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Modelos de produção e comércio de abacaxi para o mercado interno e de exportação

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Modelos de Produção e Comércio de Abacaxi para o Mercado Interno e de
                                    Exportação

Resu...
O Estado do Tocantins além de apresentar uma localização geográfica privilegiada,
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  1. 1. Modelos de Produção e Comércio de Abacaxi para o Mercado Interno e de Exportação Resumo O mercado comprador de abacaxi tem elevado o nível de especificações comerciais exigindo que sejam obedecidos padrões pré-estabelecidos de qualidade. O objetivo do presente trabalho foi fazer o acompanhamento em uma unidade produtiva, dos processos de colheita e pós- colheita do abacaxi destinado à exportação. Este estudo buscou também descrever os processos de distribuição, comercialização além de procurar identificar as principais falhas das atividades de exportação. Para o levantamento de dados primários e secundários foram empregados os seguintes métodos: observação direta, análise de documentos e entrevista semi-estruturada. Um dos principais problemas levantados durante as entrevistas foi à ausência de sistemas de resfriamento capazes de retirar o calor de campo dos abacaxis destinados à exportação. Outra barreira encontrada pela empresa está relacionada com as atividades portuárias onde são feitos os embarques, uma vez que já aconteceram falhas relacionadas ao controle da temperatura e ventilação dentro do contêiner. As fases críticas do negócio de exportação estão relacionadas ao processo de resfriamento; a realização de contratos mais rigorosos com transportadoras; e ao aprimoramento do monitoramento de parceiro terceirizado. São indicadas estratégias que aperfeiçoam relacionamento com parceiros externos. Palavras-chaves: comercialização, qualidade, abacaxi, exportação. Abstract Models of Production and Trade of Pineapple to the Internal Market and of Export The pineapple buying market com has high levels of specifications regarding fruit quality. The objective o this study is to analyze the productions, harvesting and post-harvest process of pineapple destined to the international market. The study also describes the distribution and commercialization activities aiming to identify export failures. Primary and the secondary data were collected by the employment of the following methods: direct observation, company document analysis and interviews. One of the mains problems of the pineapple commerce chain was the absence of cooling facilities capable of reducing the temperature of fruit near the production fields. Another important barrier was found at the port were the pineapple is exported, since there is no reliable ways to guarantee the appropriate temperature and ventilation for the container. This paper concludes that the development of fruit quality is related to: investments in cooling facilities, development of better contracts with the transport and port-logistics companies. At the end of the paper same quality improvement strategies are indicated. Key Words: commercialization, quality, pineapple, export. 1 - Introdução O abacaxizeiro é uma monocotiledônea, herbácea perene da família Bromeliácea. A variedade de abacaxi alvo desse estudo é a pérola, cultivado no estado do Tocantins na região de Miracema e Miranorte, com o objetivo de produzir frutos com alto padrão de qualidade para serem comercializados no mercado externo, mais precisamente na Europa.
  2. 2. O Estado do Tocantins além de apresentar uma localização geográfica privilegiada, sendo um grande entroncamento rodoviário, possuindo clima e fatores ambientais favoráveis a produção de frutos com alto padrão de qualidade, também possuindo grande extensão de terras com aptidão para a produção da fruta, mas que ainda não são exploradas. O mercado de consumo de alimentos passou a adotar hábitos alimentares diferenciados, tornando-os mais variado e com número de pessoas por família reduzida. A renda média geral da população subiu elevando o grau de exigência por maior qualidade, assim as empresas são obrigadas a aprimorar suas atividades de produção e configuração de comercialização para poderem acompanhar o ritmo de mercado, em principal quando se trata do setor de alimentos. O presente trabalho teve como objetivo analisar as atividades de comercialização exportadora de abacaxi identificando as diferentes atividades técnicas relacionadas com a atividade de exportação, as responsabilidades de cada organização envolvida com o comércio de abacaxi, identificar as diferentes configurações de transação existentes para a exportação de abacaxi. 2 Produção por Regiões do Brasil O Brasil apresenta em muitas regiões, condições Edafoclimáticas propícias para o cultivo do abacaxizeiro. Deve-se ressaltar que a produtividade média brasileira é baixa, 26.3 ton/ha, considerando-se que grandes produtores mundiais chegam a 50-60 ton/ha, (IBGE 2011, SILVA 1999). A abacaxicultura é considerada uma exploração rentável, desde que utilizem tecnologias adequadas que favoreçam o cultivo, como em qualquer outra exploração frutícola. O abacaxizeiro pode ser cultivado em altas densidades, (de 20.000 a 60.000 plantas/ha) e apresenta características totalmente diferentes de outras frutíferas. Dados registrados pelo IBGE (Abril 2011) destacam os principais estados produtores de abacaxi por produção. Tabela 1: Produção do abacaxi no Brasil Maiores Produtores de Abacaxi no Brasil Rank dos Estados Safra 2010 Safra 2011 Safra 2011 Participação Participação Mês anterior Mês atual (%) Safra 2010 (%) Safra 2011 1 Paraíba 273.520 273.815 273.815 18.8 19.2 2 Pará 248.464 269.314 270.778 17.1 19.0 3 Minas Gerais 222.199 220.651 223.534 15.2 15.7 4 Bahia 139.324 141.165 141.165 9.6 9.9 5 São Paulo 92.300 92.300 92.300 6.3 6.5 6 Rio Grande 85.165 89.580 94.755 5.8 6.6 do Norte 7 Pernambuco 73.142 7.477 7.477 5.0 0.5 8 Rio de 64.442 64.416 64.416 4.4 4.5 Janeiro 9 Goiás 46.622 49.471 49.471 3.2 3.5 10 Mato 46.510 40.571 44.271 3.2 3.1 Grosso 11 Tocantins 41.946 39.450 39.450 2.9 2.8 Total 1.457.156 1.411.950 1.425.962 100.0 100.0 Fonte: IBGE, 2011
  3. 3. Os maiores produtores de abacaxi do Brasil vêm se mantendo algum tempo, o que ficar de observação e a grande queda de produção do Estado de Pernambuco, de uma safra para outra te ver uma queda muito significativa, ocasionando prejuízo na produção nacional. Tabela 2: Área Plantada do Abacaxi no Brasil Área Plantada de Abacaxi (ha) Safra Safra Safra Safra Safra Safra Safra Safra Safra Safra 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 63.282 62.862 58.155 59.353 61.992 68.495 72.055 69.980 61.990 78.729 A área plantada no Brasil vem se alternando, entre altas e Baixas, conseqüentemente afetado na produtividade da fruta no país. Tabela 3: Área Colhida do Abacaxi no Brasil Área Colhida de Abacaxi (ha) Safra 2001 Safra 2002 Safra 2003 Safra 2004 Safra 2005 Safra 2006 62.597 61.127 57.986 59.163 61.787 66.845 Safra Safra Safra Safra Safra 2011 Variação 2007 2008 2009 2010 (%) 71.886 65.982 60.176 55.741 54.151 -2.9 A produtividade na colheita e bastante alta, apesar de que no ano de 2010, à mesma caio bruscamente. Tabela 4: Produção Obtida de Abacaxi no Brasil Produção Obtida de Abacaxi (t) Safra 2001 Safra 2002 Safra Safra Safra Safra 2003 2004 2005 2006 1.430.018 1.433.234 1.440.013 1.477.299 1.528.313 1.707.088 Safra Safra Safra Safra Safra 2011 Variação (%) 2007 2008 2009 2010 1.784.278 1.712.365 1.470.995 1.457.156 1.425.962 -2.1 A produção do abacaxizeiro vem caindo nos últimos oitos anos, se copáramos de 2004 até 2011. Tabela 5: Rendimento Médio Obtido de Abacaxi no Brasil Rendimento Médio Obtido de Abacaxi (Kg/ha) Safra Safra Safra Safra Safra Safra 2001 2002 2003 2004 2005 2006 22.845 23.447 24.834 24.970 24.735 25.538 Safra Safra Safra Safra Safra Variação 2007 2008 2009 2010 2011 (%) 24.821 25.952 24.445 26.142 26.333 0.7
  4. 4. A produtividade vem oscilado, mostra uma alta significativa no ultimo ano, apesar da queda da produção e o aumento da área plantada. 2.1 Comércios do Abacaxi no Mercado Interno Existem diferentes tipos de consumidores, alguns localizados em regiões de renda alta e que compram produtos em função da sua sofisticação, caso não importando seu preço. Outros mercados adquirem frutas em função de menor preço; outra posição é representada por mercados que têm necessidades de atendimento em função da sua população e consumo, mas que não apresentam poder aquisitivo para grandes compras. Figueredo e Prescott (2004, p.13) deixam claro que “a missão da organização deve ser orientada para os clientes, para os quais são oferecidos produtos e serviços”. O sistema de distribuição pode ser considerado um dos principais fatores a ser levado em conta pelas empresas no momento de comercializar seus produtos, pois sistemas de distribuição mais desenvolvidos proporcionam eficiência na entrega aos compradores, consequentemente produtos com melhor qualidade para os consumidores finais. A distribuição pode ser feita através de feiras livres, lojas de especiarias ou em cadeias de supermercados, mas o que ainda predomina são as chamadas feiras livres, segundo a Secretaria Municipal de Abastecimento de São Paulo, estudada por Wilkinson (2004), registra que: “cerca de 900.000 pessoas freqüentam diariamente as 867 feiras livres na cidade”. 2.2 Comércios de Abacaxi para o Mercado Externo Nos maiores mercados das regiões temperadas, os produtos tropicais são considerados exóticos e alguns deles ingressam no consumo, como produtos fora da estação. O produto exótico é vendido com mais freqüência para imigrantes e é pouco conhecido pelos consumidores dos países mais desenvolvidos. Se as exportações forem aumentadas, será necessário introduzir nesses mercados uma política de marketing dos produtos exóticos, melhor denominados tropicais (Silva 1999). Tradicionalmente, nos diferentes países do mundo, a comercialização de produtos frutícolas se realizava, em sua maior parte, através de mercados centralizados. Nas décadas de 60 e 70, a Europa começou a visualizar as falhas desse tipo de mercado. Nessa época, na Europa e nos Estados Unidos, começava a modificar fortemente a comercialização. O tradicional comércio varejista é deslocado para supermercados e hipermercados, que surgem como grandes centros de comercialização de produtos frescos. Como conseqüência, também se modifica a comercialização atacadista. Nos últimos 15 anos, o contexto internacional vem manifestando mudanças estruturais profundas, tanto nos aspectos econômicos, como políticos, sociais, demográficos e ecológicos.Uma característica chave da economia mundial tem sido a crescente internacionalização como resultado de uma acelerada expansão do comércio internacional, assim a projeção de demanda é um dado fundamental para determinar as possibilidades de incrementar as exportações. 2.3Principais Produtores de Abacaxi no Mundo
  5. 5. No cenário mundial a Tailândia e as Filipinas são os dois principais países produtores de abacaxi com finalidades industriais. Como pode ser observado na Tabela 06, o Brasil se consolidou como líder mundial, sendo responsável em 2008 pela produção de 2491.97 milhões toneladas de abacaxi, seguida pela Tailândia com produção de 2278.57 milhões de toneladas. Tabela 6: Principais Países Produtores de Abacaxi (1.000 toneladas) País 2007 País 2008 País 2009 Produtor Production Produtor Production Produtor Production (MT) (MT) (MT) 1 1 Brasil 1 2815.28 2491.97 2198.50 Tailândia Filipinas 2 Brasil 2 2 2676.42 2278.57 1894.86 Tailândia Tailândia 3 3 3 Costa 2237.86 2209.34 1870.12 Indonésia Filipinas Ricas 4 4 Costa 4 2016.46 1678.13 1558.05 Filipinas Ricas Indonésia 5 Costa 5 China 5 China 1968.00 1385.69 1477.32 Ricas 6 China 6 6 Brasil 1381.90 1272.76 1471.00 Indonésia Fonte: FAOSTAT | © FAO StatisticsDivision 2009 A diferença entre o Brasil e os demais países líderes da produção mundial está ligada ao fato de que o abacaxi cultivado no Brasil se destina principalmente para o consumo “in natura”. As filipinas, Tailândia, Costa Rica, e Indonésia se destacam como grandes produtores mundiais de abacaxi. A Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) estima que a produção mundial tenha atingido a soma de 15.288.018.000 toneladas em 2004. Entre 2000 e 2004 a produção mundial de abacaxi cresceu acima de 6%. Dados obtidos recentemente pela FAO, mostraram que em 2005 a produção mundial foi de 16.779.287.000 toneladas. Analisando os principais exportadores de abacaxi (Tabela 02), fica evidente que os países não apresentam a mesma ordenação, a participação da União Européia e dos Estados Unidos da América é quase o dobro do peso dessas regiões em termos físicos. Isso pode ser explicado por diferenças de preço à intermediação de centros de comercialização da fruta existente na Europa e nos EUA, que importam o produto e reexportam os excedentes não consumidos internamente. Tabela 02: Exportação de Abacaxi em valores nos anos 2007 e 2008 Exportações em 2007 Rank Area Quantity (tonnes) Flag Value (1000 $) Flag Unit value ($/tonne) 1 Costa Rica 1458980 574921 394 2 Philippines 261338 R 162390 R 621 3 Belgium 234123 239429 1023 4 Netherlands 216131 224055 1037
  6. 6. 5 United States of America 90512 93405 1032 6 Ecuador 90022 36590 406 7 Côte d'Ivoire 69201 29110 421 8 Panama 55737 36503 655 9 Honduras 53697 23241 433 10 Mexico 42792 17001 397 11 Guatemala 38860 13731 353 12 Brazil 32566 16381 503 13 Germany 30648 37588 1226 14 Spain 23306 24057 1032 15 Italy 18500 18032 975 16 France 18494 19925 1077 17 Ghana 17819 6260 351 18 Portugal 15421 21537 1397 19 Malaysia 15158 * 4470 295 20 Cameroon 10434 R 9610 R 921 Exportação valores 2008 Rank Area Quantity (tonnes) Flag Value (1000 $) Flag Unit value ($/tonne) 1 Costa Rica 1458980 574921 394 2 Belgium 234123 239429 1023 3 Netherlands 216131 224055 1037 4 Philippines 261338 R 162390 R 621 5 United States of America 90512 93405 1032 6 Germany 30648 37588 1226 7 Ecuador 90022 36590 406 8 Panama 55737 36503 655 9 Côte d'Ivoire 69201 29110 421 10 Spain 23306 24057 1032 11 Honduras 53697 23241 433 12 Portugal 15421 21537 1397 13 France 18494 19925 1077 14 Italy 18500 18032 975 15 Mexico 42792 17001 397 16 Brazil 32566 16381 503 17 Guatemala 38860 13731 353 18 United Kingdom 9294 9960 1072 19 Cameroon 10434 R 9610 R 921 20 Lithuania 5111 7086 1386 Fonte: FAOSTAT | © FAO Divisão de Estatística 2007
  7. 7. Verifica-se uma tendência de crescimento mundial, superior inclusive ao do próprio crescimento da produção. No caso do Brasil, entretanto, estima-se uma manutenção desses valores verificando que nos anos de 2007 e 2008 os números das exportações em toneladas são o mesmo, apesar de o Brasil ter decido no rank de 12° para 16°. O que também podemos verificar e uma grande queda nos últimos anos ser fomos comparar a exportação de 2004 que foi de 111.37 toneladas e a de 2008 que foi de 32.56 toneladas verificamos uma queda de mais de 60% nas exportações. 2.4 Comercializações de Frutas O Brasil é um grande produtor de laranjas, produzindo em torno de um terço da produção mundial, e de bananas, superado neste caso apenas por quatro países. Além disso, é um importante produtor de abacaxi (sexto produtor), tangerina (terceiro produtor), limão(quinto produtor), caju, goiaba, manga e maracujá. FAO, 2007. Apesar dessa condição privilegiada, isto não se reflete nas exportações do país. Com exceção das laranjas de mesa, com 1,5% e do abacaxi, com 5% do mercado mundial, o comércio das outras frutas não chega a alcançar 1% do comércio mundial. (Cortezet al., 2002). O destino das frutas brasileiras é a Europa (68%), o MERCOSUL (26%), os EUA (1%), o Canadá (1%), além de outros países (4%) (Cortez et al., 2002). Em geral, as frutas são produzidas na região Nordeste e vão encontrar mercado entre as safras no Hemisfério Norte. Uma das formas encontradas pelos produtores para maximizar os lucros é a exportação, buscando mercado de consumidores mais exigentes, que requeiram frutas de melhor qualidade, pagando, portanto, mais por estes produtos. As políticas agrícolas, as mudanças tecnológicas e os preços praticados são elementos de tomada de decisões que devem fazer parte do dia-a-dia do produtor rural. 2.5 Canais de Distribuição Economia dos Custos de Transação As instituições de mercado são constituídas de indivíduos ou organizações que operam nos diversos segmentos do mercado executando atividades de comercialização. As instituições constituem-se nos agentes do sistema de comercialização, os quais possuem características e padrões específicos de comportamento que os distinguem entre si no desempenho das diversas funções da comercialização. Para canais de comercialização MaCarthy e Perreault, (1997) nos ajuda a classificá-los como sendo “qualquer série de empresas ou individuais que participam do fluxo de produtos, do fabricante ao usuário final ou consumidor” e pode ainda ser complementado por Neve set alli (2001) onde canais são “Um conjunto de organizações interdependentes envolvidos no processo de tornar o produto ou serviço da empresa disponível para consumo ou uso”. Deste modo fazendo menção ao posteriore da empresa foco Terra Fértil Produção Exportação. Segundo Zylbersztajn (1995 p.16) o “suposto básico da ECT é de que existem custos na utilização do sistema de preços tanto como na condução de contratos entre as firmas. Portanto, para o funcionamento do sistema econômico, não apenas nos contratos via mercado são importantes, também aquelas coordenadas centralmente pelas firmas”. A metodologia da ECT tem como ponto de partida os agentes econômicos que validam seu comportamento em relação às transações de maneira racional (racionalidade limitada) e pelo auto interesse (oportunismo). 3 Métodos
  8. 8. Reis e Carvalho (1999) nos auxilia a esclarecer que a pesquisa em comercialização são estudos de fenômenos ligados a todos os eventos implicados nos processos de produção, comercialização e distribuição, demanda e suas particularidades. Eles ressaltam que “as grandes áreas de pesquisa da comercialização agrícola são assuntos específicos, que apresentam metodologias e modelos próprios de análise”. Os métodos de obtenção das informações são os mais diversos e dependem de vários fatores, sendo os principais o objeto do estudo, o fenômeno a ser estudado e o alcance que se pretende. Assim para o levantamento de dados primários e secundários os métodos que mais se adequaram e então, empregados para a realização desta pesquisa foram os seguintes: observação direta, análise de documentos e entrevista semi-estruturada. Cooper&Schindler (2002). Para a observação direta foi realizada, por um período de trinta dias podendo, assim, acompanhar todo processo da unidade produtiva de condução dos tratos culturais da cultura e colheita do abacaxi, bem como a observação direta das estratégias de transporte e comercialização desenvolvidos pela unidade produtiva. Também foi levantada a forma de contrato de exportação utilizada pela empresa. As entrevistas semi-estruturadas foram realizadas em julho de 2005. Foi entrevistado o empresário responsável pela organização e o gerente administrativo da empresa. O principal tema das entrevistas foi à descrição dos procedimentos de exportação. Ilustrações gráficas ou representações quase sempre têm vantagens de simplificar e melhorar o foco de uma discussão específica. Carvalho (2003) desenvolveu o modelo de representação gráfica de transações capaz de simplificar o processo de identificação e caracterização das atividades de produção e comercialização, tornando o conceito de aprendizagem mais fácil para aqueles que querem entender o assunto da análise e identificar as configurações presentes no processo de comercialização. 4 Resultados e Discussões Para a empresa em questão, conseguir satisfazer as necessidades de seus clientes, os varejistas compradores, requerem que os produtos por ela adquiridos sigam padrões de qualidade pré-estabelecidos. As frutas com destino à exportação tiveram a necessidade de ajustes no modelo de produção para satisfazer este nicho de mercado. A experiência da empresa em produzir com qualidade permitiu que atingisse todas as exigências dos consumidores estrangeiros e atualmente a empresa é a principal exportadora de abacaxi do estado do Tocantins. A estrutura de comercialização para exportação está representada na Figura 01. A empresa contrata atividades de terceiros, sendo a responsabilidade pela execução das atividades da própria empresa em estudos. Estas atividades são: Transporte até o Porto, Pré- embarque (no Porto) e Embarque no Navio. As atividades relacionadas à importação estão sob responsabilidade de parceiros comerciais, estas atividades são: Transporte de Longa Distância, Desembarque no Porto de Destino e Transporte para os Centros de Distribuição. Observou-se que a qualidade pôde ser alcançada principalmente porque a empresa conseguiu desenvolver processos de produção capazes de criar e manter condições de produção e transporte requeridos pela fruta. Um dos principais problemas levantados durante a pesquisa foi à ausência de sistemas de resfriamento capazes de retirar o calor de campo dos abacaxis destinados à exportação com isso diminuem o tempo de shelf-life.
  9. 9. Figura 01: Configurações de Transação para Exportação Empresas Empresa de Produção e Empresas de Empresa de Comércio Atacado Varejo Operações 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Transações Venda para Venda para Venda para Atacado Varejo Consumidor Operações Técnicas: 01 – Pré – Colheita 10 – Embarques no Navio 02 – Colheita 11 – Transportem de Longa Distância 03 – Transporte de Até o PackingHouse 12 – Desembarques no Porto de Destino 04 – Seleção e Classificação 13 – Transportem para os Centros de Distribuição 05 – Tratamentos pós-colheita 14 – Processamento e Controle de Qualidade 06 – Embalagem e Rotulagem 15 – Recepções Pela Rede de Varejo 07 – Montagens do Pallet 16 – Distribuições para as Lojas 08 – Transportem até o Porto 17 – Exposições para Consumidor 09 – Pré-embarque (no Porto) 18 – Consumidores Finais
  10. 10. Outra dificuldade enfrentada pela empresa exportadoresé o controle de temperatura e ventilação dentro do contêiner, devido às empresas terceirizadas não demonstrarem cuidado com estes fatores. Para poder contornar estas situações adversas à qualidade das frutas exportadas, poder-se-á determinar os pontos críticos de controle dos processos de produção e comercialização. As atividades realizadas por parceiros são importantes pelo fato de não exigir uma imobilização elevada de capital por parte da empresa. A longa distância entre os centros de produção e o porto de exportação é uma das barreiras que a empresa vem conseguindo superar, considerando as condições precárias das rodovias. Ao adotar métodos de controle de qualidade, a empresa poderá implantar estratégias que minimizem o uso de agentes externos, internalizando assim as atividades, sendo possível um maior controle de qualidade. Para venda retalhista a empresa trabalha com a estrutura apresentada na Figura 02.
  11. 11. Figura 02: Configurações de Transação para Rede Varejista Empresas Empresa de Produção e Empresas de Empresa de Comércio Atacado Varejo Operações 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Transações Venda para Venda para Venda para Atacado Varejo Consumidor Operações Técnicas: 07 – Montagens de Carga no Caminhão 01 – Pré – Colheita 08 – Transporte de Terrestre deLonga Distância 02 – Colheita 09 – Entregam na Plataforma Rede de Supermercados 03 – Seleção e Classificação 10 – Distribuições para rede de lojas 04 – Tratamentos pós-colheita 11 – Exposições para consumidor 05 – Embalagem e rotulagem 12– Consumidores Finais 06 – Contratações de Transporte a Longa Distância
  12. 12. Figura 03: Configuração de Transação Venda no Atacado Empresas Empresa de Produção e Comércio Atacado Varejo Operações 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Transações Venda Para Venda Para Venda Para Atacadista Varejista Consumidor Operações Técnicas 01 – Pré – Colheita 06 – Recepção e Seleção pelo Atacadista 02 – Colheita 07 – Exposições para Varejista 03 – Seleção e Classificação 08 – Transportem até Varejo 04 – Montagens da Carga no Caminhão 09 – Exposições para Consumidor 05 – Transportem até o Atacadista 10 - Consumidores Finais
  13. 13. 4.1 Pontos Fortes Por conseguir produzir frutas com alto padrão de qualidade, atingindo a certificação a empresa está desempenhando atividades de exportação isto é decorrente da experiência da empresa no setor e sua solidez no mercado (distribuição). A empresa obterá melhores resultados se investir mais no treinamento da equipe, com cursos de capacitação para melhor desenvolvimento das atividades de produção e maior cuidado no manuseio da fruta do abacaxizeiro, além de fazer com que os funcionários se sintam mais valorizados e mais esclarecidos sobre as atividades executadas. Outro fator limitante é a falta de produção própria, pois a empresa não consegue atualmente, produzir de forma contínua, que atenda durante o ano as exigências de entrega para suprir seus clientes, necessitando adquirir frutas de outros produtores da região ou mais distantes. 5 Conclusões O controle de qualidade que tem maior eficiência é o realizado sob a responsabilidade da empresa produtora e exportadores de abacaxi, os clientes cobram qualidade, porem não fornecem assistência aos produtores, por esta razão a empresa deve ser cautelosa no momento de realizar a venda, estabelecendo nos contratos quais serão as transações comerciais necessárias de forma econômica e eficaz para a realização de venda. Os arranjos apresentados trazem vantagens para diferentes organizações envolvidas, assim a empresa de produção poderá investir em melhorar a forma de produção. Os pontos críticos de qualidade podem estar relacionados com: o processo de resfriamento; a realização de contratos mais rigorosos com transportadoras que levam as frutas até o porto; aprimorar o monitoramento de terceiros, adotando um sistema de controle da carga no momento de saída do packing-house até a chegada no porto. Para que sejam atendidos todos os critérios exigidos faz-se necessário adequar todo o sistema produtivo, com planejamento minucioso de todas as atividades a serem desenvolvidas, formulando calendário de execução para cada uma delas. O gerenciamento rigoroso é obrigatório para todas as fases da cadeia do abacaxi. No campo, as atividades realizadas são registradas e transferidas para um sistema de armazenamento de dados com todas as informações detalhadas de cada subunidade produtiva, assim, o empresário poderá investir em maior tecnologia para este setor como, por exemplo, aquisição de computadores para a unidade produtiva e gerencial, aquisição de máquinas e implementos agrícolas que facilitem o trabalho e proporcione menores danos ao abacaxizeiro e sua fruta. Conclui-se que o modelo gráfico pode ser utilizado com sucesso para explicação das transações ocorridas na comercialização do abacaxi, deste modo a empresa poderá implantar estratégias que minimizem o uso de agentes externos, internalizando assim as atividades, sendo possível um maior controle das etapas envolvidas para exportação. 6 Referências Bibliográficas CARVALHO, J. M. Transactions Arrangements and Quality Management in Briths-Brasilian Fruit Trade.The University of Reading.Reading. 2003. (PhD Thesis).
  14. 14. COOPER, D.; SCHINDLER, P.Métodos de pesquisa em administração. 7° ed. São Paulo: Bookman Companhia Editora, 2002, p. 640. CORTEZ, L. A. B.; HONÓRIO, S. L.; FILHO, L. C. N.; MORETTI, C. L.; Importância do Resfriamento para Frutas e Hortaliças no Brasil. In.: Resfriamento de Frutas e Hortaliças. Brasília: Embrapa Informações Tecnológicas, 2002. 428 p. Produção Brasileira de Abacaxi produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística. Disponível em – IBGE http://www.sidra.ibge.gov.br. Acesso em 05/12/2006. FIGUEIREDO, A. PRESCOTT, E. Principais Conceitos, métodos e Técnicas de Aplicadas nas Análises de Cadeias do Agronegócio. In. : Integração entre a Produção Familiar e o Mercado Varejista: uma Proposta. Brasília: Universa, 2004 196 p. NEVES, M.F., SCARE, R. F. Marketing &Exportação. São Paulo : Atlas, 2001 NASSAR, A.M. Certificação no Agribusiness. Gestão da Qualidade no Agribusiness, Atlas: São Paulo, p. 31-46, 2003. REIS, A. J. ; CARVALHO, F. A. P. Comercialização Agrícola no Contexto Agroindustrial. Lavras: UFLA/FAEPE, 1999 188p. SILVA, A. L. A.; A adoção de tecnologia de informação em canais de distribuição: um estudo multicaso na utilização de EDI entre varejo e indústria agroalimentar. Tese (Doutorado) – Faculdade de Economia e Administração. São Paulo, 1999. WILKINSON, J. A Pequena Produção e sua Relação com os Sistemas de Distribuição In.: Integração entre a Produção Familiar e o Mercado Varejista: uma Proposta. Brasília: Universa, 2004 196 p. ZYLBERSZTAJN, Décio. Estruturas de governança e coordenação do agribusiness: uma aplicação da nova economia das instituições. São Paulo, 1995. Tese (Livre-Docência)- Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. 238p.

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