais o sujeito se reconhece nas imagens
dominantes, menos compreende sua própria
existência, sua própria vida seu próprio desejo;
o Ficam “ aprisionados no mundo á parte das imagens”;
o Experimentam uma existência, uma vida e desejos
“falsos”
o FORMA- IMAGEM : uma vida sem profundidade;
o As celebridades admiradas não são aquilo que
representam;
o A indústria do consumo nos vende a possibilidade de
poder ser o que e quem quisermos;
o A comunicação se perde e se recompõe artificialmente
no espetáculo mercantil
12. o Os indivíduos são controlados não por serem vistos, mas
Os
por in
oda
estarem capturados e reféns da imagem;
o Enquanto que, no panóptico o foco era o indivíduo comum,
no espetáculo contemporâneo se volta constituída de
celebridades e popstars do mundo televisivo;
o A TV tende a reduzir as diferenças ao mínimo;
o ( Uma mídia que parece mostrar tudo, mas que nesse
mostrar, dissumula o verdadeiro e realça o insignificante,
onde o mostrar não coincide com o ver).
o A televisão e as novas mídias constituem um novo caminho
para o individuo comum, que deixa de ser apenas o
expectador da vida alheia, e torna-se também o ator de sua
própria vida.
13. O espetáculo Contemporâneo: o espetáculo do
comum
o A associação dos meios de comunicação de massa às novas
tecnologias de informação e comunicação tornou a ideia de
espetáculo ainda mais poderosa;
o Presente perpétuo – fluxo ininterrupto de imagem;
o Busca pelos 15 minutos de fama
(não prolongar o espetáculo por toda a vida)
o Possibilidade de qualquer um poder surgir no espetáculo;
o Nossa cultura ingressou na “era do vazio” – representar a
vida ao invés de vivê-la;
o Não podemos negar o espetáculo
14. o Seria possível imaginar qualquer sobrevivência sem
tais espetáculos?
o A Tese de Debord sobre espetáculo e segredo não se
sustenta no cenário contemporâneo;
o relação complexa entre a visibilidade hiperbólica e a
exposição da intimidade
oNovos territórios: Cotidianeidade e banalidade.
15. Intimidade, subjetividade e espetáculo
Transformação dos conceitos de intimidade,
subjetividade e espetáculo;
ANTES: subjetividade interiorizada
AGORA: subjetividade exteriorizada
ANTES – espetáculo Panótipo e midiático
(Prévia do olhar público e coletivo)
AGORA – espetáculo contemporâneo
(construir o olhar do outro e garanti-lo para si)
ANTES: intimidade – “segredo”
HOJE: matéria artificialmente assistida e produzida na
presença explicita do olhar do outro
16. “No espetáculo, o fim não é nada, o
desenrolar é tudo. O espetáculo não deseja
chegar a nada que não seja ele
mesmo.”(Debord)