De vez em quando surge-nos uma criança excessivamente irrequieta, incapaz de se concentrar, que nos parece
preguiçosa ou sem interesse pelo que quer que seja; desajeitada, cai com frequência, faz de palhaço... não
sabemos o que fazer com ela. Conversamos com os pais e vemo-los mais desnorteados do que nós. No entanto,
se estivermos atentos, será fácil de despistar... Pode ser uma dislexia.
A chamada dislexia de evolução é uma disfunção perceptiva que consiste numa dificuldade de descodificar,
pois existe no cérebro uma zona cega que desorganiza o campo visual e cuja causa pode ser uma torção
cervical. Existe um tratamento para a dislexia (cuja investigação se deve ao Prof. Henrique Martins da Cunha),
no Centro Psicológico e Terapêutico de Dislexia (Lisboa) que se compõe de cinco etapas:
1 - Programação postural;
2 - Correção do sistema proprioceptivo;
3 - Colocação de um prisma durante três meses;
4 - Apoio psicopedagógico;
5 - Tratamento psicomotor.
Quando é que se pode suspeitar de uma dislexia?
A criança cai com frequência; tem descoordenação motora, uma linguagem imatura; troca o p pelo b, o v pelo
f, o d pelo t, etc... Não consegue copiar; tem má postura à mesa; dificuldade em identificar direita e esquerda; é
hiperativa... Alguns destes sinais conjugados pode efetivamente, indiciar uma dislexia.
O que se deve fazer
Após suspeitar uma possível dislexia, falar com o médico para ele observar melhor a criança e encaminhar
para o melhor tratamento a seguir.
Parotidite
Conhecida vulgarmente por “papeira”, é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus e de
transmissão respiratória. Pode propagar-se pelo ar quando uma pessoa infectada tosse ou espirra.
Caracteriza-se por um inchaço doloroso de uma ou das duas glândulas parotídeas, produtoras da
saliva e que se encontram situadas à frente dos pavilhões auriculares.
A doença tem um período de incubação de 12 a 24 dias, durante os quais não aparece nenhum
sintoma que faça suspeitar da doença. Esta inicia-se bruscamente com o aparecimento de inchaço
num ou em ambos os lados da cara, com dor na zona e febre variável. Por vezes a papeira produz
outras inflamações como a das glândulas submaxilares e sublinguais, caso em que a cara da criança
se apresenta completamente deformada.
A evolução da papeira é em regra muito favorável, não requerendo tratamento além do sintomático:
antipiréticos e anti-inflamatórios, conforme a intensidade da febre e do inchaço. Por vezes surgem
complicações como a orquite (inflamação dos testículos) que, sendo rara na criança, é frequente no
adulto e a meningite provocada por vírus da papeira (meningite linfocitária).
Recomenda-se a vacina da papeira a crianças depois dos 12 meses de idade, sendo necessária uma
segunda dose dos 4 aos 6 anos. Em geral a vacina do sarampo é dada juntamente com a vacina do
sarampo e da rubéola.
Quem já teve papeira costuma ficar imune para toda a vida.
Doença infeciosa produzida por um vírus e que no aspeto geral lembra o sarampo; mas a sua benignidade é
maior, é mais curta e é menos espetacular.
A contagiosidade é inferior à do sarampo, motivo pelo qual muitas vezes só era contraído na idade adulta, o que
se revestia de particular gravidade se uma mulher grávida fosse atacada pela rubéola durante o primeiro
trimestre da gravidez, pois o feto podia ser gravemente lesado.
O contacto é direto e a doença produz imunidade permanente.
O período de incubação varia entre treze e vinte e um dias, não aparecendo qualquer sintoma durante esse
tempo, ao contrário do sarampo.
A doença aparece bruscamente com sinais catarrais leves, dores de cabeça, febre pouco elevada, dores nos
músculos e articulações e erupção similar à do sarampo, mais clara e menos intensa. Coincidindo com a erupção é
frequente a presença de inchaço dos gânglios da nuca e do pescoço, especialmente atrás das orelhas.
A duração é de três ou quatro dias, a sua evolução é benigna, e afeta pouco o estado geral. A única complicação é
a que já se referiu em relação ao feto quando a grávida tem rubéola durante os três primeiros meses de gravidez.
Contudo, se a grávida contacta com uma criança com rubéola mas ela própria já a teve não há qualquer perigo
para o feto em desenvolvimento.
A vacina contra a Rubéola é administrada no Programa Nacional de Vacinação em combinação com a vacina da
Parotidite (papeira) e do Sarampo. Presentemente, recomenda-se a 1ª dose da VASPR aos 12 meses e a 2ª dose aos
5-6 anos, antes da escolaridade obrigatória.
Todas as mulheres grávidas devem realizar serologia para a Rubéola e as não imunes devem ser imunizadas após
o parto. A amamentação não contra-indica a vacinação.
É uma doença infecciosa de evolução aguda, causada por um vírus e altamente infeccioso, transmitido por
secreções respiratórias como espirros e tosse. O período de incubação é de oito a quinze dias e o de transmissão é
entre os três e os cinco dias antes, e os cinco dias após o aparecimento do exantema (erupção cutânea como
consequência de doenças provocadas por um vírus ou bactéria).
As manifestações iniciais são febre alta, tosse rouca e persistente, nariz congestionado, conjuntivite e fotofobia
(dificuldade em olhar a luz). A febre é habitualmente o primeiro sinal notado pelos pais. Neste período o sarampo
é muito contagioso.
Após dois dias surge na mucosa bucal um sinal do sarampo, chamado Sinal de Koplik ou seja, pequenas lesões com
cerca de 1-2mm. São manchas brancas circundadas por um halo vermelho. Cerca de 12 a 24h após este sinal surge
o exantema geralmente na face, estendendo-se depois a todo o corpo. Depois de 4/5 dias o exantema
começa a desaparecer.
O sarampo pode ter várias complicações como a encefalite (infecção do cérebro) ou a pneumonia (infecção
pulmonar), otite ou laringite. Em Portugal devido à elevada taxa de vacinação o Sarampo é uma
doença rara, pelo que todo o diagnóstico clínico de Sarampo deve ser sempre confirmado em laboratório.
O tratamento é sintomático (antipirético e hidratação). Quando não ocorrem complicações, o doente fica curado
em poucos dias.
Vacinação - A vacina contra o Sarampo é de vírus vivo atenuado. É administrada no Programa Nacional de Vacinação
(PNV) numa vacina trivalente VASPR em combinação com a vacina da Parotidite (papeira) e da Rubéola.
Presentemente, recomenda-se a 1ª dose da VASPR aos 12 meses e, a 2ª dose aos 5-6 anos, antes da escolaridade
obrigatória.
Meningite
É a inflamação das meninges, umas membranas que envolvem o cérebro e a espinal medula. Esta alteração
pode ser muito grave porque as meninges, ao aumentar de tamanho, pressionam o cérebro (que é um órgão
vital) e também os vasos sanguíneos que o irrigam.
A meningite é uma doença grave, que deve ser tratada como emergência clínica
Como se manifesta?
Existem dois tipos de sintomas: os que são comuns a outras infecções, como:
- A febre,
- A falta de apetite,
- Dor de cabeça,
- Irritabilidade,
-Vómitos violentos,
- Convulsões e dilatação da fontanela dos bebés.
Um sinal inequívoco da meningite é a rigidez da nuca, e assim, no caso de se pensar que a criança pode ter
meningite, é preciso pedir á criança que incline o pescoço para a frente (ou tente incliná-lo) para comprovar
se tem mobilidade.
É uma doença infecciosa aguda produzida por uma bactéria e caracteriza-se pela
presença de angina e de erupção sob forma de manchas pequenas e vermelhas com
febre alta e alteração do estado geral.
Atualmente a Escarlatina é uma doença em franca regressão, tanto no que respeita à
frequência como à gravidade. Apesar de tudo, a frequência das suas complicações
renais e cardíacas torna-a perigosa.
O tratamento adequado consiste na ministração de antibióticos do tipo da penicilina
que curam rapidamente a doença.
Doença aguda e infecciosa provocada por uma bactéria, que se caracteriza pela
presença de acessos de tosse intensa e congestiva.
Os acessos de tosse caracterizam-se por um início com inspiração profunda e
ruidosa seguida de uma série de golpes de tosse, durante os quais a criança fica
congestionada; a este acesso de tosse segue-se outra inspiração profunda seguida
de nova crise de tosse e assim várias vezes; o acesso termina com a emissão de
abundante mucosidade.
A doença dura entre 3 e 6 semanas, durante as quais a criança tem vómitos
durante e depois dos acessos.
O prognóstico é em regra favorável salvo nos lactentes pequenos ainda não
vacinados. As outras crianças, devido à vacinação, apresentam, em caso de
contágio, uma tosse convulsa muito ligeira e tão modificada que muitas vezes
nem é diagnosticável.
Vacina
Não existe uma vacina contra todos os vírus e bactérias que
possam causar uma meningite, mas sim três vacinas contra as
três bactérias mais comuns:
Contra a Haemophilus influenzae b,
Contra pneumococo,
contra o meningococo C (a antiga vacina contra os
meningococos A e C tinha uma eficácia temporária).
As duas primeiras administram-se a todas as crianças, e a
terceira está prestes a ser introduzida.
Os pacientes que recebem o diagnóstico e o tratamento
adequado têm um bom prognóstico (cerca de 90% de cura).