ALONGAMENTO MUSCULAR: UMA<br />VERSÃO ATUALIZADA<br />Adélia Oliveira da Conceição 1<br />George Alberto da Silva Dias 2<br />* Acadêmica do 3° ano do Curso de Fisioterapia. Monitora das Disciplinas Cinesioterapia e Recursos Terapêuticos Manuais.<br />** Acadêmico do 3° ano do Curso de Fisioterapia. Monitor das Disciplinas Cinesioterapia e Recursos Terapêuticos Manuais.<br />*** Artigo realizado sob orientação da docente Mônica Cardoso da Cruz do curso de Fisioterapia na disciplina Cinésioterapia e Especialista<br />em Fisioterapia Neurofuncional.<br />RESUMO:<br />O presente artigo apresenta-se como revisão bibliográfica sobre alongamento muscular, abordando<br />seus principais conceitos, as características dos tecidos corporais envolvidos, principais<br />métodos e alguns cuidados necessários para a boa aplicação da terapia. Dessa forma o objetivo<br />do texto é desmistificar alguns aspectos sobre o assunto que possam interferir na boa pratica das<br />técnicas, favorecendo, assim, um melhor conhecimento sobre o assunto para os profissionais<br />da área da saúde, em especial aos fisioterapeutas.<br />2 Lato& Sensu, Belém, v.5, n.1, p. 6, jun, 2004.<br />INTRODUÇÃO<br />O alongamento é uma<br />manobra terapêutica utilizada<br />para aumentar o comprimento<br />(alongar) de tecidos moles que<br />estejam encurtados (KISNER,<br />1998), podendo ser definido também<br />como técnica utilizada para<br />aumentar a extensibilidade<br />músculotendinosa e do tecido<br />conjuntivo periarticular, de tal<br />modo contribuindo para aumentar<br />a flexibilidade articular<br />(HALL; BRODY, 2001).<br />A flexibilidade sofre influência<br />de três fatores principais:<br />a estrutura óssea da articulação,<br />a quantidade de tecido<br />periarticular e a extensibilidade<br />de tendões, ligamentos e tecido<br />muscular que cruzam a articulação<br />(ALLSEN, 1999). Com a<br />diminuição da extensibilidade o<br />músculo perde a capacidade de<br />se deformar, restringindo a amplitude<br />articular na direção do<br />movimento do qual é antagonista<br />(BRANDY, 2003), assim<br />como hábitos sedentários são um<br />dos maiores responsáveis pela<br />perda de flexibilidade, pois a<br />falta de uso da estrutura em arcos<br />extremos de movimento articular<br />resulta na adaptação dos<br />tecidos conjuntivos a comprimentos<br />menores com conseqüente<br />perda da extensibilidade.<br />Além disso, a redução da flexibilidade<br />sendo responsável por<br />movimentos corporais incorretos<br />contribui para o uso viciosos<br />da estrutura anatômica gerando<br />estresse mecânico e predispondo<br />a lesões cumulativas do aparelho<br />locomotor (ALLSEN,<br />1999).<br />As atividades de flexibilidade<br />são comumente recomendadas<br />como atividade pré-aquecimento<br />ou como procedimento<br />pós-aquecimento conforme é<br />recomendado pelos autores<br />(BRANDY, 2003), (HALL;<br />BRODY, 2001) e<br />(ALLSEN,1999), são utilizados<br />também para manter o funcionamento<br />normal do músculo evitando<br />lesões, melhorar o desempenho<br />de atletas e auxiliar na<br />reabilitação pós lesão. Como<br />conduta terapêutica é indicado<br />para aumentar a amplitude articular,<br />quando a causa de restrição<br />de ADM for o componente<br />musculotendineo (BRADY,<br />2003).<br />Tendo em vista estes<br />aspectos, as manobras de flexibilidade<br />articular são de grande<br />utilidade na pratica diária da fisioterapia,<br />já que constantemente<br />estes profissionais lidam com<br />pacientes que apresentam restrição<br />de amplitude articular<br />decorrentes de fatores intrínsecos<br />ou extrínsecos, por isso se<br />faz necessário o conhecimento<br />claro e objetivo deste assunto,<br />esclarecendo pontos de vista ou<br />pensamentos errôneos a respeito<br />desta técnica, que possam interferir<br />na boa prática das manobras<br />que podem ser utilizadas<br />para o ganho de flexibilidade<br />articular.<br />PROPRIEDADES DOS<br />TECIDOS MOLES<br />Os métodos de alongamento<br />empregados nas disciplinas<br />de atletismo, dança, fisioterapia<br />e ioga podem variar<br />bastante. Contudo, determinado<br />conhecimento é necessário em<br />todas essas disciplinas. Um conhecimento<br />básico do mecanismo<br />neuromuscular normal, incluindo<br />desenvolvimento motor,<br />anatomia, neurofisiologia e<br />cinesiologia, é muito útil, se não<br />essencial. Além disso, qualquer<br />que seja o método de alongamento<br />usado, o profissional da área<br />da saúde deve estar completamente<br />familiarizado com a estrutura<br />e a função da articulação<br />em questão. O profissional<br />deve saber não somente o grau<br />de limitação do movimento, mas<br />também quais tecidos são responsáveis<br />pelas limitações<br />(ALTER, 1999).<br />Os tecidos moles variam<br />em características físicas e<br />mecânicas. Tanto os tecidos<br />contráteis como os nãocontráteis<br />são extensíveis e elásticos,<br />mas os tecidos contráteis<br />também são contraíveis.<br />Contratilidade é a habilidade de<br />um músculo para encurtar e<br />desenvolver tensão ao longo de<br />sua extensão. Distensibilidade<br />(comumente conhecida como<br />extensibilidade) é a propriedade<br />do tecido muscular em aumentar<br />o comprimento em resposta<br />a uma força aplicada externamente<br />(ALTER, 1999).<br />Lato & Sensu, Belém, v. 5, n. 1, p. 136-141, jun, 2004. 3<br />Assim quanto menor a<br />distensibilidade de um tecido<br />mole, maior deve ser a força<br />que pode produzir um alongamento.<br />Um tecido de alta<br />distensibilidade não pode resistir<br />a uma força de alongamento,<br />assim como um tecido que é<br />muito rígido, e precisará de uma<br />força maior que o tecido menos<br />rígido para produzir o mesmo<br />grau de deformação. Assim,<br />os tecidos moles com maior<br />rigidez são menos suscetíveis<br />a lesões como distensões e<br />entorses (ALTER, 1999).<br />Os tecidos moles não<br />são perfeitamente elásticos.<br />Além do seu limite elástico, eles<br />não podem retornar a seu comprimento<br />original uma vez que<br />a força de alongamento é removida.<br />A diferença entre o comprimento<br />original e o novo comprimento<br />é chamada de disposição<br />permanente (alongamento<br />plástico ou deformação) e<br />correlaciona-se a uma lesão<br />tecidual menor (ALTER, 1999).<br />Os tecidos não<br />contráteis são constituídos principalmente<br />por colágeno, uma<br />proteína mais abundante nos<br />mamíferos que é um componente<br />estrutural principal do tecido<br />vivo. Nos vertebrados, por<br />exemplo, o colágeno constitui<br />um terço ou mais das proteínas<br />totais do corpo. As fibras<br />colagenosas aparecem sem cor<br />e esbranquiçadas. Elas são arranjadas<br />em feixes e, exceto sob<br />tensão, atravessam um caminho<br />caracteristicamente ondulado.<br />As fibras colágenas só são<br />capazes de um leve grau de<br />extensibilidade. Elas são, contudo<br />muito resistente ao estresse<br />de tração. Logo, são os principais<br />constituintes de estruturas,<br />como ligamentos e tendões que<br />são submetidos a uma força de<br />tração (ALTER, 1999). Portanto<br />de acordo com as modificações<br />ocorridas no tecido conjuntivo<br />derivam de tensões a ele<br />impostas, se a tensão for prolongada<br />e contínua as moléculas<br />e os feixes do tecido conjuntivo<br />se alongam (BIENFAIT,<br />1995).<br />MÉTODOS DE<br />ALONGAMENTO<br />Existem três tipos básicos<br />de alongamento, o estático,<br />o balístico e por facilitação<br />neuromuscular proprioceptiva<br />(FNP). No método de alongamento<br />estático, músculos e tecidos<br />são estirados e mantidos<br />em posição estacionária em seu<br />maior comprimento possível por<br />um período de 15 a 60 segundos<br />(HALL, BRODY, 2001). Já de<br />acordo com Brandy (2003), o<br />procedimento realizado é alongar<br />o músculo de forma lenta e<br />gradual. A baixa velocidade de<br />alongamento do músculo evita a<br />resposta neurológica do reflexo<br />do estiramento e estimula a atividade<br />dos órgãos tendinosos de<br />golgi facilitando o alongamento<br />muscular, o arco de movimento<br />de ser mantido por um tempo de<br />no mínimo 15 segundos e no<br />máximo 60 segundos, para que<br />haja adaptação das fibras ao novo<br />comprimento.Nessa posição<br />uma leve tensão deve ser percebida,<br />o alongamento progride,<br />aumentando de intensidade, à<br />medida que o paciente se adapta<br />a posição para então adquirir um<br />novo posicionamento.<br />Dentre as vantagens do<br />alongamento estático Allsen<br />(1999), descreve que contribui<br />para o alivio das dores musculares<br />e para melhora da flexibilidade,<br />já Hall e Brody (2001)<br />acrescentam que reduzem o gasto<br />de energia global, diminuem<br />a possibilidade de ultrapassar a<br />extensibilidade tecidual e diminui<br />a possibilidade de causar<br />dores musculares, Brandy<br />(2003) afirma também que ele<br />reduz a atividade dos fusos musculares<br />e aumenta consideravelmente<br />a atividade dos órgãos<br />tendinosos de golgi (OTG).<br />O alongamento Balístico,<br />o músculo é levado a se<br />contrair e relaxar de forma rápida<br />e repetida, levando a<br />deflagração de estímulos que<br />mandam o músculo contrair ao<br />invés de relaxar (reflexo de<br />estiramento), aumentando a possibilidade<br />de causar micro lesões<br />que posteriormente podem interferir<br />no bom funcionamento do<br />músculo. Apesar disso, esse tipo<br />de técnica tem eficácia para<br />melhora da flexibilidade de uma<br />população restrita (atletas), uma<br />vez que para um bom rendimento<br />em atividades dinâmicas são<br />necessárias atividades balísticas.<br />Para tanto se sugere um<br />programa de flexibilidade dinâ4<br />Lato& Sensu, Belém, v.5, n.1, p. 6, jun, 2004.<br />mico em que o individuo passa<br />por uma serie de alongamentos<br />balísticos, onde se varia a velocidade<br />(lento – rápido) e a amplitude<br />de movimento (arco<br />completo ou incompleto), sendo<br />que antes desse programa o<br />individuo passa por uma serie de<br />alongamentos estáticos até progredir<br />para as atividades balísticas<br />de baixa, média e alta velocidade<br />(BRADY, 2003).<br />Allsen (1999), concorda<br />com o autor quando ele se refere<br />à reação muscular ao alongamento<br />balístico e possibilidade<br />de lesões, mas acrescenta<br />que seus efeitos benéficos podem<br />ser potencializados quando realizados<br />como atividade pósaquecimento,<br />pois a temperatura<br />dos tecidos encontram-se<br />mais elevada, tornando-os mais<br />maleáveis e menos passiveis de<br />lesão. Acredita-se, também,<br />que o condicionamento possa<br />afrouxar as conexões de actinamiosina<br />aumentando a eficácia<br />do alongamento (HALL;<br />BRODY, 2001).<br />Um dos tópicos mais<br />controversos da ciência dos esportes<br />é o valor relativo dos programas<br />de alongamento balístico<br />versus estático para desenvolver<br />a flexibilidade. A controvérsia<br />é complicada pela falta de pesquisa<br />sobre a flexibilidade balística.<br />O alongamento balístico é<br />difícil de avaliar por causa da<br />necessidade de equipamento<br />elaborado e habilidade técnica<br />na mensuração da força que é<br />requerida para mover a articulação<br />através de sua amplitude<br />de movimento em ambas as velocidades,<br />rápida e lenta<br />(STAMFORD, 1981). Há, contudo,<br />uma quantidade considerável<br />de pesquisas indicando que<br />ambos os métodos, balístico e<br />estático, são eficazes no desenvolvimento<br />da flexibilidade<br />(CORBIN e NOBLE, 1980;<br />LOGAN e EGSTROM, 1961;<br />SADY, WORTMAN e<br />BLANKE, 1982; STAMFORD,<br />1981; WEBER e KRAUS, 1949,<br />apud ALTER, 1999).<br />O alongamento por facilitação<br />proprioceptiva<br />neuromuscular é a outra técnica<br />utilizada, que de acordo com<br />Knott e Voss, as técnicas de<br />FPN são métodos “para promover<br />ou acelerar a resposta de um<br />mecanismo neuromuscular pela<br />estimulação de<br />proprioceptores”. Com base<br />nesses conceitos de influenciar<br />a resposta muscular, podem-se<br />usar as técnicas de FPN para<br />fortalecer os músculos e aumentar<br />sua flexibilidade articular<br />(ALLSEN, 1999).<br />Uma contração breve<br />antes de um alongamento estático<br />do músculo é o ponto chave<br />para as técnicas de FPN para<br />aumentar a flexibilidade muscular.<br />A terminologia usada para<br />descrever as atividades de alongamento<br />por FPN tem variado<br />consideravelmente, incluindo o<br />uso de novos termos como: contrair-<br />relaxar, manter-relaxar,<br />manter em reversão lenta-relaxar,<br />contração do agonista, contrair—<br />relaxar com contração do<br />agonista e manter—relaxar com<br />contração do agonista. Além<br />disso, às vezes, se usa o mesmo<br />termo para diferentes técnicas<br />de alongamento por FPN, portanto<br />três técnicas de alongamento<br />por FPN vão ser definidas<br />como: manter-relaxar, contrair-<br />relaxar e manter em reversão<br />lenta-relaxar (ALLSEN,<br />1999).<br />Na técnica manter-relaxar, o<br />profissional move passivamente<br />o membro a ser alongado até<br />o final da amplitude de movimento.<br />Uma vez atingido o final<br />da amplitude de movimento, o<br />paciente aplica uma contração<br />isométrica, no músculo que se<br />quer alongar, contra resistência<br />imposta pelo profissional por 6s,<br />após a remoção da contração o<br />músculo relaxa-se e o profissional<br />aplica alongamento, mantendo-<br />o por cerca de 10 a 20s. Sem<br />abaixar o membro, pode-se repetir<br />este processo de três a cinco<br />vezes, para então retorná-lo<br />ao seu posicionamento inicial. A<br />contração isométrica do músculo<br />que está sendo alongado acarreta<br />um aumento da tensão nesse<br />músculo, o que estimula o órgão<br />tendinoso de golgi. O OTG<br />causa então um relaxamento reflexo<br />do músculo (inibição<br />autógena) antes que o músculo<br />seja movido a uma nova posição<br />de alongamento e alongado passivamente<br />(ALLSEN, 1999).<br />Uma outra técnica utilizada<br />é contrair-relaxar, em que<br />se faz o mesmo procedimento<br />da técnica anterior, assim o<br />profissional solicita ao paciente<br />para tentar executar uma conLato<br />& Sensu, Belém, v. 5, n. 1, p. 136-141, jun, 2004. 5<br />tração concêntrica do músculo<br />oposto ao músculo que está sendo<br />alongado, causando um alongamento<br />maior, ou seja, em<br />qualquer grupo muscular<br />sinérgico uma contração do<br />agonista causa um relaxamento<br />reflexo do músculo antagonista,<br />possibilitando ao músculo antagonista<br />relaxar para um alongamento<br />mais eficaz (inibição recíproca).<br />Enquanto o paciente<br />executa a contração concêntrica<br />do músculo, causando um<br />alongamento maior, o profissional<br />aproveita qualquer amplitude<br />de movimento que tenha<br />sido ganha, mantendo, assim, o<br />membro na nova posição de<br />alongamento, o profissional<br />pede ao paciente a relaxar e<br />manter a posição por 10 a 20 s.<br />Sem abaixar o membro, podese<br />repetir a técnica de três a cinco<br />vezes para retorná-la a posição<br />inicial (ALLSEN, 1999).<br />A técnica de manter em<br />reversão lenta-relaxar segue os<br />mesmos procedimentos das técnicas<br />anteriores, em que o paciente<br />aplica uma força isométrica<br />contra o profissional por 6s, contraindo<br />assim o músculo a ser<br />alongado (inibição autógena).<br />Depois da contração isométrica<br />do músculo, o profissional solicita<br />ao paciente para tentar executar<br />uma contração concêntrica<br />do músculo oposto, causando<br />um alongamento maior (inibição<br />recíproca), aproveitando qualquer<br />amplitude de movimento<br />que tenha sido ganha, mantendo<br />o membro na nova posição de<br />alongamento, o profissional solicita<br />ao paciente relaxar e manter<br />a posição por 10 a 20 s. Sem<br />retornar a posição inicial, podese<br />repetir a técnica três a cinco<br />vezes e depois retornar ao<br />posicionamento inicial. Portanto<br />as técnicas de alongamento<br />por FPN são eficazes em aumentar<br />a flexibilidade muscular,<br />a escolha da técnica depende da<br />situação apresentada pelo paciente<br />(ALLSEN, 1999).<br />EFEITOS DO<br />ALONGAMENTO<br />Os efeitos do alongamento<br />se dividem em agudos e<br />crônicos, pois os agudos ou imediatos<br />são resultado da<br />flexibilização do componente<br />elástico da unidade<br />musculotendinosa, obtidos com<br />exercícios sistemáticos de alongamento.<br />Os efeitos crônicos ou<br />a longo prazo são o acréscimo<br />no número de sarcômeros que<br />implica o aumento do comprimento<br />muscular. Estes efeitos<br />podem permanecer por determinado<br />período após a interrupção<br />dos exercícios (HALL;<br />BRODY,2001).<br />De acordo com<br />Sobierajski (2004) existem outros<br />efeitos promovidos pelos<br />exercícios de alongamento<br />como: redução de tensões<br />musculares,prevenção de lesões<br />como as distensões,<br />estiramentos (a capacidade de<br />um tecido em se moldar às tensões<br />diminui a probabilidade de<br />lesão), auxílio na recuperação<br />muscular após uma atividade física,<br />desenvolvimento de consciência<br />corporal, benefício a<br />coordenação por tornar os movimentos<br />mais soltos e fáceis e<br />a ativação da circulação.<br />As técnicas de FNP podem<br />ter melhores resultados que<br />as estáticas ou balísticas para<br />produzir efeitos agudos sobre a<br />amplitude dinâmica de movimento<br />(HALL; BRODY, 2001).<br />INDICAÇÕES DO<br />ALONGAMENTO<br />Segundo Kisner (1998)<br />as indicações do alongamento<br />são quando a amplitude de movimento<br />está limitada como resultado<br />de contraturas, adesões<br />e formações de tecido<br />cicatricial, levando ao encurtamento<br />de músculos, tecido<br />conectivo e pele; quando as limitações<br />podem levar a deformidades<br />estruturais que podem<br />ser prevenidas; quando as<br />contraturas interferem com as<br />atividades funcionais cotidianas;<br />quando existe fraqueza muscular<br />e retração nos tecidos opostos.<br />Os músculos retraídos devem<br />ser alongados antes que os<br />músculos fracos possam ser efetivamente<br />fortalecidos.<br />6 Lato& Sensu, Belém, v.5, n.1, p. 6, jun, 2004.<br />CONTRA-INDICAÇÕES<br />Existem algumas contra-<br />indicações para o uso das<br />técnicas de alongamento segundo<br />Kisner (1998) quando um bloqueio<br />ósseo limita a mobilidade<br />articular ou após uma fratura<br />recente, evidências de processos<br />inflamatórios ou infeccioso<br />agudo intra ou extra-articular e<br />sensação de dor, trauma nos tecidos<br />ou quando existem<br />contraturas ou os tecidos moles<br />encurtados estiverem promovendo<br />aumento na estabilidade articular<br />em substituição a estabilidade<br />estrutural normal ou quando<br />forem a base de habilidade<br />funcionais, principalmente em<br />pacientes com paralisia ou fraqueza<br />muscular.<br />CONSIDERAÇÕES<br />FINAIS<br />Os conhecimentos sobre<br />a biomecânica dos tecidos<br />moles são de grande valia para<br />a aplicação das técnicas de alongamento<br />muscular em vários<br />casos.<br />Apesar da variabilidade<br />de técnicas cada uma possui sua<br />particularidade, não havendo um<br />ponto comum entre elas, e podem<br />ser comparadas em relação<br />ao seu grau de eficiência .<br />segundo Hall e Brody (2001), as<br />técnicas de FNP são mais eficazes,<br />quando comparadas às<br />técnicas estáticas ou balísticas.<br />No entanto, não existem estudos<br />concretos que comprovem tal<br />eficiência.<br />Outro ponto a ser analisado<br />é o emprego do alongamento<br />balístico como forma de terapia,<br />ainda muito questionada em<br />relação a sua real eficácia durante<br />o programa de tratamento.<br />Apesar dos questionamentos<br />relacionados aos seus efeitos lesivos,<br />essa técnica pode ser perfeitamente<br />aplicável a uma população<br />específica (atletas), que<br />possuem estrutura do aparelho<br />locomotor preparado para receber<br />esse tipo de atividade. Sendo<br />assim, ao contrabalançar<br />seus efeitos gerais, os benéficos<br />são relativamente maiores que<br />os lesivos.<br />Logo, se faz necessário<br />o conhecimento real a respeito<br />das várias técnicas levando-se<br />em consideração itens como:<br />procedimentos, precauções e<br />aplicabilidade; para que assim<br />se possa obter sucesso ao tratamento<br />empregado.<br />REFERÊNCIAS:<br />ALLSEN, P. E; HARRINSON,<br />J. M; BARBARA, V. Exercício<br />e qualidade de vida: uma<br />abordagem personalizada. 6.<br />ed. São Paulo: Manole, 1999.<br />ALTER, M. J. Ciência da flexibilidade.<br />2.ed. Porto Alegre:<br />Artmed, 1999.<br />BANDY, D. W; SANDRES, B.<br />Exercícios terapêuticos: técnicas<br />para intervenção. Rio de<br />Janeiro: Guanabara Koogan,<br />2003.<br />BIENFAIT, M. Os<br />desequilíbrios estáticos. 3. ed.<br />São Paulo: Summus, 1995.<br />_________. Fisiologia da terapia<br />manual. São Paulo:<br />Summus, 1989.<br />HALL, M. C; BRODY, T. L.<br />Exercícios terapêuticos: na<br />busca da função.Rio de Janeiro:<br />Guanabara Koogan, 2001<br />KISNER, C; COLBY, L. A.<br />Exercícios terapêuticos: fundamentos<br />e técnicas. 3. ed. São<br />Paulo: Manole, 1998.<br />SOBIERAJSKI, F. Efeito do<br />alongamento. Disponível em:<br /><http//: www.corpohumano.<br />hpg. ig.com.br.> Acesso em:<br />13.abr.2004.<br />