10. Guernica
ou o manifesto político de P. Picasso
Um dos quadros que melhor
transmite todo o desespero
advindo da guerra é o
intemporal Guernica de Pablo
Picasso, fazendo plena justiça à
expressão "uma imagem vale
por mil palavras".
11. É tempo de pensar no outro
Mundo, cujos povos vivem
em palco de guerra, e para os
quais nada resta senão
esperar por dias de paz.
12. •Picasso não tinha sido muito afetado pela I Guerra Mundial e
só com a Guerra Civil Espanhola se interessou por política,
tornando-se vivamente solidário com os republicanos.
As fotografias que aparecem na imprensa no início de Maio de
1937 relativas ao bombardeamento de Guernica (antiga capital
do País Basco) em 36 de Abril tocam-no profundamente.
Passado pouco mais de um mês e após 45 estudos
preliminares, sai do seu atelier de Paris o painel Guernica
(3.50x7.82 m) para ser colocado na frontaria do pavilhão
espanhol da Exposição de Paris de 1937 dedicada ao
progresso e à paz.
13. • Rapidamente o painel se transforma num
objeto de protesto e denúncia contra a
violência, a guerra e a barbárie:
• "O quadro converte-se numa
manifestação da cultura na luta
política, ou melhor dizendo, no símbolo
da cultura que se opõe à violência:
Picasso opõe a criação do artista à
destruição da guerra"
14. De onde vem a genial monumentalidade que faz de
Guernica uma obra tão singular?
• “Evoca, por uma série de
poderosas imagens, a agonia da
guerra total", chegando a
constituir uma visão profética da
desgraça da guerra que nos
ameaça hoje e que nos ameaçará
no próximo século”.
15. Citando o artista:
• "Quando alguém deseja exprimir a
guerra, pode achar que é mais
elegante e literário representá-la
por um arco e uma flecha, que de
fato, são esteticamente mais belos,
mas quanto a mim (...) utilizaria
uma metralhadora”.
16. • Picasso recorre a formas dramáticas,
violentas, a fragmentações e
metamorfoses anatômicas que se por um
lado criam figuras que não aderem a
nenhum modelo "real", por outro
exprimem toda a realidade e agonia da
dor insuportável.
17. • A comprovar isso atente-se nas várias figuras que o pintor
representa neste quadro que aparentemente livre, obedece
contudo a um rigoroso esquema em termos de construção:
• Imagine a tela dividida em 4 retângulos, com um triângulo
cujo vértice corresponde ao eixo vertical que a divide em
duas partes iguais.
• A mãe chorando a morte do filho (descendentes da Pietà...)
e o ameaçador touro de cabeça humana, no 1º retângulo, o
"olho" luminoso do candeeiro que derrama uma luz inóspita
(no 2º), a mulher com a lâmpada na mão recordando-nos a
Estátua da Liberdade no 3º) e o homem que em desespero
levanta os braços ao céu (no 4º).
• Repare ainda no cadáver empunhando a espada partida
(um emblema da resistência heróica) e o cavalo ferido que
aparecem no referido triângulo. O cavalo é à semelhança
do touro uma figura saída da mitologia espanhola;
representa o povo que agoniza sob o jugo opressor do
touro, símbolo da brutalidade, das forças do mal.
18. Hoje, olhar para Guernica é partilhar o
horror que Picasso sentiu há 75 anos
perante as imagens da destruição da
povoação. Por isso, aqui vai um desejo
para o novo ano: que em 2012 tratados
como os de Dayton não fiquem pelo
papel e que haja sempre um
pensamento na mente dos homens:
GUERNICA NUNCA MAIS!
19. ATIVIDADE
• PESQUISA SOBRE A GUERRA CIVIL ESPANHOLA:
Quando começou e terminou?
Quem estava em conflito?
O Brasil fez parte? Em que condição?
Por que ela teve início?
Quais foram os motivos?
A tragédia espanhola adquiriu dimensão internacional?
Quem eram os manifestantes?
Qual o resultado da guerra? Mortes? Etc...
.