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Eleições mudarão o quê?




Sumário

1 - Elementos essenciais a ter em consideração
2 - Cenários plausíveis
3 - E o povo, pá? E o povo?




Admitamos que Cavaco faz um intervalo na sua letargia e aceita a
demissão de Sócrates o que, muito provavelmente irá conduzir a
eleições.


1 - Elementos essenciais a ter em consideração

Portugal não passa de uma província do sul dominado pelo directório
imperial em formação (Alemanha-França- Grã-Bretanha) gerido a partir
de Bruxelas, onde está o poder executivo europeu (civil e militar). Dito
de um modo mais cru e realista: Portugal já não existe como nação
soberana, como decorre do Tratado de Lisboa e da integração em
políticas comunitárias várias, a começar pelo euro e a terminar nos
PEC’s.

Este contexto é estrutural e não há “reformas estruturais” que o alterem,
dado o grau de dependência do país, da incapacidade dos seus
capitalistas de se firmarem na envolvente europeia e da apatia social
tradicional num povo que viveu duzentos anos moldado pelo terror da
Inquisição, por 48 de repressão fascista e 36 de ocupação pelo PS/PSD.

Faz parte da liturgia de mercado apontar-se eleições para manter o
statu quo anterior dando a ilusão de que advirão mudanças depois da
colocação de uns papelinhos em caixotes, após anos de formatação
num pensamento único e afunilamento das alternativas numa só.


2 - Cenários plausíveis




Esquerda Desalinhada       grazia.tanta@gmail.com       24/3/2011       1
O cenário de eleições foi meticulosamente preparado pelo PS que não
se quis deixar amolecer no banho-maria que convinha à coligação
Cavaco-PSD (apesar do desprezo do primeiro pelo Passos). Há alguns
cenários para o rescaldo das eleições daqui a dois meses (a estupidez
dos legisladores não conseguiu congeminar periodo mais curto – na
Irlanda são apenas três semanas).

Cenário 1 - Sócrates lidera o “top five” sem maioria absoluta; esta última
             é um não cenário. A partir daí…

             •       Torna-se evidente a inconsistência política de Cavaco e
                     este assume totalmente a sua função de veneranda
                     figura de corta-fitas até que se fine o mandato;

             •       Alternativamente, Cavaco, queixa-se de todos e,
                     incompreendido, recolhe ao Algarve para a modesta
                     casinha comprada com o produto das laboriosas
                     poupanças aplicadas nas acções da SLN;

             •       Sócrates aparecerá inchado e sorridente na televisão
                     como     grande      ganhador perante   essa   coisa
                     denominada oposição como perante os amorfos dos
                     seus opositores internos;

             •       Sócrates aumenta a sua importância como mestre de
                     obras (ele até é engenheiro!) dos patrões tradicionais – o
                     embaixador americano, a Merkel, o Trichet, o Strauss-
                     Kahn…

             •       Provável mudança de líder no PSD, voltando o Passos ao
                     lugar de empregado do Paramécia (alcunha do Ângelo
                     Correia no Colégio Militar) e sua substituição por uma
                     outra pileca política do mesmo género – Rangel, Rio,
                     Aguiar-Branco…

Cenário 1-A - Aliança com o PSD para a constituição de uma forma de
              poder blindado e autoritário, em nome do chamado
              interesse nacional, alheio à gritaria da oposição na AR

                 •    Trata-se da solução preferida pelas instâncias
                      suseranas da UE e, sobretudo pelos “mercados”, que
                      apreciam a estabilidade do fluxo dos lucros que se
                      acumulam nos seus bolsos;

                 •    Não é um cenário novo na política à portuguesa;
                      esteve em cena durante a crise 1983/85, durante a
                      segunda intervenção do FMI e durou até à assimilação


Esquerda Desalinhada             grazia.tanta@gmail.com       24/3/2011       2
de Portugal dentro pela então CEE. Baseou-se num
                  claro predomínio do PS de Mário Soares sobre um
                  jurista petulante e superficial (Mota Pinto) como chefe
                  do PSD;

              •   Criação de um Governo com as mãos livres para o
                  assalto aos direitos da multidão, para a fragilização dos
                  trabalhadores, para o terror laboral, para a redução
                  da saúde e do tempo de vida de reformados e pobres,
                  para a extinção em termos práticos do SNS, para o
                  desmantelamento da escola pública e da segurança
                  social, com a salvaguarda das capacidades dos ricos,
                  fonte inesgotável do empreendorismo e do
                  investimento pátrio … como sabemos;

              •   Agilização política do abastecimento dos “mercados”
                  com rendimentos sugados à multidão em Portugal,
                  através do Estado e com o argumento do deficit;

              •   Neste governo participaria como vice o lider do PSD
                  que decerto não seria Passos. Por outro lado, Sócrates
                  nunca admtiria estar nessa coligação sem o
                  comprometimento do número um do PSD, daí saindo
                  reforçada a ideia da substituição de Passos;

              •   Utilização mais frequente e pesada da repressão nas
                  ruas e nas empresas e, como contrapartida dada às
                  suseranias, reforço de soldados e GNR nas regiões de
                  conflito ou em “estabilização post-intervenção”.

Cenário 1-B - Aliança com o CDS, versão fraca do cenário anterior,

              •   Solução mais frágil, encontra a dificuldade de
                  compatibilizar Sócrates com um Paulo Portas
                  inamovível no CDS;

              •   Também não seria caso virgem em Portugal pois o CDS
                  acomanhou o PS no II governo constitucional, em 1977,
                  no contexto da primeira ameaça de bancarrota que
                  originou o apoio do FMI. Porém, o CDS de Amaro da
                  Costa e Freitas do Amaral tinha pouco a ver com a
                  actual liderança de Portas.

Cenário 1-C - “Ménage à trois” amplamente maioritário na AR onde só
             sobrariam dois tenores discordantes, cantando das
             bancadas do PC e do BE.



Esquerda Desalinhada         grazia.tanta@gmail.com       24/3/2011       3
•   Recolhe simpatias das suseranias externas mas, dados
                  as dificuldades dos equilíbrios internos, sendo sempre
                  possível um rotura de um dos parceiros mais à direita;

              •   Esta solução só seria necessária no caso de um
                  crescimento acentuado do CDS comparativamente
                  ao PSD ou – o que é pouco plausível – perante um forte
                  aumento do binómio social-democrata BE/PC.

Cenário 1-D - Governo PS com ou sem PSD acrescido de umas pastas
             ministeriais preenchidas ao PC.

              •   Tratar-se-ia de uma repetição do acontecido em 1976
                  quando, no rescaldo do golpe reaccionário de 25 de
                  Novembro, o PC se manteve no poder para controlar a
                  contestação nos locais de trabalho e nos sindicatos;

              •   Esta solução seria interessante para o exercício do
                  poder no caso de haver grande contestação social, a
                  exigir a intervenção da CGTP, como serviço de
                  bombeiros. E não causaria engulhos aos bancos
                  alemães e franceses que tutelam a dívida pública;

              •   Não se considera muito plausível esta hipótese
                  porquanto a desobediência aos poderes por parte da
                  multidão é escassa, as greves são controladas,
                  desfasadas e não concertadas, as manifestações
                  oficiais assemelham-se a procissões e seria suicida por
                  parte do PC;

              •   Por outro lado, também se não considera a hipótese
                  da integração do BE no governo, apesar dos audíveis
                  suspiros por um concubinato com o PS, bem presentes
                  na candidatura de Alegre ou no acordo com António
                  Costa na câmara de Lisboa. Finalmente, o BE não
                  tendo poder sindical, nem poder de mobilização de
                  massas, não desempenha qualquer papel relevante na
                  contestação da multidão.

Cenário 2 - O PSD domina o “top five” do “hit parade” o que, neste
            exercício, não é o cenário mais provável, mesmo sem
            maioria absoluta.

              •   Passos Coelho é um líder fraco, mal preparado e isso
                  tornar-se-á bem visível quando surgirem os debates
                  com Sócrates, muito hábil na confrontação, agressivo
                  e bem informado;


Esquerda Desalinhada        grazia.tanta@gmail.com      24/3/2011       4
•   Por outro lado, sendo o PS um partido-Estado, o seu
                  domínio e manipulação da informação, bem como a
                  integração no aparelho estatal de centenas dos seus
                  membros, isso dá-lhe uma vantagem decisiva perante
                  um PSD desprovido de quadros;

              •   As últimas experiências de governação PSD não foram
                  propriamente modelares dada a mediocridade de
                  Durão Barroso e as tonterias de Santana, que passou
                  pelo vexame de ser despedido assim que o PS
                  substituiu Ferro Rodrigues por um José Sócrates, mais
                  permeável à satisfação dos interesses das oligarquias
                  económicas e financeiras. Para mais Sócrates estava
                  agarrado pelo rabo, entalado na Freeport;

              •   As primeiras reações da imprensa internacional e dos
                  governantes europeus revelam um desagrado
                  profundo com a queda do governo e do seu homem,
                  Sócrates. Apesar de Passos andar, de há algum tempo
                  atrás, em viagens de marketing pelas capitais
                  europeias, sobretudo Bruxelas, anunciando propostas
                  contrárias às das suseranias europeias.

Cenário 2-A – Aliança do PSD com o PS para a constituição da já
            referida blindagem do poder, em nome do chamado
            “interesse nacional”.

              •   Do ponto de vista das suseranias externas e dos
                  “mercados” este arranjo é equivalente ao referido no
                  Cenário 1-A, atrás, desde que assegure a estabilidade
                  e sossegue os “mercados”;

              •   As acções anti-sociais de um governo PSD/PS seriam
                  um pouco mais céleres e profundas do que no caso
                  PS/PSD mas, essencialmente, as mesmas; até porque a
                  agenda é sempre fixada em Bruxelas, com a
                  intervenção dos conselheiros do FMI, instalados no
                  Banco de Portugal há meses;

              •   Neste cenário Sócrates nunca seria um vice de Passos,
                  tal como Schroder não participou na grande
                  coligação alemã dirigida por frau Angela; perante um
                  PSD frágil em quadros e liderança seria de esperar
                  incidentes desestabilizadores por parte do PS,
                  conducentes ao seu retorno à supremacia no governo
                  dos “mercados”


Esquerda Desalinhada        grazia.tanta@gmail.com     24/3/2011      5
Cenário 2-B - A aliança com o CDS surge como uma repetição do
              sucedido entre 2002 e 2005 e está bem presente a
              humilhação de Durão como estalajadeiro na cimeira do
              Açores que decidiu o assalto guerreiro ao Iraque; os
              negócios dos submarinos ou da “Portucale” cujo
              apuramento permanece sedado no sistema judiciário; a
              continuidade do deficit e das medidas saneadoras; ou
              ainda o episódio militarista e idiota do “barco do amor”;

             •   Esta solução não é certamente a preferida pelas
                 susearanias externas, mais apostadas, para efeitos de
                 um pacífico saque dos rendimentos da multidão, em
                 arranjos políticos do tipo PS/PSD;

             •   Esse cenário tem alguns anti-corpos no PSD onde se
                 recordam dos manobrismos de Portas e não parece que
                 Passos tenha agilidade para os jogos do chefe do CDS;

             •   A agenda deste governo seria constituida pela
                 anulação acelerada de todos os resquícios de políticas
                 sociais, perseguição       feroz a     trabalhadores,
                 desempregados, velhos e pobres e deificação da
                 empresa e do capitalista, como agentes salvadores do
                 mundo;

             •   Nesta hipótese o PS iria tentar apresentar-se travestido
                 de “esquerda” para gáudio dos BE/PC que nunca
                 consideram aquela agremiação como direita, surgindo
                 daí um reforço da tara desculpabilizadora do PS como
                 partido de direita, por mais patifarias que faça. Até a
                 UGT ficaria liberta para se mostrar como central sindical;

             •   Num contexto de grande descontentamento social, e
                 de um governo claramente de direita e perante a
                 oposição das duas centrais sindicais, o governo iria ter
                 dificuldades pariculares com a contestação social e
                 política e iria certamente usar a violência policial de
                 forma desusada; o autoritarismo pós-fascista de Portas
                 ficaria em rédea solta


3 - E o povo, pá? E o povo?

É de admitir que a multidão já tenha entendido que a soberania, em
termos de ação política e de medidas económicas está em Bruxelas,
como polo aglutinador dos interesses das multinacionais, do sistema


Esquerda Desalinhada          grazia.tanta@gmail.com      24/3/2011       6
financeiro e do capital mafioso. E, nesse contexto, prepara-se para
colocar tampões nos ouvidos para se alhear dos gargarejos dos
papagaios partidários e para mandar às urtigas os votos ou, pelo
menos, o apoio a partidos. É de prever uma maior abstenção que em
2009 foi de 40.3% do eleitorado, contra 36.4% quatro anos antes.

O descrédito dos partidos parece em crescendo e começam a surgir
movimentações autónomas, com forte rejeição do quadro político
actual, por enquanto com um carácter difuso. Essa movimentação – e
estamos particularmente a ter em mente, os protestos da Geração à
Rasca, de 12 de Março – irá provavelmente segmentar-se. Uns, voltarão
à atonia que prepondera em Portugal; outros, cederão aos cantos de
sereia dos partidos e serão enredados nas organizações “unitárias” ou
falsamente não partidárias; outros ainda continuarão a procurar formas
de expressão autónoma e democrática, articuladas em redes de
militâncias diversificadas, única forma de contestação fidedigna e
consequente, de onde surgirão as alternativas através da
desobediência e do protesto continuados.



Este e outros textos em:

http://www.slideshare.net/durgarrai/documents

http://pt.scribd.com/documents#all?sort=date&sort_direction=ascendin
               g&page=1

www.esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt




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Eleições mudarão o quê

  • 1. Eleições mudarão o quê? Sumário 1 - Elementos essenciais a ter em consideração 2 - Cenários plausíveis 3 - E o povo, pá? E o povo? Admitamos que Cavaco faz um intervalo na sua letargia e aceita a demissão de Sócrates o que, muito provavelmente irá conduzir a eleições. 1 - Elementos essenciais a ter em consideração Portugal não passa de uma província do sul dominado pelo directório imperial em formação (Alemanha-França- Grã-Bretanha) gerido a partir de Bruxelas, onde está o poder executivo europeu (civil e militar). Dito de um modo mais cru e realista: Portugal já não existe como nação soberana, como decorre do Tratado de Lisboa e da integração em políticas comunitárias várias, a começar pelo euro e a terminar nos PEC’s. Este contexto é estrutural e não há “reformas estruturais” que o alterem, dado o grau de dependência do país, da incapacidade dos seus capitalistas de se firmarem na envolvente europeia e da apatia social tradicional num povo que viveu duzentos anos moldado pelo terror da Inquisição, por 48 de repressão fascista e 36 de ocupação pelo PS/PSD. Faz parte da liturgia de mercado apontar-se eleições para manter o statu quo anterior dando a ilusão de que advirão mudanças depois da colocação de uns papelinhos em caixotes, após anos de formatação num pensamento único e afunilamento das alternativas numa só. 2 - Cenários plausíveis Esquerda Desalinhada grazia.tanta@gmail.com 24/3/2011 1
  • 2. O cenário de eleições foi meticulosamente preparado pelo PS que não se quis deixar amolecer no banho-maria que convinha à coligação Cavaco-PSD (apesar do desprezo do primeiro pelo Passos). Há alguns cenários para o rescaldo das eleições daqui a dois meses (a estupidez dos legisladores não conseguiu congeminar periodo mais curto – na Irlanda são apenas três semanas). Cenário 1 - Sócrates lidera o “top five” sem maioria absoluta; esta última é um não cenário. A partir daí… • Torna-se evidente a inconsistência política de Cavaco e este assume totalmente a sua função de veneranda figura de corta-fitas até que se fine o mandato; • Alternativamente, Cavaco, queixa-se de todos e, incompreendido, recolhe ao Algarve para a modesta casinha comprada com o produto das laboriosas poupanças aplicadas nas acções da SLN; • Sócrates aparecerá inchado e sorridente na televisão como grande ganhador perante essa coisa denominada oposição como perante os amorfos dos seus opositores internos; • Sócrates aumenta a sua importância como mestre de obras (ele até é engenheiro!) dos patrões tradicionais – o embaixador americano, a Merkel, o Trichet, o Strauss- Kahn… • Provável mudança de líder no PSD, voltando o Passos ao lugar de empregado do Paramécia (alcunha do Ângelo Correia no Colégio Militar) e sua substituição por uma outra pileca política do mesmo género – Rangel, Rio, Aguiar-Branco… Cenário 1-A - Aliança com o PSD para a constituição de uma forma de poder blindado e autoritário, em nome do chamado interesse nacional, alheio à gritaria da oposição na AR • Trata-se da solução preferida pelas instâncias suseranas da UE e, sobretudo pelos “mercados”, que apreciam a estabilidade do fluxo dos lucros que se acumulam nos seus bolsos; • Não é um cenário novo na política à portuguesa; esteve em cena durante a crise 1983/85, durante a segunda intervenção do FMI e durou até à assimilação Esquerda Desalinhada grazia.tanta@gmail.com 24/3/2011 2
  • 3. de Portugal dentro pela então CEE. Baseou-se num claro predomínio do PS de Mário Soares sobre um jurista petulante e superficial (Mota Pinto) como chefe do PSD; • Criação de um Governo com as mãos livres para o assalto aos direitos da multidão, para a fragilização dos trabalhadores, para o terror laboral, para a redução da saúde e do tempo de vida de reformados e pobres, para a extinção em termos práticos do SNS, para o desmantelamento da escola pública e da segurança social, com a salvaguarda das capacidades dos ricos, fonte inesgotável do empreendorismo e do investimento pátrio … como sabemos; • Agilização política do abastecimento dos “mercados” com rendimentos sugados à multidão em Portugal, através do Estado e com o argumento do deficit; • Neste governo participaria como vice o lider do PSD que decerto não seria Passos. Por outro lado, Sócrates nunca admtiria estar nessa coligação sem o comprometimento do número um do PSD, daí saindo reforçada a ideia da substituição de Passos; • Utilização mais frequente e pesada da repressão nas ruas e nas empresas e, como contrapartida dada às suseranias, reforço de soldados e GNR nas regiões de conflito ou em “estabilização post-intervenção”. Cenário 1-B - Aliança com o CDS, versão fraca do cenário anterior, • Solução mais frágil, encontra a dificuldade de compatibilizar Sócrates com um Paulo Portas inamovível no CDS; • Também não seria caso virgem em Portugal pois o CDS acomanhou o PS no II governo constitucional, em 1977, no contexto da primeira ameaça de bancarrota que originou o apoio do FMI. Porém, o CDS de Amaro da Costa e Freitas do Amaral tinha pouco a ver com a actual liderança de Portas. Cenário 1-C - “Ménage à trois” amplamente maioritário na AR onde só sobrariam dois tenores discordantes, cantando das bancadas do PC e do BE. Esquerda Desalinhada grazia.tanta@gmail.com 24/3/2011 3
  • 4. Recolhe simpatias das suseranias externas mas, dados as dificuldades dos equilíbrios internos, sendo sempre possível um rotura de um dos parceiros mais à direita; • Esta solução só seria necessária no caso de um crescimento acentuado do CDS comparativamente ao PSD ou – o que é pouco plausível – perante um forte aumento do binómio social-democrata BE/PC. Cenário 1-D - Governo PS com ou sem PSD acrescido de umas pastas ministeriais preenchidas ao PC. • Tratar-se-ia de uma repetição do acontecido em 1976 quando, no rescaldo do golpe reaccionário de 25 de Novembro, o PC se manteve no poder para controlar a contestação nos locais de trabalho e nos sindicatos; • Esta solução seria interessante para o exercício do poder no caso de haver grande contestação social, a exigir a intervenção da CGTP, como serviço de bombeiros. E não causaria engulhos aos bancos alemães e franceses que tutelam a dívida pública; • Não se considera muito plausível esta hipótese porquanto a desobediência aos poderes por parte da multidão é escassa, as greves são controladas, desfasadas e não concertadas, as manifestações oficiais assemelham-se a procissões e seria suicida por parte do PC; • Por outro lado, também se não considera a hipótese da integração do BE no governo, apesar dos audíveis suspiros por um concubinato com o PS, bem presentes na candidatura de Alegre ou no acordo com António Costa na câmara de Lisboa. Finalmente, o BE não tendo poder sindical, nem poder de mobilização de massas, não desempenha qualquer papel relevante na contestação da multidão. Cenário 2 - O PSD domina o “top five” do “hit parade” o que, neste exercício, não é o cenário mais provável, mesmo sem maioria absoluta. • Passos Coelho é um líder fraco, mal preparado e isso tornar-se-á bem visível quando surgirem os debates com Sócrates, muito hábil na confrontação, agressivo e bem informado; Esquerda Desalinhada grazia.tanta@gmail.com 24/3/2011 4
  • 5. Por outro lado, sendo o PS um partido-Estado, o seu domínio e manipulação da informação, bem como a integração no aparelho estatal de centenas dos seus membros, isso dá-lhe uma vantagem decisiva perante um PSD desprovido de quadros; • As últimas experiências de governação PSD não foram propriamente modelares dada a mediocridade de Durão Barroso e as tonterias de Santana, que passou pelo vexame de ser despedido assim que o PS substituiu Ferro Rodrigues por um José Sócrates, mais permeável à satisfação dos interesses das oligarquias económicas e financeiras. Para mais Sócrates estava agarrado pelo rabo, entalado na Freeport; • As primeiras reações da imprensa internacional e dos governantes europeus revelam um desagrado profundo com a queda do governo e do seu homem, Sócrates. Apesar de Passos andar, de há algum tempo atrás, em viagens de marketing pelas capitais europeias, sobretudo Bruxelas, anunciando propostas contrárias às das suseranias europeias. Cenário 2-A – Aliança do PSD com o PS para a constituição da já referida blindagem do poder, em nome do chamado “interesse nacional”. • Do ponto de vista das suseranias externas e dos “mercados” este arranjo é equivalente ao referido no Cenário 1-A, atrás, desde que assegure a estabilidade e sossegue os “mercados”; • As acções anti-sociais de um governo PSD/PS seriam um pouco mais céleres e profundas do que no caso PS/PSD mas, essencialmente, as mesmas; até porque a agenda é sempre fixada em Bruxelas, com a intervenção dos conselheiros do FMI, instalados no Banco de Portugal há meses; • Neste cenário Sócrates nunca seria um vice de Passos, tal como Schroder não participou na grande coligação alemã dirigida por frau Angela; perante um PSD frágil em quadros e liderança seria de esperar incidentes desestabilizadores por parte do PS, conducentes ao seu retorno à supremacia no governo dos “mercados” Esquerda Desalinhada grazia.tanta@gmail.com 24/3/2011 5
  • 6. Cenário 2-B - A aliança com o CDS surge como uma repetição do sucedido entre 2002 e 2005 e está bem presente a humilhação de Durão como estalajadeiro na cimeira do Açores que decidiu o assalto guerreiro ao Iraque; os negócios dos submarinos ou da “Portucale” cujo apuramento permanece sedado no sistema judiciário; a continuidade do deficit e das medidas saneadoras; ou ainda o episódio militarista e idiota do “barco do amor”; • Esta solução não é certamente a preferida pelas susearanias externas, mais apostadas, para efeitos de um pacífico saque dos rendimentos da multidão, em arranjos políticos do tipo PS/PSD; • Esse cenário tem alguns anti-corpos no PSD onde se recordam dos manobrismos de Portas e não parece que Passos tenha agilidade para os jogos do chefe do CDS; • A agenda deste governo seria constituida pela anulação acelerada de todos os resquícios de políticas sociais, perseguição feroz a trabalhadores, desempregados, velhos e pobres e deificação da empresa e do capitalista, como agentes salvadores do mundo; • Nesta hipótese o PS iria tentar apresentar-se travestido de “esquerda” para gáudio dos BE/PC que nunca consideram aquela agremiação como direita, surgindo daí um reforço da tara desculpabilizadora do PS como partido de direita, por mais patifarias que faça. Até a UGT ficaria liberta para se mostrar como central sindical; • Num contexto de grande descontentamento social, e de um governo claramente de direita e perante a oposição das duas centrais sindicais, o governo iria ter dificuldades pariculares com a contestação social e política e iria certamente usar a violência policial de forma desusada; o autoritarismo pós-fascista de Portas ficaria em rédea solta 3 - E o povo, pá? E o povo? É de admitir que a multidão já tenha entendido que a soberania, em termos de ação política e de medidas económicas está em Bruxelas, como polo aglutinador dos interesses das multinacionais, do sistema Esquerda Desalinhada grazia.tanta@gmail.com 24/3/2011 6
  • 7. financeiro e do capital mafioso. E, nesse contexto, prepara-se para colocar tampões nos ouvidos para se alhear dos gargarejos dos papagaios partidários e para mandar às urtigas os votos ou, pelo menos, o apoio a partidos. É de prever uma maior abstenção que em 2009 foi de 40.3% do eleitorado, contra 36.4% quatro anos antes. O descrédito dos partidos parece em crescendo e começam a surgir movimentações autónomas, com forte rejeição do quadro político actual, por enquanto com um carácter difuso. Essa movimentação – e estamos particularmente a ter em mente, os protestos da Geração à Rasca, de 12 de Março – irá provavelmente segmentar-se. Uns, voltarão à atonia que prepondera em Portugal; outros, cederão aos cantos de sereia dos partidos e serão enredados nas organizações “unitárias” ou falsamente não partidárias; outros ainda continuarão a procurar formas de expressão autónoma e democrática, articuladas em redes de militâncias diversificadas, única forma de contestação fidedigna e consequente, de onde surgirão as alternativas através da desobediência e do protesto continuados. Este e outros textos em: http://www.slideshare.net/durgarrai/documents http://pt.scribd.com/documents#all?sort=date&sort_direction=ascendin g&page=1 www.esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt Esquerda Desalinhada grazia.tanta@gmail.com 24/3/2011 7