SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
Baixar para ler offline
Análise Dinâmica de uma Viga do tipo biapoiada utilizando o
           Método dos Elementos Finitos (Software ANSYS11)

                                              Vinicius Elias da Costa
                                     professorviniciuselias@hotmail.com
                                        Universidade de Brasília - UNB
                          Mestrado em Integridade de Materiais da Engenharia

                                                 Dezembro de 2011


                                                         Resumo

      A dinâmica relaciona as forças que atuam num corpo com seu movimento. E este movimento pode ser obtido
      através das equações de Lagrange. Um corpo rígido ou uma estutura nestas condições está sujeito à vibrações,
      onde o sistema oscila a partir de uma posição de equilíbrio. Este trabalho tem como objetivo explorar estes
      conceitos apresentando a formulação básica por elementos finitos e mostrar uma aplicação através do software
      ANSYS. Trata-se da análise dinâmica de um viga biapoiada buscando com isto verificar seu comportamento
      extraindo os modos de vibrar, frequências naturais e amplitude.



1 Introdução
A análise de estruturas é uma das aplicações mais comuns do método dos elementos finitos (MEF). O termo
”estrutura” não só diz respeito as estruturas de engenharia civil, mas também estruturas navais, aeronauticas,
mecânicas e etc.
Em geral, a análise de estruturas pode ser dividida em estática e dinâmica. E para realizar esta análise, faz-
se necessário na maioria das vezes o auxilio de ferramentas computacionais, onde neste caso, foi utilizado o
software ANSYS11. O ANSYS é software de elementos finitos que pode ser utilizado nas mais diversas classes
de problemas em engenharia. Este ainda apresenta sete tipos de análise de estruturas: Estática, modal, harmônica,
dinâmica transiente, espectral e dinâmica explicita.



2 Elementos Finitos em Dinâmica
Nesta seção apresentaremos a formulação para análise dinâmica em elementos finitos (EF) para o caso dinâmico
de uma estrutura. Este processo consiste basicamente na obtenção das equações de movimentos de Lagrange, onde
estas consitem apenas numa forma derivada dos principio dos trabalhos virtuais e o princípio de D’Alembert.



                                                             1
2.1      Método Geral

Seja l o comprimento de um elemento, e considere u(ξ, t) com ξ : 0 ≤ ξ ≤ l, a função deslocamento, escolhida
satisfazendo a continuidade apropriada. Se u1 , u2 , . . . , uk representam os graus de liberdade para o elemento,
então
                                                          k
                                              u(ξ, t) =         φi (ξ)ui (t).                                    (1)
                                                          i=1

onde φi (ξ) são chamadas funções de forma.
      A energia potencial do elemento é calculada usando a equação (6) para o deslocamento e tem a seguinte forma:

                                                           1 T
                                                    V =      u ku.                                               (2)
                                                           2

onde u = [u1 , . . . , uk ]T e k é a matriz de rigidez local ou matriz de rigidez do elemento considerado.
      A energia cinética para o elemento pode ser calculada também usando (6), e tem a seguinte forma

                                                          1 T
                                                    T =     u mu.
                                                            ˙  ˙                                                 (3)
                                                          2

onde m é a matriz de massa local ou matriz de massa do elemento.
   O número total de graus de liberdade no modelo de EF é n = αβ − η, onde α é o número de elementos, β é o
número de graus de liberdade por elemento e η é o número de condições de contorno geométricas.
   Considere o vetor deslocamento global dado por U = [U1 , . . . , Un ]T onde U1 , . . . , Un representam os des-
locamentos a serem encontrados (ou não determinados). Desta forma, a energia potencial total do sistema tem a
forma:
                                                          1 T
                                                   V =      U KU.                                                (4)
                                                          2
onde K é a matriz de rigidez global, obtida pelo cálculo das matrizes de rigidez locais. A energia cinética total do
sistema tem a forma
                                                          1 ˙T ˙
                                                   T =      U MU.                                                (5)
                                                          2
onde M é a matriz de massa global, obtida pelo cálculo das matrizes locais.


2.2      Equações de Movimento - Dinâmica

Humar (2002) afirma que em dinâmica problemas envolvendo deslocamento, velocidade, deformação, tensão e
carregamento são todos dependentes do tempo. O procedimento consiste em obter equações de elementos finitos
para um problemas dinâmico, e que basicamente pode ser descrito pelos seguintes passos:

   1. Idealize o corpo (objeto de estudo) num conjunto E de elementos finitos.

   2. Considere o modelo de deslocamento de elemento e como:
                                                             
                                               u(x, y, z, t) 
                                                             
                                              
                                                             
                                                              
                             U (x, y, z, t) =   v(x, y, z, t)   = [N (x, y, z)]Q(e) (t).                         (6)
                                              
                                                             
                                                              
                                              
                                               w(x, y, z, t) 
                                                              

        onde U é o vetor de deslocamento [N ] é a matriz de funções de forma e Q(e) é o vetor de deslocamentos
        nodais, que é assumido em função do tempo t.
                                                           2
3. Determine as matrizes de rigidez e massa (propriedades).
   De (6), a deformação pode ser expressa por:

                                                       = [B]Q(e) .                                           (7)

   E a tensão como:
                                              σ = [D] = [D][B]Q(e) .                                         (8)

   Derivando (6) em respeito ao tempo, a velocidade pode ser obtida por
                                       ˙                             ˙
                                       U (x, y, z, t) = [N (x, y, z)]Q(e) (t),                               (9)
        ˙
   onde Q(e) é o vetor de velocidade nodal.

   Para deduzir as equações de movimento dinâmico de uma estrutura, podemos usar as equações de Lagrange
   ou o princípio de Hamilton. Deste modo as equações de Lagrange são dadas por
                                      d    ∂L           ∂L            ∂R
                                                  −              +          = {0}                          (10)
                                      dt    ˙
                                           ∂Q           ∂Q             ˙
                                                                      ∂Q
   Onde
                                                      L = T − πp                                           (11)

   é a função Lagrangiana, T é a energia cinética do sistema, πp é a energia potencial, R é a função de dissipa-
                                   ˙
   ção, Q é o deslocamento nodal e Q a velocidade nodal.

4. Montar as matrizes e vetores do sistema, e obter as equações de movimento total do sistema. Deste modo
   ainda podemos obter,
                                                       1 ˙T      ˙
                                            T    =       Q [M ]Q                                           (12)
                                                       2
                                                       1 ˙T    ˙   ˙
                                           πp    =       Q [K]Q − QT P                                     (13)
                                                       2
                                                       1 ˙T    ˙
                                           R     =       Q [C]Q                                            (14)
                                                       2
   onde
                                                             E
                                                M      =         [M (e) ]
                                                           e=1
                                                             E
                                                 K     =         [K (e) ]
                                                           e=1
                                                             E
                                                 C     =         [C (e) ]
                                                           e=1

   M matriz de massa global da estrutura, K matriz de matriz de rigidez global da estrutura, M matriz de
   amortecimento global da estrutura, P (t) é o vetor de carga total.

   Deste modo, a partir de (10),(13) e (14) podemos deduzir as equações de movimento da estrutura ou corpo
   como:
                                           ¨       ˙         ˙
                                       [M ]Q + [C]Q(t) + [K]Q(t) = P (t)                                   (15)
        ¨
   onde Q é o vetor de aceleração nodal no sistema global. Se o amortecimento for desconsiderado, temos
                                                  ¨       ˙
                                              [M ]Q + [K]Q(t) = P (t)                                      (16)
                                                      3
5. Finalmente este passo consiste em resolver as equações de movimento, aplicando as condições iniciais e de
        contorno.

      Na análise dinâmica de uma estrutura além de obter as equações de movimento, efetua-se a análise modal
obtendo as frequências naturais e harmônica.


2.3     Análise de Vibrações Livres

Segundo Seto (1970), Vibração livre é um movimento periódico que se observa quando um sistema é deslocado da
sua posição de equilíbrio estático. Uma vez considerando o movimento harmônico como

                                                    Q = Qeiωt .                                              (17)

A equação de vibrações livres será dada por

                                               ([K] − w2 [M ])Q = 0.                                         (18)

onde Q representa a amplitude do deslocamento Q (Autovetor ou modo de vibração do sistema) e ω denotamos
por frequência natural de vibração (Autovalor). A frequência natural é a frequência do sistema que tem vibração
livre sem atrito.
      Como Q por se tratar de um autovetor deve ser não-nulo, então segue que a solução para a equação (18) é dada
pelo determinante dos coeficientes da matriz ([K] − w2 [M ]), isto é,

                                               ([K] − w2 [M ]) = 0.                                          (19)



3 Análise dinâmica via Software ANSYS
Considere uma viga bi-apoiada com as seguintes características: L = 1m, h = b = 5cm, A = 25cm2 , I =
5.21.10− 7, ρ = 7800kg/m3 , v = 0, 3, E = 21000N/m2 .
O modelo obtido no ANSYS pode ser visto na figura 1.




                                  Figura 1: Modelo da Viga bi-apoiada no ANSYS



                                                         4
3.1   Análise Modal

Uma vez feito a modelagem e aplicando as condições de contorno, foi feito a análise modal e obtido os seguintes
resultados para as frequências naturais




                                          Figura 2: Primeiro Modo de Vibrar.




                                          Figura 3: Segundo Modo de Vibrar.




                                          Figura 4: Terceiro Modo de Vibrar.



                                                          5
Modo de Vibração     Frequências Naturais (Hz)
                                           1                      0,3717
                                           2                     0,148238
                                           3                     0,331988


3.2     Análise Harmônica

Para esta análise consideramos uma carga de 10N aplicada no nó 7 da viga, assim como visto abaixo na figura 5.




                             Figura 5: Viga com a força peso de 10N aplicada no nó 7.


Nesta análise utilizou-se um domínio de 0 a 0,5HZ, tendo em vista as frequências obtidas pela análise anterior.
Após aplicado todas as condições iniciais foi obtido o gráfico de amplitude em função da frequência para o nó 7.




                        Figura 6: Gráfico de amplitude em função da frequência para o nó 7.


      É importante observar que os picos mais altos ocorrem próximo às frequências naturais.


3.3     Análise Transiente

Este tipo de análise, fornece o comportamento da estrutura a partir de uma força aplicada, em função do tempo.
Deste modo, foi aplicado uma força em função do tempo próximo ao ponto central da viga. A análise foi consi-
derada dentro de um intervalo de 50s, tempo suficiente para a observação de um período de oscilação da estrutura.

                                                         6
Para tanto, aplicando um impulso com largura de 1s e magnitude 10N, ao qual foi definido como uma função.
Assim foi possível observar o comportamento da estrutura nestas condições, uma vez que o ANSYS efetua uma
animação no formato .avi, facilitando a compreensão desta análise.




                                   Figura 7: Animação produzida pelo Ansys.




4 Conclusão
De acordo com os resultados obtidos observa-se que a análise dinâmica pelo método dos elementos finitos uti-
lizando uma ferramenta computacional que possibilite a obtenção de parâmetros como respostas com o tempo,
modo de vibrar da estrutura e suas frequências naturais de trabalho são de fundamental importância para obter um
projeto adequado. Verifica-se também em relação ao dados obtidos, que foram satisfatórios levando como parâ-
metro as referências consultadasm, mostrando a eficácia do MEF para este tipo de determinação. Em trabalhos
futuros, pretende-se fazer uma análise pelo MEF comparando a solução analítica com a obtida pela ferramenta
computacional.



5 Bibliografia
HUGHES, T.J.R., The Finite Element Method Linear Static and Dynamic Finite Element Analysis, Dover
Publications, 1987.
HUMAR, J.L. Dynamics od structures-2ed.Canadá - Balkema -2002.
PAZ, M.;LEIGH,W. Structural Dynamics: Theory and Computation. 5ed,USA,Springer,2003.
LIU, G.R.;QUEK,S.S. The Finite Element Method: A pratical Course.Butterworth-Heinemann,Oxford- 2003
RAO, S. S., The Finite Element Method in Engineering, Pergamon Press, Oxford, 1989.
SADD, Martin H. Elasticity: Theory, Applications, and Numerics. Academic Press, August 2004.
SETO, Willian W. Vibrações Mecânicas: Coleção Schaum, McGraw-Hill Int. Ed., 1970.
SORTELO Jr, José . Introdução às Vibrações Mecânicas, 1ed-São Paulo: Edgar Blucher,2006.
ZIENKIEWICZ, O.C., TAYLOR, R.L. The finite element method - Basic formulation and linear problems,
Vol. 1, 4th.ed., McGraw-Hill Int. Ed., 1989.

                                                       7

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 8: O degrau de potencial. Caso I: Energia menor que o degrau
Aula 8: O degrau de potencial. Caso I: Energia menor que o degrauAula 8: O degrau de potencial. Caso I: Energia menor que o degrau
Aula 8: O degrau de potencial. Caso I: Energia menor que o degrauAdriano Silva
 
Asdl emmendes a1 fundamentos de sinais e sistemas
Asdl emmendes a1 fundamentos de sinais e sistemasAsdl emmendes a1 fundamentos de sinais e sistemas
Asdl emmendes a1 fundamentos de sinais e sistemasjoanes360
 
Otimização no Armazenamento de Imagens por meio da Decomposição em Valores Si...
Otimização no Armazenamento de Imagens por meio da Decomposição em Valores Si...Otimização no Armazenamento de Imagens por meio da Decomposição em Valores Si...
Otimização no Armazenamento de Imagens por meio da Decomposição em Valores Si...Agnaldo Coelho
 
Eletromag2
Eletromag2Eletromag2
Eletromag2alsppibr
 
Rodrigo de lima (uff) edo - parte 1edo
Rodrigo de lima (uff)   edo - parte 1edoRodrigo de lima (uff)   edo - parte 1edo
Rodrigo de lima (uff) edo - parte 1edoNaldo Martins
 
Aula 14: O poço de potencial infinito
Aula 14: O poço de potencial infinitoAula 14: O poço de potencial infinito
Aula 14: O poço de potencial infinitoAdriano Silva
 
Vibracoes
VibracoesVibracoes
Vibracoesaluno29
 
Novas Informações Sobre a Equação Generalizada de Euler-Tricomi
Novas Informações Sobre a Equação Generalizada de Euler-TricomiNovas Informações Sobre a Equação Generalizada de Euler-Tricomi
Novas Informações Sobre a Equação Generalizada de Euler-TricomiLossian Barbosa Bacelar Miranda
 
Aula 10: Exercícios
Aula 10: ExercíciosAula 10: Exercícios
Aula 10: ExercíciosAdriano Silva
 
Dynamic analysis of human gait
Dynamic analysis of human gaitDynamic analysis of human gait
Dynamic analysis of human gaitPaula Antunes
 
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodingerMarcelo de Souza
 
Kalman Filter - Video tracking Talk at IME-USP
Kalman Filter - Video tracking Talk at IME-USPKalman Filter - Video tracking Talk at IME-USP
Kalman Filter - Video tracking Talk at IME-USPJorge Leandro
 
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.william chagas
 
Modeling of a biomechanic elasticity problem with Finite Elements model
Modeling of a biomechanic elasticity problem with Finite Elements modelModeling of a biomechanic elasticity problem with Finite Elements model
Modeling of a biomechanic elasticity problem with Finite Elements modelPaula Antunes
 

Mais procurados (20)

92 268-1-pb (2)
92 268-1-pb (2)92 268-1-pb (2)
92 268-1-pb (2)
 
Aula 8: O degrau de potencial. Caso I: Energia menor que o degrau
Aula 8: O degrau de potencial. Caso I: Energia menor que o degrauAula 8: O degrau de potencial. Caso I: Energia menor que o degrau
Aula 8: O degrau de potencial. Caso I: Energia menor que o degrau
 
Asdl emmendes a1 fundamentos de sinais e sistemas
Asdl emmendes a1 fundamentos de sinais e sistemasAsdl emmendes a1 fundamentos de sinais e sistemas
Asdl emmendes a1 fundamentos de sinais e sistemas
 
Otimização no Armazenamento de Imagens por meio da Decomposição em Valores Si...
Otimização no Armazenamento de Imagens por meio da Decomposição em Valores Si...Otimização no Armazenamento de Imagens por meio da Decomposição em Valores Si...
Otimização no Armazenamento de Imagens por meio da Decomposição em Valores Si...
 
Eletromag2
Eletromag2Eletromag2
Eletromag2
 
Capitulo1
Capitulo1Capitulo1
Capitulo1
 
Geometria analítica: Notas de Aula
Geometria analítica: Notas de AulaGeometria analítica: Notas de Aula
Geometria analítica: Notas de Aula
 
Rodrigo de lima (uff) edo - parte 1edo
Rodrigo de lima (uff)   edo - parte 1edoRodrigo de lima (uff)   edo - parte 1edo
Rodrigo de lima (uff) edo - parte 1edo
 
Aula 14: O poço de potencial infinito
Aula 14: O poço de potencial infinitoAula 14: O poço de potencial infinito
Aula 14: O poço de potencial infinito
 
Ap 2016 p1.1
Ap 2016 p1.1Ap 2016 p1.1
Ap 2016 p1.1
 
Vibracoes
VibracoesVibracoes
Vibracoes
 
Novas Informações Sobre a Equação Generalizada de Euler-Tricomi
Novas Informações Sobre a Equação Generalizada de Euler-TricomiNovas Informações Sobre a Equação Generalizada de Euler-Tricomi
Novas Informações Sobre a Equação Generalizada de Euler-Tricomi
 
Aula 10: Exercícios
Aula 10: ExercíciosAula 10: Exercícios
Aula 10: Exercícios
 
Dynamic analysis of human gait
Dynamic analysis of human gaitDynamic analysis of human gait
Dynamic analysis of human gait
 
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
4 alternativas-para-resolver-a-equacao-de-schrodinger
 
05 forca e leis de newton
05 forca e leis de newton05 forca e leis de newton
05 forca e leis de newton
 
Kalman Filter - Video tracking Talk at IME-USP
Kalman Filter - Video tracking Talk at IME-USPKalman Filter - Video tracking Talk at IME-USP
Kalman Filter - Video tracking Talk at IME-USP
 
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
Equacionamento das ondas planas - Eletromag.
 
Modeling of a biomechanic elasticity problem with Finite Elements model
Modeling of a biomechanic elasticity problem with Finite Elements modelModeling of a biomechanic elasticity problem with Finite Elements model
Modeling of a biomechanic elasticity problem with Finite Elements model
 
Capitulo4 tl06
Capitulo4 tl06Capitulo4 tl06
Capitulo4 tl06
 

Destaque

Artigo elementos finitos-modelagem e análise de predio industrial
Artigo elementos finitos-modelagem e análise de predio industrialArtigo elementos finitos-modelagem e análise de predio industrial
Artigo elementos finitos-modelagem e análise de predio industrialRafael Lial
 
Trabajo y energía
Trabajo y energíaTrabajo y energía
Trabajo y energíaemebec08
 
Análise de Viga através de NX Nastran e Matlab (Galerkin)
Análise de Viga através de NX Nastran e Matlab (Galerkin)Análise de Viga através de NX Nastran e Matlab (Galerkin)
Análise de Viga através de NX Nastran e Matlab (Galerkin)Ivan Soares
 
Pac elementos finitos 1 a parte
Pac elementos finitos 1 a partePac elementos finitos 1 a parte
Pac elementos finitos 1 a parteAndré Pissolatti
 
Aula diagramas
Aula diagramasAula diagramas
Aula diagramasRoseno11
 
Concepção estrutural ii slide
Concepção estrutural ii   slideConcepção estrutural ii   slide
Concepção estrutural ii slideEDER OLIVEIRA
 
Capítulo 4 análises estruturais
Capítulo 4   análises estruturaisCapítulo 4   análises estruturais
Capítulo 4 análises estruturaisCarlos Elson Cunha
 
Mecánica Computacional(1)
Mecánica Computacional(1)Mecánica Computacional(1)
Mecánica Computacional(1)Alfonso Cubillos
 
Método de elementos finitos
Método de elementos finitosMétodo de elementos finitos
Método de elementos finitosherrerapamela10b
 
Metodo de los elementos finitos para analisis estructural
Metodo de los elementos finitos para analisis estructuralMetodo de los elementos finitos para analisis estructural
Metodo de los elementos finitos para analisis estructuralManuel Armando Arellano Neyra
 

Destaque (20)

Elementos finitos 1 a parte
Elementos finitos 1 a parteElementos finitos 1 a parte
Elementos finitos 1 a parte
 
Finit Elements Analysis
Finit Elements AnalysisFinit Elements Analysis
Finit Elements Analysis
 
Wxt
WxtWxt
Wxt
 
Livro mef aa
Livro mef aaLivro mef aa
Livro mef aa
 
Sae 2004-a
Sae 2004-aSae 2004-a
Sae 2004-a
 
Artigo elementos finitos-modelagem e análise de predio industrial
Artigo elementos finitos-modelagem e análise de predio industrialArtigo elementos finitos-modelagem e análise de predio industrial
Artigo elementos finitos-modelagem e análise de predio industrial
 
Trabajo y energía
Trabajo y energíaTrabajo y energía
Trabajo y energía
 
1. introdução ao método dos elementos de contorno
1. introdução ao método dos elementos de contorno1. introdução ao método dos elementos de contorno
1. introdução ao método dos elementos de contorno
 
Análise de Viga através de NX Nastran e Matlab (Galerkin)
Análise de Viga através de NX Nastran e Matlab (Galerkin)Análise de Viga através de NX Nastran e Matlab (Galerkin)
Análise de Viga através de NX Nastran e Matlab (Galerkin)
 
Molas mec nicas_1
Molas mec nicas_1Molas mec nicas_1
Molas mec nicas_1
 
Pac elementos finitos 1 a parte
Pac elementos finitos 1 a partePac elementos finitos 1 a parte
Pac elementos finitos 1 a parte
 
Aula diagramas
Aula diagramasAula diagramas
Aula diagramas
 
Modelagem mef
Modelagem mefModelagem mef
Modelagem mef
 
Palestra ronaldo
Palestra ronaldoPalestra ronaldo
Palestra ronaldo
 
Concepção estrutural ii slide
Concepção estrutural ii   slideConcepção estrutural ii   slide
Concepção estrutural ii slide
 
Capítulo 4 análises estruturais
Capítulo 4   análises estruturaisCapítulo 4   análises estruturais
Capítulo 4 análises estruturais
 
Mecánica Computacional(1)
Mecánica Computacional(1)Mecánica Computacional(1)
Mecánica Computacional(1)
 
02 analisis estructural metodo elementos finitos
02 analisis estructural metodo elementos finitos02 analisis estructural metodo elementos finitos
02 analisis estructural metodo elementos finitos
 
Método de elementos finitos
Método de elementos finitosMétodo de elementos finitos
Método de elementos finitos
 
Metodo de los elementos finitos para analisis estructural
Metodo de los elementos finitos para analisis estructuralMetodo de los elementos finitos para analisis estructural
Metodo de los elementos finitos para analisis estructural
 

Semelhante a Análise dinâmica viga biapoiada ANSYS

Mini-Curso: Campos de gauge clássicos: Maxwell e Chern-Simons
Mini-Curso: Campos de gauge clássicos: Maxwell e Chern-SimonsMini-Curso: Campos de gauge clássicos: Maxwell e Chern-Simons
Mini-Curso: Campos de gauge clássicos: Maxwell e Chern-SimonsMaria Teresa Thomaz
 
Aula 1 fic
Aula 1   ficAula 1   fic
Aula 1 ficBUIAR
 
Aula 1 fic
Aula 1   ficAula 1   fic
Aula 1 ficBUIAR
 
Exame unificado de fisica 2012 1 solution
Exame unificado de fisica 2012 1 solutionExame unificado de fisica 2012 1 solution
Exame unificado de fisica 2012 1 solution17535069649
 
Exame unificado de fisica 2012 1 solution
Exame unificado de fisica 2012 1 solutionExame unificado de fisica 2012 1 solution
Exame unificado de fisica 2012 1 solutionMarcosPacheco65
 
Questões resolvidas exame unificado de fisica 2013 2
Questões resolvidas exame unificado de fisica 2013 2Questões resolvidas exame unificado de fisica 2013 2
Questões resolvidas exame unificado de fisica 2013 217535069649
 
relatorio tg3 corrigido
relatorio tg3 corrigidorelatorio tg3 corrigido
relatorio tg3 corrigidoFelipe Kelemen
 
www.TutoresEscolares.Com.Br - Física - Dinâmica e Movimento
www.TutoresEscolares.Com.Br  - Física -  Dinâmica e Movimentowww.TutoresEscolares.Com.Br  - Física -  Dinâmica e Movimento
www.TutoresEscolares.Com.Br - Física - Dinâmica e MovimentoTuotes Escolares
 
www.aulaparticularonline.net.br - Física - Dinâmica e Movimento
www.aulaparticularonline.net.br - Física -  Dinâmica e Movimentowww.aulaparticularonline.net.br - Física -  Dinâmica e Movimento
www.aulaparticularonline.net.br - Física - Dinâmica e MovimentoLucia Silveira
 
www.AulasParticularesApoio.Com - Física - Dinâmica e Movimento
www.AulasParticularesApoio.Com - Física -  Dinâmica e Movimentowww.AulasParticularesApoio.Com - Física -  Dinâmica e Movimento
www.AulasParticularesApoio.Com - Física - Dinâmica e MovimentoApoioAulas ParticularesCom
 
A função exponencial & trigonometria e aplicações
A função exponencial & trigonometria e aplicaçõesA função exponencial & trigonometria e aplicações
A função exponencial & trigonometria e aplicaçõesDinho Paulo Clakly
 
www.AulasEnsinoMedio.com.br - Física - Dinâmica e Movimento
www.AulasEnsinoMedio.com.br - Física -  Dinâmica e Movimentowww.AulasEnsinoMedio.com.br - Física -  Dinâmica e Movimento
www.AulasEnsinoMedio.com.br - Física - Dinâmica e MovimentoAulasEnsinoMedio
 
Exame unificado de física 2011 1 solution
Exame unificado de física 2011 1 solutionExame unificado de física 2011 1 solution
Exame unificado de física 2011 1 solutionMarcosPacheco65
 
Eletromagnetismo/Parte2
Eletromagnetismo/Parte2Eletromagnetismo/Parte2
Eletromagnetismo/Parte2alsppibr
 
Aula 6: O caso estacioário em uma dimensão
Aula 6: O caso estacioário em uma dimensãoAula 6: O caso estacioário em uma dimensão
Aula 6: O caso estacioário em uma dimensãoAdriano Silva
 
Sistemas dinâmicos caóticos [com minha participação]
Sistemas dinâmicos caóticos [com minha participação]Sistemas dinâmicos caóticos [com minha participação]
Sistemas dinâmicos caóticos [com minha participação]Elton Ribeiro da Cruz
 

Semelhante a Análise dinâmica viga biapoiada ANSYS (20)

Mini-Curso: Campos de gauge clássicos: Maxwell e Chern-Simons
Mini-Curso: Campos de gauge clássicos: Maxwell e Chern-SimonsMini-Curso: Campos de gauge clássicos: Maxwell e Chern-Simons
Mini-Curso: Campos de gauge clássicos: Maxwell e Chern-Simons
 
St2
St2St2
St2
 
St2
St2St2
St2
 
Aula 1 fic
Aula 1   ficAula 1   fic
Aula 1 fic
 
Aula 1 fic
Aula 1   ficAula 1   fic
Aula 1 fic
 
Atômica e molecular lista1
Atômica e molecular lista1Atômica e molecular lista1
Atômica e molecular lista1
 
Exame unificado de fisica 2012 1 solution
Exame unificado de fisica 2012 1 solutionExame unificado de fisica 2012 1 solution
Exame unificado de fisica 2012 1 solution
 
Exame unificado de fisica 2012 1 solution
Exame unificado de fisica 2012 1 solutionExame unificado de fisica 2012 1 solution
Exame unificado de fisica 2012 1 solution
 
Questões resolvidas exame unificado de fisica 2013 2
Questões resolvidas exame unificado de fisica 2013 2Questões resolvidas exame unificado de fisica 2013 2
Questões resolvidas exame unificado de fisica 2013 2
 
relatorio tg3 corrigido
relatorio tg3 corrigidorelatorio tg3 corrigido
relatorio tg3 corrigido
 
www.TutoresEscolares.Com.Br - Física - Dinâmica e Movimento
www.TutoresEscolares.Com.Br  - Física -  Dinâmica e Movimentowww.TutoresEscolares.Com.Br  - Física -  Dinâmica e Movimento
www.TutoresEscolares.Com.Br - Física - Dinâmica e Movimento
 
www.aulaparticularonline.net.br - Física - Dinâmica e Movimento
www.aulaparticularonline.net.br - Física -  Dinâmica e Movimentowww.aulaparticularonline.net.br - Física -  Dinâmica e Movimento
www.aulaparticularonline.net.br - Física - Dinâmica e Movimento
 
www.AulasParticularesApoio.Com - Física - Dinâmica e Movimento
www.AulasParticularesApoio.Com - Física -  Dinâmica e Movimentowww.AulasParticularesApoio.Com - Física -  Dinâmica e Movimento
www.AulasParticularesApoio.Com - Física - Dinâmica e Movimento
 
Ppgf ufpa --prova_2011-01
Ppgf ufpa --prova_2011-01Ppgf ufpa --prova_2011-01
Ppgf ufpa --prova_2011-01
 
A função exponencial & trigonometria e aplicações
A função exponencial & trigonometria e aplicaçõesA função exponencial & trigonometria e aplicações
A função exponencial & trigonometria e aplicações
 
www.AulasEnsinoMedio.com.br - Física - Dinâmica e Movimento
www.AulasEnsinoMedio.com.br - Física -  Dinâmica e Movimentowww.AulasEnsinoMedio.com.br - Física -  Dinâmica e Movimento
www.AulasEnsinoMedio.com.br - Física - Dinâmica e Movimento
 
Exame unificado de física 2011 1 solution
Exame unificado de física 2011 1 solutionExame unificado de física 2011 1 solution
Exame unificado de física 2011 1 solution
 
Eletromagnetismo/Parte2
Eletromagnetismo/Parte2Eletromagnetismo/Parte2
Eletromagnetismo/Parte2
 
Aula 6: O caso estacioário em uma dimensão
Aula 6: O caso estacioário em uma dimensãoAula 6: O caso estacioário em uma dimensão
Aula 6: O caso estacioário em uma dimensão
 
Sistemas dinâmicos caóticos [com minha participação]
Sistemas dinâmicos caóticos [com minha participação]Sistemas dinâmicos caóticos [com minha participação]
Sistemas dinâmicos caóticos [com minha participação]
 

Análise dinâmica viga biapoiada ANSYS

  • 1. Análise Dinâmica de uma Viga do tipo biapoiada utilizando o Método dos Elementos Finitos (Software ANSYS11) Vinicius Elias da Costa professorviniciuselias@hotmail.com Universidade de Brasília - UNB Mestrado em Integridade de Materiais da Engenharia Dezembro de 2011 Resumo A dinâmica relaciona as forças que atuam num corpo com seu movimento. E este movimento pode ser obtido através das equações de Lagrange. Um corpo rígido ou uma estutura nestas condições está sujeito à vibrações, onde o sistema oscila a partir de uma posição de equilíbrio. Este trabalho tem como objetivo explorar estes conceitos apresentando a formulação básica por elementos finitos e mostrar uma aplicação através do software ANSYS. Trata-se da análise dinâmica de um viga biapoiada buscando com isto verificar seu comportamento extraindo os modos de vibrar, frequências naturais e amplitude. 1 Introdução A análise de estruturas é uma das aplicações mais comuns do método dos elementos finitos (MEF). O termo ”estrutura” não só diz respeito as estruturas de engenharia civil, mas também estruturas navais, aeronauticas, mecânicas e etc. Em geral, a análise de estruturas pode ser dividida em estática e dinâmica. E para realizar esta análise, faz- se necessário na maioria das vezes o auxilio de ferramentas computacionais, onde neste caso, foi utilizado o software ANSYS11. O ANSYS é software de elementos finitos que pode ser utilizado nas mais diversas classes de problemas em engenharia. Este ainda apresenta sete tipos de análise de estruturas: Estática, modal, harmônica, dinâmica transiente, espectral e dinâmica explicita. 2 Elementos Finitos em Dinâmica Nesta seção apresentaremos a formulação para análise dinâmica em elementos finitos (EF) para o caso dinâmico de uma estrutura. Este processo consiste basicamente na obtenção das equações de movimentos de Lagrange, onde estas consitem apenas numa forma derivada dos principio dos trabalhos virtuais e o princípio de D’Alembert. 1
  • 2. 2.1 Método Geral Seja l o comprimento de um elemento, e considere u(ξ, t) com ξ : 0 ≤ ξ ≤ l, a função deslocamento, escolhida satisfazendo a continuidade apropriada. Se u1 , u2 , . . . , uk representam os graus de liberdade para o elemento, então k u(ξ, t) = φi (ξ)ui (t). (1) i=1 onde φi (ξ) são chamadas funções de forma. A energia potencial do elemento é calculada usando a equação (6) para o deslocamento e tem a seguinte forma: 1 T V = u ku. (2) 2 onde u = [u1 , . . . , uk ]T e k é a matriz de rigidez local ou matriz de rigidez do elemento considerado. A energia cinética para o elemento pode ser calculada também usando (6), e tem a seguinte forma 1 T T = u mu. ˙ ˙ (3) 2 onde m é a matriz de massa local ou matriz de massa do elemento. O número total de graus de liberdade no modelo de EF é n = αβ − η, onde α é o número de elementos, β é o número de graus de liberdade por elemento e η é o número de condições de contorno geométricas. Considere o vetor deslocamento global dado por U = [U1 , . . . , Un ]T onde U1 , . . . , Un representam os des- locamentos a serem encontrados (ou não determinados). Desta forma, a energia potencial total do sistema tem a forma: 1 T V = U KU. (4) 2 onde K é a matriz de rigidez global, obtida pelo cálculo das matrizes de rigidez locais. A energia cinética total do sistema tem a forma 1 ˙T ˙ T = U MU. (5) 2 onde M é a matriz de massa global, obtida pelo cálculo das matrizes locais. 2.2 Equações de Movimento - Dinâmica Humar (2002) afirma que em dinâmica problemas envolvendo deslocamento, velocidade, deformação, tensão e carregamento são todos dependentes do tempo. O procedimento consiste em obter equações de elementos finitos para um problemas dinâmico, e que basicamente pode ser descrito pelos seguintes passos: 1. Idealize o corpo (objeto de estudo) num conjunto E de elementos finitos. 2. Considere o modelo de deslocamento de elemento e como:    u(x, y, z, t)        U (x, y, z, t) = v(x, y, z, t) = [N (x, y, z)]Q(e) (t). (6)       w(x, y, z, t)   onde U é o vetor de deslocamento [N ] é a matriz de funções de forma e Q(e) é o vetor de deslocamentos nodais, que é assumido em função do tempo t. 2
  • 3. 3. Determine as matrizes de rigidez e massa (propriedades). De (6), a deformação pode ser expressa por: = [B]Q(e) . (7) E a tensão como: σ = [D] = [D][B]Q(e) . (8) Derivando (6) em respeito ao tempo, a velocidade pode ser obtida por ˙ ˙ U (x, y, z, t) = [N (x, y, z)]Q(e) (t), (9) ˙ onde Q(e) é o vetor de velocidade nodal. Para deduzir as equações de movimento dinâmico de uma estrutura, podemos usar as equações de Lagrange ou o princípio de Hamilton. Deste modo as equações de Lagrange são dadas por d ∂L ∂L ∂R − + = {0} (10) dt ˙ ∂Q ∂Q ˙ ∂Q Onde L = T − πp (11) é a função Lagrangiana, T é a energia cinética do sistema, πp é a energia potencial, R é a função de dissipa- ˙ ção, Q é o deslocamento nodal e Q a velocidade nodal. 4. Montar as matrizes e vetores do sistema, e obter as equações de movimento total do sistema. Deste modo ainda podemos obter, 1 ˙T ˙ T = Q [M ]Q (12) 2 1 ˙T ˙ ˙ πp = Q [K]Q − QT P (13) 2 1 ˙T ˙ R = Q [C]Q (14) 2 onde E M = [M (e) ] e=1 E K = [K (e) ] e=1 E C = [C (e) ] e=1 M matriz de massa global da estrutura, K matriz de matriz de rigidez global da estrutura, M matriz de amortecimento global da estrutura, P (t) é o vetor de carga total. Deste modo, a partir de (10),(13) e (14) podemos deduzir as equações de movimento da estrutura ou corpo como: ¨ ˙ ˙ [M ]Q + [C]Q(t) + [K]Q(t) = P (t) (15) ¨ onde Q é o vetor de aceleração nodal no sistema global. Se o amortecimento for desconsiderado, temos ¨ ˙ [M ]Q + [K]Q(t) = P (t) (16) 3
  • 4. 5. Finalmente este passo consiste em resolver as equações de movimento, aplicando as condições iniciais e de contorno. Na análise dinâmica de uma estrutura além de obter as equações de movimento, efetua-se a análise modal obtendo as frequências naturais e harmônica. 2.3 Análise de Vibrações Livres Segundo Seto (1970), Vibração livre é um movimento periódico que se observa quando um sistema é deslocado da sua posição de equilíbrio estático. Uma vez considerando o movimento harmônico como Q = Qeiωt . (17) A equação de vibrações livres será dada por ([K] − w2 [M ])Q = 0. (18) onde Q representa a amplitude do deslocamento Q (Autovetor ou modo de vibração do sistema) e ω denotamos por frequência natural de vibração (Autovalor). A frequência natural é a frequência do sistema que tem vibração livre sem atrito. Como Q por se tratar de um autovetor deve ser não-nulo, então segue que a solução para a equação (18) é dada pelo determinante dos coeficientes da matriz ([K] − w2 [M ]), isto é, ([K] − w2 [M ]) = 0. (19) 3 Análise dinâmica via Software ANSYS Considere uma viga bi-apoiada com as seguintes características: L = 1m, h = b = 5cm, A = 25cm2 , I = 5.21.10− 7, ρ = 7800kg/m3 , v = 0, 3, E = 21000N/m2 . O modelo obtido no ANSYS pode ser visto na figura 1. Figura 1: Modelo da Viga bi-apoiada no ANSYS 4
  • 5. 3.1 Análise Modal Uma vez feito a modelagem e aplicando as condições de contorno, foi feito a análise modal e obtido os seguintes resultados para as frequências naturais Figura 2: Primeiro Modo de Vibrar. Figura 3: Segundo Modo de Vibrar. Figura 4: Terceiro Modo de Vibrar. 5
  • 6. Modo de Vibração Frequências Naturais (Hz) 1 0,3717 2 0,148238 3 0,331988 3.2 Análise Harmônica Para esta análise consideramos uma carga de 10N aplicada no nó 7 da viga, assim como visto abaixo na figura 5. Figura 5: Viga com a força peso de 10N aplicada no nó 7. Nesta análise utilizou-se um domínio de 0 a 0,5HZ, tendo em vista as frequências obtidas pela análise anterior. Após aplicado todas as condições iniciais foi obtido o gráfico de amplitude em função da frequência para o nó 7. Figura 6: Gráfico de amplitude em função da frequência para o nó 7. É importante observar que os picos mais altos ocorrem próximo às frequências naturais. 3.3 Análise Transiente Este tipo de análise, fornece o comportamento da estrutura a partir de uma força aplicada, em função do tempo. Deste modo, foi aplicado uma força em função do tempo próximo ao ponto central da viga. A análise foi consi- derada dentro de um intervalo de 50s, tempo suficiente para a observação de um período de oscilação da estrutura. 6
  • 7. Para tanto, aplicando um impulso com largura de 1s e magnitude 10N, ao qual foi definido como uma função. Assim foi possível observar o comportamento da estrutura nestas condições, uma vez que o ANSYS efetua uma animação no formato .avi, facilitando a compreensão desta análise. Figura 7: Animação produzida pelo Ansys. 4 Conclusão De acordo com os resultados obtidos observa-se que a análise dinâmica pelo método dos elementos finitos uti- lizando uma ferramenta computacional que possibilite a obtenção de parâmetros como respostas com o tempo, modo de vibrar da estrutura e suas frequências naturais de trabalho são de fundamental importância para obter um projeto adequado. Verifica-se também em relação ao dados obtidos, que foram satisfatórios levando como parâ- metro as referências consultadasm, mostrando a eficácia do MEF para este tipo de determinação. Em trabalhos futuros, pretende-se fazer uma análise pelo MEF comparando a solução analítica com a obtida pela ferramenta computacional. 5 Bibliografia HUGHES, T.J.R., The Finite Element Method Linear Static and Dynamic Finite Element Analysis, Dover Publications, 1987. HUMAR, J.L. Dynamics od structures-2ed.Canadá - Balkema -2002. PAZ, M.;LEIGH,W. Structural Dynamics: Theory and Computation. 5ed,USA,Springer,2003. LIU, G.R.;QUEK,S.S. The Finite Element Method: A pratical Course.Butterworth-Heinemann,Oxford- 2003 RAO, S. S., The Finite Element Method in Engineering, Pergamon Press, Oxford, 1989. SADD, Martin H. Elasticity: Theory, Applications, and Numerics. Academic Press, August 2004. SETO, Willian W. Vibrações Mecânicas: Coleção Schaum, McGraw-Hill Int. Ed., 1970. SORTELO Jr, José . Introdução às Vibrações Mecânicas, 1ed-São Paulo: Edgar Blucher,2006. ZIENKIEWICZ, O.C., TAYLOR, R.L. The finite element method - Basic formulation and linear problems, Vol. 1, 4th.ed., McGraw-Hill Int. Ed., 1989. 7