SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
1
AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL
Autor: Fernando Zornitta *² Versão C
Idéias e boas práticas podem mudar o mundo, para melhor.
_______________________________________________________________________________
ACEFALIA E O DÉFICIT HABITACIONAL – Texto discorre sobre as errôneas políticas
habitacionais no Brasil, as quais se guiam pela lógica do mercado e para uma demanda
que não tem acesso à renda e nem ao crédito junto aos agentes financeiros; política essa
que também não permite nenhuma hipótese para a solução fora desta paranóica e
ineficaz linha filosófica que perpetua o mesmo estado de coisas.
_______________________________________________________________________________
AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL
O epicentro do problema habitacional no Brasil não é a falta de crédito, mas sim
a falta de cérebro.
O déficit habitacional no Brasil, de 7,7 milhões de UH e de 40 milhões de
brasileiros sem teto, segundo estimativas da ONU, é muito maior e pode chegar
a perto de 20 milhões de unidades e a bem mais de 50% da população brasileira,
se considerarmos o mar de excluídos que vivem nas periferias das grandes
cidades, em assentamentos urbanos precários, que vegetam em sub-habitações
e sem os serviços básicos urbanos nas “áreas impróprias e de risco”; os quais
não têm para onde ir quando as catástrofes todo ano lhes batem a porta dos
seus barracos nas favelas e em outros desarranjos humanos onde “habitam”.
No cálculo da ONU, o déficit habitacional pode chegar de 12,7 a 13 milhões de
habitações, se considerarmos as “moradias inadequadas” - sem infra-estrutura
básica, sendo que 92% destas das populações mais pobres.
No lançamento em setembro de 2005 no Rio de Janeiro do Relatório Global Sobre
Assentamentos Humanos: Financiamento Para Moradia do HABITAT (agência das
Nações Unidas), o representante desta instituição, Erik Vittrup, afirmou que "um
dos problemas do acesso a moradia no Brasil é a falta de posses, o que
inviabiliza o acesso aos financiamentos".
Embora essa constatação e afirmativa verdadeira - que é de conhecimento
público e das instituições responsáveis há décadas, a burrice e a tacanhez
continuam dando o tom no trato da questão habitacional no país e centrando as
políticas no “crédito” (para a aquisição da casa própria), quando a grande
maioria dos sem teto e excluídos sequer uma vez na vida entrou em uma
agência bancária; não têm como comprovar renda e nem dar garantias, não tem
acesso à saúde, à educação e sequer se alimenta de acordo com os padrões
mínimos de subsistência.
A falta de bom senso também faz construir com dinheiro público, casas para
desocupar as áreas urbanas impróprias, numa proporção ínfima e incapaz de
AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL
Por Fernando Zornitta
2
atender a crescente demanda dos fluxos migratórios que cada vez mais chegam
em avalanches às cidades na busca da oportunidade e de melhores condições de
vida.
O problema habitacional além de nunca encarado e nem corretamente tratado no
Brasil está diretamente ligado a outros problemas das camadas que não têm
acesso à moradia, sendo o principal a falta de acesso a uma fonte de renda
(questão que nunca foi pensada numa relação que não seja pelo “emprego”).
Também está numa relação direta da falta de incentivo à organização social e
de participação comunitária, práxis que poderia oferecer as ferramentas para a
incorporação dos valores humanos de forma endógena enquanto promoveria o
resgate da cidadania pela participação e pela inclusão social, além de fazer gerar
renda sem qualquer compromisso com um “emprego” além de induzir a políticas
públicas com um pouco mais de massa cinzenta.
A propensão de geração de renda, deve para tanto ter “um espectro maior e
sistêmico” de abordagem e ser abarcado localmente nas comunidades, para que,
enquanto está criando as oportunidades de renda, também esteja contribuindo
para a resolução dos próprios problemas e, não de fora para dentro, como no
sistema de emprego tradicional, que depende de outras variáveis, tal como
competências – que por sua vez depende de educação; experiências anteriores –
dentre tantas outras.
O acesso à renda e à vida não pressupõe um emprego. Prova incontestável são
os cerca de 60% da população brasileira que não têm acesso ao perseguido,
alardeado e intangível, mas continua respirando. Entretanto, no tradicional
sistema produtivo, o papagaiado discurso público comprometido com a
arrecadação e com as vertentes “econométricas” e “globalísticas” (mas não com
a solução do problema) é o da “geração de emprego” e é interpretado ao pé da
letra por quem tenta sobreviver no que se convencionou chamar de “economia
informal” – o qual é visto como fora da lei, como criminoso se não alinhado com
a “legalidade”.
Essa, paradoxalmente, é a maior parcela da população que tenta sobreviver sem
competências para se qualificar a um “emprego”, aliás, ao subemprego. Essa é
também, uma das irracionalidades estabelecidas e que emperra novos arranjos
produtivos e a efetividade de programas alternativos de inclusão social,
principalmente porque numa economia dependente, de um país subdesenvolvido
como o Brasil que gravita numa economia globalizada, o número de oferta de
empregos é ínfimo e depende destas competências que só se consubstanciam
pela educação, que por sua vez está inacessível a quem mais necessita; que não
oferece oportunidades à massa de jovens que se “qualificam” e se submetem a
subempregos pela inexperiência, a estágios e outras formas aviltantes de
exploração – que beiram a bestialidade - e nem ao cidadão que nunca teve
acesso à educação. E, tudo isso, consubstanciado por uma premissa errada.
A cidade que seria o oásis da oportunidade, não está preparada para atender a
demanda cada vez mais crescente dos contingentes humanos de excluídos que
migram em busca de melhores condições de vida, desqualificados às vagas de
trabalho oferecidas e que só encontram uma única possibilidade de renda: na
AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL
Por Fernando Zornitta
3
“economia informal”. Isso é fato e essa realidade não pode deixar de ser
encarada.
Dentre os problemas dos países do terceiro mundo, o habitacional é um dos
mais sintomáticos da condição de exclusão. As cidades que se incham e se
desqualificam não tem conseguido oferecer o acesso à moradia, aos serviços
básicos e nem as oportunidades na mesma proporção que a demanda, para
aqueles que migram em busca de melhores condições de vida e, o poder público,
tradicionalmente atua só nos efeitos (tentando suprir a demanda pelas pressões)
e não nas causas dos principais problemas urbanos, correndo que nem cachorro
louco atrás do rabo sem conseguir pegá-lo nunca.
No Brasil, como de resto nos demais países mais atrasados onde a exclusão
social é o principal problema, a demanda por habitação cresce e o custo se
eleva, a renda decresce e se concentra cada vez mais. Paradoxalmente, podemos
comprovar nestes países que, quem edifica as cidades e os suntuosos prédios
das camadas mais privilegiadas, a infra-estrutura e os equipamentos
públicos, não têm acesso ao seu próprio teto (os mesmos que moram nas
periferias, nas favelas e nas áreas de risco, são os mesmos que emprestam o
seu trabalho quase escravo na construção civil, para edificar e materializar a
cidade).
Paradoxalmente também (não bastassem essas políticas públicas erradas) é
nestes países - que menos recursos têm – que ocorre uma prática que nos
envergonha: a da corrupção, que é promovida por políticos e administradores
públicos antiéticos, que se emporcalharem na lama da corrupção, enquanto
cidadãos sem oportunidade morrem na esperança da oportunidade, da solução
dos seus principais problemas e do acesso aos serviços públicos pelas mãos
deles.
A grande maioria das boas e criativas propostas para a solução dos problemas -
dentre estes o habitacional (que via de regra ocorre por políticas públicas
estereotipadas, envolvendo empresas, agentes financeiros, construção de UH
pelo governo, etc...) – não são aproveitadas por não terem sido propostas para
serem implantadas dentro do sistema tradicional e por não visarem o “negócio”,
o “lucro”, a “geração de impostos e de empregos” e, justamente por isso,
não têm conseguido a atenção dos dirigentes no Brasil, embora sejam
exatamente as que ofereçam a solução.
Os programas tradicionais para habitação, que passam por agentes financeiros,
são inacessíveis a quem necessita - cuja causa principal foi tratada no Relatório
Global do HABITAT e citada pelo seu representante no Brasil (“a falta de posses
dos cidadãos, o que inviabiliza o acesso aos financiamentos”) e que os
incompetentes, ausentes políticos e administradores públicos, querem e teimam
em resolver da forma tradicional, “pelo mercado”, na esfera das empresas,
instituições de financiamento e outros monstros intangíveis da estrutura
produtiva - segundo a ótica do humilde necessitado de um teto próprio (os 60%
da população brasileira que subsiste na economia informal, na pobreza e na
miséria).
AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL
Por Fernando Zornitta
4
Também contribuem para isso, os caquéticos, arraigados e acéfalos senhores,
que fazem parte da mega estrutura que se tornou a ONU, muito ativa, muito
exposta na mídia, mas com poucos resultados práticos e sem poder de reversão
dos problemas sem sair da esfera de “governos”, acreditando nas “idéias” e não
nas instituições; com suas agências e programas que atuam nos efeitos e não
chegam às “causas verdadeiras e nem as corretas soluções”; com os
desnorteados governos dos países mais atrasados – que só fazem constatar o
óbvio, enquanto também nada fazem – governo após governo.
E, todos neste contexto, nem ao menos dão-se conta do tempo perdido na
solução dos problemas através de projetos simples, das forças endógenas e com
os quais já poder-se-ia ter resolvido grande parte deste (o habitacional) e de
outros problemas humanos e ambientais.
Na grande maioria das vezes para os acéfalos, a solução para ter valor tem de
ter grandiosidade - ser espetacular, bombástica, megalomaníaca e ter
repercussão na mídia. O know-how, as idéias, a “prata da casa” e a “massa
cinzenta tupiniquim” não têm valor e, aqueles que tentam levar novas idéias
para a solução dos velhos problemas fazendo-as chegar às esferas competentes
nos seus próprios países (os quais ainda são comandados por sistemas políticos
que não possibilitam a interação com a sociedade), frustram-se porque não
encontram eco.
Neste círculo vicioso ficam impedidas as hipóteses da inovação e da criação de
possibilidades de inclusão social e de acesso à habitação, que poderiam vir de
forma simples, fora do tradicional sistema mercadológico e com a participação
direta dos próprios interessados; sem deixar de ater-se aos padrões técnicos
ideais, mas com o componente diferencial da união das forças sociais e da
participação comunitária e cidadã, de forma direta e com efetividade.
Países ricos em recursos, mas minados por uma filosofia “econométrica”,
permeados pela corrupção, pela incompetência e guiados pelas estruturas
empresariais que detém o poder econômico e que contribuem para a
concentração da renda, ficam impedidos de oferecer uma solução lógica para
resolver definitivamente esse vergonhoso quadro de exclusão social e
conseqüentemente do déficit habitacional.
O discurso da “responsabilidade social”, que vem com práticas assistencialistas e
em migalhas, não tem conseguido e nem conseguirá promover mudanças
estruturais. Responsabilidade social – na verdadeira acepção da palavra –
implicaria em incentivar novos caminhos, porque os já conhecidos se mostraram
ineficientes e servem para manter o mesmo estado de coisas
(comprovadamente).
As ONGs também tentam suprir a deficiência do Estado, mas ficam a mercê das
mesmas políticas públicas que lhes condicionam até mesmo as suas linhas e
filosofias errôneas de ação e, a sociedade civil e as suas instituições – que
querem dar a sua contribuição - também estão refém da falta de massa cinzenta
do governo assistencialista – que dá o peixe mas não ensina a pescar e nem
oferece a oportunidade da organização das competências para tal - além das
instituições internacionais que lhes dão reconhecimento e suporte para a
AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL
Por Fernando Zornitta
5
barbárie e raramente ouvem e dão um voto de crédito às outras estâncias da
sociedade, as quais estão mais próximas dos problemas e sabem onde o calo
aperta.
Enquanto vemos o Estado acuado pelos problemas, pela ineficiência e pela
corrupção da máquina pública; anestesiado pelo sistema de forças da economia
mundial (cada vez mais excludente e insustentável) e nossos governantes
pisando em ovos nas relações internacionais, tentando se inserir no mundo
globalizado (e, para isso, competindo munidos de pás e enxadas com as
tecnologias de ponta dos países mais adiantados), vemos a indecisão e a
desaglutinação das forças sociais – que poderiam reverter esse triste e
catastrófico quadro de forma endógena e através de novos pressupostos mais
abertos e participativos.
Só com novas idéias - fora do sistema tradicional da empresa, emprego com
salários de fome (onde só os mais preparados, mais bem educados, mais bem
alimentados, etc.... é que têm acesso aos benefícios) - é que poderemos
encontrar as portas de saída para o caos que a humanidade vem construindo nos
últimos séculos, principalmente nos países mais atrasados (e de forma bastante
estúpida no Brasil) os quais vêm acelerando a depreciação dos seus patrimônios
ambientais e concentrado cada vez mais a renda sem resolver os seus principais
problemas.
Até que se tenha a inclusão social de fato e todo o ser humano vivendo com
dignidade no meio urbano ou rural, e que tenhamos um meio ambiente - que dá
suporte as atividades produtivas e a vida – saudável e equilibrado; nada pode
ser considerado utópico – nenhuma idéia, porque dentro das tradicionais práticas
e do rumo que seguimos, o nosso fim já está determinado: pobres e excluídos
gerando mais pobres e cada vez mais excluídos, depreciação ambiental e
diminuição da qualidade de vida de todos para o conforto de uma minoria
privilegiada que está bem perto – no país de origem dos problemas - e para
atender a demanda em produtos e serviços de quem está a milhares de
quilômetros nos países de primeiro mundo.
A partir das novas propostas de soluções e, elegidas as coerentes, precisamos de
posturas éticas, de fortes alianças no sentido da reversão; precisamos de todas
as forças da sociedade - unidas no mesmo rumo - cada um fazendo a sua parte e
dando a sua contribuição.
Por primeiro, é preciso termos o reconhecimento da validade das propostas, o
aval para a implantação das mesmas e, para qualquer iniciativa a ser
implantada - constatadas as suas eficiências - que sejam amplamente
divulgados, incentivadas e repetidas – independentemente da instituição ou de
quem propôs.
Para a habitação ou para qualquer outro problema humano, a solução por certo
estará no compromisso ético com a respectiva resolução, mas principalmente, na
quantidade de massa cinzenta disponibilizada, que saberá distinguir as boas
idéias e, por certo não dará atenção às políticas tradicionais, nem aos projetos e
aos programas que se prestam a continuidade do mesmo estado de coisas, em
benefício da empresa, na ótica da economia e do mercado e, envolvendo um
AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL
Por Fernando Zornitta
6
sistema tradicional e inepto de instituições e de governos; internas e externas
aos países que buscam alternativas de saídas para o caos que deixaram se
estabelecer.
A solução do problema habitacional, como de resto da grande parte dos
problemas dos excluídos, não podem ser resolvidos através das políticas erradas,
baseadas em premissas incongruentes e sem ir ao epicentro dos problemas, que
no caso brasileiro (e de vários outros países na sua mesma condição), não é e
nunca foi o da falta de crédito, mas sim – e unicamente - da falta de cérebro.
________________________________________________
*² José Fernando Zornitta – Arquiteto e Urbanista, doutorando pela Un. Barcelona;
pós-graduado em Lazer e Recreação (UFRGS – Porto Alegre), em Turismo (ONU/WTO -
Roma/Itália). Participou de Estágio de Aperfeiçoamento em Planejamento Turístico
(Laboratório de Geografia Econômica da Universidade de Messina - Messina/Itália). É
Técnico de Realização Audiovisual e também desenvolve atividades como artista plástico.
Co-idealizador do Movimento GREEN WAVE, sócio-fundador e co-idealizador da
APOLO – Associação de Cinema e Vídeo e da UNISPORTS – Esportes, Lazer e
Cidadania.
Co-autor da USINA MULTIPRODUTIVA COMUNITÁRIA, uma proposta de inclusão
social, de geração de renda e para a solução dos problemas humanos de forma endógena
e participativa.
E-mails: fzornitta@uol.com.br / fzornitta@hotmail.com
Fones: (51) 93250793 / (85) 99480120

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Programa pcb para as cidades
Programa pcb para as cidadesPrograma pcb para as cidades
Programa pcb para as cidadesmagnoskamarada
 
governança solidária local
governança solidária localgovernança solidária local
governança solidária localjandira feijó
 
Aula 2 Mercado de trabalho e desigualdades- 2º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Aula 2   Mercado de trabalho e desigualdades- 2º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoAula 2   Mercado de trabalho e desigualdades- 2º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Aula 2 Mercado de trabalho e desigualdades- 2º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 
Gabarito prova cidadania direitos,_segregaçao, (1)
Gabarito prova cidadania direitos,_segregaçao, (1)Gabarito prova cidadania direitos,_segregaçao, (1)
Gabarito prova cidadania direitos,_segregaçao, (1)Atividades Diversas Cláudia
 
O estado de s. paulo 05.03
O estado de s. paulo 05.03O estado de s. paulo 05.03
O estado de s. paulo 05.03Meio & Mensagem
 
Curso de Redação para o Enem: Aula 6
Curso de Redação para o Enem: Aula 6Curso de Redação para o Enem: Aula 6
Curso de Redação para o Enem: Aula 6Aline Gomes
 
Programa de governo da candidata Marília Arraes
Programa de governo da candidata Marília ArraesPrograma de governo da candidata Marília Arraes
Programa de governo da candidata Marília Arraespoliticaleiaja
 
Curso de Redação para o Enem: Aula 3
Curso de Redação para o Enem: Aula 3Curso de Redação para o Enem: Aula 3
Curso de Redação para o Enem: Aula 3Aline Gomes
 
Dívida pública beneficiários e pagadores 1ª parte-
Dívida pública   beneficiários e pagadores  1ª parte-Dívida pública   beneficiários e pagadores  1ª parte-
Dívida pública beneficiários e pagadores 1ª parte-GRAZIA TANTA
 
Desigualdade social e_economica
Desigualdade social e_economicaDesigualdade social e_economica
Desigualdade social e_economicaalessandro
 
Roteiro de estudos_autoral_06_a_10_de_julho_(2)
Roteiro de estudos_autoral_06_a_10_de_julho_(2)Roteiro de estudos_autoral_06_a_10_de_julho_(2)
Roteiro de estudos_autoral_06_a_10_de_julho_(2)escolacaiosergio
 
Economia feminista e soberania alimentar: Avanços e desafios.
Economia feminista e soberania alimentar: Avanços e desafios.Economia feminista e soberania alimentar: Avanços e desafios.
Economia feminista e soberania alimentar: Avanços e desafios.Oxfam Brasil
 
Avaliação se sociologia 1º ano
Avaliação se sociologia 1º anoAvaliação se sociologia 1º ano
Avaliação se sociologia 1º anoananiasdoamaral
 
Aula 4 o trabalho infantil no brasil- Prof. Noe Assunção
Aula 4   o trabalho infantil no brasil- Prof. Noe AssunçãoAula 4   o trabalho infantil no brasil- Prof. Noe Assunção
Aula 4 o trabalho infantil no brasil- Prof. Noe AssunçãoProf. Noe Assunção
 

Mais procurados (19)

Programa pcb para as cidades
Programa pcb para as cidadesPrograma pcb para as cidades
Programa pcb para as cidades
 
O Brasil sem miséria
O Brasil sem misériaO Brasil sem miséria
O Brasil sem miséria
 
governança solidária local
governança solidária localgovernança solidária local
governança solidária local
 
Aula 2 Mercado de trabalho e desigualdades- 2º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Aula 2   Mercado de trabalho e desigualdades- 2º Sociologia - Prof. Noe AssunçãoAula 2   Mercado de trabalho e desigualdades- 2º Sociologia - Prof. Noe Assunção
Aula 2 Mercado de trabalho e desigualdades- 2º Sociologia - Prof. Noe Assunção
 
Gabarito prova cidadania direitos,_segregaçao, (1)
Gabarito prova cidadania direitos,_segregaçao, (1)Gabarito prova cidadania direitos,_segregaçao, (1)
Gabarito prova cidadania direitos,_segregaçao, (1)
 
O estado de s. paulo 05.03
O estado de s. paulo 05.03O estado de s. paulo 05.03
O estado de s. paulo 05.03
 
Curso de Redação para o Enem: Aula 6
Curso de Redação para o Enem: Aula 6Curso de Redação para o Enem: Aula 6
Curso de Redação para o Enem: Aula 6
 
Exercicios sosiologia 7
Exercicios sosiologia  7Exercicios sosiologia  7
Exercicios sosiologia 7
 
Programa de governo da candidata Marília Arraes
Programa de governo da candidata Marília ArraesPrograma de governo da candidata Marília Arraes
Programa de governo da candidata Marília Arraes
 
Prova de cidadania sociologia (1)
Prova de cidadania  sociologia (1)Prova de cidadania  sociologia (1)
Prova de cidadania sociologia (1)
 
Curso de Redação para o Enem: Aula 3
Curso de Redação para o Enem: Aula 3Curso de Redação para o Enem: Aula 3
Curso de Redação para o Enem: Aula 3
 
Dívida pública beneficiários e pagadores 1ª parte-
Dívida pública   beneficiários e pagadores  1ª parte-Dívida pública   beneficiários e pagadores  1ª parte-
Dívida pública beneficiários e pagadores 1ª parte-
 
Desigualdade social e_economica
Desigualdade social e_economicaDesigualdade social e_economica
Desigualdade social e_economica
 
Outra campanha texto corrido
Outra campanha texto corridoOutra campanha texto corrido
Outra campanha texto corrido
 
Roteiro de estudos_autoral_06_a_10_de_julho_(2)
Roteiro de estudos_autoral_06_a_10_de_julho_(2)Roteiro de estudos_autoral_06_a_10_de_julho_(2)
Roteiro de estudos_autoral_06_a_10_de_julho_(2)
 
Economia feminista e soberania alimentar: Avanços e desafios.
Economia feminista e soberania alimentar: Avanços e desafios.Economia feminista e soberania alimentar: Avanços e desafios.
Economia feminista e soberania alimentar: Avanços e desafios.
 
Avaliação se sociologia 1º ano
Avaliação se sociologia 1º anoAvaliação se sociologia 1º ano
Avaliação se sociologia 1º ano
 
Aula 4 o trabalho infantil no brasil- Prof. Noe Assunção
Aula 4   o trabalho infantil no brasil- Prof. Noe AssunçãoAula 4   o trabalho infantil no brasil- Prof. Noe Assunção
Aula 4 o trabalho infantil no brasil- Prof. Noe Assunção
 
Cadernos de Estudos: Desenvolvimento Social em Debate - número 23
Cadernos de Estudos: Desenvolvimento Social em Debate - número 23Cadernos de Estudos: Desenvolvimento Social em Debate - número 23
Cadernos de Estudos: Desenvolvimento Social em Debate - número 23
 

Destaque

Convite audiência FID n 99 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Convite audiência FID n 99 TECNOLOGIAS ASSISTIVASConvite audiência FID n 99 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Convite audiência FID n 99 TECNOLOGIAS ASSISTIVASFernando Zornitta
 
Jornades "Comunicació 3.0 i accessibilitat total". Ponència de Joan Gil: "Com...
Jornades "Comunicació 3.0 i accessibilitat total". Ponència de Joan Gil: "Com...Jornades "Comunicació 3.0 i accessibilitat total". Ponència de Joan Gil: "Com...
Jornades "Comunicació 3.0 i accessibilitat total". Ponència de Joan Gil: "Com...Museu Marítim de Barcelona
 
O rabisco do meu amigo
O rabisco do meu amigoO rabisco do meu amigo
O rabisco do meu amigoluhanmonti
 
OPERATIVO_ CARNAVAL_2011.xls
OPERATIVO_ CARNAVAL_2011.xlsOPERATIVO_ CARNAVAL_2011.xls
OPERATIVO_ CARNAVAL_2011.xlsbomberosanzoetgui
 
Fisiologia de oclusion
Fisiologia de oclusionFisiologia de oclusion
Fisiologia de oclusionCat Lunac
 
Diapositivas sesión 3 curso tic
Diapositivas sesión 3 curso ticDiapositivas sesión 3 curso tic
Diapositivas sesión 3 curso ticaryvic275300
 
Plan de seguimiento gestión 2011
Plan de seguimiento gestión 2011Plan de seguimiento gestión 2011
Plan de seguimiento gestión 2011maliarca
 
Revisión global de auditoria
Revisión global de auditoriaRevisión global de auditoria
Revisión global de auditoriadianap870715
 
A copa do mundo de futebol, o turismo e os problemas para as pc ds
A copa do mundo de futebol, o turismo e os problemas para as pc dsA copa do mundo de futebol, o turismo e os problemas para as pc ds
A copa do mundo de futebol, o turismo e os problemas para as pc dsFernando Zornitta
 
Arte do dia a dia
Arte do dia a diaArte do dia a dia
Arte do dia a diaCEF16
 
Tribunal regional do trabalho parana
Tribunal regional do trabalho paranaTribunal regional do trabalho parana
Tribunal regional do trabalho paranaLuciano T. Lima
 
50 anos lotericas caixa.rev
50 anos lotericas caixa.rev50 anos lotericas caixa.rev
50 anos lotericas caixa.revTati_Borghi
 
MUSEO DE CACERES
MUSEO DE CACERESMUSEO DE CACERES
MUSEO DE CACERESMALTLuengo
 
Nadal a Catalunya vs Nadal a Bolívia
Nadal a Catalunya vs Nadal a BolíviaNadal a Catalunya vs Nadal a Bolívia
Nadal a Catalunya vs Nadal a Bolíviammonsobou
 
Avaliacao institucional da UFRN 2012
Avaliacao institucional da UFRN 2012Avaliacao institucional da UFRN 2012
Avaliacao institucional da UFRN 2012proplan
 
Edital 112014 gestão de pessoas - ead
Edital 112014   gestão de pessoas - eadEdital 112014   gestão de pessoas - ead
Edital 112014 gestão de pessoas - eadcapacitacaoufcg
 

Destaque (20)

Convite audiência FID n 99 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Convite audiência FID n 99 TECNOLOGIAS ASSISTIVASConvite audiência FID n 99 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
Convite audiência FID n 99 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
 
Jornades "Comunicació 3.0 i accessibilitat total". Ponència de Joan Gil: "Com...
Jornades "Comunicació 3.0 i accessibilitat total". Ponència de Joan Gil: "Com...Jornades "Comunicació 3.0 i accessibilitat total". Ponència de Joan Gil: "Com...
Jornades "Comunicació 3.0 i accessibilitat total". Ponència de Joan Gil: "Com...
 
O rabisco do meu amigo
O rabisco do meu amigoO rabisco do meu amigo
O rabisco do meu amigo
 
OPERATIVO_ CARNAVAL_2011.xls
OPERATIVO_ CARNAVAL_2011.xlsOPERATIVO_ CARNAVAL_2011.xls
OPERATIVO_ CARNAVAL_2011.xls
 
Fisiologia de oclusion
Fisiologia de oclusionFisiologia de oclusion
Fisiologia de oclusion
 
Diapositivas sesión 3 curso tic
Diapositivas sesión 3 curso ticDiapositivas sesión 3 curso tic
Diapositivas sesión 3 curso tic
 
Plan de seguimiento gestión 2011
Plan de seguimiento gestión 2011Plan de seguimiento gestión 2011
Plan de seguimiento gestión 2011
 
Empresarial 5
Empresarial 5Empresarial 5
Empresarial 5
 
Revisión global de auditoria
Revisión global de auditoriaRevisión global de auditoria
Revisión global de auditoria
 
Mazagão
MazagãoMazagão
Mazagão
 
A copa do mundo de futebol, o turismo e os problemas para as pc ds
A copa do mundo de futebol, o turismo e os problemas para as pc dsA copa do mundo de futebol, o turismo e os problemas para as pc ds
A copa do mundo de futebol, o turismo e os problemas para as pc ds
 
Arte do dia a dia
Arte do dia a diaArte do dia a dia
Arte do dia a dia
 
Reflexiones de semana santa
Reflexiones de semana santaReflexiones de semana santa
Reflexiones de semana santa
 
Tribunal regional do trabalho parana
Tribunal regional do trabalho paranaTribunal regional do trabalho parana
Tribunal regional do trabalho parana
 
Crizeida arrumar
Crizeida   arrumarCrizeida   arrumar
Crizeida arrumar
 
50 anos lotericas caixa.rev
50 anos lotericas caixa.rev50 anos lotericas caixa.rev
50 anos lotericas caixa.rev
 
MUSEO DE CACERES
MUSEO DE CACERESMUSEO DE CACERES
MUSEO DE CACERES
 
Nadal a Catalunya vs Nadal a Bolívia
Nadal a Catalunya vs Nadal a BolíviaNadal a Catalunya vs Nadal a Bolívia
Nadal a Catalunya vs Nadal a Bolívia
 
Avaliacao institucional da UFRN 2012
Avaliacao institucional da UFRN 2012Avaliacao institucional da UFRN 2012
Avaliacao institucional da UFRN 2012
 
Edital 112014 gestão de pessoas - ead
Edital 112014   gestão de pessoas - eadEdital 112014   gestão de pessoas - ead
Edital 112014 gestão de pessoas - ead
 

Semelhante a Acefaleia e o deficit habitacional

Acefaleia e o deficit habitacional
Acefaleia e o deficit habitacionalAcefaleia e o deficit habitacional
Acefaleia e o deficit habitacionalFernando Zornitta
 
Maricato, e. erradicar o analfabetismo urbanístico
Maricato, e. erradicar o analfabetismo urbanísticoMaricato, e. erradicar o analfabetismo urbanístico
Maricato, e. erradicar o analfabetismo urbanísticoFilipe Carvalho
 
O Homem, ser social e fragmentado
O Homem, ser social e fragmentadoO Homem, ser social e fragmentado
O Homem, ser social e fragmentadoGRAZIA TANTA
 
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxiGRAZIA TANTA
 
O brasil rumo à ingovernabilidade
O brasil rumo à ingovernabilidadeO brasil rumo à ingovernabilidade
O brasil rumo à ingovernabilidadeFernando Alcoforado
 
Uso do repertório sóciocultural
Uso do repertório sócioculturalUso do repertório sóciocultural
Uso do repertório sócioculturalJoão Mendonça
 
Apresentação: A nova classe média brasileira: cidadãos plenos ou consumidores...
Apresentação: A nova classe média brasileira: cidadãos plenos ou consumidores...Apresentação: A nova classe média brasileira: cidadãos plenos ou consumidores...
Apresentação: A nova classe média brasileira: cidadãos plenos ou consumidores...Gabriela da Fonseca
 
As eleições à luz da história antipovo
As eleições à luz da história antipovoAs eleições à luz da história antipovo
As eleições à luz da história antipovoSerginho Sucesso
 
Nota informativa oxfam_datafolha_nos_desigualdades
Nota informativa oxfam_datafolha_nos_desigualdadesNota informativa oxfam_datafolha_nos_desigualdades
Nota informativa oxfam_datafolha_nos_desigualdadesEditora 247
 
O iptu vai ao shopping de metrô dez13
O iptu vai ao shopping de metrô dez13O iptu vai ao shopping de metrô dez13
O iptu vai ao shopping de metrô dez13Glauber Piva
 
A verdadeira e a falsa política de inclusão social
A verdadeira e a falsa política de inclusão socialA verdadeira e a falsa política de inclusão social
A verdadeira e a falsa política de inclusão socialFernando Alcoforado
 
Relatório a distancia_que_nos_une
Relatório a distancia_que_nos_uneRelatório a distancia_que_nos_une
Relatório a distancia_que_nos_uneJornal do Commercio
 
Texto vera telles
Texto vera tellesTexto vera telles
Texto vera tellesNandaTome
 
Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf
Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdfRelatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf
Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdfLilianeBA
 
Texto desigualdades sociespaciais-
Texto  desigualdades sociespaciais-Texto  desigualdades sociespaciais-
Texto desigualdades sociespaciais-blogarlete
 
Manual do Candidato do PSDB 2016
Manual do Candidato do PSDB 2016Manual do Candidato do PSDB 2016
Manual do Candidato do PSDB 2016Paulo Veras
 
As Politicas sociais no Brasil
As Politicas sociais no BrasilAs Politicas sociais no Brasil
As Politicas sociais no Brasilveraserra
 

Semelhante a Acefaleia e o deficit habitacional (20)

Acefaleia e o deficit habitacional
Acefaleia e o deficit habitacionalAcefaleia e o deficit habitacional
Acefaleia e o deficit habitacional
 
Maricato, e. erradicar o analfabetismo urbanístico
Maricato, e. erradicar o analfabetismo urbanísticoMaricato, e. erradicar o analfabetismo urbanístico
Maricato, e. erradicar o analfabetismo urbanístico
 
O Homem, ser social e fragmentado
O Homem, ser social e fragmentadoO Homem, ser social e fragmentado
O Homem, ser social e fragmentado
 
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi2201   a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
2201 a precariedade suprema no capitalismo do século xxi
 
O brasil rumo à ingovernabilidade
O brasil rumo à ingovernabilidadeO brasil rumo à ingovernabilidade
O brasil rumo à ingovernabilidade
 
Uso do repertório sóciocultural
Uso do repertório sócioculturalUso do repertório sóciocultural
Uso do repertório sóciocultural
 
Apresentação: A nova classe média brasileira: cidadãos plenos ou consumidores...
Apresentação: A nova classe média brasileira: cidadãos plenos ou consumidores...Apresentação: A nova classe média brasileira: cidadãos plenos ou consumidores...
Apresentação: A nova classe média brasileira: cidadãos plenos ou consumidores...
 
As eleições à luz da história antipovo
As eleições à luz da história antipovoAs eleições à luz da história antipovo
As eleições à luz da história antipovo
 
Nota informativa oxfam_datafolha_nos_desigualdades
Nota informativa oxfam_datafolha_nos_desigualdadesNota informativa oxfam_datafolha_nos_desigualdades
Nota informativa oxfam_datafolha_nos_desigualdades
 
O iptu vai ao shopping de metrô dez13
O iptu vai ao shopping de metrô dez13O iptu vai ao shopping de metrô dez13
O iptu vai ao shopping de metrô dez13
 
A verdadeira e a falsa política de inclusão social
A verdadeira e a falsa política de inclusão socialA verdadeira e a falsa política de inclusão social
A verdadeira e a falsa política de inclusão social
 
O brasil desgovernado
O brasil desgovernadoO brasil desgovernado
O brasil desgovernado
 
A distância que nos une
A distância que nos uneA distância que nos une
A distância que nos une
 
Relatório a distancia_que_nos_une
Relatório a distancia_que_nos_uneRelatório a distancia_que_nos_une
Relatório a distancia_que_nos_une
 
Texto vera telles
Texto vera tellesTexto vera telles
Texto vera telles
 
Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf
Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdfRelatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf
Relatorio_A_distancia_que_nos_une.pdf
 
Texto desigualdades sociespaciais-
Texto  desigualdades sociespaciais-Texto  desigualdades sociespaciais-
Texto desigualdades sociespaciais-
 
Manual do Candidato do PSDB 2016
Manual do Candidato do PSDB 2016Manual do Candidato do PSDB 2016
Manual do Candidato do PSDB 2016
 
Dede3
Dede3Dede3
Dede3
 
As Politicas sociais no Brasil
As Politicas sociais no BrasilAs Politicas sociais no Brasil
As Politicas sociais no Brasil
 

Mais de Fernando Zornitta

Teoria de las isas de ego 1.2
Teoria de las isas de ego 1.2Teoria de las isas de ego 1.2
Teoria de las isas de ego 1.2Fernando Zornitta
 
Teoria de las isas de ego 1.0
Teoria de las isas de ego 1.0Teoria de las isas de ego 1.0
Teoria de las isas de ego 1.0Fernando Zornitta
 
Artigo livro digital_multimidia
Artigo livro digital_multimidiaArtigo livro digital_multimidia
Artigo livro digital_multimidiaFernando Zornitta
 
Fernando Zornitta Curriculum
Fernando Zornitta CurriculumFernando Zornitta Curriculum
Fernando Zornitta CurriculumFernando Zornitta
 
O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOS
O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOSO BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOS
O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOSFernando Zornitta
 
Obama in Hiroshima - A first step to pace building
Obama in Hiroshima - A first step to pace buildingObama in Hiroshima - A first step to pace building
Obama in Hiroshima - A first step to pace buildingFernando Zornitta
 
FIDELIDADE AO PODER LEGISLATIVO
FIDELIDADE AO PODER LEGISLATIVOFIDELIDADE AO PODER LEGISLATIVO
FIDELIDADE AO PODER LEGISLATIVOFernando Zornitta
 
TODOS PELO PLANETA, TODOS PELA PAZ
TODOS PELO PLANETA, TODOS PELA PAZ TODOS PELO PLANETA, TODOS PELA PAZ
TODOS PELO PLANETA, TODOS PELA PAZ Fernando Zornitta
 
BRASIL: O PARLAMENTARISMO PODE SER UM NOVO CAMINHO ?
BRASIL: O PARLAMENTARISMO PODE SER UM NOVO CAMINHO ?BRASIL: O PARLAMENTARISMO PODE SER UM NOVO CAMINHO ?
BRASIL: O PARLAMENTARISMO PODE SER UM NOVO CAMINHO ?Fernando Zornitta
 
Principles of the new millennium goals 2015 30
Principles of the new millennium goals 2015 30Principles of the new millennium goals 2015 30
Principles of the new millennium goals 2015 30Fernando Zornitta
 
ALL FOR THE PLANET, ALL FOR THE PEACE.pt
ALL FOR THE PLANET, ALL FOR THE PEACE.ptALL FOR THE PLANET, ALL FOR THE PEACE.pt
ALL FOR THE PLANET, ALL FOR THE PEACE.ptFernando Zornitta
 
That flower (at someone's house)
That flower (at someone's house)That flower (at someone's house)
That flower (at someone's house)Fernando Zornitta
 
Aquela flor (na casa de alguém)
Aquela flor (na casa de alguém)Aquela flor (na casa de alguém)
Aquela flor (na casa de alguém)Fernando Zornitta
 

Mais de Fernando Zornitta (20)

Teoria de las isas de ego 1.2
Teoria de las isas de ego 1.2Teoria de las isas de ego 1.2
Teoria de las isas de ego 1.2
 
Teoria de las isas de ego 1.0
Teoria de las isas de ego 1.0Teoria de las isas de ego 1.0
Teoria de las isas de ego 1.0
 
The ego islands theory 1.0
The ego islands theory 1.0The ego islands theory 1.0
The ego islands theory 1.0
 
Teoria das ilhas de ego 1.0
Teoria das ilhas de ego 1.0Teoria das ilhas de ego 1.0
Teoria das ilhas de ego 1.0
 
O lixo urbano 1.1
O lixo urbano 1.1O lixo urbano 1.1
O lixo urbano 1.1
 
Artigo livro digital_multimidia
Artigo livro digital_multimidiaArtigo livro digital_multimidia
Artigo livro digital_multimidia
 
REINO DESUNIDO
REINO DESUNIDOREINO DESUNIDO
REINO DESUNIDO
 
Desunited kindon
Desunited kindonDesunited kindon
Desunited kindon
 
Fernando Zornitta Curriculum
Fernando Zornitta CurriculumFernando Zornitta Curriculum
Fernando Zornitta Curriculum
 
O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOS
O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOSO BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOS
O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOS
 
Obama in Hiroshima - A first step to pace building
Obama in Hiroshima - A first step to pace buildingObama in Hiroshima - A first step to pace building
Obama in Hiroshima - A first step to pace building
 
REINVENTANDO O BRASIL
REINVENTANDO O BRASILREINVENTANDO O BRASIL
REINVENTANDO O BRASIL
 
FIDELIDADE AO PODER LEGISLATIVO
FIDELIDADE AO PODER LEGISLATIVOFIDELIDADE AO PODER LEGISLATIVO
FIDELIDADE AO PODER LEGISLATIVO
 
TODOS PELO PLANETA, TODOS PELA PAZ
TODOS PELO PLANETA, TODOS PELA PAZ TODOS PELO PLANETA, TODOS PELA PAZ
TODOS PELO PLANETA, TODOS PELA PAZ
 
BRASIL: O PARLAMENTARISMO PODE SER UM NOVO CAMINHO ?
BRASIL: O PARLAMENTARISMO PODE SER UM NOVO CAMINHO ?BRASIL: O PARLAMENTARISMO PODE SER UM NOVO CAMINHO ?
BRASIL: O PARLAMENTARISMO PODE SER UM NOVO CAMINHO ?
 
SOS refugees
SOS refugeesSOS refugees
SOS refugees
 
Principles of the new millennium goals 2015 30
Principles of the new millennium goals 2015 30Principles of the new millennium goals 2015 30
Principles of the new millennium goals 2015 30
 
ALL FOR THE PLANET, ALL FOR THE PEACE.pt
ALL FOR THE PLANET, ALL FOR THE PEACE.ptALL FOR THE PLANET, ALL FOR THE PEACE.pt
ALL FOR THE PLANET, ALL FOR THE PEACE.pt
 
That flower (at someone's house)
That flower (at someone's house)That flower (at someone's house)
That flower (at someone's house)
 
Aquela flor (na casa de alguém)
Aquela flor (na casa de alguém)Aquela flor (na casa de alguém)
Aquela flor (na casa de alguém)
 

Acefaleia e o deficit habitacional

  • 1. 1 AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL Autor: Fernando Zornitta *² Versão C Idéias e boas práticas podem mudar o mundo, para melhor. _______________________________________________________________________________ ACEFALIA E O DÉFICIT HABITACIONAL – Texto discorre sobre as errôneas políticas habitacionais no Brasil, as quais se guiam pela lógica do mercado e para uma demanda que não tem acesso à renda e nem ao crédito junto aos agentes financeiros; política essa que também não permite nenhuma hipótese para a solução fora desta paranóica e ineficaz linha filosófica que perpetua o mesmo estado de coisas. _______________________________________________________________________________ AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL O epicentro do problema habitacional no Brasil não é a falta de crédito, mas sim a falta de cérebro. O déficit habitacional no Brasil, de 7,7 milhões de UH e de 40 milhões de brasileiros sem teto, segundo estimativas da ONU, é muito maior e pode chegar a perto de 20 milhões de unidades e a bem mais de 50% da população brasileira, se considerarmos o mar de excluídos que vivem nas periferias das grandes cidades, em assentamentos urbanos precários, que vegetam em sub-habitações e sem os serviços básicos urbanos nas “áreas impróprias e de risco”; os quais não têm para onde ir quando as catástrofes todo ano lhes batem a porta dos seus barracos nas favelas e em outros desarranjos humanos onde “habitam”. No cálculo da ONU, o déficit habitacional pode chegar de 12,7 a 13 milhões de habitações, se considerarmos as “moradias inadequadas” - sem infra-estrutura básica, sendo que 92% destas das populações mais pobres. No lançamento em setembro de 2005 no Rio de Janeiro do Relatório Global Sobre Assentamentos Humanos: Financiamento Para Moradia do HABITAT (agência das Nações Unidas), o representante desta instituição, Erik Vittrup, afirmou que "um dos problemas do acesso a moradia no Brasil é a falta de posses, o que inviabiliza o acesso aos financiamentos". Embora essa constatação e afirmativa verdadeira - que é de conhecimento público e das instituições responsáveis há décadas, a burrice e a tacanhez continuam dando o tom no trato da questão habitacional no país e centrando as políticas no “crédito” (para a aquisição da casa própria), quando a grande maioria dos sem teto e excluídos sequer uma vez na vida entrou em uma agência bancária; não têm como comprovar renda e nem dar garantias, não tem acesso à saúde, à educação e sequer se alimenta de acordo com os padrões mínimos de subsistência. A falta de bom senso também faz construir com dinheiro público, casas para desocupar as áreas urbanas impróprias, numa proporção ínfima e incapaz de
  • 2. AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL Por Fernando Zornitta 2 atender a crescente demanda dos fluxos migratórios que cada vez mais chegam em avalanches às cidades na busca da oportunidade e de melhores condições de vida. O problema habitacional além de nunca encarado e nem corretamente tratado no Brasil está diretamente ligado a outros problemas das camadas que não têm acesso à moradia, sendo o principal a falta de acesso a uma fonte de renda (questão que nunca foi pensada numa relação que não seja pelo “emprego”). Também está numa relação direta da falta de incentivo à organização social e de participação comunitária, práxis que poderia oferecer as ferramentas para a incorporação dos valores humanos de forma endógena enquanto promoveria o resgate da cidadania pela participação e pela inclusão social, além de fazer gerar renda sem qualquer compromisso com um “emprego” além de induzir a políticas públicas com um pouco mais de massa cinzenta. A propensão de geração de renda, deve para tanto ter “um espectro maior e sistêmico” de abordagem e ser abarcado localmente nas comunidades, para que, enquanto está criando as oportunidades de renda, também esteja contribuindo para a resolução dos próprios problemas e, não de fora para dentro, como no sistema de emprego tradicional, que depende de outras variáveis, tal como competências – que por sua vez depende de educação; experiências anteriores – dentre tantas outras. O acesso à renda e à vida não pressupõe um emprego. Prova incontestável são os cerca de 60% da população brasileira que não têm acesso ao perseguido, alardeado e intangível, mas continua respirando. Entretanto, no tradicional sistema produtivo, o papagaiado discurso público comprometido com a arrecadação e com as vertentes “econométricas” e “globalísticas” (mas não com a solução do problema) é o da “geração de emprego” e é interpretado ao pé da letra por quem tenta sobreviver no que se convencionou chamar de “economia informal” – o qual é visto como fora da lei, como criminoso se não alinhado com a “legalidade”. Essa, paradoxalmente, é a maior parcela da população que tenta sobreviver sem competências para se qualificar a um “emprego”, aliás, ao subemprego. Essa é também, uma das irracionalidades estabelecidas e que emperra novos arranjos produtivos e a efetividade de programas alternativos de inclusão social, principalmente porque numa economia dependente, de um país subdesenvolvido como o Brasil que gravita numa economia globalizada, o número de oferta de empregos é ínfimo e depende destas competências que só se consubstanciam pela educação, que por sua vez está inacessível a quem mais necessita; que não oferece oportunidades à massa de jovens que se “qualificam” e se submetem a subempregos pela inexperiência, a estágios e outras formas aviltantes de exploração – que beiram a bestialidade - e nem ao cidadão que nunca teve acesso à educação. E, tudo isso, consubstanciado por uma premissa errada. A cidade que seria o oásis da oportunidade, não está preparada para atender a demanda cada vez mais crescente dos contingentes humanos de excluídos que migram em busca de melhores condições de vida, desqualificados às vagas de trabalho oferecidas e que só encontram uma única possibilidade de renda: na
  • 3. AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL Por Fernando Zornitta 3 “economia informal”. Isso é fato e essa realidade não pode deixar de ser encarada. Dentre os problemas dos países do terceiro mundo, o habitacional é um dos mais sintomáticos da condição de exclusão. As cidades que se incham e se desqualificam não tem conseguido oferecer o acesso à moradia, aos serviços básicos e nem as oportunidades na mesma proporção que a demanda, para aqueles que migram em busca de melhores condições de vida e, o poder público, tradicionalmente atua só nos efeitos (tentando suprir a demanda pelas pressões) e não nas causas dos principais problemas urbanos, correndo que nem cachorro louco atrás do rabo sem conseguir pegá-lo nunca. No Brasil, como de resto nos demais países mais atrasados onde a exclusão social é o principal problema, a demanda por habitação cresce e o custo se eleva, a renda decresce e se concentra cada vez mais. Paradoxalmente, podemos comprovar nestes países que, quem edifica as cidades e os suntuosos prédios das camadas mais privilegiadas, a infra-estrutura e os equipamentos públicos, não têm acesso ao seu próprio teto (os mesmos que moram nas periferias, nas favelas e nas áreas de risco, são os mesmos que emprestam o seu trabalho quase escravo na construção civil, para edificar e materializar a cidade). Paradoxalmente também (não bastassem essas políticas públicas erradas) é nestes países - que menos recursos têm – que ocorre uma prática que nos envergonha: a da corrupção, que é promovida por políticos e administradores públicos antiéticos, que se emporcalharem na lama da corrupção, enquanto cidadãos sem oportunidade morrem na esperança da oportunidade, da solução dos seus principais problemas e do acesso aos serviços públicos pelas mãos deles. A grande maioria das boas e criativas propostas para a solução dos problemas - dentre estes o habitacional (que via de regra ocorre por políticas públicas estereotipadas, envolvendo empresas, agentes financeiros, construção de UH pelo governo, etc...) – não são aproveitadas por não terem sido propostas para serem implantadas dentro do sistema tradicional e por não visarem o “negócio”, o “lucro”, a “geração de impostos e de empregos” e, justamente por isso, não têm conseguido a atenção dos dirigentes no Brasil, embora sejam exatamente as que ofereçam a solução. Os programas tradicionais para habitação, que passam por agentes financeiros, são inacessíveis a quem necessita - cuja causa principal foi tratada no Relatório Global do HABITAT e citada pelo seu representante no Brasil (“a falta de posses dos cidadãos, o que inviabiliza o acesso aos financiamentos”) e que os incompetentes, ausentes políticos e administradores públicos, querem e teimam em resolver da forma tradicional, “pelo mercado”, na esfera das empresas, instituições de financiamento e outros monstros intangíveis da estrutura produtiva - segundo a ótica do humilde necessitado de um teto próprio (os 60% da população brasileira que subsiste na economia informal, na pobreza e na miséria).
  • 4. AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL Por Fernando Zornitta 4 Também contribuem para isso, os caquéticos, arraigados e acéfalos senhores, que fazem parte da mega estrutura que se tornou a ONU, muito ativa, muito exposta na mídia, mas com poucos resultados práticos e sem poder de reversão dos problemas sem sair da esfera de “governos”, acreditando nas “idéias” e não nas instituições; com suas agências e programas que atuam nos efeitos e não chegam às “causas verdadeiras e nem as corretas soluções”; com os desnorteados governos dos países mais atrasados – que só fazem constatar o óbvio, enquanto também nada fazem – governo após governo. E, todos neste contexto, nem ao menos dão-se conta do tempo perdido na solução dos problemas através de projetos simples, das forças endógenas e com os quais já poder-se-ia ter resolvido grande parte deste (o habitacional) e de outros problemas humanos e ambientais. Na grande maioria das vezes para os acéfalos, a solução para ter valor tem de ter grandiosidade - ser espetacular, bombástica, megalomaníaca e ter repercussão na mídia. O know-how, as idéias, a “prata da casa” e a “massa cinzenta tupiniquim” não têm valor e, aqueles que tentam levar novas idéias para a solução dos velhos problemas fazendo-as chegar às esferas competentes nos seus próprios países (os quais ainda são comandados por sistemas políticos que não possibilitam a interação com a sociedade), frustram-se porque não encontram eco. Neste círculo vicioso ficam impedidas as hipóteses da inovação e da criação de possibilidades de inclusão social e de acesso à habitação, que poderiam vir de forma simples, fora do tradicional sistema mercadológico e com a participação direta dos próprios interessados; sem deixar de ater-se aos padrões técnicos ideais, mas com o componente diferencial da união das forças sociais e da participação comunitária e cidadã, de forma direta e com efetividade. Países ricos em recursos, mas minados por uma filosofia “econométrica”, permeados pela corrupção, pela incompetência e guiados pelas estruturas empresariais que detém o poder econômico e que contribuem para a concentração da renda, ficam impedidos de oferecer uma solução lógica para resolver definitivamente esse vergonhoso quadro de exclusão social e conseqüentemente do déficit habitacional. O discurso da “responsabilidade social”, que vem com práticas assistencialistas e em migalhas, não tem conseguido e nem conseguirá promover mudanças estruturais. Responsabilidade social – na verdadeira acepção da palavra – implicaria em incentivar novos caminhos, porque os já conhecidos se mostraram ineficientes e servem para manter o mesmo estado de coisas (comprovadamente). As ONGs também tentam suprir a deficiência do Estado, mas ficam a mercê das mesmas políticas públicas que lhes condicionam até mesmo as suas linhas e filosofias errôneas de ação e, a sociedade civil e as suas instituições – que querem dar a sua contribuição - também estão refém da falta de massa cinzenta do governo assistencialista – que dá o peixe mas não ensina a pescar e nem oferece a oportunidade da organização das competências para tal - além das instituições internacionais que lhes dão reconhecimento e suporte para a
  • 5. AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL Por Fernando Zornitta 5 barbárie e raramente ouvem e dão um voto de crédito às outras estâncias da sociedade, as quais estão mais próximas dos problemas e sabem onde o calo aperta. Enquanto vemos o Estado acuado pelos problemas, pela ineficiência e pela corrupção da máquina pública; anestesiado pelo sistema de forças da economia mundial (cada vez mais excludente e insustentável) e nossos governantes pisando em ovos nas relações internacionais, tentando se inserir no mundo globalizado (e, para isso, competindo munidos de pás e enxadas com as tecnologias de ponta dos países mais adiantados), vemos a indecisão e a desaglutinação das forças sociais – que poderiam reverter esse triste e catastrófico quadro de forma endógena e através de novos pressupostos mais abertos e participativos. Só com novas idéias - fora do sistema tradicional da empresa, emprego com salários de fome (onde só os mais preparados, mais bem educados, mais bem alimentados, etc.... é que têm acesso aos benefícios) - é que poderemos encontrar as portas de saída para o caos que a humanidade vem construindo nos últimos séculos, principalmente nos países mais atrasados (e de forma bastante estúpida no Brasil) os quais vêm acelerando a depreciação dos seus patrimônios ambientais e concentrado cada vez mais a renda sem resolver os seus principais problemas. Até que se tenha a inclusão social de fato e todo o ser humano vivendo com dignidade no meio urbano ou rural, e que tenhamos um meio ambiente - que dá suporte as atividades produtivas e a vida – saudável e equilibrado; nada pode ser considerado utópico – nenhuma idéia, porque dentro das tradicionais práticas e do rumo que seguimos, o nosso fim já está determinado: pobres e excluídos gerando mais pobres e cada vez mais excluídos, depreciação ambiental e diminuição da qualidade de vida de todos para o conforto de uma minoria privilegiada que está bem perto – no país de origem dos problemas - e para atender a demanda em produtos e serviços de quem está a milhares de quilômetros nos países de primeiro mundo. A partir das novas propostas de soluções e, elegidas as coerentes, precisamos de posturas éticas, de fortes alianças no sentido da reversão; precisamos de todas as forças da sociedade - unidas no mesmo rumo - cada um fazendo a sua parte e dando a sua contribuição. Por primeiro, é preciso termos o reconhecimento da validade das propostas, o aval para a implantação das mesmas e, para qualquer iniciativa a ser implantada - constatadas as suas eficiências - que sejam amplamente divulgados, incentivadas e repetidas – independentemente da instituição ou de quem propôs. Para a habitação ou para qualquer outro problema humano, a solução por certo estará no compromisso ético com a respectiva resolução, mas principalmente, na quantidade de massa cinzenta disponibilizada, que saberá distinguir as boas idéias e, por certo não dará atenção às políticas tradicionais, nem aos projetos e aos programas que se prestam a continuidade do mesmo estado de coisas, em benefício da empresa, na ótica da economia e do mercado e, envolvendo um
  • 6. AACCEEFFAALLIIAA EE OO DDÉÉFFIICCIITT HHAABBIITTAACCIIOONNAALL Por Fernando Zornitta 6 sistema tradicional e inepto de instituições e de governos; internas e externas aos países que buscam alternativas de saídas para o caos que deixaram se estabelecer. A solução do problema habitacional, como de resto da grande parte dos problemas dos excluídos, não podem ser resolvidos através das políticas erradas, baseadas em premissas incongruentes e sem ir ao epicentro dos problemas, que no caso brasileiro (e de vários outros países na sua mesma condição), não é e nunca foi o da falta de crédito, mas sim – e unicamente - da falta de cérebro. ________________________________________________ *² José Fernando Zornitta – Arquiteto e Urbanista, doutorando pela Un. Barcelona; pós-graduado em Lazer e Recreação (UFRGS – Porto Alegre), em Turismo (ONU/WTO - Roma/Itália). Participou de Estágio de Aperfeiçoamento em Planejamento Turístico (Laboratório de Geografia Econômica da Universidade de Messina - Messina/Itália). É Técnico de Realização Audiovisual e também desenvolve atividades como artista plástico. Co-idealizador do Movimento GREEN WAVE, sócio-fundador e co-idealizador da APOLO – Associação de Cinema e Vídeo e da UNISPORTS – Esportes, Lazer e Cidadania. Co-autor da USINA MULTIPRODUTIVA COMUNITÁRIA, uma proposta de inclusão social, de geração de renda e para a solução dos problemas humanos de forma endógena e participativa. E-mails: fzornitta@uol.com.br / fzornitta@hotmail.com Fones: (51) 93250793 / (85) 99480120