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ENTRE APARECER E SER:
  Tecnologia, espetáculo e
subjetividade contemporânea

               Fernanda Bruno
               Rosa Pedro
A sociedade do espetáculo
a
A vida social baseada ou dirigida
por modernas condições de
produção se apresenta como uma
imensa acumulação de
espetáculos. Tudo o que era vivido
diretamente tornou-se
representação.
Espetáculo:
o É uma relação social entre pessoas mediada por imagens;
o É o resultado e o projeto do modo de produção
existente;
o Sob todas as formas – informação ou propaganda,
publicidade ou consumo direto de divertimentos- o
espetáculo constitui o modelo atual de vida dominante na
sociedade;
o O espetáculo que inverte o real é efetivamente um
produto;
o A realidade surge no espetáculo, e o espetáculo é real.
Relação entre indivíduo e visibilidade na atualidade

 o Crise da fronteira entre o público e o privado;
 o Espetacularização da vida cotidiana;
 o A exposição da vida social nos mais diversos meios de
 comunicação – Reality Show X Mídias Sociais;
 o “ Com os weblogs e webcams, passamos da tentativa
 de ingresso na mídia para a possibilidade de o indivíduo
 ser sua própria mídia e cria, consequentemente, seu
 próprio público” (BRUNO, 2004).
 o A lógica do espetáculo estaria invadindo a Internet?
 o Subjetividade baseada no olhar do outro.
i
                Crise da subjetividade
      Aparência, superfície, exterioridade e máscara
                          Versus
     Essência, profundidade, interioridade e verdade.

o Crise da subjetividade e a crise das fronteiras entre
público/ privado e natureza e artifício.
o Espetáculo panóptico de Jeremy Betham
o Espetáculo midiático de Guy Debord
o Espetáculo do comum
O cálculo das aparências e o
              espetáculo panóptico
                “ Predicai o olho, se quereis predicar com eficácia.
     É por este órgão, pelo canal da imaginação, que o julgamento
       da maioria da humanidade pode ser conduzido e modelado
                                             quase que á vontade”.
                                                         BENTHAM
 No modelo panóptico o foco é o indivíduo comum;
 Princípio utilitarista do cálculo das aparências e
 economia da realidade;
 O maior número de efeitos com a mínima causa;
 Tudo tem efeito, tudo é calculável, então tudo é
 passível de produção e controle.
 Visibilidade e invisibilidade do olho central, o olho
que vê sem ser visto;
 “ a aparente onipresença do inspetor, combinada
com a extrema facilidade de sua real presença”;
 Um máximo de vigiados com um mínimo de
vigilantes;
 “ ao delinqüente, enquanto o mostramos, façamos
usar uma máscara (...)”;
 Num só movimento moraliza-se o delinqüente e o
público;
 “ Múltiplos efeitos para o menor número de causas; o
máximo de aparência para o mínimo de realidade.
dN
 Um efeito desse cálculo das aparências é
   a interiorização do olhar do outro.
 Alma- psiquismo- subjetividade;
 “ A alma, prisão do corpo” ( FOUCAULT)
 No âmbito da aparência sempre é possível
mascarar ou mentir;
 A crise da subjetividade se faz notar com as
formas recentes de exposição da intimidade na
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A prevalência do aparecer: o espetáculo midiático

 A teoria do espetáculo de Debord deve ser compreendida no
contexto do capitalismo;
 Objetos e experiências transformados em mercadoria;
 Se antes o capitalismo havia operado a degradação do ser em
ter, no espetáculo impera o parecer, ou melhor, o aparecer;
 “Sociedade da imagem” – experiências fake;
 “O espetáculo é, assim, o sequestro da vida e a cisão do
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 O espetáculo é portanto, o “coração da irrealidade da
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 “ O espetáculo é a supressão dos limites do verdadeiro e do
falso pelo recalcamento de toda a verdade vivida sob a presença
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o Quanto mais o sujeito se reconhece nas imagens
dominantes, menos compreende sua própria
existência, sua própria vida seu próprio desejo;
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“falsos”
o FORMA- IMAGEM : uma vida sem profundidade;
o As celebridades admiradas não são aquilo que
representam;
o A indústria do consumo nos vende a possibilidade de
poder ser o que e quem quisermos;
o A comunicação se perde e se recompõe artificialmente
no espetáculo mercantil
o Os indivíduos são controlados não por serem vistos, mas
    Os
por in
                             oda
    estarem capturados e reféns da imagem;
o Enquanto que, no panóptico o foco era o indivíduo comum,
no espetáculo contemporâneo se volta constituída de
celebridades e popstars do mundo televisivo;
o A TV tende a reduzir as diferenças ao mínimo;
o ( Uma mídia que parece mostrar tudo, mas que nesse
mostrar, dissumula o verdadeiro e realça o insignificante,
onde o mostrar não coincide com o ver).
o A televisão e as novas mídias constituem um novo caminho
para o individuo comum, que deixa de ser apenas o
expectador da vida alheia, e torna-se também o ator de sua
própria vida.
O espetáculo Contemporâneo: o espetáculo do
                  comum
o A associação dos meios de comunicação de massa às novas
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A sociedade do espetáculo

  • 1. ENTRE APARECER E SER: Tecnologia, espetáculo e subjetividade contemporânea Fernanda Bruno Rosa Pedro
  • 2. A sociedade do espetáculo
  • 3. a A vida social baseada ou dirigida por modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se representação.
  • 4. Espetáculo: o É uma relação social entre pessoas mediada por imagens; o É o resultado e o projeto do modo de produção existente; o Sob todas as formas – informação ou propaganda, publicidade ou consumo direto de divertimentos- o espetáculo constitui o modelo atual de vida dominante na sociedade; o O espetáculo que inverte o real é efetivamente um produto; o A realidade surge no espetáculo, e o espetáculo é real.
  • 5. Relação entre indivíduo e visibilidade na atualidade o Crise da fronteira entre o público e o privado; o Espetacularização da vida cotidiana; o A exposição da vida social nos mais diversos meios de comunicação – Reality Show X Mídias Sociais; o “ Com os weblogs e webcams, passamos da tentativa de ingresso na mídia para a possibilidade de o indivíduo ser sua própria mídia e cria, consequentemente, seu próprio público” (BRUNO, 2004). o A lógica do espetáculo estaria invadindo a Internet? o Subjetividade baseada no olhar do outro.
  • 6. i Crise da subjetividade Aparência, superfície, exterioridade e máscara Versus Essência, profundidade, interioridade e verdade. o Crise da subjetividade e a crise das fronteiras entre público/ privado e natureza e artifício. o Espetáculo panóptico de Jeremy Betham o Espetáculo midiático de Guy Debord o Espetáculo do comum
  • 7. O cálculo das aparências e o espetáculo panóptico “ Predicai o olho, se quereis predicar com eficácia. É por este órgão, pelo canal da imaginação, que o julgamento da maioria da humanidade pode ser conduzido e modelado quase que á vontade”. BENTHAM  No modelo panóptico o foco é o indivíduo comum;  Princípio utilitarista do cálculo das aparências e economia da realidade;  O maior número de efeitos com a mínima causa;  Tudo tem efeito, tudo é calculável, então tudo é passível de produção e controle.
  • 8.  Visibilidade e invisibilidade do olho central, o olho que vê sem ser visto;  “ a aparente onipresença do inspetor, combinada com a extrema facilidade de sua real presença”;  Um máximo de vigiados com um mínimo de vigilantes;  “ ao delinqüente, enquanto o mostramos, façamos usar uma máscara (...)”;  Num só movimento moraliza-se o delinqüente e o público;  “ Múltiplos efeitos para o menor número de causas; o máximo de aparência para o mínimo de realidade.
  • 9. dN  Um efeito desse cálculo das aparências é a interiorização do olhar do outro.  Alma- psiquismo- subjetividade;  “ A alma, prisão do corpo” ( FOUCAULT)  No âmbito da aparência sempre é possível mascarar ou mentir;  A crise da subjetividade se faz notar com as formas recentes de exposição da intimidade na internet
  • 10. A prevalência do aparecer: o espetáculo midiático  A teoria do espetáculo de Debord deve ser compreendida no contexto do capitalismo;  Objetos e experiências transformados em mercadoria;  Se antes o capitalismo havia operado a degradação do ser em ter, no espetáculo impera o parecer, ou melhor, o aparecer;  “Sociedade da imagem” – experiências fake;  “O espetáculo é, assim, o sequestro da vida e a cisão do mundo em realidade e imagem”;  O espetáculo é portanto, o “coração da irrealidade da sociedade real”  “ O espetáculo é a supressão dos limites do verdadeiro e do falso pelo recalcamento de toda a verdade vivida sob a presença da falsidade”.
  • 11. o Quanto mais o sujeito se reconhece nas imagens dominantes, menos compreende sua própria existência, sua própria vida seu próprio desejo; o Ficam “ aprisionados no mundo á parte das imagens”; o Experimentam uma existência, uma vida e desejos “falsos” o FORMA- IMAGEM : uma vida sem profundidade; o As celebridades admiradas não são aquilo que representam; o A indústria do consumo nos vende a possibilidade de poder ser o que e quem quisermos; o A comunicação se perde e se recompõe artificialmente no espetáculo mercantil
  • 12. o Os indivíduos são controlados não por serem vistos, mas Os por in oda estarem capturados e reféns da imagem; o Enquanto que, no panóptico o foco era o indivíduo comum, no espetáculo contemporâneo se volta constituída de celebridades e popstars do mundo televisivo; o A TV tende a reduzir as diferenças ao mínimo; o ( Uma mídia que parece mostrar tudo, mas que nesse mostrar, dissumula o verdadeiro e realça o insignificante, onde o mostrar não coincide com o ver). o A televisão e as novas mídias constituem um novo caminho para o individuo comum, que deixa de ser apenas o expectador da vida alheia, e torna-se também o ator de sua própria vida.
  • 13. O espetáculo Contemporâneo: o espetáculo do comum o A associação dos meios de comunicação de massa às novas tecnologias de informação e comunicação tornou a ideia de espetáculo ainda mais poderosa; o Presente perpétuo – fluxo ininterrupto de imagem; o Busca pelos 15 minutos de fama (não prolongar o espetáculo por toda a vida) o Possibilidade de qualquer um poder surgir no espetáculo; o Nossa cultura ingressou na “era do vazio” – representar a vida ao invés de vivê-la; o Não podemos negar o espetáculo
  • 14. o Seria possível imaginar qualquer sobrevivência sem tais espetáculos? o A Tese de Debord sobre espetáculo e segredo não se sustenta no cenário contemporâneo; o relação complexa entre a visibilidade hiperbólica e a exposição da intimidade oNovos territórios: Cotidianeidade e banalidade.
  • 15. Intimidade, subjetividade e espetáculo  Transformação dos conceitos de intimidade, subjetividade e espetáculo;  ANTES: subjetividade interiorizada  AGORA: subjetividade exteriorizada  ANTES – espetáculo Panótipo e midiático (Prévia do olhar público e coletivo)  AGORA – espetáculo contemporâneo (construir o olhar do outro e garanti-lo para si)  ANTES: intimidade – “segredo”  HOJE: matéria artificialmente assistida e produzida na presença explicita do olhar do outro
  • 16. “No espetáculo, o fim não é nada, o desenrolar é tudo. O espetáculo não deseja chegar a nada que não seja ele mesmo.”(Debord)