Imunodeficiências e alergias: tipos de hipersensibilidade
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
Imunodeficiências e Avaliação da Imunocompetência
CURSOS DE ENFERMAGEM E FISIOTERAPIA 1. O QUE É ALERGIA, ATOPIA E ANAFILAXIA ?
DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA 2. TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADE
a) Hipersensibilidade tipo I (Imediata ou Anafilática)
b) Hipersensibilidade tipo II (Citotoxicidade mediada por Ac)
c) Hipersensibilidade tipo III (Citotoxicidade mediada por Imunocomplexos)
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
d) Hipersensibilidade tipo IV (Citotoxicidade mediada por linfócitos T)
E ALERGIAS 3. QUAL A FUNÇÃO DO IgE ?
4. O QUE É UM ALÉRGENO ?
5. REAÇÃO ALÉRGICA AOS ALIMENTOS
a) Intolerância a lactose b) Doença do Celíaco
6. DIAGNÓSTICO IN VIVO DAS DOENÇAS ALÉRGICAS
Dr. Alexandre M. Fuentefria
Prof. Adjunto da Universidade Federal do Pampa 7. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS DOENÇAS ALÉRGICAS
1. ALERGIA, ATOPIA E ANAFILAXIA
a) ALERGIA
# é uma resposta exagerada do sistema imunológico a um
Ag externo (ALÉRGENO) específico, uma reação de
hipersensibilidade;
# organismo tecido ou célula capaz de apresentar uma
reação de hipersensibilidade diz-se estar sensibilizado.
# Os portadores de alergias são chamados de “alérgicos”.
2. b) ATOPIA c) ANAFILAXIA
# Atopia é um distúrbio de hipersensibilidade à diversos fatores
ambientais, COM CARÁTER GENÉTICO; # ANAFILAXIA: Certos alégenos (especialmente drogas, picada de
insetos, látex e alimentos) podem induzir à resposta mediada pela IgE,
# Exemplos de doenças atópicas: asma brônquica, rinite alérgica,
causando uma generalizada liberação de mediadores pelos mastócitos e
dermatite atópica, conjuntivite alérgica, síndrome da hipereosinofilia e
resultando em ANAFILAXIA SISTÊMICA.
alergias alimentares;
# A Anafilaxia é caracterizada por hipotensão ou choque pela
# A maioria dos indíviduos com atopia apresentam uma hiperprodução de
vasodilatação total, broncoespasmo, contração uterina e
imuglobulina do tipo E;
gastrointestinal, urticária ou angioedema.
É uma condição potencialmente fatal e pode afetar pessoas com
atopia ou não.
Urticária e angioedema são formas cutâneas da anafilaxia muito
comuns, e tem o melhor prognóstico.
3. 2. TIPOS DE HIPERSENSIBILIDADE
a) HIPERSENSIBILIDADE TIPO I
# Caracterizada por uma reação alérgica imediatamente após o contato
com o antígeno (5 a 15 min) portanto mediada por IgE
LB
# provoca a degranulação dos mastócitos (liberando histamina,
prostaglandinas e citocinas)
TH2
# As citocinas atuam como mediadores químicos sobre os basófilos;
# Também denominada de Imediata ou Anafilática; Histamina, triptase,
cininogenase
Leucotrienos-B4, C4, D4, Mediadores recem
prostaglandinas D sintetizados
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA HIPERSENSIBILIDADE TIPO I: b) HIPERSENSIBILIDADE TIPO II
# Hipersensibilidade mediada por IgM e IgG
# Citotoxicidade mediada por Ac
# Desencadeia a opsonização e ativação do sistema complemento;
# É uma reação citotóxica envolve uma reação entre IgG ou IgM
Rinite contra antígeno aderido à célula (do órgão afetado).
Asma
# Isso tipicamente resulta na destruição da célula, a qual o antígeno
está aderido (devido a cascata do complemento).
# Manifestação clínica mais comum:
a) anemia hemolítica ou doença hemolítica (sist. Rh) do recém
nascido.
Dermatite atópica Alergia Alimentar
4. d) HIPERSENSIBILIDADE TIPO IV
c) HIPERSENSIBILIDADE TIPO III
# Também chamada de hipersensibilidade retardada ou tardia;
# Reação de IgM e IgG sobre Ag solúveis formando imunocomplexos
que se depositam sobre os tecidos; # É uma reação de hipersensibilidade mediada por células T (CD4 e
CD8), portanto é celular (hipersensibilidade celular)
# Citotoxicidade mediada por imunocomplexos;
# A reação ocorre geralmente depois de 2 dias;
# Os imunocomplexos permanecem circulantes até depositarem-se
nos tecidos principalmente glomérulos e endotélio vascular; # Formação de granuloma típico cerca de
# Manifestações clínicas mais comuns: 20 dias ocorrendo necrose e
calcificação no final do processo;
a) glomerulonefrite
# Manifestações clínicas mais comuns:
b) artrite
- Dermatite de contato
- Micobacterioses
Dermatite de contato
5. 3. QUAL A FUNÇÃO DO IgE ? 4. O QUE É UM ALÉRGENO ?
# Substância que pode provocar uma reação alérgica.
# Os alérgenos são substâncias que, em algumas pessoas, o sistema
imune reconhece como "estranhas“, mas que não causam reação na
maioria das pessoas
Exemplos de alérgenos comuns:
contactantes (como substâncias químicas, plantas),
medicamentos (como antibióticos, soros),
alimentos (como leite, chocolate, trigo),
agentes infecciosos (como bactérias, vírus, parasitas animais),
inalantes (como pó, pólen, perfumes, e fumaça),
agentes físicos (como calor, luz, fricção, radiação)
REAÇÃO ALÉRGICA AOS ALIMENTOS (RAA) HISTÓRICO DAS RAA
- INTOLERÂNCIA ALIMENTAR - Hipócrates observou problemas gastrintestinais e urticária
Mecanismos não imunológicos envolvidos. com uso do leite;
Exemplo = chocolate, tomate, queijos e aditivos alimentares - 1888 → Samuel Gee, descreveu a doença celíaca (DC)
relacionando-a ao consumo das farinhas;
- 1906 → Von Pirquet introduziu o conceito de alergia;
- HIPERSENSIBILIDADE ALIMENTAR (Alergia)
- 1966 → descoberta da IgE - hipersensibilidade imediata;
Mecanismos imunológicos
- Década de 40 → desenvolvido a “ecologia clínica” a partir
1 – Manifestações intestinais:
dos estudos das alergias;
imediatas – minutos após a ingestão – IgE
ALIMENTOS MAIS ALERGÊNICOS:
tardias – horas a dias após a ingestão – IgG
leite de vaca, carne de porco, carne de vacasoja, ovo,
2 – Manifestações extra-intestinais:
trigo, amendoim, milho, nozes, crustáceos, cítricos,
sistema geniturinário, nervoso e locomotor chocolate, açúcar e corantes.
6. ALÉRGENOS ALÉRGENOS
Intolerância à lactose Intolerância à lactose
Resulta de uma deficiência da enzima lactase ou
β-galactosidase na mucosa intestinal. Como a lactose não é desdobrada
em galactose e glicose, ela passa do intestino delgado para o cólon.
No cólon as bactérias metabolizam a lactose em CO2 e H2O; o
resultado é câimbra abdominal, flatulência e diarréia espumosa, o
principal sintoma da intolerância à lactose.
A prevalência da intolerância à lactose
aumenta com a idade. Muitos indivíduos podem
tolerá-la quando pequenos e desenvolver a
intolerância com o avanço da idade.
ALÉRGENOS ALÉRGENOS
O que é glúten?
DOENÇA DO CELÍACO:
# Tradicionalmente, o glúten é definido como
uma proteína coesiva, elástica, que sobra
# Também conhecida como enteropatia glúten-sensitiva. quando uma massa de farinha de trigo
é lavada com água.
# É caracterizada pela má absorção de nutrientes do intestino como
conseqüência do dano das células epiteliais do intestino delgado. # Somente o trigo possui o glúten verdadeiro.
# Este dano intestinal ocorre em indivíduos suscetíveis, após o # No glúten existem dois tipos de
consumo das frações de proteína do trigo, cevada, aveia e centeio. proteínas chamadas de gliadinas e
glutelinas.
# Nestas proteínas um polipeptídeo tem
se mostrado danoso aos celíacos.
7. ALÉRGENOS COMO SER PREVENTIVO ÀS ALERGIAS ?
DOENÇA DO CELÍACO:
# No centeio e na cevada existem cadeias de polipeptídeos que são
similares às do trigo.
# No caso da aveia, existem cadeias de polipeptídeos pouco diferentes
das do trigo, que podem ou não ser danosas aos celíacos.
# A fração gliadina da proteína do trigo e as frações equivalentes da
prolamina da cevada, aveia e centeio são as responsáveis pela
destruição das vilosidades do intestino delgado, resultando na má
absorção de nutrientes.
Testes Cutâneos (Patch-test)
5. DIAGNÓSTICO IN VIVO DAS DOENÇAS
ALÉRGICAS:
a) Teste cutâneo de leitura imediata
# Testes para reações de hipersensibilidade tipo I
# Prick test; Patch test
# Testes geralmente realizados na superfície volar do antebraço, em
local sem ferimentos (Prick-test)
# Uma gota do extrato alergênico é colocada sobre a superfície da
pele e o alérgeno é introduzido pela punctura (picada) através da gota.
# Reação imediata é observada 15 a 20 minutos depois pápula;
# Utilizar controle positivo (histamina) e controle negativo (diluente
do extrato)
8. b) Dosagem do IgE sérica total
6. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS
DOENÇAS ALÉRGICAS (tipo I): # Possui baixa especificidade para a etiologia;
# Na homeostase, há níveis baixos de IgE (130 ng/mL)
a) Eosinofilia sanguínea periférica # Entretanto, indivíduos alérgicos (atópicos) podem apresentar níveis
normais de IgE total, mas níveis altos de IgE específica
# Os eosinófilos periféricos representam 2 – 4% do total de
# Por isso recomenda-se dosagem de IgE específica !!!
leucócitos circulantes (60 - 300 células/mm3)
# Eosinofilia ocorre quando o número de eosinófilos ultrapassa 5% do
c) Dosagem do IgE específica
total de leucócitos, ou seja, 400 células/mm3
# Teste de IgE direcionado a um Ag (complexo Ag-Ac)
# Está relacionada com infecções parasitárias e doenças alérgicas;
# Particularmente útil quando os testes cutâneos não podem ser
Obs:. Em virtude do grande número de helmintos no Brasil, deve-se
realizados (pacientes com uso de anti-histamínicos ou doenças
ter cuidado no diagnóstico de alergias pela observação da eosinofilia;
cutâneas generalizadas)
# Primeiro ensaio Radioallergosorbent test (RAST) RIE
# Atualmente ELISA, Quimioluminescência, Fluorescência