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Criação ideológica e dialogismo

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Criação ideológica e dialogismo

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Apresentação sobre um dos capítulos do livro Linguagem e Diálogo de Carlos Alberto Faraco para a disciplina Fundamentos de Interação do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

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Criação ideológica e dialogismo

  1. 1. Criação ideológica e dialogismo Carlos Alberto Faraco FLÁVIO GOMES DA SILVA LISBOA
  2. 2. Carlos Alberto Faraco é... um linguista brasileiro, professor de língua portuguesa da Universidade Federal do Paraná, da qual foi reitor no período 1990- 1994. Nasceu em Curitiba, em 1950.
  3. 3. Carlos Alberto Faraco é... ● Doutor em Linguística pela Universidade de Salford, Inglaterra. Tese: A sentença imperativa em português: uma análise semântica e histórica.
  4. 4. Faraco organizou a... IV Conferência Internacional sobre Bakhtin no Colégio Estadual do Paraná entre 21 a 25 de julho de 2003, com os professores Tezza*, Castro e Merkle. Cristóvão Tezza Gilberto de Castro Luiz Ernesto Merkle * Tezza deixou de lecionar em 2009
  5. 5. Um pouco de filologia... ● Ideologia: termo cunhado em 1801 pelo francês Destutt de Tracy (idéologie), com o sentido de ciência das ideias. ● Dialogismo: o que Mikhail Bakhtin define como processo de interação entre textos que ocorre na polifonia; tanto na escrita como na leitura, o texto não é visto isoladamente, mas sim correlacionado com outros discursos similares e/ou próximos.
  6. 6. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 1920 1930Teoria de base marxista da criação ideológica
  7. 7. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 ● Discussão crítica dos estudos linguísticos de sua época; ● Tese de que os enunciados do cotidiano e os enunciados artísticos tem um chão comum; ● Discussão crítica da psicanálise e da psicologia de seu tempo. 1929
  8. 8. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 ● Estudo da literatura com crítica das ideias dos formalistas; ● Estudo de base materialista sócio- histórica do universo da criação ideológica. 1928
  9. 9. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Tracy Napoleão Marx John B. Thompson
  10. 10. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Бахтии́н Universo dos produtos do “espírito” humano, aquilo que algumas vezes é chamado por outros autores de cultura imaterial ou produção espiritual.
  11. 11. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 O estudo da literatura é um ramo do estudo das ideologias 1928
  12. 12. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Бахтии́н SEMPRE IDEOLÓGICO
  13. 13. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Ideologia é o universo da produção imaterial humana 1929
  14. 14. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Tudo o que é ideológico possui significado; e portanto um signo 1929
  15. 15. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Tudo o que é ideológico possui valor semiótico 1929
  16. 16. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 1928 Considera inadequadas todas as abordagens positivistas e idealistas da criação ideológica
  17. 17. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 1928 Positivistas: se perdem num empirismo atomista
  18. 18. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 1928 Idealistas: entendem toda a criação ideológica como produto de uma consciência individual isolada
  19. 19. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 1928 A criação ideológica é sempre social e histórica, não podendo, por isso, ser reduzida nem à sua superfície empírica, nem fechada e autocontida no mundo de uma consciência individual ou no reino das “puras ideias”
  20. 20. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 1928 Todos os produtos da criação ideológica são objetos dotados de materialidade, isto é, são parte concreta e totalmente objetiva da realidade prática dos seres humanos
  21. 21. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 1928 Os signos são intrinsecamente sociais. E todas as relações humanas só ocorrem semioticamente mediadas.
  22. 22. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica O dado puro não pode ser realmente experienciado Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975
  23. 23. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Qualquer palavra encontra o objeto a que ele se refere já recoberto de qualificações Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 PALAVRA OBJETO
  24. 24. Uma teoria materialista da chamada criação ideológica Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 INTENÇÃO DA PALAVRA OBJETO
  25. 25. A doutrina da refração
  26. 26. A doutrina da refração SIGNO INCIDENTE SIGNO REFRATADO INTERPRETAÇÃO EXPERIỄNCIAS
  27. 27. A doutrina da refração Бахтии́н Não é possível significar sem refratar
  28. 28. A doutrina da refração A plurivocidade (o caráter multissêmico) é a condição de funcionamento dos signos nas sociedades humanas
  29. 29. A doutrina da refração A dinâmica da história, em sua diversidade e complexidade, faz cada grupo humano, em cada época, recobrir o mundo com diferentes axiologias, porque são diferentes e múltiplas as experiências que nela se dão
  30. 30. A doutrina da refração Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 A plurivalência social dos signos é o que os torna vivos e móveis
  31. 31. A doutrina da refração Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 FRONTEIRA FRONTEIRA FRONTEIRA DOMÍNIO CULTURAL
  32. 32. A doutrina da refração Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 FRONTEIRA FRONTEIRA FRONTEIRA CRIAÇÃO IDEOLÓGICA
  33. 33. A doutrina da refração Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Não há uma palavra que seja a primeira ou a última e não há limites para o contexto dialógico Nada está morto de maneira absoluta: todo sentido terá seu festivo retorno
  34. 34. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Pavel Medvedev (Паи́вел Медвеи́дев) 1891-1938 UNIVERSO DA CRIAÇÃO IDEOLÓGICA CARÁTER MATERIAL HISTÓRICO SOCIOSSEMIÓTICO
  35. 35. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Os signos são espaços de encontro e confronto de diferentes índices sociais de valor
  36. 36. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 ENUNCIAÇÃO DE UM SIGNO ENUNCIAÇÃO DE ÍNDICES SOCIAIS DE VALOR Бахтии́н
  37. 37. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Uma nova significação emana de uma velha e por meio dela, mas isso acontece de tal modo que a nova significação pode entrar em contradição com a velha e reestruturá-la
  38. 38. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 O simples fato de eu ter começado a falar sobre ele [objeto] já significa que assumi certa atitude em relação a ele – não uma atitude indiferente, mas uma atitude efetiva e interessada
  39. 39. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 REFRAÇÃO Atmosfera multidiscursiva que recobre cada objeto da realidade Emaranhado de milhares de fios dialógicos tecidos pela consciência socioideológica em torno de cada objeto
  40. 40. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 VOZES SOCIAIS (LÍNGUAS SOCIAIS)
  41. 41. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Até o fim da década de 1920 a ciência da linguagem verbal já vinha trabalhando com a perspectiva da heterogeneidade em pelo menos duas direções: a da estratificação temporal e a da estratificação espacial
  42. 42. Voloshinov e Bakhtin sobre o mesmo tema Aquilo que chamamos de língua não é só um conjunto difuso de variedades geográficas, temporais e linguísticas Aquilo que chamamos de língua é também e principalmente um conjunto indefinido de vozes sociais
  43. 43. Heteroglossia dialogizada conjunto indefinido de vozes sociais Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 O verdadeiro ambiente de um enunciado é o plurilinguismo dialogizado (são as fronteiras) em que as vozes sociais se entrecruzam continuamente de maneira multiforme, processo em que se vão também formando novas vozes sociais
  44. 44. Heteroglossia dialogizada Бахтии́н Metáfora do Diálogo o universo da cultura é intrinsecamente responsivo, ele se move como se fosse um grande diálogo o universo da cultura é intrinsecamente responsivo, ele se move como se fosse um grande diálogo
  45. 45. Heteroglossia dialogizada Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Cada enunciado é uma resposta Todo dizer é, assim, parte integrante de uma discussão cultural (axiológica) em grande escala
  46. 46. Heteroglossia dialogizada Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Todo dizer é orientado para a resposta Todo dizer é internamente dialogizado Todo dizer não pode deixar de se orientar para o “já dito”
  47. 47. Diálogo: essa palavra mil vezes “mal-dita” Déjà vu
  48. 48. Diálogo: essa palavra mil vezes “mal-dita” A palavra diálogo designa, comumente, determinada forma composicional em narrativas escritas
  49. 49. Diálogo: essa palavra mil vezes “mal-dita” Бахтии́н DIÁLOGO F0 F1 F4 F5 F2 F3
  50. 50. Diálogo: essa palavra mil vezes “mal-dita” Бахтии́н DIÁLOGO Eventos da grande interação sociocultural de qualquer grupo humano
  51. 51. Diálogo: essa palavra mil vezes “mal-dita” Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 totalidade das atividades socioideológicas centradas na vida cotidiana totalidade das práticas socioideológicas culturalmente mais elaboradas Ideologia do cotidiano Sistemas ideológicos constituídos
  52. 52. Diálogo: essa palavra mil vezes “mal-dita” Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Ideologia do cotidiano Sistemas ideológicos constituídos
  53. 53. Diálogo: essa palavra mil vezes “mal-dita” Ideologia do cotidiano Sistemas ideológicos constituídos Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Gêneros do Discurso
  54. 54. Relações dialógicas Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 CRIAÇÃO IDEOLÓGICA
  55. 55. Relações dialógicas
  56. 56. Relações dialógicas Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 SENTIDO ENUNCIADO ENUNCIADO RELAÇÃO DIALÓGICA
  57. 57. Relações dialógicas Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 RELAÇÃO DIALÓGICA DISCURSO PALAVRAS EM UM DICIONÁRIO MORFEMAS PALAVRAS DE UMA SENTENÇA ENUNCIADO DISCURSO ENUNCIADO
  58. 58. Relações dialógicas Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 ÍNDICE SOCIAL DE VALOR ÍNDICE SOCIAL DE VALOR RELAÇÃO DIALÓGICA
  59. 59. Relações dialógicas Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 são possíveis Em relação a qualquer parte significante de um enunciado, mesmo em relação a uma só palavra Entre estilos de língua, dialetos sociais, e assim por diante Em relação a seu próprio enunciado como um todo
  60. 60. Relações dialógicas Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 AMPLITUDE DAS RELAÇÕES DIALÓGICAS confiança na palavra do outro recepção reverencial, aprendizado concordância busca pelo sentido profundo e sua natureza obrigatória significado que se sobrepõe a outro voz que se sobrepõe a outra combinação de muitas vozes que amplia a compreensão fortalecimento por meio da fusão afastamento para além dos limites do compreendido
  61. 61. Diálogo é consenso? DIÁLOGO SOLUÇÃO DE CONFLITOS ENTENDIMENTO GERAÇÃO DE CONSENSO
  62. 62. Diálogo é consenso? Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Um tenso combate dialógico ocorre nas fronteiras
  63. 63. Diálogo é consenso? Qualquer enunciado concreto, de um modo ou outro ou em um grau ou outro, faz uma declaração de acordo ou desacordo com alguma coisa Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936
  64. 64. Diálogo é consenso? O diálogo, no sentido amplo do termo, deve ser entendido como um vasto espaço de luta entre as vozes sociais
  65. 65. Heteroglossia dialogizada e luta de classes Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 VÍNCULO
  66. 66. Heteroglossia dialogizada e luta de classes Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 O signo se torna a arena onde se desenvolve a luta de classes
  67. 67. Heteroglossia dialogizada e luta de classes Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936
  68. 68. Heteroglossia dialogizada e luta de classes Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Não teorizei sobre issoComo seria discursivamente uma sociedade sem classes?
  69. 69. Heteroglossia dialogizada e luta de classes Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936
  70. 70. Heteroglossia dialogizada e luta de classes Бахтии́н Como aderir a uma verdade e, ao mesmo tempo, aceitá-la como também refratada? VERDADE
  71. 71. Resumindo o tema da dialogia Бахтии́н 1925/1926 1928/1929 VIRADA LINGUÍSTICA DIÁLOGOGRANDE METÁFORA LINGUAGEM CRIAÇÃO IDEOLÓGICA
  72. 72. Resumindo o tema da dialogia METAFÍSICA DA INTERAÇÃO UM OUTREM
  73. 73. Resumindo o tema da dialogia Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Enunciar é tomar uma posição social avaliativa A compreensão é um processo ativo em que se opõe ‘à palavra do locutor uma contrapalavra’
  74. 74. A utopia bakhtiniana Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 30 ANOS 6 ANOS Stálin
  75. 75. A utopia bakhtiniana Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 SENSO DE FÉ Atitude integral em relação a um valor superior e supremo
  76. 76. A utopia bakhtiniana Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 VALOR SUPERIOR E SUPREMO Heteroglossia e sua dialogização infinda
  77. 77. A utopia bakhtiniana Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Viver significa tomar parte no diálogo: fazer perguntas, dar respostas, dar atenção, responder, estar de acordo e assim por diante
  78. 78. A utopia bakhtiniana Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 UNIVERSIDADE DE MOSCOU Kruschev 1961 Dostoiévski
  79. 79. A utopia bakhtiniana Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Ser significa se comunicar, significa ser para um outro e, pelo outro, ser para si mesmo
  80. 80. Polifonia e carnaval Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Polifonia designa o projeto estético realizado por Dostoiévski Dostoiévski criou um gênero romanesco novo
  81. 81. Polifonia e carnaval Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 A palavra do herói (…) possui extraordinária independência na estrutura da obra; é como se soasse ao lado da palavra do autor
  82. 82. Polifonia e carnaval Pelos critérios de Bakhtin, só mesmo Dostoiévski foi um romancista polifônico No fundo, a polifonia, além de ilustrativa da filosofia do ato de Bakhtin, pode ser vista também como a metáfora que recobre a sua utopia e que ele viu materializada no projeto artístico de Dostoiévski
  83. 83. Polifonia e carnaval Bakhtin (…) se pôs a sonhar também com a possibilidade de um mundo polifônico, de um mundo radicalmente democrático, pluralista, de vozes equipolentes, em que, dizendo de modo simples, nenhum ser humano é reificado
  84. 84. Polifonia e carnaval Bakhtin viu no carnaval (…) uma poderosa força vivificante e transformadora da vida cultural, dotada de uma vitalidade indestrutível Segundo Bakhtin, “as leis, proibições e restrições que determinam a estrutura e a ordem da vida ordinária, não carnavalesca, são suspensas durante o carnaval” Nesse sentido, a festa em si é importante apenas na medida em que, ao viver o carnaval, podemos visualizar a possibilidade de outro mundo, de negar o atual e afirmar o possível
  85. 85. A filosofia do riso Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 1946 1952 Stálin
  86. 86. A filosofia do riso Para Bakhtin, o romance é o gênero literário pluriestilístico, plurilíngue e plurivocal por excelência Ele argumenta que suas raízes estão no riso e no plurilinguismo
  87. 87. A filosofia do riso Seu argumento é que a humanidade vai construindo historicamente, por meio do riso e da percepção do plurilinguismo, uma consciência descentrada (...), chamada por ele figurativamente de consciência galileana Galileu
  88. 88. A filosofia do riso Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 O romance é a expressão de uma percepção galileana da língua, uma percepção que nega o absolutismo da língua única e unitária
  89. 89. O sujeito dialógico
  90. 90. O sujeito dialógico
  91. 91. O sujeito dialógico
  92. 92. O sujeito dialógico Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 A consciência toma forma e existência nos signos criados por um grupo social no processo de sua interação social
  93. 93. O sujeito dialógico Nossos enunciados emergem – como respostas ativas que são no diálogo social – da multidão das vozes interiorizadas. Eles são, assim, heterogêneos
  94. 94. O sujeito dialógico A consciência é social de ponta a ponta Бахтии́н CONSCIÊNCIA SOCIAL SOCIAL SOCIAL SOCIAL SOCIAL
  95. 95. O sujeito dialógico Бахтии́н
  96. 96. O sujeito dialógico Бахтии́н DIÁLOGO
  97. 97. O sujeito dialógico
  98. 98. Ser autor O tema do autor e da autoria está presente, em maior ou menor grau, em quase todos os escritos conhecidos de Bakhtin
  99. 99. Ser autor O autor criador materializa certa relação axiológica com o herói e seu mundo Coração de Tinta, 2008
  100. 100. Ser autor O autor criador é, assim, quem dá forma ao conteúdo CONTEÚDO
  101. 101. Ser autor A posição autoral é, no fundo, uma máscara autoral Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975
  102. 102. Ser autor O discurso do autor criador não é a voz direta do escritor (do autor pessoa), mas um ato de apropriação refratada de uma voz social qualquer Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 VOZ SOCIAL QUALQUER DISCURSO DO AUTOR CRIADOR
  103. 103. Ser autor Mesmo que o escritor coloque suas ideias na boca do herói, não são mais suas ideias porque estão precisamente na boca do herói e se conformam ao seu todo Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975
  104. 104. Ser autor Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 PRINCÍPIO ESTETICAMENTE CRIATIVO NA RELAÇÃO AUTOR/HERÓI (PRINCÍPIO DA EXTERIORIDADE) É preciso estar fora, é preciso olhar de fora
  105. 105. Ser autor Graciliano Ramos Luís da Silva
  106. 106. A autobiografia e a autocontemplação Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Quando me olho no espelho, em meus olhos olham olhos alheios, quando me olho no espelho, não vejo o mundo com meus próprios olhos e desde o meu interior, vejo a mim mesmo com os olhos do mundo
  107. 107. A autobiografia e a autocontemplação Mikhail Bakhtin (Михаии́л Бахтии́н) 1895-1975 Когда я смотрю в зеркало, посмотри в мои глаза посторонних глаз, когда я смотрю в зеркало, я вижу мир со своими собственными глазами и с моей внутренней стороны, я вижу себя глазами мира
  108. 108. A autobiografia e a autocontemplação Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. 1861-1898 Violões que choram (1897)
  109. 109. O tema do autor no Círculo de Bakhtin Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 Apenas Voloshinov se ocupa do tema do autor
  110. 110. O tema do autor no Círculo de Bakhtin Valentin Voloshinov (Валентии́н Волои́шинов) 1895-1936 autor receptor heroi Todo estético
  111. 111. FIM

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