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Jornalismo em bases de dados e
   o hackeamento dos jornais
    Yuri Almeida | @herdeirodocaos
  FACOM (UFBA) | GJOL | LabJor | CNPq
Argumento central
• As bases de dados permitem potencializar as
  práticas colaborativas jornalísticas.

• A disponibilização da API será fundamental
  para ampliar o hackeamento dos jornais e
  contribuir para a melhoria técnica e social dos
  meios de comunicação.
Argumento central
• Os bancos de dados estão no cerne do
  processo criativo para a elaboração de
  produtos para grande parte das novas mídias
  (MANOVICH, 2001).



• Bases de dados têm papel essencial no
  processo de convergência jornalística (Barbosa,
  2007;2009)
Funções das bases de dados
1. sustentar a produção e a distribuição dos conteúdos;
2. integrar distintas plataformas (impresso, TV, rádio,
   Web, móveis, entre outras);
3. gerenciar o fluxo de informação e o conhecimento
   nas redações;
4. suportar ações de interação que envolvam usuários e
   profissionais através do conteúdo informativo e de
   entretenimento,
5. além de armazenar, classificar, relacionar, recuperar
   e apresentar as informações” (Barbosa, 2009)
Cultura da convergência

• convergência midiática - múltiplos suportes
  midiáticos, múltiplos mercados midiáticos e
  migração do público dos mass media;
• inteligência coletiva - um processo coletivo e
  constitui uma nova forma de consumo e fonte
  de poder;
• cultura participativa - o consumidor como
  ator ativo no processo comunicacional (Jenkis,
  2006).
Dados por dados?
Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
Contextualizar, recombinar,
 estruturar a informação
Como pescar? O que pescar?
Final da Eurocopa 2012/Twitter

• 15 mil publicações por segundo;

• + de 16 milhões de posts durante a partida


• Por dia aproximadamente 300 milhões
Stream é suficiente?
Relevância!
Visualização!
Transformar dados em...
#indy500
Algumas técnicas...
• Jornalismo de Precisão - a articulação do
  jornalismo com métodos das Ciências Sociais na
  coleta, análise de dados, como caminho para
  uma verdade verificável (Meyer, década de 70)

• Computer-Assisted Reporting (CAR),
  principalmente no processamento de grandes
  bancos de dados, scraping (raspagem), data
  mining (mineração de dados)...
Porém...


As bases de dados possibilitam ao jornalismo a
criação de um formato com estatuto próprio e
desempenha três funções simultâneas e
complementares.
• a) de formato para a estruturação das
  informações;
• b) de suporte para modelos de narrativa
  multimídia; e
• c) de memória dos conteúdos publicados
 (BARBOSA, 2006, pg. 2)
Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
Cultura hacker, liberação da API
 e o hackeamento dos jornais
“O hacking é o símbolo maior da cibercultura,”
podendo ser visto pela ótica da astúcia dos
usos (Perriault), do desvio (Becker) e da
despesa improdutiva (Bataille)” (LEMOS, 2002, pg.
237).
O hackeamento não significa apenas a
capacidade e domínio de linguagens e
códigos, mas sim, uma busca por criação de
novas formas de ver e se relacionar com os
ambientes.
2008
 As grandes empresas de comunicação, em
   liberar as suas respectivas API’s, com a
proposta de permitir a criação de aplicativos
    em torno dos conteúdos, infográficos,
mashups, agregadores de conteúdo, além de
  potencializar a distribuição das notícias e
      aumentar a audiência para os sites
                 jornalísticos.
Efeitos...ou reconfigurações
• Criar uma rede de inovação em torno dos
  jornais e transformá-los em interfaces de
  conteúdo programável.
• a abertura da API radicaliza as apropriações
  colaborativas e o hackeamento, pois o próprio
  código fonte (bases de notícias, CMS e
  programação) é disponibilizado para remix da
  comunidade.
• O hackeamento pode potencializar o que o
  Paul BradShaw conceitua como Data Driven
  Journalism , ou Jornalismo Guiado por Dados

• Barbosa e Torres (2012) defendem que o
  Jornalismo Guiado por Dados é uma vertente
  do Paradigma JDBD – Jornalismo Digital em
  Base de Dados
4 partes do Jornalismo Guiado por dados
  Bradshaw sustenta que o Jornalismo Guiado
  por Dados compreende quatro partes
  essenciais:

  1 - a pesquisa de dados;
  2 - interpretação dos dados,
  3 - visualização dos dados e
  4 - recombinação dos dados.
“Hackear el Periodismo”


Mancini (2011) diz que hackear o jornalismo é
trabalhar para melhorar os aspectos técnicos,
encontrar alternativas para as questões
financeira e contribuir para otimizar a prática
social.
Experiências…(Mancini, 2011)
• WikiLeaks - com os vazamentos de
  documentos oficiais de órgãos públicos;

• Huffington Post - pelo o caráter colaborativo;

• Newser - pelo papel de agregador
Novas práticas

Ou mais práticas....
Jornais como The Guardian e Estadão, por
exemplo, têm promovido ações de
hackeamento em suas redações. O The
Guardian reuniu, em 2008 e em 2012,
programadores, jornalistas, designer, entre
outros para desenvolver aplicativos em torno
do conteúdo e serviços do jornal. NYTimes,
USAToday, Financial Times e BBC também
foram algumas das empresas que
promoveram o hackathon em suas sedes.
Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais
Assim...

(proposta) Tipologias para o
      hackeamento
• interno: quando é desenvolvido pelas
  empresas de comunicação a partir das suas
  próprias API’s ou base de dados públicos
  (como as experiências desenvolvidas pelo The
  Guardian e o Estadão);

• externo: quando comunidades de hackers,
  jornalistas e demais profissionais criam novos
  produtos a partir de bancos de dados
  públicos, API’s dos jornais, entre outros.
Algumas inquietações

70% dos profissionais disseram que as
matérias elaboradas a partir das bases de
dados foram muito importantes, porém a falta
de conhecimento adequado foi o maior
obstáculo para a utilização dos bancos de
dados;
Em relação à operacionalização, 50%
pontuaram que trabalharam com
programadores e/ou designer e 33%
contaram com ajuda de um estatístico na
analise dos dados. (Pesquisa do European Journalism Centre)
• Neste contexto de jornalismo em bases de
  dados e liberação das API’s pelas empresas de
  comunicação é preciso repensar também o
  papel e o perfil dos jornalistas.

• A mediação e interação entre jornalistas e
  audiência precisam ser distintas do
  gatekeeper e gatewatcher, e sim, em um
  modelo de cartografia da informação
Yuri Almeida
   @herdeirodocaos
  hdocaos@gmail.com
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Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais

  • 1. Jornalismo em bases de dados e o hackeamento dos jornais Yuri Almeida | @herdeirodocaos FACOM (UFBA) | GJOL | LabJor | CNPq
  • 2. Argumento central • As bases de dados permitem potencializar as práticas colaborativas jornalísticas. • A disponibilização da API será fundamental para ampliar o hackeamento dos jornais e contribuir para a melhoria técnica e social dos meios de comunicação.
  • 3. Argumento central • Os bancos de dados estão no cerne do processo criativo para a elaboração de produtos para grande parte das novas mídias (MANOVICH, 2001). • Bases de dados têm papel essencial no processo de convergência jornalística (Barbosa, 2007;2009)
  • 4. Funções das bases de dados 1. sustentar a produção e a distribuição dos conteúdos; 2. integrar distintas plataformas (impresso, TV, rádio, Web, móveis, entre outras); 3. gerenciar o fluxo de informação e o conhecimento nas redações; 4. suportar ações de interação que envolvam usuários e profissionais através do conteúdo informativo e de entretenimento, 5. além de armazenar, classificar, relacionar, recuperar e apresentar as informações” (Barbosa, 2009)
  • 5. Cultura da convergência • convergência midiática - múltiplos suportes midiáticos, múltiplos mercados midiáticos e migração do público dos mass media; • inteligência coletiva - um processo coletivo e constitui uma nova forma de consumo e fonte de poder; • cultura participativa - o consumidor como ator ativo no processo comunicacional (Jenkis, 2006).
  • 9. Como pescar? O que pescar?
  • 10. Final da Eurocopa 2012/Twitter • 15 mil publicações por segundo; • + de 16 milhões de posts durante a partida • Por dia aproximadamente 300 milhões
  • 16. Algumas técnicas... • Jornalismo de Precisão - a articulação do jornalismo com métodos das Ciências Sociais na coleta, análise de dados, como caminho para uma verdade verificável (Meyer, década de 70) • Computer-Assisted Reporting (CAR), principalmente no processamento de grandes bancos de dados, scraping (raspagem), data mining (mineração de dados)...
  • 17. Porém... As bases de dados possibilitam ao jornalismo a criação de um formato com estatuto próprio e desempenha três funções simultâneas e complementares.
  • 18. • a) de formato para a estruturação das informações; • b) de suporte para modelos de narrativa multimídia; e • c) de memória dos conteúdos publicados (BARBOSA, 2006, pg. 2)
  • 23. Cultura hacker, liberação da API e o hackeamento dos jornais
  • 24. “O hacking é o símbolo maior da cibercultura,” podendo ser visto pela ótica da astúcia dos usos (Perriault), do desvio (Becker) e da despesa improdutiva (Bataille)” (LEMOS, 2002, pg. 237).
  • 25. O hackeamento não significa apenas a capacidade e domínio de linguagens e códigos, mas sim, uma busca por criação de novas formas de ver e se relacionar com os ambientes.
  • 26. 2008 As grandes empresas de comunicação, em liberar as suas respectivas API’s, com a proposta de permitir a criação de aplicativos em torno dos conteúdos, infográficos, mashups, agregadores de conteúdo, além de potencializar a distribuição das notícias e aumentar a audiência para os sites jornalísticos.
  • 27. Efeitos...ou reconfigurações • Criar uma rede de inovação em torno dos jornais e transformá-los em interfaces de conteúdo programável. • a abertura da API radicaliza as apropriações colaborativas e o hackeamento, pois o próprio código fonte (bases de notícias, CMS e programação) é disponibilizado para remix da comunidade.
  • 28. • O hackeamento pode potencializar o que o Paul BradShaw conceitua como Data Driven Journalism , ou Jornalismo Guiado por Dados • Barbosa e Torres (2012) defendem que o Jornalismo Guiado por Dados é uma vertente do Paradigma JDBD – Jornalismo Digital em Base de Dados
  • 29. 4 partes do Jornalismo Guiado por dados Bradshaw sustenta que o Jornalismo Guiado por Dados compreende quatro partes essenciais: 1 - a pesquisa de dados; 2 - interpretação dos dados, 3 - visualização dos dados e 4 - recombinação dos dados.
  • 30. “Hackear el Periodismo” Mancini (2011) diz que hackear o jornalismo é trabalhar para melhorar os aspectos técnicos, encontrar alternativas para as questões financeira e contribuir para otimizar a prática social.
  • 31. Experiências…(Mancini, 2011) • WikiLeaks - com os vazamentos de documentos oficiais de órgãos públicos; • Huffington Post - pelo o caráter colaborativo; • Newser - pelo papel de agregador
  • 32. Novas práticas Ou mais práticas....
  • 33. Jornais como The Guardian e Estadão, por exemplo, têm promovido ações de hackeamento em suas redações. O The Guardian reuniu, em 2008 e em 2012, programadores, jornalistas, designer, entre outros para desenvolver aplicativos em torno do conteúdo e serviços do jornal. NYTimes, USAToday, Financial Times e BBC também foram algumas das empresas que promoveram o hackathon em suas sedes.
  • 37. • interno: quando é desenvolvido pelas empresas de comunicação a partir das suas próprias API’s ou base de dados públicos (como as experiências desenvolvidas pelo The Guardian e o Estadão); • externo: quando comunidades de hackers, jornalistas e demais profissionais criam novos produtos a partir de bancos de dados públicos, API’s dos jornais, entre outros.
  • 38. Algumas inquietações 70% dos profissionais disseram que as matérias elaboradas a partir das bases de dados foram muito importantes, porém a falta de conhecimento adequado foi o maior obstáculo para a utilização dos bancos de dados;
  • 39. Em relação à operacionalização, 50% pontuaram que trabalharam com programadores e/ou designer e 33% contaram com ajuda de um estatístico na analise dos dados. (Pesquisa do European Journalism Centre)
  • 40. • Neste contexto de jornalismo em bases de dados e liberação das API’s pelas empresas de comunicação é preciso repensar também o papel e o perfil dos jornalistas. • A mediação e interação entre jornalistas e audiência precisam ser distintas do gatekeeper e gatewatcher, e sim, em um modelo de cartografia da informação
  • 41. Yuri Almeida @herdeirodocaos hdocaos@gmail.com PARA CONTINUAR A CONVERSA...