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Com base no conto “Parábola do servo”, do livro Estante da Vida, pelo Espírito
Irmão X. (Momentos de Paz Maria da Luz).
Nos conta assim o autor:
Na linha divisória em que se encontram as regiões da Terra e do Céu, nobre
Espírito, exibindo alva túnica, solicitava passagem, suspirando pela Divina
Ascensão. Guardava a pureza exterior de um lírio sublime, falava docemente
como se harpa melodiosa lhe habitasse as entranhas e mostrava nos olhos a
ansiedade e a timidez da andorinha sequiosa de primavera. O Anjo do Pórtico
ouviu-lhe o requerimento com atenção e, admirando-lhe a brancura da veste,
conduziu-o à balança de precisão para observar-lhe o peso vibratório. Contudo,
o valioso instrumento foi contra ele. O clima interno do candidato não lhe
correspondia à indumentária brilhante.
À frente das lágrimas tristes que lhe vertiam dos olhos, o funcionário divino
exortou-o, otimista:
- Desce à Terra e planta o amor cada dia. A colheita da caridade dar-te-á íntima
luz, assegurando-te a elevação.
O Espírito faminto de glória celestial renasceu entre os homens e, sempre
cauteloso na própria apresentação, muniu-se de casa enorme, adquirida ao preço
de inteligência e trabalho, e começou a fazer o bem por intermédio das mãos que
o serviam. Criados numerosos eram mobilizados por ele, na extensão da
bondade aqui e ali. Espalhava alimentação e agasalho, alívio e remédio, através
de largas faixas de solo, explorando com felicidade os negócios materiais que
lhe garantiam preciosa receita.
Depois de quase um século, tornou à justiceira aduana. Trazia a roupa mais alva,
mais linda. Ansiava subir às Esferas Superiores, mas, ajustado à balança, com
tristeza verificou que o peso não se alterara. O Anjo abraçou-o e explicou:
- Pelo teu louvável comportamento, justo às posses humanas, conquistaste a
posição de Provedor e, por isso, a tua forma é hoje mais bela; no entanto,
para que adquiras o clima necessário à vida no Céu, é indispensável regresses
ao mundo, nele plantando as bênçãos do amor.
O Espírito, embora desencarnado, voltou ao círculo terreno. Todavia,
preocupado com a opinião dos contemporâneos, fez-se hábil político,
entendendo o bem, por todos os canais e recursos ao seu alcance.
Movimentou verbas imensas construindo estradas e escolas, estimulando artes e
indústrias, ajudando a milhares de pessoas necessitadas. Quase um século se
esgotou sobre as novas atividades, quando a morte o reconduziu à conhecida
fronteira. Trazia ele uma túnica de beleza admirável, mas, levado a exame, a
mesma balança revelou-se desfavorável. O fiscal amigo endereçou-lhe um olhar
de simpatia e disse, bondoso:
- Trouxeste agora o título de Administrador e, em razão disso, a tua fronte
aureolou-se de vigorosa imponência. Para que ascendas, porém, é
imprescindível retornes à carne para a lavoura do amor.
Não obstante torturado, o amigo do Céu reencarnou no plano físico, e,
fundamente interessado em preservar-se, ajuntou milhões de moedas para fazer
o bem.
Extensamente rico de cabedais transitórios, assalariou empregados diversos que
o representavam junto dos infelizes, distribuindo a mancheias socorro e
consolação. Abençoado de muitos, após quase um século de trabalho voltou à
larga barreira. O aferidor saudou-lhe a presença venerável, porque da roupagem
augusta surgiam novas cintilações. Apesar de tudo, ainda aí, depois de longa
perquirição, os resultados lhe foram adversos. Não conseguira as condições
necessárias ao santo cometimento. Debulhado em lágrimas, ouviu o abnegado
companheiro, que informou, prestimoso:
- Adquiriste o galardão de Benfeitor, que te assegura a insígnia dos grandes
trabalhadores da Terra, mas, para que te eleves ao Céu, é imperioso voltes ao
plano carnal e semeies o amor.
Banhado em pranto, o aspirante à Morada Divina ressurgiu no corpo denso, e,
despreocupado de qualquer proteção a si mesmo, colocou as próprias mãos no
serviço aos semelhantes. Capaz de possuir, renunciou às vantagens da posse;
induzido a guardar consigo as rédeas do poder; preferiu a obediência para ser
útil, e, embora muita vez bafejado pela fortuna, dela se desprendeu a benefício
dos outros, sem atrelá-la aos anseios do coração. Exemplificou o bem puro,
sossegou aflições e lavou chagas atrozes. Entrou em contato com os seres mais
infelizes da Terra. Iluminou caminhos obscuros, levantou caídos da estrada,
curvou-se sobre o mal, socorrendo-lhe as vítimas, em nome da virtude. Paralisou
os impulsos do crime, apagando as discórdias e dissipando as trevas.
Mas a calúnia cobriu-o de pó e cinza, e a perversidade, investindo contra ele,
rasgou-lhe a carne com o estilete da ingratidão. Depois de muito tempo, ei-lo de
volta ao sítio divino. Não passava, porém, de miserável mendigo, a encharcar-se
de lodo e sangue, amargura e desilusão. Ai de mim! Soluçou junto ao vigilante
da Grande Porta; se de outras vezes, envergando veste nobre não consegui
favorável resposta ao meu sonho, agora, coberto de barro vil? O guarda afagou-
o, enternecido, e conduziu-o à sondagem habitual. Entretanto, oh! Surpresa
maravilhosa! A velha balança, movimentando o fiel com brandura, revelou-lhe a
sublime leveza. Extático, em riso e pranto, o recém-chegado da esfera humana
sentiu-se tomado nos braços pelo Anjo Amigo, que lhe dizia, feliz:
Bem-aventurado sejas tu, meu irmão! Conquistaste o título de Servo. Podes
agora atravessar o limite, demandando a Vida Superior. Imundo e cambaleante,
o interpelado caminhou para a frente, mas, atingindo o preciso lugar em que
começava a claridade celeste, desapareceu a lama que o recobria, desagradável,
e caíram-lhe da epiderme equimosada as pústulas dolorosas. Como por encanto,
surgiu vestido numa túnica de estrelas e, obedecendo ao apelo íntimo, elevou-se
à glória do firmamento, coroado de luz.
REFLEXÃO:
Certa vez, quando um homem jovem e preocupado com o futuro, e com a
condição de inferioridade espiritual que trazia, alguém lhe disse que o nosso
espírito pode ser comparado a um lençol branco que, quando visto a distância,
parece alvo;
Mas, quando observado mais de perto apresenta uma quantidade de pontinhos
escuros. Disse-lhe ainda que a evolução espiritual consiste em identificar e
remover esses pontinhos escuros, fazendo com que nossa veste espiritual torne-
se cada vez mais alva, cada vez mais pura. A brancura dessa veste representa os
valores espirituais que já conseguimos amealhar, enquanto os pontos escuros
representam as falhas de caráter que ainda habitam em nós. Essa é uma imagem
bastante útil, que nos ajuda a perceber o caminho do espírito na busca da luz e
da elevação. Em termos vibratórios, entretanto, poderíamos dizer que cada qual
gravita em torno daquilo a que se apega, e que a vibração espiritual será cada
vez mais sublime, à medida que conquistarmos a capacidade de desprendimento,
de negação de si mesmo, de serviço ao semelhante.
Colocando a evolução espiritual em forma didática, poderíamos dizer que, para
chegarmos ao Portal Celeste e ter acesso aos Planos Sublimes, devemos atender
a duas condições básicas: ter a veste espiritual mais pura e não carregar bagagem
na viagem; nenhum apego, nenhum medo, isto é, nenhum peso relativo a
compromissos assumidos ou a dívidas contraídas e não saldadas do pretérito. Ter
as vestes espirituais purificadas nos permite chegar ao Portal. Mas somente os
justos, em seu mais puro sentido, conseguirão atravessá-lo e galgar os Planos
Sublimes da Criação.
As vestes espirituais refletem as conquistas do homem em suas experiências no
mundo. Brilharão mais, quanto menos impureza tivermos, quanto maior for a
capacidade de remover os pontos escuros de nosso caráter.
As vestes espirituais refletem nosso justiça de propósitos, nossa dedicação ao
trabalho, nossa perseverança em dominar os instintos, nossa capacidade em
vencer o orgulho, nosso conhecimento adquirido, a sabedoria conquistada, o
entendimento de nossa destinação, nossa disposição de servir na obra da
caridade. Entretanto, a intenção que trazemos nem sempre consegue
transformar-se em ações efetivas. Enquanto houver dúvida quanto ao amparo
celeste, enquanto houver preocupação com as coisas materiais, enquanto houver
esforços para garantia da sobrevivência, o homem ainda se mantém prisioneiro
de necessidades, e essas necessidades aumentam compromissos, aumentam os
nossos débitos, produzem âncoras que impedem o espírito de alçar planos mais
elevados.
O conhecimento da Doutrina Espírita ajuda ao homem a compreender sua
natureza, e induz o aprendiz do Evangelho a buscar sua espiritualização. Nessa
caminhada, ele aprende sucessivamente a desprender-se das âncoras materiais.
Mas a natureza não dá saltos, e as aquisições necessárias são concretizadas por
etapas evolutivas. A preocupação com a provisão de recursos, com a
administração certa dos bens e a beneficência, são estágios evolutivos que o
candidato à espiritualidade deve passar. Mas somente o amor incondicional, a
caridade pura, o doar-se a si mesmo, liberta o homem dos grilhões do passado,
lava suas vestes espirituais e torna-o portador de vibrações sublimes. Esta
verdade, encontramos no Evangelho de Jesus, quando Ele nos diz que, quem
quiser ser o maior entre os homens seja aquele que mais serve.
Esse exemplo está no apostolado de Jesus. Ele jamais preocupou-se com o que
iria comer, onde iria dormir ou o que deveria vestir. Ele apenas serviu e
exemplificou. Sejamos provedores de recursos; sejamos administradores dos
bens terrenos; sejamos benfeitores da Humanidade. Mas, acima de tudo,
aprendamos o sentido de servir, doando de nós para os nossos irmãos do
caminho, sem a menor preocupação com nós mesmos.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o
Espiritismo.

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A evolução espiritual através do desprendimento e do serviço

  • 1.
  • 2. Com base no conto “Parábola do servo”, do livro Estante da Vida, pelo Espírito Irmão X. (Momentos de Paz Maria da Luz). Nos conta assim o autor: Na linha divisória em que se encontram as regiões da Terra e do Céu, nobre Espírito, exibindo alva túnica, solicitava passagem, suspirando pela Divina Ascensão. Guardava a pureza exterior de um lírio sublime, falava docemente como se harpa melodiosa lhe habitasse as entranhas e mostrava nos olhos a ansiedade e a timidez da andorinha sequiosa de primavera. O Anjo do Pórtico ouviu-lhe o requerimento com atenção e, admirando-lhe a brancura da veste, conduziu-o à balança de precisão para observar-lhe o peso vibratório. Contudo, o valioso instrumento foi contra ele. O clima interno do candidato não lhe correspondia à indumentária brilhante.
  • 3. À frente das lágrimas tristes que lhe vertiam dos olhos, o funcionário divino exortou-o, otimista: - Desce à Terra e planta o amor cada dia. A colheita da caridade dar-te-á íntima luz, assegurando-te a elevação. O Espírito faminto de glória celestial renasceu entre os homens e, sempre cauteloso na própria apresentação, muniu-se de casa enorme, adquirida ao preço de inteligência e trabalho, e começou a fazer o bem por intermédio das mãos que o serviam. Criados numerosos eram mobilizados por ele, na extensão da bondade aqui e ali. Espalhava alimentação e agasalho, alívio e remédio, através de largas faixas de solo, explorando com felicidade os negócios materiais que lhe garantiam preciosa receita.
  • 4. Depois de quase um século, tornou à justiceira aduana. Trazia a roupa mais alva, mais linda. Ansiava subir às Esferas Superiores, mas, ajustado à balança, com tristeza verificou que o peso não se alterara. O Anjo abraçou-o e explicou: - Pelo teu louvável comportamento, justo às posses humanas, conquistaste a posição de Provedor e, por isso, a tua forma é hoje mais bela; no entanto, para que adquiras o clima necessário à vida no Céu, é indispensável regresses ao mundo, nele plantando as bênçãos do amor. O Espírito, embora desencarnado, voltou ao círculo terreno. Todavia, preocupado com a opinião dos contemporâneos, fez-se hábil político, entendendo o bem, por todos os canais e recursos ao seu alcance.
  • 5. Movimentou verbas imensas construindo estradas e escolas, estimulando artes e indústrias, ajudando a milhares de pessoas necessitadas. Quase um século se esgotou sobre as novas atividades, quando a morte o reconduziu à conhecida fronteira. Trazia ele uma túnica de beleza admirável, mas, levado a exame, a mesma balança revelou-se desfavorável. O fiscal amigo endereçou-lhe um olhar de simpatia e disse, bondoso: - Trouxeste agora o título de Administrador e, em razão disso, a tua fronte aureolou-se de vigorosa imponência. Para que ascendas, porém, é imprescindível retornes à carne para a lavoura do amor. Não obstante torturado, o amigo do Céu reencarnou no plano físico, e, fundamente interessado em preservar-se, ajuntou milhões de moedas para fazer o bem.
  • 6. Extensamente rico de cabedais transitórios, assalariou empregados diversos que o representavam junto dos infelizes, distribuindo a mancheias socorro e consolação. Abençoado de muitos, após quase um século de trabalho voltou à larga barreira. O aferidor saudou-lhe a presença venerável, porque da roupagem augusta surgiam novas cintilações. Apesar de tudo, ainda aí, depois de longa perquirição, os resultados lhe foram adversos. Não conseguira as condições necessárias ao santo cometimento. Debulhado em lágrimas, ouviu o abnegado companheiro, que informou, prestimoso: - Adquiriste o galardão de Benfeitor, que te assegura a insígnia dos grandes trabalhadores da Terra, mas, para que te eleves ao Céu, é imperioso voltes ao plano carnal e semeies o amor.
  • 7. Banhado em pranto, o aspirante à Morada Divina ressurgiu no corpo denso, e, despreocupado de qualquer proteção a si mesmo, colocou as próprias mãos no serviço aos semelhantes. Capaz de possuir, renunciou às vantagens da posse; induzido a guardar consigo as rédeas do poder; preferiu a obediência para ser útil, e, embora muita vez bafejado pela fortuna, dela se desprendeu a benefício dos outros, sem atrelá-la aos anseios do coração. Exemplificou o bem puro, sossegou aflições e lavou chagas atrozes. Entrou em contato com os seres mais infelizes da Terra. Iluminou caminhos obscuros, levantou caídos da estrada, curvou-se sobre o mal, socorrendo-lhe as vítimas, em nome da virtude. Paralisou os impulsos do crime, apagando as discórdias e dissipando as trevas.
  • 8. Mas a calúnia cobriu-o de pó e cinza, e a perversidade, investindo contra ele, rasgou-lhe a carne com o estilete da ingratidão. Depois de muito tempo, ei-lo de volta ao sítio divino. Não passava, porém, de miserável mendigo, a encharcar-se de lodo e sangue, amargura e desilusão. Ai de mim! Soluçou junto ao vigilante da Grande Porta; se de outras vezes, envergando veste nobre não consegui favorável resposta ao meu sonho, agora, coberto de barro vil? O guarda afagou- o, enternecido, e conduziu-o à sondagem habitual. Entretanto, oh! Surpresa maravilhosa! A velha balança, movimentando o fiel com brandura, revelou-lhe a sublime leveza. Extático, em riso e pranto, o recém-chegado da esfera humana sentiu-se tomado nos braços pelo Anjo Amigo, que lhe dizia, feliz:
  • 9. Bem-aventurado sejas tu, meu irmão! Conquistaste o título de Servo. Podes agora atravessar o limite, demandando a Vida Superior. Imundo e cambaleante, o interpelado caminhou para a frente, mas, atingindo o preciso lugar em que começava a claridade celeste, desapareceu a lama que o recobria, desagradável, e caíram-lhe da epiderme equimosada as pústulas dolorosas. Como por encanto, surgiu vestido numa túnica de estrelas e, obedecendo ao apelo íntimo, elevou-se à glória do firmamento, coroado de luz. REFLEXÃO: Certa vez, quando um homem jovem e preocupado com o futuro, e com a condição de inferioridade espiritual que trazia, alguém lhe disse que o nosso espírito pode ser comparado a um lençol branco que, quando visto a distância, parece alvo;
  • 10. Mas, quando observado mais de perto apresenta uma quantidade de pontinhos escuros. Disse-lhe ainda que a evolução espiritual consiste em identificar e remover esses pontinhos escuros, fazendo com que nossa veste espiritual torne- se cada vez mais alva, cada vez mais pura. A brancura dessa veste representa os valores espirituais que já conseguimos amealhar, enquanto os pontos escuros representam as falhas de caráter que ainda habitam em nós. Essa é uma imagem bastante útil, que nos ajuda a perceber o caminho do espírito na busca da luz e da elevação. Em termos vibratórios, entretanto, poderíamos dizer que cada qual gravita em torno daquilo a que se apega, e que a vibração espiritual será cada vez mais sublime, à medida que conquistarmos a capacidade de desprendimento, de negação de si mesmo, de serviço ao semelhante.
  • 11. Colocando a evolução espiritual em forma didática, poderíamos dizer que, para chegarmos ao Portal Celeste e ter acesso aos Planos Sublimes, devemos atender a duas condições básicas: ter a veste espiritual mais pura e não carregar bagagem na viagem; nenhum apego, nenhum medo, isto é, nenhum peso relativo a compromissos assumidos ou a dívidas contraídas e não saldadas do pretérito. Ter as vestes espirituais purificadas nos permite chegar ao Portal. Mas somente os justos, em seu mais puro sentido, conseguirão atravessá-lo e galgar os Planos Sublimes da Criação. As vestes espirituais refletem as conquistas do homem em suas experiências no mundo. Brilharão mais, quanto menos impureza tivermos, quanto maior for a capacidade de remover os pontos escuros de nosso caráter.
  • 12. As vestes espirituais refletem nosso justiça de propósitos, nossa dedicação ao trabalho, nossa perseverança em dominar os instintos, nossa capacidade em vencer o orgulho, nosso conhecimento adquirido, a sabedoria conquistada, o entendimento de nossa destinação, nossa disposição de servir na obra da caridade. Entretanto, a intenção que trazemos nem sempre consegue transformar-se em ações efetivas. Enquanto houver dúvida quanto ao amparo celeste, enquanto houver preocupação com as coisas materiais, enquanto houver esforços para garantia da sobrevivência, o homem ainda se mantém prisioneiro de necessidades, e essas necessidades aumentam compromissos, aumentam os nossos débitos, produzem âncoras que impedem o espírito de alçar planos mais elevados.
  • 13. O conhecimento da Doutrina Espírita ajuda ao homem a compreender sua natureza, e induz o aprendiz do Evangelho a buscar sua espiritualização. Nessa caminhada, ele aprende sucessivamente a desprender-se das âncoras materiais. Mas a natureza não dá saltos, e as aquisições necessárias são concretizadas por etapas evolutivas. A preocupação com a provisão de recursos, com a administração certa dos bens e a beneficência, são estágios evolutivos que o candidato à espiritualidade deve passar. Mas somente o amor incondicional, a caridade pura, o doar-se a si mesmo, liberta o homem dos grilhões do passado, lava suas vestes espirituais e torna-o portador de vibrações sublimes. Esta verdade, encontramos no Evangelho de Jesus, quando Ele nos diz que, quem quiser ser o maior entre os homens seja aquele que mais serve.
  • 14. Esse exemplo está no apostolado de Jesus. Ele jamais preocupou-se com o que iria comer, onde iria dormir ou o que deveria vestir. Ele apenas serviu e exemplificou. Sejamos provedores de recursos; sejamos administradores dos bens terrenos; sejamos benfeitores da Humanidade. Mas, acima de tudo, aprendamos o sentido de servir, doando de nós para os nossos irmãos do caminho, sem a menor preocupação com nós mesmos. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.