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PREFEITURA MUNICIPAL DE TERRA NOVA DO NORTE – MT
       SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
        ESCOLA MUNICIPAL RIBEIRÃO BONITO
               PROJETO CULTIVAR




 Produção de mudas de espécies nativas da mata amazônica para
     revegetação de Área de Preservação Permanente (APP)




               Gustavo Wadann Perez Azevedo




            TERRA NOVA DO NORTE - MT
                      2008
PREFEITURA MUNICIPAL DE TERRA NOVA DO NORTE – MT
       SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
ESCOLA MUNICIPAL RIBEIRÃO BONITO
                     PROJETO CULTIVAR




    Produção de mudas de espécies nativas da mata amazônica para
        revegetação de Área de Preservação Permanente (APP)




                                   Projeto realizado na escola Municipal Ribeirão
                                   Bonito com alunos do ensino médio, cumprindo
                                   currículo obrigatório na área de ciências naturais.



                                      Prof: Gustavo Wadann Perez Azevedo




                     TERRA NOVA DO NORTE - MT
                               2008
I – INTRODUÇÃO
       A Comunidade Ribeirão Bonito foi colonizada, aproximadamente, no ano de 1983 por
migrantes das regiões do sul do Brasil. Quando esses migrantes chegaram para tomar posse de suas
terras, o local era repleto de matas e rios; então, por falta de conhecimento e instrução começaram a
desmatar essa área de forma desordenada, entrando nas APPs (Áreas de Preservação Permanentes),
transformando o local onde havia matas em pastagens e lavouras. Hoje, essas áreas se encontram
degradadas, as margens de rios e riachos quase não existem mais e as matas ciliares e dos mesmos já
se encontram em um alto nível de assoreamento.

I.1 – Objetivos
          - Conscientização da importância das APPs (Áreas de Preservação Permanente);
          - Adquirir conhecimento na área de produção de mudas de espécies florestais da
mata amazônica, produzindo um viveiro na escola,
          - Obter prático conhecimento das etapas de revegetação de Área de Preservação
Permanente Degradada (APPD); para que os mesmos possam tentar recuperar as áreas
que estão degradadas em suas propriedades.


3- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades desenvolvidas durante o projeto foram:
          ● Produção de mudas de espécies nativas da mata amazônica;
          ● Acompanhamento da execução do processo de revegetação;

3.1. PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES NATIVAS MATA AMAZÔNICA
3.1.1. Coleta e quebra de dormência de sementes
          O projeto teve seu inicio no dia 25 de fevereiro de 2008, com a atividade de
produção de mudas, onde uma das primeiras etapas executadas foi a coleta de sementes
de espécies nativas da mata amazônica. As coletas eram feitas de matrizes já selecionadas
e identificadas pelos alunos. A coleta foi realizada manualmente, utilizando um podão
para alcançar as sementes na copa das matrizes e sacolas plásticas para o armazenamento
destas.
          Segundo Silva (2007) coleta de sementes consiste na retirada de sementes de
algumas árvores com características desejáveis, sendo que cada árvore selecionada é
chamada de planta-mãe ou planta matriz.
          Devido à falta de informações relacionadas à coleta de sementes, esta etapa é a de
maior importância do processo de produção de mudas, (fig. 1). Dessa forma, para que se
consiga uma maior diversidade de espécies para produção de mudas, é necessário a
identificação das matrizes, conhecimento das épocas de maturação, métodos e
equipamentos específicos e pessoal especializado.
Figura 1: Coleta de sementes.
Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007)

        Após a coleta, as sementes eram separadas entre ortodoxas e recalcitrantes. As
sementes recalcitrantes eram semeadas em canteiros de germinação logo após a coleta.
Nas sementes ortodoxas era feita a quebra de dormência, quando necessário, e em seguida
semeadas em canteiros ou em sacolas plásticas. A quebra de dormência era realizada de
acordo com cada espécie, sendo as mais utilizadas durante o projeto a escarificação
mecânica e o choque térmico.
        De acordo com Albuquerque (2004), o significado ecológico de dormência não é
uma condição negativa, inespecífica que significa a falta de germinação e sim uma
modalidade de desenvolvimento, um recurso pelo qual a natureza distribui a germinação
das sementes no tempo e espaço.
        Para o mesmo autor, op cit, existem diversos tipos de dormência e os mais
conhecidos são: dormência primária ou inata, dormência secundária ou induzida. Para a
superação da dormência existem alguns métodos que vem sendo utilizados, como
escarificação ácida, tratamento com água quente ou água fria, secagem prévia, exposição
à luz, estratificação a baixa temperatura, pré-resfriamento, excisão do embrião, métodos
químicos entre outros.


3.1.2. Preparo do Substrato
        Outra etapa executada para a produção de mudas foi o preparo do substrato e
enchimento das sacolas plásticas. O substrato era composto por terra de subsolo
peneirada, 30% de cama de frango curtida, 0,8 kg de NPK 0-20-20 por m3 e 0,5 kg de
calcário do tipo cal filler por m3. As sacolas possuíam 10 cm de diâmetro e 20 de altura.
3.1.3. Irrigação
        A irrigação nas sementeiras e nos canteiros de germinação eram realizadas
diariamente e sempre nas horas mais frescas do dia.
        De acordo com Albuquerque (2004), a irrigação para as sementeiras ou canteiros
em germinação devem ser freqüentes até as mudas atingirem uma altura aproximada de
cinco centímetros (folhas formadas), sendo os melhores horários pela manhã ou no
período final da tarde. A irrigação no início das manhãs é recomendável em épocas e em
locais frios, para desmanchar o gelo formado por geadas. Regas ao final do dia
contribuem para que o substrato permaneça úmido por mais tempo, de modo que o
potencial hídrico das mudas mantenha-se com valores mais altos durante as noites.
        Segundo o mesmo autor, op cit, é recomendado que após a emergência ter
alcançado seu ápice, o regime de regas deva ser alterado, substituindo-se gradativamente
a irrigação freqüente e leve por outro regime de maiores intensidades e duração.
Substratos com teores elevados de areia requerem maior freqüência de irrigações do que
os de menores teores.


3.1.4. Transplante e Repicagem
        O transplante das mudas ocorria sempre nas horas mais frescas do dia, conforme
figura 2. As mesmas eram mantidas em viveiro coberto com sombrite a 50% de
luminosidade.




Figura 2: mudas de jenipapo (Genipa americana) prontas para transplante.
Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007)


        O transplante de mudas é um sistema de plantio indireto onde as plantas crescem
inicialmente em um canteiro de germinação e posteriormente são transferidas para um
outro local (SILVA 2007).
De acordo com Silva (2007) a repicagem é o transplante de uma plântula de um
local para outro no mesmo viveiro. Esta operação é executada manualmente, de um
recipiente onde há duas plântulas para outro recipiente onde nenhuma semente germinou.
Não há tradição no país, do uso desta operação em viveiro de mudas de raiz nua. E a
monda consiste no controle de daninhas.
        Durante o projeto, a repicagem das mudas era realizada manualmente e tinha
como objetivo a retirada daquelas que apresentavam algum tipo de deformação ou baixo
vigor. A monda era feita sempre que necessário. Realizava-se a irrigação das mudas de
uma a três vezes ao dia de acordo com cada estágio de desenvolvimento, sendo que
quanto mais próximo do período inicial após a repicagem maior a exigência por água.


3.1.5. Rustificação
        Segundo Lisbão Junior (2003), a rustificação consiste em preparar estas mudas
para a sobrevivência no campo, sem as condições de luxo do viveiro. Nesta etapa as
mudas são transportadas às praças a céu aberto e ficam totalmente expostas ao clima. As
irrigações são bastante diminuídas e as adubações de crescimento são substituídas pelas
de rustificação, com isso as mudas esverdeadas ganham um tom avermelhado indicando
que estão prontas para o plantio.
        No processo de rustificação as mudas foram retiradas de dentro do viveiro e
transportadas para áreas a céu aberto ficando totalmente expostas às condições ambientais
e as irrigações eram diminuídas. A rustificação foi a última etapa na produção de mudas
(fig. 3).




Figura 3: mudas de Jatobá (Hymenaea courbaril) rustificadas.
Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007)

3.2. REVEGETAÇÃO
          A segunda atividade desenvolvida durante o projeto foi à execução do processo
de revegetação na Fazenda Cabocla, Município de Terra Nova do Norte-MT. A área
revegetada foi uma Área de Preservação Permanente Degradada APPD.
         O processo de revegetação é uma das técnicas de recuperação que configura em
fazer o plantio da vegetação mais semelhante possível da mata original. Assim, após um
levantamento das espécies de ocorrência natural na região, é necessário classificá-las
quanto à exigência de luz para seu crescimento (COUTINHO 2003).
         A destruição das florestas em áreas de preservação permanente (matas ciliares)
afeta diretamente a quantidade e qualidade da água e contribui para o agravamento das
conseqüências de enxurradas e enchentes. Existem diversas técnicas de recuperação,
específicas para cada caso e a gravidade da situação (COUTINHO 2003).
         O levantamento das espécies para a revegetação ocorreu no mês setembro, e as
espécies selecionadas para plantio na área a ser recuperada estão especificadas no Anexo
I.




3.2.1. Caracterização da Área Revegetada
         A caracterização da área executada durante o projeto ocorreu através de visita in
loco. A área visitada possuía o solo coberto de pastagem, De acordo com Coutinho (2003),
para o   plantio é preciso delimitar a área a ser revegetada, evitando as margens em erosão;
proceder à limpeza da área com uma roçada, para a eliminação de ervas daninhas,
evitando o revolvimento do solo e, conseqüentemente, a erosão; delimitar o espaçamento
entre as covas (fig. 4). Sendo o mais recomendado, 3 (três) metros entre plantas, preparar
as covas com dimensões aproximadas de 30 cm de diâmetro por 40 cm de profundidade;
recomenda-se para cada cova a aplicação de 6 litros de esterco de curral (20% do volume
da cova) ou 3 litros de esterco de galinha (10% do volume da cova) ou ainda 5 litros de
húmus.
         Após o plantio deve ser feito um acompanhamento da área revegetada, esse
acompanhamento contribuirá para o sucesso da recuperação. Nos cincos primeiros anos
recomenda-se que esse acompanhamento seja feito mensalmente e após o quinto ano,
semestralmente (COUTINHO 2003).
3.2.2. Medidas de Proteção Acompanhadas
        Medidas de proteção como o isolamento da área com cerca foi feito pelo
proprietário devido à existência de criação de gado no local.
3.2.3. Acompanhamento da Implantação do PRAD
        Modelo do PRAD acompanhado.
        3.2.3.1. Tamanho da área / Tipo de Área Revegetada
A área revegetada possuía 0,5 hectares e se tratava de uma APPD.
        3.2.3.2. Quantidade de Mudas Utilizadas
Para a execução da revegetação foram utilizadas 555 mudas
        3.2.3.3. Medida (s) de Revegetação Utilizada
        3.2.3.3. (X) Plantio de Mudas
                   ( ) Semeadura
                   (X) Condução de Revegetação Natural
        3.2.3.4. Justificativa(s) da(s) Medida(s) Utilizada(s)
        O plantio de mudas de espécies nativas objetiva criar condições para que uma área
degradada recupere algumas características da vegetação original, criando uma nova
vegetação com características estruturais e funcionais próximas às das florestas naturais.
E ainda, auxilia no controle da erosão, evita o assoreamento e diminui a contaminação por
agrotóxicos. Observar as espécies recomendada para execução do PRAD, anexo I.




Figura 4: Plantio de mudas nativas do cerrado.
Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007)
3.2.3.5. Modelo de Revegetação Proposta
       Neste modelo os grupos de pioneiras e não pioneiras são alternados na linha de
plantio. Na linha seguinte, altera-se a ordem em relação à linha anterior, conforme tabela
1.   Dentro de cada um dos grupos, podem-se distribuir as espécies ao acaso ou
sistematicamente.


Tabela 1 – Modelo de Revegetação Proposta
Linha 1       Pioneira         Secundária      Pioneira          Secundária   Pioneira
Linha 2       Secundária       Pioneira        Secundária        Pioneira     Secundária
Linha 3       Pioneira         Clímax          Pioneira          Clímax       Pioneira
Linha 4       Clímax           Pioneira        Clímax            Pioneira     Clímax
Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007)

       A principal vantagem deste método está na facilidade de implantação, só exigindo
o cuidado de separar os dois grupos nas linhas alternadas. Como desvantagem, se for
utilizado o plantio simultâneo, as plantas das não pioneiras levarão mais tempo para
receber sombreamento.


       3.2.3.6. Limpeza da Área e Preparo do Solo
       Não foi utilizado como limpeza da área a gradagem e sim o coroamento das covas,
pelo fato da área vir sendo utilizada como pastagem, e desta forma evitando o processo
erosivo.


       3.2.3.7. Técnica de Plantio
O plantio das mudas foi executado de forma manual seguindo o modelo citado
anteriormente e para adubação foi utilizado duas ton/ha de esterco de gado decomposto.
Esta foi realizada pelo proprietário da área a ser revegetada.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho foi de suma importância para os alunos, pois os mesmos viram a
importância que se deve ter com as áreas de preservação permanente (APP).

Adquiriram conhecimento na área de produção de mudas nativas da mata
amazônica, e no processo de revegetação das áreas de preservação
permanente degradada (APPD).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, M. C. F. Dormência de Sementes. Cuiabá: FAMEV-UFMT,
2004, p.12.


COUTINHO, L. M. Aspecto do Cerrado. Disponível em:   www.pequi.org.br Acesso em:
23/09/2003,14:15:10.


LISBÃO Jr, L. Diversidade e o produtor rural: viveiros, o berçário das
florestas.    Disponível em www.produtoflorestal.com.br/revista4.pdf    Acesso
em: 08/12/2007. 20:06:30


MANTOVANI, E. Cerrado-Savana Brasileira. Disponível em:
http://www.webspawner.com/users/cerrado/ acesso em 06/11/2007,19:10:30.


SILVA, P. H. M. Sistemas de propagação de mudas de essências florestais
Disponível em http://www.ipef.br/silvicultura/producaomudaspropagacao.asp.
Acesso em: 06/11/2007 16:10:20
ANEXO I


                 Lista das espécies selecionadas e utilizadas na recuperação
                                 Nome Científico                               Informações
N     Nome Comum                                        Grupo Ecológico
                                                                              Ecológicas
1   Açoita Cavalo         Luehea grandiflora           Secundária           Seletiva xerófila
2   Amendoim-bravo        Pterogyne nitens             Pioneira             Seletiva higrófila
3   Angico                Anadenanthera macrocarpa     Pioneira             Seletiva xerófila
4   Aricá (cega-                                       Pioneira             Seletiva xerófila
                          Physocalymma scaberrimum
    machado)
5   Aroeira               Myracrodruon urundeuva       Pioneira             Seletiva xerófila
6   Caju-da-mata          Anacardium giganteum         Clímax               Seletiva higrófila
7   Carne de vaca                                      Pioneira             Seletiva xerófila
                          Combretum leprosum
8   Cedro-rosa                                         Pioneira             Seletiva higrófila
                          Cedrela odorata
9   Copaíba (pau-de-                                   Pioneira/Secundária Seletiva xerófila
                          Copaifera langsdorffii
    óleo)
1   Cumbarú                                            Pioneira (cerrado)   Seletiva xerófila
                          Dipteryx alata
0
1   Goiaba                Psidium guajava              Pioneira/Secundária Seletiva higrófila
1
1   Grandiúva                                          Pioneira             Seletiva higrófila
                          Trema micrantha
2
1   Guantabú                                             Secundária           Seletiva higrófila
                         Aspidosperma australe
3
1   Imbaúva                                              Pioneira             Seletiva higrófila
                         Cecropia glaziovi
4
1   Ingá (mata)                                          Pioneira             Seletiva higrófila
                         Inga marginata
5
1   Ingá (metro)                                         Pioneira             Seletiva higrófila
                         Inga edulis
6
1   Ipê Amarelo cerrado Tabebuia chrysotricha            Secundária           Seletiva xerófila
7
1   Ipê Amarelo (mata)                                   Pioneira/Secundária Seletiva higrófila
                         Tabebuia umbelata
8
1   Ipê branco           Tabebuia roseo-alba             Pioneira/Secundária Seletiva xerófila
9
2   Ipê roxo             Tabebuia avellanedae            Clímax               Seletiva xerófila
0
2   Jacarandá            Jacarandá micrantha             Secundária           Seletiva xerófila
1
2   Jatobá do Cerrado    Hymenaea courbaril              Clímax               Seletiva xerófila
2
2   Jenipapo             Genipa infudibuliformis         Secundária           Seletiva xerófila
3
2   Lobeira              Solanum pycocarpum              Pioneira             Seletiva xerófila
4                                                        (cerrado)
2   Louro                                                Secundária           Seletiva xerófila
                         Cordia alliodora
5
2   Marinheiro           Guarea guidonia                 Secundária           Seletiva higrófila
6
2   Mirindiba            Buchenavia tomentosa            Secundária           Seletiva xerófila
7   (tarumarana)
2   Monguba                                              Secundária           Seletiva higrófila
                         Pachira aquática
8
2   Murici               Byrsonima basiloba              Pioneira/Secundária Seletiva xerófila
9
3   Mutamba                                              Pioneira/Secundária Seletiva xerófila
                         Buazuma ulmifolia
0
3   Pata de Vaca         Bauhinia longifolia             Pioneira             Seletiva higrófila
1
3   Pau-de-imbira        Xylopia frutescens              Pioneira             Seletiva xerófila
2
3   Timburi              Enterolobium contortisiliquum   Pioneira             Seletiva higrófila
3
3   Vermelhão   Hirtella glandulosa   Secundária   Seletiva xerófila
4

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  • 1. PREFEITURA MUNICIPAL DE TERRA NOVA DO NORTE – MT SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ESCOLA MUNICIPAL RIBEIRÃO BONITO PROJETO CULTIVAR Produção de mudas de espécies nativas da mata amazônica para revegetação de Área de Preservação Permanente (APP) Gustavo Wadann Perez Azevedo TERRA NOVA DO NORTE - MT 2008 PREFEITURA MUNICIPAL DE TERRA NOVA DO NORTE – MT SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
  • 2. ESCOLA MUNICIPAL RIBEIRÃO BONITO PROJETO CULTIVAR Produção de mudas de espécies nativas da mata amazônica para revegetação de Área de Preservação Permanente (APP) Projeto realizado na escola Municipal Ribeirão Bonito com alunos do ensino médio, cumprindo currículo obrigatório na área de ciências naturais. Prof: Gustavo Wadann Perez Azevedo TERRA NOVA DO NORTE - MT 2008 I – INTRODUÇÃO A Comunidade Ribeirão Bonito foi colonizada, aproximadamente, no ano de 1983 por migrantes das regiões do sul do Brasil. Quando esses migrantes chegaram para tomar posse de suas
  • 3. terras, o local era repleto de matas e rios; então, por falta de conhecimento e instrução começaram a desmatar essa área de forma desordenada, entrando nas APPs (Áreas de Preservação Permanentes), transformando o local onde havia matas em pastagens e lavouras. Hoje, essas áreas se encontram degradadas, as margens de rios e riachos quase não existem mais e as matas ciliares e dos mesmos já se encontram em um alto nível de assoreamento. I.1 – Objetivos - Conscientização da importância das APPs (Áreas de Preservação Permanente); - Adquirir conhecimento na área de produção de mudas de espécies florestais da mata amazônica, produzindo um viveiro na escola, - Obter prático conhecimento das etapas de revegetação de Área de Preservação Permanente Degradada (APPD); para que os mesmos possam tentar recuperar as áreas que estão degradadas em suas propriedades. 3- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS As atividades desenvolvidas durante o projeto foram: ● Produção de mudas de espécies nativas da mata amazônica; ● Acompanhamento da execução do processo de revegetação; 3.1. PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES NATIVAS MATA AMAZÔNICA 3.1.1. Coleta e quebra de dormência de sementes O projeto teve seu inicio no dia 25 de fevereiro de 2008, com a atividade de produção de mudas, onde uma das primeiras etapas executadas foi a coleta de sementes de espécies nativas da mata amazônica. As coletas eram feitas de matrizes já selecionadas e identificadas pelos alunos. A coleta foi realizada manualmente, utilizando um podão para alcançar as sementes na copa das matrizes e sacolas plásticas para o armazenamento destas. Segundo Silva (2007) coleta de sementes consiste na retirada de sementes de algumas árvores com características desejáveis, sendo que cada árvore selecionada é chamada de planta-mãe ou planta matriz. Devido à falta de informações relacionadas à coleta de sementes, esta etapa é a de maior importância do processo de produção de mudas, (fig. 1). Dessa forma, para que se consiga uma maior diversidade de espécies para produção de mudas, é necessário a identificação das matrizes, conhecimento das épocas de maturação, métodos e equipamentos específicos e pessoal especializado.
  • 4. Figura 1: Coleta de sementes. Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007) Após a coleta, as sementes eram separadas entre ortodoxas e recalcitrantes. As sementes recalcitrantes eram semeadas em canteiros de germinação logo após a coleta. Nas sementes ortodoxas era feita a quebra de dormência, quando necessário, e em seguida semeadas em canteiros ou em sacolas plásticas. A quebra de dormência era realizada de acordo com cada espécie, sendo as mais utilizadas durante o projeto a escarificação mecânica e o choque térmico. De acordo com Albuquerque (2004), o significado ecológico de dormência não é uma condição negativa, inespecífica que significa a falta de germinação e sim uma modalidade de desenvolvimento, um recurso pelo qual a natureza distribui a germinação das sementes no tempo e espaço. Para o mesmo autor, op cit, existem diversos tipos de dormência e os mais conhecidos são: dormência primária ou inata, dormência secundária ou induzida. Para a superação da dormência existem alguns métodos que vem sendo utilizados, como escarificação ácida, tratamento com água quente ou água fria, secagem prévia, exposição à luz, estratificação a baixa temperatura, pré-resfriamento, excisão do embrião, métodos químicos entre outros. 3.1.2. Preparo do Substrato Outra etapa executada para a produção de mudas foi o preparo do substrato e enchimento das sacolas plásticas. O substrato era composto por terra de subsolo peneirada, 30% de cama de frango curtida, 0,8 kg de NPK 0-20-20 por m3 e 0,5 kg de calcário do tipo cal filler por m3. As sacolas possuíam 10 cm de diâmetro e 20 de altura.
  • 5. 3.1.3. Irrigação A irrigação nas sementeiras e nos canteiros de germinação eram realizadas diariamente e sempre nas horas mais frescas do dia. De acordo com Albuquerque (2004), a irrigação para as sementeiras ou canteiros em germinação devem ser freqüentes até as mudas atingirem uma altura aproximada de cinco centímetros (folhas formadas), sendo os melhores horários pela manhã ou no período final da tarde. A irrigação no início das manhãs é recomendável em épocas e em locais frios, para desmanchar o gelo formado por geadas. Regas ao final do dia contribuem para que o substrato permaneça úmido por mais tempo, de modo que o potencial hídrico das mudas mantenha-se com valores mais altos durante as noites. Segundo o mesmo autor, op cit, é recomendado que após a emergência ter alcançado seu ápice, o regime de regas deva ser alterado, substituindo-se gradativamente a irrigação freqüente e leve por outro regime de maiores intensidades e duração. Substratos com teores elevados de areia requerem maior freqüência de irrigações do que os de menores teores. 3.1.4. Transplante e Repicagem O transplante das mudas ocorria sempre nas horas mais frescas do dia, conforme figura 2. As mesmas eram mantidas em viveiro coberto com sombrite a 50% de luminosidade. Figura 2: mudas de jenipapo (Genipa americana) prontas para transplante. Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007) O transplante de mudas é um sistema de plantio indireto onde as plantas crescem inicialmente em um canteiro de germinação e posteriormente são transferidas para um outro local (SILVA 2007).
  • 6. De acordo com Silva (2007) a repicagem é o transplante de uma plântula de um local para outro no mesmo viveiro. Esta operação é executada manualmente, de um recipiente onde há duas plântulas para outro recipiente onde nenhuma semente germinou. Não há tradição no país, do uso desta operação em viveiro de mudas de raiz nua. E a monda consiste no controle de daninhas. Durante o projeto, a repicagem das mudas era realizada manualmente e tinha como objetivo a retirada daquelas que apresentavam algum tipo de deformação ou baixo vigor. A monda era feita sempre que necessário. Realizava-se a irrigação das mudas de uma a três vezes ao dia de acordo com cada estágio de desenvolvimento, sendo que quanto mais próximo do período inicial após a repicagem maior a exigência por água. 3.1.5. Rustificação Segundo Lisbão Junior (2003), a rustificação consiste em preparar estas mudas para a sobrevivência no campo, sem as condições de luxo do viveiro. Nesta etapa as mudas são transportadas às praças a céu aberto e ficam totalmente expostas ao clima. As irrigações são bastante diminuídas e as adubações de crescimento são substituídas pelas de rustificação, com isso as mudas esverdeadas ganham um tom avermelhado indicando que estão prontas para o plantio. No processo de rustificação as mudas foram retiradas de dentro do viveiro e transportadas para áreas a céu aberto ficando totalmente expostas às condições ambientais e as irrigações eram diminuídas. A rustificação foi a última etapa na produção de mudas (fig. 3). Figura 3: mudas de Jatobá (Hymenaea courbaril) rustificadas.
  • 7. Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007) 3.2. REVEGETAÇÃO A segunda atividade desenvolvida durante o projeto foi à execução do processo de revegetação na Fazenda Cabocla, Município de Terra Nova do Norte-MT. A área revegetada foi uma Área de Preservação Permanente Degradada APPD. O processo de revegetação é uma das técnicas de recuperação que configura em fazer o plantio da vegetação mais semelhante possível da mata original. Assim, após um levantamento das espécies de ocorrência natural na região, é necessário classificá-las quanto à exigência de luz para seu crescimento (COUTINHO 2003). A destruição das florestas em áreas de preservação permanente (matas ciliares) afeta diretamente a quantidade e qualidade da água e contribui para o agravamento das conseqüências de enxurradas e enchentes. Existem diversas técnicas de recuperação, específicas para cada caso e a gravidade da situação (COUTINHO 2003). O levantamento das espécies para a revegetação ocorreu no mês setembro, e as espécies selecionadas para plantio na área a ser recuperada estão especificadas no Anexo I. 3.2.1. Caracterização da Área Revegetada A caracterização da área executada durante o projeto ocorreu através de visita in loco. A área visitada possuía o solo coberto de pastagem, De acordo com Coutinho (2003), para o plantio é preciso delimitar a área a ser revegetada, evitando as margens em erosão; proceder à limpeza da área com uma roçada, para a eliminação de ervas daninhas, evitando o revolvimento do solo e, conseqüentemente, a erosão; delimitar o espaçamento entre as covas (fig. 4). Sendo o mais recomendado, 3 (três) metros entre plantas, preparar as covas com dimensões aproximadas de 30 cm de diâmetro por 40 cm de profundidade; recomenda-se para cada cova a aplicação de 6 litros de esterco de curral (20% do volume da cova) ou 3 litros de esterco de galinha (10% do volume da cova) ou ainda 5 litros de húmus. Após o plantio deve ser feito um acompanhamento da área revegetada, esse acompanhamento contribuirá para o sucesso da recuperação. Nos cincos primeiros anos recomenda-se que esse acompanhamento seja feito mensalmente e após o quinto ano, semestralmente (COUTINHO 2003).
  • 8. 3.2.2. Medidas de Proteção Acompanhadas Medidas de proteção como o isolamento da área com cerca foi feito pelo proprietário devido à existência de criação de gado no local. 3.2.3. Acompanhamento da Implantação do PRAD Modelo do PRAD acompanhado. 3.2.3.1. Tamanho da área / Tipo de Área Revegetada A área revegetada possuía 0,5 hectares e se tratava de uma APPD. 3.2.3.2. Quantidade de Mudas Utilizadas Para a execução da revegetação foram utilizadas 555 mudas 3.2.3.3. Medida (s) de Revegetação Utilizada 3.2.3.3. (X) Plantio de Mudas ( ) Semeadura (X) Condução de Revegetação Natural 3.2.3.4. Justificativa(s) da(s) Medida(s) Utilizada(s) O plantio de mudas de espécies nativas objetiva criar condições para que uma área degradada recupere algumas características da vegetação original, criando uma nova vegetação com características estruturais e funcionais próximas às das florestas naturais. E ainda, auxilia no controle da erosão, evita o assoreamento e diminui a contaminação por agrotóxicos. Observar as espécies recomendada para execução do PRAD, anexo I. Figura 4: Plantio de mudas nativas do cerrado. Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007)
  • 9. 3.2.3.5. Modelo de Revegetação Proposta Neste modelo os grupos de pioneiras e não pioneiras são alternados na linha de plantio. Na linha seguinte, altera-se a ordem em relação à linha anterior, conforme tabela 1. Dentro de cada um dos grupos, podem-se distribuir as espécies ao acaso ou sistematicamente. Tabela 1 – Modelo de Revegetação Proposta Linha 1 Pioneira Secundária Pioneira Secundária Pioneira Linha 2 Secundária Pioneira Secundária Pioneira Secundária Linha 3 Pioneira Clímax Pioneira Clímax Pioneira Linha 4 Clímax Pioneira Clímax Pioneira Clímax Fonte: Azevedo, G. W. P. (2007) A principal vantagem deste método está na facilidade de implantação, só exigindo o cuidado de separar os dois grupos nas linhas alternadas. Como desvantagem, se for utilizado o plantio simultâneo, as plantas das não pioneiras levarão mais tempo para receber sombreamento. 3.2.3.6. Limpeza da Área e Preparo do Solo Não foi utilizado como limpeza da área a gradagem e sim o coroamento das covas, pelo fato da área vir sendo utilizada como pastagem, e desta forma evitando o processo erosivo. 3.2.3.7. Técnica de Plantio O plantio das mudas foi executado de forma manual seguindo o modelo citado anteriormente e para adubação foi utilizado duas ton/ha de esterco de gado decomposto. Esta foi realizada pelo proprietário da área a ser revegetada. CONSIDERAÇÕES FINAIS O trabalho foi de suma importância para os alunos, pois os mesmos viram a importância que se deve ter com as áreas de preservação permanente (APP). Adquiriram conhecimento na área de produção de mudas nativas da mata amazônica, e no processo de revegetação das áreas de preservação permanente degradada (APPD).
  • 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, M. C. F. Dormência de Sementes. Cuiabá: FAMEV-UFMT, 2004, p.12. COUTINHO, L. M. Aspecto do Cerrado. Disponível em: www.pequi.org.br Acesso em: 23/09/2003,14:15:10. LISBÃO Jr, L. Diversidade e o produtor rural: viveiros, o berçário das florestas. Disponível em www.produtoflorestal.com.br/revista4.pdf Acesso em: 08/12/2007. 20:06:30 MANTOVANI, E. Cerrado-Savana Brasileira. Disponível em: http://www.webspawner.com/users/cerrado/ acesso em 06/11/2007,19:10:30. SILVA, P. H. M. Sistemas de propagação de mudas de essências florestais Disponível em http://www.ipef.br/silvicultura/producaomudaspropagacao.asp. Acesso em: 06/11/2007 16:10:20
  • 11. ANEXO I Lista das espécies selecionadas e utilizadas na recuperação Nome Científico Informações N Nome Comum Grupo Ecológico Ecológicas 1 Açoita Cavalo Luehea grandiflora Secundária Seletiva xerófila 2 Amendoim-bravo Pterogyne nitens Pioneira Seletiva higrófila 3 Angico Anadenanthera macrocarpa Pioneira Seletiva xerófila 4 Aricá (cega- Pioneira Seletiva xerófila Physocalymma scaberrimum machado) 5 Aroeira Myracrodruon urundeuva Pioneira Seletiva xerófila 6 Caju-da-mata Anacardium giganteum Clímax Seletiva higrófila 7 Carne de vaca Pioneira Seletiva xerófila Combretum leprosum 8 Cedro-rosa Pioneira Seletiva higrófila Cedrela odorata 9 Copaíba (pau-de- Pioneira/Secundária Seletiva xerófila Copaifera langsdorffii óleo) 1 Cumbarú Pioneira (cerrado) Seletiva xerófila Dipteryx alata 0 1 Goiaba Psidium guajava Pioneira/Secundária Seletiva higrófila 1 1 Grandiúva Pioneira Seletiva higrófila Trema micrantha 2
  • 12. 1 Guantabú Secundária Seletiva higrófila Aspidosperma australe 3 1 Imbaúva Pioneira Seletiva higrófila Cecropia glaziovi 4 1 Ingá (mata) Pioneira Seletiva higrófila Inga marginata 5 1 Ingá (metro) Pioneira Seletiva higrófila Inga edulis 6 1 Ipê Amarelo cerrado Tabebuia chrysotricha Secundária Seletiva xerófila 7 1 Ipê Amarelo (mata) Pioneira/Secundária Seletiva higrófila Tabebuia umbelata 8 1 Ipê branco Tabebuia roseo-alba Pioneira/Secundária Seletiva xerófila 9 2 Ipê roxo Tabebuia avellanedae Clímax Seletiva xerófila 0 2 Jacarandá Jacarandá micrantha Secundária Seletiva xerófila 1 2 Jatobá do Cerrado Hymenaea courbaril Clímax Seletiva xerófila 2 2 Jenipapo Genipa infudibuliformis Secundária Seletiva xerófila 3 2 Lobeira Solanum pycocarpum Pioneira Seletiva xerófila 4 (cerrado) 2 Louro Secundária Seletiva xerófila Cordia alliodora 5 2 Marinheiro Guarea guidonia Secundária Seletiva higrófila 6 2 Mirindiba Buchenavia tomentosa Secundária Seletiva xerófila 7 (tarumarana) 2 Monguba Secundária Seletiva higrófila Pachira aquática 8 2 Murici Byrsonima basiloba Pioneira/Secundária Seletiva xerófila 9 3 Mutamba Pioneira/Secundária Seletiva xerófila Buazuma ulmifolia 0 3 Pata de Vaca Bauhinia longifolia Pioneira Seletiva higrófila 1 3 Pau-de-imbira Xylopia frutescens Pioneira Seletiva xerófila 2 3 Timburi Enterolobium contortisiliquum Pioneira Seletiva higrófila
  • 13. 3 3 Vermelhão Hirtella glandulosa Secundária Seletiva xerófila 4