Capacitação para multiplicadores nas técnicas da prova tuberculínica
1. PROGRAMA DE CONTROLE DA
TUBERCULOSE PCT-
SESDEC/RJ & CRPHF/MS
CAPACITAÇÃO PARA MULTIPLICADORES
NAS TÉCNICAS DA PROVA TUBERCULÍNICA
(PT)
Marneili Martins & Lya Leyla Menezes
2008
2. FORMAÇÃO DE MULTIPLICADORES
DAS TÉCNICAS DA PT
• Padronizar as técnicas de aplicações e
leituras da prova tuberculínica (PT) no
Brasil/Estados/Municípios;
• Ampliar a habilitação de enfermeiros
multiplicadores das técnicas;
• Vários fatores interferem no pequeno
número de profissionais habilitados
(principalmente a alta rotatividade).
3.
4. UM DOS ELEMENTOS PARA O
DIAGNÓSTICO DA TUBERCULOSE
• A Prova Tuberculínica:
– Indicada como método auxiliar no diagnóstico da
tuberculose, a prova tuberculínica positiva,
isoladamente, indica apenas a presença de infecção
e não é suficiente para o diagnóstico da tuberculose
doença.
– No Brasil a tuberculina usada é o PPD RT23, aplicado
por via intradérmica (ID) na união do terço superior
com o médio, da face anterior do antebraço
esquerdo.
– Dose: 0,1 ml, equivalente a 2UT.
– Quando conservada em temperatura entre 2 e 8° C, a
tuberculina mantêm-se ativa por 6 meses. Não deve,
entretanto, ser congelada nem exposta à luz solar
direta.
5.
6. APLICAÇÕES DA PT:
• Detectar casos de tuberculose-infecção nos contatos
intradomiciliares; indivíduos infectados pelo HIV e nos
grupos vulneráveis (população prisional, população em
situação de rua albergada ou não, instituições
psiquiátricas, outros);
• Detectar o risco médio anual de infecção na
coletividade trabalhada;
• Auxiliar no diagnóstico da tuberculose extrapulmonar;
• Acompanhar e avaliar os profissionais de saúde
(admissionais e periódicos - viragem);
obs.: nos nunca testados anteriormente, avaliar efeito
“booster” (teste two – steps)
7. A Prova Tuberculínica
• A técnica de aplicação
(Mantoux) e o material
utilizado são
padronizados pela OMS
e possuem
especificações
semelhantes às usadas Injeção intradérmica da tuberculina.
para a vacinação BCG.
A injeção do líquido faz
aparecer uma pequena
área de limites precisos,
pálida e de aspecto
pontilhado como casca
de laranja.
Formação de pápula de inoculação.
8.
9.
10. IMPORTANTE !
profissionais de saúde
Os inquéritos tuberculínicos entre os
profissionais de uma mesma área da unidade de
saúde não devem ser realizados na mesma data
(preferencialmente em datas separadas, tais
como dia de nascimento ou aniversário de
emprego), possibilitando uma detecção precoce
de possíveis surtos de transmissão do M.
tuberculosis.
11. IMPORTANTE !
O não reator ao primeiro teste tuberculínico deverá
ser submetido a um novo teste, no período de 7 dias
a 3 semanas (“booster”);
Os casos de conversão recente devem ser avaliados
no serviço médico dos funcionários da instituição, no
sentido de se diagnosticar tuberculose em atividade.
Não se confirmando a doença, deve ser indicada a
quimioprofilaxia (10 mg/kg de peso, com total
máximo de 300 mg de INH diariamente, durante seis
meses), conforme orientação do MS;
12. IMPORTANTE !
Todo profissional de saúde com sinais ou sintomas
compatíveis com tuberculose deve ser:
prontamente avaliado pelo serviço dos
funcionários;
submetido a exame de baciloscopia e outros
exames complementares;
não deverá retornar às suas atividades até
exclusão do diagnóstico ou enquanto estiver sob
terapia antituberculosa e não seja mais
considerado infectante (+ ou – 15 dias);
os previamente reatores ao PPD ou já tratados
para tuberculose não necessitam repetir o teste.
13. – Com a recomendação de não se vacinar
os profissionais de saúde não reatores,
torna-se imperioso realizar inquéritos
tuberculínicos em unidades de saúde
periodicamente e indicar a quimioprofilaxia
aos profissionais de saúde que apresentem
viragem tuberculínica. Esta, deve ser
considerada como um aumento de 10mm
na reação anterior (intervalos de seis a
doze meses).
14.
15. IMPORTANTE:
A prova tuberculínica deve ser
interpretada de forma especial nas
pessoas vacinadas com BCG há menos
de dois ou três anos, pois, em geral,
apresenta reações de tamanho médio,
embora possa alcançar 10 mm ou mais,
segundo o tempo decorrido da
vacinação.
16. – A PT deve ser administrada e interpretada por
pessoal habilitado;
– Os indivíduos devem ser orientados quanto ao
significado do resultado do teste, que deve ser
confidencial;
– Os não reatores sob risco de infecção ocupacional,
devem ser incluídos nos programas de testagem
periódica com PPD.
17.
18. No momento da admissão, todos os profissionais de
saúde devem ser submetidos à PT. Nos fracos ou
não reatores, a PT deve ser repetida com um
intervalo anual (avaliar biossegurança).
A prova tuberculínica deve ser repetida, de seis em
seis meses, nos profissionais que trabalham em
unidades de maior risco.
19. Unidades de maior risco
– Salas de broncoscopia
– Sala de necrópsia
– Doenças infecciosas
– Pronto Socorro
– Laboratório de microbiologia (manipula
material com o bacilo)
– Pneumologia
– Emergências
– CTI
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21. Situações que interferem no resultado da PT
– doenças imunodepressoras, como : diabetes
mellitus, sarcoidose, neoplasias, doenças
linfoproliferativas e sida;
– vacinação com vírus vivos;
– gravidez;
– desnutrição;
– tratamento com corticóides e
imunodepressores;
– crianças com menos de dois meses;
– pessoas com mais de 65 anos de idade.
22. A Leitura da PT
• A leitura deve ser
realizada 72 a 96 horas
após a aplicação,
medindo-se com régua
milimetrada o maior
diâmetro transverso da
área de endurecimento
palpável.
– O resultado, registrado em
milímetros classifica-se
como:
• 0 a 4 mm : não reator
• 5 a 9 mm : reator fraco
Mensuração
• l0 mm ou mais : reator forte
23. Classificação e interpretação
0 a 4 mm- não reator:
Indivíduo não infectado pelo M.tuberculosis
ou por outra micobactéria;
Infectado pelo M.tuberculosis em fase de
viragem tuberculínica ;
ou, excepcionalmente, em pessoas
infectadas ou doentes pelo M.tuberculosis
(imunodeprimido ou anérgico)
24. Classificação e interpretação
5 a 9 mm- reator fraco:
Indivíduo vacinado com BCG, infectado pelo
bacilo da tuberculose ou por outras micobactérias;
10 mm ou mais - reator forte:
Vacinado com BCG recentemente, indivíduo
infectado pelo bacilo da tuberculose, que pode
estar doente ou não.
Obs: Esta classificação somente é válida para
pacientes com teste sorológico anti-HIV negativo.
25. A Leitura da PT
• Leitura:
– Registrar sempre: tipo e dose da tuberculina
utilizada, diâmetro em milímetros (não interpretar
como (+) POSITIVO ou (-) NEGATIVO;
– Rubricar/assinar sempre.
– OBS: Profissional sem habilitação realiza má
técnica em 75% das situações:
– Erros mais freqüentes: introduzir o PPD em via SC;
derramar o PPD (união agulha-seringa ou orifício
de inoculação ao retirar a agulha); interpretar (+/-)
ao invés de medir e anotar em mm a induração.
– Eventos adversos locais: dor, prurido,vesiculações
(flictênulas), ocasionalmente linfangites e necroses.
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33. PREVENÇÃO
• A VACINAÇÃO BCG
– A vacina BCG confere poder protetor
às formas graves da primoinfecção
pelo M. tuberculosis. No Brasil, a
vacina BCG é prioritariamente
indicada para as crianças de 0 a 4
anos de idade, sendo obrigatória
para menores de um ano, como
dispõe a Portaria nº 452, de 06/12/76,
do Ministério da Saúde.
– Recomenda-se descontinuar as
medidas de revacinação em
escolares no país (II Consenso-
Jun/04).
– A vacinação BCG é feita segundo
normas e orientações do Programa
Nacional de Imunizações/MS.
34. PREVENÇÃO
• QUIMIOPROFILAXIA DA TUBERCULOSE
– A quimioprofilaxia deve ser administrada a
pessoas infectadas pelo M. Tuberculosis com
a isoniazida na dosagem de 5 a 10 mg/kg de
peso, com total máximo de 300 mg
diariamente, durante seis meses.
– Existe consenso de que a quimioprofilaxia
deve ser dirigida aos grupos de alto risco de
infecção tuberculosa.
35. Avaliação dos Contatos
AVALIAÇÃO DOS CONTATOS DOMICILIARES DE CASOS DE
TUBERCULOSE PULMONAR BACILOSCOPIA POSITIVA (ADULTOS)
A d u lt o
A s s in t o m á t ic o (I) S in t o m á t ic o
O r ie n t a ç ã o E x a m e d e E s c a rro
P o s it iv o N e g a t iv o
T ra ta m e n to O r ie n t a ç ã o
(I) Nos Serviços que dispuserem de aparelho de RX, realizar o exame.
36. PREVENÇÃO
• Indicações da quimiprofilaxia
– Recém-nascidos co-habitantes de foco
tuberculoso ativo. A isoniazida é administrada por
três meses e, após esse período, faz-se a prova
tuberculinica. Se a criança for reatora, a
quimioprofilaxia deve ser mantida por mais três
meses; senão, interrompe-se o uso da isoniazida e
vacina-se com BCG.
– Crianças menores de 15 anos, sem sinais
compatíveis com tuberculose ativa, contato de
tuberculoses bacilíferos, não vacinadas com BCG
e reatores à tuberculina de 10 e mais mm;
crianças vacinadas com BCG, mas com resposta
à tuberculina igual ou superior a 15 mm.
37. PREVENÇÃO
• Indicações da quimiprofilaxia
– Indivíduos com viragem tuberculínica recente
(até doze meses), isto é, que tiveram um aumento
na resposta tuberculínica de, no mínimo, 10 mm.
– População indígena. Neste grupo, a
quimioprofilaxia está indicada em todo o contato
de tuberculose bacilífero, reator forte ao PPD,
independente da idade e do estado vacinal,
após avaliação clínica e afastada a possibilidade
de tuberculose-doença, através de baciloscopia
e exame radiológico.
– lmunodeprimidos por uso de drogas ou por
doenças imunodepressoras e contatos intra-
domiciliares de tuberculosos, sob criteriosa
decisão médica.
42. PROJETO DE
MULTIPLICAÇÃO DA PT PARA
OS MUNICÍPIOS
• Introdução (situação ou diagnóstico do município
ou unidade de saúde);
• Objetivo;
• Coletividade (população/público alvo e
amostragem);
• Cronograma das atividades a serem
desenvolvidas;
• Recursos/desenvolvimento (custo-efetividade,
disponibilidade);
• Conclusão (o que espera atingir).
43. Bibliografia:
1- Macedo LG, Afiune JB, Fiuza de Melo. Características
clínicas, radiológicas e bacteriológicas de pacientes
portadores de tuberculose pulmonar. J. Pneumologia, 18
(sup.2):118,1992.
2 - Medeiros, EAS.Precauções e isolamento de Pacientes
com doenças de transmissão aérea no ambiente
hospitalar. Bol. Soc.Bras. Infect - março de 2001
3- Brasil. Tuberculose - Guia de Vigilância Epidemiológica.
Brasília, Ministério da Saúde, 2002
4 - II Diretrizes Brasileiras para Tuberculose 2004. J.
Pneumologia, 30 (1), 2004
Imagens:
Caminero, José A., Curso Intensivo de Actualización en
Tuberculosis para Medicos Especialistas – Febrero, 2005
45. Equipe PCT-SESDEC-RJ
Ana Alice T. P. Beviláqua
Ana Gessy Militão
Eduardo Pamplona Bethlem
Eliane Dale Sucupira
Lia Selig
Mônica Kramer de N. Andrade
Maria José Fernandes
Maria Cristina C. S. de Sá
Marneili Martins
Regina Maria Guedes de Carvalho
Regina Zuim
Rossana Coimbra Brito
LISIA MARIA RAYMUNDO DE FREITAS Vanja Maria Bessa Ferreira
Wilma Violeta Espinoza Moreno
GERENTE DO PCTSESD - RJ
Gilmar Chaves
Luciano Alberto Vieira da Silva
Marcelo Henrique Silva Lima